XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 2 Caderno de Resumos XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 3 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ―Júlio de Mesquita Filho‖ Reitor Prof. Dr. Júlio Cezar Durigan Faculdade de Ciências e Letras de Assis Diretor Dr. Ivan Esperança Rocha Vice-Diretora Draª. Ana Maria Rodrigues de Carvalho Comissão Organizadora e de Trabalho Dr. Carlos Alberto Sampaio Barbosa Dr. Wilton Carlos Lima da Silva Comissão Científica Dr. André Figueiredo Rodrigues Drª. Andréa Lúcia Dorini Oliveira Carvalho Rossi Dr. Áureo Busetto Dr. Carlos Alberto Sampaio Barbosa Dr. Eduardo José Afonso Prof. Dr. José Luiz Bendicho Beired Drª. Lúcia Helena Oliveira Silva Dr. Milton Carlos Costa Dr. Paulo Cesar Gonçalves Prof. Dr. Paulo Henrique Martinez XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 4 Dr. Wilton Carlos Lima da Silva Apoio Fundação ao Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP Banco do Brasil - Assis Realização Faculdade de Ciências e Letras de Assis Departamento de História Programa de Pós-Graduação em História Capa Jungle Tales (1895) de James Jebusa Shannon XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 5 APRESENTAÇÃO A memória, essa forma de presença do passado, permite a criação, manutenção e transformação de grandezas e misérias compartilhadas em nossa condição de entes gregários. E através dela afirma-se o que foi, é e será enquanto registro individual e/ou coletivo, em um processo no qual a escrita e a imagem ocupam uma obrigatória centralidade. O ato de rememorar é desenvolvido como reinvenção, na qual a memória ganha densidade e espessura na sua expressão discursiva e/ou imagética sobre o passado, o presente e as expectativas de futuro. A historiografia contemporânea tem, em um constante diálogo multidisciplinar, se dedicado à busca da compreensão dos processos de construção da memória a partir das palavras e das imagens, o que permitiu a absorção de questões inovadoras, referenciais teóricos diversos, práticas metodológicas distintas e formas de expressão variadas. A partir da crença de que a prática historiográfica ganha qualidade quando permite cruzar saberes, compartilhar idéias e estabelecer debates e reflexões, a proposta da XXX Semana de História da UNESP-FCL/Assis é congregar trabalhos que tenham como ponto de convergência a experiência de pesquisa nos campos da memória, da imagem e da narrativa em suas múltiplas manifestações e relações. O evento busca, portanto, criar condições para a troca intelectual entre especialistas assim como a integração destes com a comunidade acadêmica discente – graduandos e pós-graduandos – em um processo de reflexão e divulgação do conhecimento multidisciplinar de alto nível que caracteriza uma historiografia dinâmica e crítica, capaz de, para além do simples decalque, de uma transcriação tanto teórica quanto empírica. Organização Carlos Alberto Sampaio Barbosa Wilton Carlos Lima da Silva Apoio Técnico Thiago Henrique Sampaio XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 6 PROGRAMAÇÃO DA XXX SEMANA DE HISTÓRIA ―MEMÓRIAS, IMAGENS E NARRATIVAS‖ Segunda (20/Maio) 08h00 às 9h30: Minicursos 08h00 às 19h30: Inscrições / entrega de material 19h30 às 21h30: Cerimônia de Abertura Drª. Helouise Costa (MAC/USP) Terça (21 /Maio) 08h00 às 9h30: Minicursos 10h00 às 12h00: MESA 1 - História e Visualidade Latino-Americana Dr. Charles Monteiro (PUC/RS) Dr. Carlos Alberto Sampaio Barbosa (UNESP/Assis) 12h00 às 14h00: Almoço 14h00 às 18h00: Sessões de Trabalho 19h30 às 21h00 MESA 2 - História e Patrimônio Drª. Cristina Meneghello (UNICAMP) Drª. Silvana Rubino (UNICAMP) Dr. Áureo Busetto (UNESP/Assis) Quarta (22/Maio) 08h00 às 9h45: Minicursos 10h00 às 12h00: MESA 3 - História e Música XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 7 Drª. Tânia da Costa Garcia (UNESP/Franca) Dr. Rafael Hagemeyer (UDESC) 12h00 às 14h00: Almoço 14h00 às 18h00: Sessões de Trabalho 18h00 às 19h30: Lançamento de Livro 19h30 às 21h00: MESA 4 - História e Narrativa Dr. Julio Pimentel (USP) Dr. José Alves Freitas Neto (UNICAMP) Dr. Wilton Silva - (UNESP/Assis) Quinta (23/Maio) 08h00 às 9h45: Minicursos 10h00 às 12h00: MESA 5 - História entre saberes: questões de história Dr. Jean-Noel Pons Sanchez (França) Dr. Paulo Martinez (UNESP/Assis) Drª. Iara Liz Schiavinato (UNICAMP) 12h00 às 14h00: Almoço 14h00 às 18h00: Sessões de Trabalho 19h30 às 21h00: Conferência de Encerramento Dr. Gonzalo Leiva Quijada (PUC/Chile) XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 8 MINICURSOS 1. NARRATIVAS DA REVOLUÇÃO: PROMESSAS REVOLUCIONÁRIAS NA AMÉRICA LATINA DE FIDEL A CHÁVEZ DR. MILTON CARLOS COSTA (UNESP - ASSIS) O presente minicurso pretende analisar sinteticamente alguns processos revolucionários latino-americanos desenvolvidos a partir da Revolução Cubana. Esta ultima impulsionou a Revolução da Nicarágua, a qual estudaremos em primeiro lugar. Depois passaremos ao estudo da chamada Revolução Bolivariana de Chávez, em todos os seus desenvolvimentos tem uma das transformações operadas na Bolívia desde a chegada ao governo do líder indígena Evo Morales. Com esta proposta, pretendemos esclarecer alguns movimentos, realizações e dilemas da esquerda na América Latina. 2. REFLEXÕES A RESPEITO DA MEMÓRIA DR. EDUARDO JOSÉ AFONSO (UNESP - ASSIS) A proposta deste minicurso é discutir, não só a produção historiográfica do tema História e Memória, como as perspectivas da História Oral como fonte para o trabalho do Historiador. Primordial é, no momento presente, resgatar a memória dos participantes dos fatos históricos e recolocá-las em seu lugar como elementos constitutivos das transformações históricas. Se a Sociedade Industrial não tem memória e os próprios historiadores não veem os depoimentos como algo a acrescentar no fazer história, necessário, é colocar no centro das discussões o que é fazer história e como devem ser vistas as fontes no trabalho do historiador. 3. ARQUIVOS E PATRIMÔNIO CULTURAL: FRONTEIRAS E APROXIMAÇÕES DRª. CÉLIA REIS CAMARGO (UNESP - ASSIS) XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 9 O universo do patrimônio cultural é bastante amplo, abarcando bens que variam desde ambientes naturais e paisagens culturais, passando pelos elementos da cultura material e atingindo o universo intangível dos saberes e fazeres, expressões populares dentre outros. Nesse escopo tão diversificado, parece não haver dúvidas de que o mundo dos arquivos está certamente inserido nele. No entanto, particularidades essenciais tornam essa inserção problemática. O curso tem por finalidade abordar essas particularidades e explicitar a diferenciação que caracteriza os arquivos do universo do patrimôniom, precisando a categoria e bem cultural e sua aplicação aos arquivos, públicos ou privados, pessoais ou institucionais. 4. COMO ELABORAR PROJETO DE PESQUISA DR. ANDRÉ FIGUEIREDO RODRIGUES (UNESP - ASSIS) O minicurso tem o objetivo de auxiliar e fornecer informações aos alunos e pesquisadores de quaisquer áreas das Humanidades sobre os procedimentos científicos necessários para se elaborar projeto de pesquisa. Procedimento Científico: pesquisa científica, o método científico, o problema da pesquisa, o enunciado das hipóteses, objetivos, revisão da literatura, coleta de dados, análise e interpretação de dados. Estrutura de um Projeto de Pesquisa: titulo, tema, problema, justificativa, objetivos, hipótese (s), cronograma de atividades e bibliografia. 5. PENTECOSTALISMO NO BRASIL: ORIGENS, CARACTERÍSTICAS E EXPANSÃO MAXWELL PINHEIRO FAJARDO (Doutorando UNESP/ASSIS) XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 10 Os pentecostais são o grupo religioso que mais cresceu no Brasil no século XX, o que pode facilmente ser verificado observando-se os números dos últimos censos demográficos. Além disso, é perceptível a exposição cada vez maior de líderes pentecostais tanto na arena política quanto na esfera midiática. No entanto, os pentecostais não podem ser considerados um grupo homogêneo, haja vista estarem distribuídos em um sem número de instituições religiosas que adotam desde rígidas condutas comportamentais como a proibição dos fiéis em assistir televisão, bem como o uso intenso dos meios de comunicação de massa em outros casos. Neste minicurso pretendemos traçar um esboço histórico do desenvolvimento das principais denominações pentecostais do país como Assembleia de Deus, Congregação Cristã do Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular, Brasil para Cristo, Deus é Amor, Universal do Reino de Deus, Renascer em Cristo e Bola de Neve, destacando as características peculiares de cada grupo, bem como o perfil socioeconômico de sua membrasia. Daremos particular atenção ao processo de penetração dos pentecostais nas regiões de periferia das grandes metrópoles, espaços em que tais igrejas aparecem com maior vigor. 