Formação 06.06.2016 - Paroquia São Judas Tadeu

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EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL
VERBUM DOMINI
DO SANTO PADRE BENTO XVI
AO EPISCOPADO, AO CLERO ÀS PESSOAS CONSAGRADAS E
AOS FIÉIS LEIGOS SOBRE
A PALAVRA DE DEUS NA VIDA E NA MISSÃO DA IGREJA
87. Nos documentos que prepararam e acompanharam o Sínodo, falou-se dos vários
métodos para se abeirar, com fruto e na fé, das Sagradas Escrituras. Todavia prestou-se
maior atenção à lectio divina, que «é verdadeiramente capaz não só de desvendar ao fiel o
tesouro da Palavra de Deus, mas também de criar o encontro com Cristo, Palavra divina
viva».[296] Quero aqui lembrar, brevemente, os seus passos fundamentais: começa com a
leitura (lectio) do texto, que suscita a interrogação sobre um autêntico conhecimento do seu
conteúdo: o que diz o texto bíblico em si? Sem este momento, corre-se o risco que o texto se
torne somente um pretexto para nunca ultrapassar os nossos pensamentos. Segue-se depois
a meditação (meditatio), durante a qual nos perguntamos: que nos diz o texto bíblico? Aqui
cada um, pessoalmente mas também como realidade comunitária, deve deixar-se sensibilizar
e pôr em questão, porque não se trata de considerar palavras pronunciadas no passado, mas
no presente. Sucessivamente chega-se ao momento da oração (oratio), que supõe a
pergunta: que dizemos ao Senhor, em resposta à sua Palavra? A oração enquanto pedido,
intercessão, ação de graças e louvor é o primeiro modo como a Palavra nos transforma.
Finalmente, a lectio divina conclui-se com a contemplação (contemplatio), durante a qual
assumimos como dom de Deus o seu próprio olhar, ao julgar a realidade, e interrogamonos: qual é a conversão da mente, do coração e da vida que o Senhor nos pede? São Paulo,
na Carta aos Romanos, afirma: «Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos
pela renovação da vossa mente, a fim de conhecerdes a vontade de Deus: o que é bom, o
que Lhe é agradável e o que é perfeito» (12, 2). De fato, a contemplação tende a criar em nós
uma visão sapiencial da realidade segundo Deus e a formar em nós «o pensamento de
Cristo» (1 Cor 2, 16). Aqui a Palavra de Deus aparece como critério de discernimento: ela é
«viva, eficaz e mais penetrante que uma espada de dois gumes; penetra até dividir a alma e o
corpo, as junturas e as medulas e discerne os pensamentos e intenções do coração» (Hb 4,
12). Há que recordar ainda que a lectio divina não está concluída, na sua dinâmica, enquanto
não chegar à ação (actio), que impele a existência do fiel a doar-se aos outros na caridade.
Diretório Nacional de Catequese, Documento 84 CNBB, 111
Uma das formas mais valiosas de trato com a Bíblia é a Lectio Divina, que entre nós é
conhecida como Leitura Orante, individual ou comunitária. Consiste na leitura de um trecho
bíblico, repetida uma ou mais vezes, acompanhada de silêncios interiores, meditação, oração,
contemplação. É a prática do “Fala Senhor, que teu servo escuta” (ISamuel 3,9). A leitura
orante da Bíblia alimenta nas pessoas a escuta atenta à Palavra e o diálogo filial com o Pai
(Isaias 50,4-5). As pessoas encontram orientação para a vida, serenidade e força para
dizerem sim ao chamado de Deus, impulso para se dedicarem à causa de Jesus Cristo, com
o seu Espírito; discernem melhor o sentido de sua vida. No encontro com Deus encontram-se
também a si mesmas: crescem em coragem, serenidade, sabedoria que vem da fé. Essa
leitura pode ajudar a prevenir e corrigir objetivos e procedimentos distorcidos, como zelo
agressivo, medo de Deus, legalismo, vedetismo bíblico.
A PALAVRA DE DEUS – Catecismo da Igreja Católica - CIC
2653. A Igreja «exorta com ardor e insistência todos os fiéis [...] a que aprendam "a sublime
ciência de Jesus Cristo" (Fl 3, 8) pela leitura frequente das divinas Escrituras [...]. Lembremse, porém, de que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração, para que
seja possível o diálogo entre Deus e o homem, porque "a Ele falamos, quando rezamos, a Ele
ouvimos, quando lemos os divinos oráculos"» (4).
