Uma abordagem financeira e mercadológica aplicada ao cultivo do

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Uma abordagem financeira e mercadológica aplicada ao cultivo do
eucalipto
Tania Regina Corredato Periotto (Unicesumar) [email protected]
Ana Flávia Taboni Luis (Unicesumar) [email protected]
Clara Mantovani Zwecker (Unicesumar) [email protected]
Fernando Curt Hubel Junior (Unicesumar) [email protected]
Marcelo Luiz Kenji Nakamura (Unicesumar) [email protected]
Resumo
A empresa Fazendas Brazil, da cidade de Maringá – PR, no desejo de ampliar sua área de atuação, que
até o ano de 2007 restringiu-se a corretagem de imóveis rurais, após estudos de viabilidade de retorno
financeiro, optou por investir na venda de lotes e o cultivo destes com eucalipto. Neste trabalho,
objetivou-se propor a sistematização da gestão financeira e estabelecer a divisão entre controle de
movimentação de recursos da pessoa física do gestor e a jurídica. Outra frente aqui trabalhada foi a de
potencializar o marketing da empresa em razão do tipo de negócio e público alvo. Para alcançá-los,
decidiu-se pela implementação de uma ferramenta de gestão que permitiu o controle financeiro,
garantindo exatidão nos resultados. Elaborou-se um plano de negócio que comprovou a rentabilidade
do investimento do cliente. Apresentou-se uma solução de marketing que retratou a real imagem do
produto oferecido de forma clara e didática para o entendimento do cliente. A exploração deste
assunto encontrou sua justificativa na grande movimentação financeira que o empreendimento exige e
na necessidade de minimizar os riscos, auxiliando na tomada de decisão. Além de possibilitar ao
gestor, o controle separado da movimentação financeira da pessoa física da jurídica no que se refere a
entradas e saídas dos recursos financeiros e a geração de relatórios de gestão. A metodologia aqui
adotada foi a de estudo de caso com visita no local que oportunizou o contato com o cotidiano das
atividades realizadas na empresa além do manuseio de documentos e instrumentos de controle
financeiro.
Palavras-chave: Gestão Financeira, Marketing, Plano de Negócio, Relatórios Gerenciais.
.
Financial and marketing approach applied to eucalyptus cultivation
Abstract
The company Farms Brazil, the city of Maringa - PR, the desire to expand its area of operation, which
until 2007 was restricted to brokerage rural properties after payback feasibility studies, chose to invest
in sales lots and cultivation of these eucalyptus. This study aimed to propose a systematization of
financial management and establish the division between features motion control of individual
manager and legal. Another area worked here was to enhance the company's marketing because of the
type of business and target audience. To achieve them, it was decided to implement a management
tool that allowed financial control, ensuring accurate results. It developed a business plan that proved
the customer's investment profitability. It has performed a marketing solution that portrayed the real
picture of the offer in a clear and didactic way for customer understanding. Exploitation of this issue
found its justification in the large financial transactions that the enterprise requires and the need to
minimize the risks, assisting in decision making. Besides enabling the manager, the separate control of
the financial transactions of individual legal regarding the inflow and outflow of financial resources
and the generation of management reports. The methodology adopted here was a case study with onsite visit provided an opportunity to contact with the everyday activities of the company in addition to
the handling of documents and financial control instruments.Keywords: Financial Management,
Marketing, Business Plan, Management Reports.
Key words: Budget Planning; Multi-Year Plan; Budget Law; Budget guidelines.
1 Introdução
A silvicultura, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (1984, p.66)
“[...] é a cultura de essências florestais e extração de produtos dessas essências [...]”. O principal deles
em nosso país é a madeira. No Brasil a área total absoluta é de aproximadamente 8.514.877 km²
(851,4 milhões de hectares). Deste total, 477,7 milhões ha correspondem a florestas naturais e 5,98
milhões ha florestas plantadas, sendo 3,75 milhões com eucalipto; 1,80 milhão com pinus e 425,2 mil
de outras espécies, ocupando apenas 0,7 do território nacional.
