Naufrágios de navios gregos em Fernando de Noronha

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História
NAUFRÁGIOS DOS NAVIOS GREGOS
Três navios gregos já naufragaram em Fernando de Noronha(PE),em momentos diversos
Por Marieta Borges Lins e Silva*
42 I revista inport I Edição 16 I NoVEMBRO E DEZEMBRO
*Marieta é escritora e Coordenadora
do Programa de Resgate Documental
sobre Fernando de Noronha
Para saber mais
Livro “Fernando de Noronha – Lendas e Fatos Pitorescos”, de Marieta
Borges Lins e Silva. Imagens: acervo original: Dante Peló, publicadas
no livro “Fernando de Noronha – Cinco Séculos de História”, de
Marieta Borges Lins e Silva. www.noronha.pe.gov.br
Dante Peló
Em 1929, o navio ELEANI STHATHATOS, surpreendido por uma tempestade, chegou até o Noroeste da Ilha e procurou guarida na Baía de Sto.
Antônio com enormes rombos no casco. Trazia um
grande carregamento de material para uma estrada
de ferro na Argentina: carvão em pedra, e outros
materiais de valor, garantidos por um excelente seguro. Chegou a fundear, mas, a inclemência das
ondas gigantes o arremessaram de encontro aos
rochedos. Perderam-se algumas vidas. Sua carga foi quase que totalmente pilhada. Lentamente
foi afundando, partiu-se ao meio e, desde 1946,
lá está, na entrada do Porto de Santo Antônio, até
hoje, servindo agora de atração para mergulhadores por apneia ou em mergulho a reboque, admirando-o no fundo do mar.
O segundo navio, MARIA STHATHATOS, fugia de
um vendaval que se anunciava em junho de 1937.
Arrebentou-se nas pedras, muito próximo também
do Porto de Santo Antônio, onde estava já avariado
o navio anterior. Chegou com fogo a bordo e sua
tripulação - e os poucos passageiros - foram salvos
pelo vapor alemão Westfalen que, nas águas de
Noronha, aguardava a chegada de um hidroavião
da Luftansa.
O terceiro navio, THEMONE STHATHATOS, pouco
tempo depois, em 02 de julho, carregado de louça,
afundou na Praia de Atalaia, deixando poucas informações mas, uma iconografia fascinante por ter
sido fotografado na sequência do desastre sofrido,
pelo então Diretor da Italcable, Dante Peló.
Dizem os antigos que os navios gregos foram como
“vacas leiteiras”, que “alimentaram” por muito tempo a população noronhense com as pilhagens feitas. Eles retiravam tudo o que tivesse serventia:
motores, máquinas, chapas, roldanas, carvão em
pedra.
E jazem, no segredo azul do oceano, servindo de
palco para fascinantes aventuras submarinas, de
ávidos turistas que passeiam pelos enormes esqueletos de ferro, cobertos de corais e peixes que
ali vieram fazer morada. Para muitos, o naufrágio
de três navios de uma mesma companhia deve ter
sido proposital, por causa do atraente seguro que
possuíam.
Marieta conheceu o italiano Dante Peló, anos após o incidente com
o navio THEMONE STHATHATOS. Dante a entregou centenas de
fotos feitas por ele nas caminhadas pela ilha e, entre elas, estava
essa: a do exato momento em que pressentiu que o navio iria bater.
Segundo Dante, ele esperou pacientemente e flagrou o choque da
embarcação nas pedras.
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