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TÍTULO: HIV/AIDS EM IDOSOS: UMA COMPARAÇÃO DE SUA INCIDÊNCIA NACIONAL E
COMPORTAMENTO DA TERCEIRA IDADE NO MUNICÍPIO DE CATANDUVA
CATEGORIA: CONCLUÍDO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: MEDICINA
INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS PADRE ALBINO
AUTOR(ES): BRUNA GARETTI, CAMILLA CRISTINA IESCAS STREICHER, GIOVANNA DA FONSECA
BURIGO, ISABELLA HERNANDES FACHINI
ORIENTADOR(ES): RICARDO SANTAELLA ROSA
COLABORADOR(ES): FACULDADES INTEGRADAS PADRE ALBINO
1. RESUMO
O cenário social do Brasil vem mudando nos últimos anos. Ao longo da última
década a população com idade igual ou superior a 60 anos aumentou
significativamente, sendo necessária a criação de políticas públicas voltadas à
terceira idade, com a finalidade de assegurar a atenção integral à saúde do idoso,
incluindo temas relacionados à sexualidade. O objetivo desse trabalho foi avaliar o
uso de preservativo, o conhecimento sobre AIDS e da própria vida sexual, além de
compreender a evolução do número de casos de idosos soropositivos. Para isso,
realizou-se um estudo transversal, retrospectivo e de prevalência. Foi comparado
dados passados com atuais disponíveis pelo site do Ministério da Saúde e para
complementar o estudo foi aplicado um questionário a população com idade maior
ou igual a 60 anos. Por fim, puderam-se notar práticas sexuais inseguras que
acabam expondo essa população a diversas doenças sexualmente transmissíveis.
2. INTRODUÇÃO
O cenário social do Brasil vem mudando nos últimos anos. Até pouco tempo era
considerado um país jovem e, agora, deve se preocupar com a criação de políticas
públicas voltadas à terceira idade, com a finalidade de assegurar a atenção integral
à saúde do idoso, incluindo temas relacionados à sexualidade.
O aumento dessa parcela da população é devido, principalmente, aos avanços da
medicina e da indústria farmacêutica. Melhorias sociais associadas à melhor
qualidade de vida refletem na expectativa de vida do brasileiro que é, em média, de
74,9 anos, superior a média mundial (71,5 anos). Como estão vivendo mais e
também com drogas que melhoram o desempenho sexual, prótese para disfunção
erétil e reposição hormonal feminina, os idosos estão redescobrindo o sexo.
Contudo, práticas sexuais inseguras acabam expondo essa população a diversas
doenças sexualmente transmissíveis (DST), principalmente a AIDS, que apresenta
particular relevância epidemiológica pelas significativas taxas de incidência,
prevalência e letalidade nesse grupo. E ainda não se reconhece os idosos como um
grupo de risco, sendo assim, as campanhas de prevenção direcionadas a essa
população são escassas. Portanto, são poucas as informações que lhes são
oferecidas acerca de prevenção, infecção e tratamento o que só aumenta a
vulnerabilidade dos idosos.
3. OBJETIVOS
Identificar e compreender a evolução do número de casos de idosos soropositivos
em um período de onze anos.
Relacionar as conclusões obtidas pelo levantamento de dados dos formulários
aplicados a um grupo de idosos a respeito do uso de preservativos, do
conhecimento sobre a AIDS e da própria vida sexual.
4. METODOLOGIA
A metodologia do trabalho foi baseada em um estudo transversal, retrospectivo e de
prevalência. Esse método de pesquisa tem como principal objetivo comparar dados
passados com atuais, buscando esclarecer a evolução dos casos de AIDS em
pessoas acima de 60 anos. Como alicerce dessa pesquisa foram utilizados os dados
disponíveis pelo Ministério da Saúde no seguinte site: www.aids.gov.br.
Para complementar o estudo, foi aplicado um questionário tanto para homens como
mulheres sadios e praticantes regulares de atividade física com idade maior ou igual
a 60 anos.