Segundo a Sociedade Brasileira de Silvicultura, o comércio mundial em 2007 movimentou
aproximadamente US$ 10 trilhões. Os produtos de origem florestal figuram entre os 10 principais
produtos comercializados internacionalmente com 3% do comércio global, cerca de US$ 300 bilhões.
O setor de base florestal brasileiro tem participação significativa no Produto Interno Bruto Nacional
(US$ 1,3 trilhão), representando 3,4% do PIB nacional, ou seja, US$ 44,6 bilhões. As exportações
brasileiras alcançaram US$ 160,65 bilhões em 2007, representando um crescimento de 17% em
relação ao ano anterior.
Acompanhando esta tendência, o setor de base florestal teve um aumento de 11% nas
exportações, com US$ 9,1 bilhões, correspondendo a 5,6% do total exportado pelo país em 2007. O
segmento de celulose e papel teve maior participação nas exportações brasileiras de produtos
florestais, com US$ 4,7 bilhões e um crescimento de 18,0% em relação a 2006 (US$ 4,0 bilhões). As
exportações de madeira representaram cerca de US$ 3,3 bilhões, de móveis US$ 994,3 milhões, e
carvão vegetal US$ 600 mil. Os empregos em toda a cadeia produtiva da atividade florestal em 2007
foram da ordem de 8,6 milhões. O segmento de florestas plantadas proporcionou 4,6 milhões de
empregos incluindo diretos (656 mil), indiretos (1,8 milhão) e resultantes do efeito-renda (2,1
milhões). A atividade passou por três fases no Brasil: 1ª – (1500 – 1965) – vai do descobrimento do
Brasil até o início dos incentivos fiscais para reflorestamento / florestamento. 2ª – (1966 – 1988) –
período de vigência dos incentivos fiscais para o reflorestamento / florestamento. 3ª – (1988 – Dias
atuais) – período pós-incentivos fiscais para reflorestamento / florestamento.
O setor de celulose e papel, composto por 220 empresas localizadas em 17 Estados
apresentava em 2007, uma área de aproximadamente 1,71 milhão de hectares de florestas plantadas,
compreendendo 1,36 milhão ha (79,7%) com eucalipto; 341,2 mil ha (19,9%) com pinus e 6,9 mil ha
(0,4%) com outras espécies. Aproximadamente 2,8 milhões ha de recursos florestais (áreas de
preservação permanente e de reserva legal) são mantidos pelas empresas desse setor, excedendo o
disposto pela legislação ambiental brasileira.
Em 2007, a produção de celulose e pastas alcançou 11,99 milhões de toneladas e a de papel,
9,0 milhões de toneladas, representando um crescimento de 7,3% e 3,2% respectivamente em relação
ao ano anterior. A estrutura de produção em 2008 é de 12,85 milhões de toneladas de celulose e 9,20
milhões de toneladas de papel.
O setor de papelão ondulado no Brasil conta com 80 empresas, 103 unidades industriais
instaladas e gera 14.602 empregos diretos. O faturamento do segmento em 2007 foi estimado em R$
5,525 bilhões, representando 17% do faturamento total do setor de embalagens no Brasil. A produção
total do segmento foi de 2,57 milhões de toneladas e o consumo 2,50 milhões de toneladas
representando aumento de 3,6% e 3,4 respectivamente, em relação a 2006. As exportações em 2007
totalizaram 2.254 mil toneladas, representando um crescimento de 3,5%.
A produção de carvão vegetal, em 2007 foi cerca de 6,34 milhões de toneladas,
representando crescimento de 23,9% em relação a 2006, quando foram produzidos 5,11 milhões de
toneladas. O consumo em 2007, foi de cerca de 36,8 milhões mdc, sendo aproximadamente 18,3
milhões mdc de origem de floresta plantada e 18,4 milhões mdc de florestas nativas. A produção de
madeira serrada em 2007 atingiu 27,2 milhões m³, predominando a madeira tropical (17,9 milhões m³)
frente à produção de madeira de pinus (9,3 milhões m³). O consumo atingiu aproximadamente 21,5
milhões m³ (79% da produção nacional). As exportações brasileiras totalizaram 2,9 milhões m³ (US$
927 milhões) no mesmo ano.
