Ficha de Campo 1. Identificação da Equipa Escola: Equipa: Localização Escola Secundária/3 de Arouca GeoRecrutas Arouca Vila/cidade/distrito e país 2. Caracterização da Amostra Quartzodiorito biotítico Nome da Rocha Localização Região, Arouca local e as coordenadas geográficas do local, se possível Descrição Dimensões, tipo de minerais, textura, propriedades (compacção, cimentação, xistosidade, porosidade), tipo de fósseis, etc. Rocha com textura hipidiomórfica granular, de grão médio, foliada, e de cor acinzentada (Moura, 2000). Mineralogicamente, dominam a plagioclase, o quartzo e a biotite. O feldspato é caloco-sódico. São também observáveis alguns minerais secundários, nomeadamente a calcite, moscovite, epídoto e minerais argilosos (Pereira, et al, 1980). Plutónica Magmática Classificação X Vulcânica Detrítica Sedimentar Biogénica Quimiogénica Metamórfica Metamorfismo de Contacto Metamorfismo Regional Contexto Geológico Informações sobre as condições de formação da rocha, associação com outros tipos de rocha, tectónica, etc. Na região de Arouca são vários os corpos magmáticos que intruíram rochas metassedimentares. Estes corpos, tal como a maioria dos granitóides da Zona Centro-Ibérica, estão relacionados com as fases de magmatismo associadas à Orogenia Hercínica. Neste âmbito, o quartzodiorítico, é uma rocha hersínica tardi-tectónica, e a sua composição química (ferro e magnésio) indica uma origem profunda. A intrusão magmática que lhe deu origem é circunscrita, discordante e engloba sobretudo xistos. A composição é monótona em todo o maciço, detectando-se foliação em alguns pontos (Pereira, et al, 1980). Pág. 1de 3 Ficha de Campo 3. Caracterização do Meio Envolvente Informação resumida sobre o tipo de paisagens (ex: caos de blocos em regiões graníticas, modelado cársico e grutas em regiões calcárias, paisagem vulcânica, montanha, vales, etc.), o tipo de solos e sobre fauna e flora. Arouca situa-se no extremo nordeste do distrito de Aveiro, a menos de 50 km a sudeste do Porto. A forma mais antiga do relevo na região é o planalto da Serra da Freita a uma altitude entre os 1000 e os 1100 m, que se terá formado sob acção de um clima tropical húmido no Paleogénico (66-23 Ma). À excepção da vertente sul da supracitada serra, que é drenada pelo rio Caima – pertencendo por isso à bacia hidrográfica do rio Vouga – a zona enquadra-se na bacia hidrográfica do Douro (Rocha, 2008). O concelho tem excelentes qualidades naturais sendo óptimo para o chamado turismo na Natureza. O rio Paiva, considerado um dos mais puros da Europa, possui boas e refrescantes praias, sendo também uma boa pista de canoagem de águas rápidas e de rafting. Do ponto de vista geológico há três importantes motivos de interesse que merecem destaque. O primeiro é o sítio das "pedras parideiras", o segundo é a jazida fossilífera (trilobites, braquiópodes, etc) da "pedreira do Valério" e o terceiro são as antigas minas de volfrâmio em Regoufe e em Rio de Frades. Em relação à rocha em estudo o fenómeno geológico mais conhecido é a disjunção esferoidal. Esta resulta da fragmentação em camadas concêntricas, da periferia para o centro, resultando daí a denominada disjunção em casca de cebola. Ao longo do temo, o bloco torna-se mais pequeno e arredondado, com a progressiva libertação das escamas mais externas. Num dos geossítios da região, onde predomina o caos de blocos, é perfeitamente visível este fenómeno. 4. Valor Patrimonial (assinalar as situações que se verificam) Raridade no contexto geológico da região/ilha/país Integração em área protegida ou classificação como património Valor científico (objecto de publicações científicas) Valor pedagógico (ilustra aspectos geológicos como falhas, dobras, estratigrafia, etc.) Valor cultural (associação à história, aos costumes, a lendas, etc. da região) X X X Outros aspectos que realçam o valor patrimonial: Sendo “O Mosteiro de Santa Maria de Arouca (…), o maior em granito construído em Portugal” (Aleixo, Silva & Gomes, 2005) é fundamental identificar a sua riqueza geológica, conjugando-a à arquitectónica e à artística. O alcance deste projecto passa quer pelo conhecimento íntegro da história do Mosteiro, quer pela identificação, caracterização e avaliação da alteração do tipo de rocha presente na construção deste edifício histórico. A rocha que foi utilizada para a construção deste monumento foi identificada in situ como sendo um quartzodiorito, rocha aliás, onde assenta a vila de Arouca. Pág. 2de 3 Ficha de Campo 5. Interesse Económico (assinalar as situações que se verificam) X X Utilização na indústria extractiva Utilização como rocha ornamental Utilização na indústria química Associação ao turismo Aquíferos Minérios X Outros aspectos que realçam o interesse económico: O Geoturismo. 6. Relação com o quotidiano Notas sobre aspectos que ligam a rocha ao quotidiano da comunidade em que os alunos estão inseridos. Ex: utilização das rochas na construção e/ou ornamentação das ruas e dos edifícios; associação a eventos perigosos (sismo, desabamentos, deslizamentos de terra, inundações; etc.) que afectem a comunidade. Esta rocha foi aplicada no sector da construção, em interiores e exteriores, como tal sempre teve uma relação directa com o quotidiano das populações locais, pois a sua extracção foi uma das principais fontes de rendimento das famílias da região. No entanto, e apesar das suas reservas serem satisfatórias, actualmente a sua exploração é inexistente. Dado o seu uso na edificação ter sido comum, quem passeia pelo concelho pode observar o contraste das moradias, que são ora de xisto, ora graníticas, de acordo com a freguesia onde nos encontramos. 7. Bibliografia Aleixo, P., Silva, P., & Gomes, R. (2005). Plano de Dinamização «Arouca e o seu Mosteiro». Arouca: Câmara Municipal de Arouca. Moura, A. C., (2000) “Catálogo de Rochas Ornamentais Portuguesas”. INETI. Pereira, L. E., Gonçalves, M. S. & Moreira, A. (1980) “Carta Geológica de Portugal. Escala 1:50 000. Notícia Explicativa da Folha 13-D, Oliveira de Azeméis”. Lisboa: Serviços Geológicos de Portugal. Rocha, D. M. T. (2008) “Inventariação, caracterização e Avaliação do Património Geológico do Concelho de Arouca”. Tese de Mestrado. Braga: Universidade do Minho. Pág. 3de 3