VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 Monitoramento Praial em Genipabu, Extremoz/RN, Brasil Janny Suenia Dias de Lima – Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected] Zuleide Maria Carvalho Lima – Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected] Ana Beatriz Câmara Maciel– Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected] Marcelo dos Santos Chaves – Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected] INTRODUÇÂO As preocupações referentes às regiões costeiras, em especial a sua dinâmica, o uso e ocupação e os problemas enfrentados pelas atuais sociedades, tem ocasionado estudos bastante complexos, tanto em termos individuais ou locais, como em termos mais gerais ou globais, pois esses espaços bastante dinâmicos, afetados por fatores naturais e pela interferência humana. Para estudos geográficos, a questão da ocupação das praias que vem se intensificando nas últimas décadas, é de grande importância, pois estes, além de servirem de moradia na nova configuração urbana, têm incorporado novas formas de interferência ambiental, sem que haja ao mesmo tempo o avanço do conhecimento necessário para um uso mais adequado e racional dos espaços litorâneos. Os espaços litorâneos têm adquirido grande importância no contexto mundial, pois muitas cidades litorâneas têm suas economias baseadas no turismo, fazendo com que, há alguns anos, o litoral venha recebendo efeitos diretos do crescimento demográfico, tipos de ocupação e a diversificação dos usos. Em geral essa ocupação é desordenada, comprometendo a qualidade ambiental, e até mesmo a estética das zonas costeiras, já que estes ambientes são naturalmente instáveis e dinâmicos. O objetivo principal desta pesquisa é conhecer a praia através da caracterização da dinâmica sedimentar, tendo como base os dados hidrodinâmicos (ventos, ondas e corrente), levantamento topográfico nos perfis praiais e a análise sedimentológica. A pesquisa focalizou para estudo, o município de Extremoz/RN, especificamente a praia de Genipabu, litoral oriental do Rio Grande do Norte, durante o mês de outubro do ano de 2009 a 2005, e apresentará um relatório das atividades desenvolvidas na pesquisa compreendendo a caracterização geral da área; descrição da metodologia; 1 Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais análise morfológica, análise ambiental, análise hidrodinâmica e análise sedimentar; considerações e recomendações. PROBLEMATICA As regiões litorâneas têm despertado grande interesse econômico e as tendências e necessidades de uso e ocupação do solo, relacionadas com a implantação de equipamentos destinados principalmente ao turismo e lazer, além de atividades essenciais de habitação, educação, saúde, transporte, comunicação, energia, produção entre outras, atividades que provocam naturalmente grandes pressões e geram diversos tipos de conflitos. Dessa forma, há a necessidade do desenvolvimento de pesquisas que possam subsidiar ações que deverão ser formuladas dentro de alternativas tecnológicas e capacidade de gerenciamento das reações, geradas com a utilização e exploração sócio-econômica do meio ambiente. A Faixa litorânea tem se configurado como o lugar de moradia do homem, sofrendo pressão demográfica e econômica. É também, fonte dos recursos naturais utilizados pelo homem, havendo assim, uma disputa pelo mesmo espaço geográfico por diferentes atividades e finalidades. Devido a sua complexa dinâmica ambiental, associada aos diversos usos, a zona costeira tem sido motivo de diversas discussões mundiais, que vem tentando abarcar as causas e conseqüências dessa interferência humana tão direta, rápida e intensa em áreas com bastante vulnerabilidade. O que se pode observar na área de estudo é uma grande vulnerabilidade paisagística e da dinâmica praial afetada por diversos fatores naturais e intensificada pelo uso e ocupação do solo que se dá de maneira rápida e desordenada. Tenta-se então, entender como os processos costeiros agem na formação da praia e como e quais os danos causados pela elevada ocupação das áreas impróprias de dunas e póspraia. Dessa forma, verifica-se a necessidade do desenvolvimento de pesquisas sobre a área de estudo, que possam subsidiar ações posteriores que venham a ser implementada nessa região, tentando entender a inter-relação entre os componentes desse ambiente e elaborar planos e projetos para o uso e ocupação das áreas