VI SBQEE 21 a 24 de agosto de 2005 Belém – Pará – Brasil Código: BEL 02 7585 Tópico: Aplicação de Novas Tecnologias UTILIZAÇÃO DE BOBINAS DE ROGOWSKI NA DETECÇÃO DE TRANSITÓRIOS PARA LOCALIZAÇÃO DE FALTAS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA SÉRGIO HENRIQUE LOPES CABRAL ELISETE TERNES PEREIRA LUIZ HENRIQUE MEYER RAFAEL EDUARDO WERLICH JOÃO MARCOS RIBEIRO FURB FURB FURB FURB CELESC RESUMO O objetivo deste trabalho é apresentar a aplicação da bobina de Rogowski para a medição precisa de perturbações decorrentes de faltas em sistemas de distribuição de energia elétrica, permitindo a precisa localização do ponto de falta. Uma vez localizada a falta, torna-se possível o rápido restabelecimento da energia, elevando o nível de qualidade da energia. Atualmente, essa técnica é utilizada em sistemas de transmissão, utilizando outros equipamentos que não a bobina de Rogowski. Com a crescente demanda por essa técnica em redes de distribuição de energia elétrica, a utilização desse equipamento demonstra ser técnica e economicamente viável. PALAVRAS-CHAVE Bobina; rogowski; falta; localização; distribuição. 1.0 INTRODUÇÃO A bobina de Rogowski é um dispositivo eletromagnético conhecido há longo tempo e que apresenta diversas aplicações importantes[1,2]. Dentre essas aplicações, a medição de elevadas correntes é uma das principais. Não obstante, para a medição de corrente com finalidades tarifárias, a opção por transformador de corrente é normalmente muito mais difundida, ainda que o uso desse equipamento implique em maiores custos, por ser um equipamento relativamente pesado e volumoso, além de incorrer em problemas de precisão, devido aos efeitos da não-linearidade do seu circuito magnético[3]. Ao contrário, a bobina de Rogowski normalmente não possui núcleo de material ferromagnético, o que implica num menor custo, em geral. Uma possível razão da preferência pelo transformador de corrente está no fato de que a bobina de Rogowski transduz a corrente primária numa tensão secundária que é proporcional à taxa de variação no tempo dessa corrente. Portanto, a tensão secundária precisa ser integrada para que se torne a imagem da corrente elétrica primária. Embora esse problema não exista com o transformador de corrente, é importante considerar que esse aparente problema relacionado à bobina de Rogowski pode ser facilmente resolvido com uso de um simples capacitor no circuito secundário[3]. Por conta dessa simplicidade, o uso da bobina de Rogowski tem se difundido intensamente, nos últimos anos [4-6]. Já no que diz respeito ao registro de eventos transitórios da corrente elétrica, a discrepância entre o desempenho de cada um desses dois elementos torna-se ainda maior, em face da resposta em freqüência inerentemente mais ampla que a bobina de Rogowski apresenta. Essa melhor característica na resposta em freqüência, por sua vez, faz com que seja preferível a bobina de Rogowski para a localização precisa de pontos faltas em sistemas de distribuição de energia elétrica, em detrimento do transformador de corrente. Afinal, essa característica de resposta em freqüência da bobina de Rogowski permite que se obtenha no seu secundário uma tensão que representa com Sérgio Henrique Lopes Cabral – Departamento de Engenharia Elétrica e Telecomunicações FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau – Caixa Postal 888 – CEP 89010-971 Fone : 47 221 6030 ; Fax 47 221 6001 194 maior fidelidade a corrente primária em regime de transitórios muito rápidos. Historicamente, a localização de faltas originou-se em sistemas de transmissão de energia elétrica, utilizando-se de sistemas de detecção de transitórios de corrente conectados no circuito secundário de transformadores de proteção[7,8]. Tendo sido bem sucedida nos sistemas de transmissão, a implantação dessa mesma técnica vem sendo gradativamente adequada aos sistemas de distribuição, considerando as diferenças entre esses dois sistemas. E uma das principais diferenças é o fato de que em sistemas de distribuição os circuitos freqüentemente apresentam derivações, caracterizando os circuitos anelados ou radiais. Por conta dessa maior capilaridade, a localização de faltas tornase bastante mais complexa do que em sistemas de transmissão, nos quais a propagação da onda viajante de um dado defeito estará tão confinada e, por isso, terá seu comportamento tão previsível, que a localização pode ser feita mesmo com o uso de apenas um elemento detector, instalado na subestação, configurando o sistema single-end[7]. Por outro lado, num circuito alimentador de um sistema de distribuição, quanto mais