Intimismo e farsa

Propaganda
2 | SÁBADO, 25 de outubro de 2008
CORREIO DO POVO
Arte&Agenda
Intimismo e farsa
Teatro
O RETRATO — Homem promete sua alma,
pela juventude eterna. Grupo Neelic. Gasômetro (sala 504), somente neste sábado,
20h e domingo, 19h30min. Cartão do Assinante Correio do Povo tem 50% desconto.
HOMENS DE PERTO — Três amigos decidem continuar com espetáculo, após morte
do protagonista. Direção de Nestor Monastério. No Teatro da Amrigs (Ipiranga, 5311),
de quintas a domingos, às 21h. Até 16/11.
LA HERANZA — Conflitos vêm à tona em
reencontro familiar. De Luís Pretto. Teatro
Bourbon Shopping Assis Brasil, sábados,
21h, domingos, às 20h30min. Até 16/11.
ENTRE NÓS — Zaratustra contemporâneo
(Gabriel de Negreiros) rompe com o cotidiano. Gasômetro (sala 502), sábados e domingos, 20h, até 9/11. Cartão do Assinante do
Correio do Povo tem 50% de desconto.
COMO AGARRAR UM MARIDO ANTES DOS
40 — Advogada fixa prazo para arranjar
marido. Teatro Hebraica (João Telles, 508),
sábados, 21h, domingos, 20h. Até 9/11.
A COMÉDIA DOS ERROS — Dois pares de
gêmeos se separam na infância. Cia. Stravaganza. Stravaganza (Olinto de Oliveira, 66),
sábados e domingos, 20h30min, até 9/11.
CLÁUDIO ETGES / DIVULGAÇÃO / CP
Cena de ‘A Comédia dos Erros’
RÁDIO ESMERALDA — Locutoras de rádio
(Simone Rasslan e Adriana Marques) apresentam programa de rádio. No Teatro Novo
(Shopping DC Navegantes), sábados, 21h,
domingos, 20h. Em cartaz até 2/11.
APARECEU A MARGARIDA — Um dia na
sala de aula de uma autoritária professora
(Renato del Campão), nos anos 70. Na Sala
Álvaro Moreyra (Erico Verissimo, 307), sábados, 21h, domingos, 20h. Até 2/11.
SIMPLESMENTE GILDA — Drag queen divide apartamento com amigo de infância
que vai casar. Direção de Leonardo Bizarro.
No Teatro Nilton Filho (Grão Pará, 179), sábados, 21h, domingos, 20h. Até 2/11.
O GORDO E O MAGRO VÃO PARA O CÉU
— Personagens (Heinz Limaverde e Carlos
Ramiro Fensterseifer) têm que executar difícil tarefa, em peça inspirada no universo de
Beckett. Usina do Gasômetro (sala 302), sábado e domingo, às 20h. Últimas sessões.
FILOSOFIA DE UM PAR DE BOTAS — Papeleiro (Paulo Bocca) sonha ser escritor,
após ganhar vários livros que iriam para o lixo. Cia. de Arte (Andradas, 1780), sábado,
20h. Última sessão. Cartão do Assinante
Correio do Povo tem 40% de desconto.
INFANTIL
MARATONA INFANTIL — Cia. Teatro Novo
apresenta “Histórias de Bruxa Boa” (15h) e
“Os Saltimbancos” (17h), no Teatro Novo
(Shopping DC Navegantes). Até 2/11.
CIA. ART & AÇÃO — Clássicos ”A Bela
Adormecida” e “Chapeuzinho Vermelho”,
respectivamente 15h e 17h30min, no Shopping Bourbon Assis Brasil. Direção de Zé Rodrigues. Últimas apresentações.
PITOCANDO — A diversidade da música
folclórica brasileira, em espetáculo de Cláudia Braga e Nise Franklin. Na Sala Álvaro
Moreyra (Erico Verissimo, 307), sábados e
domingos, às 16h. Em cartaz até 2/11.
TRAÇA BIBLIÓ E O POETA — Traça (Dinorah Araújo) é guardiã de biblioteca. Biblioteca Lucilia Minssen da Casa de Cultura Mario Quintana, neste sábado e domingo, 16h.
DOGS — Atrizes nervosas, diretor estressado, esquecimento e erros de marcação em
peça montada por seis animais. Com a Cia.
Déjà-vu. Teatro de Câmara (República, 575),
sábado e domingo, 16h. Últimas sessões.
OS HORROROSUS — Adaptação livre de
“A Família Adams”, com oficinandos do curso de montagem teatral de Irajá Cibilis. Na
Cia. de Arte (Andradas, 1780), sábado e domingo, às 16h. Últimas apresentações.
