Eucalyptus torelliana F. Muell - Instituto de Pesquisas e Estudos

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CARLOS VITORINO DANTAS MONIZ
COMPORTAMENTO INICIAL DO EUCALIPTO (Eucalyptus torelliana F. Muell),
EM PLANTIO CONSORCIADO COM MILHO (Zea mays L.), NO VALE DO RIO
DOCE, EM MINAS GERAIS
Tese Apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como Parte das
Exigências do Curso de Ciência
Florestal, para Obtenção do Título
de “Magister Scientiae”.
VIÇOSA
MINAS - BRASIL
1987
1
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Orientador, Laércio Couto, pelo interesse, pela dedicação e
capacidade com que orientou este trabalho, mas, especialmente pela amizade e
compreensão demonstradas durante a realização deste Curso de Pós-Graduação.
À FAO, pela concessão da bolsa de estudo que permitiu a realização
deste treinamento.
Ao Ministro do Desenvolvimento Rural e Pesca da República de Cabo
Verde, João Pereira Silva, pela oportunidade concedida para a realização do Curso.
Aos Professores Conselheiros, José Mauro Comes e Nairam Fêlix de
Barros, e aos Professores Alcides Reis Condé Marco Antônio Oliva, pelos
esclarecimentos e pelas sugestões.
À Cenibra Florestal S. A., nas pessoas do diretor, Kenzo Tajima, do
superintendente, Geraldo Érico Speltz do chefe do Departamento de Pesquisa
Florestal, Luiz Roberto Capitani, e do Engenheiro Clayton Couto, pelo suporte
oferecido para execução deste trabalho em áreas da empresa.
Aos Engenheiros Florestais Érico José de Morais e Wilson Antônio da
Silva Barroso, pelo incentivo e apoio na implantação do experimento.
Ao técnico Marcílio de Figueiredo Viana, pela valiosa ajuda concedida
no desenvolvimento dos trabalhos de campo.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para que esta tese se
tornasse realidade.
2
BIOGRAFIA
CARLOS VITORINO DANTAS MONIZ, filho de Antônio Celestino
Lopes Moniz e Mariana Dantas Pereira, nasceu na Ilha de Santiago, na República de
Cabo Verde, em 30 de setembro de 1947.
Foi funcionário do Laboratório de Fitofarmacoloqia da Secretaria Geral
da Agricultura, em Portugal, onde trabalhou, até 1974, como Engenheiro Técnico
Agrário.
Em 1975, integrou-se ao quadro de funcionários do Ministério do
Desenvolvimento Rural e Pesca da República de Cabo Verde, ao qual pertence até a
presente data.
Graduou-se em Engenharia Agronômica, em 1983, pela Escola Superior
de Agricultura de Mossoró, Rio Grande do Norte, Brasil.
Em junho de 1984, iniciou o Curso de Pós-Graduação em Ciência
Florestal, a nível de Mestrado, na Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais,
Brasil.
3
CONTEÚDO
Página
EXTRATO............................................................................................................
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................
1.1. O Problema e sua Importância...................................................................
1.2. Objetivo .....................................................................................................
2. REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................
2.1. O produtor rural e a agrossilvicultura ........................................................
2.2. Reflorestamento “versus” agricultura........................................................
2.3. O sistema “Taungya” .................................................................................
2.3.1. Vantagens do Sistema “Taungya” ......................................................
2.3.2. Desvantagens do Sistema “Taungya” .................................................
2.3.3. Escolha das Espécies Componentes do Sistema “Taungya” ..............
2.3.3.1. O componente agrícola ................................................................
2.3.3.2. O componente florestal................................................................
2.3.4. Espaçamento no sistema “Taungya”...................................................
2.4. Consorciação de eucalipto com milho no Brasil .......................................
3. MATERIAL E MÉTODOS ..............................................................................
3.1. Local do estudo..........................................................................................
3.2. Instalação do experimento .........................................................................
3.3. Coleta de dados..........................................................................................
3.3.1. Eucalipto .............................................................................................
3.3.2. Milho...................................................................................................
3.3.3. Análise do solo....................................................................................
3.4. Palhada do milho .......................................................................................
3.5. Análise das informações ............................................................................
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................
4.1. Eucalipto ....................................................................................................
4.1.1. Altura ..................................................................................................
4.1.2. Sobrevivência.....................................................................................
4.1.3. Diâmetro do coleto..............................................................................
4.1.4. Diâmetro da copa ................................................................................
4.1.5. Peso de matéria seca ...........................................................................
4.1.6. Número de folhas................................................................................
4.2. Milho .........................................................................................................
4.2.1. Altura da planta...................................................................................
4.2.2. “Stand” Final.......................................................................................
4.2.3. Produção de grãos ...............................................................................
4.2.4. Peso de 100 Grãos...............................................................................
4.2.5. Capinas................................................................................................
4.3. Rentabilidade proporcionada pela produção do milho ..............................
5. CONCLUSÔES ................................................................................................
6. RECOMENDAÇÕES.......................................................................................
7. BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................
APÊNDICE...........................................................................................................
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EXTRATO
DANTAS MONIZ, Carlos Vitorino, M.S., Universidade Federal de Viçosa, julho de
1987. Comportamento Inicial do Eucalipto (Eucalyptus torelliana F. Muell), em
Plantio Consorciado com Milho (Zea mays L.), no Vale do Rio Doce, em Minas
Gerais. Professor Orientador: Laércio Couto. Professores Conselheiros: José Mauro
Gomes e Nairam Félix de Barros.
O presente trabalho foi conduzido em área experimental pertencente à
Cenibra Florestal S.A., no Município de Belo Oriente, Minas Gerais. Estudou-se a
viabilidade do sistema “taungya”, envolvendo o consórcio do eucalipto com o
milho. O eucalipto foi consorciado com diferentes densidades de plantio do milho,
correspondentes a uma, duas, três e quatro fileiras da cultura agrícola entre as filas
da espécie florestal, sendo o eucalipto e o milho comparados com os respectivos
plantios em monocultivo. Para o eucalipto, foram feitas avaliações da sobrevivência;
medições da altura e dos diâmetros da copa e do coleto; e contagens do número de
folhas. Obteve-se o peso de matéria seca do caule, dos galhos e das folhas e ainda
foi registrado o tempo gasto nas capinas. Para o milho, fizeram-se avaliações do
“stand” final, mediu-se a altura, determinou-se a produção de grãos e obteve-se o
peso de 100 grãos. Os resultados mostraram que o eucalipto consorciado com uma
fileira de milho apresentou um crescimento semelhante ao do eucalipto solteiro.
Observou-se, porém, uma relativa influência negativa sobre o crescimento do
eucalipto, quando se fez o consórcio deste com duas, três e quatro fileiras de milho.
A modalidade de consórcio do eucalipto com uma fileira de milho, na densidade de
25.000 plantas de milho por hectare, apresentou maior produção de grãos por planta,
inclusive em relação ao milho em monocultivo. A produção de milho, resultante
desse tipo de consorciação, provocou uma diminuição dos custos de implantação
florestal entre 59,75% e 79,43%, dependendo da sua densidade.
5
1. INTRODUÇÃO
1.1. O Problema e sua Importância
Apesar do seu grande potencial para a agricultura, o Vale do Rio Doce,
em Minas Gerais, tem apresentado, nos últimos anos, uma tendência declinante para
a maioria das culturas agrícolas tradicionalmente plantadas nesta região, tanto em
termos de redução de área cultivada quanto em termos de produção física.
Dentre essas culturas, inclui-se o milho, alimento de grande consumo
popular e de elevada participação na produção de leite, carne e derivados. Segundo
FLORIANI (1986), Minas Gerais é o segundo Estado maior produtor no País deste
cereal, com uma produção de, aproximadamente, 3,2 milhões de toneladas e com
uma produtividade média de 2.000 kg por hectare (safra de 85/86). Este autor
menciona que o milho é uma das plantas mais eficientes na conversão de energia
solar em alimentos e ressalta que sua importância para o País pode ser avaliada pelos
seguintes fatores:
a. é a cultura que ocupa maior área cultivada, com mais de 12 milhões
de hectares;
b. é o maior responsável pelo emprego de mão-de-obra no meio rural
brasileiro;
c. é a maior fonte de insumos alimentícios para as atividades de criação
animal, principalmente a suinocultura e a avicultura;
d. é um cereal de expressão nacional, plantado de norte a sul do País por
mais de 60% dos produtores rurais brasileiros;
e. representa excelente alternativa de alimento para o consumo humano,
podendo substituir, em até 50%, a farinha de trigo empregada nas indústrias de
panificação e massas.
6
A cultura do milho ocupa, portanto, posição de destaque econômico e
social no Brasil, apresentando, porém, uma baixa produtividade que, segundo
FLORIANI (1986), se deve principalmente aos seguintes fatores:
a. baixa densidade de plantio (20 a 30 mil plantas por hectare, quando
deveriam ser 70 mil);
b. tratos culturais inadequados;
c. adubação inadequada;
d. perdas na colheita.
