Um estudo sobre a motivação dos alunos nos cursos de

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Um estudo sobre a motivação dos alunos nos cursos de mestrado a
distância do PPGEP
Patricia Jantsch Fiuza
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC/PPGEP/LED
Laboratório de Ensino a Distância - Campus Universitário – Florianópolis/ SC – 88040-970
Flavia Lumi Matuzawa
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC/PPGEP/LED
Laboratório de Ensino a Distância - Campus Universitário – Florianópolis/ SC – 88040-970
Alejandro Martins, Dr.
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC/PPGEP/LED
Laboratório de Ensino a Distância - Campus Universitário – Florianópolis/ SC – 88040-970
Abstract: Face to the progress of the information and communication technologies and its
applications in education, the increase of courses offered from knowledge centers such as
universities and teaching institutions is observed.
This paper is about the experience of the Distance Education Lab (LED) in the
post graduation program of Engineering Production (PPGEP) of Santa Catarina's
Federal University (UFSC) in aspects involved in educational processes applied to
Distance Education (DE) mostly about student support and development of learning skills.
It presents a brief revision on DE and emphasizes student’s motivation as a major
concern to determine its success. We believe that in order to get students effectively
involved in the educational process it is necessary more than simply guarantee the access
to the material. It is important to point out affective aspects and the ability to prioritize
amongst study demands.
Considering that this paper is dealing with adult learners studying at a distance,
we will present the work of the support team and the motivational activities being
developed in the Masters programs offered by the PPGEP.
Key words: Motivation, distance education, adult learners
1. A Educação a Distância
Cada vez mais a educação a distância tem se caracterizado como a alternativa viável para atender
uma grande demanda de jovens e adultos que, por diversos motivos, não têm acesso facilitado ao ensino.
Dessa maneira é possível verificar diversas instituições de ensino oferecendo cursos a distância nos mais
variados focos de interesse.
De acordo com a evolução tecnológica, a educação a distância foi se caracterizando segundo o meio
de comunicação empregado. O artigo enfatiza principalmente os meios que permitem maior interatividade
entre alunos-máquinas-conteúdos, isto é; trata especificamente o uso da Internet, videoconferência e e-mail
para viabilizar o processo do ensino a distância.
Por existirem diversas definições para educação a distância, este artigo baseia-se na
definição elaborada por Michael Moore (1996) que diz:
"A educação a distância é um aprendizado planejado, que normalmente ocorre em local diferente do
ensino, por isso requer técnicas especiais na elaboração do curso, técnicas instrucionais especiais,
métodos especiais de comunicação eletrônica e outras tecnologias, assim como uma organização
especial e estratégias administrativas" (Moore, 1996, p. 2)
De acordo com a definição de Moore (1996), o conceito fundamental da educação a
distância é a distância física entre alunos e professores. Embora a satisfação de alunos em
cursos a distância e em cursos de sala de aula tradicional não seja significativamente
diferente, Hara (1999, p. 3) ressalta que o ensino a distância oferece recursos alternativos à
educação convencional ao permitir, por exemplo, que os alunos participem de cursos
independente da distância geográfica. Para Moore, técnicas especiais são requeridas para
que a educação a distância aconteça.
Essa observação é válida uma vez que a educação a distância apresenta algumas
características diferentes da educação clássica que podem ir desde o perfil dos alunos até a
particularidade dos cursos oferecidos e mídias utilizadas. Além disso, Ferreira (1985)
afirma que a educação a distância corresponde também a certos tipos de necessidades que
uma educação convencional não contempla além dos objetivos e pontos de partida também
serem diferentes. Por exemplo, se considerar que o ensino a distância atende a alunos
adultos, as necessidades a serem atendidas no processo de ensino-aprendizagem podem ser
diferentes do que se o público atendido for composto por crianças.
Como Moore, Preti (1996, p. 25) apresenta alguns elementos da educação a distância já conhecidos
e bastante discutidos na literatura existente: processo ensino-aprendizagem acontecendo virtualmente através
da distância física entre professor e aluno; o estudo individualizado e independente considerando que o
estudante é capaz de construir seu próprio conhecimento – ator e autor de suas práticas e reflexões; o
processo de ensino-aprendizagem sendo mediatizado proporcionando uma comunicação bidirecional devido
o uso de tecnologias interativas de comunicação.
