Junho/2011 - Sociedade Brasileira De Neurocirurgia

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02/2011
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vol.
19
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Regionais
Confira um relatório
sucinto sobre nossos
representantes
Parceria inédita:
imóvel novo a poucos passos de você
PolítiCa | SBN inicia luta para
a proteção da população junto ao
Ministério das Cidades
CaRReiRa | Entrevista especial
com o presidente da Fenam que
fala sobre o papel do neurocirurgião
PaCiente | Infográfico traz as
melhores formas de preencher o
Termo de consentimento
Registro Anvisa 10175060021
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HonoRáRios
Histórico e visão crítica
sobre a evolução da
Tabela de Honorários
Médicos
10
sBn
editoRial | 5
CuRtas | 6
CalendáRio sBn | 7
sBn eVentos | 13
FinanÇas | 22
CaPa
Parceria com o Banco do
Brasil e com a Telecom
Service facilita crédito para
sócios da SBN
16
inFogRáFiCo | 27
WFns no BRasil | 28
RelatÓRio de Viagens | 29
CoMuniCado oFiCial | 31
diRetoRia de PolítiCas da sBn | 31
CaRteiRinHa da VálVula | 32
aÇÃo soCial
Projeto Pense Bem, da
SBN, participa de ação
social em comunidade no
Rio de Janeiro
21
entReVista
Presidente da Fenam,
Cid Carvalhaes, fala do
papel do neurocirurgião
contemporâneo
24
seÇÕes
VoCÊ saBia Saiba quais eram as práticas
neurocirúrgicas já adotadas pelos Incas | 8
VoCÊ FaZ a sBn HoJe Novo espaço da
revista reservado para seus comentários,
críticas e sugestões | 9
oRientaÇÃo JuRídiCa Fique atento e
saiba quais são os procedimentos que não
constam na Tabela do SUS | 14
alÉM da neuRoCiRuRgia Neurocirurgião
fala da sua paixão sobre cachorros, em
especial labrador retriever | 30
Qualidade de Vida Saiba qual taça
correta para cada tipo de vinho | 33
PaRCeRia
SBN, Ministério das
Cidades e Denatran juntos
contra os neurotraumas
26
Silveira D Avila, Carlos Henrique Ribeiro, Maria
Carolina Martins de Lima, Jean Gonçalves de
Oliveira, Wen Hung Tzu
Ética | Francisco Flávio Leitão de Carvalho, Kurt
Cléssio Morais Figueiredo de Mendonça, Luiz
Alcides Manreza
Exercício Profissional | Júlio César Meyer, Edson
Lopes Jr, Alexandre Varella Giannetti, Pedro Garcia
Lopes, Bruno Silva Costa, Marcelo Luis Mudo
02/2011 |www.sbn.com.br
Presidente | José Marcus Rotta
Vice-presidente | Benedicto Oscar Colli
Secretário geral | Marco Túlio França
Tesoureira | Marise Augusto Fernandes Audi
1º Secretário | Eberval Gadelha Figueiredo
Secretário auxiliar | Modesto Cerioni Junior
Presidente anterior | Luiz Carlos de Alencastro
Presidente da SBN 2012 |
Sebastião Nataniel Silva Gusmão
Presidente do Congresso 2012 |
Marco Aurélio Marzullo de Almeida
Presidente do Congresso 2014 |
Luis Alencar Biurrum Borba
Diretor de Formação Neurocirúrgica |
Benedicto Oscar Colli
Diretor de Relações Institucionais |
Cid Célio Jayme Carvalhaes
Diretor de Políticas |
Clemente Augusto de Brito Pereira
Diretor de Divulgação e Projetos |
Eduardo de Arnaldo Silva Vellutini
Diretor de Recursos Financeiros | Jânio Nogueira
Diretor de Departamentos |
José Fernando Guedes Correa
Diretor de Patrimônio |
Paulo Henrique Pires de Aguiar
Diretor de Representantes Regionais |
Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro
Diretor de Diretrizes |
Ricardo Vieira Botelho
Conselho Deliberativo
Presidente | José Antonio Damian Guasti
Secretário | Luis Alencar Biurrum Borba
Membros | Albert Vincent B. Brasil, Atos Alves de
Sousa, Cid Célio Jayme Carvalhaes, Carlos Roberto
Telles Ribeiro, Djacir Gurgel de Figueiredo,
Evandro Pinto da Luz de Oliveira, José Alberto
Landeiro, José Carlos Saleme, Kunio Suzuki, Léo
Fernando da Silva Ditzel, Luis Alencar Biurrum
Borba, Mário Gilberto Siqueira, Nelson Pires
Ferreira, Paulo Andrade de Mello e Sebastião
Nataniel Silva Gusmão
Aperfeiçoamento | Carlos Gilberto Carlotti Jr,
Antonio Cesar de Melo Mussi, Helder Tedeschi,
João Cândido Araújo, Paulo Henrique Pires de
Aguiar, Kunio Suzuki, Luis Alencar Biurrum Borba
e Samuel Tau Zymberg
Credenciamento | Roberto Colichio Gabarra, Aziz
Rassi Neto, Francisco Ricardo Borges Ribeiro,
Marcelo Paglioli Ferreira, Orival Alves, Sandoval
Inácio Carneiro
Acreditação de Eventos | Antonio Carlos
Montanaro, Alessandra de Moura Lima, Nelci
Zanon Collange, Daniel Freire de Figueirêdo,
Osvaldo Vilela Filho, Juan Oscar Alarcon Adorno
Ensino | Paulo Andrade de Mello, Arlindo Alfredo
Intercâmbio Internacional
Alemanha - Dierk Fritz Bodo Kirchhoff e Juan
Oscar Alarcon Adorno | Árabe - Líbano Aziz Rassi
Neto | Canadá Leonardo Vieira Neto e Osvaldo
Vilela Filho | EUA - Evandro Pinto da Luz de
Oliveira, José Carlos Lynch Araújo e Wen Hung
Tzu | França - Atos Alves de Sousa | Japão - Koshiro
Nishikuni | Portugal - José Alberto Landeiro
Jovem Neurocirurgião | Lórimer Sandoval Carneiro,
Bruno Lôbo Mota de Siqueira , Giordano Queirós
Miranda, André Bedin, Christian Diniz Ferreira,
Tiago da Silva Freitas
Gerenciamento do Fundo Financeiro | Carlos
Batista Alves de Souza, Modesto Cerioni Junior,
Nelson Pires Ferreira
Comissão Fiscal | Modesto Cerioni Junior, Jânio
Nogueira, José Carlos Saleme, Roberto Colichio
Gabarra
Representantes internacionais | Luiz Carlos de
Alencastro (Flanc e World Federation – WFNS) e José
Marcus Rotta (Flanc e World Federation – WFNS)
Representantes nacionais |Alagoas - Abynadá de
Siqueira Lyro | Bahia - José Marcos Ponde Fraga
Lima | Ceará - Otaviano B. Alencar Araripe |
Distrito Federal - Arlindo Mattos de Oliveira Jr |
Espírito Santo - Robson Ribeiro Modenesi |Goiás
- Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro | Maranhão - Arthur
Lopes Gonçalves Almeida | Minas Gerais - Carlos
Eduardo Amaral Pereira da Silva | Mato Grosso do
Sul - Luiz Antônio Monteiro Simões | Mato Grosso
- Atila Monteiro Borges | Paraíba - Luciano Ferreira
de Holanda | Pernambuco - Geraldo de Sá Carneiro
Filho | Piauí - José Nazareno Pearce Oliveira Brito
| Paraná - Pedro Garcia Lopes | Rio de Janeiro Francisco Ricardo Borges Ribeiro | Rio Grande do
Norte - José Luciano Gonçalves de Araújo | Rio
Grande do Sul - Marcelo Paglioli Ferreira | São
Paulo - Roberto Colichio Gabarra
Departamentos
Base de Crânio | Paulo Abdo do Seixo Kadri,
Carlos Eduardo da Silva, Antônio Aversa Dutra
do Souto, Carlos Gilberto Carlotti Jr, Frederico de
Melo Tavares de Lima, Hélio Ferreira Lopes, Jânio
Nogueira e José Alberto Landeiro
Coluna | Ronald de Lucena Farias, Aluízio Augusto
Arantes Junior, Albert Vincent B. Brasil, Alexandre
José Reis Elias, Antônio Vinícius Ramalho Leite,
Asdrubal Falavigna, Carlos Henrique Ribeiro,
Cleanto Moreira de Lacerda, Edson Lopes Jr,
Eidmar Augusto Neri, Ericson Sfreddo, Fernando
Luiz Rolemberg Dantas, Francisco Ricardo Borges
Ribeiro, Geraldo de Sá Carneiro Filho, Gladstone
Santos da Costa, Jefferson Walter Daniel, João
Domingos Barbosa Carneiro Leão, Marcelo
Luis Mudo, Márcio Vinhal de Carvalho, Marcos
Masini, Mario Augusto Taricco, Osmar José Santos
de Moraes, Paulo Roberto Romano Ribeiro, Paulo
Sergio Teixeira de Carvalho, Ricardo Vieira Botelho
e Wilson Eloy Pimenta Jr.
Endovascular e Imagem | Benjamim Pessoa Vale,
Valdir Delmiro Neves, Carlos Batista Alves de
Souza Filho, Eduardo Ernesto Pelinca da Costa,
Jean Gonçalves de Oliveira, João Ferreira de Melo
Neto, Luciano Ricardo França da Silva, Michel Eli
Frudit, Miguel Giudicissi Filho, Orlando Teixeira
Maia Junior, Paulo Abdo do Seixo Kadri, Wilson
Guimarães Novais
Funcional e Dor | Alexandre Novicki Francisco,
José Roberto Pereira Guimarães e Marcelo Neves
Linhares
Nervos Periféricos | Roberto Sergio Martins,
Fernando Henrique Morais de Souza, Herbert
Almeida Oliveira e Souza, Joel Monteiro de Jesus,
Jorge Roberto Cilento, José Álvaro Bastos Pinheiro,
José Fernando Guedes Correa, José Milton Peixoto,
Leandro Pretto Flores, Luiz Antonio Araujo Dias,
Manoel Baldoino Leal Filho, Marcos Alcino Soares
Siqueira Marques, Marcos Flavio Ghizoni, Mário
Gilberto Siqueira, Paulo Cézar Grigolli, Pedro Luís
Gobbato, Ricardo de Amoreira Gepp e Ricardo
Torres Santana
Neurointensivismo | Jorge Luiz da Rocha Paranhos,
Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro, Carlos Umberto
Pereira
Oncologia | Carlos Gilberto Carlotti Jr, Frederico
de Melo Tavares de Lima, Antônio Aversa Dutra
do Souto, Carlos Eduardo da Silva, Hélio Ferreira
Lopes, Jânio Nogueira, José Alberto Landeiro,
Paulo Abdo do Seixo Kadri
Pediatria | Geraldo José Ribeiro Dantas Furtado,
José Aloysio da Costa Val Filho, Hamilton
Matsushita, Jorge Wladimir Junqueira Bizzi, José
Francisco Manganelli Salomão, Ricardo Santos de
Oliveira
Trauma e Terapia Intensiva | José Luciano
Gonçalves de Araújo, Audrey Beatriz Santos Araujo,
Rodrigo Moreira Faleiro
Vascular | Jean Gonçalves de Oliveira, Benjamim
Pessoa Vale, Carlos Batista Alves de Souza Filho,
Eduardo Ernesto Pelinca da Costa, João Ferreira de
Melo Neto, Luciano Ricardo França da Silva, Michel
Eli Frudit, Miguel Giudicissi Filho, Nilson Ferreira
Novais, Orlando Teixeira Maia Junior, Paulo Abdo
do Seixo Kadri e Valdir Delmiro Neves
Radiocirurgia | Luiz Fernando Martins e José Paulo
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Comercialização | Rose Almeida
Telefone: (11) 3051-6075 | (11) 8473-0776
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Diretor geral Renato Gregório
Diretor comercial Marconde Miranda
Editor Bruno Aires (MTB 26.204/RJ)
Coordenação editorial Luciana Rosário
Repórteres Gabriela Lopes e Marcello Manes
Designers gráficos Beatriz Lopez e Danielle V.
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Fotógrafos André Lima e Drika Barbosa
RJ Estrada do Bananal 56 - Jacarepaguá
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SP Av. Santa Catarina 1521 sala 308
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EDITORIAL
“São precisos 60
anos e não nove
meses para fazer
um homem.”