Por outro lado, dotado de grande potencialidade florestal, o Vale do Rio
Doce, em Minas Gerais, tem sido palco da implantação de extensos maciços
florestais, principalmente de eucaliptos, objetivando o fornecimento de matériaprima para as usinas siderúrgicas a carvão vegetal e para a fábrica de celulose ali
existente. Essas atividades de florestamento e reflorestamento na região tem tido um
reflexo extraordinário nos níveis de renda e de ocupação da mão-de-obra local, além
dos efeitos positivos relacionados com o suprimento de madeira para as referidas
indústrias, com a conservação do solo e com a proteção de encostas e das cabeceiras
de rios e nascentes.
Entretanto, a elevação do preço da terra, as dificuldades de mecanização
das operações florestais, a grande densidade de malha viária para a retirada da
madeira e a dificuldade de se conseguir mão-de-obra em determinadas épocas do
ano têm indicado a atividade florestal a nível de proprietário rural como solução
natural para ampliação da oferta de madeira a nível regional. Além disso, o
reflorestamento conduzido adequadamente nas propriedades rurais da região pode
constituir uma prática recomendável de conservação do solo.
Em 1981, A Cia. Vale do Rio Doce, em convênio com o Instituto
Estadual de Florestas, iniciou um programa de fomento florestal na região, tendo
reflorestado cerca de 2.000 hectares em dois anos de funcionamento. Em 1985, a
Celulose Nipo-Brasileira iniciou, também, em convênio com o IEF, programa
idêntico que, segundo PLAZI (1986), atinge, atualmente, 62 municípios, num raio
7
de 50 km de distância da fábrica, envolvendo, no primeiro ano do programa, 123
pequenos agricultores e uma área reflorestada de mais ou menos 1.200 hectares.
Segundo este autor, os produtores rurais da região têm agora uma nova fonte de
renda para as suas terras.
O milho e o eucalipto, em virtude de suas potencialidades econômicas e
da magnitude das áreas plantadas anual mente, constituem, portanto, duas culturas
importantes para a região, para o Estado e para o Pais. Portanto, o cultivo simultâneo
dessas duas espécies na mesma área deverá ser encarado como uma hipótese de
estudo, principalmente em regiões de grande potencial agroflorestal, como é o caso
do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Além disso, a prática agrossilvicultural
pode ser útil e valiosa em áreas específicas como, por exemplo, recuperação de solos
degradados pelo uso inadequado ou aumento da produtividade daqueles que
necessitam de altos níveis de insumos, mediante manejo apropriado de associações
vegetais (CASEY, 1983).
1.2. Objetivo
Este trabalho teve como objetivo estudar o comporta mento inicial do
eucalipto (Eucalyptus torelliana F. Muell) em plantio consorciado com milho (Zea
mays L.), no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, visando a fornecer subsídios para
essa prática aos produtores rurais e às empresas florestais da região.
8
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. O produtor rural e a agrossilvicultura
A implantação florestal é onerosa e de retorno a longo prazo,
apresentando um custo com o qual dificilmente o pequeno agricultor pode arcar.
Nesse caso, a associação entre culturas florestais e agrícolas permite uma parcela de
retorno a curto prazo, minimizando o peso do custo de implantação florestal e
aumentando a produção de alimentos e a produtividade do solo. Segundo BAGGIO
et al. (1982), é possível para o proprietário florestal cobrir os custos de implantação
de suas florestas e, inclusive, obter retorno liquido com a produção oferecida por
culturas intercalares.
A eliminação da necessidade de capinas para a espécie florestal poderá,
também, tornar o sistema agrossilvicultural mais econômico, conforme observado
por COUTO et al. (1982), em plantio de eucalipto consorciado com soja, em Bom
Despacho, Minas Gerais. Nesse estudo, segundo os autores, a consorciação do
eucalipto com a soja não acarretou prejuízo para o crescimento do componente
florestal e ainda eliminou a necessidade de capinas, produzindo soja em quantidade
igual á cultura solteira na região e reduzindo, com isso, o custo de implantação do
reflorestamento.
O incentivo à prática agrossilvicu1tural seria uma boa alternativa para os
produtores rurais conciliarem a produção de alimentos com a produção de madeira
para diversos fins. Isso porque o pequeno agricultor já pratica, tradicionalmente, o
consórcio de plantas agrícolas, sendo essa prática, em determinadas condições
socioeconômicas, proveitosa também para o médio e grande agricultor (VIEIRA,
1985).
A produção agrícola mundial baseia-se, em grande parte, nas produções
obtidas de pequenas propriedades, onde tradicionalmente se desenvolve uma
9
agricultura de subsistência, muitas vezes caracterizada por baixos rendimentos
econômicos. O fato, porém, de o sistema de consórcio de culturas não implicar uso
de alta tecnologia ou obtenção de altos níveis de produção, talvez tenha feito com
que ele, por muitos anos, tenha sido desprezado pela pesquisa e pela extensão rural,
as quais preferiram concentrar sua atenção nos monocultivos, que facilitam o
emprego de alta tecnologia (VIEIRA, 1985).
É preciso, portanto, que a pesquisa e a extensão rural sejam voltadas para
a agrossilvicultura que, pelas suas características técnicas e sociais, pode harmonizar
as atividades agrícolas, silviculturais e pecuárias.
2.2. Reflorestamento “versus” agricultura
O déficit energético ocasionado pela crise do petróleo fez com que a
indústria buscasse na biomassa vegetal a solução para este problema. Portanto, o
carvão vegetal ocupa, no Brasil, uma posição de destaque, por se tratar de in sumo
energético amplamente utilizado por vários segmentos da indústria nacional,
principalmente pelo parque siderúrgico e cimenteiro.
É tradicional, no País, a utilização industrial de recursos renováveis como
a lenha, o bagaço de cana e o carvão vegetal que contribuem com cerca de 30% do
consumo energético nacional (CETEC, 1980). Nesse contexto, os cerrados e as
plantações de eucalipto têm sido grandes fornecedores de matéria-prima para a
produção do carvão vegetal. Além disso, com a crescente demanda de madeira para
a produção de celulose e com a utilização cada vez maior de madeira de folhosas, o
gênero Eucalyptus tem se constituído, também, em uma das principais fontes
mundiais de fibras curtas (FOELKEL, 1975). Somente em Minas Gerais, plantou-se,
nos últimos três anos, cerca de 250.000 hectares dessa espécie florestal.
Conseqüentemente, em determinadas regiões, os povoamentos de eucaliptos têm
ocupado solos tradicionalmente dedicados à produção de alimentos, restringindo a
expansão de novas fronteiras agrícolas, ao contrário do que ocorre noutros países
10
tropicais, onde as culturas agrícolas vêm ocupando solos que seriam mais adequados
para a prática florestal (WEAVER, 1979).
A produção insuficiente de alimentos tem se constituído num dos
principais problemas atualmente enfrentados pelo Brasil. O aumento do consumo de
alimentos, como resultado das recentes medidas econômicas implementadas pelo
Governo, ocasionou a falta de vários produtos básicos no mercado, principalmente o
milho, alimento de grande consumo popular e de elevada participação na produção
de carnes e derivados.
Embora a área anualmente plantada com milho no País seja extensa, o
rendimento médio por hectare, obtido dessa cultura agrícola, tem sido muito baixo,
colocando o Brasil entre os grandes importadores desse cereal (IBGE, 1985).
Mesmo sendo o milho o terceiro cereal mais cultivado no mundo, é imprescindível
que se adotem, no País, medidas para ampliar o seu cultivo e para aumentar a
produtividade de suas lavouras. Caso contrário, o País terá de aumentar ainda mais
os níveis de importação desse cereal. Tal fato contribuirá para uma crescente evasão
de divisas, o que poderá acarretar graves conseqüências para o desenvolvimento
interno do País, principalmente no que se refere ao padrão de vida da população.
De maneira geral, não se tem procurado, no Brasil, compatibilizar a
produção de alimentos com a produção de madeira, havendo, portanto, uma
concorrência entre essas duas atividades. No sul do País, o alto grau de ocupação
das terras cultiváveis já não permite o aumento concomitante da produção de
alimentos e de madeira, a não ser pelo aperfeiçoamento das práticas culturais e pela
melhor utilização dos solos (BAGGIO et al., 1982). Desta maneira, o
desenvolvimento rural fica na dependência da harmonização entre as produções
desses bens.
Por que não compatibilizar as atividades florestais e agrícolas na solução
de tais problemas? A questão deve ser examinada como um todo, dentro da
realidade nacional, e, nesta perspectiva, o cultivo simultâneo de espécie agrícolas e
florestais na mesma área deverá ser encarado como uma hipótese de estudo,
11
principalmente em regiões de grande potencialidade agrícola e florestal, como é o
caso do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. A viabilidade de consorciações
agrossilviculturais vem sendo comprovada por pesquisas realizadas em vários
países, principalmente da África, Ásia e América Latina, e divulgadas pelo
“International Council of Research in Agroforestry – ICRAF” e pelo “Centro
Agronômico Tropical de Investigación y Ensenãnza – CATIE. É possível citar, por
exemplo, os resultados obtidos de Tectona grandis e Pinus caribacea consorciados
com culturas agrícolas (GUTIERREZ, 1971), em Trinidad-Tobago; de plantios de
eucalipto consorciado com soja (COUTO et al., 1982); e de plantios de eucalipto
consorciado com milho (GURGEL FILHO, 1962), no Brasil.