costeiras, na tentativa de conhecer melhor a área de estudo. Os estudos sobre Genipabu podem gerar frutos para interagir com o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e com o Sistema Nacional de Gerenciamento Costeiro que tem por função organizar e sistematizar dados e informações referentes a elaboração, VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 implantação e monitoramento das atividades costeiras, fornecendo aos administradores públicos elementos para que eles compreendam melhor como funciona. OBJETIVO Objetivo geral O objetivo principal é estudar a dinâmica costeira da praia de Genipabu/ExtremozRN, enfocando a mudança da paisagem da praia, tentando averiguar e entender quais os danos que o uso e ocupação da área vêm ocasionando no litoral local. Objetivos Específicos Definir o comportamento da morfodinâmica praial , no período de 13 meses Analisar a dinâmica costeira através de dados hidrodinâmicos, levantamento topográfico e análise sedimentológica Verificar o grau de uso e ocupação das dunas adjacente ao objeto de estudo, com o auxilio do geoprocessamento, verificando a sua influência no meio ambiente. Identificar os principais problemas ambientais causados pelos usos e ocupação da área de estudo PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E TÉCNICOS A metodologia da pesquisa foi realizada em etapas descritas abaixo facilitando assim, o processo de elaboração, quantificação e sistematização dos dados coletados nas diferentes fases. Essas fases ocorreram de maneira contínua e correlata, facilitando a identificação de falhas, problemas e das possíveis soluções. A primeira etapa foi o levantamento de dados sobre a área de estudo, sendo seguida pela etapa de campo, com duração de doze meses, realizando caracterização do ambiente praial, medição do gradiente topográfico, inclinação da zona de estirâncio, medida das cúspdes praiais, coleta de sedimento (os cinco primeiros centímetros da antepraia, estirâncio e pós-praia), coleta de dados hidrodinâmicos (período de ondas, tipo de arrebentação, altura da onda, direção do vento, velocidade e direção da corrente litorânea). Percorrer e observar toda a área de estudo e fim de caracterizar e selecionar os principais elementos da paisagem através de anotações sobre os processos de ação antrópica e caracterização dos ecossistemas, já que os mesmo definem os padrões de uso e ocupação do solo. 3 Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais Posteriormente, em laboratório realizamos o processamento das amostras sedimentológicas, lavagem e retirada do sal do sedimento, quarteamento e isolamento em micro amostra, peneiramento das amostras para identificação das granulometrias; separação da matéria orgânica e dos carbonatos; confecção dos perfis topográficos, através de cotas; tabulação dos dados de caracterização e hidrodinâmica; elaboração da carta temática de uso e ocupação. Analisar as imagens de satélites, identificando as unidades de paisagens (vegetação, áreas urbanas, morfologia costeira, ação antrópica, entre outras). Após a aquisição dos dados e de todas as etapas anteriores concluídas, será feita a análise das informações e geração de produtos finais CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA Localização A área de estudo encontra-se inserida no município de Entremoz/RN, “distante da capital, Natal, 30 km” (CAVALCANTI NETO, 2004 p. 5), situando-se no litoral oriental do Estado do Rio Grande do Norte, pertencente a micro-região do Natal, limitando-se ao norte com o município de Ceará – Mirim; ao sul com a capital Natal; a oeste com o município de São Gonçalo do Amarante e a leste com o oceano Atlântico. Localiza-se nas coordenadas 93690.500 m, 93720.000 m de latitude N e 257.000 m, 253.000 m de longitude E. ( mapa 1). Mapa 01: Mapa de localização Elaborado: Janny Suenia Dias de Lima (mai/2010) VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 Caracterização A praia em estudo, por situar-se próximo a capital, tem seu uso intensificado tanto pelo turismo, quanto pela população que cada vez mais migra para o litoral e nele fixa moradia. Além destes, o turismo e a segunda moradia (morada de veraneio) vem intensificando a ocupação das áreas impróprias, onde muitas edificações estão sendo erguidas em “cima” das dunas e no compartimento geomorfológico do pós-praia, sem se preocupar com a dinâmica natural da praia, e nem com as conseqüências