André Malraux
Caro colega,
De tempos em tempos, penso em nossa profissão
não apenas como ofício, mas como missão. É claro
que todos nós somos profissionais e fazemos da Medicina nosso sustento, mas acredito realmente que existe
uma força muito maior por trás de nossa escolha. Estudar o que estudamos, sacrificar nossa vida pessoal e
familiar ao longo dos anos, investir o que investimos...
Fica óbvio, para mim, que não fazemos isso só para
termos um bom salário no final do mês. Não quero
e não vou desmerecer nenhuma outra profissão, mas
não vejo em minha experiência de vida nenhuma outra atividade que exija tanto investimento, sacrifício,
dedicação e abnegação como a nossa.
Se ao final de um dia conseguirmos salvar pelo menos uma vida, nossa missão estará
cumprida. É claro que nem sempre isso é possível, mesmo que lancemos mão de todo
nosso conhecimento e experiência. De qualquer maneira, “um dia normal no consultório” pode fazer uma diferença enorme para famílias inteiras, para pessoas que colocam
suas vidas em nossas mãos, que confiam e nos honram com a responsabilidade de tentar
salvá-las. Por isso, acredito que, para se tornar um bom médico, é preciso mais do que
vontade, mais do que talento, mais do que estudo constante. É preciso ter alma.
É fundamental ter a consciência de que aquilo que fazemos em nosso dia a dia não
é apenas uma obrigação, mas uma realização. Saber que é necessário, antes de tudo,
ter sentimentos nobres com relação ao próximo, acreditar que ele poderia ser um ente
querido, que existem várias pessoas que serão afetadas pelos acontecimentos, que, se
você estivesse em seu lugar, gostaria de poder confiar plenamente na experiência, na
capacidade e na maestria de seu médico. A nobreza humana está justamente aí: cumprir
nossa missão na vida com dignidade, com seriedade e com amor. Parece meio piegas,
mas não é. Pois só quem ama de verdade poderá dar valor a uma vida.
Não é o dinheiro, a fama ou o status que definem um bom profissional, mas a sua
autêntica, verdadeira e legítima vontade de ajudar a quem o procura, usando não só o
seu conhecimento, mas também seu coração, sua alma e sua essência humana.
O médico é muito mais que um especialista em Anatomia ou aquele que indica
exames, medicamentos e cirurgias. Um médico de verdade extrapola a condição de
profissional. É claro que existem excelentes profissionais que não pensam e nem agem
desta forma, mas estes não sabem como fariam um bem se o fizessem, como seriam
muito mais do que já são hoje. Eles prestariam um serviço muito melhor à sociedade e
seriam pessoas mais realizadas.
Sei que estou filosofando muito neste editorial, mas acredito que o profissional e o
homem devem caminhar juntos dentro de um médico. Na verdade, não só dentro de
um médico, mas de todos os profissionais. Se todos nós pudéssemos compartilhar os
mesmos ideais de democracia, liberdade, verdade, justiça, beleza, bondade e amor, certamente viveríamos em um mundo muito melhor que este que se apresenta. Precisamos
com urgência sermos mais humanos, não importa a profissão. Se todos se preocupassem
menos com a matéria e mais com a alma, certamente viveríamos em uma sociedade mais
justa, verdadeira e feliz.
José Marcus Rotta
Presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN)
A SBN Hoje é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), distribuída gratuitamente aos membros da Sociedade. Os artigos publicados não
representam necessariamente a opinião da diretoria da entidade ou da Editora DOC. É autorizada a reprodução, desde que citada a fonte: www.sbn.com.br
| 5 | SBN Hoje
curtas
Diretoria de
Políticas da SBN
Campanha nacional
da carteirinha da válvula
Fernando Campos Gomes Pinto, coordenador do Grupo de Hidrodinâmica
Cerebral do Hospital de Clínicas da
FMUSP e do Grupo de Hidrocefalia do HSPE, inicia um movimento
nacional de conscientização de todos
os neurocirurgiões da importância de
fornecer a todo o paciente submetido à cirurgia de derivação ventricular
interna, um documento contendo o
modelo da válvula implantada, o valor
da PRESSÃO de funcionamento e o
sítio distal (peritônio, pleura ou átrio).
Este documento deverá sempre estar
junto do paciente, como ocorre com
os pacientes portadores de marcapasso
cardíaco. Veja a matéria completa e um
exemplode carteirinha, na página 32.
A atual presidência da SBN instituiu a
diretoria de políticas com o propósito
de coordenar o expediente das comissões de Ética e de Defesa profissional
com maior agilidade, principalmente
quando envolverem temas geralmente
comuns. O objetivo é que problemas
recorrentes tenham soluções mais rápidas. Oferecendo aos colegas o apoio
que buscam da SBN no menor tempo
possível. Os membros da SBN que tenham dúvidas ou dificuldades no exercício profissional e ético ou se vejam
envolvidos em processos de responsabilidade civil, podem contar com o auxílio daquelas duas comissões para opiniões e pareceres, desde que entrem em
contato com a diretoria de políticas.
XII Congresso da
SNCRJ
O XII Congresso da SBN-Rio de
Janeiro aconteceu nos dias 9, 10 e
11 de junho, no Hotel Windsor, na
Barra da Tijuca e reuniu cerca de
160 participantes. O Congresso fluminense, que acontece tradicionalmente a cada dois anos, teve sua data
alterada em virtude dos eventos que
acontecerão na nossa cidade em
2012 como o CLAN e o CBN. O
Presidente de Honra do Congresso,
José Carlos Lynch, foi homenageado na sessão de abertura pelos 35
anos dedicados à prática e ao ensino da neurocirurgia no Brasil, e
um emocionado tributo ao Marlo
Steiner Flores, falecido em abril,
marcou o evento.
SNC-RJ presta homenagem a Marlo Steiner Flores
Segue trecho do texto por José Alberto Landeiro, membro do Conselho
Deliberativo da SBN:
“Com profundo pesar comunico o
falecimento de Marlo Steiner Flores,
ocorrido em 25 de abril de 2011, aos
58 anos. Casado com Beatriz, médica, deixa três filhos: José, Marlo,
Marcela e dois netos. Formado na
Faculdade de Medicina de Vassouras,
SBN Hoje | 6 |
neurocirurgião, membro titular da
SBN, foi secretário da SBN na gestão
2004-2006. Trabalhou durante longos
anos no Hospital da Força Aérea do Galeão e na rede D’Or de hospitais, plenamente reconhecido pela competência,
carisma, relacionamento com colegas, e
extrema dedicação aos seus pacientes.
Quando há alguns anos descobriu-se
doente, submeteu-se a todo tratamento
com otimismo e resignação. Durante
os últimos meses de sua vida manteve
o otimismo, dedicando mais tempo
a sua adorada Beatriz, filhos, noras
e netos.
(...)A cada dia nós descobrimos um
significado para a vida. Marlo encontrou o significado de sua vida na profissão e iluminou muitos caminhos. A
sua partida deixa muitas saudades.”
Calendário SBN
Curso de Ciências Básicas
em Neurocirurgia
14 a 17 de setembro de 2011
10, 11 e 12 de
novembrode 2011
Local: Porto de Galinhas – PE
Local: Belo Horizonte - MG
7 a 12 de setembro de 2012
31 de março a 5 de abril de 2012
Local: Rio de Janeiro – RJ
Local: Rio de Janeiro – RJ
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| 7 | SBN Hoje
Você sabia?
Incas já apresentavam
práticas neurocirúrgicas
A trepanação, procedimento que
consiste em perfurações no crânio, é
uma prática ancestral, que remonta à
Idade da Pedra. Alguns pesquisadores
atribuem aos rituais religiosos; outros
reforçam sua finalidade médica, como
forma primitiva da Neurocirurgia contemporânea. É o que defende um artigo publicado no American Journal of
Physical Anthropology. O estudo indica
evidências de que a civilização inca era
dotada de conhecimento sobre a anatomia do crânio e utilizava a técnica para
curar traumas na cabeça e infecções.
Para chegar a essa conclusão, foram
analisados 441 crânios encontrados em
sítios arqueológicos em Cuzco
(Peru), antiga capital do
Império Inca, onde a
primeira evidência de
trepanação foi descoberta em 1865.
Tela do pintor flamenco Hieronymus Bosch (1450-1516): A extração da pedra da loucura
SBN Hoje | 8 |
Perfurações típicas, com formas e tamanhos diversos, foram observadas em
66 crânios. Em mais da metade, eram
circulares, com diâmetro variando entre 0,3 e 7,3 centímetros.
De acordo com os autores do estudo, a
trepanação parecia
ser praticada principalmente para
tratar
ferimentos resultantes de
batalhas, já que
a maioria era do
sexo masculino e
apresentava lesões na
parte frontal da cabeça,
possivelmente resultado de
combates corpo a corpo. Outros sinais
também sugerem que o método era
usado para tratar a mastoidite, infecção
na região temporal, atrás dos olhos.
O procedimento foi aperfeiçoado pelos incas ao longo do tempo. Os crânios
mais antigos (de cerca de 1000 a.C.) não
tinham sinais de crescimento ósseo ao redor dos orifícios, o que indica que a trepanação quase sempre levava à morte.
Quatrocentos anos depois, as peças
indicam sobrevivência de cerca de 90%
dos indivíduos. Também foi observada
a padronização da técnica: partes do
crânio, cuja perfuração poderia afetar
as meninges ou grandes vasos sanguíneos, foram evitadas pelos incas mais
modernos. Eles também faziam uso
mais frequente de compostos vegetais
derivados do bálsamo (antisséptico) ou
da coca (analgésico) durante o procedimento.
Você faz a
hoje
Saber a opinião dos nossos leitores é fundamental para a consolidação de nossa revista
entre as demais publicações das sociedades médicas. Por este motivo, a SBN Hoje
oferece nesta nova seção, um espaço para que seus associados, residentes e demais especialistas enviem sugestões, críticas e elogios. Contribua para o fortalecimento de nossa
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Honorários médicos
por Dr. Sergio Listik
Coordenador de Equipe de Neurocirurgia e de Parkinson.
P
or mais inverossímil que
pareça, o leitmotiv que inspirou a Associação Médica
Brasileira (AMB) a propor
e a adotar uma tabela de honorários
médicos foi o desejo da categoria de
manter seu exercício profissional liberal e alicerçado na livre escolha dos
pacientes, hoje também cognominados clientes.
Assim, a questão de tabelar honorários médicos concebeu-se quando o então Departamento Nacional
de Previdência Social (DNPS), em
1962, solicitou à Associação Paulista de Medicina (APM) valores para
uma tabela de honorários médicos e
outros serviços, com a qual pudesse
remunerar os profissionais que atendessem os seus segurados.
Para que se estabelecesse uma relação entre diferentes serviços médicos,
tornou-se necessária a adoção de um
índice ideal e constante. Surgiu, então, a Unidade de Serviço (US), que
após estudos teve seu valor fixado em
1/20 do maior salário mínimo decretado pelo Estado de São Paulo. A primeira US valia, em 1962, Cr$100.
Em dezembro de 1966, médicos
do Centro Médico de Ribeirão Preto, que prestavam serviços através
de empresas intermediadoras (hoje
nominadas operadoras), decidiram
adotar uma tabela própria de honorários para todas as empresas a que
prestavam assistência. A decisão foi
comunicada à AMB.
Em reunião na APM em fevereiro
de 1967, a Subcomissão de Honorários Médicos elaborou uma tabela
baseando-se naquela formulada pelos médicos de Ribeirão Preto e pelos dados oferecidos pela Comissão
da AMB. Assim, a primeira tabela
de honorários médicos, formulada
por uma entidade associativa dos
sBn Hoje | 10 |
próprios médicos, foi publicada em
abril de 1967, entrando em vigor a
partir de 1º de maio. Assentava-se o
ideário de que os atos médicos haveriam de ter uma tabela de honorários
a lhes nortear e, assim, os pacientes
poderiam procurar seus médicos e
seu seguro lhes ressarcir de acordo.
Entretanto, a livre escolha jamais
asseguraria o caráter liberal da profissão médica, pois os honorários
passariam a ser pactuados por intermediação. Além disso, a tabela, elaborada como índex mínimo, passou a
ser usada como indexador máximo e,
mais recentemente, a ser questionada
como cartelização.
Aconteceu de
tudo. Associações
de especialidades,
presididas por colegas que se julgavam
superiores, pouco
se dedicaram à precificação de seus
procedimentos ou
de sua codificação.