A produção de compensados em 2007 foi de 2,67 milhões de m³, representando uma queda
de 12,3% em relação a 2006 (3,04 milhões m³). O consumo nacional, com de 677 mil m³, sendo 451
mil m³de compensados de pinus e 226 mil m³ de madeira de espécies tropicais, também apresentou
uma queda de 12,3% em relação ao consumo de 2006. As exportações atingiram cerca de 1,9 milhões
m³ (US$ 697 milhões) em 2007.
Diante deste contexto a empresa Fazendas Brazil da cidade de Maringá – Paraná sentiu-se
motivada a explorar essa oportunidade no mercado e para tal necessitou promover alguns ajustes
sendo estes no formato como os controles financeiros eram conduzidos e a estratégia de marketing
para divulgação do novo produto que passaria a comercializar.
Observou-se a necessidade primordial de uma reestruturação no formato como os controles
financeiros eram conduzidos, pois, até então as atividades da empresa se pautavam em compra,
reforma e venda de imóveis de forma simplificada e caseira. Os controles aconteciam em uma planilha
simples do aplicativo Excel somente para registro sem nenhuma segmentação de relatórios ou
cálculos. Assim o modelo utilizado não era confiável para a tomada de decisões do gestor da empresa
Diante do exposto, um dos objetivos deste trabalho foi a proposição de um modelo para o
controle financeiro e a divisão entre as transações realizadas pelo gestor enquanto pessoa física e
pessoa jurídica. Isto favoreceu o controle de entradas e saídas dos recursos financeiros da empresa,
permitindo a geração de relatórios que forneceram informações filtradas e relevantes para a gestão do
negócio. O outro objetivo foi a proposição de estratégias de marketing para divulgação do seu novo
produto, considerando o alto valor financeiro a ser investido em cada negociação. Preocupou-se com a
necessidade de que o material fosse claro, didático, completo e significativo para o cliente entendendo
que dessa forma intensificaria a credibilidade ao negócio e que fizesse frente ao o perfil do investidor .
Para o desenvolvimento deste trabalho, metodologia adotada foi a qualitativa e a do estudo de
caso com visitas in loco para a elaboração de um diagnóstico que permitiu conhecer a situação atual
da empresa estudada. Durante as visitas, todos os setores da empresa foram explorados, os
funcionários entrevistados informalmente o que resultou numa vasta gama de informações que
subsidiaram a construção dos objetivos propostos.
2 O marketing e a apresentação do produto
De acordo com Drucker (2008), marketing é tão básico que não pode ser considerado uma
função separada. É o negócio total visto do ponto de vista de seu resultado final, isto é, do ponto de
vista do consumidor. O sucesso empresarial não é determinado pelo fabricante, mas pelo consumidor.
Já segundo Kotler (2009, p.28), marketing é um processo social e gerencial pelo qual
indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos
de valor com outros. Diante do exposto, pode-se entender que as necessidades, desejos e demandas são
utilizados como base para o primórdio do marketing, influenciando diretamente nas condições de vida
humana, enquanto desejos são carências por satisfação especificas para atender ás necessidades,
moldadas pela cultura ou grupos sociais, onde determinado individuo esta inserido. Já demandas ainda
em Kotler (2009, p.28), “[...] são desejos por produtos específicos, respaldados pela habilidade e
disposição de comprá-los[...]”, assim, a demanda é um desejo aliado ao poder de compra.
Graciosa (1997, p.160) complementa que “[...] marketing é a execução de um conjunto de
atividades comerciais, tendo como objetivo final a troca de produtos, ou serviços, entre produtores e
consumidores”. Churchill e Peter (2012) orientam que marketing é o processo de planejar e executar a
concepção de ideias, bens e serviços, estabelecer seu valor, disponibilizá-los no mercado e promovêlos a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais.
Para Cobra (2003), é primordial compreender o marketing, pois este deve ser seguido como
uma filosofia, uma norma de conduta para a organização em que as necessidades manifestadas pelo
consumidor devem definir as características dos produtos ou serviços a serem criados e as respectivas
quantidades a serem oferecidas. A essência do marketing é o desenvolvimento de trocas em que tanto
a organização como o cliente participe voluntariamente de transações destinadas a trazer benefícios
para ambos.
