02/2011 | vol. 19 | www.sbn.com.br hoje Regionais Confira um relatório sucinto sobre nossos representantes Parceria inédita: imóvel novo a poucos passos de você PolítiCa | SBN inicia luta para a proteção da população junto ao Ministério das Cidades CaRReiRa | Entrevista especial com o presidente da Fenam que fala sobre o papel do neurocirurgião PaCiente | Infográfico traz as melhores formas de preencher o Termo de consentimento Registro Anvisa 10175060021 CELLO Com 25 anos dedicados à neurocirurgia a Ventura Biomédica fabrica e comercializa a Válvula para Hidrocefalia Synchrony - Série Cello. Oferecemos uma diversidade de modelos para a população: Neonatal, Pediátrica e Adulta. Produzido Segundo normas ISO 7197 Série Pelo segundo ano consecutivo obtivemos excelência em desempenho hidrodinâmico e qualidade. www.ventura.ind.br Tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento. Empresa Certificada ISO 9001:2008 ISO 13485:2003 02/2011 | vol. 19 | hoje www.sbn.com.br HonoRáRios Histórico e visão crítica sobre a evolução da Tabela de Honorários Médicos 10 sBn editoRial | 5 CuRtas | 6 CalendáRio sBn | 7 sBn eVentos | 13 FinanÇas | 22 CaPa Parceria com o Banco do Brasil e com a Telecom Service facilita crédito para sócios da SBN 16 inFogRáFiCo | 27 WFns no BRasil | 28 RelatÓRio de Viagens | 29 CoMuniCado oFiCial | 31 diRetoRia de PolítiCas da sBn | 31 CaRteiRinHa da VálVula | 32 aÇÃo soCial Projeto Pense Bem, da SBN, participa de ação social em comunidade no Rio de Janeiro 21 entReVista Presidente da Fenam, Cid Carvalhaes, fala do papel do neurocirurgião contemporâneo 24 seÇÕes VoCÊ saBia Saiba quais eram as práticas neurocirúrgicas já adotadas pelos Incas | 8 VoCÊ FaZ a sBn HoJe Novo espaço da revista reservado para seus comentários, críticas e sugestões | 9 oRientaÇÃo JuRídiCa Fique atento e saiba quais são os procedimentos que não constam na Tabela do SUS | 14 alÉM da neuRoCiRuRgia Neurocirurgião fala da sua paixão sobre cachorros, em especial labrador retriever | 30 Qualidade de Vida Saiba qual taça correta para cada tipo de vinho | 33 PaRCeRia SBN, Ministério das Cidades e Denatran juntos contra os neurotraumas 26 Silveira D Avila, Carlos Henrique Ribeiro, Maria Carolina Martins de Lima, Jean Gonçalves de Oliveira, Wen Hung Tzu Ética | Francisco Flávio Leitão de Carvalho, Kurt Cléssio Morais Figueiredo de Mendonça, Luiz Alcides Manreza Exercício Profissional | Júlio César Meyer, Edson Lopes Jr, Alexandre Varella Giannetti, Pedro Garcia Lopes, Bruno Silva Costa, Marcelo Luis Mudo 02/2011 |www.sbn.com.br Presidente | José Marcus Rotta Vice-presidente | Benedicto Oscar Colli Secretário geral | Marco Túlio França Tesoureira | Marise Augusto Fernandes Audi 1º Secretário | Eberval Gadelha Figueiredo Secretário auxiliar | Modesto Cerioni Junior Presidente anterior | Luiz Carlos de Alencastro Presidente da SBN 2012 | Sebastião Nataniel Silva Gusmão Presidente do Congresso 2012 | Marco Aurélio Marzullo de Almeida Presidente do Congresso 2014 | Luis Alencar Biurrum Borba Diretor de Formação Neurocirúrgica | Benedicto Oscar Colli Diretor de Relações Institucionais | Cid Célio Jayme Carvalhaes Diretor de Políticas | Clemente Augusto de Brito Pereira Diretor de Divulgação e Projetos | Eduardo de Arnaldo Silva Vellutini Diretor de Recursos Financeiros | Jânio Nogueira Diretor de Departamentos | José Fernando Guedes Correa Diretor de Patrimônio | Paulo Henrique Pires de Aguiar Diretor de Representantes Regionais | Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro Diretor de Diretrizes | Ricardo Vieira Botelho Conselho Deliberativo Presidente | José Antonio Damian Guasti Secretário | Luis Alencar Biurrum Borba Membros | Albert Vincent B. Brasil, Atos Alves de Sousa, Cid Célio Jayme Carvalhaes, Carlos Roberto Telles Ribeiro, Djacir Gurgel de Figueiredo, Evandro Pinto da Luz de Oliveira, José Alberto Landeiro, José Carlos Saleme, Kunio Suzuki, Léo Fernando da Silva Ditzel, Luis Alencar Biurrum Borba, Mário Gilberto Siqueira, Nelson Pires Ferreira, Paulo Andrade de Mello e Sebastião Nataniel Silva Gusmão Aperfeiçoamento | Carlos Gilberto Carlotti Jr, Antonio Cesar de Melo Mussi, Helder Tedeschi, João Cândido Araújo, Paulo Henrique Pires de Aguiar, Kunio Suzuki, Luis Alencar Biurrum Borba e Samuel Tau Zymberg Credenciamento | Roberto Colichio Gabarra, Aziz Rassi Neto, Francisco Ricardo Borges Ribeiro, Marcelo Paglioli Ferreira, Orival Alves, Sandoval Inácio Carneiro Acreditação de Eventos | Antonio Carlos Montanaro, Alessandra de Moura Lima, Nelci Zanon Collange, Daniel Freire de Figueirêdo, Osvaldo Vilela Filho, Juan Oscar Alarcon Adorno Ensino | Paulo Andrade de Mello, Arlindo Alfredo Intercâmbio Internacional Alemanha - Dierk Fritz Bodo Kirchhoff e Juan Oscar Alarcon Adorno | Árabe - Líbano Aziz Rassi Neto | Canadá Leonardo Vieira Neto e Osvaldo Vilela Filho | EUA - Evandro Pinto da Luz de Oliveira, José Carlos Lynch Araújo e Wen Hung Tzu | França - Atos Alves de Sousa | Japão - Koshiro Nishikuni | Portugal - José Alberto Landeiro Jovem Neurocirurgião | Lórimer Sandoval Carneiro, Bruno Lôbo Mota de Siqueira , Giordano Queirós Miranda, André Bedin, Christian Diniz Ferreira, Tiago da Silva Freitas Gerenciamento do Fundo Financeiro | Carlos Batista Alves de Souza, Modesto Cerioni Junior, Nelson Pires Ferreira Comissão Fiscal | Modesto Cerioni Junior, Jânio Nogueira, José Carlos Saleme, Roberto Colichio Gabarra Representantes internacionais | Luiz Carlos de Alencastro (Flanc e World Federation – WFNS) e José Marcus Rotta (Flanc e World Federation – WFNS) Representantes nacionais |Alagoas - Abynadá de Siqueira Lyro | Bahia - José Marcos Ponde Fraga Lima | Ceará - Otaviano B. Alencar Araripe | Distrito Federal - Arlindo Mattos de Oliveira Jr | Espírito Santo - Robson Ribeiro Modenesi |Goiás - Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro | Maranhão - Arthur Lopes Gonçalves Almeida | Minas Gerais - Carlos Eduardo Amaral Pereira da Silva | Mato Grosso do Sul - Luiz Antônio Monteiro Simões | Mato Grosso - Atila Monteiro Borges | Paraíba - Luciano Ferreira de Holanda | Pernambuco - Geraldo de Sá Carneiro Filho | Piauí - José Nazareno Pearce Oliveira Brito | Paraná - Pedro Garcia Lopes | Rio de Janeiro Francisco Ricardo Borges Ribeiro | Rio Grande do Norte - José Luciano Gonçalves de Araújo | Rio Grande do Sul - Marcelo Paglioli Ferreira | São Paulo - Roberto Colichio Gabarra Departamentos Base de Crânio | Paulo Abdo do Seixo Kadri, Carlos Eduardo da Silva, Antônio Aversa Dutra do Souto, Carlos Gilberto Carlotti Jr, Frederico de Melo Tavares de Lima, Hélio Ferreira Lopes, Jânio Nogueira e José Alberto Landeiro Coluna | Ronald de Lucena Farias, Aluízio Augusto Arantes Junior, Albert Vincent B. Brasil, Alexandre José Reis Elias, Antônio Vinícius Ramalho Leite, Asdrubal Falavigna, Carlos Henrique Ribeiro, Cleanto Moreira de Lacerda, Edson Lopes Jr, Eidmar Augusto Neri, Ericson Sfreddo, Fernando Luiz Rolemberg Dantas, Francisco Ricardo Borges Ribeiro, Geraldo de Sá Carneiro Filho, Gladstone Santos da Costa, Jefferson Walter Daniel, João Domingos Barbosa Carneiro Leão, Marcelo Luis Mudo, Márcio Vinhal de Carvalho, Marcos Masini, Mario Augusto Taricco, Osmar José Santos de Moraes, Paulo Roberto Romano Ribeiro, Paulo Sergio Teixeira de Carvalho, Ricardo Vieira Botelho e Wilson Eloy Pimenta Jr. Endovascular e Imagem | Benjamim Pessoa Vale, Valdir Delmiro Neves, Carlos Batista Alves de Souza Filho, Eduardo Ernesto Pelinca da Costa, Jean Gonçalves de Oliveira, João Ferreira de Melo Neto, Luciano Ricardo França da Silva, Michel Eli Frudit, Miguel Giudicissi Filho, Orlando Teixeira Maia Junior, Paulo Abdo do Seixo Kadri, Wilson Guimarães Novais Funcional e Dor | Alexandre Novicki Francisco, José Roberto Pereira Guimarães e Marcelo Neves Linhares Nervos Periféricos | Roberto Sergio Martins, Fernando Henrique Morais de Souza, Herbert Almeida Oliveira e Souza, Joel Monteiro de Jesus, Jorge Roberto Cilento, José Álvaro Bastos Pinheiro, José Fernando Guedes Correa, José Milton Peixoto, Leandro Pretto Flores, Luiz Antonio Araujo Dias, Manoel Baldoino Leal Filho, Marcos Alcino Soares Siqueira Marques, Marcos Flavio Ghizoni, Mário Gilberto Siqueira, Paulo Cézar Grigolli, Pedro Luís Gobbato, Ricardo de Amoreira Gepp e Ricardo Torres Santana Neurointensivismo | Jorge Luiz da Rocha Paranhos, Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro, Carlos Umberto Pereira Oncologia | Carlos Gilberto Carlotti Jr, Frederico de Melo Tavares de Lima, Antônio Aversa Dutra do Souto, Carlos Eduardo da Silva, Hélio Ferreira Lopes, Jânio Nogueira, José Alberto Landeiro, Paulo Abdo do Seixo Kadri Pediatria | Geraldo José Ribeiro Dantas Furtado, José Aloysio da Costa Val Filho, Hamilton Matsushita, Jorge Wladimir Junqueira Bizzi, José Francisco Manganelli Salomão, Ricardo Santos de Oliveira Trauma e Terapia Intensiva | José Luciano Gonçalves de Araújo, Audrey Beatriz Santos Araujo, Rodrigo Moreira Faleiro Vascular | Jean Gonçalves de Oliveira, Benjamim Pessoa Vale, Carlos Batista Alves de Souza Filho, Eduardo Ernesto Pelinca da Costa, João Ferreira de Melo Neto, Luciano Ricardo França da Silva, Michel Eli Frudit, Miguel Giudicissi Filho, Nilson Ferreira Novais, Orlando Teixeira Maia Junior, Paulo Abdo do Seixo Kadri e Valdir Delmiro Neves Radiocirurgia | Luiz Fernando Martins e José Paulo Montemor Comercialização | Rose Almeida Telefone: (11) 3051-6075 | (11) 8473-0776 [email protected] www.sbn.com.br Diretor geral Renato Gregório Diretor comercial Marconde Miranda Editor Bruno Aires (MTB 26.204/RJ) Coordenação editorial Luciana Rosário Repórteres Gabriela Lopes e Marcello Manes Designers gráficos Beatriz Lopez e Danielle V. Cardoso Fotógrafos André Lima e Drika Barbosa RJ Estrada do Bananal 56 - Jacarepaguá Rio de Janeiro - (21) 2425 8878 SP Av. Santa Catarina 1521 sala 308 Vila Mascote - São Paulo - (11) 2539 8878 www.editoradoc.com.br EDITORIAL “São precisos 60 anos e não nove meses para fazer um homem.” André Malraux Caro colega, De tempos em tempos, penso em nossa profissão não apenas como ofício, mas como missão. É claro que todos nós somos profissionais e fazemos da Medicina nosso sustento, mas acredito realmente que existe uma força muito maior por trás de nossa escolha. Estudar o que estudamos, sacrificar nossa vida pessoal e familiar ao longo dos anos, investir o que investimos... Fica óbvio, para mim, que não fazemos isso só para termos um bom salário no final do mês. Não quero e não vou desmerecer nenhuma outra profissão, mas não vejo em minha experiência de vida nenhuma outra atividade que exija tanto investimento, sacrifício, dedicação e abnegação como a nossa. Se ao final de um dia conseguirmos salvar pelo menos uma vida, nossa missão estará cumprida. É claro que nem sempre isso é possível, mesmo que lancemos mão de todo nosso conhecimento e experiência. De qualquer maneira, “um dia normal no consultório” pode fazer uma diferença enorme para famílias inteiras, para pessoas que colocam suas vidas em nossas mãos, que confiam e nos honram com a responsabilidade de tentar salvá-las. Por isso, acredito que, para se tornar um bom médico, é preciso mais do que vontade, mais do que talento, mais do que estudo constante. É preciso ter alma. É fundamental ter a consciência de que aquilo que fazemos em nosso dia a dia não é apenas uma obrigação, mas uma realização. Saber que é necessário, antes de tudo, ter sentimentos nobres com relação ao próximo, acreditar que ele poderia ser um ente querido, que existem várias pessoas que serão afetadas pelos acontecimentos, que, se você estivesse em seu lugar, gostaria de poder confiar plenamente na experiência, na capacidade e na maestria de seu médico. A nobreza humana está justamente aí: cumprir nossa missão