O desenvolvimento de sistemas agroflorestais para áreas hoje ocupadas
apenas com florestas ou com culturas agrícolas, constitui alternativa interessante
para solucionar ou minimizar alguns dos problemas mencionados. Portanto, a
produção integrada de espécies florestais e agrícolas tem sido indicada como
adequada para regiões tropicais, principalmente nas áreas de baixo desenvolvimento
socioeconômico (BENE et al., 1978).
2.3. O sistema “Taungya”
A falta de uma classificação e terminologia mundialmente aceitas para o
sistema
agroflorestal
tem
levado
os
pesquisadores
a
alguns
equívocos
desnecessários, uma vez que palavras ou expressões aparentemente iguais têm sido
utilizadas para caracterizar conceitos ou princípios bem distintos (SANGAL, 1981).
Assim, a terminologia aqui apresenta da tem como finalidade facilitar o
entendimento deste trabalho.
Um sistema agroflorestal, segundo NAIR (1980), baseia-se no princípio
de otimização da combinação da produção agrícola e florestal, ao mesmo tempo em
que busca conservar e melhorar as condições do local. Essa combinação foi
agrupada por COMBE e BUDOWSKI (1977) e KING (1979), da seguinte maneira:
12
• sistemas agrossilviculturais – espécies florestais consorciadas com
culturas agrícolas anuais e perenes;
• sistemas agrossilvipastoris – espécies florestais combinadas com
culturas agrícolas e pecuária;
• sistemas silvopastoris – espécies florestais associadas á pecuária;
• sistemas florestais de múltiplo uso - manejo de espécies florestais para
produzirem não só madeira, mas também folhas e frutos para alimentação ou
forragem.
KING e CHANDLER (1978) consideram, também, um sistema
agroflorestal aquele caracterizado por um rendimento sustentado e por um aumento
da produtividade do solo, me diante combinação da produção agrícola, florestal e/ou
pecuária, simultânea ou sucessiva, na mesma área, por meio da aplicação de técnicas
de manejo compatíveis com as práticas culturais da população local.
O sistema “taungya” visa a estabelecer cultivos fio restais em associação
com culturas agrícolas temporárias (KING, 1968). Essa associação pode durar de
um a quatro anos, dependendo de vários fatores, tais como espécies agrícolas e
florestais
selecionadas,
taxas
de
crescimento
e
espaçamentos
utilizados
(BUDOWSKI, 1983).
Esse sistema foi introduzido na prática florestal, pela primeira vez, em
1862, na Birmânia, embora tenha se originado na Europa (TAYLOR, 1962). A
palavra “taungya” e, portanto, de origem birmanesa, em cuja língua “taung” e “ya”
significam, respectivamente, colina e cultivo, resultando na idéia de cultivo em
encosta (SAMAPUDDHI, 1975). Existem, entretanto, vários termos internacionais
com o mesmo significado, tendo KING (1968) enumerado 25 deles.
2.3.1. Vantagens do Sistema “Taungya”
Do ponto de vista florestal, as principais vantagens do sistema são:
a. diminuição dos custos de implantação florestal;
13
b. melhor distribuição da mão-de-obra rural durante o ano;
c. extensão de benefícios a maior número de pessoas;
d. melhor proteção do solo;
e.
favorecimento na ciclagem de nutrientes;
f.
economia nos tratos culturais;
g. uso intensivo do solo e obtenção de vários produtos na mesma área.
2.3.2. Desvantagens do Sistema “Taungya”
As principais desvantagens do sistema são:
a.
maior dificuldade ou até mesmo impossibilidade de mecanização;
b. necessidade de investigação prévia para a escolha das espécies
florestal e agrícola;
c.
maior concorrência para obtenção de luz, água e nutrientes, em razão
da alta densidade de plantio das espécies componentes do sistema;
d. necessidade de dimensionamento adequado do tamanho da área para
otimização da utilização da mão-de-obra durante todo o ciclo de operações do
sistema;
e.
necessidade de supervisão mais atenta e quase permanente por parte
do proprietário rural;
f.
necessidade de cuidado para evitar que não sejam causados danos à
espécie florestal por ocasião das capinas da cultura agrícola.
2.3.3. Escolha das Espécies Componentes do Sistema “Taungya”
A escolha das espécies adequadas, para produção simultânea e
economicamente satisfatória, é o fator mais importante para o sucesso do sistema
“taungya”. Para isso, torna-se essencial o conhecimento das causas e efeitos da
interação dos componentes desse sistema, para determinação das combinações mais
adequadas, de forma a otimizar os resultados.
14
Embora não existam ainda grupos de espécies que possam ser
consideradas apropriadas para o sistema “taungya”, essa escolha tem sido feita
baseada em certos critérios mais utilizados pelos pesquisadores, dentre os quais se
destacam (BUDOWSKI, 1983):
a. horizontes do solo explorados pelas raízes das espécies consorciadas;
b. efeito alelopático;
c. tolerância à sombra, principalmente por parte da espécie agrícola;
d. efeitos entomológicos e patológicos diretos (espécies com a mesma
praga) e indiretos (quando condições geradas por uma espécie favorecerem a
ocorrência de pragas na outra espécie);
e. adequação das espécies envolvidas aos solos da região;
f.
efeitos negativos e positivos de uma espécie sobre a outra como, por
exemplo, concorrência para obtenção de água e luz, e fixação nitrogenada,
respectivamente;
g. valor econômico das espécies envolvidas;
h. valor da produção combinada das espécies envolvi das no sistema, o
qual deve ser economicamente mais rentável do que o valor das produções nos
monocultivos.
Entretanto, a escolha final das espécies a comporem o sistema
agrossilvicultural dependerá do hábito agricultural e alimentar do produtor rural e
das condições socioeconômicas locais (NAIR, 1980).
2.3.3.1. O componente agrícola
A escolha da cultura agrícola para consorciação com a florestal, dentro
do sistema “taungya”, constitui um dos passos mais importantes na iniciação de um
programa agrossilvicultural, tendo KING (1968) e NAIR (1980) indicado e descrito
cerca de quarenta espécies adequadas para tal finalidade.
15
A disposição espacial da cultura agrícola e da florestal, segundo NAIR
(1980), depende de vários fatores, a saber:
a. o objetivo principal do proprietário rural;
b. as condições climáticas da região;
c. a própria natureza da espécie;
d. o nível de manejo que se pretende adotar.
Os seguintes tipos de disposição espacial são sugeridos pelo ICRAF,
conforme o referido autor:
a. intercalar culturas anuais com a espécie florestal, plantando as duas
espécies simultaneamente ou na mesma estação;
b. abrir faixas de um metro em matas primárias ou secundárias e plantar
culturas agrícolas tolerantes à sombra como, por exemplo, o cacau;
c. utilizar práticas de manejo como desbastes e podas em plantações
florestais, para permitir a entrada de luz, e plantar espécies agrícolas selecionadas,
entre as fileiras das espécies florestais;
d. selecionar, para áreas declivosas, espécies de árvores que poderão
ser plantadas em diferentes arranjos que acompanhem as curvas de nível, plantando
as culturas agrícolas entre as árvores;
e.
plantar árvores de utilização múltipla, em torno das áreas de cultivo
agrícola para funcionarem como cercas vivas, quebra-ventos e delimitadores dessas
áreas, e para produzirem forragem e madeira para diversos fins;
f.
intercalar, de forma regular, árvores em áreas de agricultura
intensiva;
g. realizar plantio misto de diferentes espécies de árvores, arbustos e
ervas.
16
2.3.3.2. O componente florestal
Para a escolha da espécie florestal a ser consorcia da com a agrícola no
sistema “taungya”, deve-se observar não só as suas próprias características e
adaptação ambiental, mas também a existência de mercado potencial para seus
produtos (LAMB, 1968), a sua taxa de crescimento e a sua resistência natural às
pragas e doenças (BUDOWSKI, 1956).
Na África várias espécies já foram testadas e utilizadas em diferentes
sistemas aqroflorestais como, por exemplo: Nauclea diderrichii, Lovoa trichilioides,
Khaya ivorensis, Entandrophragmas angolense (LAMB, 1968); Terminalia
ivorensis, Terminalia superba e Triphochyton scleroxylon (PARRY, 1957).
No Paquistão já foram testados o Eucalyptus citriodora, o Populus
deltoides, a Dalbergia sissoo e a Salmalia malabarica (SHEIKEH e HAQ, 1982), e,
na Índia, um grande numero de espécies do gênero Eucalyptus foi testado, dando
bons resultados (DHILLON; GREWAL e ATWAL, 1979).