Por não atuarem
em suas práticas
diárias por tabelas,
a estas não quiseram se dedicar à
época. Igualmente,
por não se dedicarem a certos procedimentos que seus
concorrentes imediatos dominavam, codificaram-nos
propositalmente a menor, atuando em
uma espécie de afronta.
A partir do ano de sua criação, em
1967, a AMB revisou periodicamente
a tabela, resultando em novas edições:
1970, 1974, 1976, 1978 e 1983. Em
1978, foi criado o Coeficiente de Honorários Médicos (CH). O novo índice conviveu pacificamente com a US
criada pela Previdência Social. O valor do primeiro CH foi de Cr$6,50.
Muitos exaltariam tal valor, que em
meu ponto de vista, pouco significava. Pavimentava-se, apenas, a estrada
ao nosso cotidiano apocalíptico.
Esta “convivência pacífica” da tabelas
INPS, depois INSS-Inamps, que evoluiu
para SUDS e depois SUS, evanesceu-se
na passagem para os anos de 1980, pois
a assistência previdenciária ficou sem
fundos para acumular a assistência médica, dela por fim apartando-se.
Nisto é que deu o “preservar a livre
escolha”. Entretanto, a tendência a tornar estatal o atendimento médico também não vem dando certo, pois muitos
dos equipamentos
recém-inaugurados pelos governos
têm sido entregues
à administração
das chamadas organizações sociais
(OSs) e fundações,
sob
argumento
que administrariam melhor que o
próprio governo.
Nelas se incluem
entidades que, em
seu nascedouro,
nem lidavam com
assistência médica e outras, mas
que congregam
em seus conselhos
gestores profissionais (até membros de
associações classistas) aquinhoados com
polpudos proventos, de fazer inveja até
aos idealizadores de sítios de relacionamento social na internet.
Em outubro de 1983, na gestão
de Nelson Proença, a AMB constituiu uma comissão para uma completa revisão da tabela, com novo
sistema de codificação e formatação.
A livre escolha
jamais asseguraria
o caráter liberal da
profissão médica, pois
os honorários passariam
a ser pactuados por
intermediação. Além
disso, a tabela passou
a ser usada como
indexador máximo
Edição
Descrição
1967
1970
1974
1976
1978
1983
1984
1984/1986
1987
1988
1990
1992
1996
1999
2003
Tabela de honorários médicos
Tabela de honorários médicos
Tabela de honorários médicos
Tabela de honorários médicos
Honorários médicos
Tabela de honorários
Tabela de honorários médicos
Tabela de honorários médicos
Tabela de honorários médicos
Tabela de honorários médicos
Tabela de honorários médicos
Tabela de honorários médicos
Lista de procedimentos médicos
Lista de procedimentos médicos
Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 1ª Edição – projeto-piloto
Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 2ª Edição – projeto-piloto
Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 3ª Edição
Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 4ª Edição
Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 5ª Edição
Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos – 2010
2003
2004
2005
2008
2010
Em setembro de 1984, a Assembleia
de Delegados, reunida em Curitiba
(PR), aprovou uma nova tabela de
honorários médicos, a THM 1984.
Na década de 1980, foram publicadas ainda outras duas edições da tabela: 1987 e 1988. As revisões eram
uma necessidade lógica, pois além de
surgirem cotidianamente novos procedimentos médicos (clínicos, cirúrgicos e diagnósticos), a inflação (em
nosso caso, o período de hiperinflação) corroeu e desorganizou todos os
coeficientes econômicos.
Em janeiro de 1990, uma nova
tabela de honorários médicos foi
Responsável
Dr. Kassab
Dr. Márcio Barreto
Dr. Proença / Dr. Nassif
Dr. Proença / Dr. Nassif
Dr. Nassif
Dr. Nassif
Dr. Nassif
Dr. Mário Cardoso
Dr. Nassif
Dr. Nassif
Dr. Amilcar
Vigência
10/1984
01/1987 a 10/1988
11/1988 a 12/1989
01/1990 a 08/1992
09/1992 a 06/1996
07/1996 a 01/1999
02/1999 a 07/2003
07/2003 a 07/2003
Dr. Amilcar
08/2003 a 06/2004
Dr. Amilcar
07/2004 a 08/2005
Dr. Amilcar
09/2005 a 09/2008
Dr. Amilcar
10/2008 a 09/2010
Dr. Amilcar
A paritr de 10/2010
lançada. Esta edição foi a que melhor
aceitação obteve junto às empresas
contratantes. No entanto, os planos
econômicos lançados pelos (“des”)
governos travaram sua implantação.
Tais planos eram economicamente heterodoxos, da lavra alucinante,
intervencionista e autoritária de políticos despreparados e equipes econômicas que jamais haviam saído dos
muros acadêmicos.
Em setembro de 1992, foi publicada nova edição, que vigorou até junho de 1996. Em julho de 1996, foi
publicada a Lista de Procedimentos
Médicos (LPM/96). Nesta edição, os
procedimentos foram expressos em
Real, já que as medidas econômicas
adotadas no governo Itamar Franco
estabilizaram nossa moeda.
A LPM/96 vigorou até janeiro
de 1999. Em junho de 1996, foram
declaradas extintas todas as edições
das tabelas de honorários anteriores
publicadas pela AMB, bem como o
seu multiplicador. Assim declaradas,
todos os intermediadores de direito
privado continuaram a nela se embasar, como se o universo estivesse estacionado em 1990. E mais: oferecendo
não mais coeficientes multiplicadores,
mas, sim, frações de coeficientes antes
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praticados, com o aceite de protagonistas
do meio médico, em escambo pelo chamado “encaminhamento preferencial”.
Em fevereiro de 1999, a AMB publicou a Lista de Procedimentos Médicos
(LPM/99), que vigorou até julho de
2003. O movimento associativo, então, modificou os critérios de codificação, contratando fundações de estudos
econômicos, especializadas no cálculo
de índices monetários, coeficientes e
reajustes, alicerçando-os em todos os
insumos, fatores de risco e tempo de
capacitação, enfim, tudo que influenciasse de alguma forma a atividade fim,
neste caso, os procedimentos médicos.
Em 2003, a AMB publicou a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). A publicação representou um novo conceito em
tabela de honorários médicos: recebeu
novo título e os procedimentos foram ordenados por região anatômica. Foi adotado um novo sistema de codificação, a
valoração dos procedimentos passou a ser
expressa em portes e, por fim, foi incluída
uma coluna de custos operacionais. Até
2008, esta classificação foi sucessivamente atualizada.
Entretanto, todas as tabelas e
classificações mais recentes não
tiveram impacto prático, pois jamais foram aceitas por operadoras,
convênios, seguros e hospitais. Foram, inclusive, questionadas por estes
intermediadores junto ao Conselho
de Defesa da Atividade Econômica
(Cade), acusadas de promover a cartelização do atendimento médico.
O Conselho Federal de Medicina
(CFM), pela resolução 1673/03, considerou a CBHPM como padrão mínimo
sBn Hoje | 12 |
ético de remuneração. De imediato, o
Ministério Público Federal (MPF) obteve
liminarmente a nulidade de tal resolução,
acusando-a de ferir o código de consumo.
Apenas em 2009 logrou o CFM sentença judicial legitimando sua resolução de
2003. De forma pedagógica, cita-se na
sentença que “nada há de truste ou cartel
na CBHPM” e “intermediadores criam
operadoras que desejam impor valores aos
médicos, controlando-os mediante o
subterfúgio de dominar a clientela”.
Ao se permitir a
intromissão de seguradoras, convênios e agenciadores
na prestação dos
serviços médicos,
cometeu-se o pecado original. No
sagrado binômio
médico-paciente,
ninguém
poderia meter o bico,
falando de forma
clara. Com a intromissão, julgaram
as entidades médicas que o criar de um código mínimo
de remuneração protegeria o exercício
profissional e suas características. Além
disso, não houve entendimento das autoridades econômicas do período hiperinflacionário de que os índices precisavam ser atualizados de acordo com o
corroer da moeda. Assim, tudo aumentava, menos os “imexíveis” honorários
médicos pagos pelos intermediários. Da
tabela do SUS e seus antecessores nem é
possível comentar, pois o sistema paga
por cirurgias menos que um borracheiro
cobra para tratar de um pneu furado.
Diante da profana abundância de
escolas médicas e de serviços marginais
a oferecer especializações, o mercado
médico viu-se inundado por um número exagerado e mal distribuído de
prestadores de serviço. Na luta pela sobrevivência, faz-se de (quase) tudo: oferece-se trabalho por pouco e aceita-se
“pacotes” e “pacotinhos”. Que contratante pagará tabelas atualizadas se no
mercado há quem custe bem menos?
É forçoso admitir que os modos
e costumes da classe poderiam ser
outros. Os metalúrgicos fizeram um
presidente, enquanto nós nos afogamos nos pântanos das operadoras
e afins. Na época em que só havia a
prática privada e as Misericórdias,
mantido comedimento nos honorários, tudo se ajeitaria. Mas a ganância
chamou os intermediadores. Além do
mais, não faltaram (nem faltam) as
fraudes Brasil adentro, nas quais até
homens viravam
parturientes, tudo
com um carimbo
de CRM.
Assim sendo,
a CBHPM atual
é um índex bem
feito e estudado
e talvez monetariamente
compensador. Resta
ser adotado e
respeitado pelos
agentes pagadores, coisa que não
vem sendo feita,
inclusive por falha
dos próprios médicos. Tem de ser
adotada, inclusive pelo SUS, pois é, oficialmente, o
mínimo ético.
Não poderia deixar de mencionar
o sistema de Troca de Informação em
Saúde Suplementar (Tiss), instituído pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS). Sob pretexto de
uniformizar os dados do setor, obriga-se toda esta prestação de serviços
a utilizar formulários, modelos, nomenclatura e codificação únicos.
O mundo mudou muito, assim
como os costumes. A ética profissional
também muda, pois é reflexo do seu
tempo. Todavia, não é possível admitir o status quo, pois aquilo que vemos
no cotidiano é tão equivocado que vai
cair, por bem ou por mal. Modos e
costumes de autopreservação a qualquer custo precisam acabar. Por falar
nisso, há uma pergunta que não pode
calar: se a tabela praticada é irrisória,
se há quem pague e quem receba menos que esta tabela, se o os repasses são
feitos com até 90 dias de atraso, isso
quando não há glosas, afinal, do que
está vivendo a classe médica?
Ao se permitir a
intromissão de
convênios na prestação
dos serviços médicos,
cometeu-se o pecado
original. No sagrado
binômio médicopaciente, ninguém
poderia meter o bico,
falando de forma clara
SBN Eventos
Congresso SNP
(Da esquerda para direita) Os neurocirurgiões, Ricardo Santana e Mario Siqueira, o
cirurgião de mão, Luiz Kimura e o eletrofisiologista, Carlos Otto Heise
Assembléia geral
(Da esquerda para direita) O professor, Antonio João Tedesco-Marchese, após sua homenagem, o professor, Manoel J. Teixeira, e
o coordenador do evento, Roberto Martins
Nos dias 14 e 15 de agosto, foi realizado o II Congresso Brasileiro de Cirurgia do
Sistema Nervoso Periférico no Centro de Convenções Rebouças em São Paulo-SP.
O evento foi uma iniciativa do Departamento de Nervos Periféricos da SBN, com
o apoio do Centro de Estudos em Neurologia Antonio Branco Lefreve do Departamento de Neurologia do HC – FMUSP. O evento se caracterizou pelo tempo
dedicado às discussões resultando em intensa participação dos 118 ouvintes.
Em 30 de junho, a SBN reuniu os principais componentes da diretoria e dos Conselhos Deliberativos para a Assembléia
geral, que abordou questões relativas aos
honorários dos neurocirurgiões. Na foto,
estão o presidente da APM, Jorge Carlos
Machado Curi, o secretário geral da SBN,
Marco Túlio França, o secretário auxiliar
da SBN, Modesto Cerioni Júnior, presidente da SBN, José Marcus Rotta, presidente CRM/SP, Renato Azevedo, e vicepresidente da APM, Florisval Meinão.
SBN e neurocirurgiões do nordeste
A SBN está realizando encontros
regionais no país para aproximar-se
dos especialistas de todas as regiões.
Após o sucesso do primeiro evento,
realizado na região norte, em junho
foi a vez do nordeste.