ZÉ MALANDRO E A MORTE — Produção
Brasil-Dinamarca, baseada no livro “Contos
de Enganar a Morte” de Ricardo Azevedo.
Homem engana a morte com astúcia, ganhando anos extras para aproveitar a vida.
Casarão Verde (Shopping DC Navegantes),
sábado e domingo, 17. Últimas sessões.
■ VERA PINTO
[email protected]
THIAGO PICCOLI / DIVULGAÇÃO / CP
parte de suas percepções, que beiram o nonsense. “As duas admipeculiar amizade entre duas mulheres é o ram o ser amado por ramote de “Uma Simples Aparência”, em car- zões que não se admira
taz na Sala Carlos Carvalho da Casa de alguém e estabelecem
Cultura Mario Quintana, de sextas a domingos, relações de extremos”,
às 20h. Com ironia e pitadas de humor negro, a diz Lívia, concluindo
montagem é focada no ambiente intimista e na que, mesmo através dos
atuação de Lívia Dávalos e Áurea Baptista, que tempos, nada mudou
compõem a Cia. do Tretô (termo abrasileirado de muito.
tablado, do francês).
A relação entre as
A partir da peça que nasceu dentro da univer- personagens e o público
sidade, “O Defunto”, as atrizes acrescentaram al- movimenta o espetácuguns trechos autorais e se inspiraram em obras lo, que conta com a tride Tchecov, James Joyce, Oscar Wilde, Ibsen e lha de Arthur de Faria
Shakespeare. Elas vivem duas mulheres num lu- para costurar e instigar
gar indefinido, no passado, que, por meio de rela- a cena. “A peça fala do
tos e lembranças, tecem reflexões sobre as várias quanto a gente espera
faces do amor. Ciúme, solidão e expectativa fazem amar e deposita no ouFERNANDA CHEMALE / DIVULGAÇÃO / CP tro a necessidade
de complementa- ‘O Médico à Força’ é o último trabalho da Cia. de Teatro ao Quadrado
ção, refletindo isso em nossas relações”, afirma a psicóloga fluência da Commedia dell’Arte, que se passa no
de formação Lívia Dávalos, que, quando Brasil e tem como inspiração as chanchadas dos
estava prestes a se formar no DAD, cha- anos 50, em que figuravam Oscarito, Grande Otemou a amiga, que conhece há 14 anos, pa- lo e Dercy Gonçalves. Graças à trama engendrada
por sua esposa (Anna Fuão), um lenhador bronco
ra atuar no trabalho de conclusão.
“O Médico à Força” é o novo trabalho da é obrigado a se fingir de médico para curar a filha
Cia. de Teatro ao Quadrado, formada por de um burguês (Nilsson Asp). Ele paquera a amaMargarida Leoni Peixoto e Marcelo Adams, de-leite (Cláudia Lewis), serve de cupido para um
que segue no Teatro Bruno Kiefer da Casa casal de pombinhos (Eduardo Steinmetz e Luísa
de Cultura Mario Quintana, de sextas a Herter) e receita escabrosidades para os paciendomingos, 20h. Ela é a diretora e ele, o tes. Também no elenco, Thales de Oliveira e Daiel
‘Uma Simples Aparência’: reflexões femininas sobre amor protagonista da farsa de Molière, com in- Colin, no papel dos criados.
A
Emoção e aventura
“Locomoc e Millipilli” traz
um velho maquinista de
trem que sonha reeencontrar sua antiga locomotiva e
uma menina com postura
intrépida perante as adversidades da vida. Com direção de Luciana Éboli, a peça
se despede no Teatro Renascença (Erico Verissimo,
307), neste sábado e domingo, às 16h. A ação gira em
torno das aventuras vividas
pela dupla no resgate de Fumacinha, que no passado
fez a alegria da criançada.
Em cena, situações divertidas e emocionantes, que falam de companheirismo,
amizade e solidariedade. Há
três anos, quando estreou, a
peça arrebatou seis prêmios
Tibicuera, incluindo Espetáculo, Direção, Figurino e Cenário (Daniel Lion), Ator
Coadjuvante (Felipe de Paula) e Atriz Coadjuvante (Margarida Peixoto).