desse uso. A área de estudo está inseria dentro da Área de Proteção Ambiental (APA – Genipabu), istituida pelo decreto nº 12.620 /1995, abrangendo o município de Extremoz e Natal Segundo informativo da Secretaria Estadual de Turismo do Estado do Rio Grande do Norte - SETUR,2002, a área de estudo tem uma clima “Quente e úmido”, caracterizado por um período seco durante quase todo o ano, com precipitação em torno de 1.500 mm sendo o período chuvoso de aproximadamente 7 meses”, com temperatura média de 26ºC, influenciado pelos ventos alísios de sudeste, e o “índice de evapotranpiração potencial está na curva de 1.600mm”. Aspectos edáficos A vegetação predominante na faixa litorânea da praia de Genipabu pode ser descrita como: “floresta superenifólia”, com presença de salsas, cajueiros e coqueiros. (IDEMA, 2005, p.8, v.8). A vegetação de restinga, mais resistente a salinidade e ao soterramento das areias transportadas pelos ventos fixa as dunas. Nunes (2000, p. 23) afirma que a vegetação dos campos dunares encontra-se em “ambientes bastante instáveis, visto constituírem-se de areias não consolidada, sujeitos à ação dos oceanos e ventos”. As principais espécies que habitam esse ecossistema de praia são a “Ipomoea pescaprae (salsa de praia), Sporobolus virginicos (capim-barba-de-bode)” (Cestaro 2004 p.28), além do Cocos nucifera (coqueiro) e do Anacardium occidentale (cajueiro) que são visivelmente e facilmente identificadas. Aspectos Pedológicos O solo da área de estudo são os Neossolos, que antes da classificação da Embrapa em 1999 eram denominados, Areias Quartzosas Distróficas Marinhas, com fertilidade baixa, textura arenosa e excessivamente drenados, com horizonte A pouco desenvolvido ou sem desenvolvimento, distróficos, ácidos e pouco profundos, sendo 5 Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais formado por sedimentação da “Formação Macaíba do Grupo Barreiras” (ARAÙJO, 1983, p. 16). Aspectos geológicos – geomorfológicos A praia de Genipabu está inserida geologicamente, como todo o município de Extremoz, no Grupo Barreiras, com idade do Terciário-Superior, onde predominam arenitos finos a médios, ou conglomeráticos, com intercalações de siltitos e argilitos. Próximo ao litoral encontramos Dunas formadas de areias bem selecionadas, amareladas, inconsolidadas ou parcialmente consolidadas, que foram transportadas pela ação dos ventos (eólica), formando cordões, atualmente fixados por vegetação. Acompanhando a faixa litorânea, encontram-se depósitos de praias de origem marinha remodelados por ventos, são compostos de areias finas a grossas, com níveis de cascalho, associadas às praias atuais e dunas móveis; arenitos e conglomerados com cimento carbonático, definindo cordões de beach rocks. (IDEMA, 2005 p.8). Morfologicamente as dunas, apresentam formas colinosas, com vertentes arredondadas, dispostas em paralelas ou semiparalelas, seguindo orientação do vento, que na área é de SE-NW, Esses cordões dunares são importantes para a recarga do aqüífero Barreiras, na função de realimentação dos rios e lagoa, além de proteger a qualidade da água por atuarem como filtro. Quando se tenta fazer uma caracterização ambiental geral da praia de Genipabu, observa-se a presença de dunas, ondas do tipo mergulhantes, sendo a direção dos ventos alísios de SE, vegetação de praia como salsa e coqueiros, tendo exceções quando cultivada pelos moradores, possuindo grande interferência antrópica no póspraia, com a construção de casas de veraneio, bares e pousadas que dão suporte ao turismo. Nota-se que a praia não tem uma corrente de retorno perpendicular à linha de costa, sendo esta longitudinal, tornando a praia própria para o banho. Observa-se ainda, que as casas e bares ainda não são construídas no inicio do pós-praia, mantendo um certo ordenamento nas construções, mas ainda ocupam a área destinada a União (33 metros), que não deveria ser edificado, pois servem de espaço de segurança para possível avanço do mar ou para futura ocupações da União se assim for necessário. Esse ordenamento faz com que as casas da praia ainda não tenham sofrido tanto com inundações em épocas de ressacas. Nota-se ainda a grande interferência humana nos ambientes praiais, desde das ocupações temporárias, com barracas e cadeiras de praia, até as mais elevada, sendo VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 configurada por edificações no pós-praia e nas dunas