na vida com dignidade, com seriedade e com amor. Parece meio piegas, mas não é. Pois só quem ama de verdade poderá dar valor a uma vida. Não é o dinheiro, a fama ou o status que definem um bom profissional, mas a sua autêntica, verdadeira e legítima vontade de ajudar a quem o procura, usando não só o seu conhecimento, mas também seu coração, sua alma e sua essência humana. O médico é muito mais que um especialista em Anatomia ou aquele que indica exames, medicamentos e cirurgias. Um médico de verdade extrapola a condição de profissional. É claro que existem excelentes profissionais que não pensam e nem agem desta forma, mas estes não sabem como fariam um bem se o fizessem, como seriam muito mais do que já são hoje. Eles prestariam um serviço muito melhor à sociedade e seriam pessoas mais realizadas. Sei que estou filosofando muito neste editorial, mas acredito que o profissional e o homem devem caminhar juntos dentro de um médico. Na verdade, não só dentro de um médico, mas de todos os profissionais. Se todos nós pudéssemos compartilhar os mesmos ideais de democracia, liberdade, verdade, justiça, beleza, bondade e amor, certamente viveríamos em um mundo muito melhor que este que se apresenta. Precisamos com urgência sermos mais humanos, não importa a profissão. Se todos se preocupassem menos com a matéria e mais com a alma, certamente viveríamos em uma sociedade mais justa, verdadeira e feliz. José Marcus Rotta Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) A SBN Hoje é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), distribuída gratuitamente aos membros da Sociedade. Os artigos publicados não representam necessariamente a opinião da diretoria da entidade ou da Editora DOC. É autorizada a reprodução, desde que citada a fonte: www.sbn.com.br | 5 | SBN Hoje curtas Diretoria de Políticas da SBN Campanha nacional da carteirinha da válvula Fernando Campos Gomes Pinto, coordenador do Grupo de Hidrodinâmica Cerebral do Hospital de Clínicas da FMUSP e do Grupo de Hidrocefalia do HSPE, inicia um movimento nacional de conscientização de todos os neurocirurgiões da importância de fornecer a todo o paciente submetido à cirurgia de derivação ventricular interna, um documento contendo o modelo da válvula implantada, o valor da PRESSÃO de funcionamento e o sítio distal (peritônio, pleura ou átrio). Este documento deverá sempre estar junto do paciente, como ocorre com os pacientes portadores de marcapasso cardíaco. Veja a matéria completa e um exemplode carteirinha, na página 32. A atual presidência da SBN instituiu a diretoria de políticas com o propósito de coordenar o expediente das comissões de Ética e de Defesa profissional com maior agilidade, principalmente quando envolverem temas geralmente comuns. O objetivo é que problemas recorrentes tenham soluções mais rápidas. Oferecendo aos colegas o apoio que buscam da SBN no menor tempo possível. Os membros da SBN que tenham dúvidas ou dificuldades no exercício profissional e ético ou se vejam envolvidos em processos de responsabilidade civil, podem contar com o auxílio daquelas duas comissões para opiniões e pareceres, desde que entrem em contato com a diretoria de políticas. XII Congresso da SNCRJ O XII Congresso da SBN-Rio de Janeiro aconteceu nos dias 9, 10 e 11 de junho, no Hotel Windsor, na Barra da Tijuca e reuniu cerca de 160 participantes. O Congresso fluminense, que acontece tradicionalmente a cada dois anos, teve sua data alterada em virtude dos eventos que acontecerão na nossa cidade em 2012 como o CLAN e o CBN. O Presidente de Honra do Congresso, José Carlos Lynch, foi homenageado na sessão de abertura pelos 35 anos dedicados à prática e ao ensino da neurocirurgia no Brasil, e um emocionado tributo ao Marlo Steiner Flores, falecido em abril, marcou o evento. SNC-RJ presta homenagem a Marlo Steiner Flores Segue trecho do texto por José Alberto Landeiro, membro do Conselho Deliberativo da SBN: “Com profundo pesar comunico o falecimento de Marlo Steiner Flores, ocorrido em 25 de abril de 2011, aos 58 anos. Casado com Beatriz, médica, deixa três filhos: José, Marlo, Marcela e dois netos. Formado na Faculdade de Medicina de Vassouras, SBN Hoje | 6 | neurocirurgião, membro titular da SBN, foi secretário da SBN na gestão 2004-2006. Trabalhou durante longos anos no Hospital da Força Aérea do Galeão e na rede D’Or de hospitais, plenamente reconhecido pela competência, carisma, relacionamento com colegas, e extrema dedicação aos seus pacientes. Quando há alguns anos descobriu-se doente, submeteu-se a todo tratamento com otimismo e resignação. Durante os últimos meses de sua vida manteve o otimismo, dedicando mais tempo a sua adorada Beatriz, filhos, noras e netos. (...)A cada dia nós descobrimos um significado para a vida. Marlo encontrou o significado de sua vida na profissão e iluminou muitos caminhos. A sua partida deixa muitas saudades.” Calendário SBN Curso de Ciências Básicas em Neurocirurgia 14 a 17 de setembro de 2011 10, 11 e 12 de novembrode 2011 Local: Porto de Galinhas – PE Local: Belo Horizonte - MG 7 a 12 de setembro de 2012 31 de março a 5 de abril de 2012 Local: Rio de Janeiro – RJ Local: Rio de Janeiro – RJ Associado, atualize seu cadastro! A SBN quer manter contato com todos os associados. Entre em contato com a Sociedade, informe todos os seus dados e atualize seu cadastro. Mais informações no nosso site: www.sbn.com.br | 7 | SBN Hoje Você sabia? Incas já apresentavam práticas neurocirúrgicas A trepanação, procedimento que consiste em perfurações no crânio, é uma prática ancestral, que remonta à Idade da Pedra. Alguns pesquisadores atribuem aos rituais religiosos; outros reforçam sua finalidade médica, como forma primitiva da Neurocirurgia contemporânea. É o que defende um artigo publicado no American Journal of Physical Anthropology. O estudo indica evidências de que a civilização inca era dotada de conhecimento sobre a anatomia do crânio e utilizava a técnica para curar traumas na cabeça e infecções. Para chegar a essa conclusão, foram analisados 441 crânios encontrados em sítios arqueológicos em Cuzco (Peru), antiga capital do Império Inca, onde a primeira evidência de trepanação foi descoberta em 1865. Tela do pintor flamenco Hieronymus Bosch (1450-1516): A extração da pedra da loucura SBN Hoje | 8 | Perfurações típicas, com formas e tamanhos diversos, foram observadas em 66 crânios. Em mais da metade, eram circulares, com diâmetro variando entre 0,3 e 7,3 centímetros. De acordo com os autores do estudo, a trepanação parecia ser praticada principalmente para tratar ferimentos resultantes de batalhas, já que a maioria era do sexo masculino e apresentava lesões na parte frontal da cabeça, possivelmente resultado de combates corpo a corpo. Outros sinais também sugerem que o método era usado para tratar a mastoidite, infecção na região temporal, atrás dos olhos. O procedimento foi aperfeiçoado pelos incas ao longo do tempo. Os crânios mais antigos (de cerca de 1000 a.C.) não tinham sinais de crescimento ósseo ao redor dos orifícios, o que indica que a trepanação quase sempre levava à morte. Quatrocentos anos depois, as peças indicam sobrevivência de cerca de 90% dos indivíduos. Também foi observada a padronização da técnica: partes do crânio, cuja perfuração poderia afetar as meninges ou grandes vasos sanguíneos, foram evitadas pelos incas mais modernos. Eles também faziam uso mais frequente de compostos vegetais derivados do bálsamo (antisséptico) ou da coca (analgésico) durante o procedimento. Você faz a hoje Saber a opinião dos nossos leitores é fundamental para a consolidação de nossa revista entre as demais publicações das sociedades médicas. Por este motivo, a SBN Hoje oferece nesta nova seção, um espaço para que seus associados, residentes e demais especialistas enviem sugestões, críticas e elogios. Contribua para o fortalecimento de nossa Sociedade e com o desenvolvimento da Neurocirurgia no país e no mundo. Associado, faça seu cadastro! Mídias sociais Acesse o novo site da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e preencha seus dados. Acompanhe as principais notícias e eventos da especialidade e conheça os benefícios exclusivos oferecidos aos membros da SBN. Mais informações: www.sbn.com.br Fique por dentro das novidades da SBN. Agora temos dois novos canais de comunicação on-line: o Twitter e o Facebook. Siga nossas atualizações diárias com notícias, fotos e artigos relacionados à Sociedade e à Medicina. Fale conosco: [email protected] Acesse: www.twitter.com/sbneurocirurgia http://www.facebook.com/ pages/Sociedade-Brasileira-deNeurocirurgia/169135703122913 Honorários médicos por Dr. Sergio Listik Coordenador de Equipe de Neurocirurgia e de Parkinson. P or mais inverossímil que pareça, o leitmotiv que inspirou a Associação Médica Brasileira (AMB) a propor e a adotar uma tabela de honorários médicos foi o desejo da categoria de manter seu exercício profissional liberal e alicerçado na livre escolha dos pacientes, hoje também cognominados clientes. Assim, a questão de tabelar honorários médicos concebeu-se quando o então Departamento Nacional de Previdência Social (DNPS), em 1962, solicitou à Associação Paulista de Medicina (APM) valores para uma tabela de honorários médicos e outros serviços, com a qual pudesse remunerar os profissionais que atendessem os seus segurados. Para que se estabelecesse uma relação entre diferentes serviços médicos, tornou-se necessária a adoção de um índice ideal e constante. Surgiu, então, a Unidade de Serviço (US), que após estudos teve seu valor fixado em 1/20 do maior salário mínimo decretado pelo Estado de São Paulo. A primeira US valia, em 1962, Cr$100. Em dezembro de 1966, médicos do Centro Médico de Ribeirão Preto, que prestavam serviços através de empresas intermediadoras (hoje nominadas operadoras), decidiram adotar uma tabela própria de honorários para todas as empresas a que prestavam assistência. A decisão foi comunicada à AMB. Em reunião na APM em fevereiro de 1967, a Subcomissão de Honorários Médicos elaborou uma tabela baseando-se naquela formulada pelos médicos de Ribeirão Preto e pelos dados oferecidos pela Comissão da AMB. Assim, a primeira tabela de honorários médicos, formulada por uma entidade associativa dos sBn Hoje | 10 | próprios médicos, foi publicada em abril de 1967, entrando em vigor a partir de 1º de maio. Assentava-se o ideário de que os atos médicos haveriam de ter uma tabela de honorários a lhes nortear e, assim, os pacientes poderiam procurar seus médicos e seu seguro lhes ressarcir de acordo. Entretanto, a livre escolha jamais asseguraria o caráter liberal da profissão médica, pois os honorários passariam a ser pactuados por intermediação. Além disso, a tabela, elaborada como índex mínimo, passou a ser usada como indexador máximo e, mais recentemente, a ser questionada como cartelização. Aconteceu de tudo. Associações de especialidades, presididas por colegas que se julgavam superiores, pouco se dedicaram à precificação de seus procedimentos ou de sua codificação. Por não atuarem em suas práticas diárias por tabelas, a estas não quiseram se dedicar à época. Igualmente, por não se dedicarem a certos procedimentos que seus concorrentes imediatos dominavam, codificaram-nos propositalmente a menor, atuando em uma espécie de afronta. A partir do ano de sua criação, em 1967, a AMB revisou periodicamente a tabela, resultando em novas edições: 1970, 1974, 1976, 1978 e 1983. Em 1978, foi criado o Coeficiente de Honorários Médicos (CH). O novo índice conviveu pacificamente com a US criada pela Previdência Social. O valor do primeiro CH foi de Cr$6,50. Muitos exaltariam tal valor, que em meu ponto de vista, pouco significava. Pavimentava-se, apenas, a estrada ao nosso