De acordo com Preti (1996, p. 27), "a educação a distância coloca-se então, como um conjunto de
métodos, técnicas e recursos, posto à disposição de populações estudantis dotadas de um mínimo de
maturidade e de motivação suficiente, para que, em regime de auto-aprendizagem, possam adquirir
conhecimentos ou qualificações a qualquer nível". Esta afirmação leva a considerar uma característica
importante no contexto da educação a distância: a auto-aprendizagem do aluno.
Uma vez que o sucesso do aluno nesse tipo de curso depende do seu próprio
desempenho e da sua motivação para se manter no mesmo até atingir seus objetivos; é
preciso que ele, mediante os objetivos estabelecidos e maturidade, assuma
responsabilidades nesse tipo de aula.
Essa postura leva à idéia do aluno autônomo não apenas no sentido de isolamento,
mas também entendendo a autonomia como "a vocação que o ser humano tem de
transformar o mundo ou o ambiente em que vive" (Ramos, 1996, p. 245). Em outras
palavras, o aluno deve ser capaz de transformar a realidade que o cerca mediante
habilidades cognitivas entendendo a própria realidade e o porquê da mudança.
Carmo (1997) se refere à autonomia considerando o desenvolvimento de
competências específicas como: "tolerância de uma aprendizagem em regime de maior
solidão que a do ensino presencial, desenvolvimento de capacidades de leitura, escrita, fala
e escuta pela necessidade de utilizar de forma racional os meios de comunicação e o
desenvolvimento de estratégias pessoais de acesso ao conhecimento". (op. cit., p. 791)
A autonomia leva a uma característica essencial da educação a distância: o estudo independente.
Este conceito foi inicialmente desenvolvido por Charles A. Wedemeyer, da Universidade de Wisconsin e
freqüentemente é usado para descrever a educação a distância no nível universitário (Keegan, 1996: 58).
De acordo com os conceitos de autonomia e estudo independente, o artigo analisa o
estudante do ensino a distância como sendo o aluno adulto. Dentre as justificativas,
acredita-se que o adulto tem capacidades reais de efetuar tarefas mais complexas, elaborar
sínteses e hipóteses. Além disso, ele já tem conhecimentos e experiências prévias
permitindo um perfil mais adequado ao contexto da educação a distância (Ferreira, 1984, p.
32). Lindeman (apud Knowles, 1998) reforça dizendo, “os estudantes adultos são
justamente aqueles cujas aspirações intelectuais são menos prováveis de aprendizagem
convencionalizadas, rígidas e inflexíveis”.
A autora coloca que “os adultos são motivados a aprender quando possuem necessidades e interesses
que a aprendizagem satisfará; então, estes são os pontos de partida apropriados para organizar as atividades
de aprendizagem de adultos” Lindeman (apud Knowles, 1998).
Assim, para atender as diferentes necessidades dos alunos e demandas por cursos específicos, a
educação a distância conta com a flexibilidade oferecida pelas tecnologias de informação e comunicação que
permitem encontros sem a presença física e também encontros em tempos diferentes.
Belloni (1999, p.105) apresenta algumas abordagens diferentes para a flexibilização
no contexto educacional. Essa flexibilização pode ser considerada no sentido do acesso,
significando democratizar oportunidades; do ensino cabendo aqui a perspectiva de
promover o desenvolvimento de habilidade de auto-aprendizagem; da aprendizagem
exigindo do aluno mais autonomia e independência e da oferta onde os cursos são em
função das demandas sociais.
Além do emprego, apropriação por parte dos alunos e da flexibilidade oferecida pelas tecnologias de
comunicação, os fatores psicológicos também devem ser considerados no ensino a distância.
O artigo aborda a motivação como um fator de grande influência no envolvimento dos alunos em
cursos a distância e procura, dessa maneira, analisar o perfil dos alunos vinculados ao curso de mestrado a
distância do PPGEP. Uma vez que as características da aprendizagem de alunos adultos sejam diferentes de
crianças ou adolescentes, é importante explorar como trabalhar com esse perfil de aluno na educação a
distância.
2. A motivação dos adultos no processo de ensino-aprendizagem
A grande diversidade de interesses das pessoas, principalmente os adultos, mostra
que existem várias razões para as mesmas coisas, ou seja, existem muitos alunos adultos
fazendo cursos a distância motivados por necessidades diferentes.