derivações houver, maior será a combinação de caminhos disponíveis para o tráfego de uma onda viajante desde o defeito, requerendo uma solução inviável, que seria a instalação de elementos detectores em todos os ramais, e em seu início e fim. Não obstante, os defeitos são mais prováveis e mais freqüentes nos sistemas de distribuição, o que faz com que cada vez mais se procurem alternativas viáveis para que as empresas concessionárias de energia possam rápida e eficientemente localizar pontos de defeito, para prontamente restabelecer o fornecimento de energia, ao reparar o dano localizado[8,9,10]. Para isso, um dos requisitos fundamentais para os dispositivos utilizados para a detecção de defeitos é a fidelidade com que os mesmos devam reproduzir a forma de onda de eventos transitórios, presentes no primário. E isso faz com que o transformador de corrente, freqüentemente aproveitado para esse fim, em linhas de transmissão, não seja tão atraente para as redes de distribuição. Afinal, o transformador de corrente utilizado em redes de distribuição, tanto o de proteção quanto o de medição, inerentemente apresenta circuito ferromagnético, que compromete a sua resposta em freqüência, tornando a detecção mais lenta e reproduzindo com discutível fidelidade os defeitos manifestados no circuito primário. Por sua vez, é importante considerar o preço da aquisição e instalação de vários transformadores de correntes em circuitos de redes de distribuição, o que por si só já implica na total inviabilidade dessa opção. Uma alternativa deve, portanto, utilizar um outro dispositivo que não o transformador de corrente, e que deva ser economicamente viável e de melhor resposta em freqüência. Essa é, portanto, a base da proposta para o uso da bobina de Rogowski, apresentada neste trabalho, no qual são apresentados resultados experimentais que demonstram a superioridade do desempenho da bobina de Rogowski frente ao transformador de corrente. Complementarmente, uma análise teórica é também apresentada, ratificando e explicando o melhor desempenho da bobina de Rogowski. Por estas características técnicas, somadas à simplicidade com que se constrói a bobina de Rogowski, se vislumbra a aplicação desse dispositivo para se conseguir uma maior agilidade na localização de defeitos, o que contribuirá para o mais rápido restabelecimento do serviço de energia e, efetivamente contribui para a elevação de qualidade do fornecimento de energia elétrica. Alguns detalhes construtivos inerentes à bobina, de forma a atingir o objetivo proposto, são fornecidos. 2.0 CARACTERIZAÇÃO Existem inúmeras formas para a bobina de Rogowski, sendo essas decorrentes das diferentes aplicações desse dispositivo, desde em circuitos eletrônicos impressos até em circuitos de alta potência, com elevadas correntes. Mas de uma forma geral, a bobina de Rogowski consiste de um enrolamento em aberto, composto por espiras em série, providencialmente dispostas de forma que o campo magnético, estabelecido ao redor do condutor, crie um fluxo magnético no interior desse enrolamento. Pelo fato das espiras precisarem tanto de sustentação mecânica quanto de estar eletricamente isoladas do condutor, um material isolante é normalmente utilizado para que as espiras sejam enroladas sobre ele. Desta forma, a diferença de potencial entre seus terminais será, tal como previsto pela lei de Lenz, diretamente proporcional às seguinte grandezas : - Taxa de variação, no tempo, da corrente do condutor (corrente primária); Número de espiras ; Área da secção transversal das espiras; 195 Na Figura 1 está mostrado um arranjo básico descritivo de uma bobina de Rogowski, onde se indica a corrente do condutor, I(t), e o campo magnético criado ao redor do mesmo, H(t),originando fluxo magnético na área da bobina definida pela secção transversal de cada uma de suas N espiras. FIGURA 1 Arranjo elementar descritivo da bobina de Rogowski Como conseqüência à proporcionalidade à taxa de variação temporal da corrente, que significa sua função derivada, em regime senoidal puro permanente a diferença de potencial entre os terminais da bobina de Rogowski estará defasada em 90 graus elétricos da corrente elétrica. Com isso, é possível se utilizar fatores de conversão para se obter o comportamento real da corrente ou mesmo se utilizar elementos integradores, para tornar a diferença de potencial diretamente proporcional à função primitiva de corrente do condutor. Por extensão, com a utilização da lei de Ampère e a consideração da geometria da bobina de Rogowski é possível se avaliar o campo magnético ao redor do condutor. Essa