56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 1 A influência dos jogos didáticos no processo de ensino-aprendizagem de Genética Sant`anna, IC1 ; Branco , ALC 1 ; Calegari, LP 1 ; Pereira, KF 1 ; Mangujo, KMJ 1 , Rezende, F 1; Tavares, MG 1 Departamento de Biologia Geral ,Universidade Federal de Viçosa [email protected] 1 Palavras-chave: ensino-aprendizagem, genética, lúdico A utilização de jogos didáticos tem se mostrado uma eficiente estratégia no processo de ensino-aprendizagem. Em especial, no ensino de genética, essa forma dinâmica de apresentar o conteúdo é muito importante já que permite a contextualização, o raciocínio,e a memorização do conteúdo, que na maioria das vezes é pouco compreendido pelos alunos.Assim, o objetivo deste trabalho foi apresentar um jogo didático que possa instigar os alunos a testar seus conhecimentos e, através de uma experiência de apreciação, aumentar a motivação dos mesmos para enfrentar as dificuldades apresentadas. O jogo “O perfil da Genética” é composto de 60 cartas, 12 fichas vermelhas, 6 fichas azuis, 2 dados, 5 “peões” e um tabuleiro. Este jogo foi aplicado para 120 alunos da terceira série do ensino Médio de uma escola pública de Viçosa-MG. Ele exigiu dos alunos um conhecimento prévio sobre os diversos conceitos de genética como, tipos de herança existentes, relação entre os alelos, interação gênica, principais geneticistas, doenças genéticas e processos que envolvam as mais recentes ferramentas de biotecnologia. A dinâmica do mesmo permitiu uma interação entre todos os alunos (distribuídos em 5 duplas) já que, em uma mesma rodada, todos os jogadores em sentido anti-horário escolhiam aleatoriamente uma dica e, podiam opinar tentando acertar o conceito genético envolvido. Caso acertasse, o jogador andava, sobre a trilha do tabuleiro, o número de casas correspondente a 12 menos o número de dicas lidas e o narrador andava o número de dicas lidas. Quando o jogador parava em partes da trilha que continha uma interrogação, a dupla participava sozinha de um “quiz”. Ganhou o jogo quem chegou primeiro ao fim da trilha. Para avaliar a eficácia do jogo, um questionário foi aplicado antes e após a aplicação do mesmo e apontou não só quais eram as principais dificuldades desses alunos, mas principalmente, a eficácia do jogo no sentido de ensinar novos conteúdos, pois a estratégia utilizada despertou a atenção dos mesmos para escutar “as dicas”, o que facilitou o processo de ensino-aprendizagem. Apoio financeiro: MEC/CAPES-PIBID 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 2 Genética básica: apresentação de temas em cd-rom como metodologia de ensino Carbonaro, TM¹, Crispim, BA¹, Vaini, JO¹, Fengler, G¹, Castilho, CB¹, Holzbach, I², Pego, AG², Magalhães, C², Rossi, LR³, Dolacio, T.A¹, Alves, AV¹, Zampiva, N¹, Abe, ACT¹, Araújo, RP¹, Jesus, GJ¹, Bonacina, AKB¹, Alves Junior, VV¹, Grisolia, AB¹ ¹ Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais - Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD – Dourados – MS ² Faculdade de Ciências Agrárias - Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD – Dourados - MS ³ Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS - Dourados - MS [email protected] Palavras-chave: genética básica, recurso audiovisual, ensino de genética Introdução: A utilização de recursos de informática na aprendizagem e sua ação no meio social têm sido intensificados em todas as atividades humanas. Trata-se de um instrumento que permite de maneira dinâmica levar o conhecimento científico de forma interativa como metodologia adicional de aprendizagem para qualquer área de ensino. Objetivos: Desenvolver e implantar uma estratégia de ensino adicional visando o público que busca em métodos diferentes dos convencionais, conhecimentos na área de genética básica. Métodos: Foi proposto por um grupo de 12 alunos dos cursos de graduação em Ciências Biológicas, Biotecnologia e Zootecnia da UFGD a realização de revisões bibliográficas temas básicos de genética em livros, periódicos e sites da internet especializados no assunto. Posteriormente, houve a redação e elaboração de material proveniente da revisão, sendo que cada aluno foi responsável por um ou dois temas. Após a sua elaboração, o material foi encaminhado aos docentes da área de genética, para que realizassem as avaliações e correções pertinentes. Na seqüência, o material organizado sobre os temas foi editado em computador utilizando-se do software NVU, editado em HTML, e gravado em CD. Resultados: O programa “Genética Virtual” que foi criado abordou temas que também são ensinados para o Ensino Médio: Análise Mendeliana, Interação Gênica, Ligação Gênica, Determinação e Herança do Sexo, Herança Poligênica, Mutações, Genética de Populações, Herança Extranuclear, Estrutura e Replicação do DNA, Transcrição e Tradução, Genética de Conservação, Marcador Molecular, Terapia Gênica, Organismos Geneticamente Modificados, Clonagem e Células-tronco. O material preparado, CD “Genética Virtual”, foi distribuído para os alunos de graduação do curso de Ciências Biológicas para que fosse utilizado em aulas da disciplina Prática de Ensino do Curso de Licenciatura, da Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais. Conclusões: A proposta de uma nova estratégia para o ensino da Genética, usando recursos de estímulos, desafio e auto-avaliação por meio de multimídia, foi bem aceita no corpo estudantil. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 3 Mapeando genética: uma estratégia educacional para integração e fixação de conteúdos Smiderle - Schade, B; Frechiani, LB; Ramos, ACS Faculdades integradas São Pedro – FAESA, Associação Educacional de Vitória – AEV [email protected] Palavras-chave: Ensino, Lúdico, Mapa conceitual, Modelo didático, Genética. Jogos lúdicos podem ser utilizados como estratégias pedagógicas, para desenvolvimento de conteúdos nas aulas de Genética, aplicadas ao ensino médio e superior. É uma boa alternativa para despertar o interesse e provocar a curiosidade dos alunos. O mapa conceitual é uma estrutura esquemática para representação de diversos conceitos e a integração dos mesmos, os estudantes aprendem de maneira sólida quando entram em conflitos com conhecimentos novos e conhecimentos prévios. O mapa tem como objetivo resolver e facilitar a visualização de tais conflitos. A importância de modelos como esse é esclarecer dúvidas do cotidiano de assuntos difusos e mal definidos. O objetivo deste trabalho foi construir um mapa conceitual como modelo lúdico com função de abordar conceitos básicos de Genética, integrando os mesmos a fim de efetivar o aprendizado de estudantes nas aulas de Biologia do Ensino Fundamental. O modelo contém 24 palavras e 35 conceitos - como genes, fenótipo, genótipo, gametas - esses podendo se interligar por inúmeras vezes; todas as palavras deverão ser obrigatoriamente utilizadas e ligadas ao maior número possível de conceitos e/ou entre elas mesmas na construção do mapa. Foi possível verificar através da aplicação de questionários antes e após a realização do jogo que o mesmo contribuiu para a fixação e integração de conteúdos, facilitando o aprendizado de estudantes e esclarecendo algumas dúvidas comuns aos alunos de ensino médio e até mesmo de graduação. Modelos como este tornam mais agradável o processo de ensino–aprendizagem, pois aborda conteúdos de maneira lúdica e dinâmica de forma que atrai o aluno. Este jogo é de baixo custo e rápida confecção, isso facilita a aplicabilidade do mesmo nas escolas públicas. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 4 A concepção do conceito de gene e estrutura do DNA por alunos ingressantes na Universidade Federal de Alfenas Silva, MI1; Orlando, TC2; Gouvêa, CMCP1 Laboratório de Cultura de Células; 2Laboratório de Biologia Molecular Aplicada à Biodiversidade, Instituto de Ciências da Natureza, Universidade Federal de Alfenas [email protected] 1 Palavras chave: educação, ensino de biologia, biologia molecular, genética, educação continuada. Desde os trabalhos de Mendel em 1900 até os dias de hoje, o conceito de gene tem sido continuamente modificado. No início eram pares de fatores mendelianos, começando a ganhar materialidade com a teoria cromossômica de herança, como “contas em um colar”, até a elucidação da estrutura do DNA, agora com uma abordagem molecular. Essa visão parecia bastante estável (Fraga & da Silva, 2004). Contudo, a existência de inúmeras descobertas moleculares (mudanças de fase de leitura, íntrons e éxons, trans-splicing, edição de RNA, pseudogenes e RNA de interferência, entre outras) trouxe vários questionamentos sobre essa visão mais estática, contribuindo com idéias inovadoras para o conceito de gene. Essas inovações não podem ficar restritas ao âmbito científico, devem ser repassadas à sociedade, permitindo uma maior interação e compreensão dos fenômenos que nos governam. O objetivo do trabalho foi analisar qual o conceito de gene e da estrutura e composição do DNA que os alunos ingressantes na Universidade Federal de Alfenas possuem. No segundo semestre de 2008, no início da disciplina de Biologia Molecular dos cursos de Biomedicina, Biotecnologia, Ciências Biológicas e Farmácia, os alunos foram questionados a respeito do conceito de gene, estrutura e composição do DNA. Foram atribuídos conceitos de 0 a 4 para as respostas obtidas (nota 4 a melhor resposta e nota 0 a resposta totalmente errada). Os resultados demonstraram que os alunos vindos de escolas privadas (67,81% do total dos cursos) obtiveram, significativamente (p<0,01), maiores notas para os conceitos analisados. A maior porcentagem dos alunos (57,50%) recebeu nota 2, o que significa que esses alunos possuem um conceito mais antigo de gene, como “um segmento de DNA que origina uma proteína”. Já para a estrutura e composição do DNA, 32,50% do total de alunos recebeu nota 1, o que mostra que possuem concepções bastante errôneas sobre essa molécula. Os alunos do curso de Biotecnologia obtiveram a maior porcentagem de respostas com nota 4 (59,08%) para o conceito de gene, enquanto os alunos do curso de Farmácia foram os que obtiveram a maior porcentagem de nota 4 (30,00%) para o DNA. Pode-se concluir que os alunos vindos de escolas privadas têm melhor formação quanto ao conceito de gene e DNA que os alunos das escolas públicas. Os alunos dos cursos de Biotecnologia e Farmácia apresentaram a melhor formação, o que poderia estar relacionado aos cursos onde houve maior proporção de alunos vindos de escola privada. Os resultados deste trabalho servirão de base para projetos que visem o auxílio a professores de biologia em escolas do ensino médio de Alfenas- MG e região, com o objetivo de dar uma formação atualizada sobre gene e DNA. Agradecimentos: FAPEMIG, PET-Biologia-UNIFAL-MG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 5 Citogenotoxidade do Rio Paraibuna-Juiz de Fora-MG em modelos vegetais – Uma experiência didática Paiva, RM1; Rezende, IM1; Zanette, RSS1; Oliveira, CE1; Gomes, SSL1; Campos, JMS1 Estudantes da Turma de Laboratório de Genética (Ciências Biológicas), Universidade Federal de Juiz de Fora, 1º semestre de 2010 1 Laboratório de Genética e Biotecnologia, Departamento de Biologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Juiz de Fora-MG [email protected] Palavras-chave: Citogenotoxidade, Allium cepa, ciclo celular, Rio Paraibuna- Juiz de Fora-MG, alterações cromossômicas, morte celular Introdução: A análise de citogenotoxidade em modelos vegetais tem sido comumente empregada com aplicações em ecotoxicologia. Entre essas aplicações, a análise de águas poluídas tem sido frequentemente realizada em modelos vegetais, tais como células meristemáticas de Allium cepa. O Rio Paraibuna que corta o município de Juiz de Fora-MG recentemente tem sido avaliado por inúmeras abordagens químico-físicas. Os resultados têm demonstrado um elevado nível de poluição e a presença de vários agentes mutagênicos. Neste trabalho é descrito o uso de células meristemáticas de Allium cepa para avaliação de citogenotoxidade da água do Rio Paraibuna. O projeto foi desenvolvido por estudantes da disciplina Laboratório de Genética da Universidade Federal de Juiz de Fora, representando uma oportunidade de contato por parte dos mesmos com a elaboração e planejamento de um mini projeto de pesquisa, além da coleta e análise dos resultados. Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivos além de despertar o interesse nos estudantes pelas atividades de pesquisa, a adoção de uma estratégia didática de ensino na referida disciplina. Conceitos referentes à organização celular e cromossômica, divisão celular, ciclo celular, mutações, alterações cromossômicas, análise citogenética e por citometria de fluxo, além de outros foram abordados. Métodos: Quatro pontos de coleta de água do Rio Paraibuna foram utilizados para o desenvolvimento do projeto, distribuídos entre a entrada, meio e saída do Rio Paraibuna no município de Juiz de Fora. Como controle foi utilizado água destilada. Os tratamentos foram dispostos em delineamento inteiramente ao acaso, composto de 3 repetições. Em cada repetição, 3 raízes de Allium cepa submetidas aos tratamentos foram analisadas. As raízes foram coletadas e fixadas em etanol:ácido acético 3:1, sendo posteriormente hidrolisadas em HCl 5N por 15 minutos. As lâminas foram preparadas pela técnica de esmagamento, seguida da coloração com Giemsa. Parâmetros de ciclo celular e alterações cromossômicas foram obtidos. Resultados: Avaliando-se o percentual de células em divisão (índice mitótico), todos os 4 pontos de coleta interferiram nos resultados observados em relação ao controle. Para os pontos de coleta 1, 2 e 3, aumento significativo nos percentuais de células em início de prófase foi observado (Tukey, p>0,05). Tal resultado evidencia um provável efeito de inibição no ponto de checagem do ciclo celular de G2 para M. Já a água coletada no ponto 4 induz um aumento no percentual de núcleos condensados (indicativo de morte celular) acompanhado por uma diminuição do índice mitótico em relação ao controle (Tukey, p>0,05). Tal efeito está relacionado a um forte efeito tóxico da água encontrada neste ponto do Rio. Alterações celulares/cromossômicas tais como pontes em anáfase, cromossomos pegajosos, extravasamento de cromatina nuclear e micronúcleos foram relatados para os tratamentos com a água do Rio Paraibuna, evidenciando um efeito clastogênico. Conclusões: A água do Rio Paraibuna apresenta um pronunciado efeito tóxico sobre a organização celular e cromossômica em células meristemáticas de Allium cepa. Este trabalho representou uma excelente abordagem didática para os estudantes do Laboratório de Genética da Universidade Federal de Juiz de Fora. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 6 Jogando e aprendendo genética Gomes ACS1*, Moreira HT1*, Balduino VP1*, Justus RAP1, Vidotto A2, Rodrigues-Lisoni FC1 Departamento de Biologia e Zootecnia, FEIS/UNESP, Ilha Solteira, SP, Brasil, Departamento de Biologia Molecular, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP, São Paulo, Brasil. *As três autoras contribuíram igualmente [email protected] 1 2 Palavras-chave: ensino, jogos didáticos, projetos pedagógicos, fundamentos de genética, ensino médio. Vários são os conteúdos programáticos de genética para o ensino médio, iniciando em Mendel e terminando em Darwin, mas qual seria a fixação desse conteúdo pelos alunos de ensino médio? Uma forma prática e interessante de aprendizado desses tópicos seria por atividades lúdicas, como por exemplo, jogos educativos. Esses jogos se caracterizam como uma importante e viável alternativa para auxiliar o aprendizado por favorecer a construção do conhecimento do aluno. A prática demonstrada é uma opção didática que fornece aos estudantes uma associação mais ampla dos vários tópicos de Genética. O objetivo desse estudo foi auxiliar os alunos do ensino médio a fixar melhor o conteúdo programático de genética. Para isso, o jogo foi aplicado aos estudantes do Ensino Médio do Colégio NEP - Objetivo de Ilha Solteira, SP, com dez participantes e um mediador. O mediador retirou a primeira carta e um dos jogadores escolheu o número da dica. O jogador que não soube o tópico do qual a dica se referiu, passou para o próximo tentar descobrir, e assim sucessivamente. Cada carta possui seis dicas. O jogador que acertou a primeira dica se deslocou seis casas. O que acertou a partir da segunda dica, se deslocou cinco casas no tabuleiro, e assim por diante. Ganhou o jogo aquele que chegou primeiro ao final do tabuleiro. Os alunos apresentaram certas dificuldades em alguns conceitos básicos de citologia, como por exemplo, procariontes, fagocitose e espermatogênese, necessitando de quatro dicas para responder; ou mesmo não conseguiram acertar dicas referentes ao reticulo endoplasmático, lisossomos, centríolos, ovogênese, entre outros. Entendemos que o jogo é uma importante estratégia para o ensino e a aprendizagem de conceitos abstratos e complexos, favorecendo a motivação interna, o raciocínio, a argumentação, a interação entre os alunos e entre professores e alunos. Essa atividade lúdica divertida tornou mais fácil a compreensão e a fixação, pelos alunos, dos diferentes tópicos de genética ensinados naquele ano e conseqüentemente poderão apresentar melhor desempenho no ano seguinte e até mesmo no vestibular. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 7 A arte como instrumento para a aprendizagem da Genética Xavier, C; Oliveira, NL; Barretto, JW; Cavalcanti, MCBT; Rocha, MF; Moura, RC Laboratório de Biodiversidade e Genética de Insetos - Instituto de Ciências Biológicas/ICB, Universidade de Pernambuco/UPE, Recife, Pernambuco, Brasil. [email protected] Palavras-chave: Ensino, Genética, Arte, Lúdico, DNA. A necessidade de discutir e aprofundar conhecimentos de Genética com estudantes de ensino médio da rede estadual de ensino, da Região Metropolitana do Recife-PE motivou a elaboração e execução de atividades teóricas e práticas relacionadas à Arte e a Genética, que foram aplicadas a este grupo, com o objetivo de estimulá-los a elaborar propostas artísticas tendo como tema principal a Genética. Foi aplicado um questionário pelos professores de Biologia nas escolas, com o intuito de selecionar participantes, seguindo o critério de maior interesse e identificação com a Biologia e/ou a Arte. Foram selecionados 20 estudantes distribuídos em 12 escolas. As