Bergamini (1997: 92) coloca que “a motivação nasce no interior de cada um. A única coisa que se
pode fazer para manter pessoas motivadas é conhecer suas necessidades e oferecer fatores de satisfação de
tais necessidades”. Nesse caso, a autora afirma que “a grande preocupação não reside em adotar estratégias
que motivem as pessoas, mas principalmente criar um ambiente de trabalho no qual o trabalhador mantenha o
tônus motivacional que tinha em seu primeiro dia de trabalho” (1997: 92).
Rogers (1951, apud Knowles, 1998) coloca que
“Uma pessoa aprende significativamente somente aquelas coisas que ele percebe como envolvidas
na manutenção ou melhoramento da estrutura do ego. Esta hipótese destaca a importância de tornar
a aprendizagem pertinente ao estudante, e põe em questão a tradição acadêmica dos cursos”.
Assim, pode-se perceber que não é possível motivar pessoas nem colocar necessidades no interior
delas. Contudo, cabe aos educadores e profissionais da área humana, conhecer o público-alvo – no caso os
alunos, e desta forma perceber suas necessidades essenciais para, com a oferta de fatores satisfacionais,
manter a motivação dessas pessoas, no sentido de darem andamento ao seu curso com a mesma disposição
inicial.
Campos (1993, p. 89) coloca que “o processo de motivação torna-se circular; a presença de uma
necessidade leva à ação as condições de ação, alterando o organismo, tornando-o diverso do que era e
organizando novas necessidades”. Esta concepção leva ao entendimento de que o processo para que o aluno
adulto se mantenha motivado deve ser resultado da somatória de esforços realizados pelo aluno e
principalmente pela instituição educacional, aqui envolvidos o corpo docente e toda equipe de apoio técnico e
pedagógico.
Para Young (apud Campos, 1997, p. 89) “a motivação passa a ser considerada
como um processo constituído de três passos essenciais: o de deflagração do
comportamento inicial, o da manutenção da atividade em curso; e o da orientação geral da
atividade, o que faz pressupor intenção, propósito, fins a serem atingidos”.
A importância da motivação do comportamento humano é fundamental, e, em situação de
aprendizagem do estudante é um forte fator de influência.
“Se em todo processo de aprendizagem ela é determinante, no caso de um ensino a distância tornase mesmo o factor imprescindível para seu êxito. O interesse que o adulto tem e mantém na
actividade desenvolvida é o motor que conduz o processo (...) O aluno adulto não é obrigado
institucionalmente a estudar apenas o faz se e enquanto estiver motivado. Assim, torna-se essencial
conhecer as suas motivações específicas para que a elas se atenda quando da elaboração de unidades
didácticas e/ou cursos a distância” (Ferreira, 1985, p. 29).
Além de conhecer suas motivações específicas, é importante considerar os
conhecimentos anteriores do aluno adulto para mantê-lo motivado. Um desses
conhecimentos pode envolver o tipo de educação que vivenciou quando criança.
Knowles (1998), afirma que para o aluno adulto as necessidades e interesses que a aprendizagem
satisfará, determinará a motivação e, são estes os pontos de partida apropriados para organizar as atividades
de aprendizagem dos adultos. O autor também coloca que “a experiência é o recurso mais rico para a
aprendizagem de adultos, então, a metodologia básica da educação de adultos é a análise de experiência (...) a
educação de adultos deve considerar as diferenças no estilo, tempo, local e ritmo de aprendizagem” (Ibidem).
Segundo Ferreira (1985: 32),
“O adulto adquiriu conhecimentos, “know-how”, experiência, modelos de conduta. Assume
responsabilidades no seu trabalho; elabora projetos a longo e curto prazo. Necessariamente que esta
experiência o enriquece, enriquecendo por conseqüência quaisquer estudos que ele se proponha a
fazer. Só que é fundamental atender-se e valorizar-se esse conjunto de conhecimentos e de
experiências. Torna-se indispensável distinguir a pedagogia do adulto da do adolescente”.
Considerando que a pedagogia aplicada ao ensino de crianças e adolescentes é diferente dos adultos,
a andragogia busca adaptar a educação ao perfil do aluno adulto.
Knowles (1998) coloca que o aluno adulto se mantém motivado para aprender até o ponto onde
percebe a aprendizagem como algo que lhe ajudará a enfrentar tarefas ou resolver problemas. Cruz & Barcia
(1998, p. 34) colocam que os “(...) alunos adultos trabalhadores esperam respostas diretas para seus
problemas práticos, e não abstrações científicas. Eles são altamente sensíveis aos fatores de tempo e custo, se
estiverem engajados num aprendizado dentro do local de trabalho. Por esta razão, alguns estudantes podem
ser bastante críticos sobre os cursos , sem que estejam se referindo diretamente aos seus professores”.
