II Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao ISSN 2318-8014 O CONHECIMENTO DE HIV/AIDS EM GRUPOS DE CONVIVÊNCIA DE IDOSOS DAS CIDADES DE NOVA PRATA, GARIBALDI, PROTÁSIO ALVES E SALVADOR DO SUL/ RS. Stefany Godoya,Bruna Capellarib, Amanda Oss Vidorc, Virgínia Maffeid, Júlia Poetae a Acadêmica em Biomedicina; Faculdade da Serra Gaúcha (FSG); [email protected] b Biomédica;Faculdade da Serra Gaúcha (FSG); [email protected] c Acadêmica em Biomedicina; Faculdade da Serra Gaúcha (FSG); [email protected] d Acadêmica em Biomedicina; Faculdade da Serra Gaúcha (FSG);[email protected] e Mestre em Ciências Médicas (UFRGS); Faculdade da Serra Gaúcha (FSG); [email protected] Informações de Submissão Autor Correspondente Stefany Godoy, endereço: Nayr Leonzio Covolan, 1187 Caxias do Sul - RS - CEP: 95030-600 Palavras-chave: Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Idosos.Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). INTRODUÇÃO: De acordo com dados do IBGE, o número de idosos no Brasil vem crescendo em ritmo acelerado, modificando a estrutura do país em diversas situações. (IBGE, 2010). Por diversos fatores indivíduos nessa faixa etária estão vulneráveis as infecções sexualmente transmissíveis (SERRA et al., 2013).Este estudo investigou o conhecimento de indivíduos da terceira idadesobre o HIV/AIDS em algumas cidades da Serra Gaúcha. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:O aumento no número de idosos no país foi de aproximadamente 35,5%, passando de 10,7 milhões para 14,5 milhões ao longo de uma década.(BRASIL, 2010). Segundo a Organização Mundial da Saúde, considera-se idoso indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos, nos países em desenvolvimento (WHO, 2010). Graças a avanços da indústria farmacêutica, os idosos podem ter uma vida sexual ativa prolongada. Além disso, mudanças socioculturais e resistência à utilização de preservativos são apenas alguns dos fatores que tornam visíveis o quanto indivíduos nessa faixa etária estão vulneráveis às infecções sexualmente transmissíveis (IST). Dentre elas, a IST mais estudada na atualidade é o vírus da imunodeficiência humana (HIV), agente causador da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) (SERRA et al., 2013; LAZZAROTTO et al., 2008; Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 781 KRAMER et al., 2009). A AIDS é caracterizada como uma doença oportunista e/ou contagem de linfócitos T CD4+ abaixo de 500 células/uL (LAZZAROTTO et al., 2013).Essa doença desenvolve um quadro clinico limitante que pode comprometer o desempenho funcional de idosos, afetando sua qualidade de vida (CRUZ et al., 2012).Verificando o perfil epidemiológico da doença, há um aumento no número de idosos diagnosticados com AIDS, em ambos os sexos. Apesar desse aumento da epidemia do HIV nos indivíduos da terceira idade, foi apenas a partir de 2008 que essa faixa etária se tornou alvo do Programa Nacional de Educação e Prevenção da AIDS (BRASIL, 2010; MELO et al., 2012). MATERIAL E MÉTODOS:A população alvo são grupos de convivência de idosos das cidades da Serra Gaúcha (Nova Prata, Garibaldi, Protásio Alves e Salvador do Sul). Utilizou-se um questionário já validado sobre HIV para terceira idade com dados sociodemográficos e questões relativas ao conhecimento sobre a AIDS, organizadas nos domínios “conceito”, “transmissão”, “prevenção”, “vulnerabilidade”, “diagnóstico” e “tratamento”. Todos que concordaram em participar do estudo assinaram o TCLE, cujo projeto foi aprovado pelo Comitê de ética do Círculo/FSG (parecer: 397.216). RESULTADOS E DISCUSSÕES: Um total de 162 idosos participou do estudo (59% mulheres), com média de idade de 67,7anos, predomínio da religião católica (88,2%) e escolaridade até ensino fundamental incompleto(62,7%). Destes,66,3% tinham companheiro, com renda mensal de até três salários mínimos (81,5%) e a maioria, porém não absoluta, sabia que e o vírus HIV é o causador da AIDS(69%). Em relação à transmissão, salientamos que 56,4% afirmaram que oHIV podia ser transmitido por sabonetes, toalhas e assentos sanitários; enquanto, 44,4% por abraço, beijo no rosto, beber no mesmo copo e chimarrão; e ainda, 38,9% mencionaram que o vírus pode ser transmitido por picada de mosquito. Quanto à prevenção,71,4% sabiam que a camisinha impede a transmissão do vírus da AIDS, enquanto 22,8% achavam que é uma doença que ocorre somente em homossexuais masculinos, prostitutas e usuários de drogas e, os indivíduos da terceira idade não devem se preocupar (15,4%). Destacamos que 85,2% do total nuncarealizou o teste anti-HIV. CONCLUSÃO: Observou-se um número elevado de respostas insatisfatórias em relação ao conhecimento dos idosos sobre AIDS. Em virtude disso, constatamos que ainda existem dúvidas a respeito desse assunto, demonstrando a necessidade de campanhas direcionadas à população idosa, constituindo um desafio para saúde pública. Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 782 REFERÊNCIAS BRASIL/ Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área Técnica Saúde do Idoso. – Brasília, 2010. Disponível em <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/volume12.pdf>. Acesso em 18 de março de 2014. CENSO IBGE 2010, Disponível em <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel. php?codmun=431330>. Último acesso em 18/03/2014. Cruz, G. E. C. P., Ramos, L. R.: Idosos Portadores de HIV e vivendo com AIDS no contexto da capacidade funcional. 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