6. MÍDIA E HISTÓRIA: ASPECTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS E POSSIBILIDADES DE PESQUISA CARLA DRIELLY DOS SANTOS TEIXEIRA (Mestranda UNESP/ASSIS) ME. WELLINGTON AMARANTE OLIVEIRA (UFU) Há quase três décadas, a renovação da história política apontou para a dimensão documental e historiográfica dos meios de comunicação. Conclamando historiadores e demais pesquisadores das Humanidades a discutirem sobre a mídia, seus produtos, ações e representações na contemporaneidade. Porém, ainda que se admita que os meios de comunicação social desempenham um papel relevante na evolução dos comportamentos políticos, em vista que a vida politica de um país se reflete no cotidiano de uma redação de jornal e nas emissoras de rádio e televisão, poucos são os pesquisadores debruçados sobre tais problemas. Esse minicurso tem como objetivo apresentar os principais aspectos que cercam a história da radiodifusão (rádio a XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 11 televisão) no Brasil e suas relações com a imprensa impressa, bem como discutir algumas noções e conceitos práticos e teóricos aos quais os acadêmicos interessados em pesquisar tais meios devem considerar. Compreender a dinâmica histórica e as relações sociais encetadas no desenvolvimento da mídia, além de colaborar na construção de um capítulo da história da comunicação social, pode trazer subsídios para as recentes e pertinentes discussões sobre a democratização dos meios de comunicação no Brasil. 7. FOTOGRAFIA: ENTRE DOCUMENTO E EXPRESSÃO PRISCILA MIRAZ DE FREITAS GRECCO (Doutoranda UNESP/ASSIS - Bolsista CAPES) Tendo em vista que a legitimidade cultural e artística da fotografia é um fenômeno recente, pretendemos abordar brevemente durante os quatro encontros do minicurso, a formação desse novo olhar dirigido à fotografia, atestando uma migração que a produção fotográfica sofreu ao longo do século XX, de um artefato que cumpria determinada função útil para um objeto de valor artístico, ou seja, de um documento para uma expressão. Durante esse percurso, serão apresentadas e discutidas as mudanças de práticas, produções, lugares, circuitos de difusão, formas, valores, autores e usos que envolvem a produção da imagem fotográfica, buscando a apreensão da historicidade, da multiplicidade e das transformações que compõe o universo das imagens. 8. AUDIOVISUAL E MEIO AMBIENTE NA PRÁTICA DE ENSINO DE HISTÓRIA CARLOS ALBERTO MENARIN (Doutorando UNESP/ASSIS) CÁSSIA NATANIE PEGUIM (Mestranda UNESP/ASSIS) MARCIO HENRIQUE BERTAZI (Mestrando UNESP/ASSIS) A linguagem audiovisual e seus recursos estão cada vez mais presentes na vida cotidiana. Seu potencial como instrumento de apoio, fonte para pesquisa e ensino na área de História tem ganhado legitimidade nas últimas décadas. Do mesmo modo, a XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 12 temática ambiental vem recebendo maior atenção no meio social, nas produções audiovisuais e no ensino formal. Frente a crescente demanda para o tratamento da problemática ambiental em salas de aula, por historiadores e demais profissionais, os recursos audiovisuais podem contribuir, não apenas como suporte, mas também como fonte e objeto de pesquisa e ensino. Assim, este minicurso pretende oferecer alguns referenciais teóricos e metodológicos no sentido de instrumentalizar a prática do uso do audiovisual no tratamento crítico da temática ambiental em sala de aula. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 13 PROGRAMAÇÃO DAS SESSÕES DE TRABALHO SESSÃO DE TRABALHO 01: IMAGINÁRIO, CULTURA, POLÍTICA E RELIGIÃO NA IDADE MÉDIA COORDENADORES: Ruy de Oliveira Andrade Filho (UNESP/ASSIS) Germano Miguel Favero Esteves (doutorando - UNESP/ASSIS) Guilherme Queiroz de Souza (doutorando - UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 21/05 (terça-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 10 Central de Aulas 1- Claudia Trindade de Oliveira - Prisciliano na Crônica de Sulpício Severo 2- Felipe Yera Bachi - Imagens do Islã Medieval 3- Guilherme Queiroz de Souza - A recepção do mito de Heráclio por Gautier d´Arras 4- Patrícia Antunes Serieiro Silva - Esboço de um dualismo racional: as implicações escolásticas no Liber duobus principiis 5- Luciano Daniel de Souza - O Imperador penitente 6- Amélia de Jesus Oliveira - A ciência da Idade Média na obra de George Sarton 7- Vinícius Morais de Oliveira - Ecos medievais: a historicidade dos escritos musicais do canto gregoriano e a paisagem sonora do mosteiro de são Bento 8- Germano Miguel Fávaro Esteves - Considerações acerca da Vita Sancti Ildephonsi de Cixila e do Beati Ildephonsi Elogium de Julião de Toledo. SESSÃO DE TRABALHO 02: MEMÓRIA, IMAGENS E NARRATIVAS NO MEDITERRÂNEO ANTIGO COORDENADORES: Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi (UNESP/ASSIS) Ivan Esperança Rocha (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 22/05 (quarta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 07 Central de Aulas 1- Ivan Esperança Rocha: Novas metodologias no Ensino de História Antiga; 2- Ariane dos Santos Peinado: Imagens e Discursos: A construção da Memória Principis e Identidades em Tácito; XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 14 3- Isadora Buono de Oliveira: Cícero: interfaces discursivas no período final da República Romana; 4- Eliézer Serra Braga: Religião feminina e subversão no Império; 5- Caroline Camila Batilane: Significado da palavra parrhesia no evangelho de João. 6- Rafael Virgilio de Carvalho: A escrita digital da História: a hipernarrativa como conseqüência da migração digital no campo historiográfico; 7- Giovanna Terranova: A construção da identidade celta e bretã no discurso de Júlio César; 8- Abner Alexandre Nogueira: Reflexões sobre o conceito de mito em Elíade e Campbell; DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 23/05 (quinta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 07 Central de Aulas 1- Fernando Mattiolli Vieira: Interpretação e reinterpretação de narrativas no Mediterrâneo Antigo: o caso da comunidade judaica que alterou as punições divinas; 2- Milton Genésio de Brito: A Germania de Tácito: Uma narrativa com múltiplas imagens e suas memórias; 3- Nelson de Paiva Bondioli: Uma História Natural da Romanidade; 4- Danieli Mennitti: De virgens à prostitutas: representações do feminino no principado romano; 5- Amanda Giacon Parra: Cultos em Roma: a Décima Quinta Sátira de Juvenal e a superstição; 6- Renata Cintra: Juppiter Optimus Maximus Capitolinus e a função civilizatória de Roma; 7- Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi: SESSÃO DE TRABALHO 3: O BRASIL NO SÉCULO XX COORDENADORES: Milton Carlos Costa (UNESP/ASSIS) Claudinei Magno Magre Mendes (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 21/05 (terça-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 09 – Central de Aulas 1- Cássio Yuzo Shiraishie e Élen Ângela Silva:O roubo da fala: o silencioamento dos japoneses na Era Vargas; 2- Gabriela Mazolini de Oliveira Santos:A escola e a educação no Brasil; XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 15 3- José Libório Vilione:A colônia japonesa em Presidente Prudente: Sua relação com o Estado e a sociedade local (1937-1947); 4- Samara dos Santos Carvalho:O movimento bandeirante e as relações de gênero no contexto social brasileiro do século XX; 5- Lucas Marian Corrêa: Agricultura, imigração e ferrovias: A atuação da secretaria de agricultura, comércio e obras pública no estado de São Paulo no inicio do século; 6- Maxwell Pinheiro Fajardo: O crescimento da Igreja Assembleia de Deus no Brasil sob a ótica dos deslocamentos migratórios interestaduais. DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 22/05 (quarta-feira) – 14h00 às 18h00 Turma I Local: Sala 09 – Central de Aulas 1- João Muniz Júnior:A gramática do comportamento: A fabricação do feminino nos manuais de etiqueta de Marcelino de Carvalho; 2- Léa Mattosinho Aymoré: O Pasquim em tempos de abertura política (19781980): Uma análise das grandes entrevistas; 3- Jemima Fernandes Simongini: Biopolítica e relações de poder: A construção do individuo na sociedade de consumo – Brasil, 1950-1970; 4- Edmar Lourenço da Silva:As confissões rodrigueadas diante e como parte das opiniões política dos anos 1967-1973 no Brasil; 5- Luís Gustavo Martins Botaro:A estação da estrada de ferro Sorocabana em Botucatu: Modernidade por meio dos periódicos (1934); DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 22/05 (quarta-feira) – 14h00 às 18h00 Turma II Local: Sala 10 – Central de Aulas 1- Marco Túlio de Souza Lima:O espaço da mulher na imprensa francana no século XX; 2- Leonardo Dallacqua Carvalho:Eugenia no humor da revista ilustrada Careta: A condição social do negro no governo provisório de Getúlio Vargas (19301934); 3- Marcela Taveira Cordeiro:Corpo e biopoder: Beleza e práticas de saúde na revista Capricho dos anos 1960-1970; 4- Marco Antonio Milani:A voz de quem quer calar – Fanzines de carecas e neonazistas brasileiros no final do século XX; 5- Gabriel Amabile Boscariol:Trajetória do planejamento científico brasileiro na revista Ciência e Cultura. DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 16 23/05 (quinta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 09 – Central de Aulas 1- Marcela Soares Moura:A revolução de 1932 e os ideais em Araçatuba; 2- Bruno Dias Santos:“O homem da