atividades teóricas (palestras e discussão de temas) e práticas (observação de preparações cromossômicas e elaboração e desenvolvimento de trabalho artístico) e aplicação de questionários avaliativos foram realizadas no Instituto de Ciências Biológicas/ UPE em cinco encontros, totalizando 40h de trabalho. Nestes encontros os participantes tiveram a oportunidade de assistir a palestras sobre artes (sua origem, técnicas e utilização no campo das Ciências Biológicas) e Genética (Conceitos gerais sobre a Genética Mendeliana, Estrutura da molécula de DNA, Replicação e Expressão gênica, Mutação e Células-tronco); conhecer o Laboratório de Biodiversidade e Genética de Insetos, onde observaram células mitóticas e meióticas e a captura de imagens de insetos em estereomicroscópio; e elaborar artisticamente um tema em Genética a partir da utilização de diferentes métodos, tais como: pintura a óleo, aquarela, pastel, mosaico, desenho em nanquim e grafite, e quadrinhos. Os questionários aplicados no decorrer dos encontros abordaram questões referentes ao conhecimento prévio sobre a Genética, ao processo de escolha do tema a ser desenvolvido e à possível contribuição para o melhor entendimento de temas atuais em Genética. A maioria dos estudantes havia tido pouco ou nenhum contato com a Genética na escola. Durante a escolha do tema, a vontade de aprofundar os conhecimentos a respeito do assunto foi mais relevante que a importância deste, ou mesmo a facilidade em representá-lo artisticamente. Dentre os temas escolhidos foi recorrente a estrutura e compactação da molécula de DNA. Após a escolha do tema os estudantes se prepararam para o desenvolvimento do trabalho artístico através de pesquisas em livros e na internet. A maior dificuldade encontrada no emprego de técnicas artísticas foi a falta de experiência no manuseio dos materiais. Após esta vivência os estudantes consideraram que o estudo da Genética se tornou mais fácil e quando não, se tornou mais prazeroso. Destacaram ainda que ampliaram seus conhecimentos na Genética, principalmente nos temas escolhidos para elaboração do trabalho artístico. Apoio financeiro: FACEPE (APQ0680-2.02/08) e UPE (Bolsa do Programa de Fortalecimento Acadêmico) 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 8 Atualização de conteúdo e utilização de materiais paradidáticos no ensino de genética e evolução Castanon, FS1; Guimarães, CS1; Chaul, JCM1; Carvalho, GMA1; Tavares, MG2 Programa de Educação Tutorial do curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil. Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil. [email protected] 1 2 Palavras-chave: materiais paradidáticos; ensino de genética; ensino de evolução; atualização de professores; aulas práticas Uma das atividades do projeto de extensão “Bioenlace: universidade e escola juntas pelo ensino de Biologia” é a realização de oficinas de atualização do conteúdo de biologia para professores. Nessas oficinas são utilizadas metodologias e jogos de baixo custo e fácil acesso, como alternativa simples e dinâmica para ensinar conteúdos que, normalmente, são abordados apenas de forma teórica. Estas atividades, desenvolvidas em equipe, visam melhorar a prática pedagógica e o nível de conhecimento dos docentes, além de sugerir materiais paradidáticos que podem tornar as aulas mais atraentes. A oficina realizada teve como tema “Genética e Evolução”, dois assuntos que são considerados de grande dificuldade para os alunos e, contou com a presença de doze professores de escolas públicas de Viçosa e região. As atividades desenvolvidas foram: 1) “Jogo do DNA”, que consistiu na montagem de uma molécula de DNA, a partir de nucleotídeos representados em folhas de EVA e barbante. O jogo facilitou a compreensão da estrutura em dupla fita da molécula, introduzindo o conceito de complementariedade e antiparalelismo. 2) “Filogenia dos Chocolates”: utilizando-se de diversos tipos de chocolate, foi proposta a construção de um cladograma que representasse algum tipo de relação entre os mesmos. Na sequência, cada equipe explicava os parâmetros utilizados durante a construção do cladograma. Desta forma, o conceito de filogenia foi introduzido de forma simples e lúdica. 3) “O Caso das Joaninhas”: através de um jogo de sorteio, demonstrou-se visualmente os efeitos que mudanças ambientais podem causar nas frequências alélica e fenotípica de uma população de joaninhas. Este jogo reforçou a compreensão do processo de seleção natural e de conceitos de genética como: alelos múltiplos, dominância, homozigose e heterozigose. 4) “Como Falar Evolutivamente Correto”: utilizando-se de um texto contendo alguns erros do ponto de vista evolutivo, pediu-se aos professores que tentassem identificálos. Em seguida, foram discutidas formas alternativas e corretas de abordar esses conceitos. Ao final da oficina, uma avaliação foi realizada na forma de um questionário, sendo que a maioria elogiou a forma de apresentação das práticas e sua aplicabilidade em sala de aula, além da solicitação da continuidade de atividades em torno desse tema. Essa avaliação positiva demonstra a importância da iniciativa de proporcionar aos professores o acesso a novas práticas de ensino e a discussão de metodologias alternativas de aprendizagem, as quais podem tornar o ensino da genética mais lúdico e prazeroso aos estudantes do ensino médio. Além de estimular a criatividade, todo o material utilizado foi disponibilizado aos professores para que os mesmos sintam-se motivados a reproduzir e utilizar novos recursos didáticos, melhorando a qualidade das aulas e, consequentemente, o interesse dos alunos pela Biologia. Apoio financeiro: MEC/PROEXT-2009 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 9 Ensino de genética molecular através de oficinas práticas para alunos de ensino médio Paiva, CL1; Bastos, PMGF2; Batitucci, MCP1 Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, Departamento de Ciências Biológicas, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES. 2 Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência Colégio Estadual do Espírito Santo, Vitória, ES. [email protected] 1 Palavras-chave: ensino, DNA, modelo, extração, morango O momento histórico que vivemos é marcado pelos avanços biológicos, neste cenário a biologia molecular tem tido grande destaque, causando um impacto na biologia, medicina, agricultura e indústria. Para que haja uma melhor compreensão desse novo conjunto de informações, é de extrema importância ao cidadão um conhecimento básico de genética molecular e da estrutura do material genético, o DNA (ácido desoxirribonucléico). Porém existe uma enorme dificuldade no aprendizado da biologia molecular, pois os processos são invisíveis e não fazem parte do cotidiano dos alunos. A utilização de modelos e de experiências como ferramenta pedagógica é uma ótima opção para auxiliar na visualização dos elementos fundamentais da genética. Com isso, o objetivo do trabalho foi despertar o interesse dos alunos do ensino médio pela Biologia e desmistificar o conceito de DNA por meio de modelo e extração de DNA de morango ambos com a utilização de materiais de fácil acesso. O trabalho foi desenvolvido no Colégio Estadual do Espírito Santo, no município de Vitória - ES, através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), com os alunos dos segundos e terceiros anos do ensino médio. O modelo da estrutura espacial da molécula de DNA utilizou arame, jujubas de quatro cores – representando as bases nitrogenadas - e palitos de dente, simbolizar as pontes de hidrogênio, ligando assim uma base à outra Logo após a confecção do modelo, os alunos extraíram o DNA do morango podendo visualizar-lo. Para a extração do DNA, foi necessário a preparação de solução de extração que continha 15 gramas de NaCl (sal de cozinha), 900 ml de água mineral e 50 ml de detergente. O morango foi macerado em um recipiente e em seguida foi adicionado 10 ml da solução de extração. Essa mistura foi filtrada com papel filtro e o líquido foi transferido para um béquer. Adicionou-se a esse líquido delicadamente 5ml de álcool absoluto gelado e imediatamente observou-se que o DNA precipitava, com auxilio de um palito de madeira os alunos “pescaram” o DNA. Ao termino das experiências, foi aplicado um questionário como instrumento avaliativo. Fora avaliados 126 alunos do ensino médio, 44 do segundo ano e 82 do terceiro ano. Através do questionário observou-se que todos possuíam conhecimento prévio da molécula de DNA, porém acreditavam que esta estava presente apenas em seres humanos, pois associavam a teste de paternidade. A maioria dos alunos (mais de 90%) relatou que a atividade contribuiu com o acréscimo do conhecimento sobre o tema abordado e também que o tipo de atividade realizada auxilia no esclarecimento de questões científicas. Além disso, a aceitação da atividade foi de 100%. Portanto, a realização de oficinas práticas de genética é de extrema importância no processo de aprendizagem. Apoio financeiro: CAPES/PIBID 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 10 Avaliação preliminar do ensino de genética em escolas de ensino médio localizadas na Grande Vitória-ES Reis, RS1; Santos, AL1; Batitucci, MCP1 Universidade Federal do Espírito Santo [email protected] 1 Palavras-chave: ensino de genética, ensino médio, escolas públicas e particulares. A Genética apesar de muito divulgada pela mídia, ainda é um dos problemas mais freqüentes no ensino de biologia, pois exige conhecimentos prévios. Com objetivo de compreender o ensino de genética no ensino médio, em escolas públicas e particulares da Grande Vitória, consideraram-se opiniões dos professores e alunos, tendo como metodologia o uso de questionários semi-estruturados. Os resultados demonstram que os assuntos mais abordados são Divisão Celular, Leis de Mendel, Herança Sexual, Doenças Genéticas, Alelos Múltiplos e Herança Quantitativa, o que está de acordo com o currículo proposto, permitindo uma uniformização das práticas nas diferentes localidades de ensino. Foi possível notar que temas como Linkage, Pleiotropia, Epistasia e Biotecnologia estão entre os menos abordados. Estes mesmos assuntos estão presentes no discurso dos professores como preteridos diante da falta de tempo disponível. A fim de verificar o desenvolvimento de habilidades e competências, os alunos foram perguntados sobre a importância da genética. Neste contexto, poucos alunos foram capazes de fazer sua associação com hereditariedade (em seu sentido mais abrangente), determinação de doenças genéticas e biotecnologia, ou seja, tinham uma visão mais ampla sobre o tema e suas aplicações. Grande parcela dos alunos considerou a falta de tempo para estudo, a complexidade do tema e a linguagem do professor como determinantes para sua pouca compreensão. Apesar destes fatores, a maioria dos alunos percebe o tema como interessante. Para os professores, a receptividade costuma ser boa ou regular, ainda que impactada pela dificuldade de compreensão dada, sobretudo, pela deficiência em conteúdos prévios como biologia molecular e citologia. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 11 Diferentes representações do que são GENES partindo de livros didáticos, alunos e professores Goldbach, T1, Campos, DM2, Casariego, F3; Bedor, P3 e Gusmão, G3 Professora e Pesquisadora – Prog de Pós-Grad Lato Sensu em Ensino de Ciências e Graduação em Ciências Biológicas, Modalidade Biotecnologia– IFRJ – Campus Maracanã 2 Professora colaboradora – Grupo de Pesquisa NEDIC – IFRJ 3 Bolsistas de Iniciação Científica CNPq – NEDIC - IFRJ – Campus Maracanã 1 Palavras-chave: gene, representações, livros didáticos, genética escolar, ensino básico A história da idéia de gene tem sido tratada por muitos autores, indicando que com o desenvolvimento dos conhecimentos do campo da biologia, desde suas sub-áreas nascentes, na virada do século XIX, aos novos paradigmas provindo das distintas fases de desenvolvimento da biologia molecular - foram se estabelecendo novas visões e abordagens para esta unidade de herança. Desse modo, as representações do que é um gene ganham diferentes contornos, trazendo enormes desafios para eleger seu “desenho” adequado. Perguntamo-nos, então, como os alunos do ensino básico, ensino médio e calouros da graduação, estão