Na Costa Rica e em outros paises da América Central, pode-se
mencionar, dentre as espécies testadas, a Tectona grandis e o Pinus caribaea
(GUTIERREZ, 1970); a Terminalia ivorensis (AMAYA, 1981 e OJEDA, 1979); a
Cordia alliodora (ALDEAN, 1975 e CORRAL, 1963); o Cupressus lusitanica e a
Swietenia humilis (CORRAL, 1963); a Erythrina spp., a Gliricidia sepium, a Hevea
brasiliensis, a Prosopis spp. e a Leucaena esculenta (WEAVER, 1979).
No Brasil já foram estudados o Eucalyptus alba (GURGEL FILHO,
1962), o Pinus taeda (SCHREINER e BAGGIO, 1984), a Ilex paraguariensis
(BAGGIO et al., 1982) e o Eucalyptus grandis (COUTO et al., 1982).
2.3.4. Espaçamento no sistema “Taungya”
Ainda não existe, praticamente, um espaçamento específico para o
sistema “taungya”. As espécies florestais utilizadas têm sido plantadas nos
17
espaçamentos normalmente utilizados, no caso de plantios não-consorciados (KING,
1968), a não ser em alguns casos raríssimos (LAMP, 1968)
O Brasil, em razão de sua pequena tradição em aqrossilvicultura e de
pequeno número de trabalhos na área, tem utilizado também o modelo clássico
estabelecido para o método, variando apenas o número de fileiras e/ou densidade da
cultura agrícola entre as filas da espécie florestal, como no caso do Eucalyptus alba,
plantado no espaçamento de 3,0 m x 1,5 m, consorciado com milho semeado no
espaçamento de 1,0 m x 0,5 m, e disposto em uma, duas ou três fileiras entre as
plantas deste eucalipto (GURGEL FILHO, 1962).
No Paraná foi testado, entre as plantas de Ilex paraguariensis,
estabelecidas no espaçamento de 3,0 m x 1,0 m, o plantio de feijão, em quatro, cinco
e seis linhas (BAGGIO et al., 1982). Ainda, nesse Estado, SCHREINER e BAGGIO
(1984) semearam três densidades de milho (50, 67 e 83 mil plantas por hectare),
dispostas, respectivamente, em duas, três e quatro linhas entre as plantas de Pinus
taeda, estabelecidas no espaçamento de 3,0 m x 3,0 m.
Apesar do pequeno numero de trabalhos desenvolvidos no Brasil, até o
presente momento, os resultados têm demonstrado a viabilidade do sistema
“taungya”, conforme preconizado por BAGGIO et al. (1982). Assim, o proprietário
florestal não só pode cobrir os custos de implantação de suas florestas, mas também
obter algum retorno líquido com a produção oferecida pela cultura agrícola
intercalar. No Paraná, a consorciação de erva-mate com feijão tem indicado que os
retornos a curto prazo, produzidos pelas colheitas de feijão (safra das águas e da
seca), tornam esse sistema agroflorestal economicamente interessante, pois, além de
cobrirem grande parte dos custos variáveis de implantação, permitem que se obtenha
uma boa margem de receita líquida, semelhante aos resultados obtidos em Costa
Rica, por CORRAL (1963) e CASTILLO (1967).
Os possíveis danos causados à espécies florestal pela cultura agrícola
intercalar podem estar relacionados com a densidade de seu plantio e/ou numero de
fileiras entre as filas da espécie florestal, como constatado por GURGEL FILHO
18
(1962), em que o crescimento do Eucalyptus alba, plantado no espaçamento de 3,0
m x 1,5 m, foi influenciado negativamente pelo milho semeado no espaçamento de
1,0 m x 0,5 m, em duas e três fileiras entre as filas do eucalipto. Por outro lado, o
milho plantado nas densidades de 40, 53 e 87 mil plantas por hectare, entre as linhas
de erva-mate, no espaçamento de 3,0 m x 1,0 m, não afetou a sobrevivência nem o
crescimento em altura desta planta (SCHREINER e BAGGIO, 1982).
2.4. Consorciação de eucalipto com milho no Brasil
Até o presente momento, a literatura relevante faz menção apenas a três
trabalhos que envolvem consorciação de milho com espécies florestais no Brasil. O
primeiro foi desenvolvido por GURGEL FILHO (1962), em São Paulo, envolvendo
Eucalyptus alba o segundo, por SCHREINER e BAGGIO (1984), no Paraná,
envolvendo Pinus taeda e, o terceiro, no Pará, envolvendo Elaeis guineensis
(WERNIGERODE e ANDRADE, 1983).
Não existe, portanto, informações sobre o comportamento desses
sistemas que possam ser utilizadas pelos produtores rurais das regiões de grande
potencialidade agrícola e florestal do Estado de Minas Gerais como, por exemplo, o
Vale do Rio Doce.
Assim, um dos papéis da pesquisa é demonstrar a viabilidade técnica e
econômica da agrossilvicultura, por meio de estudos como o de CORRAL (1963),
em Turrialba, o qual comparou, para quatro espécies florestais (Cordia alliodora,
Cupressus lusitanica, Swietenia humilis e Tectona grandis), o sistema tradicional de
reflorestamento com o sistema “taungya”, concluindo ser este o melhor para as
condições estudadas. CASTILLO (1977) também assinala a viabilidade econômica
de se plantar milho entre as fileiras de eucaliptos, pois, segundo ele, essa prática
diminui os custos de reflorestamento em torno de 60%.
É provável que a consorciação de eucalipto com milho traga vantagens
para o agricultor, mas não se pode descartar, também, a possibilidade de ocorrência
19
de algum prejuízo com relação ao desenvolvimento das duas culturas, uma vez que a
agrossilvicultura não substitui a atividade agrícola ou florestal. Segundo
BUDOWSKI (1981), não se deve esperar que essa consorciação seja um remédio
para todos os males ou que possa ser aplicada em todas as situações.
Apesar da possibilidade de o milho promover alguma redução no
crescimento do eucalipto a ele consorciado, com reflexos negativos na produção da
essência florestal, pode ser que o lucro obtido pelo agricultor seja maior, graças à
exploração mais intensa e ao manejo mais adequado do solo. Na realidade, espera-se
que o crescimento do eucalipto, ate a idade do corte final, seja o mesmo ou maior do
que em plantio não-consorciado, em virtude do efeito residual da adubação e da
palhada do milho, remanescentes na área. Essa expectativa baseia-se nos resultados
obtidos por OJEDA (1979), em trabalho envolvendo consorciação de Terminalia
ivorensis com milho, “caupi” e feijão, na fase de implantação dos povoamentos, e
que
apresentou,
para
a
espécie
florestal,
um
crescimento
em
significativamente superior, quando comparado ao da parcela sem consórcio.
20
altura
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local do estudo
O presente trabalho foi conduzido em uma área experimental pertencente
à Cenibra Florestal S.A., no período de dezembro de 1985 a julho de 1986.
A área onde se implantou o experimento está localizada nas
proximidades do Quilômetro 172 da Rodovia BR-381, no Município de Belo
Oriente, em Minas Gerais (Figura 1).
Figura 1 – Localização do Município de Belo Oriente.
Segundo o zoneamento ecológico para reflorestamento executado por
GOLFARI (1975), para o Estado de Minas Gerais, o Município de Belo Oriente
encontra-se localizado na quinta região bioclimática, cujo clima é do tipo subtropical
21
úmido. As suas principais características são temperatura média anual entre 20 e
23 oC, precipitação média anual variando entre 1.100 e 1.400 mm e
evapotranspiração potencial em torno de 950 e 1.200 mm anuais.
Segundo dados fornecidos pela empresa, a temperatura média anual na
área do experimento é de 23,2 oC, sendo a média das máximas de 29,3 oC e a média
das mínimas de 18,7 oC. A precipitação média anual é de 1.266,6 mm,
correspondendo os meses de maio a setembro ao período mais seco, com média de
88,7 mm de chuva, e os meses de outubro a abril ao período chuvoso, com média
anual de 1.177,9 mm. A umidade relativa média anual do local é de 77,2% e a
altitude é de 220 m.
As condições climáticas apresentadas na área, durante o período de
condução do experimento, encontram-se no Quadro 1.
QUADRO 1 - Dados climáticos da área experimental correspondentes ao período
de condução do experimento
Meses
(1985/86)
Dezembro
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Total
Médias
Máximo
29,1
30,5
32,8
32,7
30,8
28,2
27,4
27,0
-29,8
Temperatura (oC)
Mínimo
20,7
21,2
22,1
21,2
19,1
16,5
15,5
14,4
-18,8
Média
23,6
25,1
26,6
26,3
24,2
21,6
20,6
19,7
-23,5
Precipitação
(mm)
208,4
253,6
45,2
26,7
6,6
4,6
17,3
18,3
580,7
72,6
Umidade
Relativa (%)
77,5
74,1
70,8
67,1
70,3
74,6
74,2
72,3
580,9
72,6
A quinta região bioclimática possui uma topografia que varia de suave
ondulada a montanhosa, com altitude de 200 a 900 metros. Os solos predominantes
pertencem aos grupos dos ferralsolos órticos, acrissolos órticos, luvissolos férricos e
nitossolos êutricos (GOLFARI, 1975).