O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa das Faculdades Integradas
Padre Albino em março de 2014 e possui o número 577772.
5. DESENVOLVIMENTO
Foram analisados os dados levantados pelo site do Ministério da Saúde sobre o
número de casos de AIDS em idosos, no Brasil, nos períodos de 1980-1991 e 20002011.
Além disso, foram entrevistados 157 idosos, esses possuem vida ativa, praticam
atividades físicas e frequentam festas, visto que a abordagem dessas pessoas foi
feita no Complexo Esportivo de Catanduva, em um Baile da Terceira Idade realizado
pela prefeitura de Catanduva em comemoração a semana do idoso e em um novo
Centro recreativo e cultural, Mauro de Moura, sede da coordenadoria de inclusão
social.
Os idosos foram abordados pelas autoras desse trabalho, convidados a participar da
pesquisa e após aceitarem, assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, garantindo a eles o anonimato e a confidencialidade dos dados. Então,
responderam
a
um
questionário
com
perguntas
fechadas,
relacionadas
primeiramente a idade, sexo e escolaridade e depois ao uso de preservativos,
conhecimento da AIDS e consequentemente, sua saúde sexual. Após a aplicação do
formulário foram orientados sobre métodos preventivos e dúvidas existentes, que
não puderam ser revelados antes da aplicação do mesmo para que não houvesse
interferência nos dados coletados; para concretizar o projeto-ação foram distribuídas
cartilhas sobre a AIDS, hepatites e preservativos femininos e masculinos.
6. RESULTADOS
Foram entrevistados 157 idosos, 84 mulheres e 73 homens, todos heterossexuais,
sendo que 42,8% dos entrevistados têm 1º grau incompleto, 60,5% são casados e
22,4%, viúvos. Observou-se a discrepância entre gêneros sobre a atividade sexual,
83,6% dos homens afirmaram que são ativos, em contrapartida 47,6% das mulheres
são. Pouco mais de 80% dos idosos de ambos os sexos nunca usam preservativos,
principalmente por não acharem necessário (85%) e não gostarem (12%); sendo
que apenas 8,2% dos homens utilizam sempre preservativos, porcentagem maior
que das mulheres (5,2%).
Apenas 2,5% dos entrevistados afirmaram não saber o que é AIDS. A maioria
acertou os meios de transmissão mais comuns, por exemplo: sexo vaginal, sexo
anal, transfusão de sangue, compartilhamento de agulhas; 83,4% assinalaram sexo
oral como um meio de transmissão; e apenas 32,4%, sabiam da amamentação.
Entre as opções falsas, beijo foi o mais citado, por 23,1%, seguido de pelo ar e
aperto de mão por 6,6% dos idosos. Apesar de 97,5% dos entrevistados afirmarem
saber o que é a AIDS, 84,3% erraram pelo menos um meio de transmissão.
Outro dado é que mais da metade deles nunca conversam com um médico sobre
sexualidade e DSTs, e que as mulheres são mais abertas para conversar sobre esse
assunto em uma consulta do que os homens, contudo essa diferença é de apenas
3,8%.
Além disso, através da outra fonte foi feito um levantamento pelo site citado
mostrando que houve um aumento do número de casos de AIDS em idosos, no
Brasil, em quase 20 vezes nos períodos de 1980-1991 e 2000-2011.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A população desta faixa etária possui dificuldades em aderir aos métodos de
prevenção às DSTs. E, por isso, o número de casos de AIDS nessa parcela da
população aumentou quase 20 vezes, no período de 1980-1991 e 2000-2011.
O aumento de casos de AIDS em idosos no Brasil reflete o envelhecimento da
população brasileira e o aumento da sobrevida das pessoas vivendo com HIV/Aids;
o que ratifica a necessidade de cuidado com a vida sexual do idoso. Considera-se
de grande relevância a educação preventiva durante as consultas médicas, tanto
para difusão de informação quanto para mudanças comportamentais.
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