Macroeconomia Aplicada - Notas de Aula Professor

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Prof. Waldery Rodrigues Jr. – Macroeconomia – Notas de Aula
Macroeconomia Aplicada - Notas de Aula
Professor: Waldery Rodrigues Júnior
1. Consumidores ricardianos x não-ricardianos:
𝒏ã𝒐 − 𝒓𝒊𝒄𝒂𝒓𝒅𝒊𝒂𝒏𝒐𝒔: ↑ 𝐶𝑡 ; ↑ 𝐶𝑡+1
𝑛𝑒𝑐𝑒𝑠𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒
𝑞𝑡𝑑 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑐𝑢𝑟𝑠𝑜𝑠
↓ 𝑇𝑡 � 𝒓𝒊𝒄𝒂𝒓𝒅𝒊𝒂𝒏𝒐𝒔: ↑ 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑖𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ⇒ ↑ 𝑇
⇒ ↑ 𝑟𝑡+1 ⇒ ↑ 𝑟𝑡 ⇒ ↓ 𝐶𝑡 ; ↑ 𝑆𝑡
𝑡+1 ⇒ ↓
𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑚𝑝𝑟é𝑠𝑡𝑖𝑚𝑜𝑠
𝑑𝑜 𝑔𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜 𝑒𝑚 𝑡 + 1
2. Clássicos x Keynesianos:
A principal distinção entre as escolas clássica e keynesiana está na hipótese de flexibilidade de
preços. Para os clássicos os preços são totalmente flexíveis e determinados pelas forças de
oferta e demanda (mão invisível de Adam Smith). Para os keynesianos os preços são
parcialmente rígidos, o que implica em uma necessidade de participação do governo na
economia, principalmente através de políticas de incentivo à atividade econômica (política
fiscal).
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3. Modelo IS-LM:
política fiscal expansionista → impacto sobre o resultado orçamentário
𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑒𝑛𝑑ó𝑔𝑒𝑛𝑎𝑠: 𝑖, 𝑌
�
𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑒𝑥ó𝑔𝑒𝑛𝑎𝑠: 𝑇, 𝐺
↓ 𝑇; 𝐺̅
(𝑇 − 𝐺) ↓ � 𝑇�; ↑ 𝐺
⇒ ↑ 𝑌; ↑ 𝑖
↓ 𝑇 ↓ 𝐺; ↑ 𝑇 ↑ 𝐺
política monetária expansionista
�
𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑒𝑛𝑑ó𝑔𝑒𝑛𝑎𝑠: 𝑖, 𝑌
𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑒𝑥ó𝑔𝑒𝑛𝑎𝑠: 𝑀, 𝑃
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𝑀
⏟
𝑃
𝑒𝑛𝑐𝑎𝑖𝑥𝑒𝑠
𝑟𝑒𝑎𝑖𝑠
↑ ⇒ ↑ 𝑌; ↓ 𝑖
4. Armadilha da Liquidez (LM horizontal; taxa de juros muito baixa):
𝑝𝑜𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑚𝑜𝑛𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎
�
𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎
𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜: ↑ 𝑌; ↓ 𝑖 ⇒ ↑ 𝐶; ↓ 𝑆
↑𝑀
�↑
𝑎çã𝑜: ↑ 𝑀 ⇒ �
𝑃�
⇒ ↓ 𝑖, 𝑝𝑜𝑟é𝑚 𝑌�
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Simulado Macroeconomia
Resolução de exercícios:
7. Segundo o modelo IS-LM um novo equilíbrio onde a taxa de juros aumentou e o nível de
atividade econômica (produto) aumentou (em relação ao equilíbrio original e em
decorrência de movimento nas curva IS e LM) pode ser obtido, de forma inequívoca, em
decorrência de políticas como, por exemplo (nota: desconsidere casos extremos para a IS e
para a LM):
a) Política Fiscal Expansionista simultaneamente realizada com uma Política Monetária
Expansionista.
𝑝𝑜𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑓𝑖𝑠𝑐𝑎𝑙 𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎: ↑ 𝑌; ↑ 𝒊
𝑝𝑜𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑚𝑜𝑛𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎: ↓ 𝒊; ↑ 𝑌
O efeito líquido de uma política fiscal expansionista (deslocamento da curva IS para cima e
para a direita) simultaneamente realizada com uma política monetária expansionista
(deslocamento da curva LM para baixo e para a direita) sobre a taxa de juros é
indeterminado, dependerá da magnitude das políticas fiscal e monetária.
b) Política Fiscal Expansionista.
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𝑝𝑜𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑓𝑖𝑠𝑐𝑎𝑙 𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎: ↑ 𝑌; ↑ 𝑖
c) Política Fiscal Expansionista simultaneamente realizada com uma Política Monetária
Contracionista.
