MI MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA TE216 - Laboratório de Eletrônica II Prof. Alessandro L. Koerich Experimento 9 – Análise de Circuitos Circuito RLC-Série em Regime CA Objetivo Verificar o comportamento de um circuito RLC-Série em regime de corrente alternada. Componentes e Instrumentação Indutor (micro-choque) 1mH. Capacitor poliéster/cerâmico 100nF (104) Resistor 1kΩ. Osciloscópio Digital de Dois Canais e Ponteiras 1x Gerador de Funções Introdução O circuito RLC-Série é composto por um resistor, um capacitor e um indutor, associados em série, conforme mostra a figura abaixo. Na construção do diagrama vetorial visto na figura abaixo, consideramos como referência a corrente, pois sendo um circuito série, ela é a mesma em todos os componentes e está adiantada de ⁄ radianos em relação à tensão no capacitor e atrasada de ⁄ radianos em relação a tensão no indutor. Para fins de diagrama vetorial, utiliza-se a resultante, pois os vetores que representam a tensão no capacitor e a tensão no indutor têm a mesma direção e sentidos opostos, condizentes com os efeitos capacitivos e indutivos. Observando o diagrama, notamos que VLef é maior que VCef, portanto temos como resultante um vetor (VLef -VCef), determinado um circuito com características indutivas, ou seja, com a corrente atrasada em relação à tensão. No caso de termos VCef maior que VLef, obteremos um circuito com características capacitivas, ou seja, com a corrente adiantada em relação à tensão, resultando num diagrama vetorial, como mostrado na figura abaixo. Do diagrama temos que a soma vetorial da resultante com a do resistor é igual a da tensão da fonte. Assim sendo, podemos escrever: ( dividindo todos os termos por temos [ ] [ ] [ ) , temos: ] onde: portanto, podemos escrever ( ) ou √ ( ) que é o valor da impedância do circuito. O ângulo é a defasagem entre a tensão e a corrente no circuito e pode ser determinado por meio das relações trigonométricas do triângulo retângulo, em que: Como o circuito RLC-Série pode ter comportamento capacitivo ou indutivo, vamos sobrepor suas reatâncias, construindo o gráfico abaixo. Do gráfico da figura ao lado temos que para frequências menores que f0, XC é maior que XL e o circuito tem características capacitivas, como já visto. Para frequências maiores que f0, XC é menor que XL e o circuito tem características indutivas. Na frequência f0 temos que XC é igual a XL, ou seja, o efeito capacitivo é igual ao efeito indutivo. Como estes efeitos são opostos, um anula o outro, apresentando o circuito características puramente resistivas. Este fato pode ser observado utilizando a relação para cálculo da impedância: √ ( ) como temos que Como neste caso o circuito possui características resistivas, tensão e corrente estão em fase, assim sendo o ângulo é igual a zero. Como a frequência f0 anula os efeitos reativos, é denominada frequência de ressonância e pode ser determinada igualando as reatâncias indutiva e capacitiva: ( ) √ A partir do estudo feito, podemos levantar o gráfico da impedância em função da frequência para o circuito RLCSérie. Este gráfico é visto na figura abaixo. Pelo gráfico observamos que a mínima impedância ocorre na frequência de ressonância e esta é igual ao valor da resistência. Podemos também levantar a curva da corrente em função da frequência para o mesmo circuito. Esta curva é vista na figura abaixo. Pelo gráfico observamos que para a frequência de ressonância a corrente é máxima (I0), pois a impedância é mínima (Z = R). Quando no circuito RLC-série tivermos o valor da resistência igual ao valor da reatância equivalente ( ), podemos afirmar que a tensão no resistor (VR), é igual à tensão na reatância equivalente ( ). A partir disso podemos escrever: ( ) como: temos: √ ou dividindo por R, temos: √ ⁄ representa o valor de I0, ou seja, a corrente do circuito na frequência de ressonância, e como corrente no circuito na situação da reatância equivalente e igual à resistência, podemos relacioná-las como: ⁄ a √ √ Esse valor de corrente pode ocorrer em duas frequências de valores distintos, sendo denominadas respectivamente de frequência de corte inferior (fCi) e frequência de corte superior (fCs). Na figura ao lado é mostrado o gráfico da corrente em função da frequência com esses pontos transpostos. A faixa de frequências, compreendida entre a frequência de corte inferior e a frequência de corte superior, é denominada da Largura de Banda (Bandwidth), podendo ser expressa por: Prática 1) Monte o circuito da figura ao lado. Ajuste a tensão do gerador de sinais para uma onda senoidal de 10V pico a pico. 2) Varie a frequência do gerador de sinais, conforme o quadro abaixo. Para cada valor ajustado, meça e anote a tensão pico a pico no resistor. 3) Calcule o valor eficaz da tensão no resistor ⁄ 4) Calcule o valor eficaz da corrente, utilizando ⁄ 5) Calcule a impedância utilizando f (kHz) VRp-p (V) VRef (V) Z (kΩ) Ief (mA) 1 5 10 15 20 25 30 40 60 80 100 500 1000 6) Utilizando o mesmo circuito ligado ao osciloscópio conforme a figura ao lado, meça os valores de 2a e 2b para as frequências do quadro abaixo. 7) Calcule a defasagem entre tensão e corrente no circuito. 8) Construa os gráficos Z = f(f), Ief = f(f) e = f(f). 9) Determine a frequência de ressonância e as frequências de corte inferior e superior no gráfico Ief = f(f). 10) A partir dos dados obtidos, determine a Largura de Banda. f (kHz) 2a 2b 1 5 10 15 20 25 30 40 60 80 100 500 1000 11) Varie a frequência do gerador de sinais até obter 2a = 0. Anote o valor desta frequência no quadro abaixo. f0 (kHz)