Como o horário profissional costuma determinar ao aluno adulto como integrar
seus estudos em detrimento de seu tempo livre, é preciso ensinar o aluno a aproveitar
espaços disponíveis e retomar estratégias de aprendizagens muitas vezes já esquecidas.
Além disso, é importante uma avaliação constante para que o mesmo tenha feedbacks que
lhe tranqüilize quanto ao caminho a seguir (Ferreira, 1985).
Estas características enfatizam a necessidade de uma equipe de apoio preocupada
estritamente com os alunos, suas dificuldades, necessidades e motivações. Para Ferreira
(1985: 38), a grande dificuldade é justamente cobrir a ausência do professor pois, grande
parte das motivações de aprendizagem deriva da relação mútua entre este e o aluno. A
ausência do professor deve ser complementada com a introdução de outros fatores tais
como a utilização de ferramentas de apoio: páginas Web, telefone, correio postal, correio
eletrônico, encontros presenciais, entre outros.
Dentre diversas características da educação a distância citadas por Pretti (1996)
como: flexibilidade do tempo, espaço e ritmo de aprendizagem, população
geograficamente dispersa, etc., o suporte afetivo oferecido aos alunos através da integração
dos meios e da comunicação bidirecional é de especial importância nessa modalidade de
processo educacional. Uma equipe de apoio na instituição provedora de cursos a distância
pode ser uma forma de manter alunos engajados e motivados além de garantir o sucesso e
continuidade destes cursos.
Esta é uma das razões dos cursos de Mestrado a Distância do PPGEP contarem com o apoio de
equipes especializadas em EaD trabalhando no Laboratório de Ensino a Distância (LED), que é o responsável
pela operacionalização dos cursos.
3. A motivação dos alunos de mestrado a distância no PPGEP
Os cursos de Mestrado a Distância do PPGEP da UFSC iniciaram em 1996,
atendendo a necessidades específicas do setor empresarial dentro das disponibilidades das
especialidades e linhas de pesquisa do Programa (Cruz e Barcia, 1999).
Desde então, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas no sentido de aprimorar o
modelo adotado. Os cursos desenvolvidos utilizam a tecnologia da Videoconferência
associada a outras mídias, uma vez que o LED tem, na integração das mídias, a base de seu
modelo. Baseado nesta perspectiva, criou-se páginas de apoio a cada curso na web, bem
como uma estrutura de apoio aos envolvidos nos cursos que conta com o envolvimento
direto de várias equipes. O artigo destaca o trabalho da equipe de monitoria responsável
pelo apoio afetivo, motivacional, técnico e administrativo-pedagógico aos alunos. Esta
equipe mantém contato direto com todos os envolvidos no processo e desenvolve pesquisas
para melhorar e desenvolver o suporte oferecido aos professores e alunos.
Cada monitor atende as turmas sob a sua responsabilidade, devendo propiciar um
envolvimento com os alunos, aplicar e analisar as avaliações do modelo e das disciplinas
oferecidas nos cursos, bem como o questionário de perfil que foi desenvolvido para que a
equipe possa conhecer melhor os envolvidos nos cursos diagnosticando um perfil geral da
de turma.
Utilizando informações obtidas por meio da aplicação do Questionário de Perfil criado pela equipe
de monitoria, o artigo considera as relacionadas aos fatores motivacionais dos alunos. Considera-se os dados
de 1999 e 2000 com todas as turmas de mestrado a distância do PPGEP. O questionário de perfil foi aplicado
via Internet nas 34 turmas que tiveram o início de curso no período compreendido entre fevereiro de 1999 e
junho de 2000. Destas turmas contabilizou-se um total de 1027 alunos, sendo que 890 responderam ao
questionário, o que corresponde a uma média de 86,66% de respostas. A idade média ficou estimada entre os
30 e 49 anos, com um total de 340 respostas que perfazem 38,9% das respostas.