O encontro aconteceu durante o
XIV Congresso Nordestino de Neurocirurgia, em Teresina (PI), com a
presença de neurocirurgiões de Sergipe, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco,
Rio Grande do Norte.
O presidente da SBN, José Marcus
Rotta, participou da abertura oficial
e, durante o Congresso apresentou os
objetivos da Sociedade e de seu Programa de Presidência. Rotta apresentou
duas palestras, sendo a primeira sobre
“A responsabilidade social da SBN” e,
posteriormente, “Gliomas malignos”.
O ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, junto com o governador do
Estado do Piauí e Neurocirurgião, Wilson Nunes Martins, recebeu a comitiva da
SBN em encontro político e
dialogou sobre o relacionamento SBN/MS/SUS. Além
de tratarem de temas como:
o mercado de trabalho para
o neurocirurgião, os honorários da categora, e o projeto
Pense bem, que atua em doenças vasculares e traumatismos crânio-encefálicos e
raque medulares. Novo encontro foi
marcado em Brasília.
A secretária de Estado da Saúde do
Piauí, Lilian Martins também participou do evento.
Durante o congresso
A mesa de discussão sobre “Responsabilidade Social” foi presidida pelo
membro da Comissão Científica do
Congresso e diretor de Políticas SBN,
Clemente Augusto de Brito Pereira.
A mesa contou com a participação do
promotor de Justiça do Piauí, Antonio
Ivan e Silva.
Os Representantes da SBN também formaram uma “Ouvidoria”
das necessidades peculiares de cada
Serviço, onde atuam os diferentes
neurocirurgiões participantes do
evento.
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Orientação Jurídica
por Dr. Roberto Godoy
Neurocirurgião e bacharel em Direito, presidente e membro da Câmara Técnica
de Políticas de Saúde do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
(Cremesp) e vice-presidente da Comissão Especial de Planos de Saúde e Assistência
Médica da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Procedimentos que não
constam na Tabela SUS
Muitas vezes, nos deparamos com
a necessidade de utilizar recurso não
previsto nas tabelas do Sistema Único
de Saúde (SUS). Embora haja muitas
maneiras de repassar recursos, destacamos algumas das normas que
norteiam esse assunto.
A resolução SS-SP 50, de
18 de abril de 2002, cria
minutas de contratos a
serem realizados entre a
Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e os vários
estabelecimentos de saúde
para atendimento de pacientes
vinculados ao SUS. Assim, há
minutas para: contrato com laboratórios, clínicas de terapia e SADT;
contrato com hospitais privados;
convênio com entidades hospitalares
sem fins lucrativos; convênio universitário nos termos da portaria MS
1.125/99; convênio universitário; e
anexo que inclui o rol dos serviços
contratados.
Desta resolução, destacam-se as
seguintes diretrizes constantes nas
minutas contratuais:
Em todas as minutas há cláusula vedando qualquer cobrança de
sBn Hoje | 14 |
efetivamente prestados, de acordo
com os valores unitários de cada procedimento previsto pela tabela de
procedimentos do Ministério da
Saúde/SUS.
Nos hospitais privados, os
serviços contratados estão
discriminados no anexo I
que faz parte do contrato.
complementação diretamente dos
pacientes ou familiares, qualquer que
seja o título.
Os serviços a serem prestados pelas diversas entidades obedecerão aos
limites quantitativos fixados contratualmente.
Na cláusula que diz respeito ao
preço, os contratos determinam que
o contratado receberá mensalmente
do Ministério da Saúde ou do Fundo
Nacional de Saúde ou do Fundo de
Ações Estratégicas e de Compensação
a importância referente aos serviços
Na cláusula referente
à obrigação de pagar, a
contratante (Secretaria de
Estado da Saúde) isenta-se
da responsabilidade de efetuar o pagamento às diversas
entidades assistenciais no caso
de não haver repasse de recursos do
Ministério da Saúde (Fundo Nacional de Saúde) para a secretaria.
Com a publicação da resolução SSSP 88, de 29 de agosto de 2003, houve alteração de cláusulas nas minutaspadrão dos contratos da resolução 50.
Destaca-se a mudança na cláusula
sétima, parágrafo primeiro, em que
a Secretaria de Estado da Saúde, mediante autorização de pagamento, é
a unidade orçamentária responsável
pelo repasse de recursos provenientes
do Fundo Nacional de Saúde/MS para
Ficou evidente que há proibição de cobrança complementar
dos pacientes ou seus familiares. Por outro lado, os
contratos preveem somente o pagamento daquilo que foi
contratado.
estabelecimento de saúde, do tipo de
contrato ou convênio e, principalmente, do que consta do contrato firmado
especificamente no local de trabalho.
o pagamento dos serviços contratados
de média complexidade, alta complexidade e estratégicos, até o montante
declarado em documento administrativo. Ainda dessa resolução, a alteração da cláusula sexta determina que o
custeio deverá ser de responsabilidade
do Fundo Nacional de Saúde com repasse ao Fundo Estadual de Saúde.
A par dessas resoluções, a Secretaria
de Saúde do Estado de São Paulo celebrou convênio com o Consórcio de
Municípios para execução e aperfeiçoamento das ações de saúde do SUS
através da resolução SS 299, de 18 de
novembro de 1996. Também criou um
modelo-padrão para o contrato de gestão através da resolução SS-SP 158, de
6 de dezembro de 2000, revogada pela
resolução SS-SP 87, de 6 de outubro
de 2006 que, em sua cláusula terceira,
item 1, determina que o provedor dos
recursos é a Secretaria de Saúde.
Por fim, tem interesse neste assunto
a Portaria MS/GM 358, de 22 de fevereiro de 2006, que cria diretrizes para a
contratação de serviços assistenciais, a
qual em seu artigo segundo, parágrafo
A responsabilidade pelo pagamento direto às instituições de saúde é da
Secretaria de Estado da Saúde, com
recursos advindos do Ministério da
Saúde. O repasse se dá do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Estadual de Saúde. Frise-se que a secretaria se
exime de responsabilidade se não houver o correto repasse dos recursos.
quarto, prevê a participação complementar mediante contrato ou convênio com municípios e/ou estados, bem
como a cooperação entre os diversos níveis de governo através de termo de cooperação, previsto em seu artigo terceiro,
parágrafo primeiro.
Pelo exposto, fica claro que existem
vários tipos de repasse de recursos por
parte do SUS e que o pagamento pelos
serviços prestados dependerá do tipo de
Há uma corresponsabilidade entre
os três níveis de governo. Municípios
e estados, assim como a União, são
obrigados a destinar parte de seus orçamentos para as ações de saúde.
Ficou evidente que há proibição de
cobrança complementar dos pacientes
ou seus familiares. Por outro lado, os
contratos preveem somente o pagamento daquilo que foi contratado, ou
seja, qualquer recurso utilizado fora da
tabela de procedimento do SUS, e que
não seja objeto de contrato específico,
será custeado pela própria instituição
contratada ou conveniada.
Parceria inédita:
imóvel novo a poucos passos de você
Iniciativa inovadora dentre as sociedades médicas
oferece facilidades no financiamento imobiliário
sBn Hoje | 16 |
O
s membros da Sociedade
Brasileira de Neurocirurgia (SBN) a partir de
agora têm mais uma facilidade em
suas vidas. Através de uma parceria exclusiva com o Banco do Brasil
e com o grupo Telecom Service, a
SBN tornará viável o acesso a crédito e financiamento imobiliário.
Tudo isso com juros mais baixos
que os praticados no mercado e
com facilidades que reduzem consideravelmente a burocracia do processo de financiamento de imóveis.
Todos os neurocirurgiões associados à entidade terão direito a este
benefício.
A parceria firmada entre SBN,
Banco do Brasil e Telecom Service
servirá para imóveis residenciais e
comerciais. Entre as condições diferenciadas que este convênio oferece, estão taxa de 8,4% ao ano, mais
TR (imóvel com valor de compra e
venda até R$ 500 mil) e escolha de
um mês do ano para pular o pagamento da parcela. No mês vigente,
serão cobrados apenas os valores referentes aos seguros.
Dentre as demais sociedades médicas, atualmente a SBN é a única
instituição que oferece um convênio aos seus associados para financiamento de imóveis com o Banco
do Brasil. “A SBN representa o
porto-seguro do neurocirurgião,
que busca respaldo e confiança
para o exercício de sua profissão.
Percebemos a necessidade de oferecer ao associado a oportunidade
de ampliar seu patrimônio comercial ou residencial, tendo em vista a
valorização de sua vida profissional
e pessoal”, explica o presidente da sociedade, José Marcus Rotta.
Segundo ele, esta parceria é histórica tanto para a SBN quanto
para os seus associados. “O diferencial deste financiamento que é proporcionado pela parceria está nos
juros. Eles apresentam valores bem
menores do que os que são encontrados em financiamentos comuns
e de outras instituições bancárias. A
Sociedade tem por objetivo sempre
trazer uma melhoria para a vida de
seus associados”, afirma o dirigente.
Menor burocracia e
simulação on-line
Além de taxas mais atrativas, a
SBN também teve preocupação
com os trâmites legais para operacionalizar o financiamento. “A partir da definição do tipo de serviço
que seria oferecido aos associados,
passamos a buscar uma forma de
facilitar também os trâmites legais.
Isto porque o neurocirurgião possui uma carga horária de trabalho e
estudos extenuante, sem ter como
dispor de tempo para resolver questões burocráticas. Por isso, abrimos em nosso site este espaço, para
que a simulação do financiamento
possa ser realizada com rapidez. É
neste aspecto que entra a Telecom,
que prestará toda a assistência de
Benefícios para os
forma diferenciada
para este público
tão distinto de outras
categorias”,
explica Rotta.
Condições
para
crédito
imobiliário
Os interessados em financiar
seu imóvel através
deste
convênio
encontrarão todas
as informações necessárias no site da
Sociedade. Entre as
condições para que o
médico solicite o seu financiamento estão o limite
de idade (entre 18 e 80 anos)
e o rendimento mensal mínimo de R$ 1.400.
Durante a análise inicial de capacidade de
pagamento, o Banco
do Brasil solicita aos
associados que apresentem alguns documentos originais.
Também será necessária a apresentação
de documentos do
imóvel, do vendedor (pessoa física
ou jurídica) e outros
associados
Carência de até seis meses para iniciar o pagamento das parcelas;
O cliente pode escolher um mês do ano para não pagar o valor referente
à amortização de capital e juros;
Taxas de 8,4% ao ano, as menores do mercado;
Possibilidade de compra do 2º imóvel pela linha SFH.
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referentes à utilização
do FGTS (se for o caso),
além de formulários e declarações específicos.
“A escolha do prazo ou do
valor financiado é uma decisão bastante particular. Porém,
vale lembrar que as taxas praticadas nas linhas de crédito imobiliário são inferiores àquelas praticadas
em contratos de Contrato de Abertura de Crédito Rotativo (CDC)”,
orienta o gerente de Mercado Pessoa Física da Superintendência
de Varejo do Banco do Brasil,
Felipe de Almeida (SP).
Para agilizar todo o processo
de financiamento, o Grupo Telecom Service, correspondente
do Banco do Brasil autorizado
a efetuar transações comerciais, coleta os documentos
necessários. A partir do momento em que o financiamento é liberado, os associados
da SBN encontram facilidade
para arcar com despesas como
escrituras, mudanças, mobílias,
instalações e compra de equipamentos para o consultório.
Para o presidente do Grupo Telecom Service, Roberto Lamacié, esta
parceria representa uma oportuni-
José Marcus Rotta
dade ímpar para que os membros
da SBN adquiram um imóvel. “Essa
parceria é a oportunidade ideal para
que os associados troquem suas parcelas de aluguel por um financiamento próprio rumo ao sucesso na carreira profissional”, conclui o executivo.
Felipe de Almeida
“
O associado pode contar com a
Telecom Service para auxiliar em
todo o processo, desde a coleta
dos documentos até a realização
de transações comerciais.
José Marcus Rotta
SBN Hoje | 18 |
Atendimento personalizado
1) Acesse www.sbn.com.br;
2) Digite seu nome, telefone e e-mail;
3) Informe o tipo de imóvel que deseja;
4) Informe o valor que pretende financiar.