fronteira‖: O engajamento político de frei Beto e o desenvolvimento da teologia da libertação no Brasil; 3- André Luiz Rodrigues de Rossi Mattos: A união nacional dos estudantes sob o comando dos universitários udenistas: (1945-1956); 4- Pedro Fernandes Russo: Áurea Moretti: A mulher, a resistência e a tortura. Um estudo sobre a participação feminina contra a ditadura militar brasileira no interior de São Paulo, no período de 1965 a 1975; 5- Danilo de Sousa Torregrossa:Memórias que ficaram: O movimento estudantil de Londrina e a ditadura militar (1964-1970); 6- Verônica Karina Ipólito:Paixões e ilusões: Cultura e imaginário político dos comunistas no norte do Paraná (1945-1953). SESSÃO DE TRABALHO 04: HISTÓRIA E MEIO AMBIENTE. COORDENADORES: Paulo Henrique Martinez (UNESP/ASSIS) Carlos Alberto Menarin (UNESP/ASSIS) João Rafael Moraes de Almeida (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 22/05 (quarta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 08 – Central de Aulas 1- Carlos Alberto Menarin: Parques Urbanos: Meio Ambiente, Espaço e Política; 2- Cezar Augusto Caron: Degradação da mata atlântica na região de Cândido Mota: conflitos pelos recursos da floresta; 3- Élen Ângela Silva: Entre veredas e buritis: a vulnerabilidade do cerrado mineiro; 4- Graziella Plaça Orosco de Souza: Perspectiva histórica dos impactos ambientais na região do Pontal do Paranapanema; 5- Paulo Divino Ribeiro da Cruz: Vilas, Corrutelas e Cidades: o povoamento pela mineração em Mato Grosso no início do século XX; DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 23/05 (quinta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 03 – Central de Aulas XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 17 1- Felipe Sgoti Padovês: A Sociologia Rural de José de Souza Martins; 2- Marcio Henrique Bertazi: A interdisciplinaridade em questão: Jared Diamond e a História Ambiental; 3- Adilson Luís Franco Nassaro: Maus-tratos aos animais: a crueldade e sua coibição no Brasil; 4- Aline de Jesus Nascimento: Descrições da Biodiversidade em Padre Francisco Soares; 5- Amilson Barbosa Henriques: As pesquisas em torno da preocupação com o uso dos recursos naturais na História do Brasil: de Um sopro de destruição à Proteção à natureza e identidade nacional no Brasil, anos 1920-1940; 6- Cássia Natanie Peguim: Crescer, verbo intransitivo: população, urbanização e meio ambiente (1970-1980). SESSÃO DE TRABALHO 05: HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA NAS AMÉRICAS COORDENADORES: Carlos Alberto Sampaio Barbosa (UNESP/ASSIS) José Luis Bendicho Beired (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 23/05 (quinta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Mini-Auditório de História 1- Victor Hugo Xavier Flandoli - A Constituição Colombiana de 1858 – entre o liberal e o conservador 2- Emilio Alapanian Colmán - O Tratado de Itaipu: Interesses do acordo entre Brasil e Paraguai (1960-1973) 3- Camila Savegnago Martins - Tomás Moulian e a historiografia política chilena 4- Aline Maria de Carvalho Pagotto - A revolução institucionalizada 5- Paula da Silva Ramos - O Jornal do Commercio entre a América e a Europa (1880-1889) 6- Renato Cesar Santejo Saiani - Manifestações pró-cubanas no Brasil (18951902). 7- Willian dos Santos Martins - As relações diplomáticas entre Brasil e México: as gestões de D. Alfonso Reyes (1930-1936) e José Rubén Romero (1937-1938). 8- Camila Bueno Grejo - O adeus ao império brasileiro: o Brasil de 1900 nas páginas da Revista de Dereho, Historia y Letras. SESSÃO DE TRABALHO 06: HISTORIOGRAFIA, TEORIA E ESCRITA DA HISTORIA: DESAFIOS DA HISTÓRIA CULTURAL NA ACADEMIA E NA ESCOLA COORDENADORES: XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 18 Hélio Rebello Cardoso Junior (UNESP/ASSIS) Lucas de Almeida Pereira Igor Guedes Ramos Washington Tourinho Junior DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 21/05 (terça-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 07 – Central de Aulas 1- Igor Guedes Ramos: Os meios de apropriação dos pensamentos de Edward P. Thompson e Michel Foucault no Brasil; 2- João Rodolfo Munhoz Ohara: Confrontos Discursivos na Historiografia: o que faz um bom historiador, segundo Ciro Flamarion Cardoso?; 3- Roberto Manoel Andreoni Adolfo: Jacob Gorender e a teoria marxista; 4- Thiago Granja Belieiro: Clio Tupiniquim: A História Cultural Antropológica e a Historiografia Brasileira 1980-2000; 5- Marina Fazani Manduchi: Historiografia da cultura e Michel Foucault: por uma história genealógica do neopentecostalismo brasileiro; 6- Renan Saab Rodrigues Manaia: A cidade como objeto historiográfico e seu processo de construção discursiva; 7- Aline Michelini Menoncello: História da historiografia: Um caminho possível para a investigação da escrita da história positivista de Pedro Lessa; 8- Lucas de Almeida Pereira: Narrativa, memória e os limites do pensável em Lucien Febvre; 9- Lorena Pereira da Silva: Jean-François Lyotard e a narrativa historiográfica; 10- Lourenço da Silva Queiroz: A disputa homérica e a noção de cultura em Friedrich Nietzsche; 11- Tiago Viotto da Silva: A leitura de Foucault a Kant e suas relações com o projeto de uma arqueologia histórica dos saberes. 12- Murilo Galvão Amancio Cruz - A dimensão histórica do saber psicológico e sua relação com a medicalização da infância SESSÃO DE TRABALHO 07: FONTES JUDICIAIS: PRESERVAÇÃO E USO NA PESQUISA SOCIAL COORDENADORES: Célia Reis Camargo (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 23/05 (quinta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 04 Central de Aulas 1- Camila Rodrigues da Silva – Múltiplas identidades femininas, as relações de Gênero e Inquéritos Policiais: cidades paulistas décadas 1920/1940. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 19 SESSÃO DE TRABALHO 08: HISTÓRIA, IMAGENS E NOTAS MUSICAIS NA EXPERIÊNCIA BRASILEIRA COORDENADORES: Carlos Eduardo Jordão Machado (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 23/05 (quinta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 05 Central de Aulas 1- Gustavo dos Santos Prado – ―O rock nacional da década de 1980 e seus relacionamentos: subjetividades, sensibilidades e formação de identidades; 2- Maria Paz Lencinas – De películas a epístolas: Cinema em Sete vezes rua, de João Antônio e Parque de diversões, de Ilka Brunhilde Laurito; 3- Fábio Ruela de Oliveira – Casais Monteiro e o pensamento alemão contemporâneo no Brasil dos anos 1960 4- Lucas Alexandre Andreto – A literatura do Terror: o stalinismo em ―Um dia na vida de Ivan Denisovich‖ de Soljenítsin e ―A Brincadeira‖ de Milan Kundera 5- Daniel Alves Azevedo – A teoria da Vanguarda: O espelho de uma Experiência; 6- Lucas Jurado Taoni – Geografia e música: uma análise do espaço urbano carioca a partir das composições de Antônio Carlos Jobim; 7- Fábio Raddi Uchôa – Crítica de arte e cinema em Francisco Luiz de Almeida Salles. 8- Fernanda Nunes Moya – Notas sobre a atividade epistolar entre Mário de Andrade e Francisco Curt Lange entre os anos 1930=1940; 9- Rebeca Alves – O embalo musical em Ana em Veneza (1994), de João Silvério Trevisan; 10- Wellington Durães Dias – A Exposições Universais e o conceito de fantasmagoria a partir da leitura e interpretação da obra de Walter Benjamin; 11- Rafael Morato Zanatto – Luzes e Sombras: Paulo Emílio Salles Gomes e os ensaios sobre o cinema weimariano; 12- Igor Augusto Leite e Bruna de Souza Silva – ―Volte para o seu lar‖: diálogos discursivos por meio da canção; 13- Caio Vinicius Russo Nogueira – O compositor e o crítico: o conceito de ―Música Popular‖ em Béla Bartók e Theodor W. Adorno SESSÃO DE TRABALHO 09: HISTÓRIA DA ÁFRICA, AFROBRASILEIROS E INTERLOCUÇÕES COORDENADORES: XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 20 Lúcia Helena Oliveira Silva (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 21/05 (terça-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 05 – Central de Aulas 1- Ana Maria L. Gomes: Processos históricos de Cabo Verde pela óptica alegórica em O testamento do senhor Napumoceno. 2- Leandro Antonio Guirro: Monteiro Lopes: traços biográficos de um médico negro (1890-1966). 3- Suseli Cristiane Alves Camilo: O Processo de Bolonha e o REUNI: análise da mobilidade estudantil na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (20082012) 4- Caio Isidoro da Silva: O ensino de história e culturas afro-brasileira e africana: a lei 10.639/03 da teoria à prática na educação básica 5- Yuri Wicher Damasceno: Um milagre cristão: um estudo dos relatos de missionários protestantes da Church Missionary Society entre 1876 – 1890 6- Clauber Ribeiro Cruz: Uma literatura anticolonial: o colonialismo moçambicano e o escritor Orlando Mendes 7- Leonardo Bruno: A Comissão Mista Brasil-Grã-Bretanha e a questão dos africanos libertados. 8- Najyla Correa Bernardes Tizolin: Carolina Maria de Jesus, a voz das margens. DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 22/05 (quarta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 05 – Central de Aulas 1- Marcio Pereira: Marcas do exílio e construção da memória em Ecos de minha Terra de Oscar Ribas. 