móveis e fixas. Essas edificações têm se efetivado sem nenhum planejamento, tanto do poder público quanto dos proprietários que não se preocupam com as conseqüências que podem ocorrer futuramente. As edificações nas dunas são de grande preocupação, pois esses ambientes são frágeis, altamente friáveis e permeáveis, podendo ocorrer contaminação do lençol freático e das lagoas interdunares que se formam com a acumulação de águas. Existe também a movimentação das areias que ocorrem de maneira muito rápida, e sem vegetação fixadora essa movimentação é bem maior. A vegetação que já é pouca devido a salinidade e o soterramento pelas areias são diminuídas pela retirada dos exemplares pela população para edificar e construir passagem para os carros que dão aceso as casas no platô das dunas. É também nesses ambientes que tem se configurado uma grande quantidade de comércio, pois nesse ambiente a movimentação de turistas é intensa, devido ao passeio de “buggys” de dromedários, transeuntes e do “skybunda”. Essa mobilidade de pessoas, mesmo que em pequena escala causa um grande movimentação dos sedimentos em direção a antepraia, o que pode está ocasionando um soterramento da praia, diminundo o espaço existente entre a duna e a baixa-mar, dificultando o acesso de a praia, que se dá no sentido Santa Rita – Genipabu, ou visseversa. ANÁLISE TOPOGRÁFICA Verifica-se no perfil da praia, que esta se mantém de forma homogênea, com poucas variações, sendo essas maiores no dia 17/10/2005, durante a lua cheia (maré de sizígia). 7 Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais Quando se tenta fazer uma análise geral da topografia da praia de Genipabu, notase que esta se apresenta de forma quase que homogenia nos dias de pesquisa, apresentando no dia de lua cheia (17/10/2005) a maior distância do marco zero a ante praia e no dia de lua minguante (24/10/2005) a menor distância, onde pode ser notado a grande influencia das mares sobre a face praia nas mares de sizígias (aquelas que ocorrem nos dias de lua nova e cheia). Nota-se também a presença de bancos e cavas que se formam com a movimentação dos sedimentos no assoalho marinho dependendo da ação das ondas sobre eles. ANÁLISE SEDIMENTOLÓGICA As análises das amostras revelaram que ela se apresenta com areias na maioria de granulometria fina a muito fina, contendo em algumas amostras areias de grossa a muito grossa, sendo essas últimas encontradas nas amostras recolhidas nos dias 03/10/2005 e 17/10/2005, durante as marés de sizígia (lua nova e cheia respectivamente), onde a dinâmica das ondas e as alturas das marés são mais elevadas e atuantes. Por se encontrar no sopé das dunas, foi encontrado uma grande quantidade de areias finas a muito finas e, um baixo teor de areias muito grossas a média, dando-se VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 pela deposição dos sedimentos proveniente das dunas que estão em constante movimento. Na área de estudo os sedimentos configuram-se de forma homogenia, bem selecionadas e de uma moda, apresentando-se sedimentos de granulometrias parecidas, sendo no dia de lua minguante, configurando-se plurimodal, com sedimentes mal selecionados. CONSIDERAÇÕES FINAIS O complexo estudo das zonas costeiras é um grande desafio que ainda persiste por todo o mundo. Existe uma grande necessidade de entender toda dinâmica do litoral englobando a eustasia, circulação oceânica, movimentação de sedimentos e a configuração das praias que é resultado da inter-relação entre todos os componentes que trabalham para a formação das feições costeiras. A configuração da linha de costa além dos condicionantes naturais é influenciada, pelas ações humanas ou antrópicas, que cada vez mais vem ocupando a área que sofre influência direta ou indireta das ações marinhas, ocasionando assim, uma ocupação desordenada do espaço, gerando problemas ambientais e conflitos políticos. Apesar de não ser observado na praia em estudo uma dinâmica relacionada com o período de verão ou de inverno, pode se observar pequenas mudanças nas feições da praia entre o pequeno período de observação, onde as mudanças são significativas e têm-se a noção da dinâmica de uma praia. As características física, humanas e sociais, vislumbradas na área de estudo, articulam um espaço heterogêneo, dinâmico e extremamente mutável e vulnerável que vai se configurar de acordo com as ações humanas sobre as ambientais. Fazendo uma análise