característica fundamental, de que a diferença de potencial entre os terminais da bobina de Rogowski seja diretamente proporcional à taxa de variação da corrente passante por um condutor envolvido pela mesma bobina, se mantém como verdadeira por um espectro significativamente mais amplo que a resposta em freqüência de um transformador de corrente. Esse espectro pode facilmente alcançar mais que 1 MHz, em se projetando adequadamente a bobina. Por exemplo, deve-se tomar cuidado para que suas espiras não fiquem tão próximas entre si, de forma a se evitar o aparecimento de elevadas capacitâncias parasitas, que causam corte na resposta em freqüência em transformadores de corrente. Intrinsecamente, a ausência do circuito magnético retira a inércia de corrente, contribuído para a redução da indutância, vindo a ser mais um fator que contribui para a melhoria da resposta em freqüência. Normalmente, a bobina de Rogowski possui núcleo de material isolante, cuja permeabilidade magnética é igual a do ar, µo. Essas simples características são as que permitem com a utilização da bobina de Rogowski seja possível reproduzir fielmente perturbações do tipo ondas impulsivas viajantes, uma vez que o espectro dessas ondas está compreendido dentro da faixa de resposta em freqüência alcançável por uma bobina de Rogowski. Com isso, basta integrar numericamente a forma de onda registrada ou, ainda, trabalhar com o próprio sinal da saída da bobina de Rogowski que, por ser de natureza diferencial possui muito maior sensibilidade que o sinal original, permitindo um tratamento tal que a precisão na localização de falta seja efetivamente maior. Por outro lado, o transformador de corrente presta-se eminentemente se obter a idêntica imagem de elevadas correntes senoidais em regime permanente. Seja com a finalidade tarifária, para a qual a fidelidade da reprodução deve ser elevada, seja com a finalidade de proteger circuitos elétricos contra sobrecorrentes, para a qual intrinsecamente se tolera uma menor fidelidade. Para aplicações que não essas, o transformador de corrente não se presta nem mesmo para o registro de correntes transitórias senoidais, tal como o caso da corrente de inrush. O motivo básico dessa incapacidade está no fato de que, sendo concebido para trabalhar em regime senoidal permanente, o transformador de corrente apresenta circuito magnético, que inerentemente apresenta a saturação magnética e o efeito da histerese. Esses fatores, por sua vez, fazem com que o transformador de corrente tenha um comportamento não-linear ao se trabalhar com correntes cuja amplitude exceda os valores especificados. Adicionalmente, a nãolinearidade se transfere para a resposta em freqüência do transformador, causando efeitos extremamente complicadores tal como o fato de que o comportamento da relação de transformação, em função da freqüência, dependa da amplitude das correntes inseridas no mesmo. Também pela intrínseca proximidade entre condutores de espiras próximas, de cada enrolamento, o surgimento de capacitâncias parasitas faz com que componentes de elevada freqüência, do espectro de correntes transitórias, prefiram circular por esses caminhos de baixa impedância, representando um corte na resposta em freqüência de transformadores de corrente, que invariavelmente limita-se a 50 kHz, quando muito, em transformadores de corrente de núcleo 196 de material ferromagnético. Semelhantemente ao caso da bobina de Rogowski, existem diversos tipos de transformadores de corrente, com núcleo de ar ou ainda com núcleo de materiais magnéticos lineares, por exemplo, cujo desempenho alcança uma faixa intermediária à da bobina de Rogowski e do transformador de corrente, no que diz respeito à resposta em freqüência. Por conta de que esses tipos de transformadores de corrente tenham uma aplicação relativamente específica, os mesmos não estão contemplados nesta análise. Por fim, cabe assinalar que a utilização do transformador de corrente na localização de faltas, baseada nos princípios das ondas viajantes ainda assim se mostrou extremamente satisfatória em sistemas de transmissão de energia elétrica, vindo a representar uma acentuada economia, uma vez que os transformadores de corrente já estavam instalados nesses sistemas[1]. Somente as particularidades da localização de falta nos sistemas de distribuição é que não permitiram o aproveitamento do transformador de corrente, que também se mostra disponível, porém com restrita capacidade para esse fim. como um shunt de corrente, do qual foi retirado sinal de tensão proporcional à corrente secundária e, conseqüentemente, proporcional à corrente primária; Bobina de Rogowski: Confeccionada, a pedido dos autores, por um importante fabricante nacional de transformadores a seco, situado em Blumenau-SC. A bobina apresenta isolamento em resina epóxi, sendo dimensionada para operar na classe 25 kV. A relação de transdução é de 200 mV para cada 100 A, tendo sido verificada ser essa relação linear. O seu secundário apresenta conexão para cabo de osciloscópio. Na Figura 3 está apresentada a bobina, da qual se depreende as dimensões da bobina ao se comparar com uma caneta esferográfica, também mostrada. 