aprendendo a representar o que são genes. Este trabalho apóia-se na análise de um amplo levantamento de trabalhos acadêmicos envolvendo pesquisas sobre o Ensino de Genética e Temáticas afins realizado pelo Núcleo de Pesquisa em Ensino e Divulgação de Ciências (NEDIC-IFRJ), o qual tem chamado atenção para as formas fragmentadas, simplificadas e pouco contextualizadas no tratamento didático da temática Genética, dificultando o ensino e aprendizagem. Nesta investigação toma-se como partida que o tão reclamado “ensino fragmentado” pode ser fruto de uma inércia na acomodação, no contexto da genética escolar, das abordagens sobre o que são genes pelos olhares mendeliano, morganiano, molecular e interacionista. Foram investigadas as diferentes representações de genes, na forma de esquemas/figuras, em nove livros didáticos recomendados pelo Programa Nacional do Livro Didático do Ensino Médio/2009; assim como foi solicitado a um conjunto de alunos e professores, numa perspectiva qualitativa, para representarem com desenhos a mão livre o que seria um gene “didático” para eles. Os resultados preliminares indicam uma convivência de abordagens. Com exceção da abordagem interacionista, que se mostrou pouco presente nos materiais analisados, foram identificados, respectivamente, – com detalhamento variável - representações de gene como partícula/ letras, como pedaços/contas no braço/colar cromossômico e como trecho de DNA que informa RNA codificador de certa proteína. São imagens que nem sempre dialogam entre si. Discute-se que esta organização não-integrada dos tópicos e representações encontradas na amostra, muitas vezes dispostos em capítulos e séries distintas, assim como os diferentes desenhos produzidos, refletem um caráter inercial e conservador da definição e organização dos programas e currículos – com uma introdução gradual e acumulativa, ao longo do tempo, dos novos conhecimentos da área sem uma incorporação integrativa e inovadora. Além das categorias provindas de um olhar histórico, pretende-se interagir com o campo da biologia teórica e da filosofia da biologia, com proposições de importantes autores, tais como gene molecular/evolutivo, gene-P/gene-D e gene sistêmico. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 12 A intervenção no ensino/aprendizagem de genética a partir do uso de dinâmicas com graduandos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Araujo, AV1; Pinheiro, TF1; Leite, TH1; Almeida, CRM1; Dumans, ATN1 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, Unidade de Genética e Biologia Molecular – UNIGEN Rua Frei Caneca, 94. Rio de Janeiro- RJ/ Tel: 55 21 2531 7921 [email protected] 1 Palavras– chave: Ensino, genética, dificuldades, intervenção, graduandos Muitos estudos têm mostrado que discentes de ensino fundamental e médio consideram a genética um assunto abstrato e de difícil aprendizagem. Conhecer as origens de tais problemáticas é de fundamental importância para que ações com conseqüências em longo prazo possam ser tomadas, visando uma mudança qualitativa no processo ensino/aprendizagem da genética, para que se alcance com melhor eficiência esses discentes. A partir disto, este projeto, que surgiu da experiência da autora em diversos colégios onde atuava como monitora, visa interferir nas origens da formação dos futuros docentes, neste caso, os graduandos do Curso de Ciências biológicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Para isso foram feitas entrevistas semiestruturadas com docentes e discentes de diversas escolas públicas e particulares do Estado do Rio de Janeiro, além dos graduandos da Universidade. Com isso, verificou-se que os motivos apontados pelos discentes e docentes como principais causas da dificuldade no ensino/aprendizagem são a abstração do conteúdo e dificuldade de interpretação matemática por parte dos alunos, além disso, outro problema citado pelos docentes foi a falta de recursos didáticos em alguns colégios onde lecionam. Os graduandos, ao serem questionados sobre suas atuações futuras como possíveis docentes, demonstraram, em sua maioria, não saber que estratégias utilizar para abordar os variados temas relacionados à genética, em salas de aula, mostrando que a falta de estratégias que diminuam a abstração é um problema com origem na graduação. Sendo assim, começamos a utilizar, com os graduandos da disciplina de Genética Geral, dinâmicas que visam não só a facilitação da assimilação do conteúdo pelos mesmos, mas também servir como ferramentas futuras para serem utilizadas em sala de aula, mostrando que é possível tornar menos abstrato os temas da disciplina com a utilização de poucos recursos. Como por exemplo, a análise e construção de cariótipos com corte e colagem, na impossibilidade de levar os alunos a um laboratório de citogenética; teatro, com construção de heredogramas pelos alunos a partir de situações hipotéticas de aconselhamento genético; demonstração do princípio de Hardy-Weinberg (que costuma ter difícil interpretação matemática por parte dos discentes) com alfinetes no lugar dos alelos, entre outras dinâmicas. Os graduandos vêm demonstrando grande interesse pelas atividades, bem como uma melhor assimilação dos conteúdos e dizem sentir-se menos despreparados para ministrar esses conteúdos futuramente, já que estas dinâmicas envolvem intensa participação deles, muitas vezes com apresentação de curtas aulas pelos mesmos ao final da dinâmica. 