Descritores geométricos da variação interpopulacional em Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) (DIPTERA: CULICIDAE). Rodrigo F Chitolina1,2, Mário L P Guedes1,2, Maurício O Moura1,3, Mário A Navarro da Silva1,2 1 – Universidade Federal do Paraná (UFPR), Departamento de Zoologia; 2 – Laboratório de Entomologia Médica e Veterinária; 3 – Laboratório de Dinâmicas Ecológicas O Aedes aegypti é um dos principais vetores de arboviroses tropicais e subtropicais, sendo responsável pela transmissão do vírus da dengue no Brasil. Considerando que a morfologia dos insetos sofre tanto influências genéticas quanto ambientais, variações em traços morfométricos – como a forma e tamanho da asa – fornecem dados quantitativos precisos para diferenciação entre populações, além de informações sobre a biologia da espécie, por exemplo, capacidade de dispersão e competência vetorial. Assim, este estudo tem com objetivo verificar se há variação geográfica na forma e tamanho da asa de fêmeas de Ae. aegypti de populações brasileiras. Foram analisados espécimes de Floraí – PR, Jacarezinho – PR, Rondonópolis – MT, GuarajáMirim – RO e de uma população Rockefeller, referência para estudos de resistência a inseticidas. A asa direita foi removida, preparada, montada e fotografada. Para melhor visualização dos marcos anatômicos as escamas foram clarificadas com solução de hipoclorito de sódio. Os descritores de forma foram extraídos por análises de morfometria geométrica usando a superposição de procrustes. Foram inseridos 22 marcos anatômicos, pelo programa TPSdig, nas junções de veias alares distribuídos entre a base e o ápice. Para as análises foram utilizados os componentes relativos como variáveis resposta. Para verificar se há variação geográfica foi usada uma MANOVA juntamente com uma CVA. Verificou-se que todas as populações são diferentes, existindo uma variação geográfica na forma (λ Wilks=0,03, df1=152, df2=1075, f=9,62, p<0,001). No entanto, não foi detectada variação no tamanho do centroide (CS) (F4,306 =1,65, p =0,16). A análise morfométrica da forma da asa mostrou-se eficiente para a diferenciação das populações. Quanto ao CS, a inexistência de variação permite inferir que outros fatores, que não apenas as variações latitudinais possam estar afetando as populações, sejam eles fatores genéticos ou pressões ambientais específicas para cada população. Palavra-chave: Mosquitos; morfometria geométrica; variação geográfica. Apoio: CNPq;MCT/CNPq – PRONEX – Rede Dengue; CAPES.