𝑝𝑜𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑓𝑖𝑠𝑐𝑎𝑙 𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎: ↑ 𝒀; ↑ 𝑖
𝑝𝑜𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑚𝑜𝑛𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎: ↑ 𝑖; ↓ 𝒀
Neste caso, o efeito líquido de uma política fiscal expansionista (deslocamento da curva IS para
cima e para a direita) simultaneamente realizada com uma política monetária contracionista
(deslocamento da curva LM para cima e para a esquerda) sobre o nível de atividade econômica
(produto agregado) é indeterminado, dependerá da magnitude das políticas fiscal e monetária.
d) Política Fiscal Contracionista.
𝑝𝑜𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑓𝑖𝑠𝑐𝑎𝑙 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎: ↓ 𝑌; ↓ 𝑖
e) Política Monetária Contracionista.
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𝑝𝑜𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑚𝑜𝑛𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎: ↑ 𝑖; ↓ 𝑌
Resposta: item b.
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Casos Extremos do Modelo IS-LM:
1. Armadilha da Liquidez (LM horizontal):
𝑝𝑜𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑚𝑜𝑛𝑒𝑡á𝑟𝑖𝑎
�
𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠𝑖𝑜𝑛𝑖𝑠𝑡𝑎
𝑜𝑏𝑗𝑒𝑡𝑖𝑣𝑜: ↑ 𝑌; ↓ 𝑖 ⇒ ↑ 𝐶; ↓ 𝑆
↑𝑀
�↑
𝑎çã𝑜: ↑ 𝑀 ⇒ �
𝑃�
⇒ ↓ 𝑖, 𝑝𝑜𝑟é𝑚 𝑌�
𝒑𝒐𝒍í𝒕𝒊𝒄𝒂 𝒇𝒊𝒔𝒄𝒂𝒍 𝒐𝒑𝒆𝒓𝒂𝒏𝒕𝒆
𝒑𝒐𝒍í𝒕𝒊𝒄𝒂 𝒎𝒐𝒏𝒆𝒕á𝒓𝒊𝒂 𝒊𝒎𝒑𝒐𝒕𝒆𝒏𝒕𝒆
2. Caso Keynesiano (IS vertical):
No caso keynesiano o investimento independe da taxa de juros, 𝐼 ≠ 𝐼(𝑖), daí temos uma curva
IS vertical, o investimento é totalmente autônomo. Neste contexto, a política fiscal é capaz de
afetar o produto agregado. O exemplo de uma política fiscal expansionista é apresentado no
gráfico a seguir.
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Já a política monetária interfere na taxa de juros, mas é incapaz de impactar os investimentos,
já que no caso keynesiano, o investimento não tem relação com a taxa de juros, logo a política
monetária é inoperante.
3. Caso Clássico (LM vertical):
No caso clássico a demanda por moeda não depende da taxa de juros, somente da renda e a
LM é vertical. Neste caso, a política fiscal não é indicada, uma vez que para os clássicos a
economia sempre estaria no produto de pleno emprego e uma política fiscal expansionista só
resultaria em inflação com o conseqüente aumento da taxa de juros.
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Já a política monetária é operante, reduz a taxa de juros, estimula os investimentos e gera um
impacto positivo sobre o produto agregado.
Note que até agora utilizamos os instrumentos de política fiscal, 𝑇 e 𝐺 (variáveis exógenas), e
os instrumentos de política monetária, 𝑀 e 𝑃 (também, variáveis exógenas), e analisamos os
resultados sobre o produto agregado 𝑌 e a taxa de juros 𝑖, ambos variáveis endógenas. Ainda
não incluímos em nossas análises a inflação (𝜋) e a taxa de câmbio (𝐸).
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Simulado Macroeconomia
Resolução de exercícios:
8. Aponte o item incorreto com relação ao modelo IS-LM.
a) É obtido a partir da determinação do equilíbrio no mercado de bens e no mercado
monetário.
Correto. O modelo IS-LM representa o equilíbrio no mercado de bens e serviços (curva
IS) e no mercado monetário (curva LM).
b) Pode ser usado como um modelo para determinação da demanda agregada.
Correto. O modelo IS-LM serve tanto para determinar a inclinação de demanda
agregada (DA), via variações no nível geral de preços 𝑃 (variável endógena), como
serve também para determinar o tipo de deslocamento que ocorre com a curva de DA,
através de mudanças nas variáveis exógenas 𝑇, 𝐺 e 𝑀.
