NEWSLETTER GABINETE DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Recursos humanos em Saúde na Europa NÚMERO 31 SETEMBRO 2010 No seguimento do Livro Verde da Comissão Europeia (CE) sobre força de trabalho em saúde – de 2008 – e de forma a preparar a Conferência Ministerial de Setembro de 2010 dedicada ao «Investimento nos Recursos Humanos de Saúde de amanhã», o Observatório Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde organizou, em Abril, três sessões de diálogos www.ordemenfermeiros.pt políticos sobre tema. [email protected] As sessões realizaram-se em Leuven, Bélgica, e tiveram como objectivo partilhar evidência e fomentar a discussão entre Estados-membros (EM), países candidatos, académicos e parceiros. As discussões centraram-se em vários tópicos desde a previsão de recursos Nesta edição: humanos e a aprendizagem ao longo da vida, até às condições de trabalho e mecanismos de feedback. Recursos humanos em Saúde na Europa 1 Declaração de Muskoka 2 não se fez representar oficialmente. Relatório Internacional «Pensões decentes para enfermeiros» 2 As principais conclusões, bem como as experiências nacionais, os comentários dos Nações Unidas criam Agência para a Mulher 2 Gripe A entra em fase póspandémica 3 Elevar as crianças e jovens europeus para fora da pobreza 3 IV Conferência de Gestão Hospitalar CPLP 4 XI Conferência Iberoamericana de Educação em Enfermagem 4 1.º Simpósio Internacional em Investigação em Intervenções de Enfermagem 4 Classificação multilingue para empregos e competências 4 - RN4CAST – projecto financiado pela União Europeia para previsão das necessidades de Enfermeiros; Indicadores de Saúde da Comunidade Europeia 5 4 - Criar um ambiente de trabalho que assegure a qualidade e segurança dos cuidados; Publicações: 5 - Como pode a auditoria e o feedback aos profissionais de saúde melhorar a qualidade e segurança dos cuidados de saúde; - «Análise dos Recursos Humanos em Saúde nos PALOP» - « 2010 World Population Data Sheet » - «Saúde dos Migrantes – o caminho em frente» Participaram nestes diálogos políticos 121 pessoas, de 25 países, 19 EM, sendo que Portugal participantes e as propostas de acção ao nível europeu encontram-se num relatório publicado recentemente e que inclui os seguintes temas: 1 - Avaliar as necessidades futuras de recursos humanos em saúde; - Sumário político sobre a previsão de necessidades futuras de recursos humanos em saúde; 2 - Adaptar as competências e redistribuição de tarefas para corresponder às futuras necessidades de cuidados de saúde; - Sumário político sobre a criação de condições para adaptar as competências às novas necessidades e à aprendizagem ao longo da vida; 3 - Criar um ambiente de trabalho que suporte a atração de profissionais de saúde motivados; - Como criar um ambiente de trabalho em saúde atractivo e de suporte para os profissionais de saúde; 5 - Conclusões gerais: apoiar a inovação e colaboração das políticas de recursos humanos em saúde na Europa. A Conferência Ministerial, que decorreu em Bruxelas (Bélgica) a 9 e 10 deste mês, partiu destes temas para o debate. Houve ainda dois grandes tópicos de discussão: um sobre o modo como as instituições lidam com exigências justas de profissionais de saúde motivados e competentes e um outro debate ministerial sobre as possibilidades de inovação e colaboração para uma política efectiva de atracção de profissionais de saúde. Ver programa oficial. A Ordem dos Enfermeiros integrou a delegação portuguesa. O Fórum Europeu de Saúde que decorrerá de 6 a 9 de Outubro, em Gastein (Áustria), já divulgado na Newsletter GRI, vai igualmente abordar o tema da gestão de recursos humanos em saúde na Europa. 