Roberto Lamacié, Telecom
11 dicas para escolha do imóvel
1) Localização do imóvel é essencial. Estime valor de mercado e potencial de valorização;
2) Verifique a qualidade dos materiais usados na obra e dos equipamentos, como ar condicionado e acabamentos;
3) Confirme no cartório de registro se o imóvel está em condições legais de ser comprado;
4) Comprove na Prefeitura se o imóvel está regular e se não possui débitos atrasados;
5) Confira as condições físicas do imóvel, como rachaduras, umidade, qualidade das portas;
6) Consulte outros proprietários e funcionários do prédio comercial, que podem prestar
informações importantes para ajudar na tomada da sua decisão;
7) Negocie prazos e valores. Lembre-se de que quando financiar o vendedor receberá o valor à vista;
8) Tudo que foi negociado com o vendedor deve constar no Compromisso de Compra e
Venda. Não faça acordos paralelos;
9) Não feche negócio antes da aprovação da operação de financiamento com o Banco;
10) Se o empreendimento estiver na planta, certifique-se de que a construtora é idônea.
Consulte Serasa, SPC, Cartórios de Protesto e Procon;
11) Verifique se as vantagens anunciadas ou prometidas são reais: medidas, acabamento,
vagas de garagem, valor do condomínio e áreas de lazer.
Fonte: Banco do Brasil
| 19 | SBN Hoje
Projeto
Pense bem
participa de ação social em comunidade do Rio de Janeiro
Q
uais cuidados jovens e
crianças devem tomar ao
soltar pipas nas lajes de
suas casas? Quais os riscos
de subir em árvores, pular em rios e lagos ou em andar de bicicleta? Às vezes
simples brincadeiras podem resultar
em graves acidentes. Essas e outras dúvidas foram esclarecidas por meio do
projeto Pense bem, executado pela Sociedade de Neurocirurgia do Rio de Janeiro (SNRJ) durante a edição de maio
da Ação Global Nacional, realizada na
Vila Olímpica da Mangueira, na zona
Norte da cidade.
Com o apoio do Sesi e da Rede Globo e liderado pelo presidente da regional,
Ricardo Ribeiro, o Pense bem contou,
ainda, com a colaboração dos médicos
residentes do Hospital dos Servidores
do Estado (HSE-RJ). A equipe da SNRJ
distribuiu cartilhas da Campanha de Prevenção do Neurotrauma, desenvolvida
pela SBN, e explicou para dezenas de
crianças, adolescentes e adultos os riscos
dos neurotraumas e como evitá-los.
Maria Letícia, moradora da comunidade, disse que os filhos ficaram impressionados com as explicações dos
neurocirurgiões. Ela espera convencer
o filho mais velho, de 16 anos, a usar o
capacete quando sair de moto. “Conhecemos muitos adolescentes na vizinhança
que hoje estão paraplégicos depois de acidentes com moto”, conta.
SBN: em busca de parcerias
nas regionais
A presença do projeto Pense bem em
um evento de tamanha magnitude representa o primeiro contato da SNRJ
com a sociedade civil. Desenvolver um
programa nacional estruturado, em conjunto com ações locais, permite educar
Usando a cabeça para proteger o corpo: médicos estimulam a
prevenção de neurotraumas
Quando o jovem
leva a informação para fora da
escola, a família e os
amigos têm acesso ao
trabalho de conscientização desenvolvido
pelo projeto”.
Celestino Esteves Pereira,
vice-presidente da SNRJ
e mudar o pensamento e as atitudes da
população e, assim, contribuir para a diminuição dos riscos de acidentes.
O vice-presidente da SNRJ, Celestino
Esteves Pereira, afirma que, no momento, a regional fluminense estuda a criação
de parcerias com o Detran-RJ e com instituições que têm interesse em apoiar o
projeto e faz um importante alerta: “Para
que o projeto tenha boa repercussão,
precisamos de orçamento para a impressão de materiais informativos. Quando o
jovem leva a informação para fora da escola, a família e os amigos têm acesso ao
trabalho de conscientização desenvolvido
pelo projeto”, argumenta o neurocirurgião, que coordena o Pense bem em todo
o estado do Rio de Janeiro.
Desde o seu lançamento, em 1995,
o projeto Pense bem já realizou diversas
ações, coordenadas por neurocirurgiões
membros da SBN, e já fechou parcerias
importantes, como com o Os amigos da
escola, programa também fundado pela
Rede Globo, e com o Serviço Social do
Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte (Senat), da
Confederação Nacional do Transporte
(CNT). Recentemente, a SBN também
firmou convênio com o Ministério da
Saúde a fim de promover um maior número de palestras em todos os estados. As
instituições interessadas em se tornarem
parceiras do projeto Pense bem devem entrar em contato com a SBN pelo e-mail
[email protected]
| 21 | SBN Hoje
Finanças
por Dr. Francinaldo Lobato Gomes e Dr. Francisco Vaz Filho
Francinaldo Lobato Gomes é neurocirurgião especialista em Neurocirurgia de Epilepsia, formado pela Universidade
Federal do Pará. Francisco Vaz Filho é neurocirurgião especialista em Neurocirurgia de Tumores Hipofisários,
graduado pela Universidade Federal de São Paulo. Ambos são autores do livro Bolsa de Valores para Médicos, que
será lançado no segundo semestre de 2011.
Dicas para o seu
planejamento financeiro
Alcançar a independência financeira é o sonho de dez entre dez médicos. E o que é essa tão almejada
independência? Significa ser capaz de
manter o padrão de vida de maneira
sustentável e duradoura sem ter que
trabalhar mais por isso. Pode parecer
uma utopia para muitos, mas não é,
desde que se observem alguns conceitos básicos.
O sucesso financeiro deve ser construído sobre o seguinte tripé: reserva
de segurança, acúmulo de patrimônio
e geração de renda futura. A base deste
tripé é um bom planejamento financeiro. Para isso, é preciso ser disciplinado e adquirir o hábito de investir.
Inicialmente, você deve ter e seguir rigorosamente uma planilha orçamentária. Documente os ganhos e
todas as despesas. Gaste com inteligência, evite os supérfluos e, principalmente, gaste menos do que você
ganha. Viva dentro do seu orçamento
e aplique com sabedoria o excedente.
Procure trabalhar para o seu próprio
enriquecimento. Isso será possível se
você procurar pagar todas as suas dívidas e evitar fazer novas dívidas. Se você
comprar apenas o que pode pagar evitando os juros sobre empréstimos ou
financiamentos. Se obtiver incentivos
fiscais (aplicações em planos de previdência privada tipo PGBL e, quando tiver que vender ações com lucro,
vender menos que R$20 mil por mês).
Evite comprar o que você não precisa
com o dinheiro que você não tem.
sBn Hoje | 22 |
Em seguida, crie uma reserva de
segurança em uma aplicação financeira conservadora e que disponha
de uma quantia suficiente para pagar todas as suas contas por um período de seis meses a um ano. Esse
é o chamado “colchão financeiro”.
Assim, os infortúnios da vida podem
ser mais bem assimilados. Imagine
que, por um motivo de saúde, você
tenha que parar de trabalhar por um
determinado período. Esta reserva
permitirá que você tenha um tempo para se reorganizar. Se necessita
de R$5 mil por mês, deixe R$60 mil
nesta aplicação.
Após as etapas acima (ou mesmo
simultaneamente), você poderá começar a acumular patrimônio. Um
grande patrimônio não vem do dia
para a noite. Ele precisa ser construído diariamente, em alicerces sólidos,
para que seja duradouro. O patrimônio pode ser dividido em ativo e
passivo. Ativo é tudo aquilo que gera
renda. São exemplos: saldos em fundos de investimento, poupança, créditos a receber, entre outros. Passivo
é tudo aquilo que gera custo (prestações, seguros, IPTU, IPVA etc.).
Um adequado balanço do tipo de
patrimônio é o segredo para a geração de renda futura. Quanto maior
seu patrimônio ativo, maior será a
renda gerada.
Estabeleça metas financeiras plausíveis. Caso tenha dificuldade em
alcançá-las, busque a metade delas.
Você verá que, conforme caminha em
direção a sua meta, o aprendizado e as
experiências adquiridas ao longo do
caminho farão com que os resultados
sejam alcançados com mais rapidez.
Escolha modalidades de investimentos adequadas as suas necessidades.
Procure reinvestir os lucros de forma
a fazer uso dos juros compostos. Saiba que a progressão do patrimônio,
caso este conceito seja seguido, será
exponencial. Além disso, quanto mais
dinheiro você tiver, mais oportunidades de investimento você terá.
Dê importância à educação financeira. Procure educar-se financeiramente e eduque seus filhos e familiares. É muito importante entender a
importância de cuidar bem do dinheiro. Isso fará com que o patrimônio que
você conquistou seja ampliado, e não
destruído pelos descendentes. Tenha
sempre em mente o mais importante: família, saúde, amigos e felicidade
acima de tudo. Dinheiro não compra
felicidade. Ele potencializa a felicidade. Portanto, usufrua todas as suas
conquistas juntamente com seus familiares e amigos. Celebre cada objetivo
conquistado. Por fim, cuide de sua
saúde para que possa gozar plenamente tudo daquilo que conquistou.
Evite comprar o que você não precisa com o
dinheiro que você não tem .
Perfil
Um neurocirurgião
em defesa da categoria médica
Em junho, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, assumiu
pela segunda vez consecutiva a gestão do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) para
o triênio de 2011 a 2014. Com uma história pautada pela representatividade da hifenização
médica à frente de suas reivindicações, o neurocirurgião encara antigos e novos desafios nos
próximos três anos. Em entrevista à SBN Hoje, Carvalhaes fala sobre sua trajetória profissional
em meio às entidades e o papel do neurocirurgião contemporâneo
SBN Hoje – De que forma você enveredou na política médica?
Cid Carvalhaes – Minha ligação
com a atividade é muito antiga. Fui
presidente da Associação Nacional
de Médicos Residentes em 1970.
Desde então o vínculo com a política médica se intensificou cada vez
mais e, naturalmente, ocupei cargos
políticos por consequência desse envolvimento. Até hoje estou comprometido com a política médica, sem
nenhum arrependimento.
SBN Hoje – Ainda na faculdade de
Medicina sentiu-se imbuído do senso de ajuda ao coletivo?
CC – Cursei a graduação em 1964,
em um período bastante crítico no
país que foi a Ditadura. Os estudantes eram “obrigados” a ser alguma
coisa, não por imposição pessoal,
mas pelo ambiente e pela série de
acontecimentos e movimentos que
marcaram a época. Vivíamos em um
contingente de envolvimento político muito grande, era quase uma
imposição de natureza sociocultural
que tomou conta dos grupos estudantis. Isto fez com que tivéssemos
convicções e posicionamentos amplos e pró-ativos.
SBN Hoje | 24 |
SBN Hoje – Como avalia a sua experiência como presidente da SBN
(gestão 2000-2002)?
CC – Presidir a SBN foi uma experiência positiva e gratificante. Guardo
boas recordações e só tenho a agradecer aos neurocirurgiões pela confiança
depositada em minha gestão. Todas as
sociedades, sem exceção, exercem um
poder de qualificação do profissional
no que diz respeito à formação do especialista. Elas desenvolvem o aperfeiçoamento progressivo do médico, sejam
por simpósios, seminários, reuniões,
palestras ou por meio dos congressos
anuais. Hoje, os congressos da SBN
são reconhecidos e respeitados internacionalmente e os programas de
residência médica são referências na
Neurocirurgia.
SBN Hoje – Quais foram as conquistas da SBN durante a sua gestão?
CC – Inauguramos em 2002 uma
nova sede para a sociedade, quatro
vezes maior do que a sede antiga, o
que permitiu um aumento patrimonial. Outro ponto importante foi ter
a oportunidade de profissionalizar a
gestão da Sociedade e atualizar o Estatuto da SBN. Acredito que a gestão
atual é composta por membros responsáveis, conscientes e determinados a
programas arrojados, que vêm trazendo
posicionamentos diante da classe médica sobre avanços na Saúde e participações no movimento político.
A evolução da Sociedade no decorrer
O neurocirurgião precisa ser cada vez
mais afeito às demandas dos pacientes.
O humanismo é insubstituível apesar dos
avanços tecno-científicos”.
Cid Carvalhaes, presidente do Simesp e da Fenam
dos anos é fruto da maturidade da
diretoria que vem se sucedendo.
SBN Hoje – Há 11 anos foi lançado
um livro sobre o perfil do neurocirurgião brasileiro. Você pretende
atualizar a obra?