2- Lorran Henrique Ribeiro de Assis: Pontes musicais: a religiosidade afrobrasileira presente no trabalho do grupo ―Os Tincoãs‖ entre 1973-1985. 3- Thiago Leandro Vieira Cavalcante: A (não) política de demarcação de terras indígenas guarani e kaiowa em Mato Grosso do Sul. 4- Erivelton de Jesus Gomes: Punição e resistência: Um estudo sobre as penalidades impostas aos escravos no Brasil Imperial na região de São Paulo. (1851–1856). 5- Mariana Alice Pereira Schatzer Ribeiro: Tráfico, cativeiro e doenças: uma reflexão acerca da saúde africana e afrobrasileira no Brasil oitocentista 6- Lúcia Helena Oliveira Silva: Viagens pela África: o continente africano visto pelos olhos de seus exploradores e habitantes no XIX XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 21 SESSÃO DE TRABALHO 10: ESCRITA DA HISTÓRIA E USOS DOCUMENTAIS COORDENADORES: Tânia Regina de Luca (UNESP/ASSIS) Karina Anhezini (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 21/05 (terça-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Mini-Auditório do Cedap 1- Celso Carvalho Jr: Monteiro Lobato e os debates sobre o petróleo no Brasil; 2- Danilo Wenseslau Ferrari:A reportagem no estudo da história: uma possibilidade analítica; 3- Renan Rivaben Pereira: Poder simbólico, cultura popular e subalternidade na historiografia pós-moderna; 4- Humberto Santos de Andrade:A Associação Tipográfica Baiana: uma mutual de ofício e sua trajetória na Bahia dos séculos XIX e XX; 5- Augusto Henrique Assis Resende: Visões e revisões historiográficas; 6- Luiz Antonio Santana da Silva:Sobre documentos audiovisuais: fontes documentais que se movimentam; 7- Marcos Ulisses Cavalheiro:Os lugares de memória literária do Brasil e a democratização dos usos documentais; 8- Rallik Pires Carrara:História, Memória e a Representação Social: perspectivas para investigar a imagem do bom professor de história; 9- Gabriele Balieiro Oliveira e Yasmin Silva Santos de Jesus: A literatura como fonte da escrita da História Cultural: análise do romance Os Sertões; 10- Robson Carlos de Souza: A institucionalização do trabalho historiográfico nos Anos de 1950: A Revista de História como documento institucional. DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 22/05 (quarta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Mini-Auditório do Cedap 1- Alexandre Andrade da Costa:As caricaturas da política internacional nas páginas de Inteligência: mensário da opinião mundial; 2- Daiane Machado:Institucionalização acadêmica da História: o caso da UFPR; 3- Otávio Erbereli Júnior:Anuário da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo como fonte para a escrita da História de Alice Piffer Canabrava (1935-1951); 4- Marina Rodrigues Tonon:A construção da narrativa histórica e os usos documentais na obra O Brasil na História (1930) de Manoel Bomfim (18681932); XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 22 5- Thiago Augusto Modesto Rudi:Entre Ernest Renan e Marcelin Berthelot: diálogos da história no século XIX; 6- Breno Sabino Leite de Souza:I Congresso de História Nacional como fonte para a história da historiografia; 7- Gabriela D. Brönstrup:Apresentar documentos ou narrar a história: entre diálogos e monólogos; 8- Breno Girotto Campos:A escrita da História de Ramiz Galvão no IHGB; 9- Mírian Senna de Araújo:Max Fleiüss e D. Pedro I: os usos documentais para a construção de um personagem; 10- Gerson Ribeiro Coppes Jr:Definindo fronteiras paulistas no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (1910-1929) SESSÃO DE TRABALHO 11: TRAJETÓRIAS E BIOGRAFIAS: MODELOS, LIMITES, DESAFIOS E POSSIBILIDADES COORDENAÇÃO: Wilton Carlos Lima da Silva (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 23/05 (quinta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 10 Central de Aulas 1- Gustavo Henrique Tuna: A construção de diferenças: o limiar e os limites de Silva Alvarenga (1749-1814) enquanto fiel vassalo do Rei; 2- Juscelino Pereira Neto: O ―Cônego Januário‖ antes do IHGB: A redação do periódico Auxiliador da Indústria Nacional (1833-1846); 3- Luis Claudio de Barros Pereira: Trafalgar – A vitória estratégica do Almirante Nelson; 4- Rubens Arantes Correa: Trajetórias, estruturas de sociabilidades e ação política dos intelectuais em São Paulo na crise do Império (1875-1889); 5- Carlos Alberto Nogueira Diniz: Fundo Santo Dias, acervo e memória; 6- Dirceu Rodrigues da Silva: Um objeto sagrado: As Pílulas de Frei Galvão; 7- Adriana Marcon: Autobiografia e Ficção: A construção narrativa em As Pequenas Memórias, de José Saramago; 8- Plauto Daniel Santos Alves: Experiências literária e concepções do intelectual nas décadas de 30 e 40: Fran Martins e Rachel de Queiróz; 9- Maria Francisco de Oliveira: Uma trajetória de exílio ou uma biografia brasileira/nordestina: o registro literário de Clarice Lispector. 10- Dirceu Casa Grande Junior: Edmundo Campos Coelho e a Tese da Política de Erradicação dos Militares no Brasil SESSÃO DE TRABALHO 12: HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO SOCIAL E MÍDIAS NA HISTÓRIA COORDENADOR: XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 23 Áureo Busetto (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 21/05 (terça-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala de Reuniões do Departamento de História 1- João Arthur Ciciliato Franzolin: Representação do Eixo e Aliados no jornal Meio-Dia (1939-1942); 2- Rafael Henrique Antunes: As relações internacionais em pauta: o noticiário da independência de Angola pela grande imprensa brasileira; 3- Fábio Fiore de Aguiar: A Questão Nuclear no Brasil: uma análise comparada entre as revistas O Cruzeiro e Manchete, na primeira metade da década de 1950; 4- Dayane Cristina Guarnieri: Jornal do Brasil: Da Revolução Democrática à Revolução Arbitrária (1964-1968); 5- Lilian Soares do Nascimento: O discurso da imprensa alternativa feminista brasileira no período da Ditatura Militar: a questão dos contraceptivos – 1970 1980; 6- Fabiana Aline Alves: O movimento estudantil curitibano pelo discurso imagético da Gazeta do Povo e O Estado do Paraná (1968). DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 22/05 (quarta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala de Reuniões do Departamento de História 1- Sonia Regina Bongiovanni: Memória do profissional da TV; 2- Emilla Grizende Garcia. Telenovela e censura: uma análise em ―O Bem Amado‖; 3- Eduardo Amando de Barros Filho. O Governo Médici e a ―televisão nacional de qualidade‖; 4- Wellington Amarante Oliveira: A Retrospectiva do Ano da Rede Record e suas perspectivas para o Brasil, 1988; 5- Áureo Busetto: Silvio Santos vem ai, lá, lá, lá - concessão do SBT pelo regime militar no jornalismo impresso; 6- Luiz Alexandre Pinheiro Kosteczka: A subjetividade dos testemunhos nos documentários de Alanis Obomsawin; 7- Roberto Bondarik: ―1930 Pátria Redimida‖: possibilidades de analise histórica a partir da obra cinematográfica de João Batista Groff. DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 23/05 (quinta-feira) – 14h00 às 18h00 XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 24 Local: Sala de Reuniões do Departamento de História 1- Barbara dos Santos: As revistas de fotonovelas como narrativa de um tempo: o retrato de uma sociedade pela iconografia; 2- Vanessa Pironato Milani: Vertentes do samba na coleção História da Música Popular Brasileira: do Estácio ao samba-enredo; 3- Douglas Henrique de Souza: Dom Casmurro: a presença feminina num jornal literário; 4- Carla Drielly dos Santos Teixeira: O Estado de S. Paulo e o desenvolvimento da radiodifusão brasileira, 1931-1937; 5- Vanessa Zandonade: Rádio Comunitária de Heliópolis: organização popular e parcerias em torno de sua regularização; 6- Pauline Bitzer Rodrigues: A publicidade estadunidense nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial e as expectativas sobre o pós-guerra; 7- Annelise Faustino da Costa: A contribuição da mídia livre no processo de paz no Haiti. SESSÃO DE TRABALHO 13: O USO DAS IMAGENS NA CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA REPUBLICANA COORDENADORES: Zélia Lopes da Silva (UNESP/ASSIS) Danilo Alvez Bezerra (doutorando - UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 21/05 (terça-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala de Reuniões do CEDAP 1- Andreza Santos Cruz Maynard: Filmes e guerra nos cinemas aracajuanos (1939-1945); 2- Ângelo Dimitre Gomes Guedes e Natalia Maria Aggio: Paralelos entre o processo de formação de falsas memórias e a manipulação de informações históricas; 3- Karen Cristina Aparecida Bueno: Uma análise histórica da primeira metade da década de 1990 no Brasil por meio da charge; 4- João Paulo Rodrigues: Sob o olhar fotográfico: as multidões na campanha ―Constitucionalista‖ de 1932; 5- Danilo Alves Bezerra: As potencialidades e os limites das imagens carvanalescas na revista O Cruzeiro (1934-1945); 6- Priscila David: Imagens da advocacia, representações da categoria; 7- Pedro Henrique Victorasso: Uma reflexão metodológica sobre o uso das imagens na pesquisa histórica. SESSÃO DE TRABALHO 14: HISTORIOGRAFIA XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 25 COORDENADORES: Milton Carlos Costa (UNESP/ASSIS) Claudinei Magno Magre Mendes (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 21/05 (terça-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Anfiteatro Antonio Merisse 1- Pedro Paulo Lima Barbosa: Consideraçõs acerca do declínio da história política: Uma trajetória Historiográfica; 2- Rodrigo Bianchini Cracco: Estudo acerca das obras coletivas organizadas por Christian Delacroix, François Dosse e Patrick Garcia: Teoria e história da historiografia; 3- Maurício de Aquino: A história renovada da Igreja e o conceito de romanização do catolicismo na Revista Eclesiástica Brasileira (1973-1977); 4- Claudinei Magno Magre Mendes: A colonização do Brasil: Um estudo da relação entre Caio Prado Junior e Fernando A.Novais. SESSÃO DE TRABALHO 15: MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS, TERRA, TRABALHO E ECONOMIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO COORDENAÇÃO Paulo Cesar Gonçalves (UNESP/ASSIS) Lélio Luiz de Oliveira (USP/RP) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 21/05 (terça-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Mini-Auditório de História 1- Maria Alice Rosa Ribeiro. A migração inter-regional de capitais: formação da plantation açucareira de Campinas e a família Teixeira Vilela: riqueza e escravaria 2- Maísa Faleiros da Cunha. Processos migratórios na formação da Vila Franca do Imperador, São Paulo (1805-1840) 3- Moisés Stahl. Louis Couty e o problema da mão de obra no Império do Brasil – 1871-1888. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 26 4- Janaina Julienne Barbosa de Souza. A industrialização calçadista de Birigui: uma análise histórica na década de 1960 a 1980 5- Aparecida José Martines de Oliveira e Graziela Plaça Orosco de Souza. Memória e História da implantação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – Pronaf/Infraestrutura no município de Alfredo Marcondes (SP) 6- Renan Henrique de Oliveira Russo. Leon Poinsard e um ―Portugal Ignorado‖ 7- Thiago Henrique Sampaio. As Campanhas de Pacificação em território moçambicano (1890-1914) SESSÃO DE TRABALHO 16: HISTÓRIA E MEMÓRIA COORDENADORES: Eduardo José Afonso (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 22/05 (quarta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Anfiteatro Antonio Merisse 1. Bruno Sanches Mariante da Silva: Nomeações de logradouros e a memória em disputa em Londrina –PR; 2. Cesar Gomes da Silva: Poeira: Estrada, Sonhos e desencantos: A Memória e a História do condutor de boiadas da Região de Araçatuba/SP (1950-1980); 3. Franciane Gonçalves do Nascimento: Memórias e Histórias dos Trabalhadores do Assentamento Rural São José – Brejo Alegre/SP; 4. José Carlos Vieira: Modernização do Campo, expropriação e resistência dos ex-quilombolas do Vale Gorutuba –MG; 5. Mayra Silveira Pietrantonio: Memórias Reveladas: a resistência Kaingang e Krenak no Museu Histórico pedagógico Índia Vanuíre (1991-2009). 6. Cleyton Antônio da Costa: Memórias festivas na cidade de Borda da MataMG; 7. Rafaela Sales Goulart: A Folia de Reis em Florínea-SP: Identidade Cultural, Memória e Sentidos; 8. Renata Rendelucci Allucci: Carnaval de São Luiz do Paraitinga: conflitos entre isolamento e abertura da cidade; 9. Vitor Amorim do Amaral: História e Memória da Igreja São Cosme e São Damião – Itamaraju – Bahia; 10. Luciana Francisco e Eduardo Rodrigues Oliveira: História Oral: Diálogos entre História e Memória. DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 23/05 (quinta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Anfiteatro Antonio Merisse XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 27 1. Anderson de Souza Andrade: Gente da Terceira Classe, de José Rodrigues Miguéis e 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. as Marcas do Exílio; Daniel Martins Valentini: Entre a censura e a desordem fecunda: a constituição do Teatro Oficina; Davi Siqueira Santos: Solo de Clarineta: As memórias de Erico Veríssimo e suas Leituras de Formação; Rafael Vieira Domingos: Eles Estavam Lá: Memórias de militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido dos Trabalhadores (PT) na disputa pela hegemonia da luta sindical; Thiago Henrique de Almeida Bispo: Memória e Cinema: Lembranças Joviais; Rafaela Souza Maldonado: O diário de Ada Gobetti como testemunho e elemento de construção da memória da Resistência italiana; Gabriela Kvacek Betella: Entre fragilidade, incerteza e coragem: a mulher na Resistência italiana através dos testemunhos; Thabata Oliveira Nogueira de Veloso: Arquivo do Clube de Cinema FAFIA (19651983): Organização, descrição e roteiro histórico; Tiago Xavier dos Santos e Ângelo Dimitre Gomes Guedes: A fotografia como fonte documental do exercício historiográfico: uma reflexão interdisciplinar. SESSÃO DE TRABALHO 17: PESQUISAS EM HISTÓRIA DO BRASIL: UM DIÁLOGO ENTRE GRUPOS DE ESTUDO COORDENADORES: José Carlos Barreiro (UNESP/ASSIS) Claudinei Magno Magre Mendes (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 22/05 (quarta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 03 – Central de Aulas 1- Matheus Germino: Jean de Léry e a construção da noção de ―feitiçaria‖ idealizada a partir de suas obervações sobre as festividades Tupinambá, no Brasil do século XVI (1578-1579): Considerações Iniciais; 2- Jorge Luiz Oliveira Costa: Jean Cointa, o senhor de Bolés: A inquisição na América Portuguesa e a polêmica proveniente da França Antártica; 3- Muhana Mustapha Bom Nassif: A substituição do trabalho escravo no Brasil: Imigração como (im)possibilidade; 4- Lucas Suzigan Nachtigall: O Terceiro Reinado nos horizontes de expectativa do final do império (1888-1893): Perspectivas iniciais; 5- Wesley Dartagnan Salles. O Problema do fornecimento de alimentos na Bahia da segunda metade do sécuulo XVII e a crise açucareira; 6- Esdras Cordeiro Chavante: O pensamento religioso de Tavares Bastos: Apontamentos; 7- José Carlos Barreiro: Formas rituais de expressão popular na formação do Estado-Nação brasileiro, 1780—1850. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 28 DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 23/05 (quinta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 08 – Central de Aulas 1- Eduardo José Neves Santos: Zacarias de Góes e Vasconcellos na crise entre Estado e Igreja no Segundo Reinado: Abordagem inicial; 2- Lucas Schuab Vieira: Diálogos transoceânicos: Portugal e Brasil na revista ―A ilustração luso-brasileira‖ (1856); 3- Renatto Costa: ―Os nobres feitos dos nossos portugueses‖: Gasspar Correia e sua ―Lendas da India‖; 4- Cíntia Gonçalves Gomes: A Bahia seiscentista através de documentos administrativos; 5- Raphael Martins Ricardo: A crise açucareira e a produção da cachaça (1640-1695); 6- Mariza Araújo Dias: Legislação civil e eclesiástica a respeito dos escravos africanos: América Portuguesa entre os séculos XVII e XVIII; 7- Isabel Camilo de Camargo: Cartas de alforria e livro de classificação de escravos: Considerações sobre essas fontes históricas para o passado escravista de Sant’ana de Paranaíba. SESSÃO DE TRABALHO 18: O USO DAS LÍNGUAGENS NO ENSINO DE HISTÓRIA COMO MEIO DE APRENDIZAGEM HISTÓRICA: UM DESAFIO AO PROFESSOR-PESQUISADOR COORDENADOR: Ronaldo Cardoso Alves (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 22/05 (quarta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 01 Central de Aulas 1- Carlos Eduardo Marotta Peters: Usos do cinema no ensino de História nas escolas públicas do interior paulista (1990-2008); 2- Fernando Rossi: A prática de mediação e o uso de filmes para o ensino de História; 3- Wender Urias da Cruz: Breve século XX: história e cinema no cotidiano escolar; XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 29 4- Vanessa Kiara Rodrigues Milian: O uso das crônicas de Lima Barreto em sala de aula e o ensino sobre a Primeira República; 5- Lídia Baumgarten Braun: O papel das diferentes linguagens e técnicas de ensino na construção do saber histórico; 6- Erike Marques da Silva: A história da leitura como meio de uma aprendizagem histórica: Relato de experiência em uma escola estadual de Assis. DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 23/05 (quinta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 01 Central de Aulas 1- Claudia Eliza Marques de Matos: O museu como espaço de educação: o papel do professor – mediador na construção do saber histórico; 2- Daniel Aparecido de Souza: As Dificuldades do Trato Documental em Sala de Aula: procedimentos, avaliações e desafios; 3- Stefânia Rosa Santos: O ensino de História na EJA: Reflexões, práticas e desafios; 4- Maria Cristina Floriano Bigeli: Análise do conteúdo de ensino de História nas propostas curriculares estaduais para o Ensino Fundamental; 5- André Rodrigues da Silva: A história como representação: limites e possibilidades deste conceito para o ensino da história e seu decorrente efeito no entendimento e transformação da sociedade; 6- João Davi Avelar Pires: Inquisição e Regime Civil Militar: narrativas de alunos sobre o tema da violência. SESSÃO DE TRABALHO 19: HISTÓRIA E CULTURA VISUAL COORDENADORES: Carlos Alberto Sampaio Barbosa (UNESP/ASSIS) DIA/HORÁRIO DA SESSÃO DE TRABALHO 22/05 (quarta-feira) – 14h00 às 18h00 Local: Sala 04 – Central de Aulas 1- Danielle Souza Righetti - Edward Sheriff Curtis: uma análise iconológica de suas fotografias. 