PEÇA TEATRAL: FESTA AMOR E ESCOLHA. De: ARTHUR R. CANDOTTI ATO 1 Cenário: Festa – Pessoas dançando, luzes de diversas cores e musica agitada. Drika esta dançando com sua amiga Bebel com alguns rapazes envolta. Entra Fernando sozinho e fica olhando Drika dançar. A música acaba e Drika percebe os olhares de Fernando, deixa Bebel e vai em direção a Fernando. DRIKA FERNANDO DRIKA FERNANDO DRIKA – Oi. – Oi. – Eu reparei que você não Tirava os olhos de mim, e já que você não foi até a mim eu vim até você. – Gostei da sua atitude. Gosto de garotas assim, sabia? – Bom saber... (rir de certa forma tímida) Bebel se aproxima um pouco bêbeda. BEBEL DRIKA BEBEL – Amiga o trabalho nos chama! – Acho que hoje eu vou tirar folga... Achei uma boa companhia! – Você quem sabe. Bebel sai. Pausa por alguns segundos. Fernando pega na mão da Drika. FERNANDO DRIKA FERNANDO DRIKA FERNANDO DRIKA A cortina se fecha. – Eu posso saber seu nome? – Pode. Meus amigos me chamam de Drika. – Drika... (pausa) Eu me chamo Fernando. – Tá a fim de sair daqui? – Pra onde? – Surpresa! ATO 2 Cenário: Quarto de Fernando – Fernando está sentado em sua cama. Sarah do seu lado e Beatriz em pé. SARAH FERNANDO SARAH BEATRIZ SARAH BEATRIZ SARAH BEATRIZ FERNANDO SARAH FERNANDO – (indignada) Não acredito que você fez isso! – O que eu fiz de mais?! – Transar com uma garota que você nem conhece! – Ah, Sarah, o que, que tem? Pelo menos ele usou camisinha. – Que seja, mais ainda é errado, ele nem sabe onde ela mora ou quem é os pais dela! – Você ta parecendo minha avó falando assim. (se sentando) Eu to do seu dado Nando, não liga pro que essa freira da falando, ela não sabe viver o melhor da vida... Imagina! Virgem até hoje! – Eu não tenho vergonha de falar que eu sou virgem não Sarah... eu só... (olha para Fernando) não achei o cara certo. – (faz cara de nojo) E ai como foi? – Bom, agente saiu da festa e fomos pro motel do meu tio e lá aconteceu a coisa toda! – Motel?! Que falta de cavalheirismo! – Você queria que fosse aonde? Na moita aqui de casa?! Beatriz da uma risada. BEATRIZ FERNANDO SARAH – (debochada)Perdeu a oportunidade de ficar calada. E ai conta mais! – Ah, já chega. Não vou contar em mínimos detalhes... Mas agente vai se encontrar hoje a tarde no: Point-café. Ah Sarah! Meu pai quer que você mostra pra ele como se faz uma planilha. – Vamos lá. Eles se levantam e olham para Beatriz. FERNANDO BEATRIZ – Também quer ir? – Daqui a pouco eu vou. Fernando e Sarah saem. Beatriz olha pra platéia com um olhar malicioso. BEATRIZ – Se o Fernando ficar com essa garota, eu já vou ter eliminado a Sarah. Depois é só eu acabar com a raça dessa fulaninha de motel! ATO 3 Cenário: casa de Drika – Está em cena:Drika e Hernandez – ele muito furioso com o cinto na mão. HERNANDEZ DRIKA HERNANDEZ DRIKA HERNANDEZ DRIKA HERNANDEZ DRIKA HERNANDEZ – Não posso acreditar que você que você me traiu!!! – (chorando) Agente não tem nada Hernandez! Deixa eu viver a minha vida! Deixa eu amar! – Amar? Você não pode amar! Saber por que? Você é suja... Você deve dar amor, não receber... Você trabalha pra mim, e eu exijo que você não encontre mais esse rapaz, se não que vai sofrer as conseqüências vai ser ele! – Quem te contou que eu fiquei com ele? – A sua grande amiga Bebel... E se você ousar a deixar de trabalhar pra mim, eu acabo com o resto de vida que a sua mãe tem e aquele seu pai bêbado! – (raiva) A minha mãe não vai morrer! – (rir) Ela tem AIDS e vai morrer, cedo ou mais tarde, mais se você me desobedecer eu diminuo o tempo dela! – Eu tenho nojo de você! – Igualmente. Hernandez sai. Drika se senta na cadeira. Pausa. Entra Bebel. BEBEL DRIKA – Oi. – Oi? Como você tem coragem de vim aqui?! Você contou pra ele! BEBEL – Eu não tive escolha. Ele ameaçou minha mãe e minha filha! Drika faz cara de muita tristeza. Entra Celina e Bia. BIA BEBEL CELINA BEBEL – Oi Drika. Como você ta? – (desprezo) Iiii... Chegaram às santas! – Santas não. Servas de Jesus Cristo! – Faça bom aproveito! Bebel sai. Bia e Celina se sentam. BIA DRIKA CELINA DRIKA – Drika, eu não te falei... essa garota não é boa companhia. – Não vamos falar da Bebel não. Como ta indo à igreja? – Sentindo a sua falta. Volta pra igreja, volta pra Jesus! – Minha vida ta pelo avesso. Minha mãe doente, meu pai não para de beber e quando chega em casa nos espanca, eu tenho que me vender, larguei os estudos... Eu não agüento mais! BIA CELINA DRIKA – É por isso que você quem aceitar Jesus como o seu salvador. Ele vai te ajudar a passar por todas essas dificuldades, eu