UMA HISTÓRIA A humanidade como um todo traz em suas células

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UMA HISTÓRIA
A humanidade como um todo traz em suas células uma pesada carga ancestral, carga que lhe impede dar passos no aqui e
no agora. Traz consigo uma profunda dor que a leva a permanecer num constante deserto, ainda quando o som enviado
desde planos subtis sinais luminosos de como resgatar a sua
própria sombra1. Devido à densidade planetária e à interferência de forças que se opõem à evolução, a humanidade
permanece neste estado de ilusão, afirmando que é aquilo que
o limita, aquele sentido de separação.
Só a entrega e o esquecimento de si poderão curar o homem
daquela carga ancestral, carga que atrasa os seus passos como
peregrino do cosmos.
A seguinte história nos mostra o actual estado da humanidade
e as possibilidades latentes que desde sempre têm permanecido no seu interior.
Constantemente, peregrinos de Terras distantes se adentravam nas
mais altas montanhas do reino de Anuea, buscando encontrar-se
com um Venerável Ancião, um eremita,2 do qual se dizia que
era tão velho como as mesmas montanhas. Todos se dirigiam à
1
Ver Glossário.
Eremita: Quem vive em sintonia com a Vida Una, completamente entregue a seus
núcleos mais internos.
2
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sua ermida3 buscando a paz que tanto era necessária naquele ciclo
da humanidade.
Maia4, uma jovem buscadora da verdade que desde a sua terna
infância sentia um forte impulso de viver as Leis superiores, era
um destes peregrinos que se dirigia ao encontro com aquele Venerável. Pois, desde há já vários anos, uma dor que não era física
acompanhava a jovem Maia impedindo que a luz da sua Alma
se pudesse expressar.
Maia chegou ante a presença deste Venerável Ancião. Seu rosto
expressava uma profunda solenidade. Tudo ao seu redor emanava
um profundo Silêncio, nada se atrevia a realizar movimento algum por respeito àquele sagrado Silêncio. De repente, o Venerável
Ancião emergiu das profundidades de seu Ser e ao abrir os seus
olhos olhou directamente a jovem Maia e lhe perguntou:
—¿Por que sofres, ¡oh! Peregrino?
A jovem Maia respondeu:
—Faz já largo tempo trago comigo uma dor ancestral, uma dor
que não me permite integrar-me aos ritmos da Vida. Intento libertar-me dela, mas não me é possível.
Desde seu centro e permanecendo no centro, o Ancião respondeu:
3
Ermida: Lugar que oferece as condições para a vida de contemplação.
Maia: Nome da estrela que faz parte do cúmulo aberto das Pleiades na constelação de
Touro.
4
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Andrés Ríos
—Esta dor ancestral que trazes contigo é todo o peso do passado,
tudo aquilo que não foi resolvido e que hoje necessita ser resgatado.
A jovem peregrina permaneceu em silêncio, reflectindo sobre estas
palavras.
Então, o Ancião prosseguiu:
—Eu falei a ti faz ciclos… Depositei no umbral da tua porta a
chave que abria a nova existência… e tu não escutaste.
A jovem peregrina olhou com assombro o Venerável Ancião.
—Não te exaltes querida filha ‒disse Ele. É chegada a hora de
andar com novo Espírito, a ousadia será teu estandarte; a simplicidade, teu novo caminhar. Recorda: és profundamente Amada.
A jovem Maia então perguntou:
—¿Por que sinto que não sou deste mundo? ¿Por que me custa
tanto adaptar-me ao ambiente em que vivo?
—Querida Filha, nada pertence a este mundo ‒respondeu o Ancião. Teu Espírito, teu verdadeiro ser, vive na Eternidade. Vosso
Espírito é um Eterno Peregrino que viaja por todo o Universo estacionando-se em diferentes mundos para assim viver a grande aventura da dualidade.
Nada encontrarás nos caminhos deste mundo.Tu não és o corpo,
não és a mente.Tua morada está mais além.O reino ao qual per-
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O Caminho do Lírio
tences habita em teu interior e a chave que te dará acesso a ele é a
palavra PA X5.
Permite que o Fogo do Espírito te Cure de toda a dor ancestral.
Bebe de sua Água pura e ali, em teu mundo interior, encontrarás
a força que necessitas para transcender aquela carga que necessita
ser Resgatada.
Deixa que os Ventos de teu Espírito te conduzam à Suprema
Morada. Permite que o seu Aroma te revele os Mistérios de
mundos distantes. Permite que a Graça Cósmica te Liberte. E
então, só então, poderás Comungar com a Luz das Estrelas. Os
Tesouros que desde sempre te têm pertencido te serão entregues.
Serás portadora da chama P A X e ali, no Silêncio do Coração,
elevarás a substância Planetária.
Entrega-te a Vida Uma. Torna-te Colaboradora dos Mundos
distantes. Submerge-te nas Águas do Espírito e Emerge com Novos Trajes: aqueles que estarão livres de toda a dor. Serás então
um Luminar em tempos de obscuridade. Esquece-te de ti. Elevate como uma Chama Viva, segue os Ventos de teu Espírito,
submerge-te em sua Chama P A X.
Olha a Luz das Estrelas: ali encontrarás o teu verdadeiro lugar.
Não esquesas que tua verdadeira Morada é o Cosmos. Escuta o
Som em teu interior, escuta a Voz que Afirma: tua nova Morada será tecida em Fios de Ouro e o teu Coração jamais voltará a
perecer. Assim Eu Afirmo.
5
Pax: Décimo terceiro Raio, o Raio Crístico. Seu som-qualidade é o silêncio detrás do
silêncio.
Ver capítulo – Aldebarán Caminhos de Pax.
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Andrés Ríos
Então, num olhar solene, o Ancião se dirigiu à jovem Maia exortando-a com as seguintes palavras:
—Recebe o Cálice, oh! Eterno Peregrino, que sua Chama Axial
eleve tua Consciência, que o Céu desça à Terra.
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