Las Casas (2013), conceitua marketing como sendo a área do conhecimento na qual engloba
todas as atividades concernentes às relações de troca orientadas para a satisfação dos desejos e
necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos da organização ou indivíduo
e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que as relações causam no bem estar
da sociedade.
Para Cobra (2003) os primeiros conceitos de marketing surgiram após a segunda guerra
mundial, na década de 50, quando a industrialização mundial passou a ser mais competitiva e as
empresas passaram a vivenciar mais desafios. Pride e Ferrell (2000) dizem que:
O marketing é mais do que a simples publicidade ou venda de um produto; implica
desenvolver e gerenciar um produto que satisfará as necessidades do cliente. Seu
foco é fazer com que o produto esteja disponível no lugar certo e a um preço
aceitável para os consumidores. Requer também comunicar informação que ajude os
clientes a determinar se o produto satisfará suas necessidades. (PRIDE e FERRELL,
2000, p. 4)
O conceito de Marketing aplicado aos negócios permite conquistar e manter clientes um dos
grandes desafios do mundo competitivo da atualidade Las Casas (2013) afirma que:
Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às
relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos
consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e
considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações
causam no bem-estar da sociedade. (LAS CASAS, 2001, p.26).
Segundo McCarthy e Perrault (1997, p. 27), “[...] o Marketing estimula a pesquisa e novas
ideias, resultando em novos bens e serviços, no qual proporciona aos consumidores a escolha entre
muitos produtos”. Se esses produtos os satisfizerem, pode resultar em mais empregos, rendas maiores
e padrão de vida mais elevado. Um sistema de marketing eficaz é importante para o futuro de todas as
nações.
2.2 Estratégia de marketing e o produto
McCarthy (1960) definiu um conjunto de ferramentas para alcançar as estratégias relacionadas ao
mercado. Esse conjunto de ferramentas foi chamado de Mix de Marketing - 4P’s sendo Preço,
Produto, Praça e Promoção. No entender de Cobra (1992), a integração de uma organização com o
ambiente interno e externo é realizado através do composto de marketing. O composto de marketing,
também denominado mix marketing, é um conceito de marketing importante porque é um instrumento
para a empresa atingir a resposta esperada no mercado alvo.
Segundo Churchill Jr. e Peter (2000), o composto de marketing é uma combinação de
ferramentas estratégicas usadas para criar valor para os clientes e alcançar os objetivos da organização.
Nesse sentido afirma Churchill (2000) que:
O composto de marketing consiste no conjunto de política mercadológica de que
uma organização se utiliza a fim de criar valor para os clientes e alcançar os
objetivos organizacionais desenvolvido no âmbito do planejamento de marketing.
(CHURCHILL, 2000, p.20).
Em um ambiente competitivo o sucesso da empresa está no Marketing mix, por essa razão, se
faz necessário, pensar criticamente em seus objetivos, estratégias e táticas, adaptando-as ou mudandoas conforme as necessidades.
Ao analisar os 4P’s do mix marketing proposto por McCarthy (1960) é preciso entender que
cada instrumento de marketing é projetado para dar um benefício ao consumidor. Os 4P’s representam
a visão que a empresa vendedora tem das ferramentas de marketing disponíveis para influenciar
compradores. Griffin (2001, p. 72) descreve cada um dos P’s da seguinte forma:
Produto é qualquer coisa que possa ser oferecida e que satisfaça necessidades e
desejos de um mercado. Suas variáveis são: variedade de produtos, qualidade,
design, características, nome de marca, embalagem, tamanhos, serviços, garantias e
devoluções.
Para reforço dessas idéias, Pride e Ferrell (2000, p. 191) definem produto como:
[...] qualquer coisa que você recebe numa troca. Pode ser tangível ou não-tangível, e
inclui utilidades os benefícios funcionais, sociais ou psicológicos. Um produto pode
ser uma idéia, um serviço, um bem ou qualquer combinação desses três.