CC – Sim, me parece oportuno, pois
a obra não representa mais a realidade do especialista. Hoje, as condições de trabalho são diferentes,
não temos mais uma posição que se
resume à vivência do médico. Se a
diretoria da Sociedade entender que
é pertinente uma reedição do perfil,
será muito bem-vinda pela categoria
para conhecer, com mais propriedade, a real dimensão do neurocirurgião brasileiro: suas condições de
trabalho e expectativas. Segundo o
IBGE, os dados censitários têm validade por dez anos.
SBN Hoje – Quais as diferenças entre o neurocirurgião do século XX e
o do século XXI?
CC – Teoricamente evoluímos muito
neste espaço de tempo no que diz respeito a técnicas, abordagens e situações
distintas. Uma grande diferença que
observo é uma mudança na postura
ética e na formação do médico no que
diz respeito à relação médico-paciente.
Os neurocirurgiões precisam ser cada
vez mais humanos e afeitos às demandas dos pacientes e entender que esse
humanismo é insubstituível apesar de
todos os avanços tecno-científicos.
SBN Hoje – Em sua opinião, o que significou ter sido reeleito presidente do
Simesp? Quais são seus projetos para
os próximos três anos de gestão?
CC – Uma enorme satisfação, mas,
acima de tudo, uma preocupação em
torno do sindicato. A classe médica
acredita que o presidente reeleito
use a sua experiência e ofereça ações
concretas em comparação à gestão
anterior, o que aumenta o senso de
responsabilidade. Por outro lado, há
uma sensação de reconhecimento
e reciprocidade dos colegas. Nesta
gestão temos pela frente o combate
a dois inimigos: as operadoras e as
seguradoras de saúde. Ambas têm
poder coercitivo em função da influência financeira sobre a qual exercem e cobiçam lucros abusivos. Esta
questão deve alinhar um trabalho
conjunto com o sindicato, a Fenam e
das entidades médicas como a AMB,
o CFM, além das demais unidades
federadas, que também mobilizam a
política médica.
SBN Hoje – Que mensagem deixa
para os novos neurocirurgiões?
CC – Digo aos jovens neurocirurgiões
que tenham compromissos com os
pacientes. Eles devem ser acolhidos
como pessoas que merecem receber
toda a atenção especial possível.
Acreditem nas entidades médicas e
entendam que resultados positivos
implicam uma dedicação mais coletiva do que individualizada por parte de todos os profissionais da Saúde. Só assim podemos avançar frente
à causa médica.
| 25 | SBN Hoje
Pare e pense bem
Uma nova parceria entre SBN,
Ministério das Cidades e Denatran
I
nspirado no Think First, programa implementado nos Estados Unidos pela National
Injury Prevention Foundation,
a SBN promove, desde 1995, o projeto Pense bem. Seu principal objetivo é o desenvolvimento de ações e
campanhas para educar públicos de
diferentes faixas etárias para a prevenção de neurotraumas (traumatismos cranianos e traumas na coluna
vertebral), em geral vítimas de acidente no trânsito, quedas e até
de violência.
Para fortalecer sua divulgação, a
Sociedade uniu-se ao Ministério das
Cidades por meio do Departamento
Nacional de Trânsito (Denatran) para
a criação de uma campanha inédita: o
projeto Pare e pense bem, junção dos
slogans das campanhas do ministério
(Pare, Pense, Mude) e da SBN (Pense
bem). Sua ação inicial consiste na elaboração de um vídeo educacional, que
será veiculado por meio de palestras em
todas as autoescolas do país.
de conscientizar a população sobre
a importância de uma convivência
pacífica e segura no trânsito, onde
todos os atores são responsáveis por
suas atitudes ao volante.
De acordo com o ministro Mário
Negromonte, para melhorar o comportamento no trânsito é necessária
a sensibilização de toda a sociedade e
dos agentes públicos. O conceito da
campanha é: o trânsito só muda quando a gente muda.
Recentes pesquisas mostram que
a atitude natural das pessoas é culpar os demais pelos problemas que
ocorrem no trânsito. Boa parte deles é atribuída às atitudes alheias e
quase nunca à própria conduta ao
volante, nas ruas e calçadas. Quando
questionados sobre atitudes como
o uso do cinto no banco traseiro, o
respeito aos limites de velocidade e
a preocupação em beber e dirigir,
algumas pessoas reconhecem que estão falhando no trânsito.
SBN Hoje | 26 |
Por sua vez, o projeto Pense bem,
da SBN, complementa o mote da
campanha Pare, Pense, Mude. Sua
iniciativa é estimular a população
a pensar em suas atitudes antes de
executá-las, a fim de evitar acidentes
e, consequentemente, as sequelas no
cérebro e na medula. Entre as ações
do Pense bem, estão a apresentação
de pesquisas e palestras, além da distribuição de folhetos e divulgação
Mudança de
comportamento pode
reduzir acidentes
Em junho deste ano, o Ministério
das Cidades, por
meio do Denatran
lançou a campanha
nacional
Pare, Pense, Mude
com o objetivo
de casos e depoimentos de vítimas
de acidentes.
“A campanha é voltada para todos os públicos,
mas com atenção especial
às crianças e aos jovens, oferecendo dicas de como praticar atividades esportivas, de lazer e dirigir
veículos sem comprometer a saúde e
minimizar os riscos de acidentes. É
possível mudar a cultura de comportamentos de risco no país”, afirma o
neurocirurgião e presidente da SBN,
José Marcus Rotta. Segundo o Ministério da Saúde, 20,7% dos jovens
internados nas unidades de saúde são
vítimas de traumas cerebrais.
Termo de consentimento informado
Mais segurança e menos dor de cabeça
H
oje, alguns médicos sofrem ações na Justiça
oriundas de pacientes
insatisfeitos com o resultado de um tratamento ou de procedimentos cirúrgicos. Em muitos casos, a
ação nasce da dificuldade de o paciente
chegar à cura do problema de saúde ou
pela aparição de efeitos colaterais indesejáveis.
Diante de situações como essas,
os neurocirurgiões recorrem cada vez
1
3
mais ao termo de consentimento informado (TCI), elemento necessário
ao atual exercício da Medicina. Esse
documento funciona como uma garantia para ambos os lados da relação
médico-paciente, pois é um direito
do paciente e um dever moral e legal
do neurocirurgião.
A ideia principal do TCI é que,
uma vez o paciente sendo responsável
por decidir se prefere manter-se em seu
estado atual de saúde ou submeter-se a
um tratamento relativamente perigoso, ele deve estar munido de informações acerca dos procedimentos para
poder esclarecer quaisquer dúvidas.
Nessa edição, a SBN Hoje apresenta um Infográfico para o médico
passar o TCI ao seu paciente e, assim,
além de deixá-lo ciente das possíveis
complicações, mantê-lo seguro e confiante em seu neurocirurgião.
Explique minuciosamente ao paciente as possíveis
intempéries que podem acontecer durante o procedimento cirúrgico. Nesse momento, é essencial
transmitir segurança ao paciente, para que ele entenda os benefícios e possíveis resultados negativos
do procedimento.
Prepare um documento em que conste todo o
conteúdo da conversa. A partir dele, o paciente
comprova estar ciente de que entendeu as possíveis complicações e de que exime o profissional
da responsabilidade caso aconteça de fato algum
dos problemas descritos no documento.
Peça ao paciente que vá acompanhado ao consultório por uma pessoa de sua confiança quando você explicar as etapas de tratamento. Dessa
forma, essa outra pessoa também estará ciente
dos possíveis riscos com os quais o paciente
será defrontado.
Em casos de operação cirúrgica, o TCI deve possuir
três vias: uma para o profissional, uma para o paciente e a última deve ser repassada ao estabelecimento
de saúde onde o procedimento será realizado. Se o
paciente for menor de idade, seu responsável legal é
quem deve estar de acordo e assinar as três vias.
2
4
| 27 | sBn Hoje
Porto de Galinhas
recebe 14ª edição do WFNS
E
m 55 anos de existência da
World Federation of Neurosurgical Societies (WFNS),
pela segunda vez, o Brasil
será a sede de dois importantes eventos para a especialidade: o 14º Interim
Meeting e o 15º Congresso Brasileiro
de Atualização em Neurocirurgia, que
acontecem, simultaneamente, entre
14 a 17 de setembro, no Summerville
Beach Resort Hotel, em Porto de Galinhas (PE).
Direcionado para a Educação Médica Continuada, o 14º Interim Meeting da WFNS reúne renomados especialistas do Brasil e do mundo, sendo
o mais importante evento da Neurocirurgia em 2011, também dedicado
ao desenvolvimento de residentes e
de jovens neurocirurgiões. “Esse congresso receberá mais de 700 especialistas consagrados, incluindo médicos
brasileiros. Durante o evento, vamos
escolher o país onde será sediado o
Congresso Mundial de Neurocirurgia
de 2017”, conta Hildo Azevedo, presidente da Comissão Organizadora do
desse evento e do 15º Congresso Brasileiro de Atualização em Neurocirurgia.
Vilarejo em sintonia com a natureza
Eleita por nove anos consecutivos a
melhor praia do país pela revista Viagem e Turismo, Porto de Galinhas é
também a praia mais visitada do litoral
nordestino. Localizada no município
de Ipojuca, litoral sul de Pernambuco
(a 60 quilômetros de Recife), a praia é
famosa pelas piscinas naturais de águas
cristalinas e mornas (média de 28ºC).
Lá, os visitantes podem ver uma enorme
variedade de peixes coloridos e contemplar o belíssimo ecossistema da região.
Com animada vida noturna, o vilarejo conta ainda com opções de bares
e restaurantes, onde o visitante pode
se deliciar com gastronomia local e
internacional, além de desfrutar atividades de lazer, como mergulho, trilhas,
passeio de jangada ou de bugres pelos
manguezais bem preservados – excelentes dicas para um passeio ecológico
inesquecível.
14º Interim Meeting of the World Federation of Neurosurgical Societies
15º Congresso de Atualização da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia
Dicas de passeios com hospedagem
FK Viagens
14 a 17 de setembro
Centro de Convenções do Summerville Beach Resort Hotel
Acesso Muro Alto, s/nº, Praia do Muro Alto, s/nº, Praia do Muro Alto, Ipojuca,
Porto de Galinhas (PE)
Beach Class Resorts
Muro Alto, lote 5, Gleba Merepe C, s/nº, Ipojuca, Porto de Galinhas (PE)
Mais informações: http://wfnsinterimmeeting2011.com.br
Endereço: Av. Graça Aranha, 19,
grupo 501, Centro, Rio de Janeiro
Telefone: (21) 3212-1300
SBN Hoje | 28 |
Relatório de viagens
por Dr. Modesto Cerioni Junior
Secretário auxiliar da SBN
SBN mais próxima de
suas regionais
Em 2011, a SBN deu mais um passo
e iniciou um novo e importante ciclo de
eventos. Com o objetivo de se aproximar das sociedades regionais e seus representantes, conhecer as dificuldades e
necessidades peculiares de cada estado
e promover uma ouvidoria aos neurocirurgiões atuantes nas diversas regiões
do país, a SBN iniciou um programa de
encontros regionais em todo o Brasil.
O primeiro ciclo de discussões
aconteceu no final de maio: Encontro
SBN Região Norte. Na ocasião, viajei
ao lado dos colegas José Marcus Rotta,
presidente da SBN, e Clemente Augusto de Brito Pereira, diretor de políticas
para o Amazonas e para o Pará, e tivemos a oportunidade de conhecer de
perto o dia a dia dos neurocirurgiões
instalados na região.
O foco inicial do trabalho está na
formação e no exercício profissional do
neurocirurgião, na sua possibilidade de
atualização em cursos locais ou a distância e no modelo de trabalho oferecido,
assim como nas condições de atendimento ao paciente e a remuneração praticada. É interessante conhecer também
as condições locais de formação dos
especialistas, a migração e a fixação dos
residentes pelas cidades, a adequação
dos serviços às urgências, às emergências
e aos tratamentos eletivos, o desenvolvimento tecnológico regional, as fontes
de remuneração dos médicos, a análise
da qualidade do exercício profissional e
outros assuntos pertinentes.
Essas informações, fornecidas pelas
sociedades regionais, permitem uma
atuação mais incisiva da SBN, que,
em parceria com a Associação Médica
Brasileira (AMB) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), passa a ter
mais poder na obtenção de melhorias e
soluções, negociando junto aos órgãos
públicos e empresas operadoras. Estas
entidades já mantêm encontros diretos
com o Ministério da Saúde e diversos
avanços foram alcançados nas tabelas
de remuneração do SUS (portaria SAS/
MS 189, de 27 de abril de 2011) e em
valores da CBHPM, na qual alguns códigos tiveram nova hierarquização.
