CÉLULAS PAROQUIAIS DE EVANGELIZAÇÃO APOIO À PREPARAÇÃO DA EDIFICAÇÃO TEMA MEU SENHOR E MEU DEUS! Jo 20,19-29 OBJETIVO ENCONTRAR COM CRISTO A - EXORTAÇÃO DO PASTOR B - OBSERVAÇÃO, EXPLORAÇÃO E APLICAÇÃO C - ANEXOS – Sobre o Encontro Pessoal com Cristo, da Evangelii Gaudium, do Papa Francisco A- EXORTAÇÃO DO PASTOR A alegria bebe na fonte do amor maior, que é o de Deus, a nós manifestado em Jesus Cristo. “Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”. Somente graças a este encontro com o amor de Deus, que se converte em amizade feliz, é que somos resgatados da nossa consciência isolada e da auto-referencialidade. Chegamos a ser plenamente humanos, quando somos mais do que humanos, quando permitimos a Deus que nos conduza para além de nós mesmos a fim de alcançarmos o nosso ser mais verdadeiro. Aqui está a fonte da ação evangelizadora. Porque, se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de o comunicar aos outros? (Baseado em Evangelii Gaudium 8 – Papa Francisco) Recomendamos vivamente que, se possível, a liderança faça uma Leitura Orante sobre o texto, observando seus quatro passos: Leitura, Meditação, Oração e Contemplação. Isto é muito mais eficaz que se basear neste texto de apoio. Devemos entrar dentro do fato, como se fôssemos os discípulos e escutar no coração o que o Espírito tem a nos dizer. B- OBSERVAÇÃO, EXPLORAÇÃO E APLICAÇÃO TRATAMENTO DE CHOQUE “A LA TOMÉ”. A Fé de Tomé precisava de um “tratamento de choque”. Pois, assim como todos os outros, como Madalena, Pedro e João, os discípulos de Emaús, Tomé havia sido esmagado pelo terrível choque mortal da Paixão de quem ele amava acima de tudo: Jesus, o Cristo. Choque tão brutal e insuportável, que não seriam desencontradas notícias de umas desequilibradas mulheres visionárias, de exaltados alucinados que o fariam fugir da realidade crudelíssima que experimentara. Tomé sabia que nada superaria esta realidade. As narrativas visionárias se explicavam, e se explicavam muito bem, pelo desejo de reter o belíssimo sonho aniquilado na Cruz. Não!, nada poderia superar a palavra, o brado definitivo daquela Cruz. Apenas, apenas... bem, se ele pusesse os dedos naquelas chagas, sentisse ali o sangue vivo, tocasse as brechas pungentes dos cravos... Não, já estou a delirar como eles, isto é apenas modo de dizer, de dizer que é simplesmente impossível que ele esteja vivo. E o Senhor vem ao encontro de Tomé, ao encontro de Tomé no encontro com os seus. Será algo intensamente pessoal, mas intensamente inserido na comunhão. Pois, pelo “tratamento de choque” de Tomé, o Senhor queria restaurar a comunhão deles na Fé e elevá-la a um nível extraordinário. E grande exemplo seria a partir do reencontro com Tomé. “Põe tua mão! Põe! Sente o coração perfurado por ti, penetra minhas mãos que te oferecem o corpo vivo do Cordeiro. Toma, bebe, come! Vive! Pois eis vencida a morte, eis que o Amor venceu e a Misericórdia triunfou sobre o mal. Crê, Tomé! Crê, pois como ti e acima de ti serão felizes todos aqueles que de agora em diante, pela fé, tocarão as minhas chagas, beberão do meu sangue e partilharão da minha ceia contigo e conosco. Pois eis aqui, para ti e para sempre, o teu Deus Salvador!”. APLICAÇÕES (sugestões à escolha, pense-se também em outras) 1. Partilhar “tratamentos de choque” que sua Fé já recebeu. 2. O que se deve fazer para renovar um encontro pessoal com Jesus? 3. A célula pode se transformar em um encontro pessoalcomunitário com Jesus? Como? Partilhem 4. Como fazer que Cristo não seja apenas uma “decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte”? COLETA - (sugestão – não se prenda a ela, ouça o Espírito!) Pode ser uma oração espontânea, inspirada pelo que o Espírito Santo revelou e realizou na partilha. Por exemplo: “Nosso Senhor e nosso Deus! Fazei um “tratamento de choque” em nossa fé, um encontro contigo, como o fizestes a Tomé!”. EXERCÍCIO PARA A SEMANA Várias vezes ao dia, pôr-se na pessoa de Tomé e orar a Jesus: Meu Senhor e meu Deus! Faz um “tratamento de choque” em minha fé, renova meu encontro contigo! C- ANEXOS Trechos sobre o Encontro Pessoal com Cristo, retirados da Evangelii Gaudium, do Papa Francisco Deixe-se encontrar por Cristo. Não se creia discriminado, pois “da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído”. Se deres um pequeno passo em direção a Jesus, descobrirás que Ele te aguardava de braços abertos. Ninguém te pode tirar a dignidade que seu amor infinito e inabalável te confere. Ele te permite levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca te defrauda e te pode restituir a alegria. Não fujas da ressurreição de Jesus; nunca te tenhas por morto, suceda o que suceder. Pois nada pode mais do que a sua vida que nos impele para diante! (Baseado em Evangelii Gaudium 