Las Casas (2006) apresenta algumas definições de produto que possibilita a ampliação da
forma de se visualizar os benefícios proporcionados.
a) Produto básico: é uma forma básica de atender ao benefício central do produto. É
o mínimo que se pode esperar pela oferta, sem benefícios adicionais. b) Produto
esperado: são benefícios que os consumidores esperam ou que estão acostumados a
receber através de outras ofertas no mercado.
c) Produto ampliado: são benefícios adicionais ao produto, tornando-os de
maior valor agregado. d) Produto diferenciado: é aquele produto que
apresenta características e benefícios únicos, ou seja, é um produto que não
possui concorrentes. (LAS CASAS, 2006, p. 256)
Dessa forma, observa-se que o produto tem como premissa atender as necessidades do cliente
como afirma Las Casas (2006, p. 255) ao descrever produto como sendo “[...] o objeto principal de
comercialização. Ele é desenvolvido para satisfazer ao desejo ou à necessidade de determinado grupo
de consumidores. Por isso, a sua função principal é a de proporcionar benefícios”.
Las Casas (2006) ainda fala de preço, praça e promoção e tras algumas definições que
norteiam o entendimento de seus significados. Quanto ao Preço este é o volume de dinheiro cobrado
por determinado produto ou serviço é o único componente que gera receita e é um dos elementos na
determinação da participação de mercado de uma empresa e sua rentabilidade. Praça, também
conhecido como ponto de venda ou canal de distribuição que pode ser direta ou indiretamente, e pode
ser descrito como rede organizada de órgãos ou instituições, que em combinação, executam todas as
funções necessárias para ligar os fabricantes aos usuários finais a fim de realizar a tarefa de marketing.
No que se refere a Promoção, busca-se reforço em Kotler (1998) quando apresenta cinco
ferramentas são elas: propaganda, promoção de vendas, relações públicas e publicidade, força de
vendas e marketing direto. Para melhor compreensão se faz necessário detalhar cada uma dessas
ferramentas conforme apresentado no Quadro 1.
Propaganda
Promoção
de vendas
É um item que está inserido dentro da promoção e juntas desempenham papel
fundamental na criação de valor para o cliente, e influencia na escolha do consumidor e
através dela informa aos clientes sobre o produto e ativa a necessidade de compra-lo.
São conjuntos diversificados de ferramentas de incentivo (cupons, concurso, prêmios,
entre outros) em sua maioria curto prazo, visa estimular a compra mais rápida e ou
maior volume de produtos e serviços por consumidores finais ou intermediários. Os
profissionais de marketing utilizam as promoções de venda como ferramenta que estão
Relações
Públicas
Publicidade
Força
de vendas
Marketing
direto
presentes no nosso cotidiano.
Rata-se do desenvolvimento de apelos, junto ao consumidor, utilizando histórias da
empresa ou da criação de produtos reconhecidos no mercado.
É toda comunicação que não é pago pela veiculação.
É a ferramenta mais eficaz em termos de custos nos estágios finais do processo de
compra
A identificação do potencial de retorno do marketing direto é fácil de ser percebida,
quando se utiliza algumas ferramentas como:
Mala direta
Considerado como o principal representante do marketing direto é a
comunicação que é dirigida a quem pretendemos informar sobre um
serviço ou produto
Telemarketing Trata-se da utilização do telefone como ferramenta de marketing que
pode ser utilizado como forma de vender, comunicar, pesquisar ou
prospectar clientes.
Catálogo
Ao mesmo tempo, que comunica a existência e as características de
um produto, é uma forma de distribuição direta.
Cuponagem
Consiste em distribuir a pessoas especificas promoções especiais de
compra de alguns produtos em determinados pontos de vendas essa
estratégia ainda não existe no Brasil.
Internet
Utilização da rede mundial de computadores para comunicação e
interligação virtual entre fornecedores e consumidores até o momento
não foi utilizado todo o potencial dessa ferramenta utilizando-se
muito o envio de e-mail com alguns casos de sucesso.
Quadro 1 – Ferramentas para organização de promoções.
Fonte: Kotler (1998).