22
O solo da área do experimento localiza-se numa baixada de topografia
plana, sendo representado por um aluvião eutrófico, cuja análise química é
apresentada no Quadro 2.
QUADRO 2 - Análise química do solo da área experimental
Blocos
1
2
3
4
5
%Carb.
Org
1,71
1,98
1,83
2,02
2,06
pH
5,9
6,0
6,0
6,0
6,2
Ppm
P
7
4
2
4
5
K
66
80
70
80
76
Meq./100 cm3 de Solo
Al
Ca++
Mg++
0,00
0,00
0,6
0,00
2,9
0,7
0,00
2,9
0,7
0,00
2,3
0,6
0,00
2,5
0,5
+++
H + Al
1,75
1,32
1,98
1,98
0,99
3.2. Instalação do experimento
O experimento foi instalado em dezembro de 1985, obedecendo a um
delineamento estatístico de blocos ao acaso, com cinco repetições, cinco tratamentos
para milho e cinco tratamentos para eucalipto, descritos no Quadro 3.
QUADRO 3 - Tratamentos utilizados no experimento
Tratamentos
Plantas por Hectare
Milho
Eucalipto
25.000
1.667
50.000
1.667
75.000
1.667
100.000
1.667
--1.667
93.750
---
1. Eucalipto x uma fileira de milho
2. Eucalipto x duas fileiras de milho
3. Eucalipto x três fileiras de milho
4. Eucalipto x quatro fileiras de milho
5. Eucalipto em monocultivo (testemunha)
6. Milho em monocultivo (testemunha)
Escolheu-se, para as parcelas, a forma retangular (24 m x 40 m),
ocupando cada uma a área de 960 m2. Para diminuir a influência de fatores externos
23
sobre os resultados do experimento, coletaram-se os dados apenas numa área interna
útil (12 m x 32 m) de cada parcela (Figura 2). Cada bloco ocupou, então, uma área
de 5.760 m2, com o experimento totalizando 28.800 m2.
Figura 2 – Croqui de uma parcela do experimento.
24
O componente florestal utilizado foi o Eucalyptus torelliana, procedente
das áreas de produção de sementes da Florestas Rio Doce S.A., localizada no
Município de Teixeira de Freitas, Estado da Bahia.
As mudas foram produzidas em tubetes, segundo as normas preconizadas
pela Cenibra Florestal S.A., para o seu viveiro, localizado próximo à área do
experimento.
O preparo da área teve início em novembro de 1985, quando foram
aplicados 5,6 litros do herbicida “roundup” (“glyphosate’), por hectare, na
concentração de 480 g por litro de água, para eliminação do capim colonião que
infestava o local.
Em dezembro efetuaram-se duas gradagens cruzadas na área, com a
finalidade de deixar o solo em condições adequadas para receber o plantio do
eucalipto e do componente agrícola.
Após a gradagem, procedeu-se à demarcação do experimento na área,
conforme o delineamento estatístico preestabelecido. As mudas foram plantadas em
covas individuais de 0,20 x 0,20 x 0,20 m, preparadas com auxilio de enxadão, no
espaçamento de 3,0 m x 2,0 m, recebendo cada cova 100 g de NPK (8-28-6) como
adubação de arranque.
O milho utilizado foi o AG 301, híbrido duplo, de ciclo normal,
produzido pela Agroceres S.A. e indicado para plantios comerciais na região. Após
o plantio do eucalipto, em meados de dezembro, procedeu-se à demarcação e
abertura das covas, à adubação (9,6 g de superfosfato simples por cova) e à
semeadura do milho. Foram colocadas três sementes de milho por cova, conforme as
densidades apresentadas no Quadro 3, e, mais tarde, cerca de 25 dias após o plantio,
seria eliminado o excesso de plantas, deixando-se apenas duas plantas por cova. Mas
a instalação tardia do experimento, aliada às condições climáticas atípicas para o
período, fez com que o “stand” para o milho, após 25 dias, aproximasse do desejado,
evitando assim a operação de desbaste. O espaçamento utilizado para o milho foi de
25
0,80 m por 0,40 m, com a disposição espacial do milho entre as fileiras de eucalipto,
para os diferentes tratamentos, representada na Figura 3.
Figura 3 – Esquematização dos tratamentos.
26
Foram necessárias duas capinas manuais durante o ciclo de vida do
milho, com a finalidade de manter as parcelas isentas de ervas daninhas, que
poderiam afetar o desenvolvimento das espécies utilizadas no consórcio.
Além da adubação por ocasião da semeadura, o milho recebeu, ainda,
6,4 g de sulfato de amônio, por cova, em cobertura, cerca de 40 dias após a
germinação das sementes.
Houve necessidade, também, da aplicação de malatol 50 CE
(200 ml/l00 litros de água), em janeiro de 1986, para controlar um surto de lagarta
do cartucho (Spodoptera frugiperda), ocorrido no milho.
3.3. Coleta de dados
3.3.1. Eucalipto
Os dados referentes ao eucalipto foram coletados em junho de 1986, aos
seis meses de idade, época em que se pro cedeu à colheita do milho, e consistiram na
determinação da altura, do diâmetro da copa e do coleto, da sobrevivência, do
número de folhas e do peso de matéria seca da parte aérea das plantas.
Esses dados foram coletados exclusivamente na área útil de cada parcela,
de acordo com a metodologia descrita a seguir:
• Foi medida a altura em todas as plantas de eucalipto da área útil das parcelas,
sendo considerada desde o nível do solo até a base das folhas terminais
(CASTILLO, 1977).
• Para o diâmetro da copa, determinou-se a média, em metros, de duas medidas
perpendiculares, correspondentes à projeção da copa de 12 plantas
casualizadas em cada parcela, ou seja, três plantas em cada fileira.
• O diâmetro do coleto foi medido em centímetros, com o auxilio de um
paquímetro, numa altura máxima de cinco centímetros do solo, em 12 plantas
casualizadas, na área útil de cada parcela, ou seja, três plantas em cada fileira.
27
• O número de plantas sobreviventes foi determinado na área útil de cada
parcela e, posteriormente, transformado em percentagem.
• O número de folhas foi determinado mediante contagem em quatro plantas de
altura média, por parcela, ou seja, uma planta por fileira.
• Para determinação do peso de matéria seca, em gramas, por planta, abateramse quatro plantas de altura média em cada parcela (uma em cada fileira),
determinando-se, então, o peso de matéria seca do caule, dos galhos e das
folhas.
3.3.2. Milho
Os dados para análise do comportamento do milho foram coletados nas
três entrelinhas centrais do eucalipto, localizadas dentro da área útil de cada parcela.
Coletaram-se dados referentes à altura do milho, ao “stand” final, a produção de
grãos, ao peso de 100 grãos e ao tempo gasto pa ra a execução de capinas manuais,
conforme a seguinte metodologia:
• Para a medição da altura das plantas de milho, em centímetros, considerou-se
a distância entre o solo e a inserção da bainha da última folha (REIS, 1984).
Para efetuar essas medições, consideraram-se 15 plantas para o tratamento
um, 30 plantas para o tratamento dois, 45 plantas para o tratamento trás, 60
plantas para o tratamento quatro e 56 plantas para o tratamento seis.
• O “stand” final foi obtido contando-se o número de plantas de milho que
chegaram à fase de colheita na área útil de cada parcela (MOREIRA, 1983).
• A produção de milho foi determinada em quilograma por hectare e em grama
por planta, na área útil de cada par cela, quando a umidade dos grãos se
apresentava em torno de 15% (NETTO, 1984).
• O peso, em gramas, de 100 grãos de milho foi determinado para cada
tratamento por meio de amostragem efetuada em cada um (LIMA, 1984). O
teor de umidade dos grãos por ocasião da pesagem era de 15%.
28
• O número de capinas e o número de homens/dia por hectare foram
determinados durante o período correspondente ao ciclo de vida do milho
para cada treinamento.
3.3.3. Análise do solo
Antes da gradagem da área, procedeu-se à coleta de amostras do solo,
para obter a análise química deste, em cada bloco.
3.4. Palhada do milho
Após a colheita do milho, cortaram-se as plantas rentes ao solo,
enleirando-se a palhada entre as fileiras de eucalipto.
3.5. Análise das informações
Os dados coletados, tanto para o milho quanto para o eucalipto, foram
submetidos à análise de variância, tendo as médias dos tratamentos sido comparadas
pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade (PIMENTEL GOMES, 1985).
O peso da matéria seca total, dos galhos, do caule e das folhas, o número
de folhas por planta e a sobrevivência do eucalipto sofreram, respectivamente, as
transformações de log x, log (x + 1), log x, log x,
x e arc sen x / 100
(DEMÉTRIO, 1978) antes de serem analisados.
