1 MASPP APLICADO NO ATINGIMENTO DE METAS DE REDUÇÃO DE PERDAS D’ ÁGUA E DE FATURAMENTO TEMA V Mário Augusto Bággio Rua Fioravante Dalla Stella, 66 – conjunto 223/18. Tel. /Fax (0**41) 3264–1154–E-mail: [email protected] Bairro Cristo Rei – Curitiba – PR CEP – 80.050 – 150. Consultor de Empresas de Saneamento Básico e Ambiental, Ex-Coordenador Regional da FUNASA do Paraná, Ex-Diretor de Operações da SANEPAR, Consultor da Organização Pan-Americana da Saúde para a América Latina e Caribe, PósGraduado em Engenharia Hidráulica pela Universidade de São Paulo/SP e Engenheiro Civil formado pela Universidade Estadual de Londrina/PR. Ary Maóski Consultor em Administração e Recursos Humanos, Ex-Gerente de Recursos Humanos da SANEPAR, Consultor da Organização Pan-Americana da Saúde para América Latina e Caribe, Ex-Coordenador do Curso de Pós-Graduação de Administração da Fundação Universidade Federal do Paraná e Psicólogo formado pela Universidade Católica do Paraná. Arthur Pereira de Gouveia e Silva Consultor de Empresas de Saneamento Básico, Especialista em Gestão Empresarial pela Universidade Federal Uberlândia/MG e Engenheiro Eletricista formado pela Universidade Federal de Uberlândia. 2 MASPP APLICADO NO ATINGIMENTO DE METAS DE REDUÇÃO DE PERDAS D’ ÁGUA E DE FATURAMENTO OBJETIVO DO TRABALHO Apresentar metodologia de solução de problema de perdas d’ água e de faturamento, consubstanciada na sistematização do ataque a suas causas, partindose do passo primordial no combate às perdas, qual seja, o da definição da meta de redução das mesmas para um determinado período. Após, desdobrando-se a perda em volumes disponibilizados e utilizados, o primeiro sendo controlado para decair, enquanto o segundo sendo controlado para subir, criando-se a tão necessária força binária de ataque aos dois volumes que geram, por conseqüência, as perdas de água. METODOLOGIA UTILIZADA O MASPP – MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE PERDAS D’ ÁGUA E DE FATURAMENTO tem sido a Ferramenta da Qualidade empregada em várias empresas municipais (COMUSA de NOVO HAMBURGO/RS) e estaduais (SABESP – UNIDADES DE NEGÓCIO LESTE E OESTE), o qual, à luz do Ciclo do PDCA, está constituído de oito (08) Fases seqüenciais conforme demonstrado a seguir: 3 Conclusão Identificação do problema de perda Observação do Problema Padronização Análise do Problema ACT I O N Plano de Ação CH E CK Verificação Ação Figura 1 – Ciclo de Controle Nas Fases de IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA e OBSERVAÇÃO, Fases 1 e 2 respectivamente, depreende-se que as perdas estão no topo de uma árvore de relacionamento, conforme demonstrado a seguir: 4 Figura 2 – Árvore de perdas e de seus desdobramentos Para se atingir o topo, há que se focar o ataque aos fatores causais das perdas, os quais se encontram nos PROCESSOS (reservação à distribuição) e ROTAS COMERCIAIS (cadastro de consumidores, medição de consumos, faturamento e cobrança). A partir da citada árvore vislumbra-se um universo de planejamento e controle basal, ou seja, na rotina dos Processos Críticos Operação e Comercialização, principalmente. Criam-se, assim, duas frentes de ataque, sendo uma visando a redução do VOLUME DISPONIBILIZADO, com foco em PROCESSOS, e outra visando o aumento do VOLUME UTILIZADO, focado nas ROTAS COMERCIAIS. O fluxograma a seguir estabelece toda a estratégia de ação nos processos e rotas comerciais, onde será instaurado o CICLO DO PDCA, alimentado por Ferramentas da Qualidade e Estatísticas, no firme propósito de redução de perdas, através de efetivo controle nas suas causas. 5 6 Figura 3 – Fluxograma de Implantação do MASPP Em resumo, no processo de planejamento (PLAN) procura-se levar a efeito ações que, via de regra, não são consideradas pela maioria das empresas de saneamento. Trata-se da adequada caracterização do problema, definição de metas principais (de redução dos índices de perdas convencionados) e de metas desdobradas (de redução de volume disponibilizado e aumento do volume utilizado), passando pela observação (onde se percebe que as metas, uma vez desdobradas, direcionam o corpo gerencial ao ataque a processos da operação do sistema de água e rotas comerciais) e pela análise (falta de método e de pessoas capacitadas na baixa gerência como foco contra os fatores causais) coroado por Planos de Ação (5W2H) aplicáveis a cada uma das metas. Executar (DO) as ações é o processo subseqüente, com a vantagem da execução agora estar intimamente ligada a metas principais e desdobradas. Diferentemente da prática de Controle de Perdas, procura-se neste processo agir na operacionalização de ações que redundem no controle das causas das perdas, não no efeito. Foca-se o combate às causas através da aplicação de metodologias geradas pela Estratégia Verde (perda com causas