Segundo Zenone e Buairide (2011) promoção de vendas pode ser entendida como:
O conjunto de esforços de comunicação que oferecem um valor adicional ao produto
ou estímulo, desenvolvidos em espaços e tempo determinados, perante a força de
vendas, o canal de distribuição e o consumidor final, com o objetivo de agilizar as
vendas. Costuma-se dizer que, enquanto a promoção de vendas oferece uma
recompensa ao consumidor, a propaganda comunica essa oferta ao consumidor; por
isso essas duas ferramentas mercadológicas devem ser usadas em conjunto.
(ZENONE e BUAIRIDE, 2011, p. 09).
Para o desenvolvimento de uma estratégia para promoção de vendas, é fundamental que se
tenha conhecimentos detalhados referente ao fatores que podem influenciar o comportamento e perfil
de consumidor que se pretende alcançar pois essas informações é que irão determinar suas
características de consumo.
3 Administração e ferramentas de controle financeiro
Segundo Júnior, Rigo e Cherobim (2005) as funções da administração financeira, são
planejamento, controle, orçamento, previsões, fluxo de caixa, investimentos, financiamentos, créditos,
cobranças, câmbio, operações bancarias e gerenciamento de riscos. Os controles financeiros podem ser
aplicados em diversos tipos de organizações como indústria, comércio, serviço, empresas estatais ou
privadas, com ou sem fins lucrativos, seja para o governo ou ONGs.
Em consonância com essas idéias, (GROPPELLI e NIKBAKHT: 2006, p. 25) definem
finanças como sendo “[...] a aplicação de uma série de princípios econômicos e financeiros para
maximizar a riqueza ou valor total do negócio [...]” os controles financeiros são úteis para as decisões
de uma organização e as informações geradas a partir destes representam a primeira etapa para uma
boa gestão de capital de giro. Já Brasil (2005) faz a seguinte contribuição:
Ao empresário, interessa ter em mãos um instrumental que lhe permita conduzir o
barco ao porto, com relativa segurança ou, pelo menos, ter condições de avaliar os
riscos que está correndo, para tomar a tempo as medidas corretivas que se fizerem
necessárias. (BRASIL, 2005, p.01)
Além disso, quando o controle financeiro gere as finanças corretamente, torna-se mais
tranquila para pensar em diferentes formas de investimentos, como por exemplo, inovações, produtos
ou melhorias na estrutura empresarial.
Vieira (2010) ressalta que controle financeiro baseia-se na coordenação das atividades e
avaliação da condição financeira da empresa. Oliveira (2013) cita algumas ferramentas de controles
financeiros básicos conforme organizado no Quadro 2 que são de fundamental importância em
qualquer tipo de empresa, seja do pequeno ao grande porte.
Controle de Caixa
É o registro de todas as entradas e saídas de recursos monetários
apurando o saldo diário. Sua finalidade é verificar se existem erros
de registros ou desvios de recursos.
Controle de vendas
É o gerenciamento das vendas durante um período específico,
permitindo ao empresário tomar decisões para que as metas sejam
atingidas.
Controle de contas a receber
É o gerenciamento das contas a receber provenientes das vendas a
prazo, possibilitando o gerenciamento de previsões de entrada de
recursos.
Controle de contas a pagar
É o gerenciamento dos compromissos financeiros a terceiros.
Controle de custos
É o controle de cada despesa e sua evolução ao decorrer do
exercício. O bom controle dessa operação permite analisar quais
custos podem ser reduzidos ou eliminados e quais são mais
importantes e que precisam de maior atenção.
Controle de estoques
É o controle dos produtos prontos ou matéria-prima disponíveis
para venda ou fabricação. Permite analisar quais produtos
necessitam ser adquiridos, quais não estão sendo vendidos, e o custo
de administrar este estoque.
Quadro 2: Ferramentas de controles financeiros básicos
Fonte: Oliveira (2013)
Pode-se afirmar então que a principal finalidade dos controles financeiros é gerar informações
úteis e confiáveis, em tempo hábil, para o empresário tomar as decisões, e para que isso ocorra, os
controles gerados devem ser organizados.
4 Procedimentos metodológicos
Para o desenvolvimento desta pesquisa foram utilizadas algumas ferramentas como o
diagnóstico da situação atual da empresa através de visita in loco e entrevista informal o que,
possibilitou a realização do estudo de caso cujos resultados foram interpretados de forma qualitativa.
