Uma nova proposta de regionalização do Nordeste Na tradição da

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Uma nova proposta de regionalização do Nordeste
Na tradição da Geografia regional do Brasil, o Nordeste possui quatro unidades subregionais: Zona da Mata, Agreste,
Sertão e Meio-Norte (Transição para a Amazônia). Os nomes indicam que o critério utilizado na operação de
regionalização sofreu forte influência da análise das características naturais, em especial as climato-botânicas, e das
atividades econômicas históricas. Entretanto, nas últimas décadas, o Nordeste vem sofrendo os impactos do
processo de globalização e conhecendo profundas transformações econômicas. Tais mudanças solicitam uma nova
divisão subregional, capaz de captar o dinamismo recente e o caráter mais complexo e diferenciado desse espaço
regional do país.
Diante do anacronismo da divisão tradicional, com base em dados e estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), órgãos do governo federal elaboraram uma
nova divisão subregional. A proposta não deixou de levar em conta os critérios climato-botânicos, expressos pela
permanência parcial dos nomes Mata, Agreste e Sertão. Mas ela acrescentou outros, como a subregião do Cerrado,
e articulou também o “fator” hidrográfico, ressaltando o papel dos rios São Francisco e Parnaíba, que funcionam
como elementos de identificação de espaços subregionais. O resultado são nove regiões geoeconômicas: LitoralMata, Pré-Amazônia, Parnaíba, Sertão Setentrional, Sertão Meridional, São Francisco, Agreste Oriental, Agreste
Meridional e Cerrado, como pode ser visto no mapa abaixo.
O Litoral-Mata abrange áreas de todos os estados, numa faixa que engloba a “antiga” Zona da Mata mais o litoral
setentrional do Nordeste. Ela compreende quase metade da população regional, é a mais importante das subregiões
e gera quase dois terços do PIB nordestino. Nesta área localizam-se todas as capitais nordestinas, com exceção de
Teresina, e também as maiores concentrações urbano-industriais – inclusive Salvador, Recife e Fortaleza, as três
maiores regiões metropolitanas. O turismo é a atividade responsável pela atração de um número cada vez maior de
pessoas e figura, ao lado de expressivos investimentos externos, como fonte do dinamismo econômico. A porção
baiana do Litoral-Mata, onde estão o Pólo Petroquímico de Camaçari e o Distrito Industrial de Aratu, abriga quase
13% da população e gera mais de 20% do PIB regional.
A Pré-Amazônia se estende pela porção oeste do Maranhão e corresponde em grande parte ao “antigo” Meio-Norte.
Ela abriga cerca de 6% da população e produz pouco mais de 3% do PIB regional. A baixa densidade econômica da
área poderá ser dinamizada através da agricultura diversificada de grãos, fruticultura tropical (caju) e da recuperação
e manutenção de pastagens. Há também possibilidades relacionadas à implantação de indústria florestal moderna e
sustentável.
A subregião Parnaíba abrange áreas do Maranhão e o Piauí. É uma das menores sub-regiões, concentra 4,6% dos
nordestinos e seu PIB equivale a pouco mais de 3% do total. O principal núcleo da área é Teresina, principal
aglomeração urbano-industrial do interior nordestino.
O Sertão Setentrional é a mais extensa das subregiões, estendendo-se por áreas de todos os estados, à exceção do
Maranhão, Bahia e Sergipe. É a segunda subregião mais populosa e gera o segundo maior PIB regional (8,3%). Existe
na área uma clara distinção entre os “novos” e “velhos” Sertões. Os primeiros estão representados, por exemplo,
pelas cidades cearenses de Sobral e Crato, onde se localizam modernas indústrias de calçados. Os segundos, pela
agricultura e pecuária extensiva, atividades tradicionais do semi-árido.
O Sertão Meridional compreende apenas áreas da Bahia e Sergipe. A subregião concentra pouco menos de 6% da
população e seu PIB não chega a 3% do total do Nordeste.
A subregião do São Francisco abrange áreas da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Abriga 4% da população e seu
PIB equivale a 3,6% do total regional. Economicamente, é uma das subregiões com maior crescimento recente. A
fruticultura irrigada de alto nível tecnológico tem nas cidades “gêmeas” de Juazeiro (BA) e, principalmente, Petrolina
(PE) seus núcleos mais importantes. Pernambuco se tornou o segundo maior produtor de vinho do país.
O Agreste Oriental é a menor das subregiões, projetando-se por áreas do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco
e Alagoas. É a terceira mais populosa e responsável por mais de 5% do PIB nordestino. Campina Grande (PB) e
Caruaru (PE), as “capitais do Agreste”, com suas indústrias têxteis e de calçados e centros avançados de pesquisas,
destacam-se como os mais importantes núcleos urbanos.
Já o Agreste Meridional se estende por parte dos estados de Sergipe e Bahia. Na subregião se encontra quase 8% da
população e seu PIB equivale a 5,7% do total regional. Nesta área, destacam-se as cidades baianas de Feira de
Santana e Vitória da Conquista.
Por fim, a subregião do Cerrado abrange áreas da Bahia, Maranhão e Piauí. É segunda maior em extensão, a menos
populosa, e a que possui menor participação no PIB (2,8%). Paradoxalmente, apresenta os maiores ritmos de
crescimento nos últimos anos. A expansão da cultura mecanizada de grãos, especialmente soja e milho,
acompanhada pela criação de bovinos, decorre da ação de empresários rurais transferidos do Sul e do Sudeste. As
cidades de Barreiras e Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia, Elizeu Martins, no Piauí, e Balsas, no Maranhão, são os
pólos dessa área.
Fonte: http://www.clubemundo.com.br/pages/Integra.aspx?materia=1179
- Com base no texto, responda:
1) Apresente quais são os critérios adotados para criar a regionalização tradicional das sub-regiões Nordestina e essa
nova proposta de regionalização.
2) Quais são as principais diferenças entre regionalização tradicional das sub-regiões Nordestina e essa nova
proposta de regionalização.
3) Apresente as principais características econômicas dessa nova regionalização.
4) leia a noticia publicada no jornal Estadão, e depois responda:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,reino-de-mapitoba,1031544,0.htm
a) Em qual sub-região Nordestina (nova classificação), essa reportagem faz menção?
b) Apresente as principais características dessa reportagem, associado ao Nordeste.
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