A CERTEZA DA SALVAÇÃO “Estas coisas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus” (V. 13). O Evangelho é fascinante. É a maravilhosa graça de Deus anunciada e oferecida aos homens. Pelo Evangelho somos informados da intervenção divina na história da humanidade para salvá-la do pecado e de suas terríveis consequências. Através do Evangelho temos a certeza de que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Esta informação é fascinante para todas as pessoas arrependidas de seus pecados e crentes em Jesus. Elas recebem o perdão total e gratuito, providenciado por Deus através da morte e ressurreição de seu Filho Jesus Cristo em favor da humanidade. Os cristãos podem ter certeza da salvação, sim! O texto diz: “a fim de saberdes que tendes a vida eterna”. O texto não deixa dúvida sobre a vida eterna para aqueles que creem. Em outro texto é dito: “Quem crer e for batizado será salvo” (Mc 16.16). É absoluta certeza! Uma pergunta: Os cristãos podem, eventualmente, alimentar uma falsa certeza? Existe uma falsa certeza? O que é uma falsa certeza? Como discernir entre uma verdadeira e uma falsa certeza? O apóstolo João estava confrontando os gnósticos da época, baseados em falsas doutrinas e, consequentemente, falsa certeza. Nesta carta (1 João) ele enfrenta três problemas dos gnósticos, entre outros assuntos: 1. Eles negavam as duas naturezas de Jesus Cristo; 2. Viviam em desobediência aos Mandamentos de Deus; 3. Demonstravam arrogância e desprezo aos cristãos. Este é o contexto da 1ª carta de João. Nela o apóstolo esclarece a verdade a respeito destes assuntos e certifica os cristãos para que tenham a certeza da salvação e da vida eterna por graça de Jesus e os orienta para a observância dos Mandamentos e do amor fraterno. O autor Robert Law (Igreja Livre da Escócia), ao escrever um comentário sobre 1 João, com o título Tests of life (Testes da vida), fala de três maneiras de discernir entre a verdadeira e falsa certeza. Ele propõe que analisemos a nossa vida cristã sob os seguintes três testes, baseado no livro de 1 João. 1. O teste doutrinário. Para ser de Deus, o cristão precisa crer na encarnação do Filho de Deus. Jo 4.2: “Nisto reconhecereis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”. Então, para ter a verdadeira certeza da salvação é necessário crer que Jesus Cristo é Deus encarnado, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e que é o nosso Salvador. Somente quem crer nesta verdade “é de Deus”. Então, a pergunta que cada um deve fazer para si mesmo: Creio que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem e é meu Salvador? 2. O teste ético. O que é este teste? O autor se refere à coerência entre fé e vida, ou em outras palavras: A fé leva o cristão a querer obedecer aos Mandamentos de Deus. 1 Jo 2.3-4: “Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”. É evidente que nenhum cristão consegue cumprir os Mandamentos. Ele necessita da assistência do Espírito Santo para a vida de santificação, para a obediência, ainda de forma imperfeita nesta vida. Isto também está manifesto na liturgia de nosso culto, na pergunta que o pastor faz à congregação por ocasião da Confissão de Pecados: “Tendes o sincero e firme propósito de corrigir a vossa vida pecaminosa, pelo auxílio do Espírito Santo?” (Ordem do Culto Principal II). “Corrigir a vida pecaminosa” – significa deixar a vida de desobediência para viver em obediência, com a ajuda do Espírito Santo. Para evitar qualquer equívoco, aqui é necessário enfatizar que não somos salvos pela obediência aos mandamentos. Pois, é impossível alguém cumprir os Mandamentos. Então, ninguém é salvo por obras: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (Rm 3.28). Mas também temos que lembrar que “uma fé sem obras é morta”. Tiago escreve: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?” (Tg 2.13). O cristão não pratica obras para ser salvo, mas porque está salvo pela graça de Deus. 3. O teste social. Este teste é para averiguar se estamos vivendo o “amor ao próximo” e se estamos integrados e interagindo, por amor, com a comunidade cristã e a sociedade em geral. O apóstolo