FLÁVIO WILD / DIVULGAÇÃO / CP
Peça ganhou seis prêmios Tibicuera 2005
Crônicas da Cena
CACO COELHO
Condições para sonhar
A capacidade de sonhar explicita no homem o desejo do ilimitado.O que o homem é não é,antes
de mais,por ele ser,mas sim,porque existe algo fora dele,vocaciona o sábio Fichte.A ação desta faculdade receptiva do outro é o que denominamos sensibilidade. Ao sonho cabe, portanto, a função de
ampliação do mundo,de invenção do desconhecido.A evolução da humanidade atingiu,pela primeira vez,todos os recônditos da complexa Terra.Não existe mais uma gota do imenso azul do oceano,ou
das misteriosas matas, que não tenha sido devastada pela mão civilizatória do homem. Ao mesmo
tempo,as cidades se abarrotaram,encurralando a sociedade a viver um asfixiante mundo virtual.Esse
esgotamento formal dos limites do mundo obrigou o sistema a neutralizar a capacidade de sonhar,
utilizando como totem a liberdade. O enorme poder de armazenamento cibernético da informação
gerou um conhecimento que revelou o desmantelamento da sociedade.A arte deve atuar,justamente,neste contraponto,fazendo vergar positivamente o arco da sociedade.A tensão estabelecida por essa força cria a ponte sensível que vai de um para o outro,restabelecendo o princípio humano.O resultado da globalização é o esgotamento da capacidade de perceber o outro,logo,de sonhar.
O projeto Próximo Ato realiza pelo Brasil,a partir de São Paulo,um mapeamento dos grupos de
teatro.Esta semana promoveu,em Porto Alegre,o encontro de diversos grupos do Paraná,de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.Trouxe para o debate dois dos maiores especialistas mundiais nas questões que tratam da presença do indivíduo no coletivo por meio de princípios estéticos.Cada qual,percorrendo um caminho próprio, vincou seus pronunciamentos na pluralidade do ser.Storch demonstrou as experiências teóricas,oriundas em Brecht,desenvolvidas por Heiner Müller,presentes em Castorf,para falar da polifonia do sujeito diante da inexistência idealizada do coletivo.Peter Pal traçou sua
reflexão teórica pelo campo do ilimitado,calcado na potência do ser.Ambos estimulando os coletivos
ao exercício de tornar possível o que apenas parece impossível.Os grupos de teatro gaúcho merecem
tornar possíveis as condições indispensáveis para sonhar. Afinal,de sonhar ninguém se cansa.
DIVULGAÇÃO / CP
Artes Plásticas
■ Enio Lippmann — Galeria Paulo Capelari (Visconde do Rio Branco, 691), até 31 de outubro. Obras
revelam as diferentes fases do pintor, desenhista e
gravador gaúcho. Sábados, das 10h às 13h, e de segundas a sextas, das 9h às 19h (foto).
■ Plano Experimento — Atelier Subterrânea
(Independência, 745), até 14 de novembro. Trabalhos de Marcos Sari e Adauany Zimovski, artistas interessados na questão da superfície na arte e todas
as suas repercussões. Neste sábado, às 16h, haverá
encontro com a dupla de criadores. Visitação de segundas a sábados, das 14h às 19h.
■ Coisas Inúteis — Galeria Bolsa de Arte (Quintino Bocaiúva, 1115), até 22 de novembro. Ensaio de
Leopoldo Plentz que explora resquícios de embalagens, rejeitos amassados, destruídos e deformados.
O artista, que gosta de andar a pé e é um observador atento das situações urbanas, se encanta com
objetos deitados no chão. Funcionamento nos sábados, das 10h às 13h30min, e de segundas a sextas, das 10h30min às 19h.
■ Gráfica Gaúcha II, Instituições e Grupos —
Sala O Arquipélago do Centro Cultural CEEE Erico
Verissimo (Andradas, 1223), até 22 de novembro.
Anico Herskovits é o curador da coletiva, que reúne
50 gravuras e foca os primórdios da técnica, com suas possibilidades e os precursores. Sábados, das 11h
às 18, e de terças a sextas, das 10h às 19h.
■ Cinza-Choque — Museu do Trabalho (Andradas, 230), até 30 de novembro. Treze desenhos inéditos de Rafael Sica, feitos a lápis e borracha sobre
papel canson. O ilustrador de 28 anos tem vasta trajetória em jornais e publicações, veiculando tiras
diárias no blog rafaelsica.zip.net. Aberto de terças a
sábados, das 13h30min às 18h30min, e domingos e
feriados, das 14h às 18h30min.
■ Diversos — Galeria de Artes Saron (Couto de
Magalhães, 431), até 26 de dezembro. Esabreu expõe 12 pinturas a óleo e em técnica mista, tematizando animais: peixes, abelhas e gato. Funcionamento nos sábados, das 9h às 12h, e de segundas a
sextas, das 9h às 12h e das 13h30min às 18h.
Download