NATAL: É preciso sonhar Vivemos numa realidade marcada pela corrupção, violência, sofrimento e situações de antivida. Mas ao mesmo tempo, estamos buscando saúdas para essas encruzilhadas a nossa civilização. Ao mesmo tempo, falamos em saúde, amor, relacionamento humano, solidariedade, ética, bioética, cidadania , equipe multidisciplinar, etc. É o eterno sonho de que tudo isso nos trará qualidade de vida. O ser humano é um sonhador, ser feliz, ter faz, fazer amigos, encontrar a pessoa certa. Sonhar com uma família, com um bom emprego, com melhores salários, em um carro novo, em conhecer outro lugares, ganhar na loteria ; sonha até algum dia vencer a própria morte. Enfim, sonha com coisas que parecem impossíveis de se tornarem realidades. O Natal é o “sonho” de Deus de uma vida melhor para seus filhos. O sonho que não decepciona, pois é gerado dentro de uma promessa de libertação garantida pelo próprio criador, DEUS. Esse “sonho” torna-se realidade na pessoa de Jesus, que vem não apenas em proveito de alguns, mas para que todos possam viver bem. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. (Cf Jo 10-10). A cada ano que chega ao fim, nós avaliamos o passado, e renovamos nossos sonhos. Pois o Natal é mais do que nunca tempo de sonhar. Você já pensou qual é seu maior sonho para o ano que começa? O que eu sonho para aquelas pessoas da quais, direta ou indiretamente sou responsável? Para aquelas que não conheço, mas sei que precisam de ajuda? Para aquelas com quem convivo diariamente? Para aquela que procuro ajudar em meu trabalho pastoral? Para aquelas que não consigo amar como deveria? Você já pensou? Você pode sonhar. Embora muitas vezes seja difícil sonhas, principalmente onde os meus sonhos são contrários ao daqueles que comigo convivem e trabalham. Mas, sonhar é preciso! Pois onde não há sonho, não há esperança e nem realizações. Jesus Cristo, razão de ser do Natal, também sonhou com um mundo melhor, e até deu sua vida para que este sonho se realizasse. Por isso, neste Natal, como você faz todos os anos, continue sonhando e acreditando que o próximo ano será melhor. Sim, porquê um dia, este sonho se tornará realidade. O AGENTE DE PASTORAL E O PESSOAL DO HOSPITAL IR. GEMA DESTÉFANI O bem do doente depende de uma associação de esforços de todos os que estão empenhados na sua assistência: médicos, enfermagem, administração, todas as equipes de serviços, voluntários, etc. Por isso a Pastoral da Saúde deve da uma atenção especial a todo o pessoal do hospital. Os doentes mudam com freqüência, porém o pessoal é mais estável. Acreditamos que ajudamos o doente, ajudando o pessoal. Algumas dificuldades que os agentes de Saúde podem ter com o pessoal do hospital horizontes pastorais limitados; falta de confiança em si mesmos ou no sentido do seu próprio trabalho; pessimismo quanto à utilidade em investir neste apostolado; falta de iniciativa ou criatividade; pouco conhecimento e entrosamento como pessoal; tendência a tudo julgar ou generalizar. Algumas dificuldades que o pessoal do hospital pode ter em relação à pastoral falta de embasamento religioso; dificuldade com o linguajar religioso; falta de motivação para o próprio trabalho; problema tempo; individualismo ou pouco caso; prioridades diferentes; distanciamento profissional. PISTAL CONCRETAS PARA UMA RELAÇÃO DE AJUDA COM O PESSOAL DO HOSPITAL O agente de Pastoral tem oportunidade de ser no hospital, junto a todo pessoal, uma presença simbólica, educativa, curadora, harmonizante, animadora. 1) Presença Simbólica Sensibilidade para a dimensão global no serviço ao doente. Pode fazê-lo através de: - encontros, reuniões, estudos com as chefias de setores, funcionários novos, pessoal das diversas unidades. - Fazendo-se conhecer aos outros, através de encontros informais, participando de momentos de lazer, refeições. - Marcarndo presença nos locais críticos como: Pronto Socorro, UTI, hemodiálise, doentes terminais. - Paticipando de encontros inter-setoriais; - Presidindo momentos litúrgicos (missas, cultos, unções dos enfermos e suscitanto momentos de oração e reflexão). 