3 – Papa Francisco) Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus; não digamos mais que somos ‘discípulos e “missionários”, mas sempre que somos “discípulos missionários”. Se não estivermos convencidos disto, olhemos para os primeiros discípulos, que logo depois de terem conhecido o olhar de Jesus, saíram proclamando cheios de alegria: “Encontramos o Messias” (Jo 1, 41). A Samaritana, logo que terminou o seu diálogo com Jesus, tornou-se missionária, e muitos samaritanos acreditaram em Jesus “devido às palavras da mulher” (Jo 4, 39). Também São Paulo, depois do seu encontro com Jesus Cristo, “começou imediatamente a proclamar (…) que Jesus era o Filho de Deus” (At 9, 20). Porque esperamos nós? O encontro pessoal com o amor de Jesus que nos salva 264. A primeira motivação para evangelizar é o amor que recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos por Ele que nos impele a ama-lo cada vez mais. Com efeito, um amor que não sentisse a necessidade de falar da pessoa amada, de a apresentar, de a tornar conhecida, que amor seria? Se não sentimos o desejo intenso de comunicar Jesus, precisamos de nos deter em oração para Lhe pedir que volte a cativar-nos. Precisamos de o implorar cada dia, pedir a sua graça para que abra o nosso coração frio e sacuda a nossa vida tíbia e superficial. Colocados diante d’Ele com o coração aberto, deixando que Ele nos olhe, reconhecemos aquele olhar de amor que descobriu Natanael no dia em que Jesus Se fez presente e lhe disse: “Eu vi-te, quando estavas debaixo da figueira!” (Jo 1, 48). Como é doce permanecer diante dum crucifixo ou de joelhos diante do Santíssimo Sacramento, e fazê-lo simplesmente para estar à frente dos seus olhos! Como nos faz bem deixar que Ele volte a tocar a nossa vida e nos envie para comunicar a sua vida nova! Sucede então que, em última análise, “o que nós vimos e ouvimos, isso anunciamos” (1Jo 1, 3). A melhor motivação para se decidir a comunicar o Evangelho é contemplá-lo com amor, é deter-se nas suas páginas e lê-lo com o coração. Se o abordamos desta maneira, a sua beleza deslumbra-nos, volta a cativar-nos vezes sem conta. Por isso, é urgente recuperar um espírito contemplativo, que nos permita redescobrir, cada dia, que somos depositários dum bem que humaniza, que ajuda a levar uma vida nova. Não há nada de melhor para transmitir aos outros. Convido todo o cristão, em qualquer lugar e situação que se encontre, a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de o procurar dia a dia sem cessar. Não há motivo para alguém poder pensar que este convite não lhe diz respeito, já que “da alegria trazida pelo Senhor ninguém é excluído”. Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e, quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada. Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: “Senhor, deixei-me enganar, de mil maneiras fugi do vosso amor, mas aqui estou novamente para renovar a minha aliança convosco. Preciso de Vós. Resgatai-me de novo, Senhor; aceitai-me mais uma vez nos vossos braços redentores”. Como nos faz bem voltar para Ele, quando nos perdemos! Insisto uma vez mais: Deus nunca Se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir a sua misericórdia. Aquele que nos convidou a perdoar “setenta vezes sete” (Mt 18, 22) dá-nos o exemplo: Ele perdoa setenta vezes sete. Volta uma vez e outra a carregar-nos aos seus ombros. Ninguém nos pode tirar a dignidade que este amor infinito e inabalável nos confere. Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria. Não fujamos da ressurreição de Jesus; nunca nos demos por mortos, suceda o que suceder. Que nada possa mais do que a sua vida que nos impele para diante! Posso dizer que as alegrias mais belas e espontâneas, que vi ao longo da minha vida, são as alegrias de pessoas muito pobres que têm pouco a que se agarrar. Recordo também a alegria genuína daqueles que, mesmo no meio de grandes compromissos profissionais, souberam conservar um coração crente, generoso e simples. De várias maneiras, estas alegrias bebem na fonte do amor maior, que é o de Deus, a nós manifestado em Jesus Cristo. Não me cansarei de repetir estas palavras de Bento XVI que nos levam ao centro do Evangelho: “Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”. 8. Somente graças a este encontro – ou reencontro – com o amor de Deus, que se converte em amizade feliz, é que somos resgatados da nossa consciência isolada e da auto-referencialidade. Chegamos a ser plenamente humanos, quando somos mais do que humanos, quando permitimos a Deus que nos conduza para além de nós mesmos a fim de alcançarmos o nosso ser mais verdadeiro. Aqui está a fonte da acção evangelizadora. Porque, se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de o comunicar aos outros?