Durante o experimento fez-se o registro do tempo gasto nas atividades
em cada tratamento e, com auxilio de índices técnicos e preços utilizados
regionalmente, elaboraram-se as planilhas de custo do sistema estudado.
29
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Eucalipto
As médias dos dados referentes à sobrevivência, a altura das plantas, ao
diâmetro do coleto e da copa, ao peso de matéria seca (caules, ramos, folhas e total)
e ao numero de folhas por planta do eucalipto, aos seis meses de idade, para os
diferentes tratamentos, encontram-se no Quadro 4. Os resultados das análises
estatísticas desses dados são apresentados no Apêndice.
4.1.1. Altura
A análise de variância dos dados referentes à altura das plantas de
eucaliptos, submetidos aos diferentes tratamentos, apresentou valor de F
estatisticamente significativo ao nível de 5% de probabilidade.
A comparação das médias dos tratamentos (Quadro 4) mostrou que o
crescimento em altura do eucalipto, nos tratamentos em que está consorciado com
uma e duas fileiras de milho, não diferiu estatisticamente do crescimento em altura
apresentado pelo tratamento caracterizado pelo eucalipto em monocultivo.
Observou-se que o maior crescimento em altura foi apresentado pelo eucalipto
consorciado com uma fileira de milho, o qual diferiu estatisticamente do resultado
de todos os outros tratamentos, com exceção do resultado do eucalipto em
monocultivo. O crescimento em altura do eucalipto consorciado com duas fileiras de
milho diferiu estatisticamente daquele dos tratamentos que envolveram três e quatro
fileiras de milho, sendo que os resultados destes dois últimos tratamentos não
diferiram entre si.
Em termos numéricos, até a idade de seis meses, o eucalipto associado
com uma fileira de milho apresentou crescimento em altura superior ao de todos os
demais tratamentos, inclusive ao do eucalipto em monocultivo. À medida que
30
aumentava o numero de fileiras de milho entre as filas de eucalipto, ocorria uma
diminuição do crescimento em altura da espécie florestal, provavelmente em razão
da maior competição entre as plantas de milho e de eucalipto, para obtenção de luz,
água e nutrientes.
Os resultados evidenciaram que, nos seis primeiros meses de idade, o
crescimento em altura do eucalipto foi influenciado adversamente pelo aumento do
número de fileiras de milho entre as filas da espécie florestal, em consonância com
os resultados obtidos em São Paulo, por GURGEL FILHO (1962).
4.1.2. Sobrevivência
A análise de variância dos dados referentes à sobre vivência do eucalipto,
aos seis meses de idade, para os diferentes tratamentos, apresentou valor de F
estatisticamente não-significativo ao nível de 5% de probabilidade. Isso indica que,
nas densidades estudadas, a presença de diferentes números de fileiras de milho
entre as filas de eucalipto não influenciou a sobrevivência da espécie florestal.
Resultados semelhantes foram obtidos para milho e eucalipto na Costa
Rica, por CASTILLO (1967), e para milho e Pinus no Paraná, por SCHREINER e
BAGGIO (1984). Numericamente, o tratamento com uma fileira de milho
apresentou o melhor índice de sobrevivência para o eucalipto, sendo, inclusive,
superior ao da espécie florestal em monocultivo.
4.1.3. Diâmetro do coleto
A análise de variância dos dados referentes ao diâmetro do coleto do
eucalipto, aos seis meses de idade, para os diferentes tratamentos, apresentou valor
de F estatisticamente significativo ao nível de 5% de probabilidade.
Comparando-se as médias dos tratamentos (Quadro 4) verificou-se que o
crescimento diamétrico do eucalipto consorciado com uma fileira de milho não
diferiu estatisticamente do crescimento apresentado por esta espécie florestal em
31
monocultivo, superando os resultados apresentados pelos demais tratamentos. Em
ordem decrescente, vem o eucalipto consorciado com duas fileiras de milho e, por
último, em igualdade de circunstâncias, vêm os tratamentos em que o eucalipto foi
consorciado com três e quatro fileiras de milho.
Em termos numéricos, à medida que aumentava o número de fileiras de
milho entre as filas de eucalipto, diminuía o crescimento diamétrico da espécie
florestal, em virtude de maior sombreamento do milho sobre o eucalipto e maior
competição entre essas plantas para obtenção de água e nutrientes, causados pela
diminuição da distância entre as fileiras de eucalipto e as plantas de milho.
Verificou-se que, até a idade de seis meses, o aumento do numero de fileiras de
milho em plantio consorciado com o eucalipto in fluiu adversamente no crescimento
em diâmetro da espécie florestal. Resultados semelhantes foram obtidas por
GURGEL FILHO (1962), em São Paulo, para milho e eucalipto, e por SCHREINER
e BAGGIO (1984), no Paraná, para milho e Pinus.
4.1.4. Diâmetro da copa
A análise de variância dos dados referentes ao diâmetro da copa do
eucalipto, aos seis meses de idade, para os diferentes tratamentos, apresentou valor
de F estatisticamente significativo ao nível de 5% de probabilidade.
A comparação das médias dos tratamentos (Quadro 4) mostrou que o
diâmetro da copa do eucalipto consorciado com uma fileira de milho foi estatística e
numericamente igual ao do eucalipto em monocultivo e superior ao dos demais
tratamentos. Em ordem decrescente, vem o diâmetro do eucalipto consorciado com
duas fileiras de milho que e superior ao dos eucaliptos consorciados com três e
quatro fileiras de milho, os quais não diferiram entre si.
Numericamente, aos seis meses de idade, a medida que aumentava o
número de fileiras de milho entre as filas de eucalipto, diminuía o diâmetro da copa
32
desta planta, por causa de seu maior sombreamento e aumento da competição entre
as plantas da espécie florestal e de milho para adquirir água e nutrientes.
4.1.5. Peso de matéria seca
A análise de variância dos dados referentes ao peso de matéria seca do
caule, dos galhos, das folhas e total (caule + galhos + folhas), aos seis meses de
idade, para os diferentes tratamentos, apresentou valor de F estatisticamente
significativo ao nível de 5% de probabilidade.
A comparação das médias dos tratamentos (Quadro 4) mostrou que os
resultados do tratamento do eucalipto consorciado com uma fileira de milho não
diferiram daqueles do eucalipto em monocultivo, superando porém,os resultados dos
demais tratamentos. Numericamente, até a idade de seis meses, os resultados do
tratamento consorciando o eucalipto com uma fileira de milho superaram os de
todos os outros tratamentos, indicando um saldo positivo no balanço entre os efeitos
positivos e negativos da consorciação das duas culturas.
Observou-se uma tendência de diminuição do peso da matéria seca
(caule, galhos, folhas e total) do eucalipto, à medida que aumentava o numero de
fileiras de milho entre as filas de eucalipto, pois, diminuía a distância entre as
plantas de eucalipto e do milho. Isso promoveu um aumento do sombreamento do
milho sobre o eucalipto e da concorrência para obtenção de água e nutrientes entre
as duas culturas. É provável que a incorporação da palhada do milho ao solo e o
efeito residual da adubação aplicada à cultura agrícola promovam uma inversão
desses resultados iniciais, fazendo com que os tratamentos em que o eucalipto,
consorciado com o milho, apresentem, a partir do segundo ano de ida de, resultados
idênticos aos apresentados pelo eucalipto em monocultivo.
33
4.1.6. Número de folhas
A análise de variância dos dados referentes ao número de folhas do
eucalipto, aos seis meses de idade, para os diferentes tratamentos, apresentou valor
de F estatisticamente significativo ao nível de 5% de probabilidade.
Comparando-se as medias dos tratamentos (Quadro 4), verificou-se que o
número de folhas por planta no tratamento consorciando o eucalipto com uma fileira
de milho não diferiu estatisticamente daquele do eucalipto em monocultivo.
Observou-se, também, que o resultado do tratamento
consorciando o eucalipto com três fileiras de milho não diferiu estatisticamente dos
resultados dos tratamentos com duas e com quatro fileiras de milho. Os resultados
destes dois tratamentos, porém, diferiram entre si.
Em termos numéricos, constatou-se que, nos primeiros
de vida do
povoamento, existe uma tendência à diminuição do número de folhas por planta de
eucalipto, à medida que aumenta o número de fileiras de milho entre as filas da
espécie florestal, com exceção do tratamento em que o eucalipto está consorciado
com uma fileira de milho, que apresentou resultado superior a todos os tratamentos,
inclusive ao eucalipto em monocultivo. Aumentando o numero de fileiras de milho
entre as filas de eucalipto, aumenta o sombreamento sobre o eucalipto, promovendo
diminuição do número de folhas por planta e aumento da área de cada folha.
4.2. Milho
Os parâmetros analisados para o milho foram a produção de grãos por
hectare e por planta, a altura das plantas, o “stand” final e o peso de 100 grãos, cujos
dados para cada tratamento encontram-se no Quadro 5. Os resultados das análises de
variância desses dados são apresentados no Apêndice.