2) Presença Educativa Acontece quando o agente se coloca à disposição para colaborar nos programas de formação. Por exemplo: - colocar nos projetos de formação; - fazer propostas de projetos de formação específica; - dar pequenas palestras, ou fazer encontros participativos obre assuntos de interesse humano, ético, pastoral; - promover a animação de encontros e de grupos. 3) Presença Curadora Acontece quando o agente de saúde escuta, dialoga, esclarece situações, ajuda a enfrentar problema que o pessoal pode estar vivendo a nível: - Pessoal: problemas íntimo, conflitos com familiares; - Interpessoal: dificuldades de relacionamento com colegas, doentes, familiares; - Ético-moral: problemas de separação, divórcio, abortos; - Religioso: as grandes interrogações sobre Deus, sofrimento,morte; 4) Presença Harmonizante É um dever do agente de pastoral construir a unidade na diversidade dos carismas e dos dons, em benefício da comunidade hospitalar. Para isso ele deve respeitar, colaborar e servir-se de outras organizações que poderá haver no hospital. Por exemplo: - o conselho de pastoral; - a equipe de apoio da pastoral; - a capelania; - os voluntários; - as comissões de bioética; - outras equipes 5) Presença Animadora O agente de pastoral procura animar todos os serviços para que cresça sempre mais a responsabilidade, a sensibilidade e o respeito diante da vida. Para isso ele deve testemunhar com a prática aquilo que prega em palavras; e ter coragem de denunciar as injustiças, sendo voz dos que não tem voz, levantando questionamentos e reflexões humanas, éticas e religiosas. Agente de pastoral, se você tentar ser essa presença nas instituições em que você realiza sua missão, estará sem dúvida, contribuindo para a renovação das pessoas e das estruturas. CARTA DA 10ª CONERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE Os delegados participantes da 10ª Conferência Nacional de Saúde, instância máxima de formulação participativa da política nacional de saúde e conquista essencial do movimento pela democratização da saúde no país, realizada entre os dias 2 e 6 de setembro, torna pública a “Carta da 10ª Conferência Nacional da Saúde”: A despeito dos avanços institucionais e democráticos, as condições sanitárias e a instituições de saúde continuam em grave crise no Brasil. No centro desse processo de setor saúde encontramos a política econômica de cunho neoliberal implementada pelo governo federal e parte dos governos estaduais. Imposta por países e organismos internacionais e pela elite financeira nacional, desenvolve-se esta nefasta política que produz: dependência e endividamento interno e externos, empobrecimento, desemprego, quebra de direitos trabalhista, exclusão social, violência, doença e morte. Sob o discurso da “modernização” estabelece-se, de fato, o “Estado mínimo” para as políticas sociais, e o “Estado máximo” para o grande capital financeiro nacional e internacional. Esta é a lógica que encontra-se por trás do atual projeto de Reforma Administrativa e do Estado, que transfere para as lei de mercado e órgãos privados, a responsabilidade de atender os direitos de cidadania. A nossa “modernização” e a nossa reforma administrativa e do estado são outras: não abrem mão do controle da inflação, mas não abrem mão, também, do avanço das políticas sociais de proteção pública da cidadania e da retomada do desenvolvimento sócioeconômico, de melhor distribuição da renda e do acesso universal a todos o serviços que garantem a qualidade de vida e bons níveis de saúde. Através do processo de descentralização e consolidação da municipalização plena da saúde e a regionalização dos serviços, o SUS vem permitindo nas cidades que avançam na aplicação de seus princípio e diretrizes, a reversão de indicadores, a resolução dos problemas de saúde e a satisfação da população, provando sua viabilidade. O SUS represente o exemplo mais importante de democratizações do estado, em nosso país. Reafirmamos o SUS como garantia, a toda a população, do aceso às ações de prevenção, promoção, assistência e reabilitação da saúde. O texto constitucional de 1988 consagra a saúde como produto social, portanto, resultante de um conjunto de direitos que envolvem o emprego, o salário, a habitação, o saneamento, a educação, o transporte, o lazer, etc. Torna-se necessário uma nova cultura de intervenções com fortalecimento de ações intersetoriais, com