cotidiano apocalíptico. Esta “convivência pacífica” da tabelas INPS, depois INSS-Inamps, que evoluiu para SUDS e depois SUS, evanesceu-se na passagem para os anos de 1980, pois a assistência previdenciária ficou sem fundos para acumular a assistência médica, dela por fim apartando-se. Nisto é que deu o “preservar a livre escolha”. Entretanto, a tendência a tornar estatal o atendimento médico também não vem dando certo, pois muitos dos equipamentos recém-inaugurados pelos governos têm sido entregues à administração das chamadas organizações sociais (OSs) e fundações, sob argumento que administrariam melhor que o próprio governo. Nelas se incluem entidades que, em seu nascedouro, nem lidavam com assistência médica e outras, mas que congregam em seus conselhos gestores profissionais (até membros de associações classistas) aquinhoados com polpudos proventos, de fazer inveja até aos idealizadores de sítios de relacionamento social na internet. Em outubro de 1983, na gestão de Nelson Proença, a AMB constituiu uma comissão para uma completa revisão da tabela, com novo sistema de codificação e formatação. A livre escolha jamais asseguraria o caráter liberal da profissão médica, pois os honorários passariam a ser pactuados por intermediação. Além disso, a tabela passou a ser usada como indexador máximo Edição Descrição 1967 1970 1974 1976 1978 1983 1984 1984/1986 1987 1988 1990 1992 1996 1999 2003 Tabela de honorários médicos Tabela de honorários médicos Tabela de honorários médicos Tabela de honorários médicos Honorários médicos Tabela de honorários Tabela de honorários médicos Tabela de honorários médicos Tabela de honorários médicos Tabela de honorários médicos Tabela de honorários médicos Tabela de honorários médicos Lista de procedimentos médicos Lista de procedimentos médicos Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 1ª Edição – projeto-piloto Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 2ª Edição – projeto-piloto Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 3ª Edição Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 4ª Edição Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 5ª Edição Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 2010 2003 2004 2005 2008 2010 Em setembro de 1984, a Assembleia de Delegados, reunida em Curitiba (PR), aprovou uma nova tabela de honorários médicos, a THM 1984. Na década de 1980, foram publicadas ainda outras duas edições da tabela: 1987 e 1988. As revisões eram uma necessidade lógica, pois além de surgirem cotidianamente novos procedimentos médicos (clínicos, cirúrgicos e diagnósticos), a inflação (em nosso caso, o período de hiperinflação) corroeu e desorganizou todos os coeficientes econômicos. Em janeiro de 1990, uma nova tabela de honorários médicos foi Responsável Dr. Kassab Dr. Márcio Barreto Dr. Proença / Dr. Nassif Dr. Proença / Dr. Nassif Dr. Nassif Dr. Nassif Dr. Nassif Dr. Mário Cardoso Dr. Nassif Dr. Nassif Dr. Amilcar Vigência 10/1984 01/1987 a 10/1988 11/1988 a 12/1989 01/1990 a 08/1992 09/1992 a 06/1996 07/1996 a 01/1999 02/1999 a 07/2003 07/2003 a 07/2003 Dr. Amilcar 08/2003 a 06/2004 Dr. Amilcar 07/2004 a 08/2005 Dr. Amilcar 09/2005 a 09/2008 Dr. Amilcar 10/2008 a 09/2010 Dr. Amilcar A paritr de 10/2010 lançada. Esta edição foi a que melhor aceitação obteve junto às empresas contratantes. No entanto, os planos econômicos lançados pelos (“des”) governos travaram sua implantação. Tais planos eram economicamente heterodoxos, da lavra alucinante, intervencionista e autoritária de políticos despreparados e equipes econômicas que jamais haviam saído dos muros acadêmicos. Em setembro de 1992, foi publicada nova edição, que vigorou até junho de 1996. Em julho de 1996, foi publicada a Lista de Procedimentos Médicos (LPM/96). Nesta edição, os procedimentos foram expressos em Real, já que as medidas econômicas adotadas no governo Itamar Franco estabilizaram nossa moeda. A LPM/96 vigorou até janeiro de 1999. Em junho de 1996, foram declaradas extintas todas as edições das tabelas de honorários anteriores publicadas pela AMB, bem como o seu multiplicador. Assim declaradas, todos os intermediadores de direito privado continuaram a nela se embasar, como se o universo estivesse estacionado em 1990. E mais: oferecendo não mais coeficientes multiplicadores, mas, sim, frações de coeficientes antes | 11 | sBn Hoje praticados, com o aceite de protagonistas do meio médico, em escambo pelo chamado “encaminhamento preferencial”. Em fevereiro de 1999, a AMB publicou a Lista de Procedimentos Médicos (LPM/99), que vigorou até julho de 2003. O movimento associativo, então, modificou os critérios de codificação, contratando fundações de estudos econômicos, especializadas no cálculo de índices monetários, coeficientes e reajustes, alicerçando-os em todos os insumos, fatores de risco e tempo de capacitação, enfim, tudo que influenciasse de alguma forma a atividade fim, neste caso, os procedimentos médicos. Em 2003, a AMB publicou a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). A publicação representou um novo conceito em tabela de honorários médicos: recebeu novo título e os procedimentos foram ordenados por região anatômica. Foi adotado um novo sistema de codificação, a valoração dos procedimentos passou a ser expressa em portes e, por fim, foi incluída uma coluna de custos operacionais. Até 2008, esta classificação foi sucessivamente atualizada. Entretanto, todas as tabelas e classificações mais recentes não tiveram impacto prático, pois jamais foram aceitas por operadoras, convênios, seguros e hospitais. Foram, inclusive, questionadas por estes intermediadores junto ao Conselho de Defesa da Atividade Econômica (Cade), acusadas de promover a cartelização do atendimento médico. O Conselho Federal de Medicina (CFM), pela resolução 1673/03, considerou a CBHPM como padrão mínimo sBn Hoje | 12 | ético de remuneração. De imediato, o Ministério Público Federal (MPF) obteve liminarmente a nulidade de tal resolução, acusando-a de ferir o código de consumo. Apenas em 2009 logrou o CFM sentença judicial legitimando sua resolução de 2003. De forma pedagógica, cita-se na sentença que “nada há de truste ou cartel na CBHPM” e “intermediadores criam operadoras que desejam impor valores aos médicos, controlando-os mediante o subterfúgio de dominar a clientela”. Ao se permitir a intromissão de seguradoras, convênios e agenciadores na prestação dos serviços médicos, cometeu-se o pecado original. No sagrado binômio médico-paciente, ninguém poderia meter o bico, falando de forma clara. Com a intromissão, julgaram as entidades médicas que o criar de um código mínimo de remuneração protegeria o exercício profissional e suas características. Além disso, não houve entendimento das autoridades econômicas do período hiperinflacionário de que os índices precisavam ser atualizados de acordo com o corroer da moeda. Assim, tudo aumentava, menos os “imexíveis” honorários médicos pagos pelos intermediários. Da tabela do SUS e seus antecessores nem é possível comentar, pois o sistema paga por cirurgias menos que um borracheiro cobra para tratar de um pneu furado. Diante da profana abundância de escolas médicas e de serviços marginais a oferecer especializações, o mercado médico viu-se inundado por um número exagerado e mal distribuído de prestadores de serviço. Na luta pela sobrevivência, faz-se de (quase) tudo: oferece-se trabalho por pouco e aceita-se “pacotes” e “pacotinhos”. Que contratante pagará tabelas atualizadas se no mercado há quem custe bem menos? É forçoso admitir que os modos e costumes da classe poderiam ser outros. Os metalúrgicos fizeram um presidente, enquanto nós nos afogamos nos pântanos das operadoras e afins. Na época em que só havia a prática privada e as Misericórdias, mantido comedimento nos honorários, tudo se ajeitaria. Mas a ganância chamou os intermediadores. Além do mais, não faltaram (nem faltam) as fraudes Brasil adentro, nas quais até homens viravam parturientes, tudo com um carimbo de CRM. Assim sendo, a CBHPM atual é um índex bem feito e estudado e talvez monetariamente compensador. Resta ser adotado e respeitado pelos agentes pagadores, coisa que não vem sendo feita, inclusive por falha dos próprios médicos. Tem de ser adotada, inclusive pelo SUS, pois é, oficialmente, o mínimo ético. Não poderia deixar de mencionar o sistema de Troca de Informação em Saúde Suplementar (Tiss), instituído pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Sob pretexto de uniformizar os dados do setor, obriga-se toda esta prestação de serviços a utilizar formulários, modelos, nomenclatura e codificação únicos. O mundo mudou muito, assim como os costumes. A ética profissional também muda, pois é reflexo do seu tempo. Todavia, não é possível admitir o status quo, pois aquilo que vemos no cotidiano é tão equivocado que vai cair, por bem ou por mal. Modos e costumes de autopreservação a qualquer custo precisam acabar. Por falar nisso, há uma pergunta que não pode calar: se a tabela praticada é irrisória, se há quem pague e quem receba menos que esta tabela, se o os repasses são feitos com até 90 dias de atraso, isso quando não há glosas, afinal, do que está vivendo a classe médica? Ao se permitir a intromissão de convênios na prestação dos serviços médicos, cometeu-se o pecado original. No sagrado binômio médicopaciente, ninguém poderia meter o bico, falando de forma clara SBN Eventos Congresso SNP (Da esquerda para direita) Os neurocirurgiões, Ricardo Santana e Mario Siqueira, o cirurgião de mão, Luiz Kimura e o eletrofisiologista, Carlos Otto Heise Assembléia geral (Da esquerda para direita) O professor, Antonio João Tedesco-Marchese, após sua homenagem, o professor, Manoel J. Teixeira, e o coordenador do evento, Roberto Martins Nos dias 14 e 15 de agosto, foi realizado o II Congresso Brasileiro de Cirurgia do Sistema Nervoso Periférico no Centro de Convenções Rebouças em São Paulo-SP. O evento foi uma iniciativa do Departamento de Nervos Periféricos da SBN, com o apoio do Centro de Estudos em Neurologia Antonio Branco Lefreve do Departamento de Neurologia do HC – FMUSP. O evento se caracterizou pelo tempo dedicado às discussões resultando em intensa participação dos 118 ouvintes. Em 30 de junho, a SBN reuniu os principais componentes da diretoria e dos Conselhos Deliberativos para a Assembléia geral, que abordou questões relativas aos honorários dos neurocirurgiões. Na foto, estão o presidente da APM, Jorge Carlos Machado Curi, o secretário geral da SBN, Marco Túlio França, o secretário auxiliar da SBN, Modesto Cerioni Júnior, presidente da SBN, José Marcus Rotta, presidente CRM/SP, Renato Azevedo, e vicepresidente da APM, Florisval Meinão. SBN e neurocirurgiões do nordeste A SBN está realizando encontros regionais no país para aproximar-se dos especialistas de todas as regiões. Após o sucesso do primeiro evento, realizado na região norte, em junho foi a vez do nordeste. O encontro aconteceu durante o XIV Congresso Nordestino de Neurocirurgia, em Teresina (PI), com a presença de neurocirurgiões de Sergipe, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte. O presidente da SBN, José Marcus Rotta, participou da abertura oficial e, durante o Congresso apresentou os objetivos da Sociedade e de seu Programa de Presidência. Rotta apresentou duas palestras, sendo a primeira sobre “A responsabilidade social da SBN” e, posteriormente, “Gliomas malignos”. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, junto com o governador do Estado do Piauí e Neurocirurgião, Wilson Nunes Martins, recebeu a comitiva da SBN em encontro político e dialogou sobre o relacionamento SBN/MS/SUS. Além de tratarem de temas como: o mercado de trabalho para o neurocirurgião, os honorários da categora, e o projeto Pense bem, que atua em doenças vasculares e traumatismos crânio-encefálicos e raque medulares. Novo encontro foi marcado em Brasília. A secretária de Estado da Saúde do Piauí, Lilian Martins também participou do evento. Durante o congresso A mesa de discussão sobre “Responsabilidade Social” foi presidida pelo membro da Comissão Científica do Congresso e diretor de Políticas SBN, Clemente Augusto de Brito Pereira. A mesa contou com a participação do promotor de Justiça do Piauí, Antonio Ivan e Silva. Os Representantes da SBN também formaram uma “Ouvidoria” das necessidades peculiares de cada Serviço, onde atuam os diferentes neurocirurgiões participantes do evento. | 13 | sBn Hoje Orientação Jurídica por Dr. Roberto Godoy Neurocirurgião e bacharel em Direito, presidente e membro da Câmara Técnica de Políticas de Saúde do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e vice-presidente da Comissão Especial de Planos de Saúde e Assistência Médica da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Procedimentos que não constam na Tabela SUS Muitas vezes, nos deparamos com a necessidade de utilizar recurso não previsto nas tabelas do Sistema Único de Saúde (SUS). Embora haja muitas maneiras de repassar recursos, destacamos algumas das normas que norteiam esse assunto. A resolução SS-SP 50, de 18 de abril de 2002, cria minutas de contratos a serem realizados entre a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e os vários estabelecimentos de saúde para atendimento de pacientes vinculados ao SUS. Assim, há minutas para: contrato com laboratórios, clínicas de terapia e SADT; contrato com hospitais privados; convênio com entidades hospitalares sem fins lucrativos; convênio universitário nos termos da portaria MS 1.125/99; convênio universitário; e anexo que inclui o rol dos serviços contratados. Desta resolução, destacam-se as seguintes diretrizes constantes nas minutas contratuais: Em todas as minutas há cláusula vedando qualquer cobrança de sBn Hoje | 14 | efetivamente prestados, de acordo com os valores unitários de cada procedimento previsto pela tabela de procedimentos do Ministério da Saúde/SUS. Nos hospitais privados, os serviços contratados estão discriminados no anexo I que faz parte do contrato. complementação diretamente dos pacientes ou familiares, qualquer que seja o título. Os serviços a serem prestados pelas diversas entidades obedecerão aos limites quantitativos fixados contratualmente. Na cláusula que diz respeito ao preço, os contratos determinam que o contratado receberá mensalmente do Ministério da Saúde ou do Fundo Nacional de Saúde ou do Fundo de Ações Estratégicas e de Compensação a importância referente aos serviços Na cláusula referente à obrigação de pagar, a contratante (Secretaria de Estado da Saúde) isenta-se da responsabilidade de efetuar o pagamento às diversas entidades assistenciais no caso de não haver repasse de recursos do Ministério da Saúde (Fundo Nacional de Saúde) para a secretaria. Com a publicação da resolução SSSP 88, de 29 de agosto de 2003, houve alteração de cláusulas nas minutaspadrão dos contratos da resolução 50. Destaca-se a mudança na cláusula sétima, parágrafo primeiro, em que a Secretaria de Estado da Saúde, mediante autorização de pagamento, é a unidade orçamentária responsável pelo repasse de recursos provenientes do Fundo Nacional de Saúde/MS para Ficou evidente que há proibição de cobrança complementar dos pacientes ou seus familiares. Por outro lado, os contratos preveem somente o pagamento daquilo que foi contratado. estabelecimento de saúde, do tipo de contrato ou convênio e, principalmente, do que consta do contrato firmado especificamente no local de trabalho. o pagamento dos serviços contratados de média complexidade, alta complexidade e estratégicos, até o montante declarado em documento administrativo. Ainda dessa resolução, a alteração da cláusula sexta determina que o custeio deverá ser de responsabilidade do Fundo Nacional de Saúde com repasse ao Fundo Estadual de Saúde. A par dessas resoluções, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo celebrou convênio com o Consórcio de Municípios para execução e aperfeiçoamento das ações de saúde do SUS através da resolução SS 299, de 18 de novembro de 1996. Também criou um modelo-padrão para o contrato de gestão através da resolução SS-SP 158, de 6 de dezembro de 2000, revogada pela resolução SS-SP 87, de 6 de outubro de 2006 que, em sua cláusula terceira, item 1, determina que o provedor dos recursos é a Secretaria de Saúde. Por fim, tem interesse neste assunto a Portaria MS/GM 358, de 22 de fevereiro de 2006, que cria diretrizes para a contratação de serviços assistenciais, a qual em seu artigo segundo, parágrafo A responsabilidade pelo pagamento direto às instituições de saúde é da Secretaria de Estado da Saúde, com recursos advindos do Ministério da Saúde. O repasse se dá do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Estadual de Saúde. Frise-se que a secretaria se exime de responsabilidade se não houver o correto repasse dos recursos. quarto, prevê a participação complementar mediante contrato ou convênio com municípios e/ou estados, bem como a cooperação entre os diversos níveis de governo através de termo de cooperação, previsto em seu artigo terceiro, parágrafo primeiro. Pelo exposto, fica claro que existem vários tipos de repasse de recursos por parte do SUS e que o pagamento pelos serviços prestados dependerá do tipo de Há uma corresponsabilidade entre os três níveis de governo. Municípios e estados, assim como a União, são obrigados a destinar parte de seus orçamentos para as ações de saúde. Ficou evidente que há proibição de cobrança complementar dos pacientes ou seus familiares. Por outro lado, os contratos preveem somente o pagamento daquilo que foi contratado, ou seja, qualquer recurso utilizado fora da tabela de procedimento do SUS, e que não seja objeto de contrato específico, será custeado pela própria instituição contratada ou conveniada. Parceria inédita: imóvel novo a poucos passos de você Iniciativa inovadora dentre as sociedades médicas oferece facilidades no financiamento imobiliário sBn Hoje | 16 | O s membros da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) a partir de agora têm mais uma facilidade em suas vidas. Através de uma parceria exclusiva com o Banco do Brasil e com o grupo Telecom Service, a SBN tornará viável o acesso a crédito e financiamento imobiliário. Tudo isso com juros mais baixos que os praticados no mercado e com facilidades que reduzem consideravelmente a burocracia do processo de financiamento de imóveis. Todos os neurocirurgiões associados à entidade terão direito a este benefício. A parceria firmada entre SBN, Banco do Brasil e Telecom Service servirá para imóveis residenciais e comerciais. Entre as condições diferenciadas que este convênio oferece, estão taxa de 8,4% ao ano, mais TR (imóvel com valor de compra e venda até R$ 500 mil) e escolha de um mês do ano para pular o pagamento da parcela. No mês vigente, serão cobrados apenas os valores referentes aos seguros. Dentre as demais sociedades médicas, atualmente a SBN é a única instituição que oferece um convênio aos seus associados para financiamento de imóveis com o Banco do Brasil. “A SBN representa o porto-seguro do neurocirurgião, que busca respaldo e confiança para o exercício de sua profissão. Percebemos a necessidade de oferecer ao associado a oportunidade de ampliar seu patrimônio comercial ou residencial, tendo em vista a valorização de sua vida profissional e pessoal”, explica o presidente da sociedade, José Marcus Rotta. Segundo ele, esta parceria é histórica tanto para a SBN quanto para os seus associados. “O diferencial deste financiamento que é proporcionado pela parceria está nos juros. Eles apresentam valores bem menores do que os que são encontrados em financiamentos comuns e de outras instituições bancárias. A Sociedade tem por objetivo sempre trazer uma melhoria para a vida de seus associados”, afirma o dirigente. Menor burocracia e simulação on-line Além de taxas mais atrativas, a SBN também teve preocupação com os trâmites legais para operacionalizar o financiamento. “A partir da definição do tipo de serviço que seria oferecido aos associados, passamos a buscar uma forma de facilitar também os trâmites legais. Isto porque o neurocirurgião possui uma carga horária de trabalho e estudos extenuante, sem ter como dispor de tempo para resolver questões burocráticas. Por isso, abrimos em nosso site este espaço, para que a simulação do financiamento possa ser realizada com rapidez. É neste aspecto que entra a Telecom, que prestará toda a assistência de Benefícios para os forma diferenciada para este público tão distinto de outras categorias”, explica Rotta. Condições para crédito imobiliário Os interessados em financiar seu imóvel através deste convênio encontrarão todas as informações necessárias no site da Sociedade. Entre as condições para que o médico solicite o seu financiamento estão o limite de idade (entre 18 e 80 anos) e o rendimento mensal mínimo de R$ 1.400. Durante a análise inicial de capacidade de pagamento, o Banco do Brasil solicita aos associados que apresentem alguns documentos originais. Também será necessária a apresentação de documentos do imóvel, do vendedor (pessoa física ou jurídica) e outros associados Carência de até seis meses para iniciar o pagamento das parcelas; O cliente pode escolher um mês do ano para não pagar o valor referente à amortização de capital e juros; Taxas de 8,4% ao ano, as menores do mercado; Possibilidade de compra do 2º imóvel pela linha SFH. | 17 | sBn Hoje referentes à utilização do FGTS (se for o caso), além de formulários e declarações específicos. “A escolha do prazo ou do valor financiado é uma decisão bastante particular. Porém, vale lembrar que as taxas praticadas nas linhas de crédito imobiliário são inferiores àquelas praticadas em contratos de Contrato de Abertura de Crédito Rotativo (CDC)”, orienta o gerente de Mercado Pessoa Física da Superintendência de Varejo do Banco do Brasil, Felipe de Almeida (SP). Para agilizar todo o processo de financiamento, o Grupo Telecom Service, correspondente do Banco do Brasil autorizado a efetuar transações comerciais, coleta os documentos necessários. A partir do momento em que o financiamento é liberado, os associados da SBN encontram facilidade para arcar com despesas como escrituras, mudanças, mobílias, instalações e compra de equipamentos para o consultório. Para o presidente do Grupo Telecom Service, Roberto Lamacié, esta parceria representa uma oportuni- José Marcus Rotta dade ímpar para que os membros da SBN adquiram um imóvel. “Essa parceria é a oportunidade ideal para que os associados troquem suas parcelas de aluguel por um financiamento próprio rumo ao sucesso na carreira profissional”, conclui o executivo. Felipe de Almeida “ O associado pode contar com a Telecom Service para auxiliar em todo o processo, desde a coleta dos documentos até a realização de transações comerciais. José Marcus Rotta SBN Hoje | 18 | Atendimento personalizado 1) Acesse www.sbn.com.br; 2) Digite seu nome, telefone e e-mail; 3) Informe o tipo de imóvel que deseja; 4) Informe o valor que pretende financiar. Roberto Lamacié, Telecom 11 dicas para escolha do imóvel 1) Localização do imóvel é essencial. Estime valor de mercado e potencial de valorização; 2) Verifique a qualidade dos materiais usados na obra e dos equipamentos, como ar condicionado e acabamentos; 3) Confirme no cartório de registro se o imóvel está em condições legais de ser comprado; 4) Comprove na Prefeitura se o imóvel está regular e se não possui débitos atrasados; 5) Confira as