Considerando os fatores motivacionais dos alunos adultos dos cursos, e que os mesmos puderam
escolher mais de uma alternativa, tem-se os seguintes percentuais de um total de 1902 ocorrências:
Fatores Motivacionais
Ocorrências
Percentuais
Atualização profissional
440
23.13%
Aprimoramento/ realização pessoal
272
14.30%
Base teórica para aplicar na profissão
267
14.03%
Interesse pela área de concentração
220
11.56%
Desafio pessoal
195
10.25%
Necessidade de titulação
186
9.77%
Possibilidade de troca de experiências
173
9.09%
Interesse em ingressar em uma instituição de ensino
129
6.78%
Outros
20
1.05%
Fonte: Relatório de Perfil Geral dos alunos a Distância do LED, 2000
Fatores Motivacionais
9%
1%
23%
10%
14%
14%
12%
10%
7%
Atualização
Base teórica
Necessidade de titulação
Interesse/instituição
Interesse pela área
Aprimoramento/realização
Desafio pessoal
Troca de experiências
Outros
Fonte: Relatório de Perfil Geral dos alunos a Distância do LED, 2000.
Com estes dados, pode-se perceber que os fatores motivacionais que levaram os alunos a se
engajarem nos cursos, são: em primeiro lugar a Atualização Profissional que obteve 440 ocorrências
perfazendo um percentual de 23,13%, seguido do Aprimoramento/Realização Pessoal com 272 ocorrências,
num total de 14,30% das escolhas, e em terceiro lugar pela opção Base teórica que obteve 267 ocorrências,
perfazendo 14,03% do total.
Considerando que a maioria dos alunos a distância vinculados ao PPGEP estão
ativos profissionalmente, é possível verificar que realmente há a necessidade de
aperfeiçoamento e que existe uma grande demanda no Brasil pelos cursos oferecidos à
distância. No caso do LED/PPGEP, a tecnologia escolhida foi a videoconferência pelo fato
dela proporcionar uma “passagem gradual da sala de aula presencial para o ensino a
distância” (Barcia et al., 1996). Mesmo estando distantes entre si, essa tecnologia permite
que vídeo e áudio sejam transmitidos em tempo real, independente da distância física dos
envolvidos. O que não faz da educação a distância uma prática impessoal, sem feedback da
instituição e sem envolvimento pessoal de alunos, professores e instituição em geral.
4. Conclusões
Frente ao acelerado processo de globalização e desenvolvimento das tecnologias de informação e
comunicação, a EaD tem exercido um papel importante no atendimento das necessidades das pessoas, em
especial, os adultos profissionalmente ativos.
É imprescindível, contudo ressaltar que a tecnologia por si só não determina a
qualidade e o sucesso destas iniciativas e por isso há a necessidade de investir em outros
aspectos que estão envolvidos no processo; nesse caso a motivação, que é percebida como
um fator fundamental na aprendizagem.
A EaD é uma modalidade de educação capaz de atender um público diferenciado que dificilmente
teria acesso à educação convencional. Desenvolver um curso nesta modalidade e manter os alunos
envolvidos motivados é, hoje, um grande desafio a ser vencido.
Quando no contexto da educação a distância, a motivação passa a apresentar uma significância
especial, uma vez que os alunos se deparam com situações, muitas vezes novas. É o caso da distância física
entre professores, alunos e instituição em geral, bem como a necessidade do uso intensivo das tecnologias de
comunicação. Nesse momento, é importante que se atente para a situação motivacional de cada aluno pois,
ela será o fator norteador das atividades e empreendimentos dos alunos: necessidade de aprender assuntos
específicos, envolvimento com outros alunos e com o próprio professor, busca de informações, geração do
conhecimento. Tudo isso, envolve o fator interno de cada aluno quando participando de um curso a distância.
Considerando esses fatores, o LED/PPGEP trabalha com equipes para oferecer suporte ao aluno. A
equipe de monitoria em específico, procura manter um contato com o aluno individual e coletivamente
procurando apoiá-lo durante todo o curso. Através desse apoio procura-se atender suas dificuldades e
necessidades tanto relacionadas com assuntos acadêmicos, como operacionais e também motivacionais.
Acredita-se que, se o aluno tem suas necessidades atendidas e sente-se parte do curso e da instituição –
mesmo estando distante, é possível que desenvolva habilidades para continuar no curso, sejam elas o perfil
autônomo ou a dedicação independente aos estudos, para assim garantir o seu aprendizado.
Através das informações coletadas nos perfis das turmas de mestrado, a equipe de
monitoria do LED desenvolve atividades e estratégias de atendimento específicos que
venham atender as dificuldades dos alunos bem como, facilitar a comunicação entre
alunos-professores e alunos-instituição. Procura-se oferecer um atendimento personalizado
e objetivo nessas atividades para que, o ensino a distância oferecido aos mesmos, possa
suprir os fatores motivacionais que os levaram a se engajarem nos cursos.
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