participação da sociedade, parcerias e solidariedade, que dependem, também, de soluções urgentes a fatores da redistribuição de renda, de políticas urbanas adequadas, de geração de emprego e reforma agrária imediata. A construção de um novo modelo de atenção à saúde passa, necessariamente, pela maior autonomia dos municípios, das regiões e pela reafirmação da participação popular e o controle social com conselhos paritários, tripartites e deliberativos para que o SUS, cada vez mais, dê certo. Neste sentido destacamos: exigir a manutenção do princípio e conteúdo constitucional da Seguridade Social, incluindo solidariamente Saúde, Previdência e Assistência Social. Repudiamos qualquer alteração constitucional que significa retrocesso na conquista da cidadania e dos direitos sociais; Deflagração de ampla mobilização popular pela imediata aprovação do Projeto de Emenda à Constituição – PEC 169, que garante 30% dos recursos da Seguridade Social e, no mínimo, 10% do orçamentos da União, estados e municípios para a saúde. Ampliação da base de arrecadações da Seguridade Social com fontes permanentes de financiamento; Rejeitar qualquer tentativa invalidação do Fundo Nacional de Saúde, já regulamentado pela Lei Federal 8.142/91. Garantir o fim das fraudes e dos de verbas através da efetiva fiscalização dos Conselhos de Saúde e a descentralização da gestão e controle em todos os níveis de complexidade dos serviços; Exigir a imediata discussão do projeto de Reforma do Estado do MARE, no âmbito dos Conselhos de Saúde Nacional, estadual e Municipais e a revisão de todas as propostas que ferem os princípios e diretrizes do SUS: Contra os modelos alternativos que se resumem na simples privatização da gestão das unidades públicas como é o caso das fundações privadas e do PAS, que desviam recursos públicos para o lucro de poucos e prejuízos dos interesses da população, além de romperem direitos trabalhistas e fugirem dos princípios de direito público; Estabelecer, imediatamente, uma agenda de prioridades para a implantação de política de recursos humanos coerentes com os princípios e diretrizes do SUS, que valorize o trabalho na sua qualidade e seus resultados para a população, rompendo a atual situação perversa de má remuneração e não incentivo à qualificação e que construa um pacto ético e solidário entre os gestores, os trabalhadores de saúde e a população. Tendo como pano de fundo a necessidade de intensa mobilização e participação popular e a expressão combativa dos participantes na 10ª Conferência Nacional de Saúde, fica reafirmado, como decisivo, o caráter intangível desta Conferência, de instância máxima de avaliação da situação da saúde e de formulação de diretrizes para a política nacional de saúde. Ao governo cabe, agora, sem maiores delongas, comprometer-se publicamente com a implementação das suas resoluções, que terão conseqüência prática na medida em que haja um efeito compromisso dos gestores em todos os níveis e o controle social exercido democraticamente pelos conselhos de saúde em todo o país. Brasília, 06/09/1996 DEUS Passei tanto tempo Te procurando. Não sabia onde estavas, Olhava para o infinito, não Te via. E pensava comigo mesmo, será que Tu existes? Não me contentava na busca e prosseguia, Tentava Te encontrar nas religiões e nos templos. Tu também não estavas. Te busquei através dos sacerdote e pastores, Também não Te encontrei Senti-me, só, vazio, desesperado e descri. E na descrença Te ofendi, E na ofensa tropecei, E no tropeço cai, E na queda senti-me fraco, Fraco procurei socorro No socorro encontrei amigos Nos amigos encontrei carinho No carinho eu vi nascer o amor Com amor eu vi um mundo novo E no mundo novo resolvi viver O que recebi, resolvi doar Doando alguma coisa muito recebi E em recebendo senti-me feliz E ao ser feliz, encontrei a paz E tendo paz foi que enxerguei Que dentro de mim é que Tu estavas E sem procurar-Te Foi que Te encontrei Pedi-Te tudo para gozar a vida E Tu me deste a vida para gozar de tudo. V JORNADA MUNDIAL DO ENFERMO 11 DE FEVEREIRO DE 1997 1. A própria Jornada Mundial do Enfermo será celebrada aos 11 de fevereiro de 1997 no Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Portugal. O lugar escolhido tem muito significado para mim. Com