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𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎𝑠 𝐼𝑆 − 𝐿𝑀 �
𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 𝐷𝐴 �
𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑒𝑛𝑑ó𝑔𝑒𝑛𝑎𝑠: 𝑖, 𝑌
𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑒𝑥ó𝑔𝑒𝑛𝑎𝑠: 𝑇, 𝐺, 𝑀, 𝑃
𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑒𝑛𝑑ó𝑔𝑒𝑛𝑎𝑠: 𝑃, 𝑌
𝑣𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠 𝑒𝑥ó𝑔𝑒𝑛𝑎𝑠: 𝑇, 𝐺, 𝑀, 𝑖
Políticas econômicas expansionistas deslocam a curva de demanda agregada para a
direita. Uma política fiscal expansionista, (𝑇 − 𝐺) ↓, implica em um deslocamento da
curva IS para cima e para a direita e da DA para cima e para a direita. E uma política
monetária expansionista implica em um deslocamento da curva LM para baixo e para a
direita e da DA para cima e para a direita.
Até aqui tratamos somente de demanda agregada. A oferta agregada, diferentemente
da demanda agregada, não é determinada através do modelo IS-LM. Existem diversos
outros modelos que podem explicar a oferta agregada, como por exemplo, modelos de
assimetria informacional, modelos de mercado de trabalho, de rigidez de preços ou de
custos de cardápio (menu costs), em que, para o produtor, é alto o custo de trocar
preços listados em um menu.
c) A curva IS sempre será negativamente inclinada na representação taxa de juros, nível
do produto.
É importante lembrar que a curva IS pode ser vertical, essa questão está parcialmente
incorreta. Na prova, em casos como este, a análise deve ser em cima das questões que
são absolutamente correta ou incorreta (a “mais certa” ou a “mais errada”), os casos
indefensáveis.
d) A curva LM não pode ser vertical ou horizontal na representação taxa de juros, nível
do produto.
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Incorreto. Como já vimos nos casos extremos do modelo IS-LM, a curva LM pode ser
tanto horizontal (armadilha da liquidez), como vertical (caso clássico).
e) Há situações onde o deslocamento da curva IS pode implicar em efeito nulo sobre o
nível de pleno emprego para o produto.
Correto. Como já vimos nos casos extremos do modelo IS-LM, no caso clássico (curva
LM vertical), políticas fiscais são ineficazes e incapazes de estimular o nível de
atividade econômica, o produto agregado permanece constante.
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10. Assinale a afirmativa incorreta:
a) A curva de Phillips de curto prazo apresenta uma relação inversa entre o nível de
inflação e o nível de desemprego. Há falta de consenso entre os macroeconomistas
sobre sua validade empírica.
Correto. A curva de Philips mostra a relação entre inflação e desemprego no curto
prazo e no longo prazo. A curva de Philips de curto prazo mostra o trade – off (troca)
entre inflação e desemprego no curto prazo. De forma simplificada, neste caso, a
inflação é impactada somente por mudanças no desemprego (movimentos da
demanda agregada impactam o produto agregado 𝑌 e o desemprego 𝑑). Daí, temos:
Ou seja, o benefício de uma queda no nível de desemprego, (𝑑1 → 𝑑 2 ), é
acompanhado de um custo, o aumento da inflação (𝜋 1 → 𝜋 2 ).
Já a curva de Philips de longo prazo está associada a uma oferta agregada de longo
prazo. No longo prazo o formato da curva de oferta agregada é vertical, uma vez que
para os clássicos a economia sempre estaria no produto de pleno emprego e uma
expansão da demanda agregada não teria impacto no produto agregado. Neste caso, o
desemprego não influencia a inflação, uma vez que no longo prazo estaremos na taxa
natural de desemprego (taxa de desemprego do produto de pleno emprego).
O formato da curva de Philips no longo prazo é vertical e segue o formato da curva de
oferta agregada de longo prazo. É importante observar que no longo prazo não há
trade – off entre inflação e desemprego, como no curto prazo.
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Além disso, a curva de Philips não é teórica, ainda hoje há discussões sobre a validade
de suas conclusões, tanto no efeito de curto prazo, como no de longo prazo. No Brasil,
por exemplo, na última década, temos convivido com uma queda no nível de
desemprego e inflação praticamente constante. Ou seja, a curva de Philips de curto
prazo não apresenta o formato padrão negativamente inclinada. Temos uma situação
de aumento do emprego, acompanhado de um aumento da formalização no mercado
de trabalho e aumento dos salários nominais. São mudanças estruturais importantes
que ainda não são completamente explicadas.
b) A curva LM sofrerá um deslocamento para a direita quando houver um aumento da
oferta de moeda (M) ou quando houver uma diminuição do valor do nível geral de
preços (P). Estes dois efeitos (aumento de M e diminuição de P) podem ter efeitos
quantitativos sobre a LM diversos embora seu impacto qualitativo seja de mesmo
sentido (deslocamento para a direita da LM).