3.0 VERIFICAÇÃO EXPERIMENTAL Para realizar a comparação entre o comportamento da bobina de Rogowski e do transformador de corrente, um circuito semelhante ao de [9], porém com sensíveis melhorias, no sentido de efetivamente utilizar-se equipamentos de classe de isolação de 25 kV, foi estabelecido em laboratório. O circuito apresentou um comprimento inferior a 4 m, sendo constituído de uma fonte senoidal de elevada capacidade de corrente ligada em série com um transformador de corrente, uma bobina de Rogowski e uma carga indutiva, cuja impedância serve para limitar a corrente do circuito. Essa carga parcialmente indutiva, por sua vez, teve uma chave seccionadora em paralelo, normalmente aberta, que ao ser fechada retira a capacidade de limitação da corrente, provocando um efeito semelhante ao de um curto-circuito. Em ocorrendo esse curto-circuito, o comportamento do circuito secundário de cada um dos dois equipamentos foi simultaneamente registrado em osciloscópio. O diagrama desse circuito está mostrado na Figura 2. As características dos equipamentos para registro do transitório são : Transformador de corrente : Do tipo de proteção, Classe 25 kV, com relação 400:5 A / 60 Hz, tendo em seu secundário uma carga resistiva de 1,0 Ω, representativa de uma carga típica desse equipamento. Essa carga também funcionou FIGURA 2 Diagrama esquemático do circuito experimental FIGURA 3Bobina de Rogowski utilizada no experimento Ainda de acordo com o diagrama da Figura 2, a corrente em regime esteve por volta de 400 A, estando a chave seccionadora aberta. O fechamento da chave provoca um curto-circuito nos terminais da carga, elevando a corrente do circuito para cerca de 600 A, em regime. Uma vez realizado esse curto-circuito, o registro de 197 dois eventos desses está mostrado nas Figuras 4 a 7, que exibem o comportamento da tensão nos terminais da bobina de Rogowski em simultaneidade à tensão no shunt do circuito secundário do transformador de corrente, ambos obtidos através de osciloscópio digital. Para um melhor detalhamento do evento transitório, as Figuras 5 e 7 exibem, para um mesmo evento, o comportamento das mesmas grandezas mostradas nas Figuras 4 e 8, respectivamente, com escala de tempo reduzidas. Evento 2 - Tensão nos terminais da bobina de Rogowski e tensão no shunt de corrente, no secundário do transformador de corrente Escala de tempo de 2 ms por divisão; FIGURA 7 Evento 2 - Detalhamento da Figura 4 Escala de tempo de 0,5 ms por divisão FIGURA 4 Evento 1 - Tensão nos terminais da bobina de Rogowski e tensão no shunt de corrente, no secundário do transformador de corrente Escala de tempo de 2 ms por divisão; FIGURA 5 Evento 1 - Detalhamento da Figura 4 Escala de tempo de 0,5 ms por divisão FIGURA 6 4.0 ANÁLISE DOS RESULTADOS Os resultados mostrados nos gráficos das Figuras 4 a 7 permitem atestar que a bobina de Rogowski responde com mais intensidade às perturbações existentes no circuito primário. Em considerando que os pares de gráficos das referidas figuras que correspondem a um mesmo evento, nota-se que a bobina de Rogowski possui maior sensibilidade à variação de corrente, graças à sua natureza diferencial. Aliás, por conta dessa natureza, é importante observar que nos quatro gráficos há uma inversão de polaridade no registro de uma das grandezas. Afinal, a natureza diferencial da bobina de Rogowski faz com que a tensão em seus terminais esteja adiantada em noventa graus elétricos em relação à corrente, em regime senoidal permanente. Entretanto, é simples constatar que há essa inversão. Por exemplo, através da Figura 4 notase que quando a chave é efetivamente fechada, a tensão nos terminais da bobina de Rogowski sofre uma visível descontinuidade, decrescendo de valor, enquanto que a corrente cresce, ainda que lentamente. Pela natureza diferencial da tensão nos terminais da bobina de Rogowski, um dos dois sinais está com o sinal trocado. Porém, é importante citar que essa inversão foi proposital, no sentido de permitir melhor visualização do comportamento gráfico