efeito, fiquei muito grato ao visitá-lo no aniversário do atentado a minha pessoa na Praça de São Pedro, para agradecer a divina Providência, já que por seu inescrutável desígnio, esta ocorrência dramática coincidiu misteriosamente com o aniversário da primeira aparição da Mãe de Jesus, aos 13 de maio de 1917, na Gruta de Iria. Portanto, alegro-me que seja em Fátima a celebração oficial de uma Jornada como a do Enfermo, que tanto amo. Ela será para cada um, ocasião propícia de se colocar à escuta da mensagem da Virgem, que tem como ponto fundamental “o chamado para a conversão e a penitencia”, como pede o Evangelho. Esta convocação foi lançada no início do século XX e foi dirigida especialmente a este tempo. Ao aparecer, a Senhora da mensagem leu com especial perspicácia “os sinais dos tempos, os sinais de nosso tempo”(Alocução em Fátima, 13 de maio de 1982, em Ensino V/2 (1982), p. 1580). Se escutarmos a Virgem Santíssima, ser-nos-á possível descobri de modo vivo e comovedor sua missão no mistério de Cristo e da Igreja: missão que encontramos no Evangelho, quando Maria anima a Jesus para iniciar os milagres, dizendo aos servos durante a festa nupcial em Caná da Galiléia: “Fazei tudo o que ele vos disser” ( João 2,5). Em Fátima, ela é eco de uma palavra especial pronunciada pelo Filho no início de sua missão pública: “O tempo chegou; convertei-vos e crede na Boa Nova”( Mc 1,15). O convite insistente de Maria Santíssima para que façamos penitência é a manifestação de sua preocupação materna pelo futuro da família humana, necessitada de conversão e perdão. 2. Em Fátima, Maria é portadora também de outras palavras do filho. Na Gruta de Iria ressoa, de modo especial, o convite de Cristo: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e esgotados, e eu vos aliviarei”(Mt 11,28). As multidões de peregrinos que, de todas as partes do mundo, chegam a essa terra bendita, não são por acaso um eloqüente testemunho da necessidade de consolo e alívio que inúmeras pessoas experimentam na própria vida? Sobretudo, os sofredores é que são atraídos ante a perspectiva do “alívio!” que o Médico Divino é capaz de dar a quem recorre a Ele com confiança. Em Fátima este alívio está presente: às vezes como cura física, quando em sua providência Deus liberta da enfermidade; e mais freqüentemente, o alívio espiritual, quando a alma, invadida pela luz interior da graça, encontra a força para aceitar o peso doloroso da enfermidade transformando-a, mediante a comunhão com Cristo, servo sofredor, em instrumento de redenção e de salvação para si para os irmãos. A voz materna de Maria nos indica a direção que devemos seguir neste difícil caminho, pois na história e na vida da Igreja, e particularmente em nosso tempo, Maria continua repetindo as palavras: “Fazei tudo o que ele vos disser”. 3. O Dia Mundial do Enfermo é uma ocasião preciosa para voltar a escutar e acolher a exortação da Mãe de Jesus a quem , ao pé da Cruz, foi confiada a humanidade ( Jo 19, 25-27). O Dia, situa-se no primeiro na do “tríduo” preparatório do Grande jubileu do Ano2000: um ano completamente dedicado a reflexão obre Cristo. Esta reflexão sobre a centralidade de Cr isto “não pode ser separada do reconhecimento do papel desempenhado por sua Santíssima Mãe...Maria, dedicada constantemente a seu Divino filho, se propõe a todos os cristãos como modelo de fé vivida” ( Carta Apostólica, Tertio Millennio Adveniente, n.43). A exemplaridade de Maria tem sua expressão mais elevada no convite para contempla o crucifixo e aprende nele que, ao assumir totalmente a condição humana, Jesus quis oferecer -se voluntariamente para carregar nossos sofrimentos e oferecer-se ao Pai como vítima inocente para a humanidade e para nossa salvação, “com profundo clamor e lágrimas! ( Hb 5,7). Deste modo Ele redimiu o sofrimento, transformando-o em dom de amor salvífico. 