João escreve: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1 Jo 3.14). Este é o terceiro teste: Amamos os irmãos de fato? Firmados neste tripé, com a ajuda do Espírito Santo: 1. Apeguemo-nos com a fé verdadeira em Jesus Cristo, que é Deus e homem; 2. Pratiquemos a vontade de Deus em nossa vida, em gratidão a Deus e louvor e honra a Ele pela sua misericórdia e salvação dada a nós; 3. Amemos a Deus acima de tudo e ao nosso próximo como a nós mesmos. Deus é muito bom! Ele nos dá a certeza de salvação pela na obra de Jesus em nosso favor! Louvado seja o nome Dele. Amém! Pastor Martinho Sonntag (culto doméstico) Em 1530 Martinho Lutero enviou uma carta ao seu filho João falando sobre a eternidade de uma forma muito bonita, didática e consoladora. Acompanhe: Ao meu filho amado do coração, Joãozinho Lutero, em Wittemberg. Graça e paz em Cristo. Meu querido filho, fico contente de ver que está estudando bastante e ora com dedicação. Faça isso, meu filho, e continue assim. Quando eu voltar para casa, quero trazer um bonito presente para você. Eu conheço um jardim muito lindo e divertido, onde andam muitas crianças, vestidas de roupa dourada e que recolhem bonitas maçãs debaixo das árvores, e peras, cerejas e ameixas. Elas cantam, saltam e estão contentes. Também têm belos cavalinhos com arreios de ouro e selas de prata. Então perguntei ao dono do jardim, de quem seriam as crianças. Ele respondeu: “são as crianças que gostam de orar, aprender e de ser obedientes.” Então falei: “Caro senhor, eu também tenho um filho, chamado Joãozinho Lutero. Será que ele também não poderia entrar no jardim, para que também pudesse comer essas belas maçãs e peras e andar com esses cavalinhos tão bacanas e brincar com essas crianças?” Ao que o senhor respondeu: “se ele gosta de orar, aprender e ser obediente, ele também pode entrar no jardim. O Filipe e o Jonas também. E quando vierem todos, também eles vão assobiar, e tocar tambores e flautas e toda espécie de instrumentos de corda, e também vão dançar e brincar.” Querido filho, lá o homem me mostrou também uma joia de gramado no jardim, especialmente para brincar; ali havia apitos e tambores de puro ouro e excelentes estilingues de prata. Então falei para aquele homem: “Ah, caro senhor, eu quero ir bem ligeiro e escrever todas estas coisas para o meu querido filho Joãozinho, para que estude com muita dedicação, ore bastante e seja obediente, para que ele também entre no jardim. Mas ele tem uma tia, a tia Lena, essa ele tem que levar junto.” Então o homem falou: “Tudo bem, vai lá e escreve isso para ele.” Portanto, querido Joãozinho, estude e reze bastante e diga isso a Filipe e a Jonas também, para que estudem e rezem, que assim vocês vão estar juntos no jardim. Deus o abençoe, e dê lembranças a tia Lena e um beijo por mim. Teu querido pai Martinho Lutero. Retirado do livro Pelo Evangelho de Cristo Mandamentos (7-9) SÉTIMO MANDAMENTO Não furtarás. Que significa isto? Devemos temer e amar a Deus e, portanto, não tirar ao nosso próximo o dinheiro ou os bens, nem nos apoderar deles por meio de mercadorias falsificadas ou negócios fraudulentos; mas devemos ajudálo a melhorar e conservar os seus bens e o seu meio de vida. OITAVO MANDAMENTO Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Que significa isto? Devemos temer e amar a Deus e, portanto, não mentir com falsidade, trair, caluniar ou difamar o próximo; mas devemos desculpá-lo, falar bem dele e interpretar tudo da melhor maneira. NONO MANDAMENTO Não cobiçarás a casa do teu próximo. Que significa isto? Devemos temer e amar a Deus e, portanto, não pretender adquirir, com astúcia, a herança ou casa do próximo, nem nos apoderar dela sob aparência de direito; mas devemos ajudar-lhe e servi-lo para conservá-la. No dia 02 de julho foi recebido em nossa Congregação o sr. Ilói Krüger como estagiário. O Ilói está retornando ao ministério pastoral e nesse processo há um período de estágio e ele foi designado pela Igreja para a nossa Congregação. Desejamos as mais ricas bênçãos de Deus nesse retorno ao pastorado. Sejam bem vindos também a esposa Neuza e filhos Daniel e Amanda.