2654. Os Padres espirituais, parafraseando Mt 7, 7, resumem assim as disposições do
coração, alimentado pela Palavra de Deus na oração: «Procurai na leitura e achareis na
meditação; batei à porta na oração e ela abrir-se-vos-á na contemplação» (5).
DOCUMENTO DE APARECIDA
247... Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo.
“... é condição indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus, por
isto, é necessário educar o povo na leitura e na meditação da palavra: que ela se converta em
seu alimento para que, por experiência própria, vejam que as palavras de Jesus são espírito e
vida (cf. Jo 6,63). Do contrário, como vão anunciar uma mensagem cujo conteúdo e espírito
não conhecem profundamente? É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e
toda nossa vida na rocha da Palavra de Deus”Bento XVI
249. Entre as muitas formas de se aproximar da Sagrada Escritura existe uma privilegiada à
qual todos estamos convidados: a Lectio divina ou exercício de leitura orante da Sagrada
Escritura. Esta leitura orante, bem praticada, conduz ao encontro com Jesus Mestre, ao
conhecimento do mistério de Jesus Messias, à comunhão com Jesus-Filho de Deus e ao
testemunho de Jesus Senhor do universo. Com seus quatro momentos (leitura, meditação,
oração, contemplação), a leitura orante favorece o encontro pessoal com Jesus Cristo
semelhante ao modo de tantos personagens do evangelho: Nicodemos e sua ânsia de vida
eterna (cf. Jo 3,1-21), a Samaritana e seu desejo de culto verdadeiro (cf. Jo 4,1-12), o cego
de nascimento e seu desejo de luz interior (cf. Jo 9), Zaqueu e sua vontade de ser diferente
(cf. Lc 19,1-10)... Todos eles, graças a este encontro, foram iluminados e recriados porque se
abriram à experiência da misericórdia do Pai que se oferece por sua Palavra de verdade e
vida. Não abriram seu coração para algo do Messias, mas ao próprio Messias, caminho de
crescimento na “maturidade conforme a sua plenitude” (Ef 4,13), processo de discipulado, de
comunhão com os irmãos e de compromisso com a sociedade.
LECTIO DIVINA ou LEITURA ORANTE
A nós, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo!
Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Divino Espírito Santo, Deus de amor, concede-me o dom da Ciência para que eu possa saber
interpretar a Vossa Palavra, descobrindo o que o Senhor me fala e colocando em prática através do
meu viver. Amém!
Nicodemos e sua ânsia de vida eterna
1. Leitura João 3,1-21 (Verdade) O que diz o texto do dia?
ESCUTAR
Nicodemos, era um líder religioso do povo judeu.
Embora fosse religioso, experimentava uma sensação
de vazio e de incerteza em seu coração. Certo dia,
durante a noite, ele se encontrou com Jesus. Ele
tinha uma pergunta e Jesus a resposta. João nos diz
que Nicodemos vai até Jesus de noite, para João a
noite é o símbolo das trevas da ausência da luz, o que
é mau acontece nas trevas, símbolo da ignorância.
A fé de Nicodemos ainda era débil, ele tinha muitas
dúvidas, afinal era da seita dos fariseus, professava
um judaísmo rígido, e mais ainda era um dos chefes,
príncipe de Israel e membro do grupo do Sinédrio.
O novo nascimento é uma transformação profunda na vida de uma pessoa. Não sabemos como
acontece, mas sabemos que é feito pelo Espírito Santo de Deus (v.5). Quando cremos em Jesus
Cristo como Salvador e Senhor, temos certeza que ocorreu pelos resultados de mudança em nossa
vida fazendo uma nova pessoa. (v. 8), da mesma maneira como não vemos o vento, mas vemos os
seus efeitos.
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? M E D I T A R
Hoje, também temos muitas perguntas, mas Jesus tem todas as respostas de que precisamos.
Há muita gente que quer procurar Jesus mas tem medo. Não quer comprometer-se publicamente.
Você teria coragem de manifestar publicamente seu desejo de encontrar-se com Jesus e conhecê-lo?
O QUE LEVARIA UMA PESSOA A TER VERGONHA DE JESUS?
3.Oração (Vida)O que o texto me leva a dizer a Deus? R E Z A R
4.Contemplação (Vida e Missão) C O N T E M P L A R
Zaqueu e sua vontade de ser diferente
1. Leitura Lucas 19,1-10 (Verdade) O que diz o texto do
dia?