4.Queridos irmãos e irmãs, que sofreis no espírito e no corpo! Não cedais antes a tentação de considerar a do como experiência unicamente negativa, até o ponto de duvidar da bondade de Deus. Cada enfermo encontra em Cristo sofredor o significado de seus padecimentos. O sofrimento e a enfermidade pertencem à condição do homem, criatura frágil e limitada, marcada desde o início pelo pecado original. Sem dúvida, em Cristo morto e ressuscitado a humanidade descobre uma nova dimensão de seu sofrimento: em vez de ser uma derrota, sofrimento se manifesta como ocasião propícia para oferecer um testemunho de fé e de amor. Amados enfermos, sabeis encontrar no amor “o sentido salvífico de sua dor e as respostas válidas a todas as interrogações” (Carta A. Salvifici Doloris, n. 312). A vossa missão é de altíssimo valor tanto para a Igreja como para a sociedade. “Vós que carregais o peso do sofrimento estais nos primeiros postos que correspondem aos que o Senhor ama. Do mesmo modo, como Ele fez com todos os que encontrou nos caminhos da Palestina: Jesus os acolheu com imensa ternura. Seu amor nunca diminuirá” (Discurso aos enfermos e aos que sofrem, Tours, 21 de setembro de 1996, e, em L’Osservatore Romano 23/24 de setembro de 1996, p. 4)... Sede testemunhos generosos deste amor privilegiado através do dom de vosso sofrimento, de grande alcance para a salvação do gênero humano. Sem dúvida, a enfermidade e o sofrimento são um limite e uma prova a mente humana. Mas, à luz da Cruz de Cristo, são um momento privilegiado de crescimento na fé e um instrumento precioso de contribuição, na união com Jesus Redentor, à realização do projeto divino da salvação. 5.Na página evangélica que se refere ao juízo final, quando “o Filho do Homem virá em sua glória acompanhado de todos seus anjos” (Mt 25,31), encontramos os critérios segundo aos quais se pronunciará o julgamento. Com bem sabemos, estes critérios estão reunidos na solene afirmação conclusiva: “Em verdade vos digo que tudo quanto fizestes a um destes meus irmãos mais pequeno, a mim o fizestes”(Mt 25,40). Nestes “irmãos mais pequenos” estão incluídos os enfermos (cf. Mt 25,36), freqüentemente sozinho e marginalizados pela sociedade. A sensibilização da opinião pública para com eles é uma das finalidades principais da celebração do Dia Mundial do Enfermo: estar perto de quem sofre, para que faça frutificar seu sofrimento inclusive através da ajuda dos que estão a seu lado para curá-lo e assisti-lo: este é o compromisso a que nos chama a jornada. Seguindo o exemplo de Jesus, é preciso que nos aproximemos do homem que sofre como “bons samaritanos”. É necessário aprender a “servir nos homens o Filho do Homem”, como dizia o Beato Luiz Orione (Cf. Scritti 57, 104). É necessário saber ver com os olhos solidários os sofrimentos dos próprios irmãos, não “passar ao lado”, ma tornar-se “próximo”, detendo-se junto a eles, com gestos de serviço e de amor que buscam a saúde integral da pessoa humana. Uma sociedade se qualifica graças aos cuidados que presta a quem sofre e pela atitude adotada para com eles. No mundo em que vivemos, inúmeros seres humanos estão à margem do amor e da comunidade familiar e social. Aparecendo em Fátima a três pobres pastorinhos para transformá los em anunciadores da mensagem evangélica, a Virgem Santíssima quis renovar seu libertador Magnificat, como voz “dos que não aceitam passivamente a circunstâncias adversas da vida pessoal e social, nem são vítimas da ‘alienação’ – como se diz hoje – mas proclamam com Ela que Deus exalta aos humildes e, se for o caso, derruba os poderosos de seu trono” (Homilia no Santuário de Zapopan, 30 de janeiro de 1979, em Ensino II/1 [1979], p.295). 6.Portanto, também nesta circunstância renovo o apelo aos responsáveis dos poderes públicos, às organizações sanitárias internacionais e nacionais, aos agentes sanitários, às associações de voluntariado e a todos os homens de boa vontade, para que se unam no compromisso da Igreja que, aderindo ao ensino de Cristo, deseja anunciar o evangelho mediante o testemunho do serviço junto aos que sofrem. A Virgem Santíssima, que em Fátima secou tantas lágrimas, nos ajude para transformar este Dia Mundial do Enfermo num momento qualificado de “nova evangelização”. Com estes desejos, invoco sobre as iniciativas promovidas por ocasião desta Jornada, a proteção materna de Maria, Mãe do Senhor e nossa mãe, muita força aos enfermos, aos familiares, aos agentes sanitários, aos voluntários e a todos os que estão ao vosso lado com espírito de solidariedade em vossos sofrimentos, minha benção afetuosa. Vaticano, 18 de outubro de 1996 JOÃO PAULO II