34
101,9 a
83,4 b
64,2 c
58,5 c
96,1 ab
Altura
(cm)
Diâmetro
Colo
Copa
(cm)
(m)
2,0 a
1,3 a
1,4 b
0,9 b
1,0 c
0,5 c
0,8 c
0,3 c
2,1 a
1,3 a
Galhos
(g)
93,3 a
17,6 b
4,5 c
0,8 d
92,1 a
Peso de Matéria Seca
Caule
Folhas
(g)
(g)
84,0 a
232,3 a
28,8 b
54,6 b
12,9 bc
19,6 bc
7,7 c
7,1 c
75,8 a
199,8 a
Total
(g)
409,6 a
101,7 b
37,1 b
15,7 c
367,7 a
Número
de
Folhas
538 a
194 b
102 bc
45 c
532 a
35
Para cada coluna, médias seguidas da mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
1. Eucalipto x uma fileira de milho
2. Eucalipto x duas fileiras de milho
3. Eucalipto x três fileiras de milho
4. Eucalipto x quatro fileiras de milho
5. Eucalipto em monocultivo (testemunha)
6. Milho em monocultivo (testemunha)
Tratamento
95,3 a
93,7 a
93,1 a
90,9 a
91,5 a
Sobrevivência
(%)
QUADRO 4 - Valores Médios obtidas para diversas características do eucalipto (Eucalyptus torelliana F. Muell)
consorciado com milho (Zea mays L.)
4.2.1. Altura da planta
A análise de variância dos dados referentes à altura das plantas de milho,
na época da colheita, para os diferentes tratamentos, apresentou valor de F
estatisticamente não-significativo ao nível de 5% de probabilidade. Quanto ao
crescimento em altura, as plantas de milho não foram prejudicadas pela
consorciação com o eucalipto.
4.2.2. “Stand” Final
A análise de variância dos dados referentes ao stand” final do milho, para
cada tratamento, apresentou valor de F estatisticamente significativo ao nível de 5%
de probabilidade.
A comparação das médias dos tratamentos (Quadro 5) mostrou que o
“stand” final do milho foi diferente estatisticamente em todos os tratamentos, o que
era de esperar, uma vez que as densidades iniciais de semeadura foram bastante
diferentes.
A consorciação do milho com o eucalipto não influenciou o “stand” final
dessa cultura agrícola (Quadro 5), uma vez que o milho em monocultivo superou,
em termos percentuais, apenas o tratamento correspondente a duas fileiras de milho
consorciadas com a espécie florestal.
4.2.3. Produção de grãos
A análise estatística dos dados referentes à produção de grãos apresentou
valor de F estatisticamente significativo ao nível de 5% de probabilidade, resultado
esse esperado em face das diferentes densidades do milho plantado entre as fileiras
de eucalipto.
36
QUADRO 5 - Valores médios obtidas para diversas características do milho (Zea
mays L.) consorciado com eucalipto (Eucalyptus torelliana F. Muell)
Tratamento
Altura
das
Plantas
1. Eucalipto x uma fileira de milho
2. Eucalipto x duas fileiras de milho
3. Eucalipto x três fileiras de milho
4. Eucalipto x quatro fileiras de milho
5. Eucalipto em monocultivo (testemunha)
6. Milho em monocultivo (testemunha)
148,8 a
166,9 a
158,2 a
162,8 a
--160,3 a
“Stand Final”
% da
No de
Plantas/ha
densidade
da planta
18.911 e
75,6
35.555 d
69,1
58.874
78,5
83.007 a
83,0
----68.630 b
73,2
Produção de Grãos
kg/ha
g/planta
1.955,94 b
2.523,92 ab
2.597,50 ab
3.178,44 a
--2.496,56 ab
103,43
73,04
44,12
38,20
--36,34 b
Peso
Médio de
100
Grãos (g)
Capinas
(Homens/
dia/ha)
24,00 a
21,24 ab
18,14 b
18,54 b
--18,34 b
5,32 b
5,63 b
7,64 a
7,87 a
9,26 a
9,41 a
Para cada coluna, medias seguidas da mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao nível de 5%
de probabilidade.
A comparação das medias dos tratamentos (Quadro 5) mostrou que,
estatisticamente, a produção do milho em monocultivo não diferiu da produção dos
tratamentos com uma, duas, três e quatro fileiras de milho consorciadas com o
eucalipto, embora o milho em monocultivo represente uma densidade de plantio
inferior apenas ao tratamento com quatro fileiras dessa cultura. Numericamente
(Quadro 5), a produção do milho em monocultivo superou somente à do tratamento
correspondente a uma fileira de milho plantada entre as filas de eucalipto.
A produção de milho no tratamento com quatro fileiras entre as filas de
eucalipto diferiu, estatisticamente, somente da produção do tratamento com uma
fileira. Em termos numéricos, a produção do tratamento com quatro fileiras de milho
superou todos os outros tratamentos, o que era de esperar, em virtude desse
tratamento representar a maior densidade de plantio.
A produção de milho nos tratamentos correspondentes a duas e três
fileiras da cultura agrícola, entre as filas de eucalipto, não diferiu estatisticamente da
produção dos outros tratamentos.
O tratamento correspondente ao milho em monocultivo apresentou uma
produção muito baixa, tendo superado, numericamente, apenas o tratamento com
uma fileira da cultura agrícola entre as filas de eucalipto. Esses resultados coincidem
com aqueles obtidos por WEAVER (1979), o qual assinalou que o cultivo de plantas
agrícolas entre árvores pode aumentar a produção da planta alimentícia (resultados
37
encontrados em Costa Rica, com Hevea brasiliensis e, no México, com Leucena
esculenta e outras espécies)
Analisando a produção do milho em gramas por planta (Quadro 5),
constatou-se que o tratamento correspondente a uma fileira da cultura agrícola entre
as filas de eucalipto superou todos os outros tratamentos. Verificou-se, ainda, que,
quanto mais aumentava o número de fileiras de milho entre as filas de eucalipto,
diminuía a produção de milho em gramas por planta, tendo o milho em monocultivo
apresentado resultado inferior a todos os tratamentos em que houve a consorciação
da cultura agrícola com a florestal. Deve-se ressaltar que poderiam ter sido
alcançados níveis mais altos de produtividade para a cultura do milho que foi afetada pelo plantio tardio e pelas condições climáticas adversas ocorridas durante o ciclo
de vida da cultura agrícola.
4.2.4. Peso de 100 Grãos
A análise de variância dos dados referentes ao peso médio de 100 grãos
de milho, para os diferentes tratamentos, apresentou valor de F estatisticamente
significativo ao nível de 5% de probabilidade.
A comparação das médias dos tratamentos (Quadro 5) indicou que o
resultado do tratamento correspondente a uma fileira de milho consorciado com o
eucalipto foi igualado, estatisticamente, apenas pelo tratamento correspondente a
duas fileiras de milho, entre as filas de eucalipto, e superior aos demais tratamentos.
Em termos numéricos, os tratamentos com uma e duas fileiras de milho
consorciadas com o eucalipto apresentaram resultados maiores que os dos demais
tratamentos, tendo estes apresentado resultados semelhantes entre si.
Esses resultados explicam o pequeno aumento na produção de milho
quando se passou de uma e duas fileiras de milho, consorciadas com o eucalipto,
para as outras densidades superiores, fazendo com que o tratamento correspondente
38
a quatro fileiras entre as filas de eucalipto diferisse, estatisticamente, somente da
densidade de plantio correspondente a uma fileira.
4.2.5. Capinas
A análise de variância dos dados correspondentes ao tempo gasto para a
realização das capinas apresentou valor de F estatisticamente significativo ao nível
de 5% de probabilidade.
A comparação das medias dos tratamentos (Quadro 5) mostrou que os
resultados dos tratamentos correspondentes a três e quatro fileiras de milho
consorciadas com o eucalipto não diferiram estatisticamente dos resultados das
culturas do milho e do eucalipto em monocultivo. Os tratamentos correspondentes a
uma e duas fileiras de milho entre as filas de eucalipto não diferiram entre si,
gastando, portanto, menos tempo de capina.
Em termos numéricos, existe uma tendência para o aumento do tempo de
capinas à medida que aumenta o número de fileiras de milho entre as de eucalipto,
uma vez que o tratamento que associou o eucalipto a uma fileira de milho foi o que
gastou menos tempo, seguindo-se o tratamento que o associou a duas, três e quatro
fileiras de milho. Isso parece ser provocado pelo aumento da quantidade de adubo
colocado em cada parcela, o qual favorece o crescimento das ervas daninhas ao
longo das fileiras da cultura agrícola.
Os dois monocultivos, o de eucalipto e o de milho, gastaram mais tempo
de capinas que todos os tratamentos.
O aumento de ervas daninhas, à medida que aumenta a densidade do
milho, explica, em parte, a diminuição do crescimento do eucalipto e a queda na
produção do milho por planta.