ESCUTAR
Zaqueu era chefe dos publicanos, o que indica que
fazia um trabalho de supervisão da coleta dos
impostos que eles efetuavam. Esse seu trabalho
causava uma impopularidade e até indignação da
parte dos judeus, uma vez que os cobradores de
impostos retinham uma parte da arrecadação para si
e repassavam ao governo romano apenas a parte
estipulada no contrato e muitas vezes, por isso, a
cobrança de impostos era abusiva, também para
garantir o que deveria ser repassado. A parte a ser paga
era estipulada pelo governo, com base em uma estimativa das rendas e era inferior ao que era
arrecadado e por isso eles enriqueciam. A respeito de Zaqueu é importante destacar que da sua
vontade de ver Jesus quando ele passava por Jericó, e do momento em que o recebeu em sua casa,
percebeu que sua riqueza foi construída a partir dos recursos dos pequeninos tirados dos impostos
que ele arrecadava. Compreendeu que seu patrimônio era tão grande e que isso agredia e destoava da
pobreza das pessoas à sua volta. Esta é uma atitude de quem faz um verdadeiro encontro com Jesus, o
Justo, que o leva a perceber a realidade injusta à sua volta e a tomar atitudes para procurar mudá-la,
principalmente a partir de si mesmo, uma vez que reconhece que ele é o causador dessa situação
injusta.
Descrito como um homem de baixa estatura, Zaqueu então subiu numa figueira para que pudesse ver
Jesus. Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para os ramos e chamou Zaqueu pelo nome, pedindo-lhe
que descesse, pois pretendia visitar a sua casa. A multidão ficou chocada, pois Jesus, um judeu, estava
disposto a ser o hóspede de um publicano. Comovido pela audácia do amor desmerecido e aceitação
de Jesus, Zaqueu publicamente se arrependeu de seus atos corruptos e jurou restituí-los realizando
uma festa em sua casa.
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? M E D I T A R
Com quem nos identificamos? Com Zaqueu ou com os demais judeus?
Aceito que Jesus venha me visitar?
3.Oração (Vida)O que o texto me leva a dizer a Deus? R E Z A R
4.Contemplação (Vida e Missão) C O N T E M P L A R
Meu olhar é iluminado pela presença de Jesus Cristo, acolhido na minha casa, no meu trabalho, nos
meus relacionamentos.
A Samaritana e seu desejo de culto verdadeiro
1. Leitura João 4,1-12 (Verdade) O que diz o texto do dia?
ESCUTAR
Samaria e Israel pertenciam há um mesmo reino nos
tempos de Davi e Salomão. Esse reino era composto pelas
doze tribos de Israel. No século XI a.C. o reino foi dividido
em dois: ao sul ficou o reino de Judá, com sua capital em
Jerusalém, e ao norte o reino de Israel, com sua capital
em Samaria. Os habitantes do reino do sul eram os judeus
e os do reino do norte os samaritanos.
Em 722 a.C. o rei Salmaneser da Assíria conquistou o reino
de Israel. Com o objetivo de destruir os sentimentos
nacionais dos povos conquistados, ele levou muitos dos
samaritanos para outras terras de seu domínio e trouxe
estrangeiros de outras terras para Samaria.
Os samaritanos casaram-se com os
estrangeiros e por causa dessa mistura, os
judeus não reconheciam os samaritanos
como “puros”, e os tratavam com
desprezo. Por essa razão a mulher
estranhou o fato de Jesus conversar com
ela e lhe pedir água, pois os judeus sequer
falavam com os samaritanos. O texto fala
dos cinco maridos da mulher samaritana
que representam os cinco povos
estrangeiros vieram habitar Samaria: “O rei
da Assíria trouxe gente de Babilônia, de
Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim e
a fez habitar nas cidades de Samaria, em
lugar dos filhos de Israel; tomaram posse
de Samaria e habitaram nas suas cidades”
II Reis 17,24. Esses povos trouxeram
consigo seus costumes, religião e deuses.
O sexto marido era a situação atual em
que se encontrava a Samaria. Não tinha
uma aliança com Deus. Jesus agora era o
marido e oferecia a mulher uma aliança
eterna. Jesus não escolheu o poço de Jacó
para ter essa conversa com Samaria por acaso. Por causa de toda essa mistura religiosa que a Samaria
havia passado, eles eram rejeitados pelos judeus. Jesus então diz para Samaria que Ele agora é o “dono
do poço”. E é Ele quem agora chama Samaria de volta, e mais, diz para que todos os povos que ali
habitavam, que cultuavam outros deuses, que eles também poderiam vir. A água que Ele estava
oferecendo não tinha mais distinção de judeu, samaritano ou gentio. A água era para todos.