condições físicas do imóvel, como rachaduras, umidade, qualidade das portas; 6) Consulte outros proprietários e funcionários do prédio comercial, que podem prestar informações importantes para ajudar na tomada da sua decisão; 7) Negocie prazos e valores. Lembre-se de que quando financiar o vendedor receberá o valor à vista; 8) Tudo que foi negociado com o vendedor deve constar no Compromisso de Compra e Venda. Não faça acordos paralelos; 9) Não feche negócio antes da aprovação da operação de financiamento com o Banco; 10) Se o empreendimento estiver na planta, certifique-se de que a construtora é idônea. Consulte Serasa, SPC, Cartórios de Protesto e Procon; 11) Verifique se as vantagens anunciadas ou prometidas são reais: medidas, acabamento, vagas de garagem, valor do condomínio e áreas de lazer. Fonte: Banco do Brasil | 19 | SBN Hoje Projeto Pense bem participa de ação social em comunidade do Rio de Janeiro Q uais cuidados jovens e crianças devem tomar ao soltar pipas nas lajes de suas casas? Quais os riscos de subir em árvores, pular em rios e lagos ou em andar de bicicleta? Às vezes simples brincadeiras podem resultar em graves acidentes. Essas e outras dúvidas foram esclarecidas por meio do projeto Pense bem, executado pela Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro (SNRJ) durante a edição de maio da Ação Global Nacional, realizada na Vila Olímpica da Mangueira, na zona Norte da cidade. Com o apoio do Sesi e da Rede Globo e liderado pelo presidente da regional, Ricardo Ribeiro, o Pense bem contou, ainda, com a colaboração dos médicos residentes do Hospital dos Servidores do Estado (HSE-RJ). A equipe da SNRJ distribuiu cartilhas da Campanha de Prevenção do Neurotrauma, desenvolvida pela SBN, e explicou para dezenas de crianças, adolescentes e adultos os riscos dos neurotraumas e como evitá-los. Maria Letícia, moradora da comunidade, disse que os filhos ficaram impressionados com as explicações dos neurocirurgiões. Ela espera convencer o filho mais velho, de 16 anos, a usar o capacete quando sair de moto. “Conhecemos muitos adolescentes na vizinhança que hoje estão paraplégicos depois de acidentes com moto”, conta. SBN: em busca de parcerias nas regionais A presença do projeto Pense bem em um evento de tamanha magnitude representa o primeiro contato da SNRJ com a sociedade civil. Desenvolver um programa nacional estruturado, em conjunto com ações locais, permite educar Usando a cabeça para proteger o corpo: médicos estimulam a prevenção de neurotraumas Quando o jovem leva a informação para fora da escola, a família e os amigos têm acesso ao trabalho de conscientização desenvolvido pelo projeto”. Celestino Esteves Pereira, vice-presidente da SNRJ e mudar o pensamento e as atitudes da população e, assim, contribuir para a diminuição dos riscos de acidentes. O vice-presidente da SNRJ, Celestino Esteves Pereira, afirma que, no momento, a regional fluminense estuda a criação de parcerias com o Detran-RJ e com instituições que têm interesse em apoiar o projeto e faz um importante alerta: “Para que o projeto tenha boa repercussão, precisamos de orçamento para a impressão de materiais informativos. Quando o jovem leva a informação para fora da escola, a família e os amigos têm acesso ao trabalho de conscientização desenvolvido pelo projeto”, argumenta o neurocirurgião, que coordena o Pense bem em todo o estado do Rio de Janeiro. Desde o seu lançamento, em 1995, o projeto Pense bem já realizou diversas ações, coordenadas por neurocirurgiões membros da SBN, e já fechou parcerias importantes, como com o Os amigos da escola, programa também fundado pela Rede Globo, e com o Serviço Social do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Recentemente, a SBN também firmou convênio com o Ministério da Saúde a fim de promover um maior número de palestras em todos os estados. As instituições interessadas em se tornarem parceiras do projeto Pense bem devem entrar em contato com a SBN pelo e-mail [email protected] | 21 | SBN Hoje Finanças por Dr. Francinaldo Lobato Gomes e Dr. Francisco Vaz Filho Francinaldo Lobato Gomes é neurocirurgião especialista em Neurocirurgia de Epilepsia, formado pela Universidade Federal do Pará. Francisco Vaz Filho é neurocirurgião especialista em Neurocirurgia de Tumores Hipofisários, graduado pela Universidade Federal de São Paulo. Ambos são autores do livro Bolsa de Valores para Médicos, que será lançado no segundo semestre de 2011. Dicas para o seu planejamento financeiro Alcançar a independência financeira é o sonho de dez entre dez médicos. E o que é essa tão almejada independência? Significa ser capaz de manter o padrão de vida de maneira sustentável e duradoura sem ter que trabalhar mais por isso. Pode parecer uma utopia para muitos, mas não é, desde que se observem alguns conceitos básicos. O sucesso financeiro deve ser construído sobre o seguinte tripé: reserva de segurança, acúmulo de patrimônio e geração de renda futura. A base deste tripé é um bom planejamento financeiro. Para isso, é preciso ser disciplinado e adquirir o hábito de investir. Inicialmente, você deve ter e seguir rigorosamente uma planilha orçamentária. Documente os ganhos e todas as despesas. Gaste com inteligência, evite os supérfluos e, principalmente, gaste menos do que você ganha. Viva dentro do seu orçamento e aplique com sabedoria o excedente. Procure trabalhar para o seu próprio enriquecimento. Isso será possível se você procurar pagar todas as suas dívidas e evitar fazer novas dívidas. Se você comprar apenas o que pode pagar evitando os juros sobre empréstimos ou financiamentos. Se obtiver incentivos fiscais (aplicações em planos de previdência privada tipo PGBL e, quando tiver que vender ações com lucro, vender menos que R$20 mil por mês). Evite comprar o que você não precisa com o dinheiro que você não tem. sBn Hoje | 22 | Em seguida, crie uma reserva de segurança em uma aplicação financeira conservadora e que disponha de uma quantia suficiente para pagar todas as suas contas por um período de seis meses a um ano. Esse é o chamado “colchão financeiro”. Assim, os infortúnios da vida podem ser mais bem assimilados. Imagine que, por um motivo de saúde, você tenha que parar de trabalhar por um determinado período. Esta reserva permitirá que você tenha um tempo para se reorganizar. Se necessita de R$5 mil por mês, deixe R$60 mil nesta aplicação. Após as etapas acima (ou mesmo simultaneamente), você poderá começar a acumular patrimônio. Um grande patrimônio não vem do dia para a noite. Ele precisa ser construído diariamente, em alicerces sólidos, para que seja duradouro. O patrimônio pode ser dividido em ativo e passivo. Ativo é tudo aquilo que gera renda. São exemplos: saldos em fundos de investimento, poupança, créditos a receber, entre outros. Passivo é tudo aquilo que gera custo (prestações, seguros, IPTU, IPVA etc.). Um adequado balanço do tipo de patrimônio é o segredo para a geração de renda futura. Quanto maior seu patrimônio ativo, maior será a renda gerada. Estabeleça metas financeiras plausíveis. Caso tenha dificuldade em alcançá-las, busque a metade delas. Você verá que, conforme caminha em direção a sua meta, o aprendizado e as experiências adquiridas ao longo do caminho farão com que os resultados sejam alcançados com mais rapidez. Escolha modalidades de investimentos adequadas as suas necessidades. Procure reinvestir os lucros de forma a fazer uso dos juros compostos. Saiba que a progressão do patrimônio, caso este conceito seja seguido, será exponencial. Além disso, quanto mais dinheiro você tiver, mais oportunidades de investimento você terá. Dê importância à educação financeira. Procure educar-se financeiramente e eduque seus filhos e familiares. É muito importante entender a importância de cuidar bem do dinheiro. Isso fará com que o patrimônio que você conquistou seja ampliado, e não destruído pelos descendentes. Tenha sempre em mente o mais importante: família, saúde, amigos e felicidade acima de tudo. Dinheiro não compra felicidade. Ele potencializa a felicidade. Portanto, usufrua todas as suas conquistas juntamente com seus familiares e amigos. Celebre cada objetivo conquistado. Por fim, cuide de sua saúde para que possa gozar plenamente tudo daquilo que conquistou. Evite comprar o que você não precisa com o dinheiro que você não tem . Perfil Um neurocirurgião em defesa da categoria médica Em junho, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, assumiu pela segunda vez consecutiva a gestão do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) para o triênio de 2011 a 2014. Com uma história pautada pela representatividade da hifenização médica à frente de suas reivindicações, o neurocirurgião encara antigos e novos desafios nos próximos três anos. Em entrevista à SBN Hoje, Carvalhaes fala sobre sua trajetória profissional em meio às entidades e o papel do neurocirurgião contemporâneo SBN Hoje – De que forma você enveredou na política médica? Cid Carvalhaes – Minha ligação com a atividade é muito antiga. Fui presidente da Associação Nacional de Médicos Residentes em 1970. Desde então o vínculo com a política médica se intensificou cada vez mais e, naturalmente, ocupei cargos políticos por consequência desse envolvimento. Até hoje estou comprometido com a política médica, sem nenhum arrependimento. SBN Hoje – Ainda na faculdade de Medicina sentiu-se imbuído do senso de ajuda ao coletivo? CC – Cursei a graduação em 1964, em um período bastante crítico no país que foi a Ditadura. Os estudantes eram “obrigados” a ser alguma coisa, não por imposição pessoal, mas pelo ambiente e pela série de acontecimentos e movimentos que marcaram a época. Vivíamos em um contingente de envolvimento político muito grande, era quase uma imposição de natureza sociocultural que tomou conta dos grupos estudantis. Isto fez com que tivéssemos convicções e posicionamentos amplos e pró-ativos. SBN Hoje | 24 | SBN Hoje – Como avalia a sua experiência como presidente da SBN (gestão 2000-2002)? CC – Presidir a SBN foi uma experiência positiva e gratificante. Guardo boas recordações e só tenho a agradecer aos neurocirurgiões pela confiança depositada em minha gestão. Todas as sociedades, sem exceção, exercem um poder de qualificação do profissional no que diz respeito à formação do especialista. Elas desenvolvem o aperfeiçoamento progressivo do médico, sejam por simpósios, seminários, reuniões, palestras ou por meio dos congressos anuais. Hoje, os congressos da SBN são reconhecidos e respeitados internacionalmente e os programas de residência médica são referências na Neurocirurgia. SBN Hoje – Quais foram as conquistas da SBN durante a sua gestão? CC – Inauguramos em 2002 uma nova sede para a sociedade, quatro vezes maior do que a sede antiga, o que permitiu um aumento patrimonial. Outro ponto importante foi ter a oportunidade de profissionalizar a gestão da Sociedade e atualizar o Estatuto da SBN. Acredito que a gestão atual é composta por membros responsáveis, conscientes e determinados a programas arrojados, que vêm trazendo posicionamentos diante da classe médica sobre avanços na Saúde e participações no movimento político. A evolução da Sociedade no decorrer O neurocirurgião precisa ser cada vez mais afeito às demandas dos pacientes. O humanismo é insubstituível apesar dos avanços tecno-científicos”. Cid Carvalhaes, presidente do Simesp e da Fenam dos anos é fruto da maturidade da diretoria que vem se sucedendo. SBN Hoje – Há 11 anos foi lançado um livro sobre o perfil do neurocirurgião brasileiro. Você pretende atualizar a obra? CC – Sim, me parece oportuno, pois a obra não representa mais a realidade do especialista. Hoje, as condições de trabalho são diferentes, não temos mais uma posição que se