A realização das capinas para o milho durante o ciclo de vida desta
cultura agrícola tornou desnecessária a realização de capinas específicas para a
espécie florestal.
39
4.3. Rentabilidade proporcionada pela produção do milho
Os custos de implantação de um hectare de eucalipto encontram-se no
Quadro 6 e, no Quadro 7, são apresentados os custos e as receitas brutas e líquidas
para um hectare de milho, correspondentes a cada tratamento envolvendo a cultura
agrícola.
Observa-se que o milho em monocultivo obteve uma receita líquida
inferior a todas as modalidades de consorciação do eucalipto com o milho. Por outro
lado, o tratamento que consorciou o eucalipto com quatro fileiras de milho teve uma
receita líquida superior a dos outros tratamentos.
No Quadro 8 verifica-se que a consorciação do milho com o eucalipto
provocou uma diminuição de pelo menos 59,75% dos custos de implantação da
espécie florestal.
QUADRO 6 - Custos de implantação florestal (Cz$/ha)
Operação
Locação de talão
Construção de aceiros
Combate a formigas
Roçada manual
Enleiramento
Encoivaramento
Aração
Gradagem
Plantio (plantadeira)
Adubação de cobertura
Replantio
Combate a formigas (plantio)
Encher sacos plásticos e encanteirá-los
Semeadura
Tratamento de mudas em viveiros
Expedição de mudas
Cultivo
Capina no sulco
Conservação de aceiros
Combate a formigas (manutenção)
TOTAL
Cz$
1,06
41,50
58,52
43,62
61,71
95,76
308,56
91,50
944,83
22,34
56,39
58,52
255,36
274,51
228,76
279,83
79,80
53,20
81,93
37,24
3.074,94
40
QUADRO 7 - Custos variáveis e receitas, em cruzados, para um hectare de milho
consorciado com eucalipto
Especificação
INSUMOS
• Sementes
• Superfosfato simples
• Sulfato de amônio
• Inseticida
SUBTOTAL
2. PREPARAÇAO DO SOLO E PLANTIO
• Limpeza do terreno
• Aração
• Gradagem
• Plantio e adubação
SUBTOTAL
3. TRATOS CULTURAIS
• Cultivo mecânico
• Ap1icação de defensivos
• Adubação de cobertura
SUBTOTAL
4. COLHEITA E BENEFICIAMENTO
SUBTOTAL
TOTAL
RECEITA BRUTA*
RECEITA LIQUIDA
Uma Fileira
de Milho
Duas Fileiras Três Fileiras
de Milho
de Milho
Quatro
Fileiras
de Milho
Milho em
Monocultivo
51,57
119,91
105,92
74,88
352,08
102,74
239,82
211,85
149,75
704,16
154,11
359,73
317,76
224,62
1.056,22
205,48
479,64
423,70
299,50
1.408,32
192,67
448,65
397,24
280,78
1.319,34
128,75
386,25
386,25
20,49
921,74
128,75
386,25
386,25
40,98
942,23
128,75
386,25
386,25
61,47
962,72
128,75
386,25
386,25
81,96
983,21
128,75
386,25
386,25
77,34
978,59
257,50
14,43
20,49
292,42
144,30
144,30
1.710,54
3.547,75
1.387,21
257,50
14,43
40,98
312,91
288,60
288,60
2.247,90
4.577,97
2.330,07
257,50
14,43
61,47
333,40
432,90
432,90
2.785,24
4.711,43
1.926,19
257,50
14,43
81,96
353,89
577,20
577,20
3.322,62
5.765,16
2.442,54
257,50
14,43
77,34
349,27
541,12
541,12
3.188,32
4.528,34
1.340,02
* Considerado o saco de 60 kg de milho a 108,83 cruzados (média entre os preços do atacado apresentados
pelo Informe Agropecuário, no 139; pela Revista Globo Rural, no 14; e pelo Jornal do Estado de Minas, de 19
de novembro de 1986).
QUADRO 8 - Diminuição percentual do custo de implantação florestal em virtude
da consorciação com o milho
Tratamentos
Diminuição dos Custos (%)
1. Eucalipto x uma fileira de milho
59,75
2. Eucalipto x duas fileiras de milho
75,78
3. Eucalipto x três fileira de milho
62,64
4. Eucalipto x quatro fileira de milho
79,43
5. Eucalipto em monocultivo (testemunha)
---
6. Milho em monocultivo (testemunha)
---
41
5. CONCLUSÔES
Os resultados obtidos até o presente momento correspondem ao ciclo de
vida completo do milho e aos seis primeiros meses de vida do povoamento de
eucalipto, chegando-se as seguintes conclusões:
• as variáveis escolhidas para avaliar o comportamento da espécie
florestal foram adequadas para detectar o efeito da presença do milho sobre o
eucalipto no sistema agroflorestal estudado;
• o plantio de diferentes números de fileiras de milho entre as filas de
eucalipto não afetou, até os seis meses de idade, a sobrevivência da espécies
florestal;
• nos primeiros seis meses de vida do povoamento florestal, a cultura
intercalar do milho com o eucalipto reduziu o crescimento da espécie florestal à
medida que ia aumentando o número de fileiras da cultura agrícola entre as de
eucalipto;
• a consorciação inicial do eucalipto no espaçamento de 3 m x 2 m, com
uma fileira de milho no espaçamento de 0,80 m x 0,40 m (25.000 plantas/ha), pode
ser uma prática interessante, pois não causa efeito negativo no crescimento e na
sobrevivência do eucalipto, tendo apresentado, ainda, maior produção de milho por
planta, originando uma redução de 59,75% no custo de implantação florestal;
• as capinas realizadas para manter o milho livre da competição das
ervas daninhas eliminaram a necessidade dessa prática ser realizada especificamente
para o eucalipto;
• a consorciação do milho com eucalipto não resultou no aparecimento
de qualquer praga ao doença nas duas culturas durante o período considerado neste
estudo.
42
6. RECOMENDAÇÕES
Considerando-se a importância e a necessidade de dar continuidade a
este tipo de pesquisa, recomenda-se para os trabalhos futuros:
• testar diferentes níveis de adubação química e orgânica para o milho e
para o eucalipto, visando a elevar os índices de produtividade das duas espécies;
• utilizar variedades de milho de porte baixo, para possibilitar o
aumento da densidade de plantio da cultura agrícola em consorciação com o
eucalipto;
• realizar estudos para se conhecer o comportamento do sistema
radicular do eucalipto consorciado com diferentes densidades de milho;
•
estudar a viabilidade técnica e econômica da consorciação do
eucalipto com outras culturas agrícolas, tais como o feijão, o arroz, o amendoim, o
girassol, o guar, a soja, a batata-doce, a ervilha, etc.;
• quantificar o efeito da incorporação da palhada do milho, no solo, sobre
suas propriedades físicas e químicas e seus reflexos no crescimento da espécie
florestal;
• testar atividades agroflorestais em áreas de encosta e meia encosta,
visando à maior produtividade e melhor conservação do solo;
• utilizar a taxa interna de retorno e o valor presente líquido para a
análise econômica dos sistemas agroflorestais.
43
7. BIBLIOGRAFIA
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47
APÊNDICE
QUADRO lA - Resumo das Análises de Variância das Diversas Características do
Eucalipto (Eucalyptus torelliana F. Muell) Consorciado com Milho
(Zea mays L.)
Quadrados Médios
Fonte de
Variação
Tratamentos
Resíduos
C.V. (%)
GL
4
15
Diâmetro
Altura
(cm)
Coleto
(cm)
1758,4932
66,2534
23,65
1,5504
0,0489
38,42
Sobrevivência
Copa
(%)
(m)
(1)
0,9289 0,0051
0,02389 0,0099
48,52
8,37
Peso de Matéria Seca
Número de
folhas
(2)
Galhos (g)
(3)
262,3078
8,2781
49,23
2,6509
0,0499
60,7
Caule (g)
(4)
0,9586
0,0296
31,33
Folhas (g)
(4)
2,0138
0,0582
38,48
Total (g)
(4)
1,7937
0,04353
30,63
(1)Dados transformados em arc sen x / 100 .
(2) Dados transformados em x .
(3) Dados transformados em log (x + 1).
(4) Dados transformados em log x.
QUADRO 2A - Resumo das análises de variância das diversas características do
milho (Zea mays L.) consorciado com eucalipto (Eucalyptus
torelliana F. Muell)
Fonte de Variação
G.L.
Tratamentos
Resíduo
C.V. (%)
4
16
Altura das
Plantas (cm)
228,3371
153,3919
7,59
Quadrados Médios
“Stand” Final
Produção de
(Plantas/ha)
Grãos (kg/ha)
3372,1006
942040,0000
22,0303
208789,0000
46,23
26,07
Peso Médio de
100 Grãos (g)
32,3385
5,1608
15,40
QUADRO 3A - Resumo da análise de variância tempo médio de capinas
Fonte de Variação
Tratamentos
Resíduo
C.V. (%)
G.L.
5
19
Quadrado Médio
14,1461
1,2791
24,57
48
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