2 GABINETE RELAÇÕES INTERNACIONAIS Declaração de Muskoka Decorreu em Muskoka (Canadá), a 25 e 26 de Junho de 2010, a Cimeira anual do G8, reunindo os países mais industrializados do Mundo. Esta cimeira focou a sua atenção nos desafios-chave ao desenvolvimento, paz internacional, segurança e protecção do ambiente. Foi aprovado e divulgada a Declaração de Muskoka integrando 10 pontos com o objectivo de acelerar o progresso para atingir os pontos quatro e cinco dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio: melhorar a saúde materna e reduzir a mortalidade infantil nos países em desenvolvimento. Esta iniciativa inclui: - Apoiar as políticas e planos de saúde nacionais; - Encetar intervenções ao nível da comunidade e ao longo do contínuo de cuidados que sejam integradas e com grande impacto; - Melhorar a partilha de inovações para ultrapassar impasses de forma rápida e acelerar resultados; - Atingir a cobertura universal de saúde reprodutiva até 2015 O G8 espera que estes compromissos comuns encorajem os países em desenvolvimento a intensificar esforços relativamente à saúde materna e infantil, promovendo uma poupança de vários milhões de vidas de mulheres, recém-nascidos e crianças. Em 2011, o G8 vai debruçar-se sobre a saúde e a segurança alimentar. Ver outros resultados da cimeira aqui. Relatório Internacional «Pensões decentes para enfermeiros» No contexto das actuais reformas nos regimes de pensões, o Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN) divulgou recentemente um relatório sobre «Pensões decentes para enfermeiros» que analisa o que os enfermeiros e as suas associações podem fazer para proteger os direitos dos profissionais e assegurar um nível adequado de rendimento durante a reforma. Este estudo identifica as mudanças que minaram a sustentabilidade e adequação das pensões nos últimos três anos, utilizando a perspectiva dos enfermeiros alcançada através de um questionário enviado às associações de enfermeiros em todo o Mundo. Nações Unidas criam Agência para a Mulher No início do mês de Julho a Assembleia Geral das Nações Unidas (NU) votou por unanimidade a criação de uma entidade denominada Entity for Gender Equality and the Empowerment of Women (Entidade para a Igualdade de Género e Empoderamento da Mulher). Esta nova entidade surge da fusão de quatro agências distintas das Nações Unidas e tem um campo vasto de acção que vai desde a luta anti-violência contra as mulheres, a nomeação de maior número de mulheres para posições de liderança até à redução da mortalidade materna. A Ordem dos Enfermeiros, a seu tempo, manifestou directamente ao Governo Português a concordância com a criação desta Agência e dos fins a que se destina, à semelhança de muitas outras associações de Enfermagem mundiais. Ver press release. GABINETE RELAÇÕES INTERNACIONAIS 3 Gripe A entra em fase pós-pandémica A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que o vírus da Gripe A (H1N1) entrou na fase póspandémica, tendo sido ultrapassada a fase de alerta 6. Este anúncio feito pela Directora-Geral da OMS, Dr.ª Margaret Chan, baseou-se na opinião dos membros do Comité de Emergência daquela organização. Pese embora este anúncio, tal não significa que o vírus tenha desaparecido. A OMS admite que o H1N1 deverá assumir o comportamento de um vírus sazonal e continuará a circular durante diversos anos, à semelhança do que sucedeu com pandemias anteriores. No período pós-pandemia são de esperar surtos localizados em algumas regiões, com diferentes magnitudes. Tal situação está a ser monitorizada, por exemplo, na Nova Zelândia e na Índia. O Comité de Emergência da OMS verificou que, em termos mundiais, «os níveis e padrões de transmissão do H1N1 agora observados diferem significativamente do que sucedeu na fase pandémica, não havendo relatos de focos em nenhum dos dois hemisférios. Durante o período pandémico, o vírus da Gripe A tornou-se o dominante, sobrepondo-se em larga escala ao vírus sazonal, o que já não sucede», aludiram os responsáveis mundiais. A Dr.