resume à vivência do médico. Se a diretoria da Sociedade entender que é pertinente uma reedição do perfil, será muito bem-vinda pela categoria para conhecer, com mais propriedade, a real dimensão do neurocirurgião brasileiro: suas condições de trabalho e expectativas. Segundo o IBGE, os dados censitários têm validade por dez anos. SBN Hoje – Quais as diferenças entre o neurocirurgião do século XX e o do século XXI? CC – Teoricamente evoluímos muito neste espaço de tempo no que diz respeito a técnicas, abordagens e situações distintas. Uma grande diferença que observo é uma mudança na postura ética e na formação do médico no que diz respeito à relação médico-paciente. Os neurocirurgiões precisam ser cada vez mais humanos e afeitos às demandas dos pacientes e entender que esse humanismo é insubstituível apesar de todos os avanços tecno-científicos. SBN Hoje – Em sua opinião, o que significou ter sido reeleito presidente do Simesp? Quais são seus projetos para os próximos três anos de gestão? CC – Uma enorme satisfação, mas, acima de tudo, uma preocupação em torno do sindicato. A classe médica acredita que o presidente reeleito use a sua experiência e ofereça ações concretas em comparação à gestão anterior, o que aumenta o senso de responsabilidade. Por outro lado, há uma sensação de reconhecimento e reciprocidade dos colegas. Nesta gestão temos pela frente o combate a dois inimigos: as operadoras e as seguradoras de saúde. Ambas têm poder coercitivo em função da influência financeira sobre a qual exercem e cobiçam lucros abusivos. Esta questão deve alinhar um trabalho conjunto com o sindicato, a Fenam e das entidades médicas como a AMB, o CFM, além das demais unidades federadas, que também mobilizam a política médica. SBN Hoje – Que mensagem deixa para os novos neurocirurgiões? CC – Digo aos jovens neurocirurgiões que tenham compromissos com os pacientes. Eles devem ser acolhidos como pessoas que merecem receber toda a atenção especial possível. Acreditem nas entidades médicas e entendam que resultados positivos implicam uma dedicação mais coletiva do que individualizada por parte de todos os profissionais da Saúde. Só assim podemos avançar frente à causa médica. | 25 | SBN Hoje Pare e pense bem Uma nova parceria entre SBN, Ministério das Cidades e Denatran I nspirado no Think First, programa implementado nos Estados Unidos pela National Injury Prevention Foundation, a SBN promove, desde 1995, o projeto Pense bem. Seu principal objetivo é o desenvolvimento de ações e campanhas para educar públicos de diferentes faixas etárias para a prevenção de neurotraumas (traumatismos cranianos e traumas na coluna vertebral), em geral vítimas de acidente no trânsito, quedas e até de violência. Para fortalecer sua divulgação, a Sociedade uniu-se ao Ministério das Cidades por meio do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para a criação de uma campanha inédita: o projeto Pare e pense bem, junção dos slogans das campanhas do ministério (Pare, Pense, Mude) e da SBN (Pense bem). Sua ação inicial consiste na elaboração de um vídeo educacional, que será veiculado por meio de palestras em todas as autoescolas do país. de conscientizar a população sobre a importância de uma convivência pacífica e segura no trânsito, onde todos os atores são responsáveis por suas atitudes ao volante. De acordo com o ministro Mário Negromonte, para melhorar o comportamento no trânsito é necessária a sensibilização de toda a sociedade e dos agentes públicos. O conceito da campanha é: o trânsito só muda quando a gente muda. Recentes pesquisas mostram que a atitude natural das pessoas é culpar os demais pelos problemas que ocorrem no trânsito. Boa parte deles é atribuída às atitudes alheias e quase nunca à própria conduta ao volante, nas ruas e calçadas. Quando questionados sobre atitudes como o uso do cinto no banco traseiro, o respeito aos limites de velocidade e a preocupação em beber e dirigir, algumas pessoas reconhecem que estão falhando no trânsito. SBN Hoje | 26 | Por sua vez, o projeto Pense bem, da SBN, complementa o mote da campanha Pare, Pense, Mude. Sua iniciativa é estimular a população a pensar em suas atitudes antes de executá-las, a fim de evitar acidentes e, consequentemente, as sequelas no cérebro e na medula. Entre as ações do Pense bem, estão a apresentação de pesquisas e palestras, além da distribuição de folhetos e divulgação Mudança de comportamento pode reduzir acidentes Em junho deste ano, o Ministério das Cidades, por meio do Denatran lançou a campanha nacional Pare, Pense, Mude com o objetivo de casos e depoimentos de vítimas de acidentes. “A campanha é voltada para todos os públicos, mas com atenção especial às crianças e aos jovens, oferecendo dicas de como praticar atividades esportivas, de lazer e dirigir veículos sem comprometer a saúde e minimizar os riscos de acidentes. É possível mudar a cultura de comportamentos de risco no país”, afirma o neurocirurgião e presidente da SBN, José Marcus Rotta. Segundo o Ministério da Saúde, 20,7% dos jovens internados nas unidades de saúde são vítimas de traumas cerebrais. Termo de consentimento informado Mais segurança e menos dor de cabeça H oje, alguns médicos sofrem ações na Justiça oriundas de pacientes insatisfeitos com o resultado de um tratamento ou de procedimentos cirúrgicos. Em muitos casos, a ação nasce da dificuldade de o paciente chegar à cura do problema de saúde ou pela aparição de efeitos colaterais indesejáveis. Diante de situações como essas, os neurocirurgiões recorrem cada vez 1 3 mais ao termo de consentimento informado (TCI), elemento necessário ao atual exercício da Medicina. Esse documento funciona como uma garantia para ambos os lados da relação médico-paciente, pois é um direito do paciente e um dever moral e legal do neurocirurgião. A ideia principal do TCI é que, uma vez o paciente sendo responsável por decidir se prefere manter-se em seu estado atual de saúde ou submeter-se a um tratamento relativamente perigoso, ele deve estar munido de informações acerca dos procedimentos para poder esclarecer quaisquer dúvidas. Nessa edição, a SBN Hoje apresenta um Infográfico para o médico passar o TCI ao seu paciente e, assim, além de deixá-lo ciente das possíveis complicações, mantê-lo seguro e confiante em seu neurocirurgião. Explique minuciosamente ao paciente as possíveis intempéries que podem acontecer durante o procedimento cirúrgico. Nesse momento, é essencial transmitir segurança ao paciente, para que ele entenda os benefícios e possíveis resultados negativos do procedimento. Prepare um documento em que conste todo o conteúdo da conversa. A partir dele, o paciente comprova estar ciente de que entendeu as possíveis complicações e de que exime o profissional da responsabilidade caso aconteça de fato algum dos problemas descritos no documento. Peça ao paciente que vá acompanhado ao consultório por uma pessoa de sua confiança quando você explicar as etapas de tratamento. Dessa forma, essa outra pessoa também estará ciente dos possíveis riscos com os quais o paciente será defrontado. Em casos de operação cirúrgica, o TCI deve possuir três vias: uma para o profissional, uma para o paciente e a última deve ser repassada ao estabelecimento de saúde onde o procedimento será realizado. Se o paciente for menor de idade, seu responsável legal é quem deve estar de acordo e assinar as três vias. 2 4 | 27 | sBn Hoje Porto de Galinhas recebe 14ª edição do WFNS E m 55 anos de existência da World Federation of Neurosurgical Societies (WFNS), pela segunda vez, o Brasil será a sede de dois importantes eventos para a especialidade: o 14º Interim Meeting e o 15º Congresso Brasileiro de Atualização em Neurocirurgia, que acontecem, simultaneamente, entre 14 a 17 de setembro, no Summerville Beach Resort Hotel, em Porto de Galinhas (PE). Direcionado para a Educação Médica Continuada, o 14º Interim Meeting da WFNS reúne renomados especialistas do Brasil e do mundo, sendo o mais importante evento da Neurocirurgia em 2011, também dedicado ao desenvolvimento de residentes e de jovens neurocirurgiões. “Esse congresso receberá mais de 700 especialistas consagrados, incluindo médicos brasileiros. Durante o evento, vamos escolher o país onde será sediado o Congresso Mundial de Neurocirurgia de 2017”, conta Hildo Azevedo, presidente da Comissão Organizadora do desse evento e do 15º Congresso Brasileiro de Atualização em Neurocirurgia. Vilarejo em sintonia com a natureza Eleita por nove anos consecutivos a melhor praia do país pela revista Viagem e Turismo, Porto de Galinhas é também a praia mais visitada do litoral nordestino. Localizada no município de Ipojuca, litoral sul de Pernambuco (a 60 quilômetros de Recife), a praia é famosa pelas piscinas naturais de águas cristalinas e mornas (média de 28ºC). Lá, os visitantes podem ver uma enorme variedade de peixes coloridos e contemplar o belíssimo ecossistema da região. Com animada vida noturna, o vilarejo conta ainda com opções de bares e restaurantes, onde o visitante pode se deliciar com gastronomia local e internacional, além de desfrutar atividades de lazer, como mergulho, trilhas, passeio de jangada ou de bugres pelos manguezais bem preservados – excelentes dicas para um passeio ecológico inesquecível. 14º Interim Meeting of the World Federation of Neurosurgical Societies 15º Congresso de Atualização da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Dicas de passeios com hospedagem FK Viagens 14 a 17 de setembro Centro de Convenções do Summerville Beach Resort Hotel Acesso Muro Alto, s/nº, Praia do Muro Alto, s/nº, Praia do Muro Alto, Ipojuca, Porto de Galinhas (PE) Beach Class Resorts Muro Alto, lote 5, Gleba Merepe C, s/nº, Ipojuca, Porto de Galinhas (PE) Mais informações: http://wfnsinterimmeeting2011.com.br Endereço: Av. Graça Aranha, 19, grupo 501, Centro, Rio de Janeiro Telefone: (21) 3212-1300 SBN Hoje | 28 | Relatório de viagens por Dr. Modesto Cerioni Junior Secretário auxiliar da SBN SBN mais próxima de suas regionais Em 2011, a SBN deu mais um passo e iniciou um novo e importante ciclo de eventos. Com o objetivo de se aproximar das sociedades regionais e seus representantes, conhecer as dificuldades e necessidades peculiares de cada estado e promover uma ouvidoria aos neurocirurgiões atuantes nas diversas regiões do país, a SBN iniciou um programa de encontros regionais em todo o Brasil. O primeiro ciclo de discussões aconteceu no final de maio: Encontro SBN Região Norte. Na ocasião, viajei ao lado dos colegas José Marcus Rotta, presidente da SBN, e Clemente Augusto de Brito Pereira, diretor de políticas para o Amazonas e para o Pará, e tivemos a oportunidade de conhecer de perto o dia a dia dos neurocirurgiões instalados na região. O foco inicial do trabalho está na formação e no exercício profissional do neurocirurgião, na sua possibilidade de atualização em cursos locais ou a distância e no modelo de trabalho oferecido, assim como nas condições de atendimento ao paciente e a remuneração praticada. É interessante conhecer também as condições locais de formação dos especialistas, a migração e a fixação dos residentes pelas cidades, a adequação dos serviços às urgências, às emergências e aos tratamentos eletivos, o desenvolvimento tecnológico regional, as fontes de remuneração dos médicos, a análise da qualidade do exercício profissional e outros assuntos pertinentes. Essas informações, fornecidas pelas sociedades regionais, permitem uma atuação mais incisiva da SBN, que, em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), passa a ter mais poder na obtenção de melhorias e soluções, negociando junto aos órgãos públicos e empresas operadoras. Estas entidades já mantêm encontros diretos com o Ministério da