geral da praia de Genipabu/RN, constatou-se que a praia é frágil e passível de modificações na sua morfologia, principalmente na parte mais perto das dunas. Algumas feições como as bermas e as cúspides de praias que não foram observadas no período de estudo, com exceção das bermas que foram visualizadas no ponto P2, são notadas em outros períodos do ano, dando uma noção da ciclicidade da dinâmica das praias que é condicionada por processos de movimentação dos sedimentos da praia. Esta área de estudo apresenta setores de erosão e deposição nos perfis de praia, quando observado que este se apresenta bastante heterogêneo, com pequenas modificações na sua configuração, que poderia ser mais bem entendida se o estudo tivesse ocorrido no decorrer de um ano, pois assim, poderíamos entender melhor a 9 Tema 3 – Geodinâmicas: entre os processos naturais e socioambientais movimentação dos sedimentos, nos períodos de tempo bom (verão) ou de tempestade (inverno) Nas análises dos parâmetros estatísticos de areias, observou-se que elas apresentam-se variando de bem selecionada a moderadamente selecionada, com presença de cascalho, granulometria de fina a média e com assimetria de muito negativa a muito positiva. Sugere-se um estudo mais aprofundado sobre a dinâmica praial, levando-se em conta o uso e ocupação do solo na praia, que vem ganhando cada vez mais novos empreendimentos devido à atividade turística, e/ou as novas moradias de populações migrantes. Essa população utiliza esses espaços para fixarem moradias perto dos seus novos trabalhos, já que a maioria exerce o trabalho informal para o turismo. Conclui-se, então, que a praia de Genipabu, está muito susceptível as mudanças ambientais, tanto ocasionadas pela dinâmica natural da praia, quanto das ações humanas sobre esse espaço bastante frágil e mutável, necessitando assim, de um estudo sistemático mais aprofundado sobre a área tentando englobar todos os agentes formadores da praia e aqueles que provoquem um impacto na zona costeira, pois é necessário relacionar a dinâmica natural dos ambientes costeiros, com os conflitos resultantes das interações entre a dinâmica social, econômica e natural que são formadores das localidades costeiras, para que haja, uma gestão integrada dos ambientes, com base no planejamento das ações e ordenamento das ocupações desses espaços tão importantes, tanto ambientalmente, quanto sócioeconomicamente. Pois só assim teremos um desenvolvimento sustentável e um uso adequado desse espaço. Os dados levantados nessa pesquisa, servirão de base tanto para outros estudos mais aprofundados, quanto para os gestores públicos, para que estes tenham maior controle do uso da costa, evitando assim, danos a população e gastos futuros que por ventura venham a acontecer causando catástrofes e colocando em risco vidas, tanto de pessoas que apenas querem um local para morar, quanto para aqueles que buscam um descanso confortável em um bela praia, sem se preocupar se o espaço ocupado é ou não impróprio para edificações. O período de um mês, apesar de se poder visualizar uma dinâmica nos processos costeiros é muito pequeno para que se possa concluir um estudo de monitoramento geoambiental numa praia, é necessário então que seja realizado um monitoramento tentando englobar um período maior para que se possa ter conhecimento da configuração da praia e do seu comportamento durante um período maior. É VI Seminário Latino-Americano de Geografia Física II Seminário Ibero-Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 necessário também que seja realizado um estudo para se visualizar dimensão dos impactos causado pelas edificações nas dunas e também do seu uso e ocupação que não se dá somente pelas casas, como também pelo comércio que tem o turismo como fonte de sustentação. REFERÊNCIAS CAVALCANTI NETO, FOCO,2004. 122p. Miguel Dantas. Praias Potiguares. 2.ed. Natal/RN: CRISTOFOLETTI, Antônio, Geomorfologia Litorânea. In: ______. Geomorfologia. São Paulo: Edgard Blucher, 1980. p.128-152. COSTA; Ademir Araújo da. Organização e transformação do espaço urbano de NatalRN. 325p. Tese (Doutorado em Geografia) – Departamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2000. CUNHA, S. B. da & GUERRA, A . J. T. Degradação ambiental. In: _______ CUNHA, S. B. da. (org.). Geomorfologia e meio ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.. 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