garanto. – Aparece na igreja neste domingo, vai vim um pastor de fora... – Talvez eu apareço lá. ATO 4 Cenário: Point-Café – Uma mesa no centro do palco. Uma placa logo a frente com o título: Point-Café. Na mesa há: Uma jarra de café, duas xícaras e torradas. Drika esta com muito medo de ser pega. Fernando sempre educado e elegante. FERNANDO DRIKA FERNANDO DRIKA FERNANDO DRIKA FERNANDO DRIKA FERNANDO DRIKA FERNANDO DRIKA – O que você tem? Ta com medo de alguma coisa? – Fernando, tenho que te falar uma coisa... – Pode falar. – Agente não pode mais se ver! – O que! (pausa) Depois que eu te conheci eu não parei de pensar em você! – Não pense mais... Você nem me conhece! – Então me dá a oportunidade de te conhecer... (baixo) De te amar! – Que! Não! Você não pode me amar. – Por quê? – Porque... porque... (pausa) Eu... eu... sou uma prostituta. – (susto/pausa) O que! Não pode ser. – Pode sim. É a minha realidade. Fernando fica indignado. Pega a carteira que esta em cima da mesa e sai. DRIKA – Fernando! ATO 5 Cenário: casa de Drika – João está bêbado. Dolores esta caída encima da poltrona com a cara rocha e chorando. Entra Drika. DRIKA JOÃO DRIKA DOLORES DRIKA – (assustada) O que ta acontecendo aqui?! – (bêbado) Aonde você tava? – Pai você bateu na mamãe de novo! (indo até Dolores) Mãe... por que você deixa ele fazer isso com você? – (chorando) E eu tenho escolha? Ele jogou os remédios fora... eu estou doente minha filha! – Mãe... (se vira) Pai, pra que isso? Você é um monstro, eu tenho pena de você... João da um tapa na cara da Drika. Com a mão no rosto e chorando. Dolores se levanta e protege a filha. DOLORES – Já chega Jão! Dolores sente uma pontada no coração e desmaia. DRIKA – Mãe! Mãe! Fala comigo! MÃÃÃE! ATO 6 Cenário: Quarto de Fernando. Fernando em pé. Beatriz de um lado e Sarah do outro. BEATRIZ SARAH FERNANDO BEATRIZ – Garota de programa! – Eu não avisei?! E como eu avisei! – Gente, mais ela não é uma má pessoa. – Aconteceu alguma coisa no motel que você não quer nos contar? FERNANDO – Aconteceu. SARAH – O que?! FERNANDO – A camisinha estourou. SARAH/BEATRIZ – O que! SARAH – Fernando olha o que você fez... você pode ter pegado alguma doença. FERNANDO – O que ta feito ta feito. BEATRIZ – (sendo gentil) Eu vou está do seu lado seja qual for a sua decisão. FERNANDO – De ficar ou não com ela. SARAH – É... Agora a decisão é sua. ATO 7 Cenário: Hospital – Sala da doutora Helena. Uma mesa no canto do palco. Dra. Helena de um lado, Drika e Dolores do outro. DRIKA HELENA DOLORES DRIKA HELENA – E ai doutora? – Olha Dolores, o seu quadro não é um dos melhores, fiquei sabendo que você não tomou os remédios direito... também fiquei sabendo o motivo. Você tem que se cuidar Dolores. – Helena, somos amigas desde a 5ª série, eu não sou idiota... só me fale: eu vou morrer? – Mãe! – Não vou mentir. HIV é sério Dolores, e você sabe que não existe cura completamente, mais se você não se cuidar as suas chances vão ser menores. (pausa) Mas, DOLORES DRIKA HELENA DRIKA você pode contar comigo, somos AMIGAS pra sempre mesmo você tendo tomando caminhos diferentes, eu estou do seu lado! – Obrigada, eu estou precisando disso. De amor, amor de amiga... bom, acho melhor irmos né Drika? – É... Helena quanto ficou a consulta? – Imagina. Nada. – Obrigada! Drika e Dolores saem do plano do escritório e passam por Luiza e Maria. LUIZA MARIA LUIZA – Imagina só essas gentinhas sem categoria comparecer a um hospital de tal categoria. É o cumulo do absurdo! – Acho o mesmo. Essas aí nem deve ter aonde cair morta! – Vou falar com a chefe, isso não pode continuar assim! Helena se aproxima. HELENA MARIA LUIZA – Assim como Luiza? Você acha ser melhor que elas? Pois não é. E cuidado com o que você fala... você incomoda tanto com a vida dos outros que não sabe que eu fui promovida a cargo de chefe dos médicos... – Iii... Luiza vamos sair daqui. – Vamos Maria. Elas saem. ATO 8 O palco está dividido com o quarto de Fernando e o de Drika. Ambos pensando e falando em voz alta. FERNANDO – Meu Deus com quem devo fica? Há quem o meu coração pertence? DRIKA – Eu quero sair dessa vida, eu preciso sair dessa vida. Meu Deus me ajuda! FERNANDO – Eu sinto que o meu coração pertence a ela, mas também sinto algo pela Sarah... O que eu devo fazer? DRIKA – (sorrir) Eu o amo! Eu sei, agora eu sei! (ela senti um enjôo, coloca a mão na boca e sai de cena). FERNANDO – O que eu devo fazer? Há devo amar? A cortina do lado de Fernando se fecha – fica só o lado de Drika. DRIKA – (off.) GRAVIDA!