PÓS E GRANULADOS Prof. Erika Liz PÓS É uma mistura de partículas sólidas, secas (fármacos ou substâncias químicas) finamente divididas, de origem animal, vegetal, mineral ou sintética. Mais de 70% das matérias-primas de uso farmacêutico se apresentam na forma de pó. Pós também constituem a forma farmacêutica de apresentação do produto farmacêutico ou cosmético. VANTAGENS Melhorar atividade do fármaco Aumento dos efeitos farmacológicos; Facilitar dissolução Absorção mais rápida que comprimidos e cápsulas Facilidade de administração; Mais facilmente dissolvidos; Para drogas usadas em grande doses Estabilidade maior que preparações líquidas 4 DESVANTAGENS Maior facilidade em sofrer alterações (oxidações, hidrólises, decomposição pela luz) Maior superfície Dificuldade em disfarçar das características organolépticas desagradáveis; Proporcionar o contato entre substâncias incompatíveis. 5 APLICAÇÃO Forma farmacêutica final (administração direta) – interna ou externa => natureza da droga Forma farmacêutica intermediária: Formas sólidas - comprimidos, cápsulas, pílulas Formas líquidas - suspensões e soluções 6 CLASSIFICAÇÃO DOS PÓS Objetivos a serem alcançados Pós simples – uma única droga (bicarbonato de sódio, pó de guaraná) Pós compostos – mistura de vários pós simples 7 CLASSIFICAÇÃO DOS PÓS Quanto ao uso Uso interno Uso externo Quanto a forma Esféricos, Cúbicos, Em agulha. Quanto ao tamanho Diferentes tenuidades (tamanhos): grosseiro, medianamente grosseiro, fino, muito fino 8 PREPARAÇÃO DOS PÓS Pós simples pulverização: propriedades físico-químicas da droga, grau de tenuidade pretendido, quantidade de material a pulverizar 9 PREPARAÇÃO DOS PÓS Pós compostos Mistura de 2 ou mais pós simples Pulverização das drogas separadamente – mistura 10 ESTERILIZAÇÃO DOS PÓS Pós aplicados em feridas ou mucosa ulcerada ou conjuntiva ocular Esterilização por calor seco requer temperaturas muito elevadas por longo tempo (pouca aplicação) – talco, óxido de Zn -150ºC/1h 11 ESTERILIZAÇÃO DOS PÓS Esterilização por calor úmido pós em recipiente aberto em autoclave/120ºC/30’ Inconveniente: Incorporação de umidade – posterior secagem Acondicionar em cilindros c/ extremidades abertas fechadas com algodão 12 ESTERILIZAÇÃO DOS PÓS Esterilização por gases: óxido de etileno Esterilização de pós-anti-sépticos cutâneos (farmácia magistral): Pó (sulfamida) + tetrabromocresol (anti-séptico potente) solubilizado em benzeno – mistura – aquecimento 30ºC (recipiente aberto) / 48h – pó estéril 13 MODIFICAÇÕES DEVIDAS À PULVERIZAÇÃO Odor e sabor exacerbação – aumento da superfície Cor + claros: aumento da superfície de incidência da luz Volume Higroscópio Solubilidade Modificações químicas Pulverização – desenvolvimento de calor = modificações (hidrólise) Sacarose – pulverização demorada = glucose e frutose AAS – ácido salícílico + ácido acético 14 ALTERAÇÕES DOS PÓS Ar Fenóis, aminas, cetonas – oxidação –cor escura Luz Fenóis – luz – compostos corados Calor Pulverização do AAS – liberação de calor – facilita a hidrólise Alterações enzimáticas Contaminação microbiana – destruições enzimáticas (estabilização) Recipientes Alterações da forma farmacêutica 15 INCOMPATIBILIDADES DOS PÓS Misturas eutéticas Mistura de sólidos que liquefazem ou tornam-se pastosos à temperatura ambiente Acrescentar pós-absorventes (caulin, carbonato de Mg) Misturas explosivas Poderoso oxidante + redutor enérgico = explosão (excessiva liberação de gases) Cuidado: pulverização isolada com suavidade Homogeneização em folha de papel Casos especiais: dispensar isoladamente Misturas coradas Aos se misturas dois pós - reação originando compostos corados. Outras incompatibilidades Clorato de potássio+ iodeto de potássio iodato 16 VERIFICAÇÃO DOS PÓS Características organolépticas – facilmente identificáveis Reações de coloração, precipitação, microscopia, ponto de fusão Verificação da tenuidade dos pós (tamanho de partícula) Métodos utilizados na determinação da tenuidade de pós Tamisação Microscopia (ótica ou eletrônica) Adsorção Sedimentação Eletrônica 17 VERIFICAÇÃO DOS PÓS Determinação do ângulo de repouso Volume aparente Volume ocupado pelas partículas e pelo ar intersticial Volume ocupado por uma determinada massa de pó em uma proveta Umidade Avaliação da capacidade de fluxo dos pós Resistência à movimentação – fricção mútua entre as partículas Teor inferior à 8% Cinzas Não deve ultrapassar 6% Calcinação do pó à 500ºC Diferença de peso – quantidade de cinzas 18 EXEMPLOS 19 GRANULADOS Preparações sólidas destinadas à V.O., obtidos aglomerando as partículas de um pó sob forma de um elemento mais ou menos volumoso e de forma mais ou menos regular; apresentam-se sob a forma de pequenos grãos de dimensões sensivelmente uniforme, de forma irregular, porosos. 20 GRANULAÇÃO É o processo através do qual partículas em pó são conduzidas a se aderirem umas às outras para formar entidades multiparticuladas grandes denominadas grânulos. RAZÕES PARA GRANULAÇÃO Evitar a segregação de constituintes numa mistura de pós Melhorar as propriedades de fluxo da mistura Aumentar a densidade com isso reduzir o volume Melhorar as características de compactação da mistura PREPARAÇÃO DOS GRANULADOS Fusão Granulação por via seco Mistura dos pós → Compactação → Calibração Granulação por via úmida Mistura dos pós → Umectação → Granulação →Secagem → Calibração 23 FUSÃO Aquecer substâncias medicamentosas (90-105 C) – água e calor => fundem superficialmente Aglomerando-se sob a forma de pasta Crivo Mistura: ácido cítrico + bicarbonato de sódio + sulfato de Mg 24 VIA SECA Usado quando o P.A. não suporta: umidade (hidrólise); calor (termosensíveis); Quando é muito solúvel nos líquidos de molhagem utilizados. Para garantir coesão utiliza-se ligantes ou aglutinantes sob a forma de pós secos; 25 VIA SECA Aglomerados Mistura 26 VIA ÚMIDA Processo Clássico Umidificação ou molhagem ao pó ou mistura pulverulenta adiciona-se um líquido de molhagem(diretamente no misturador ou através de pulverização) 27 VIA ÚMIDA TIPOS DE GRANULADOS QUANTO A FORMA Vermicular => passados por um crivo Esférico => granulação em prato QUANTO A COMPOSIÇÃO Sacaretos granulados – açúcar Granulados com chocolate – cacau(10%) Granulados efervescentes – sal alcalino + ácido orgânico 29 ALGUNS EQUIPAMENTOS Moinho granulador Granulador rotativo Malaxadeira Granulador oscilante Moinho ACONDICIONAMENTO E CONSERVAÇÃO Recipientes multidoses (frascos, tubos), ou em doses unitárias; Nos dois casos devem ser protegidos da umidade principalmente os efervescentes. ... ... Em maio de 1886 a Coca- Cola foi inventada por John Pemberton, farmacêutico de Atlanta. VOCE SABIA...