ASSEMBLEIAS DE BRIÓFITAS DIOICAS E MONOICAS EM

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ASSEMBLEIAS DE BRIÓFITAS DIOICAS E MONOICAS EM CABRUCAS E
FLORESTA NATURAL NA REGIÃO SUL DA BAHIA
Luciana Carvalho dos Reis1* & Kátia Cavalcanti Pôrto1
1
Centro de Ciências Biológicas - UFPE, Departamento de Botânica, Laboratório
Biologia de Briófitas, Recife, PE, Brasil. *[email protected]
A reprodução sexuada nas briófitas resulta na formação de esporos que são diásporos
geralmente leves e disseminados a longa distância pelo vento. Espécies com sistema
sexual dioico, em comparação às monoicas, formam esporófitos mais raramente e
uma das limitações é imposta pela distância entre populações de sexos distintos. Em
ambientes perturbados, espécies dioicas tornam-se mais vulneráveis à extinção devido
às limitações à reprodução cruzada. No sistema agroflorestal de cabruca, onde o subbosque nativo é raleado para o plantio do cacaueiro, espécies dioicas podem ser
prejudicadas em sua reprodução sexuada, em relação às espécies de floresta. O
objetivo do trabalho foi comparar as assembleias de briófitas dioicas e monoicas em
cabruca (CB) e floresta natural (FN), considerando o sistema sexual, expressão sexual
e o investimento em estratégias reprodutivas. Foram selecionadas 06 áreas (3 FN e 3
CB) no município de Una, Bahia. Por área, 5 plots de 100 m2 foram delimitados para
coleta de amostras na base (0-2 m) de árvores com DAP ≥ 5 cm. CB e FN foram
caracterizadas quanto à temperatura e umidade, abertura do dossel, índice de área
foliar e densidade do sub-bosque. As espécies foram classificadas quanto ao 1)
Sistema sexual, com registro de estruturas reprodutivas, e 2) Abundância (nº de
árvores colonizadas) em: Baixa (≤ 10%), Moderada (≥11 e ≤ 20%) e Alta (> 20%).
Em relação à estrutura da vegetação, FN e CB diferem em todas as variáveis abióticas
analisadas (p<0.05). As assembleias de monoicas e dioicas foram semelhantes em
riqueza e nº de espécies expressando sexo. A assembleia de monoicas em FN e CB
não diferiu quanto ao nº de espécies portando esporófito. FN apresentou maior nº de
espécies dioicas com esporófito (p<0.01), enquanto em CB um maior nº de dioicas
portava estruturas de reprodução assexuada (p<0.01). Cerca de 75% das espécies
mais frequentes em FN são dioicas e regularmente portavam esporófito. Em CB, 50%
das mais frequentes também são dioicas, embora mais regularmente portavam
estruturas de reprodução assexuada. Os resultados mostram que independente das
alterações nas condições ambientais, espécies monoicas tendem a se reproduzir
sexuadamente, ao passo que nas dioicas em CB a reprodução sexuada é menos
expressiva ou mais rara. Assim, embora as comunidades de dioicas sejam igualmente
ricas em ambos os ambientes, a maior dependência da propagação vegetativa nas
cabrucas poderá comprometer a variabilidade genética das populações tornando-as
mais vulneráveis nesses ambientes. (FACEPE)
Keywords: Dioicia, monoicia, sucesso de fertilização, Floresta Atlântica
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