A primeira etapa dos encontros na
região Norte aconteceu em 27 de maio,
no auditório do Cemom, onde estavam
presentes membros da Sociedade de
Neurocirurgia do Amazonas, presidida
por Carlos Michel Albuquerque Peres.
Na ocasião, pôde-se apurar que a Universidade Federal do Amazonas oferece
residência em Neurocirurgia pelo MEC
e já formou 14 especialistas, sendo que a
maioria trabalha na capital do estado. Os
treinamentos são realizados no Hospital
Universitário Getulio Vargas, que presta atendimento ao SUS, e no Hospital
Universitário Francisco Mendes, onde
se concentram os atendimentos de alta
complexidade. Pôde-se identificar, também, uma série de dificuldades, como a
falta de preceptores para o número de
cirurgias realizadas, a falta crônica de
leitos para atendimento eletivo no SUS,
conflitos com o gestor local na liberação
de verbas e procedimentos, falta de material, condições precárias e questões políticas que prejudicam o atendimento.
Na manhã seguinte, as discussões
continuaram, desta vez no auditório do
Hospital Porto Dias, em Belém (PA). Lá,
estiveram presentes membros da Sociedade de Neurocirurgia do Pará, presidida
por José Claudio Monteiro Rodrigues,
sócios da SBN e residentes, além de ter
contado com a participação de Albedy
Moreira Bastos, presidente da Academia
Brasileira de Neurocirurgia (ABNC).
Entre as informações obtidas no
encontro, destaca-se a residência em
Neurocirurgia iniciada em Belém pelo
MEC, em 2002, e pela SBN, em 2004,
formando um residente por ano. Os
treinamentos acontecem no Hospital
Ophi Loyola, que presta atendimento
ao SUS e aos funcionários públicos do
estado, mas que atualmente vive uma
crise política: o gestor local não paga os
materiais e as empresas param de fornecer, desqualificando a formação por
deficiência técnica.
No Pará, trabalham 28 neurocirurgiões, sendo três formados em Belém e os
demais 25 originários de outros estados.
São sete os hospitais (públicos ou particulares) que oferecem tratamentos neurocirúrgicos em diferentes graus de complexidade. O Hospital Porto Dias, que
atende pacientes particulares e conveniados, é um dos mais bem-equipados, contando com três aparelhos de ressonância
magnética, dois tomógrafos, UTI e capacidade de realização de procedimentos
endovasculares. Já nos demais hospitais,
as condições são bastante precárias e
deterioradas, dificultando a prestação
de um bom atendimento por parte dos
profissionais. Também foram relatadas as
características de atuação dos neurocirurgiões nas cidades de Santarém, Marabá,
Altamira e Tucurui, todas no Pará.
Independente do teor das informações
levantadas - infelizmente nem sempre
positivas, os encontros tiveram boa produtividade e possibilitaram a discussão de
questões de interesse dos neurocirurgiões
e da SBN. Os encontros devem continuar por todo o país para aprofundar nosso
conhecimento da realidade regional acerca de temas como exercício profissional,
condições locais de trabalho, fontes pagadoras e educação continuada.
| 29 | sBn Hoje
Além da Neurocirurgia
Labrador retriever e neurocirurgião:
grandes amigos
por Paulo Henrique Pires de Aguiar, membro do Kennel Clube de São Paulo, do Clube Paulista do Labrador, do Clube Gaúcho
do Labrador, do Midland Counties Labrador Retriever Club da Inglaterra e do Clube do Labrador da Escócia
Datas interessantes
1904 – O labrador é
reconhecido como raça na
Inglaterra
1916 – Fundação do Clube do
Labrador na Inglaterra
1917 – O labrador é
reconhecida como raça nos
Estados Unidos
1925 – Fundação do Clube do
Labrador Amarelo na Inglaterra
Eu e meu filho Pedro com a nossa labradora mais idosa, Tobbie. À direita, Oddbins, vindo do País de Gales
C
ompramos nosso primeiro labrador
em 1998, aqui no Brasil. Em 1999,
quando fui visitar um serviço no norte
da Inglaterra, pude observar que os labradores de lá eram mais pesados, calmos, e
menos agitados. Em 1999, importamos
nossos primeiros labradores e nos filiamos ao Kennel Clube de São Paulo, onde
hoje pertenço ao conselho do KCSP e do
Clube Paulista do Labrador. Desde esta
época, foram inúmeras as oportunidades
de conviver em família na presença desses
amigos que são os labradores e, sem dúvida, hoje, este plantel de 15 labradores faz
parte da minha vida e da vida dos meus
familiares. Vivem soltos na minha casa
e são muito educados, limpos, calmos e
não destroem as mobílias, como é costumeiro em outras raças.
Os labradores vêm de uma mistura de cães de água portugueses e
cães terra nova, que pescadores ingleses da região de Dorset e Devon
levavam para as pescarias no mar da
SBN Hoje | 30 |
Costa do Labrador, no Canadá. Este
período (século XIX) possibilitou
que o cão fosse levado para a Inglaterra por nobres para servir de companhia e para caça de aves, recuperando os espécimes abatidos (faisões,
Principais características
• Inteligência;
• Docilidade;
• Capacidade de adaptação;
• Bom farejador;
• Facilidade para treinamento;
• Alegria;
• Afeição natural;
• Desejo de agradar e dedicação
ao dono.
marrecos, patos etc.). No século XX,
se notabilizou como a raça canina
mais popular nos Estados Unidos,
adquirindo certas características ao
longo dos anos, como mais resistência e menor estatura do que o original encontrado na Inglaterra.
Pudemos participar de competições, formar vários campeões brasileiros, pan-americanos e formar
muitos amigos. Meus filhos puderam
viver com a afeição e o respeito pelos
animais. Isso dirime os efeitos do estresse de nossa profissão e atenua as
tristezas e pressões, além de contarmos com um amigo, o labrador.
Fazem parte deste universo neurocirurgiões amigos que conviveram
com labradores de nossa criação.
Tenho certeza de que, para moldarmos um mundo melhor, o respeito
à natureza e aos animais, bem como
a amizade dos mesmos, é imprescindível para nos humanizarmos.
Comunicado oficial
Recentemente, a imagem e participação de médicos ou de sociedades médicas em materiais publicitários foi
o questionamento em todas as mídias. Para esclarecer a questão, a SBN solicitou mais informações para a
Associação Médica Brasileira (AMB). Segue o comunicado oficial da instituição.
a) Art. 18 do Código de Ética Médica (CFM): É vedado ao médico desobedecer aos acórdãos e às resoluções dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina ou desrespeitá-los.
b) Art. 115 do CFM: É vedado ao médico anunciar títulos científicos que não possa comprovar e especialidade ou área
de atuação para a qual não esteja qualificado e registrado no CRM.
c) Art. 3º da Resolução CFM 1634/2002 : Fica vedado ao médico a divulgação de especialidade ou área de atuação que
não for reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina.
d) Art. 4º da Resolução CFM 1634/2002: O médico só pode declarar vinculação com especialidade ou área de atuação
quando for possuidor do título ou certificado a ele correspondente, devidamente registrado no CRM.
e) Itens “o” e “p” das normas orientadoras e reguladoras da Resolução CFM 1845/2008: O médico só poderá fazer divulgação e anúncio de até duas especialidades e duas áreas de atuação. É proibido aos médicos a divulgação e anúncio de
especialidades que não tenham o reconhecimento da Comissão Mista de Especialidades;
f ) Com base nos dados acima também as empresas e instituições de saúde não podem divulgar, anunciar ou vincular médicos a
especialidade para a qual ele não se encontra devidamente qualificado e registrado no CRM. Isto inclui, não só anúncios e propagandas, como livros de divulgação de médicos credenciados ou contratados, listas de especialistas e placas de consultórios.
g) Ainda com esses dados, entendemos que os concursos para contratação de médicos especialistas devem exigir a comprovação de que o mesmo é possuidor do respectivo título da AMB ou comprovante de término de programa de residência médica devidamente credenciado pela CNRM.
h) A autoridade responsável pela contratação, assim como o diretor médico da instituição, também poderá responder por
ofensa ao CFM, pelo descumprimento destas normas.
i) É conveniente que a Associação de Especialidade ajude no cumprimento das diretivas do CFM, denunciando os casos
de conduta contrária.
Diretoria de Políticas da SBN
Como funciona?
por Dr. Clemente Pereira
Diretor de Políticas da SBN
A atual presidência da SBN instituiu
a Diretoria de Políticas para coordenar
o expediente das comissões de ética e
de defesa profissional tratando os temas
desses setores com mais agilidade.
A preocupação é que problemas
com facetas comuns tenham encaminhamentos e se possível soluções mais
rápidas a despeito de sua complexidade,
oferecendo aos colegas o apoio que buscam da SBN no menor tempo possível.
Os associados que tenham dúvidas
ou dificuldades no exercício profissional e ético, ou se vejam envolvidos em
processos de responsabilidade civil,
podem contar com o auxílio dessas comissões para opiniões e pareceres.
Para o contato, enviem e-mails para
a secretária da diretoria sabrina@sbn.
com.br. Ela passará as orientações para
a resolução da questão apresentada. É
preciso lembrar que, principalmente,
temas que envolvam a Ética médica
serão tratados com o compromisso de
sigilo absoluto por parte da SBN.
Para que os colegas tenham noção
da importância das comissões de Defesa profissional e Ética, esta gestão
recebeu e encaminhou desde o seu
início 30 solicitações. Sendo quatro
de natureza ética, e as demais com assuntos direcionados à Defesa profissional.
Além do contato por e-mail, os colegas podem se dirigir aos coordenadores das comissões de Defesa profissional,
no caso Julio Meyer e da Comissão de
Ética, no caso Flávio Leitão de Carvalho. Ou até mesmo ao diretor de Políticas, Clemente Pereira. A defesa dos
interesses dos neurocirurgiões é preocupação maior da atual administração
da SBN.
| 31 | SBN Hoje
Campanha nacional da
carteirinha da válvula
Com o lema Hidrocefalia e DVP: informação rápida – melhor tratamento,
o coordenador do Grupo de Hidrodinâmica Cerebral do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) e do Grupo de Hidrocefalia
do HSPE, Fernando Campos Gomes
Pinto, inicia um movimento nacional
de conscientização da categoria.
A hidrocefalia é uma das doenças
mais tratadas pela Neurocirurgia
e, com o advento da neuroendoscopia, sempre que possível, o implante da DVP é evitado. Mesmo
assim, cerca de 70% dos casos de
hidrocefalia necessitam da válvula. “É o que temos observado em
nossa casuística nos últimos cinco anos. Precisamos fornecer para
todo paciente submetido à cirurgia
de derivação ventricular interna
um documento com as principais
informações da válvula. Este documento deverá sempre estar junto
do paciente, como ocorre com os
pacientes portadores de marca-passo cardíaco”, explica o médico.
Em uma emergência, o neurocirurgião
que fará o atendimento inicial terá acesso a todas as informações necessárias, o
que tornaria melhor o atendimento a
este paciente. “Este simples hábito, em
escala nacional, melhorará o tratamento
dos pacientes portadores de hidrocefalia
tratados com a famosa DVP”, afirma.
Nome do paciente
Idade
Telefone
Causa da hidrocefalia
Data do implante de válvula
Marca da válvula
Fixa Autorregulável Programável
Tipo de válvula
Pressão de abertura
Peritônio Pleura Átrio
Sítio distal do cateter
Taças:
para cada tipo de
vinho, um formato diferente
Especialistas recomendam beber
um cálice de vinho no almoço e no
jantar para benefício da saúde. Mas
você sabia que o recipiente pode fazer
toda a diferença? Cada taça tem sua
peculiaridade, uma vez que seu formato é desenvolvido em função das características de cada vinho e como ele
preenche os pontos sensoriais da boca.
É fundamental que a taça permita boa
oxigenação do vinho e, assim, libere
seus aromas de forma adequada.
“O importante no universo dos vinhos é bebê-los na taça certa. Para os
brancos, taças bojudas e hastes médias; para os tintos, taças altas com
a boca mais fechada. O vinho precisa de espaço nas taças para se arejar
e mostrar suas especiarias”, ensina
o enófilo Wilson Felipe. No ato da
degustação, nota-se a diferença pela
qual o vinho entra em contato com as
papilas gustativas, despertando nuances específicas.