ª Margaret Chan adiantou recentemente que «muitos países relatam a existência de diversos vírus da gripe, como é geralmente observado durante epidemias sazonais». A responsável admitiu também que, em algumas áreas, entre 20 e 40 por cento das pessoas foram infectadas pela Gripe A e ficaram imunes futuramente ao vírus, citando alguns estudos publicados. A Directora-Geral da OMS mostrou-se satisfeita com o impacto que esta pandemia acabou por ter, menos letal do que se temia em 2009. Para tal contribuíram o facto do vírus não se ter transformado durante a pandemia, não ter existido uma resistência generalizada ao oseltamivir, e a vacina ter apresentado um «excelente» perfil de segurança, sustentou a responsável. Mais informações poderão ser consultadas aqui. Elevar as crianças e jovens europeus para fora da pobreza Na Europa, uma em cada cinco crianças e jovens com menos de 18 anos estão em risco de pobreza. A 2 e 3 de Setembro, a Presidência Belga da União Europeia acolheu uma conferência sobre a pobreza infantil, na qual se pretendeu ouvir as experiências relacionadas com a pobreza relatadas por políticos, decisores, peritos, crianças e pais. A conferência focou-se em três pontos: - Assegurar que as crianças crescem em famílias com recursos suficientes para suprir as suas necessidades essenciais; - Assegurar que as crianças têm acesso a serviços e oportunidades que promovam o seu bem-estar actual e futuro; - Promover a participação activa de crianças e jovens. As conclusões destas discussões contribuirão para a preparação de uma recomendação da Comissão Europeia (CE) sobre pobreza infantil, na qual se pedirá aos Estados-membros que se comprometam a enfrentar os problemas dos mais pequenos que vivem em pobreza e a encontrar soluções para a reduzir. Mais informações aqui. 4 GABINETE RELAÇÕES INTERNACIONAIS IV Conferência de Gestão Hospitalar CPLP Decorrerá na Escola Nacional de Administração de Luanda (Angola), de 27 a 29 de Outubro de 2010, a IV Conferência de Gestão Hospitalar dos Países de Língua Oficial Portuguesa. Trata-se de uma organização conjunta entre a Ordem dos Médicos de Angola, a Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares e a Federação Brasileira dos Hospitais. O tema a abordar será «A Gestão das Unidades de Saúde – Seu Contributo para a Melhoria dos Sistemas de Saúde» e tem em vista a partilha de experiências entre gestores e profissionais de saúde dos diversos países que falam português. Consulte o programa provisório. XI Conferência Ibero-americana de Educação em Enfermagem A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) em conjunto com a Unidade de Investigação em Ciências da Saúde - Enfermagem e a Associação Latino-americana de Escolas e Faculdades de Enfermagem (ALADEFE) vão realizar em Portugal, no próximo ano (2011), a XI Conferência Ibero-americana de Educação em Enfermagem da ALADEFE. O evento ocorrerá em Coimbra, de 18 a 24 de Setembro de 2011, e a organização convida todos os profissionais do ensino de Enfermagem, da prestação de cuidados de Enfermagem, os investigadores em Enfermagem e outros profissionais de disciplinas afins, que trabalhem na formação de recursos humanos da Saúde e, especialmente de Enfermagem, a participarem nesta Conferência e solicita a sua divulgação. É a primeira vez que esta reunião é organizada em Portugal e a segunda na Europa, pelo que os organizadores acreditam que haverá «um reforço de intercâmbio nos processos de formação e investigação em Enfermagem entre as Instituições do espaço atlântico. Para mais informações consulte o site da ESEnfC e da ALADEFE 1.