Saúde e diversos avanços foram alcançados nas tabelas de remuneração do SUS (portaria SAS/ MS 189, de 27 de abril de 2011) e em valores da CBHPM, na qual alguns códigos tiveram nova hierarquização. A primeira etapa dos encontros na região Norte aconteceu em 27 de maio, no auditório do Cemom, onde estavam presentes membros da Sociedade de Neurocirurgia do Amazonas, presidida por Carlos Michel Albuquerque Peres. Na ocasião, pôde-se apurar que a Universidade Federal do Amazonas oferece residência em Neurocirurgia pelo MEC e já formou 14 especialistas, sendo que a maioria trabalha na capital do estado. Os treinamentos são realizados no Hospital Universitário Getulio Vargas, que presta atendimento ao SUS, e no Hospital Universitário Francisco Mendes, onde se concentram os atendimentos de alta complexidade. Pôde-se identificar, também, uma série de dificuldades, como a falta de preceptores para o número de cirurgias realizadas, a falta crônica de leitos para atendimento eletivo no SUS, conflitos com o gestor local na liberação de verbas e procedimentos, falta de material, condições precárias e questões políticas que prejudicam o atendimento. Na manhã seguinte, as discussões continuaram, desta vez no auditório do Hospital Porto Dias, em Belém (PA). Lá, estiveram presentes membros da Sociedade de Neurocirurgia do Pará, presidida por José Claudio Monteiro Rodrigues, sócios da SBN e residentes, além de ter contado com a participação de Albedy Moreira Bastos, presidente da Academia Brasileira de Neurocirurgia (ABNC). Entre as informações obtidas no encontro, destaca-se a residência em Neurocirurgia iniciada em Belém pelo MEC, em 2002, e pela SBN, em 2004, formando um residente por ano. Os treinamentos acontecem no Hospital Ophi Loyola, que presta atendimento ao SUS e aos funcionários públicos do estado, mas que atualmente vive uma crise política: o gestor local não paga os materiais e as empresas param de fornecer, desqualificando a formação por deficiência técnica. No Pará, trabalham 28 neurocirurgiões, sendo três formados em Belém e os demais 25 originários de outros estados. São sete os hospitais (públicos ou particulares) que oferecem tratamentos neurocirúrgicos em diferentes graus de complexidade. O Hospital Porto Dias, que atende pacientes particulares e conveniados, é um dos mais bem-equipados, contando com três aparelhos de ressonância magnética, dois tomógrafos, UTI e capacidade de realização de procedimentos endovasculares. Já nos demais hospitais, as condições são bastante precárias e deterioradas, dificultando a prestação de um bom atendimento por parte dos profissionais. Também foram relatadas as características de atuação dos neurocirurgiões nas cidades de Santarém, Marabá, Altamira e Tucurui, todas no Pará. Independente do teor das informações levantadas - infelizmente nem sempre positivas, os encontros tiveram boa produtividade e possibilitaram a discussão de questões de interesse dos neurocirurgiões e da SBN. Os encontros devem continuar por todo o país para aprofundar nosso conhecimento da realidade regional acerca de temas como exercício profissional, condições locais de trabalho, fontes pagadoras e educação continuada. | 29 | sBn Hoje Além da Neurocirurgia Labrador retriever e neurocirurgião: grandes amigos por Paulo Henrique Pires de Aguiar, membro do Kennel Clube de São Paulo, do Clube Paulista do Labrador, do Clube Gaúcho do Labrador, do Midland Counties Labrador Retriever Club da Inglaterra e do Clube do Labrador da Escócia Datas interessantes 1904 – O labrador é reconhecido como raça na Inglaterra 1916 – Fundação do Clube do Labrador na Inglaterra 1917 – O labrador é reconhecida como raça nos Estados Unidos 1925 – Fundação do Clube do Labrador Amarelo na Inglaterra Eu e meu filho Pedro com a nossa labradora mais idosa, Tobbie. À direita, Oddbins, vindo do País de Gales C ompramos nosso primeiro labrador em 1998, aqui no Brasil. Em 1999, quando fui visitar um serviço no norte da Inglaterra, pude observar que os labradores de lá eram mais pesados, calmos, e menos agitados. Em 1999, importamos nossos primeiros labradores e nos filiamos ao Kennel Clube de São Paulo, onde hoje pertenço ao conselho do KCSP e do Clube Paulista do Labrador. Desde esta época, foram inúmeras as oportunidades de conviver em família na presença desses amigos que são os labradores e, sem dúvida, hoje, este plantel de 15 labradores faz parte da minha vida e da vida dos meus familiares. Vivem soltos na minha casa e são muito educados, limpos, calmos e não destroem as mobílias, como é costumeiro em outras raças. Os labradores vêm de uma mistura de cães de água portugueses e cães terra nova, que pescadores ingleses da região de Dorset e Devon levavam para as pescarias no mar da SBN Hoje | 30 | Costa do Labrador, no Canadá. Este período (século XIX) possibilitou que o cão fosse levado para a Inglaterra por nobres para servir de companhia e para caça de aves, recuperando os espécimes abatidos (faisões, Principais características • Inteligência; • Docilidade; • Capacidade de adaptação; • Bom farejador; • Facilidade para treinamento; • Alegria; • Afeição natural; • Desejo de agradar e dedicação ao dono. marrecos, patos etc.). No século XX, se notabilizou como a raça canina mais popular nos Estados Unidos, adquirindo certas características ao longo dos anos, como mais resistência e menor estatura do que o original encontrado na Inglaterra. Pudemos participar de competições, formar vários campeões brasileiros, pan-americanos e formar muitos amigos. Meus filhos puderam viver com a afeição e o respeito pelos animais. Isso dirime os efeitos do estresse de nossa profissão e atenua as tristezas e pressões, além de contarmos com um amigo, o labrador. Fazem parte deste universo neurocirurgiões amigos que conviveram com labradores de nossa criação. Tenho certeza de que, para moldarmos um mundo melhor, o respeito à natureza e aos animais, bem como a amizade dos mesmos, é imprescindível para nos humanizarmos. Comunicado oficial Recentemente, a imagem e participação de médicos ou de sociedades médicas em materiais publicitários foi o questionamento em todas as mídias. Para esclarecer a questão, a SBN solicitou mais informações para a Associação Médica Brasileira (AMB). Segue o comunicado oficial da instituição. a) Art. 18 do Código de Ética Médica (CFM): É vedado ao médico desobedecer aos acórdãos e às resoluções dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina ou desrespeitá-los. b) Art. 115 do CFM: É vedado ao médico anunciar títulos científicos que não possa comprovar e especialidade ou área de atuação para a qual não esteja qualificado e registrado no CRM. c) Art. 3º da Resolução CFM 1634/2002 : Fica vedado ao médico a divulgação de especialidade ou área de atuação que não for reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. d) Art. 4º da Resolução CFM 1634/2002: O médico só pode declarar vinculação com especialidade ou área de atuação quando for possuidor do título ou certificado a ele correspondente, devidamente registrado no CRM. e) Itens “o” e “p” das normas orientadoras e reguladoras da Resolução CFM 1845/2008: O médico só poderá fazer divulgação e anúncio de até duas especialidades e duas áreas de atuação. É proibido aos médicos a divulgação e anúncio de especialidades que não tenham o reconhecimento da Comissão Mista de Especialidades; f ) Com base nos dados acima também as empresas e instituições de saúde não podem divulgar, anunciar ou vincular médicos a especialidade para a qual ele não se encontra devidamente qualificado e registrado no CRM. Isto inclui, não só anúncios e propagandas, como livros de divulgação de médicos credenciados ou contratados, listas de especialistas e placas de consultórios. g) Ainda com esses dados, entendemos que os concursos para contratação de médicos especialistas devem exigir a comprovação de que o mesmo é possuidor do respectivo título da AMB ou comprovante de término de programa de residência médica devidamente credenciado pela CNRM. h) A autoridade responsável pela contratação, assim como o diretor médico da instituição, também poderá responder por ofensa ao CFM, pelo descumprimento destas normas. i) É conveniente que a Associação de Especialidade ajude no cumprimento das diretivas do CFM, denunciando os casos de conduta contrária. Diretoria de Políticas da SBN Como funciona? por Dr. Clemente Pereira Diretor de Políticas da SBN A atual presidência da SBN instituiu a Diretoria de Políticas para coordenar o expediente das comissões de ética e de defesa profissional tratando os temas desses setores com mais agilidade. A preocupação é que problemas com facetas comuns tenham encaminhamentos e se possível soluções mais rápidas a despeito de sua complexidade, oferecendo aos colegas o apoio que buscam da SBN no menor tempo possível. Os associados que tenham dúvidas ou dificuldades no exercício profissional e ético, ou se vejam envolvidos em processos de responsabilidade civil, podem contar com o auxílio dessas comissões para opiniões e pareceres. Para o contato, enviem e-mails para a secretária da diretoria sabrina@sbn. com.br. Ela passará as orientações para a resolução da questão apresentada. É preciso lembrar que, principalmente, temas que envolvam a Ética médica serão tratados com o compromisso de sigilo absoluto por parte da SBN. Para que os colegas tenham noção da importância das comissões de Defesa profissional e Ética, esta gestão recebeu e encaminhou desde o seu início 30 solicitações. Sendo quatro de natureza ética, e as demais com assuntos direcionados à Defesa profissional. Além do contato por e-mail, os colegas podem se dirigir aos coordenadores das comissões de Defesa profissional, no caso Julio Meyer e da Comissão de Ética, no caso Flávio Leitão de Carvalho. Ou até mesmo ao diretor de Políticas, Clemente Pereira. A defesa dos interesses dos neurocirurgiões é preocupação maior da atual administração da SBN. | 31 | SBN Hoje Campanha nacional da carteirinha da válvula Com o lema Hidrocefalia e DVP: informação rápida – melhor tratamento, o coordenador do Grupo de Hidrodinâmica Cerebral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e do Grupo de Hidrocefalia do HSPE, Fernando Campos Gomes Pinto, inicia um movimento nacional de conscientização da categoria. A hidrocefalia é uma das doenças mais tratadas pela Neurocirurgia e, com o advento da neuroendoscopia, sempre que possível, o implante da DVP é evitado. Mesmo assim, cerca de 70% dos casos de hidrocefalia necessitam da válvula. “É o que temos observado em nossa casuística nos últimos cinco anos. Precisamos fornecer para todo paciente submetido à cirurgia de derivação ventricular interna um documento com as principais informações da válvula. Este documento deverá sempre estar junto do paciente, como ocorre com os pacientes portadores de marca-passo cardíaco”, explica o médico. Em uma emergência, o neurocirurgião que fará o atendimento inicial terá acesso a todas as informações necessárias, o que tornaria melhor o atendimento a este paciente. “Este simples hábito, em escala nacional, melhorará o tratamento dos pacientes portadores de hidrocefalia tratados com a famosa DVP”, afirma. Nome do paciente Idade Telefone Causa da hidrocefalia Data do implante de válvula Marca da válvula Fixa Autorregulável Programável Tipo de válvula Pressão de abertura Peritônio Pleura Átrio Sítio distal do cateter Taças: para cada tipo de vinho, um formato diferente Especialistas recomendam beber um cálice de vinho no almoço e no jantar para benefício da saúde. Mas você sabia que o recipiente pode fazer toda a diferença? Cada taça tem sua peculiaridade, uma vez que seu formato é desenvolvido em função das características de cada vinho e como ele