Para isso, recomenda-se que ele seja
servido cerca de 150 ml (cerca de um
terço da taça) para que haja espaço
para o vinho “respirar”. Taça muito
cheia é sinal de deselegância e não
permite “circular” o vinho. A regra é
mais simples do que parece. Um apreciador da bebida precisa ter somente
quatro tipos de taça em casa: uma
para os brancos, que pode ser usada
também para os rosés; duas para os
tintos; e uma para os espumantes.
Faça um teste: experimente servir o
vinho em taça adequada e depois em
uma taça aleatória. Certamente você
poderá sentir uma nítida diferença,
seja no olfato ou na boca.
Cuidados com as taças
Um brinde!
Para lavá-las, recomenda-se água morna e uma quantidade mínima de detergente líquido. Com elas, todo cuidado é pouco. Se a taça não for bem enxaguada,
o produto pode alterar o sabor e o aroma do vinho e, no caso da champagne,
impedirá que se formem as borbulhas.
Independente do formato das taças,
a haste é um elemento importante na
degustação do vinho. Ela serve para que
você segure a taça de forma correta, sem
encher o bojo ou deixar marcas de dedos, por exemplo. E o principal: reduz
o aquecimento do vinho quando em
contato com a mão.
Há ainda outras regras mais do que essenciais: sempre enxaguar muito bem os
copos e depois secá-los com cuidado, preferencialmente com um pano de linho;
nunca secar segurando a base com uma mão e girando a taça com a outra em direções opostas; e, finalmente, guardar os copos em um local livre de odores.
Tipos de taças
1|Borgonha: usada para tomar
vinho tinto, que precisa de espaço
para respirar e exalar seus intensos
aromas e sabores. O bojo (copo) é
mais curto e largo e dá mais espaço para o oxigênio interagir com a
bebida e liberar seus aromas.
2|Bordeaux: esta também é
para a degustação de tintos. A
quantidade colocada no recipiente deve ser pequena para
que o vinho respire e “passeie”
pela taça ao ser girado.
3|Flauta: esta taça é chamada
de flutê (flauta, em francês) e
serve para concentrar as borbulhas dos espumantes. Ela é fina
e direciona a fervescência e os
aromas para o nariz e a boca.
3
1
2
4
4|Vinho branco: indicada para
a maioria dos brancos, que precisam de menos contato com o
oxigênio. Seu corpo é menor do
que o das taças para tinto. Pode
ser usada também para servir
vinhos rosés.
| 33 | SBN Hoje
Referência Bibliográfica: 1. Mehta MP, Buckner JC, Sawaya R, Cannon G. Neoplasms of the central nervous system. In: DeVita VT, Lawrence TS, Rosenbery SA, eds. Cancer Principles
and Practice of Oncology. 8th ed. Philadelphia, PA. Lippincott Williams & W. ilkins: 2008:1975-2032. 2. National Comprehensive Cancer Network. NCCN Clinical Practice Guidelines in
Oncology Central Nervous System Cancers. V.1.2010. Disponível em www.nccn.org. Acessado em 12 de agosto de 2010. 3. Bula de TEMODAL. Schering-Plough Produtos Farmacêuticos,
2010. 4. Stupp R, Hegi ME, Mason WP, et al. Effects of radiotherapy with concomitant and adjuvant temozolomide versus radiotherapy alone on survival in glioblastoma in a randomized
phase III study: 5-year analysis of the EORTC-NCIC trial. Lancet. 2009;10:459-466. 5. Diez BD, Statkevich P, Zhuy Y, et al. Evaluation of the exposure equivalence of oral versus intravenous
temozolomide. Cancer Chemother Pharmacol. 2010;65:727-734.
TEMODAL® (temozolomida). INDICAÇÕES: Tratamento de pacientes com glioblastoma multiforme recém-diagnosticado concomitante à radioterapia e posterior adjuvância; glioma
maligno (glioblastoma multiforme ou astrocitoma anaplásico) recidivante ou progressivo após terapia padrão; melanoma maligno metastático avançado. CONTRA-INDICAÇÕES:
Hipersensibilidade a componentes ou à dacarbazina; gravidez e lactação. PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS: Necessária profilaxia para pneumonia por Pneumocystis carinii sob regime
prolongado (42 dias de TEMODAL concomitante à radioterapia; período máximo de 49 dias). Observação cuidadosa de pacientes sob temozolomida se recebendo esteróides para o
desenvolvimento de pneumonia por Pneumocystis carinii. Frequente associação com náuseas e vômitos, portanto recomenda-se profilaxia antiemética para: glioblastoma multiforme
recém-diagnosticado, antes da dose inicial de TEMODAL (fase concomitante) e durante a fase adjuvante; glioma recorrente ou progressivo, antes de iniciar os ciclos de tratamento, se
ocorrerem vômitos severos (grau 3 ou 4). Parâmetros laboratoriais: Antes da administração, são necessários os seguintes parâmetros laboratoriais: contagem absoluta de neutrófilos
(CAN) > 1,5 x 109/L e plaquetas > 100 x 109/L. Hemograma completo no dia 22 (21 dias após 1a dose) ou dentro de 48 horas após os 21 dias e, semanalmente, até CAN > 1,5 x 109/L e
plaquetas > 100 x 109/L. Se CAN < 1,0 x 109/L ou plaquetas < 50 x 109/L (qualquer ciclo), reduzir a dose no ciclo seguinte (menor dose recomendada: 100 mg/m2). Disfunção renal ou
hepática: Desnecessário reduzir dose, entretanto, é necessária atenção especial. Uso pediátrico: Glioblastoma multiforme: Não existe experiência clínica em crianças acima de 3 anos de
idade e há poucos estudos em crianças maiores de 3 anos de idade. Melanoma: Não há experiência em crianças menores de 18 anos de idade. Uso em Pacientes Idosos: Em pacientes
maiores de 70 anos de idade, parece aumentar o risco de neutropenia e trombocitopenia. Gravidez e Lactação: Não deve ser normalmente administrado em mulheres grávidas (alerta para
pacientes homens em relação às parceiras). Controle de fertilização durante e até 6 meses após a interrupção do tratamento. Não deve ser administrado sob amamentação. INTERAÇÕES
MEDICAMENTOSAS: O ácido valpróico pode resultar em pequena (estatisticamente significante) redução da depuração de temozolomida. Aumento de risco de mielossupressão se
associado com outros agentes mielossupressores. Como a atividade de TEMODAL está mais relacionada com a AUC do que com os picos de concentração, o efeito do alimento não
tem relevância clínica. REAÇÕES ADVERSAS: Glioblastoma multiforme recém-diagnosticado: Fase concomitante: leucopenia, linfopenia, neutropenia, trombocitopenia, alterações
metabólicas e nutricionais, alterações psiquiátricas, alterações do sistema nervoso, visão turva, dificuldade na audição, alterações vasculares, tosse, dispnéia, alterações gastrintestinais,
alterações cutâneas, alterações músculo-esqueléticas e do tecido conjuntivo, alterações renal, alterações gerais e no local da administração, alterações laboratorias. Fase adjuvante: além
das anteriores: infecções. Glioma maligno recorrente ou progressivo ou melanoma maligno: náuseas e vômitos são mais freqüentes. fadiga, constipação, cefaléia, anorexia, diarréia,
erupção cutânea, febre, astenia, sonolência, dor abdominal, dor, tontura, perda de peso, dispnéia, alopecia, rigidez, prurido, mal-estar, dispepsia, alteração do paladar, parestesia e
petéquias. Reações alérgicas (ex.: anafilaxia), eritema multiforme. Infecções por agentes oportunistas (Ex: Pneumocystis carinii). Síndrome mielodisplásica e neoplasias secundárias.
Laboratoriais: Trombocitopenia e neutropenia (podem ocorrer casos graves de hospitalização e/ou descontinuação). Mielossupressão previsível (normalmente dentro dos primeiros
ciclos; nadir entre 21º-28º dia de tratamento) com recuperação rápida (1-2 semanas) e sem evidência cumulativa. Pancitopenia (prolongada podendo resultar em anemia aplástica),
leucopenia e anemia. TEMODAL pó liofilizado para injeção fornece dose de temozolomida e exposição equivalentes à temozolomida e MTIC das cápsulas de TEMODAL correspondentes.
Os eventos adversos provavelmente relacionados com o tratamento e que foram relatados nos dois estudos com a formulação IV (n = 35) e que não foram relatados em estudos usando
o TEMODAL cápsulas foram os seguintes (observados no local da infusão): dor, irritação, prurido, rubor, tumefação e eritema, assim como hematoma. POSOLOGIA: Glioblastoma
multiforme recém-diagnosticado: Adultos: Fase concomitante: 75 mg/m2/dia, VO, 6 semanas (42 dias) associada à radioterapia (60 Gy administrado em 30 frações) seguida de adjuvância.
Interrupção e descontinuação conforme tolerância do paciente (vide bula). Fase adjuvante: 4 semanas após a Fase anterior (com RXT): 150 mg/m2/dia, 5 dias (23 dias sem tratamento), 6
ciclos (pode ocorrer aumento da dose no 2º ciclo para 200 mg/m2/dia, conforme a toxicidade hematológica). Controle hematológico no dia 22. Glioma maligno recorrente ou progressivo
ou melanoma maligno: Adultos: Sem prévia quimioterapia: 200 mg/m2/dia, VO, 5 dias (ciclos de 28 dias). Quimioterapia prévia: 150 mg/m2/dia (pode ocorrer aumento no 2o. ciclo
para 200 mg/m2/dia, proporcionando contagem absoluta de neutrófilos * 1,5 x 109/L e plaquetas * 100 x 109/L no dia 1 do ciclo seguinte. Modificação da dose: basear-se na toxicidade
conforme o nadir CAN ou contagem de plaquetas. Crianças com 3 anos ou maiores: Sem prévia quimioterapia: 200 mg/m2/dia, VO, 5 dias (ciclos de 28 dias). Quimioterapia prévia: 150
mg/m2/dia, 5 dias (pode ocorrer aumento no 2º ciclo para 200 mg/m2/dia, se não toxicidade hematológica). O tratamento pode continuar até a progressão da doença (máximo: 2 anos).
Administração em jejum (mínimo: 01 hora antes da refeição). Profilaxia antiemética antes ou após TEMODAL. Se ocorrerem vômitos após a administração de TEMODAL, não administrar
a segunda dose neste dia. Não abrir ou mastigar as cápsulas. Engolir inteira com água. Se houver dano à cápsula, evitar contato do pó com a pele ou com as membranas mucosas. Como
não existem informações sobre a compatibilidade de TEMODAL pó para injeção com outras substâncias ou aditivos de uso intravenoso, outros medicamentos não devem ser infundidos
simultaneamente na mesma linha de infusão intravenosa. Recorra à bula do produto para informação sobre: Redução ou descontinuação de doses de TEMODAL frente à toxicidade
hematológica (na Fase com radioterapia concomitante) – Tabela 1/Redução ou descontinuação da dose durante a fase adjuvante - Tabelas 2 e 3/Superde. MS 1.6614.0009. VENDA SOB
PRESCRIÇÃO MÉDICA. USO ADULTO E/OU PEDIÁTRICO (ACIMA DE 3 ANOS). AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. MATERIAL DESTINADO
A PROFISSIONAIS HABILITADOS A PRESCREVER E DISPENSAR MEDICAMENTOS. Recorra à bula do produto para maiores informações. (MB-temodal15)
DENTRE AS INFORMAÇÕES CITADAS EM BULA, RESSALTAMOS QUE ESTE MEDICAMENTO É CONTRAINDICADO PARA PACIENTES COM HIPERSENSIBILIDADE A
QUALQUER COMPONENTE DO PRODUTO. O ÁCIDO VALPROICO PODE RESULTAR EM PEQUENA REDUÇÃO DA DEPURAÇÃO DA TEMOZOLOMIDA.
TEMODAL® é um medicamento. Durante seu uso, não dirija veículos ou opere máquinas, pois sua agilidade e atenção podem estar prejudicadas.
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IMPRESSO SETEMBRO/2010
D
A
q
O padrão de
tratamento,
agora também
na apresentação
intravenosa
1,2,5
Disponível em mais de uma apresentação 3
Eficácia e farmacocinética consistentes e confiáveis, equivalentes em ambas as apresentações 5
A proporção de pacientes com sobrevida de 5 anos foi de 84% no grupo
que recebeu TEMODAL + RT vs. 16% no grupo que recebeu RT isolada 4
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