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 13 Da extração de DNA a PCR: um modelo para curso de verão Lázaro-Silva, DN1; Lopes, BA1; Teixeira, FO; Amorim, LMF1 Universidade Federal Fluminense, Departamento de Biologia Celular e Molecular; Outeiro São João Batista s/n, 24.020-150, Centro, Niterói, RJ, Brasil. [email protected] 1 Palavras-chave:- Extração, DNA, sangue periférico, PCR, curso de verão, biologia molecular Uma série de técnicas vem sendo desenvolvidas na área de biologia molecular, tornando necessária a criação de ferramentas didáticas que permitam aos alunos de graduação compreender melhor as teorias básicas facilitando a compreensão das novas tecnologias. Tendo como objetivo oferecer essa oportunidade aos alunos de Graduação, ligados a pesquisa na área de saúde, foi elaborado um curso de verão contendo aulas teóricas e práticas que visam a compreensão dos processos bioquímicos e a rotina básica em um laboratório de Biologia Molecular. Nosso foco durante a montagem das aulas foi criar uma dinâmica que possibilitasse ao aluno absorver as informações através de analogias dentre o que é visto na teoria com o observado na prática. Em um trabalho anterior foram avaliadas algumas técnicas de extração de DNA a partir de tecido sanguíneo periférico fresco, para definir qual se enquadrava no perfil do curso, sendo considerada a melhor técnica aquela que apresentou um bom rendimento por volume de sangue, custo baixo e potencial de amplificação por PCR. Durante esse trabalho foram realizados procedimentos básicos como quantificação do DNA, eletroforese em gel de agarose, PCR e análises estatísticas, para analisarmos a possibilidade de introduzir-los no programa em questão. A análise da viabilidade resultou na montagem do protocolo padrão para o curso. O teste para comprovar sua eficácia foi realizado durante o treinamento de monitores de bioquímica da Universidade Federal Fluminense, que visava auxiliá-los na condução das aulas práticas da disciplina em questão. Através da observação dessas aulas lecionadas pelos monitores pudemos observar que o conteúdo foi absorvido com sucesso. Além disso, foram analisados questionários respondidos pelos alunos presentes nessas aulas, para observar se eles compreenderam o conteúdo abordado, assim como os monitores. O resultado obtido nos auxiliou a corrigir as falhas do programa, para que possa ser posto em prática no verão de 2011. Conclusão: Foi montado um curso de verão de Biologia Molecular com enfoque em extração de DNA e PCR no Departamento de Biologia Celular e Molecular da Universidade Federal Fluminense. Apoio financeiro: PROPPI, FAPERJ, CNPQ 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 14 Desvendando a meiose: o jogo da memória como facilitador do processo ensino-aprendizagem da Genética Siqueira, MN1; Campos, CKP1; Borges, JP1; Rodrigues, LA1; Silva, CP1; Neves, AF1 ¹Universidade Federal de Goiás, Departamento de Ciências Biológicas [email protected] Palavras-chave: meiose, jogo da memória, genética, questionário, ensino-aprendizagem Introdução: A Genética é considerada uma área das Ciências Biológicas de difícil compreensão, por ser abstrata e complexa. Conceitos básicos necessários para a compreensão dos modelos de herança genética apresentam um grande déficit de aprendizagem, dentre estes destaca-se o processo de divisão celular pela meiose. De forma geral, a meiose é o processo pelo qual as células germinativas reduzem o número de cromossomos diplóides para um número haplóide, encontrado nos gametas masculino e feminino. Embora extremamente importante e de caráter intradisciplinar, a meiose acaba não sendo trabalhada de uma forma a garantir aprendizagem efetiva por parte dos alunos, tanto da educação básica como superior. Objetivos: Diante do exposto, o trabalho aqui apresentado objetivou a elaboração e aplicação de um jogo da memória como forma lúdica e facilitadora do processo ensino-aprendizagem da meiose. Metodologia: Com o auxílio de livros didáticos de ensino médio e superior foi confeccionado um questionário sobre meiose aplicado a graduandos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão, contendo 10 questões objetivas com três alternativas para cada questão. Este questionário foi aplicado antes e após a execução de um jogo da memória contendo imagens dos processos de divisão celular e de suas definições. Trinta e dois graduandos participaram do estudo, sendo quatro do 1º período; 11 do 3º período e 17 do 6º período. Os dados obtidos foram analisados utilizando-se porcentagens e o teste estatístico não-paramétrico de Mann-Whitney. Resultados: A questão que mais apresentou dificuldade antes do jogo foi “Por que é importante que ocorra a meiose? R: Para reduzir o número de cromossomos e permitir a troca de pares entre cromossomos homólogos”. O resultado do questionário pré-jogo demonstrou que os alunos do 6º período com 46% de acertos apresentaram uma maior dificuldade de compreensão da meiose, enquanto os alunos do 3º período apresentaram 48% de acertos. Após o jogo, os alunos do 3° e 6º períodos apresentaram diferenças estatisticamente significativas de acertos, aumentando para 77% e 87%, respectivamente. Devido à pouca quantidade de alunos do 1º período avaliados, os dados foram considerados pouco significativos. Antes do jogo, os graduandos afirmaram não se lembrarem do conteúdo de meiose, constatando assim uma defasagem em seus conhecimentos prévios, tendo em vista que estes alunos tiveram o conteúdo de meiose no primeiro período em Citologia e no quarto período de Genética. Conclusão: Como diagnostico pelo questionário pré e pós-teste, o jogo da memória elaborado foi capaz de auxiliar a fixação de conceitos associados ao processo de divisão celular, além de ter demonstrado ser uma prática mais prazerosa de apreensão de conhecimentos, fugindo dos tradicionais métodos de ensino-aprendizagem. Apoio: PROEC-UFG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 15 Elaboração e avaliação de modelo de cariótipo humano no ensino de biologia para inclusão de alunos com deficiência visual ORLANDO, T.C.1, REIS, M.X.2; BAZON, F.V.M.3 Laboratório de Biologia Molecular Aplicada à Biodiversidade - Instituto de Ciências da Natureza, UNIFAL-MG, Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700, CEP 37130-000, Alfenas, MG 2 Graduada em Ciências Biológicas pela UNIFAL-MG. Docente da Universidade Federal de São Carlos – São Paulo [email protected] 1 Palavras-chave: educação inclusiva, material didático, cromossomos, genética, necessidades especiais. Para que a educação inclusiva garanta não só a matrícula do aluno com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), mas que também proporcione aos mesmos a inserção no processo de aprendizagem, requer-se atenção às características particulares de aprendizagem destes alunos, buscando atendê-las. Quanto ao aluno com