64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 ANÁLISE DE SOLOS DE ESPÉCIES ENDÊMICAS DE CACTACEAE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO 1,2 2 Railson F. Duarte *, Liliane C. Corrêa , José A. de Siqueira Filho 1 1,2 2 Universidade Federal do Vale do São Francisco; Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga; *[email protected] Introdução Os cactos, graças a suas estruturas adaptativas, retratam uma fisionomia típica a certas áreas da Caatinga pois são plantas que sobrevivem às condições de escassez de água e suportam, inclusive, intensa radiação solar e temperaturas elevadas [1]. A Caatinga reúne uma grande variedade de tipos vegetacionais, que inclui um número expressivo de táxons endêmicos, são exemplo alguns membros da família Cactaceae, cerca de 80 espécies. E dessas espécies,35 são consideradas exclusivas da Bacia Hidrográfica do Vale do São Francisco (BHSF) [2]. Essa pesquisa buscou associar alguns cactos endêmicos da BHSF aos tipos de solo da região. Metodologia Para realizar a análise do tipo de solo presente para algumas espécies de Cactaceae endêmicas da BHSF primeiramente foi revisado a lista dessas espécies [2] edescartado os registros dessa lista que não possuíam coordenadas geográficas. Os dados de registro dessasespécies foram obtidos através dos seguintes herbários: Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS) eHerbário Vale do São Francisco (HVASF). As espécies analisadas foram:DiscocactuspetrhalfariZachar; Facheiroaulei (Gürke)Werderm.; MelocactusalbicephalusBuining&Brederoo; MelocactusazureusBuining&Brederoo; MelocactusglaucescensBuining&Brederoo; MicranthocereusflaviflorusBuining&Brederoo; Micranthocereushofackerianus (P.J.Braun& Esteves) M.Machado; Micranthocereusstreckeri Van Heek& Van Criek.; PereskiastenanthaRitter; PilosocereusbohleiHofacker; PilosocereusdesiareolatusF.Ritter; Quiabentiazehntneri (Britton& Rose) Britton& Rose. Como referencia dos tipos de solo foi usado dado de solosobtido peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [3] e para cruzar essas informações foi utilizada a plataforma QGIS v. 1.8.0 [4]. Resultados e Discussão Com a análise da associação foi possível constatar que a preferência de Cactaceae endêmicas da BHSF é pelo solo do tipo NeossoloLitólico, representando 49,31%.Esse tipo de solo é tipicamente raso, caracteriza-se por áreas de altitude com superfície pedregosa e moderadamente a excessivamente drenados. Distribuem-se por toda a zona semiárida, usualmente em áreas mais acidentadas com afloramentos rochosos [5]. O NeossoloLitólico, além de ter detido o maior número de espécimes foi também o que apresentou maior variedade de espécies. Quanto às espécies as que apresentaram maior diversidade de distribuição nos diferentes tipos de solo, foram Melocactusglaucescens, PereskiastenanthaeQuiabentiazehntneri; essas espécies apresentaram distribuição em três tipos de solo. Tabela 1.Preferência de solo, para Cactaceae endêmicas da BHSF. Cactacea endêmicas da BHSF Discocactuspetr-halfari Facheiroaulei Melocactusalbicephalus Melocactusazureus Melocactusglaucescens Micranthocereusflaviflorus Micranthocereushofackerianus Micranthocereusstreckeri Pereskiastenantha Pilosocereusbohlei Pilosocereusdesiareolatus Quiabentiazehntneri Preferência de solo NeossoloLitólico NeossoloLitólico NeossoloLitólico CambissoloHáplico CambissoloHáplico NeossoloLitólico Latossolo Amarelo Latossolo Amarelo NeossoloQuartzânico NeossoloLitólico NeossoloQuartzânico NeossoloQuartzânico Conclusões Os cactos endêmicos da BHSF apresentam distribuição em diversos tipos de solo, com predominância no NeossoloLitólico, que tem 49,31% da ocorrência. Agradecimentos Ao Ministério da Integração nacional pelo fomento. Referências Bibliográficas [1] Andrade, C.T.S. 2002.Utilização Trófica de Cactáceas no Semi-Árido Baiano (Alimentação Humana e Animal).Pp. 47-57. In: C.T.S. Andrade. Um estudo EtnoBotânico da Conexão Homem/Cactaceae no Semi-Árido Baiano. Feira de Santana, UEFS. [2] Meiado M.V.; Machado M.C.; Zappi D.C.; Taylor N.P. & Siqueira Filho J.A. 2012. Cactos do Rio São Francisco: Atributos Ecológicos, Distribuição Geográfica e Endemismo. Pp. 293295.In: J.A. Siqueira Filho (Org.). Flora das Caatingas do Rio São Francisco: História Natural e Conservação. Rio de Janeiro, Andrea Jakobsson Estúdio Editorial. [3] Brasil. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) & Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa - Solos). 2001. Mapas de Solos do Brasil, shapefile, GCS-SAD69, escala 1:5.000.000. Rio de Janeiro, MMA. [4] Quantum GIS Development Team. 2012. Quantum GIS Geographic Information System. Open Source Geospatial Foundation Project. http://qgis.osgeo.org. 64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 [5] Oliveira L.E.V.; Carvalho F.C. 2010. Solos sob o Bioma Caatinga: Classificação e Manejo.Pp. 1-14. In: Programa de pós-graduação em Zootecnia UVA/EMBRAPA. Sobral. Embrapa: Ovinos e Caprinos. 25a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - SBQ 2