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? M E D I T A R
Temos nossas necessidades, nossas buscas, nossas sedes...e é Jesus que pede água. O que significa
isso? Como Ele me pede de beber? De que água eu estou bebendo para alimentar minha missão de
catequista?
3.Oração (Vida)O que o texto me leva a dizer a Deus? R E Z A R
4.Contemplação (Vida e Missão) C O N T E M P L A R
PLANO GERAL DE LEITURA BÍBLICA
- NOVO TESTAMENTO A Bíblia não é um livro, mas uma biblioteca. Você não chega numa biblioteca e começa a ler
um livro após o outro na ordem da estante. Da mesma forma você não pode começar a ler em
Gênesis e ir lendo até o Apocalipse. Como acontece com muitos, você irá complicar-se todo e
certamente parar no terceiro ou quarto livro. Pior ainda, vai dizer que é impossível
compreender a Bíblia. É necessário, então, um plano de leitura. Vejamos uma proposta, onde
você começa pelo Novo Testamento:
1ªCarta de São João
Carta curta, que nos mostra o amor de Deus e a certeza de nossa salvação.
Leia inteira, durante 7 dias.
Evangelho de São João
Crer em Jesus Cristo, Filho de Deus.
Leia 2 vezes.
Evangelho de Marcos
Evangelho curto que apresenta em 16 capítulos toda a vida pública de Jesus.
Leia 2 vezes.
Pequenas Cartas de São Paulo
Retratam a nossa situação como igreja.
Ler nesta ordem: Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1º e 2ºTimóteo, Tito, Filemon (em
todas as cartas ler primeiro a introdução).
Evangelho de Lucas
Narração mais longa e detalhada.
Ler 3 capítulos por dia .
Atos dos Apóstolos
É a continuação do evangelho de Lucas. Ele mesmo narra a vibrante ação do Espírito Santo,
após a Ascensão de Jesus.
Carta de São Paulo aos Romanos
É a carta mais rica em ensinamentos doutrinários. Principalmente, o vibrante ensinamento
sobre a salvação gratuita que nos é dada mediante a fé.
Novo Testamento
Até aqui os livros básicos do Novo Testamento foram lidos em dois meses. Já é um bom
fundamento. É aconselhável agora ler o Novo Testamento todo 2 vezes, mesmo os livros que
já foram lidos. Se até aqui não foi captado tudo, agora com uma visão melhor, será mais fácil.
Antigo Testamento
Comece por: Sabedoria, Eclesiástico, Provérbios e Salmos
São livros muitos próximos ao Novo Testamento, fonte de ricos ensinamentos.
Fonte: ECOTECAL - Escola Comarcal de Teologia Católica para Leigo – Volume I
Diocese de Joinville – Coordenador Pe. Nivaldo Oliveira Souza
Fonte viva da catequese: A Palavra de Deus
Leitura da Sagrada Escritura
“ É necessário, por isso, que todos os clérigos e sobretudo os sacerdotes de Cristo e outros que, como
os diáconos e os catequistas, se consagram legitimamente ao ministério da palavra, mantenham um
contacto íntimo com as Escrituras, mediante a leitura assídua e o estudo paciente, a fim de que
nenhum deles se torne «pregador vão e superficial da palavra de Deus por não a ouvir de dentro»,
tendo, como têm, a obrigação de comunicar aos fiéis que lhes estão confiados as grandíssimas
riquezas da palavra divina, sobretudo na sagrada Liturgia. Do mesmo modo, o sagrado Concílio exorta
com ardor e insistência todos os fiéis..., a que aprendam «a sublime ciência de Jesus Cristo» (Fil. 3,8)
com a leitura frequente das divinas Escrituras, porque «a ignorância das Escrituras é ignorância de
Cristo» . Debrucem-se, pois, gostosamente sobre o texto sagrado, quer através da sagrada Liturgia,
rica de palavras divinas, quer pela leitura espiritual, quer por outros meios que se vão espalhando tão
louvavelmente por toda a parte, com a aprovação e estímulo dos pastores da Igreja. Lembrem-se,
porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração para que seja possível o
diálogo entre Deus e o homem; porque «a Ele falamos, quando rezamos, a Ele ouvimos, quando lemos
os divinos oráculos».
Dei Verbum, 25
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