preenche os pontos sensoriais da boca. É fundamental que a taça permita boa oxigenação do vinho e, assim, libere seus aromas de forma adequada. “O importante no universo dos vinhos é bebê-los na taça certa. Para os brancos, taças bojudas e hastes médias; para os tintos, taças altas com a boca mais fechada. O vinho precisa de espaço nas taças para se arejar e mostrar suas especiarias”, ensina o enófilo Wilson Felipe. No ato da degustação, nota-se a diferença pela qual o vinho entra em contato com as papilas gustativas, despertando nuances específicas. Para isso, recomenda-se que ele seja servido cerca de 150 ml (cerca de um terço da taça) para que haja espaço para o vinho “respirar”. Taça muito cheia é sinal de deselegância e não permite “circular” o vinho. A regra é mais simples do que parece. Um apreciador da bebida precisa ter somente quatro tipos de taça em casa: uma para os brancos, que pode ser usada também para os rosés; duas para os tintos; e uma para os espumantes. Faça um teste: experimente servir o vinho em taça adequada e depois em uma taça aleatória. Certamente você poderá sentir uma nítida diferença, seja no olfato ou na boca. Cuidados com as taças Um brinde! Para lavá-las, recomenda-se água morna e uma quantidade mínima de detergente líquido. Com elas, todo cuidado é pouco. Se a taça não for bem enxaguada, o produto pode alterar o sabor e o aroma do vinho e, no caso da champagne, impedirá que se formem as borbulhas. Independente do formato das taças, a haste é um elemento importante na degustação do vinho. Ela serve para que você segure a taça de forma correta, sem encher o bojo ou deixar marcas de dedos, por exemplo. E o principal: reduz o aquecimento do vinho quando em contato com a mão. Há ainda outras regras mais do que essenciais: sempre enxaguar muito bem os copos e depois secá-los com cuidado, preferencialmente com um pano de linho; nunca secar segurando a base com uma mão e girando a taça com a outra em direções opostas; e, finalmente, guardar os copos em um local livre de odores. Tipos de taças 1|Borgonha: usada para tomar vinho tinto, que precisa de espaço para respirar e exalar seus intensos aromas e sabores. O bojo (copo) é mais curto e largo e dá mais espaço para o oxigênio interagir com a bebida e liberar seus aromas. 2|Bordeaux: esta também é para a degustação de tintos. A quantidade colocada no recipiente deve ser pequena para que o vinho respire e “passeie” pela taça ao ser girado. 3|Flauta: esta taça é chamada de flutê (flauta, em francês) e serve para concentrar as borbulhas dos espumantes. Ela é fina e direciona a fervescência e os aromas para o nariz e a boca. 3 1 2 4 4|Vinho branco: indicada para a maioria dos brancos, que precisam de menos contato com o oxigênio. Seu corpo é menor do que o das taças para tinto. Pode ser usada também para servir vinhos rosés. | 33 | SBN Hoje Referência Bibliográfica: 1. Mehta MP, Buckner JC, Sawaya R, Cannon G. Neoplasms of the central nervous system. In: DeVita VT, Lawrence TS, Rosenbery SA, eds. Cancer Principles and Practice of Oncology. 8th ed. Philadelphia, PA. Lippincott Williams & W. ilkins: 2008:1975-2032. 2. National Comprehensive Cancer Network. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology Central Nervous System Cancers. V.1.2010. Disponível em www.nccn.org. Acessado em 12 de agosto de 2010. 3. Bula de TEMODAL. Schering-Plough Produtos Farmacêuticos, 2010. 4. Stupp R, Hegi ME, Mason WP, et al. Effects of radiotherapy with concomitant and adjuvant temozolomide versus radiotherapy alone on survival in glioblastoma in a randomized phase III study: 5-year analysis of the EORTC-NCIC trial. Lancet. 2009;10:459-466. 5. Diez BD, Statkevich P, Zhuy Y, et al. Evaluation of the exposure equivalence of oral versus intravenous temozolomide. Cancer Chemother Pharmacol. 2010;65:727-734. TEMODAL® (temozolomida). INDICAÇÕES: Tratamento de pacientes com glioblastoma multiforme recém-diagnosticado concomitante à radioterapia e posterior adjuvância; glioma maligno (glioblastoma multiforme ou astrocitoma anaplásico) recidivante ou progressivo após terapia padrão; melanoma maligno metastático avançado. CONTRA-INDICAÇÕES: Hipersensibilidade a componentes ou à dacarbazina; gravidez e lactação. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Necessária profilaxia para pneumonia por Pneumocystis carinii sob regime prolongado (42 dias de TEMODAL concomitante à radioterapia; período máximo de 49 dias). Observação cuidadosa de pacientes sob temozolomida se recebendo esteróides para o desenvolvimento de pneumonia por Pneumocystis carinii. Frequente associação com náuseas e vômitos, portanto recomenda-se profilaxia antiemética para: glioblastoma multiforme recém-diagnosticado, antes da dose inicial de TEMODAL (fase concomitante) e durante a fase adjuvante; glioma recorrente ou progressivo, antes de iniciar os ciclos de tratamento, se ocorrerem vômitos severos (grau 3 ou 4). Parâmetros laboratoriais: Antes da administração, são necessários os seguintes parâmetros laboratoriais: contagem absoluta de neutrófilos (CAN) > 1,5 x 109/L e plaquetas > 100 x 109/L. Hemograma completo no dia 22 (21 dias após 1a dose) ou dentro de 48 horas após os 21 dias e, semanalmente, até CAN > 1,5 x 109/L e plaquetas > 100 x 109/L. Se CAN < 1,0 x 109/L ou plaquetas < 50 x 109/L (qualquer ciclo), reduzir a dose no ciclo seguinte (menor dose recomendada: 100 mg/m2). Disfunção renal ou hepática: Desnecessário reduzir dose, entretanto, é necessária atenção especial. Uso pediátrico: Glioblastoma multiforme: Não existe experiência clínica em crianças acima de 3 anos de idade e há poucos estudos em crianças maiores de 3 anos de idade. Melanoma: Não há experiência em crianças menores de 18 anos de idade. Uso em Pacientes Idosos: Em pacientes maiores de 70 anos de idade, parece aumentar o risco de neutropenia e trombocitopenia. Gravidez e Lactação: Não deve ser normalmente administrado em mulheres grávidas (alerta para pacientes homens em relação às parceiras). Controle de fertilização durante e até 6 meses após a interrupção do tratamento. Não deve ser administrado sob amamentação. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: O ácido valpróico pode resultar em pequena (estatisticamente significante) redução da depuração de temozolomida. Aumento de risco de mielossupressão se associado com outros agentes mielossupressores. Como a atividade de TEMODAL está mais relacionada com a AUC do que com os picos de concentração, o efeito do alimento não tem relevância clínica. REAÇÕES ADVERSAS: Glioblastoma multiforme recém-diagnosticado: Fase concomitante: leucopenia, linfopenia, neutropenia, trombocitopenia, alterações metabólicas e nutricionais, alterações psiquiátricas, alterações do sistema nervoso, visão turva, dificuldade na audição, alterações vasculares, tosse, dispnéia, alterações gastrintestinais, alterações cutâneas, alterações músculo-esqueléticas e do tecido conjuntivo, alterações renal, alterações gerais e no local da administração, alterações laboratorias. Fase adjuvante: além das anteriores: infecções. Glioma maligno recorrente ou progressivo ou melanoma maligno: náuseas e vômitos são mais freqüentes. fadiga, constipação, cefaléia, anorexia, diarréia, erupção cutânea, febre, astenia, sonolência, dor abdominal, dor, tontura, perda de peso, dispnéia, alopecia, rigidez, prurido, mal-estar, dispepsia, alteração do paladar, parestesia e petéquias. Reações alérgicas (ex.: anafilaxia), eritema multiforme. Infecções por agentes oportunistas (Ex: Pneumocystis carinii). Síndrome mielodisplásica e neoplasias secundárias. Laboratoriais: Trombocitopenia e neutropenia (podem ocorrer casos graves de hospitalização e/ou descontinuação). Mielossupressão previsível (normalmente dentro dos primeiros ciclos; nadir entre 21º-28º dia de tratamento) com recuperação rápida (1-2 semanas) e sem evidência cumulativa. Pancitopenia (prolongada podendo resultar em anemia aplástica), leucopenia e anemia. TEMODAL pó liofilizado para injeção fornece dose de temozolomida e exposição equivalentes à temozolomida e MTIC das cápsulas de TEMODAL correspondentes. Os eventos adversos provavelmente relacionados com o tratamento e que foram relatados nos dois estudos com a formulação IV (n = 35) e que não foram relatados em estudos usando o TEMODAL cápsulas foram os seguintes (observados no local da infusão): dor, irritação, prurido, rubor, tumefação e eritema, assim como hematoma. POSOLOGIA: Glioblastoma multiforme recém-diagnosticado: Adultos: Fase concomitante: 75 mg/m2/dia, VO, 6 semanas (42 dias) associada à radioterapia (60 Gy administrado em 30 frações) seguida de adjuvância. Interrupção e descontinuação conforme tolerância do paciente (vide bula). Fase adjuvante: 4 semanas após a Fase anterior (com RXT): 150 mg/m2/dia, 5 dias (23 dias sem tratamento), 6 ciclos (pode ocorrer aumento da dose no 2º ciclo para 200 mg/m2/dia, conforme a toxicidade hematológica). Controle hematológico no dia 22. Glioma maligno recorrente ou progressivo ou melanoma maligno: Adultos: Sem prévia quimioterapia: 200 mg/m2/dia, VO, 5 dias (ciclos de 28 dias). Quimioterapia prévia: 150 mg/m2/dia (pode ocorrer aumento no 2o. ciclo para 200 mg/m2/dia, proporcionando contagem absoluta de neutrófilos * 1,5 x 109/L e plaquetas * 100 x 109/L no dia 1 do ciclo seguinte. Modificação da dose: basear-se na toxicidade conforme o nadir CAN ou contagem de plaquetas. Crianças com 3 anos ou maiores: Sem prévia quimioterapia: 200 mg/m2/dia, VO, 5 dias (ciclos de 28 dias). Quimioterapia prévia: 150 mg/m2/dia, 5 dias (pode ocorrer aumento no 2º ciclo para 200 mg/m2/dia, se não toxicidade hematológica). O tratamento pode continuar até a progressão da doença (máximo: 2 anos). Administração em jejum (mínimo: 01 hora antes da refeição). Profilaxia antiemética antes ou após TEMODAL. Se ocorrerem vômitos após a administração de TEMODAL, não administrar a segunda dose neste dia. Não abrir ou mastigar as cápsulas. Engolir inteira com água. Se houver dano à cápsula, evitar contato do pó com a pele ou com as membranas mucosas. Como não existem informações sobre a compatibilidade de TEMODAL pó para injeção com outras substâncias ou aditivos de uso intravenoso, outros medicamentos não devem ser infundidos simultaneamente na mesma linha de infusão intravenosa. Recorra à bula do produto para informação sobre: Redução ou descontinuação de doses de TEMODAL frente à toxicidade hematológica (na Fase com radioterapia concomitante) – Tabela 1/Redução ou descontinuação da dose durante a fase adjuvante - Tabelas 2 e 3/Superde. MS 1.6614.0009. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. USO ADULTO E/OU PEDIÁTRICO (ACIMA DE 3 ANOS). AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. MATERIAL DESTINADO A PROFISSIONAIS HABILITADOS A PRESCREVER E DISPENSAR MEDICAMENTOS. Recorra à bula do produto para maiores informações. (MB-temodal15) DENTRE AS INFORMAÇÕES CITADAS EM BULA, RESSALTAMOS QUE ESTE MEDICAMENTO É CONTRAINDICADO PARA PACIENTES COM HIPERSENSIBILIDADE A QUALQUER COMPONENTE DO PRODUTO. O ÁCIDO VALPROICO PODE RESULTAR EM PEQUENA REDUÇÃO DA DEPURAÇÃO DA TEMOZOLOMIDA. TEMODAL® é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas. Copyright © 2010 Merck Sharp & Dohme Corp., uma subsidiária de Merck & Co., Inc., Whitehouse Station, NJ, EUA. Todos os direitos reservados. 13431 6/10 9804403 IMPRESSO SETEMBRO/2010 D A q O padrão de tratamento, agora também na apresentação intravenosa 1,2,5 Disponível em mais de uma apresentação 3 Eficácia e farmacocinética consistentes e confiáveis, equivalentes em ambas as apresentações 5 A proporção de pacientes com sobrevida de 5 anos foi de 84% no grupo que recebeu TEMODAL + RT vs. 16% no grupo que recebeu RT isolada 4