das duas grandezas simultaneamente registradas. Por outro lado, a tensão no shunt do secundário do transformador de corrente, que neste caso pode ser considerada como uma imagem da corrente primária[9]. No que diz respeito ao tratamento de dados para a localização de faltas, a integração numérica da forma de onda dos terminais da bobina de Rogowski permite obter a forma de 198 onda idêntica à da corrente primária. Não obstante, é mais interessante trabalhar com a própria tensão obtida dos terminais da bobina, uma vez que essa inerentemente apresenta maior quantidade de informações, sendo mais útil na localização de faltas. Finalmente, cumpre salientar que os gráficos mostrados nas Figuras 4 a 8 não permitem mostrar o comportamento completo da corrente de curto-circuito simulado , que faz com que a corrente do circuito primário salte de 400 A para cerca de 600 A, conforme citado anteriormente. Afinal, com o objetivo de se mostrar a variação súbita da corrente e da tensão nos terminais da bobina de Rogowski, as escalas utilizadas para os referidos gráficos não contempla o intervalo de tempo de duração do evento transitório na freqüência industrial, conhecido como corrente de inrush. 5.0 CONCLUSÕES A bobina de Rogowski presta-se perfeitamente ao registro de transitórios de corrente elétrica, com diversas vantagens sobre o transformador de corrente. Desde a simplicidade na sua construção, a resposta em freqüência mais ampla, peso, dentre outros, a bobina de Rogowski permite registrar com intensa sensibilidade pequenas variações de corrente primária, chegando a atingir o espectro das ondas viajantes. O experimento realizado e mostrado neste trabalho procurou enfatizar, de forma qualitativa, somente, a sensibilidade da bobina de Rogowski , na ocorrência de eventos como curtos-circuitos, e representativos de faltas em sistemas de distribuição de energia elétrica. O comportamento mostrado denota a elevada sensibilidade da bobina de Rogowski e a habilita para ser empregada na aquisição de sinais em sistemas de localização de faltas, permitindo se obter dados com elevada a riqueza em informações. Os resultados mostrados também habilitam a realização de trabalhos avançados, no sentido de efetivamente aplicar a bobina efetivamente na localização de faltas em sistemas de distribuição de energia elétrica. Uma das grandes vantagens na sua utilização em redes de distribuição será a facilidade e menor custos para instalação desses equipamentos em vários pontos da rede, o que provavelmente será necessário para a adequação da técnica de localização de faltas nesse tipo de rede, pelo fato dessas redes inerentemente apresentarem diversas derivações. E nesse caso, a opção pela instalação de transformadores de corrente seguramente implicaria em custos muito mais elevados. 6.0 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem imensamente ao apoio da BLUTRAFOS - Blumenau Transformadores Ltda, pela presteza e colaboração na produção de diversas bobinas de Rogowski, para serem utilizadas para o levantamento de dados deste trabalho. 7.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] - A. P. Chattock,"On a magnetic potentiometer”, in Philos. Mag., 24 (5) pp. 9496, 1887. [2] - W. Rogowski und W. Steinhaus, “Die messung der magnetischen spannung”, in Arch. Elektrotech., 1, Pt. 4, pp. 141-150, 1912. [3] - D.A. Ward, ”Precision measurements of AC currents in the range of 1 A to greater than 100 kA using Rogowski Coils” , in British Electromagnetic Measurements Conf., National Physical Laboratory, October 1985, contribution 8/2. [4] - http://www.exon1.demon.co.uk [5] - http://www.willow.co.uk/html/rogowski_coils. html [6] - http://www.widebandcts.fsnet.co.uk/Index.htm [7] - D. W. P Thomas, R. J. O. Carvalho, E. T. Pereira and C. Christopoulos, "Single and double ended travelling-wave fault location on a MV system",in 8 th International Conference on Developments in Power System Protection, Amsterdam, 2004. [8] - R. J. O. Carvalho, D. W. P. Thomas and E. T. Pereira, "Fault location in distribution systems based on traveling waves", in IEEE - Power Tech2003, Bolonha, 2003. [9] - S. H. L. Cabral, E.T. Pereira, J. M. Ribeiro, L.H. Meyer, R.E. Werlich, “Utilização de bobinas de rogowski para registro de transitórios de corrente em redes de distribuição de energia elétrica” , in XI ERIAC – Encontro Regional Ibero-americano do CIGRÉ, Ciudad del Este, 2005. [10] - E.T. Pereira, S.H.L. Cabral, M. Januário, E. Ignatowicz ,J. Bachman, “Monitoramento da tensão em indústrias e avaliação de vulnerabilidade”,in Eletricidade Moderna, pg. 52-59, março de 2005.