O diagnóstico da empresa foi uma importante ferramenta para a execução da pesquisa, de acordo com
Petrochi (2009, pg. 118), ao apontá-lo como sendo a:
[...] reunião de informações básicas de análise de mercado, das oportunidades e
ameaças, dos pontos fortes e fracos em relação a uma empresa, ou seja, é a
radiografia da situação atual da empresa no ambiente mercadológico em que está
situado.
O método mais utilizado foi o estudo de caso, que segundo Marconi e Lakatos (2011) diz
respeito ao maior levantamento de certo caso ou grupo humano em todas as suas áreas, contudo tem
limites, porque é restrito a este estudo de caso, e por isso não pode ser generalizado.
Para a interpretação das informações fez-se uso da pesquisa qualitativa que conforme Neves
(2006), é o conjunto de técnicas interpretativas a fim de descrever e decodificar os vários componentes
que integra o sistema complexo de significados. Ainda a pesquisa qualitativa tem o objetivo de reduzir
a distância entre a teoria e os dados reais (MAANEN,1979).
Utilizou-se a visita in loco por ser o método que oportuniza estar em contato com a rotina da
empresa e a realização de entrevista com base no que coloca Fachin (2007), como sendo um encontro
entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto,
mediante uma conversação de natureza profissional.
5 Caracterização da empresa
Com os traços culturais da família empreendedora e pelo fato de também ter uma fazenda na
época, o empreendedor identificou a oportunidade de vender fazendas, logo que era uma atividade
pouco explorada até então. Foi assim que em 1997 ele passou a intermediar a venda de fazendas no
Paraná e na Bahia. Formalizando-se como empresa em 2007 com a fundação da empresa Fazendas
Brazil.
Atualmente empreende em comprar grandes áreas e loteá-la em várias fazendas de 100 ha
para a plantação do Eucalipto. Esta medida era apenas suficiente para plantar Eucalipto com o
financiamento pré-aprovado pelo banco de R$ 1.000.000,00. Foi o projeto foi denominado Projeto
Brazil I, com uma área total de 1.700 ha divididos entre 17 fazendas. Em apenas dois anos desde a
implantação do projeto, todos os lotes foram vendidos a amigos do proprietário com intenção de
investimento no projeto. Hoje, ao todo são sete investidores que esperam a conclusão da finalização
das obras de infraestrutura que estão previstas para março de 2015.
Devido ao sucesso do primeiro projeto, o empreendedor inicializou o segundo
empreendimento denominado Projeto Brazil II, agora com 60 fazendas de 100 ha cada e também
destinados a outros investidores, não apenas amigos locais, mas investidores provenientes de diversas
regiões do estado do Paraná.
Com a finalização dos dois projetos, o desejo do proprietário é realizar novas parcerias para a
construção de uma termoelétrica que possa ser auto sustentável com a plantação de eucalipto nas
77.000 ha de terra.
A empresa possui uma estrutura organizacional enxuta para realização de suas rotinas
administrativas, tendo atualmente 7 (sete) pessoas em seu quadro de colaboradores, sendo 4 (quatro)
destes, fixos na cidade de Maringá-PR (sede), sendo 3(três) funcionários e 1 (um) estagiário, 2 (dois)
em trânsito entre Maringá-PR e Cotegipe-BA e 1 (um) fixo na cidade de Cotegipe-BA, onde está
localizado o setor produtivo da empresa.
As empresas terceirizadas realizam os serviços que requerem especificidades o que ocorre de
forma esporádicas. Alguns destes serviços, por exemplo, serão realizados apenas na fase inicial de
implantação da empresa na cidade de Cotegipe-BA, como a construção das estruturas fixas,
certificações necessárias para realização da atividade principal da empresa e assessorias especializadas
nas demais áreas que se apresentam necessárias para início da atividade.