º Simpósio Internacional em Investigação em Intervenções de Enfermagem O primeiro Simpósio Internacional em Investigação em Intervenções de Enfermagem decorrerá em Montreal de 6 a 8 de Abril de 2011. Nesta fase convida-se os interessados a submeter comunicações orais ou apresentações em poster sobre o desenvolvimento de investigação, avaliação ou focos de partilha sobre cuidados materno-infantis, cuidados pediátricos, cuidados ao adulto, cuidados geriátricos ou outras áreas. O prazo limite é 30 de Setembro de 2010 e as línguas a utilizar são o inglês ou o francês. Para mais informações, incluindo sobre a submissão de resumos, consulte o site oficial. Classificação multilingue para empregos e competências A Comissão Europeia (CE) está a desenvolver uma taxonomia europeia sobre competências e ocupações para descrever as qualificações mais relevantes para um conjunto vasto de funções e que estará disponível em várias línguas. Este instrumento vai contribuir para melhorar os serviços do Portal Europeu de Mobilidade de Emprego. GABINETE RELAÇÕES INTERNACIONAIS 5 NOVIDADES DG SANCO Indicadores de Saúde da Comunidade Europeia A Comissão Europeia (CE) disponibilizou um instrumento online para procura de indicadores de Saúde Pública na União Europeia (UE). Esta nova versão do ECHI (acrónimo do inglês European Community Health Indicators – Indicadores de Saúde da Comunidade Europeia) permite aos utilizadores ver e fazer o download dos indicadores como gráficos dinâmicos, mapas e tabelas, cobrindo todos os países e estratificado por idade e género. Os indicadores de saúde da UE são um conjunto de dados que fornecem informação sobre o estado de saúde, determinantes e cuidados nos Estados-membros da UE. Permitem monitorizar e comparar, servindo como base para a decisão política. Ver o instrumento ECHI. Ver igualmente o press release sobre a continuidade deste projecto como ECHIM (European Community Health Indicators Monitoring – Monitorização dos Indicadores de Saúde da Comunidade Europeia). PUBLICAÇÕES «Análise dos Recursos Humanos em Saúde nos PALOP» O livro divulgado pela Alto Comissariado da Saúde (ACS), e publicado pela OMS, revela que há pouca informação quantitativa que permita ter uma noção exacta das necessidades em recursos humanos de saúde nos PALOP. «Sabe-se que os rácios dos profissionais de saúde por habitante são baixos, mas não se sabe ao certo as condições de trabalho, os salários e outros benefícios (seguros, pensões) e subsídios que compõem a remuneração total, os benefícios não financeiros (roupa, alimentação, transporte, alojamento, profilaxia em relação a exposição ao VIH e outros riscos) e sobre a existência de incentivos para trabalhar em zonas difíceis.» Ver notícia completa no site do Hospital do Futuro « 2010 World Population Data Sheet » O Population Reference Bureau (PRB) sediado em Washington (EUA) divulgou um documento com os dados demográficos e outra informação de mais de 200 países. Nesta edição, foram incluídos dados novos, nomeadamente dados sobre o apoio a idosos, indicando o nível potencial de apoio disponível para os idosos; subscritores de telemóveis por 100 mil habitantes; e a percentagem de população que tem condições sanitárias adequadas. Inclui igualmente uma secção especial dedicada ao envelhecimento. O PRB tem como objectivo divulgar mundialmente dados sobre a população, saúde e ambiente, de modo a dar maior poder aos utilizadores para o desenvolvimento do bem-estar das actuais e futuras gerações. O seu trabalho é financiado por fundações privadas, agências governamentais, dadores individuais e colabora frequentemente com universidades e organizações não governamentais. «Saúde dos Migrantes – o caminho em frente» A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou o Relatório «Health of Migrants – The Way Forward», que reúne os resultados e contributos do debate realizado no âmbito da Consulta Global sobre a Saúde dos Migrantes, que decorreu em Madrid, entre 3 e 5 de Março de 2010. Ver igualmente artigo do Alto Comissariado da Saúde sobre migrações em saúde publicado na revista Eurohealth.