Correto. Nesta análise a atenção deve estar na relação 𝑀/𝑃. Tanto um aumento na
oferta de moeda 𝑀 como uma queda no nível geral de preços 𝑃 deslocam a curva LM
para cima e para a direita, porém o efeito quantitativo de um aumento de 10% em 𝑀 e
uma queda de 10% em 𝑃, por exemplo, na curva LM é difícil de determinar.
c) O modelo de Mundell-Fleming-Dornbusch é utilizado prioritariamente para a
determinação da renda de equilíbrio em economias fechadas.
Incorreto. Modelo de Mundell-Fleming-Dornbusch é utilizado prioritariamente para a
determinação da renda de equilíbrio em economias abertas, ou seja, (𝑋 − 𝑀 ≠ 0).
Neste caso, é importante analisar o mercado cambial.
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Um aumento da demanda por moeda estrangeira desvaloriza a taxa de câmbio e. A
maior demanda por dólares irá valorizar a moeda estrangeira e desvalorizar a moeda
nacional.
Ainda, é importante especificar o regime cambial. Em um regime cambial fixo, o
governo irá defender uma dada taxa de câmbio (𝑥𝑅$⁄1𝑈𝑆$). Logo, uma política fiscal
expansionista, por exemplo, ↑ 𝐺, gera um aumento do produto agregado (↑ 𝑌), mas
também um aumento da taxa de juros (↑ 𝑖). Esse aumento da taxa de juros atrai um
fluxo de divisas estrangeiras, já que 𝑖𝑖𝑛𝑡 > 𝑖𝑒𝑥𝑡 , o que produz um fortalecimento da
moeda nacional. Daí, como o câmbio é fixo, o governo irá defender a taxa de câmbio
pré-fixada, controlando o aumento da taxa de juros e desincentivando o fluxo de
divisas estrangeiras, e assim, o impacto sobre o produto agregado 𝑌 será integral.
Se o regime cambial é flexível, então por definição não há valor pré-especificado para
o nível da taxa de câmbio (𝑥𝑅$⁄1𝑈𝑆$). Neste caso a política monetária tem maior
eficácia. O aumento da taxa de juros é acompanhado por uma queda na taxa de
câmbio e o impacto de uma política fiscal expansionista é menor, o produto agregado
𝑌 não cresce tão fortemente.
No Brasil, o que é praticado hoje, é um regime cambial flexível com atuação forte do
Banco Central para evitar volatilidades de curto prazo, diz-se que há uma flutuação
suja (dirty floating).
d) A rigidez para variações de preços e salários é uma dos fundamentos das escolas
keynesiana e novo-keynesiana. Nesta última, várias motivações para rigidez de preço
são elencadas incluindo os chamados “custos de menu” (menu costs).
Correto. Como já dissemos, para o produtor, é alto o custo de trocar preços listados
em um cardápio. Mesmo em situações de aumento de custos, por exemplo, um
aumento de salários, os preços permanecem constantes. Neste caso, há certa rigidez
de preços na economia, ou seja, os preços não respondem às forças de oferta e
demanda de forma flexível, como os clássicos afirmavam.
e) O tamanho do multiplicador keynesiano depende, na maioria dos casos, da propensão
marginal a consumir. Pode também depender de outras características
comportamentais como a propensão marginal a importar. A validade do uso do
multiplicador keynesiano ainda é objeto de debate entre macroeconomistas sendo
discutido se seu valor é maior ou menor do que 1. Esta discussão tem significativa
importância em termos de adequação de políticas econômicas governamentais. Por
exemplo, economistas da escola de ciclo de negócios reais (real business cycles, ou
RBC) alegam que é mais importante estudar o impacto no nível do produto agregado
causado por choques de oferta (em vez de analisar o impacto de gastos keynesianos).
Correto.
𝑌
⏟
𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑑𝑒
𝑒𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜
=
1
. �����������������
𝐶𝐴 + 𝐺𝐴 + 𝐼𝐴 + 𝑋𝐴 − 𝑀𝐴
��
���
1 − 𝑐 +��
𝑚
𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑎𝑢𝑡ô𝑛𝑜𝑚𝑎
𝑚𝑢𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟
𝑘𝑒𝑦𝑛𝑒𝑠𝑖𝑎𝑛𝑜
1
>1 ⇔ 1>1−𝑐+𝑚 ⇔ 𝑐 >𝑚
1−𝑐+𝑚
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