5.1 Descrição dos produtos e serviços comercializados
A empresa trabalha no setor do agronegócio, mais especificamente na área de silvicultura,
cultivando florestas de eucalipto. Em fase de implantação do seu primeiro projeto, na cidade de
Cotegipe, com o plantio de 1.700 alqueires de floresta, subdivididos em 17 propriedades de 100
alqueires cada, todas já vendidas possuem um projeto pioneiro no Brasil, que visa implantar o produto
oferecido, que são as propriedades rurais, com o plantio de eucalipto e sua completa administração.
Para isso, identificou-se que o limite de crédito oferecido no mercado, era de aproximadamente
R$1.000.000,00 (um milhão de reais) por CPF, para a atividade desejada. Sendo assim, calculou-se a
área que poderia ser plantada e administrada com o valor de crédito disponível, chegando a um
resultado de 100 alqueires de plantio. A carência oferecida pela linha de crédito é de 8 anos,
permitindo que todo o investimento inicial, acrescidos de juros, sejam pagos no primeiro corte da
madeira, que acontece no 6° ano de idade do eucalipto.
Hoje, oferece a venda das propriedades de 100 alqueires já subdivididas e georeferenciadas,
escrituradas separadamente uma das outras, o que dá maior garantia ao investidor. O projeto para
liberação do crédito para plantio é oferecido pela empresa, que se encarrega de toda a parte burocrática
de liberação junto ao banco. A empresa também se responsabiliza por todo o plantio e manejo da
propriedade, assim como a administração completa dos recursos e insumos necessários para que o
plantio ganhe uma maior produtividade. Toda a responsabilidade trabalhista dos colaboradores das
propriedades é da empresa administradora, assim como o seu recrutamento e seleção.
Com a formação de um grupo de produtores, pode-se ganhar também poder de barganha junto
aos compradores de madeira, o que se torna um diferencial na hora de vender o eucalipto.
Como pró labore pela administração, a empresa cobra 10% de toda a madeira comercializada
nos 18 anos de ciclo da atividade do eucalipto. O cliente pode no momento em que julgar oportuno, se
desfazer da propriedade, ou da floresta de eucalipto ali plantada, tendo em vista que é o único dono da
área, tendo apenas que honrar o compromisso de remunerar com 10% da receita obtida na venda final
da sua floresta.
7 Considerações finais
Considerando os diagnósticos, ações sugeridas e ações implantadas, notou-se um grande
evolução na gestão da empresa, tanto na questão financeira que possibilitou o controle dos gastos e
investimentos cujo resultado aponta para a apuração real dos lucros como para a adoção de um
portifolio contendo explicações essencias de forma clara e didática e que possibilitam o investidos
entender a proposta.
A adoção de planilhasdo aplicativo Excel, possibilitaram o controle de dados e gerenciamento
de atividades, permitindo um melhor acesso às informações e o aperfeiçoamento dos processos,
evitando o retrabalho e grandes burocracias para atividades simples. Consequentemente, aconteceu a
descentralização dos processos administrativos, permitindo que estes fluam melhor, compartilhando
responsabilidade para todos os envolvidos.
A descentralização dos processos, desencadeou a necessidade de mapeamento das rotinas
administrativas, na tentativa de identificar onde estão as falhas e potenciais pontos de melhoria,
definindo quais as responsabilidades de cada um e capacitando-os para tais funções e atividades.
A visão sistêmica do negócio e as ferramentas de gestão aplicadas possibilitaram a eficiência
dos ganhos e a maior credibilidade da empresa na comercialização do produto, com uma material de
marketing que trazia registrado em seus impressos, uma detalhamento semelhante a um plano de
negócios interesse dos clientes.
Ainda quanto ao material adotado para a divulgação dos produtos e serviços da empresa no
projeto de comercialização de áreas e a administração de seu cultivo, o marketing direto foi o que mais
de adequou ao tipo de negócio e sistemática do gestor da empresa com base em sua experiência de
longa dada. O material impresso foi elaborado de forma que sua organização, formato e materiais
utilizados como, folhas de eucalípito como plano de fundo, identificação do produto e servições
gravados com técnicas de pirografia remetem por si só a proposta de sustentabilidade e seriedade do
negócio. Além da aparencia que foi cuidadosamente pensada, seu conteúdo apresenta de forma
sistemática e direta as informaçoes necessárias para motivar o cliente investidor para a formalização
do negócio.
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