deficiência visual, é essencial a utilização de materiais adaptados que respeitem o seu referencial perceptual. Por isso, quando o professor de biologia trabalha o conteúdo de genética, termos como cromossomos sexuais, alelos, gene, genoma, cariótipo e outros que envolvem conceitos de difícil compreensão para alunos videntes, tornamse mais complexos para aqueles com deficiência visual. O presente trabalho teve como proposta a elaboração e avaliação de um modelo de representação do cariótipo humano para compreender como este pode contribuir para a inclusão do aluno com deficiência visual no ensino regular. Além disso, como o referido material pode auxiliar aos alunos do ensino médio na construção de conceitos básicos de genética como: cromossomos, cariótipo humano, organismos diplóides, cromossomos homólogos, cromossomos autossomos e sexuais, etc. O modelo foi construído representando-se os 23 pares de cromossomos humanos em material plástico flexível com as bandas cromossômicas e regiões satélites em material de textura diferenciada, com cores contrastantes (protocolo de patente no. 220907895945 . A avaliação teve por base a abordagem qualitativa em educação, buscando compreender o fenômeno em sua singularidade. O material didático foi avaliado por professores especializados na área de genética, ensino de ciências e deficiência visual. Para essa avaliação foi utilizado um questionário sobre o modelo proposto. Os resultados evidenciaram que o material didático é favorável à inserção do aluno com deficiência visual no processo de aprendizagem e que possui ótimo potencial para o desenvolvimento de conceitos como cariótipo, cromossomos homólogos, alelos, cromossomos sexuais, mecanismo de determinação do sexo em humanos, não só para deficientes visuais, como também para aplicação com alunos videntes. Assim, a representação do modelo mostrou-se adequada ao referencial perceptual dos alunos com deficiência visual para a compreensão de conceitos complexos de genética e que necessitam de material didático para auxiliar o professor em sala de aula, principalmente onde os recursos tecnológicos são mais escassos. A pesquisa demonstrou também a importância do acesso a novos conhecimentos derivados de pesquisas atuais que possam subsidiar o trabalho educacional, principalmente no que tange à inclusão de alunos com deficiência visual, visando respeitar o propósito da inclusão escolar que tem por objetivo a igualdade de oportunidades educacionais independentemente das NEE dos alunos. Agradecimentos: NIPI (UNIFAL-MG) FAPEMIG 56º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 56º Congresso Brasileiro de Genética • 14 a 17 de setembro de 2010 Casa Grande Hotel Resort • Guarujá • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 16 Avaliação do conhecimento e da eficácia de diferentes metodologias para o entendimento da determinação genética do sexo aplicadas em alunos do ensino médio de escolas públicas Pires, DJ1,4; Moraes Filho, AV2,4 & Chapadense, FGG3,4 ¹ Profª. Drª, Orientadora ² Bolsista do Programa de Bolsa de Iniciação Científica (PBIC – UEG) do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas ³ Acadêmica do 4º ano do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas – Pesquisadora Colaboradora 4 Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Morrinhos [email protected] Palavras-chave: genética, ensino-aprendizagem, palestras, ensino médio e escolas públicas. Há um grande número de pesquisas apresentando resultados insatisfatórios com relação ao conhecimento dos alunos do Ensino Médio sobre conceitos básicos de Genética. É necessário que haja uma construção de conhecimento com qualidade, pois os discentes estão concluindo uma etapa relevante de seus estudos na educação básica, além de ser o momento de preparação para a continuação da sua trajetória educacional. Portanto, o uso de metodologias diferenciadas torna-se importante. O objetivo deste trabalho foi avaliar o conhecimento e a eficácia de diferentes metodologias para o entendimento da Determinação Genética do Sexo aplicadas em Alunos do Ensino Médio de Escolas Públicas. Foi escolhido um tema relevante do conteúdo de Genética (Determinação Genética do Sexo) e posteriormente, um questionário foi aplicado para um total de 62 alunos do 3º ano de duas Escolas Estaduais do município de Morrinhos – GO. Posteriormente, uma palestra foi proferida e os alunos assistiram dois filmes: O milagre do amor e O Segredo do Sexo. Após a exibição dos filmes, o mesmo questionário foi aplicado. Antes da palestra e dos filmes, quando indagados em relação ao cromossomo responsável por determinar o sexo masculino, 17,74% dos participantes afirmaram ser o cromossomo X, 33,87% responderam que era o cromossomo Y e 48,39% afirmaram não saber o cromossomo responsável. Em relação ao hormônio responsável pela masculinização do corpo humano, 3,23% dos questionados assinalaram o estrogênio, 85,48% a testosterona e 11,29% afirmaram não saber a resposta. Quando perguntados sobre a possibilidade de uma mulher possuir os cromossomos XY e manter as características anatômicas femininas, 12,90% dos discentes disseram haver possibilidade da ocorrência da anomalia, 30,65% negaram essa possibilidade e 56,45% não souberam responder a questão. Depois da palestra e dos filmes, 17,74% dos alunos falaram que o cromossomo X é responsável por determinar o sexo masculino, 64,52% afirmaram ser o cromossomo Y e 17,74% não souberam a resposta. Já para a segunda questão, nenhum participante assinalou o estrogênio como responsável pela masculinização do corpo humano, 96,77% marcaram a testosterona e 3,23% não souberam responder a questão. Em se tratando da possibilidade de uma mulher possuir os cromossomos XY e manter as características anatômicas femininas, 70,97% afirmaram haver a possibilidade, 12,90% negaram e 16,13% não souberam a resposta. Ao comparar as respostas obtidas antes e depois da palestra e dos filmes, percebe-se que os discentes compreenderam os assuntos abordados, confirmando a importância de metodologias diferenciadas para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. Apoio financeiro: PBIC – UEG