gerenciais, principalmente aplicada a Processos Críticos) e por ostensivo processo de educação das pessoas da Baixa Gerência, foco principal da Estratégia Amarela (perda com causas humanas). Todas estas ações estarão sendo executadas por TIMES BINÁRIOS (de redução de volume disponibilizado e de aumento de volume utilizado) capacitados para agir no “chão de fábrica” e “chão de venda” dos Processos Operação e Comercial. Já no processo de verificação (CHECK), procura-se acompanhar os resultados principais e desdobrados, previstos e realizados, através da sistematização do Relatório das Três Gerações e de Análise Crítica onde, mês a mês, se acompanha a eficácia das ações, controlando-se não mais as perdas, mas sim as variações dos volumes disponibilizado e utilizado. Por último parte-se para o processo de ação corretiva (ACTION) ou padronização. A primeira, onde se busca a remoção das causas que porventura estejam comprometendo os resultados planejados, enquanto que na segunda, uma vez 7 comprovada a eficácia da metodologia, busca-se a sua imediata padronização e conclusão da aplicação do MASPP no período considerado (normalmente para um ano civil). ESTRATÉGIA ADOTADA – FLUXOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO A aplicação da metodologia MASPP obedece a uma série de ações através das quais se procura mudar o enfoque de controle de perdas reais (físicas) e aparentes (não físicas) para o gerenciamento dos volumes disponibilizado e utilizado, nas menores células possíveis, quais sejam, operação de processos do sistema de abastecimento de água (reservação, bombeamento, VRP’s e distribuição) e medição de consumos de rotas comerciais. O fluxograma a seguir, que consiste no PADRÃO DO SISTEMA DE GESTÃO (PROCEDIMENTO DE TRABALHO MASPP), elucida a essência da estratégia formulada pelos Times de Implantação (Time da Qualidade - faixas preta, Times VD e VU – faixas verdes e brancas): 8 Figura 4 – Padrão de Implantação do MASPP ESTRATÉGIA ADOTADA – TIMES DE IMPLANTAÇÃO Os Times de Implantação do MASPP, essência da estratégia, visam levar às menores células organizacionais os fundamentos da qualidade e do controle estatístico, aonde sabidamente estas ferramentas normalmente não chegam. A figura a seguir evidencia as constituições dos citados Times: 9 Figura 5 – Times de Implantação do MASPP RESULTADOS ALCANÇADOS Nas diversas empresas onde o MASPP tem sido aplicado (COMUSA, SABESP, etc.) os seguintes resultados podem ser vislumbrados: Transformar as metas de perdas em metas factíveis de REDUÇÃO DE VOLUMES DISPONIBILIZADOS e de AUMENTO DE VOLUMES UTILIZADOS; Estreitar as relações entre os Processos de Operação (PRODUÇÃO) e Comercialização (VENDA); Levar o controle ao nível de “chão de fábrica e de venda”, onde as perdas efetivamente se ressentem; ferramentas da qualidade e estatísticas têm sido largamente utilizadas pelas pessoas que fazem os Processos Operação e Comercial acontecerem; Criar Times Binários, onde as pessoas destes Times, normalmente representando 20% da força de trabalho, aplicam as metodologias de ataque às causas das perdas; Aproximar as ações de PLANEJAMENTO daquelas de CONTROLE E EXECUÇÃO; Praticar o modelo de Gerenciamento da Rotina do Trabalho do Dia-a-dia (GRTD) nos Processos Operação e Comercialização na sua plenitude, da Alta à Baixa Administração; 10 Em suma, praticar o Gerenciamento dos Macro-Processos (Operação e Comercialização) e Micro-Processos (Tratamento, Bombeamento, Medição de Consumos, Faturamento, etc.), pondo fim ao gerenciamento do efeito perdas. CONCLUSÕES/RECOMENDAÇÕES Sistematizar o ataque às causas das perdas é a palavra de ordem, pela via metodológica, visto que no Brasil, preterem-se estas ações em favor de outras muito mais dispendiosas e menos eficazes. O MASPP simboliza a essência metodológica já que se fundamenta no Ciclo de Controle do PDCA, a ser “rodado” tantas vezes quanto forem necessárias, até que se atinja o resultado previsto. Vale salientar que o MASPP têm sido utilizado em pequenos, médios e grandes sistemas de abastecimento de água, todos com resultados significativos, haja vista a constância de propósitos por ele proporcionado, sempre almejando metas principais e desdobradas, levando o estado de controle ao “chão de fábrica” e “chão comercial”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BÁGGIO, M. A. Termo de referência para implantação de modelo de gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia do processo comercialização de serviços. Curitiba, 1.998. 15 p. BÁGGIO, M. A. Termo de referência para implantação de modelo de gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia do processo operação de sistemas. Curitiba, 1.997. 15 p. CAMPOS, V. F. Controle da Qualidade Total. Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, 1992. 229 p.