2- Mariane Mateus Alencastro - Outras Américas, Sebastião Salgado e as suas influências da década de 1960 XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 30 3- Fernanda Cequalini Frozoni - O acervo fotográfico de Oswaldo Leite e a cidade de Londrina na década de 1950. 4- André Camargo Lopes - A visualidade do batismo. O olhar sobre a criança e os códigos simbólicos do batismo em fotografias de álbuns de famílias de moradores da região norte do município de Londrina – PR. 5- Mirian Luciana Guimarães Zanelli - As contribuições do cinema para a historiografia. 6- Priscila Miraz de Freitas Grecco - Regras para ver: a tentativa de criação de categorias de ver e ler a fotografia no Foto Cine Clube Bandeirante na década de 1940. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 31 RESUMO DAS COMUNICAÇÕES REFLEXÕES SOBRE O CONCEITO DE MITO EM ELIADE E CAMPBELL Abner Alexandre Nogueira (UNESP/ASSIS) Orientadora: Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi e-mail: [email protected] O presente trabalho está pautado em algumas reflexões sobre a mitologia grega como uma narrativa formada e formadora de memória. Para tanto, segue-se o estudo de dois autores, o primeiro do americano Joseph Campbell e o segundo do romeno Mircea Eliade, para compreender o mito em si mesmo e, posteriormente, entende-lo como signo de uma sociedade que a comporta. Deve-se compreender os mitos como uma narrativa religiosa, tendo em vista que toda narração é uma imagem da cultura da qual é produzida (ao mesmo tempo em que retorna a esta, modificando-a). Desta forma, pode-se estudar os mitos gregos, chegar a um dos aspectos que formam a memória que os próprios gregos tinham de si mesmo. MAUS-TRATOS AOS ANIMAIS: A CRUELDADE E SUA COIBIÇÃO NO BRASIL Adilson Luís Franco Nassaro (UNESP/ASSIS) Orientador: Paulo Henrique Martinez e-mail: [email protected] O artigo estuda a questão dos maus-tratos contra os animais no Brasil, sua incidência e a aperfeiçoamento das regras de proteção dos animais domésticos e silvestres, especialmente a partir da década de 1930. Analisa os excessos no aproveitamento do animal doméstico e na exploração da fauna silvestre como manifestação das relações entre sociedade e natureza, junto com a atuação do policiamento ambiental voltada à coibição de práticas ilegais, com ênfase no tráfico, no caso dos animais silvestres. A obrigação do Estado quanto à proteção da fauna passou a abranger a defesa do desempenho da função ecológica dos espécimes, da integridade das espécies e do não sofrimento dos animais em geral; dessas dimensões decorrem as políticas públicas voltadas à proteção da fauna, que também significam proteção da natureza e, reflexamente, do próprio homem contemporâneo. Apesar da continuidade das ocorrências de maustratos a animais, demonstra-se que, ao longo das últimas décadas, houve mudanças em nível restritivo na legislação em evolução e nas ações de prevenção e repressão às condutas proibidas, assim definidas na relação humana – ou desumana – com outras espécies. AUTOBIOGRAFIA E FICÇÃO: A CONSTRUÇÃO NARRATIVA EM AS PEQUENAS MEMÓRIAS, DE JOSÉ SARAMAGO Adriana Marcon (UNESP/ASSIS) Orientadora: Sandra A. Ferreira e-mail: [email protected] O presente trabalho consiste na verificação do percurso figurativo e temático, com ênfase na relação entre autobiografia e ficção na obra As Pequenas Memórias (2006), do escritor português José Saramago. O veículo utilizado pelo Autor para recriar sua infância, são as lembranças que afloram letra a letra, surgindo não simplesmente como biografia, mas como necessidade cada vez mais urgente de poder reconhecer-se em meio às inúmeras imagens que foram se disseminando com o passar do tempo. Pela via da memória, Saramago empreende a busca de sensações que possam caracterizar o ser criança nas impressões por ele experimentadas enquanto jovem e modeladas pelo adulto romancista. O cerne da respectiva análise é orientado para a construção narrativa que serve como base para o questionamento dos preceitos da realidade empírica e de outra, inventada. Dentre várias nuances, em meio ao jogo de palavras que se entremeia com o painel histórico nesta autobiografia romanceada, observa-se que o gênero autobiográfico não relata exatamente o vivido, pois a realidade é inexprimível e nela transita o falso e o verdadeiro, ora ela é crível, ora não. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 32 AS CARICATURAS DA POLÍTICA INTERNACIONAL NAS PÁGINAS DE INTELIGÊNCIA: MENSÁRIO DA OPINIÃO MUNDIAL Alexandre Andrade da Costa (UNESP/ASSIS) Orientadora: Tania Regina de Luca e-mail: [email protected] A revista Inteligência: mensário da opinião mundial foi publicada em São Paulo a partir de janeiro de 1935 e circulou até o ano de 1946. Nesta comunicação interessa-nos, sobretudo, o período compreendido entre 1935 e 1941, no qual comandou a publicação o médico e jornalista Mario Graciotti. Pretende-se demonstrar como os intelectuais ligados ao periódico lançaram mão das caricaturas políticas do cenário internacional como estratégia para intervir no debate que se travou no Brasil dos anos 1930 e 1940. DESCRIÇÕES DA BIODIVERSIDADE EM PADRE FRANCISCO SOARES Aline de Jesus Nascimento (UNESP/ASSIS) Orientador: Paulo Henrique Martinez e-mail: [email protected] O presente trabalho - derivado de um projeto inicial de pesquisa científica- tem como objetivo principal o estudo do livro Coisas Notáveis do Brasil, no qual contém dois manuscritos (atualmente localizados em locais diferentes, o primeiro em Madrid e o segundo em Coimbra), com a autoria atribuída ao padre Francisco Soares. O intuito é uma análise das descrições do meio ambiente observadas principalmente nos últimos capítulos do manuscrito de Coimbra, para assim relacioná-los com os aspectos históricos; nesta obra se tem um grande número de narrações da fauna e da flora brasileira, principalmente no que se diz respeito ao exótico e de importância econômica para aqueles indivíduos. Em relevância a estas considerações, viabilizou um levantamento de dados pelo qual é possível apresentar por intermédio dessas características o contato de aproximadamente um século que os colonizadores obtiveram com a biodiversidade e o espaço geográfico distinto do Novo Mundo comparado a Europa deste momento. Ressaltar-se-á a compreensão da perspectiva que os indivíduos naquele período histórico possuíam em relação ao meio ambiente. Assim, vislumbra-se que o período de colonização de qualquer local é sempre caracterizado por alterações físicas no espaço, pois o colonizador geralmente procura explorar e se aproveitar ao máximo do território conquistado. A REVOLUÇÃO INSTITUCIONALIZADA Aline Maria de Carvalho Pagotto (UNESP/FRANCA) Orientador: Alberto Aggio e-mail: [email protected] O trabalho aqui sugerido faz parte do projeto de pesquisa de doutorado intitulado “A democracia forjada: a cultura política priista”. O termo priista remete ao Partido Revolucionário Institucional (PRI) que predominou no cenário político cultural mexicano do século XX, sobretudo, do pós-revolução, e que governou o país por setenta e um anos, mais especificamente de 1929 a 2000. Foram longos anos de crises econômicas, eleições fraudadas, tumultuadas, alternâncias de governo sangrentas, e de chacinas dos movimentos políticos e sociais. Na virada do milênio, a vitória da antiga oposição, o Partido da Ação Nacional (PAN), colocara supostamente um ponto final na governança ininterrupta do PRI. O partido da oposição ficou na presidência por doze anos consecutivos e, embora se esperasse o contrário, garantiram mais crises econômicas e escândalos eleitorais. Nas eleições de 2012, para o espanto de alguns, a vitória tornou ao PRI e consequentemente, acarretou em novos receios de abalos à democracia do país. Temos por principal intuito elaborar o mapeamento da cultura política priista que se firmou, sobretudo, a partir de 1946, com o governo de Ávila Camacho, e prevalecendo até 1988, com o governo de Carlos Salinas de Gortari. Em suma, com a vitória de Peña Nieto, além de serem retomadas discussões que na virada do milênio estavam supostamente findadas, podemos inferir a hipótese de uma forte e arraigada cultura política priista que, depois de doze anos, inseriu o partido outra vez no cenário político mexicano. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 33 HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA: UM CAMINHO POSSÍVEL PARA A INVESTIGAÇÃO DA ESCRITA DA HISTÓRIA POSITIVISTA DE PEDRO LESSA Aline Michelini Menoncello (UNESP/ASSIS) Orientador: Hélio Rebello Cardoso Júnior e-mail: [email protected] Na década de 1970 a virada linguística promoveu profundas mudanças epistemológicas nas disciplinas humanísticas, sobretudo na História. A área da História da historiografia, antes da década de 1970, era reduzida como um campo auxiliar da História que traçava os progressos das pesquisas históricas catalogando obras e autores. Essa antiga operação mudou após a virada linguística, dando lugar à investigação acerca da cultura histórica produzida em cada tempo, partindo do questionamento de quando, como, por que e por quem um momento da História foi estudado. Essas atuais preocupações da área fazem parte do meu projeto de pesquisa em andamento, intitulado O positivismo na escrita da história de Pedro Lessa: (1900-1917). O objetivo da presente comunicação será identificar um caminho possível para a investigação da escrita da história do jurista e historiador Pedro Augusto Carneiro Lessa (1859-1921) nas primeiras décadas do século XX no Brasil, partindo da noção de regime de historicidade. CULTOS EM ROMA: A DÉCIMA QUINTA SÁTIRA DE JUVENAL E A SUPERSTIÇÃO Amanda Giacon Parra (UNESP/ASSIS) Orientadora: Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi e-mail: [email protected] O objetivo desta comunicação é discutir a décima quinta sátira escrita por Juvenal, autor que viveu entre os séculos I e II d. C em Roma. O tema tratado nesta sátira é variado, no entanto, o autor cita especialmente inúmeras práticas religiosas ocorridas em Roma e em outras partes do Mediterrâneo no período. Juvenal faz referências, por exemplo, a deuses e rituais egípcios, além disso, percebe-se em seu discurso traços da filosofia cínico-estóica e discussões principalmente a respeito de questões morais vividas na sociedade romana do período. A problemática delineia-se a partir do ponto no qual o autor delimita e diferencia o que é “religião” daquilo que é “superstição”, ou seja, que fugia às normas religiosas aconselhadas pelas ordens mais abastadas dos romanos. A CIÊNCIA DA IDADE MÉDIA NA OBRA DE GEORGE SARTON Amélia de Jesus Oliveira (UNICAMP) e-mail:[email protected] No início do século XX, a história da ciência passa por uma profunda transformação graças às grandiosas investigações de Pierre Duhem (1861-1916) acerca da ciência medieval. Antes visto como um período de infertilidade e estagnação, o medievo se torna um período digno da atenção dos historiadores preocupados em explicar o progresso científico exaltado e difundido após a revolução científica. Ainda que a contribuição medieval tenha deixado de ser assunto desconhecido ou negligenciado, a maneira de abordálo se mostrou bastante controversa nos textos de história que se seguiram à obra duhemiana. Neste trabalho, discutimos o tratamento da ciência medieval conferido pelo historiador da ciência George Sarton (1884-1956). Visto por muitos intérpretes como o grande responsável pelo estabelecimento da disciplina de História da ciência e ter legado uma extensa obra, Sarton tem recebido críticas por ter supostamente apresentado uma narrativa do passado a partir de padrões científicos vigentes. Discutimos a visão histórica sartoniana, buscando analisar o contexto da mudança de perspectiva com relação à ciência medieval. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 34 AS PESQUISAS EM TORNO DA PREOCUPAÇÃO COM O USO DOS RECURSOS NATURAIS NA HISTÓRIA DO BRASIL: DE UM SOPRO DE DESTRUIÇÃO À PROTEÇÃO À NATUREZA E IDENTIDADE NACIONAL NO BRASIL, ANOS 1920-1940 Amilson Barbosa Henriques (UNESP/ASSIS) Orientador: Paulo Henrique Martinez e-mail: [email protected] Essa comunicação comenta brevemente a pesquisa de José A. Pádua (Um sopro de destruição) e de José Luiz de A. Franco (Proteção à natureza e identidade nacional no Brasil), que abordaram a existência de dois grupos de cientistas e escritores que contribuíram para a formação de um pensamento brasileiro sobre a questão da proteção à natureza ou, em termos mais contemporâneos, sobre a questão ambiental. Tais manifestações se deram entre 1890 e 1940, aproximadamente, abrangendo a Primeira República. A pretensão é estabelecer uma visão crítica com relação às pesquisas dos autores citados com a pesquisa em curso no nosso doutorado. Os autores destacados estudaram duas gerações de intelectuais que estabeleceram preocupações e relações com o uso da natureza no Brasil. O nosso estudo se situa entre os dois grupos de pensamento assemelhados e estudados pelos autores: o primeiro atuante desde o fim do período colonial até o final do período imperial, o segundo durante os anos de 1890 até 1930 e o terceiro atuante nos anos 1930 e 1940. PROCESSOS HISTÓRIOS DE CABO-VERDE PELA ÓPTICA ALEGÓRICA EM O TESTAMENTO DO SENHOR NAPUMOCENO Ana Maria Lange Gomes (UNESP/ASSIS) Orientador: Rubens Pereira Santos e-mail: [email protected] O romance O testamento do senhor Napumoceno, do escritor cabo-verdiano Germano Almeida (1945-) se inicia pela abertura de um testamento, e, a partir deste acontecimento, percorre através da personagem principal um período histórico que compreende desde antes da independência do país até a fase posterior à sua conquista. Explorando diversos acontecimentos da Nação, processos de transformação e reconfigurações sociais-político-culturais, a obra, sempre com humor, apresenta um panorama de CaboVerde que pode ser percebido em uma leitura alegórica das personagens do romance. Desta forma, este trabalho pretende recuperar e apontar os elementos históricos presentes na obra demonstrando este panorama de Cabo Verde que compreende os períodos de 1898 a 1984, momento conturbado da vivência política e social do país. Além disso, busca, por intermédio da literatura, evidenciar a contribuição da cultura na conservação de uma memória nacional e na reflexão crítica de processos histórico-sociais. GENTE DA TERCEIRA CLASSE, DE JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS E AS MARCAS DO EXÍLIO Anderson de Souza Andrade (UNESP/ASSIS) Orientador: Marcio Roberto Pereira Este trabalho tem como objetivo a análise de contos presentes na obra Gente de Terceira Classe (1962), de José Rodrigues Miguéis (1901-1980), sob uma perspectiva histórica levando em consideração a situação de exilados que vivem os personagens. Em um primeiro momento na obra Gente da Terceira Classe, é possível observar a transição feita pelo personagem que é banido de sua terra natal, que no caso é Portugal e levado para os Estados Unidos, esse feito de passar de um continente a outro de uma forma totalmente sofrida e com uma forte questão existencialista é expressa no texto. Em um segundo momento será apresentada uma análise do conto O Viajante Clandestino, que fica também expresso para o leitor a condição de exilado do personagem, tendo que cruzar o Atlântico sob péssimas condições de sobrevivência, em um navio que não há lugar para ele, sua condição de existência não é pertencente nem mesmo à terceira classe, mas sim a esconderijos sujos e esquecidos. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 35 A VISUALIDADE DO BATISMO: O OLHAR SOBRE A CRIANÇA E OS CÓDIGOS SIMBÓLICOS DO BATISMO EM FOTOGRAFIAS DE ÁLBUNS DE FAMÍLIAS DE MORADORES DA REGIÃO NORTE DO MUNICÍPIO DE LONDRINA – PR André Camargo Lopes (UNESP/ASSIS) Orientador: Carlos Alberto Sampaio Barbosa e-mail: [email protected] As fotografias de batismo refletem dois caminhos perceptivos: o da visualidade da criança enquanto membro de um grupo social e o da estrutura dos códigos sociais que envolvem esse ritual de iniciação na vida cristã. Pretende-se neste texto debater estes aspectos da visualidade fotográfica a partir da análise dos deslocamentos do olhar sobre o foco compositivo. A amplitude do recorte temporal favorece a visualização de dois padrões compositivos distintos: o foco na criança em trajes de batismo, e as imagens cujo evento do batismo torna-se o foco. Tal constatação é debatida no texto a partir da legitimação do instantâneo como recurso fotográfico aceito no imaginário social. Propõe-se neste debate a amplitude das referências e a dinamicidade da cultura visual na qual os agentes produtores de imagem estão envolvidos. Este texto é resultado de um trabalho de pesquisa iconográfica em álbuns de família que se iniciou em 2009, cuja processualidade consiste em montar um acervo de uma iconografia popular regional. Foram totalizadas na pesquisa 1057 imagens - catalogadas em caixas e álbuns de fotografias de famílias que residem na região norte de Londrina-PR. Sobre o tema foram catalogadas 126 imagens fotográficas, com registros periodizados entre os anos de 1900 e 1970. A UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES SOB O COMANDO DOS UNIVERSITÁRIOS UDENISTAS: 1945 – 1956 André Luiz Rodrigues de Rossi Mattos (UNESP/ASSIS) Orientador: Antonio Celso Ferreira e-mail: [email protected] Durante pouco mais de uma década após o final do Estado Novo, entre 1945 e 1956, as diretorias da UNE tiveram, em sua maioria, ativa participação dos universitários do Departamento Estudantil na UDN. Nesse período, os udenistas elegeram os presidentes da UNE nos anos de 1945 e de 1946. Já na década seguinte, entre os anos de 1950 e 1955, a participação dos udenistas se acomodou no interior de um movimento mais amplo, com ativa participação de agrupamentos anticomunistas. Entre esses dois períodos, no entanto, há características distintas. No primeiro, a UNE esteve sob o comando dos universitários udenistas mais próximos aos setores liberais da UDN, que tentaram imbuir no movimento universitário a desconfiança com relação a Getúlio Vargas, movimentos pela consolidação democrática e da defesa da Constituição, da lei e da ordem, além de terem enfatizado as questões específicas do campo educacional, das artes e dos problemas econômicos dos estudantes. No segundo, a diretoria da UNE emergiu cercada por organizações anticomunistas, posição que foi expressa pela entidade entre os anos de 1950 e 1956, contra as esquerdas estudantis e, em especial, contra os estudantes da Juventude Comunista. A HISTÓRIA COMO REPRESENTAÇÃO: LIMITES E POSSIBILIDADES DESTE CONCEITO PARA O ENSINO DA HISTÓRIA E SEU DECORRENTE EFEITO NO ENTENDIMENTO E TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE André Rodrigues da Silva (UNESP/ASSIS) e-mail : [email protected] Atualmente se nota na historiografia uma crescente “fetichização dos conceitos” e um “mal-estar” acadêmico no que concerne à ação e transformação da sociedade. Objetiva-se assim discutir os limites e possibilidades do conceito de representação utilizado por Roger Chartier e suas possíveis consequências (ou não) na metamorfose social. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 36 FILMES E GUERRA NOS CINEMAS ARACAJUANOS (1939-1945) Andreza Santos Cruz Maynard Orientadora: Zélia Lopes da Silva e-mail: [email protected] Durante o século XX, a aproximação política, econômica e cultural com os Estados Unidos foi abrindo cada vez mais espaço para os filmes hollywoodianos no mercado exibidor brasileiro. Nas décadas de 1930 e 1940 os cinemas localizados na cidade de Aracaju anunciavam diariamente a exibição de fitas norte-americanas. Este trabalho analisa a programação dos cinemas aracajuanos entre 1939 e 1945. Jornais que circulavam na capital sergipana constituem o grosso da documentação que sustenta a análise, baseada na História Cultural, sobre a exibição dos filmes num período em que os meios de comunicações de massa eram controlados com a finalidade de obter resultados políticos específicos. Ao analisar a documentação do período foi possível perceber que a programação dos cinemas variou conforme a produção norte-americana foi se alterando ao longo dos anos, mas também dependeu do posicionamento internacional do Brasil frente à guerra e aos países envolvidos no conflito. A CRÔNICA COMO FONTE PARA O HISTORIADOR: APONTAMENTOS E DISCUSSÃO Anelize Vergara Orientadora: Tania Regina de Luca e-mail: [email protected] A crônica nem sempre foi reconhecida como gênero nos círculos e meios literários. Mesmo tendo sido escrita e praticada desde o século XIX, sua consagração como gênero literário propriamente e sua legitimação no cânone pela crítica ocorreram na segunda metade do século XX. No mesmo sentido caminhavam os estudos historiográficos que, na década de 1970, propunham novas perspectivas para os estudos históricos e alteravam a concepção de documento. Tais mudanças trouxeram uma renovação epistemológica em áreas de interesse dos historiadores o que legitimou a crônica como fonte histórica. Desta maneira, a presente comunicação pretende analisar o gênero literário e apontar seus usos como documento e fonte para a escrita da história. Trata-se de apresentar resultados de pesquisa prévia que se debruçou no estudo de crônicas escritas durante o Estado Novo pelo escritor Rubem Braga. A FOTOGRAFIA COMO FONTE DOCUMENTAL DO EXERCÍCIO HISTORIOGRÁFICO: UMA REFLEXÃO INTERDISCIPLINAR Ângelo Dimitre Gomes Guedes (MACKENZIE) Tiago Xavier dos Santos (MACKENZIE) e-mail: [email protected] / [email protected] . A fotografia apresenta forte relação com a realidade. Essa característica estimulou sua utilização como fonte documental. Contudo, o processo fotográfico de cada imagem objeto de pesquisa precisa ser investigado criteriosamente para que os eventos não sejam distorcidos. A fotografia não é um espelho do real, livre da ação do autor. O fotógrafo é responsável por escolhas que influenciam a maneira como um evento é fotografado. O exercício do historiador apresenta muitas semelhanças com o fotografar. O historiador também é responsável por diversas escolhas na hora de estabelecer os recortes que contarão a História. Até mesmo o que ficou fora do enquadramento, feito por ambos os profissionais, pode influenciar a representação de cada um. Esta pesquisa pretende apresentar uma reflexão elaborada por um fotógrafo e um historiador sobre a fotografia como fonte de documento historiográfico e acerca de paralelos entre as atividades do historiador e do fotógrafo. Aqui, compreende-se História como uma ciência indiciária, cujo objeto é a ação dos homens no tempo. Para exemplificar a importância de estudos sobre esse tema, será abordado o Festival de Woodstock, por meio de informações históricas conhecidas sobre este evento e da análise de duas séries de imagens escolhidas pelos autores do presente estudo. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 37 A CONTRIBUIÇÃO DA MÍDIA LIVRE NO PROCESSO DE PAZ DO HAITI Annelise Faustino da Costa Orientador: Sérgio Luiz Cruz Aguilar e-mail: [email protected] Na sociedade atual, cada vez mais globalizada, é visível a influência dos meios de comunicação social sobre o pensamento humano. Esses foram se constituindo ao longo da história adquirindo cada vez mais importância e funcionalidade nas relações sociais, tendo um importante significado, podendo ser considerada a principal fonte de informação e formação pública da atualidade. O Haiti, país mais pobre da América, com uma turbulenta história, necessitou da intervenção da ONU para tentar reparar seus graves problemas de desestruturação social e estatal. A atual operação de paz no país, MINUSTAH, estabelecida em 2004, tem como objetivo a construção de paz com políticas para estabelecimento da segurança e estabilidade, fortalecimento político e dos direitos humanos. Um dos fatores de sucesso está no campo da comunicação social. Utilizando bibliografia especializada, documentos das Nações Unidas e relatórios de organizações que atuam com a mídia no Haiti, fazemos considerações sobre a situação da mídia haitiana, observando suas implicações nas relações sociais e na construção de paz no país. A principal conclusão é a importância do estabelecimento de uma mídia livre em um país, para estabelecimento de um estado de direito, além de levar ao público informações sobre as ações de estabilização da paz. MEMÓRIA E HISTÓRIA DA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR – PRONAF/INFRAESTRUTURA NO MUNICÍPIO DE ALFREDO MARCONDES (SP) Aparecida José Martines de Oliveira (UNOESTE) Graziela Plaça Orosco de Souza (UNOESTE) e-mail: [email protected] / [email protected] Esse estudo analisa o projeto de extensão cadastrado na Pró-Reitoria de Extensão e Ação Comunitária – PROEXT da Universidade do Oeste Paulista UNOESTE sob o processo nº 1171/2012 realizado em parceria com a Associação dos Produtores Rurais de Alfredo Marcondes – APRAM. O objetivo central foi resgatar a memória e a história do grupo de agricultores (as) familiares organizados pela APRAM que participou do planejamento e da implantação do PRONAF/INFRAESTRUTURA nesse município, instituindo um modelo de gestão compartilhado de máquinas e equipamentos agrícolas adquiridos com recursos financeiros desse programa e disponibilizado há 15 anos em uso comodato pela Prefeitura Municipal a esta entidade. A APRAM implementou um modelo de gestão de uso coletivo de uma patrulha agrícola composta por 05 tratores, 43 implementos agrícolas e de 07 tanques de resfriamento de leite alocados estrategicamente em 06 bairros rurais que compõem a bacia leiteria do município. Essa infraestrutura leiteria vem possibilitando a comercialização do leite dentro dos padrões exigidos pela legislação nacional sanitária. O trabalho percorreu ainda, a estrutura e o funcionamento da APRAM e sua articulação com do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e com as esferas do governo municipal, estadual e federal. IMAGENS E DISCURSOS: A CONSTRUÇÃO DA MEMORIA PRINCIPIS E IDENTIDADES EM TÁCITO Ariane dos Santos Peinado (UNESP/ASSIS) Orientadora: Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi e-mail: [email protected] O Principado Romano é marcado por imagens contraditórias envolvendo os Imperadores e segmentos da sociedade patrimonial. Pode-se notar nas obras literárias produzidas no período entre o I século e o início do II século d. C. discursos e imagens que constroem um conjunto de representações políticas e administrativas ligadas à imagem do Senado e do Princeps de Roma. Tácito, sendo um dos escritores que fazem parte da produção do período, é uma referência para analisar a construção de tais discursos sobre a memoria principis e a constituição de uma identidade/alteridade romana. Sendo assim, esta comunicação XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 38 tem como objetivo analisar tais discursos para desse modo, refletir sobre a construção das imagens sobre o princeps e o imaginário social romano. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 39 VISÕES E REVISÕES HISTORIOGRÁFICAS Augusto Henrique Assis Resende (UNESP/ASSIS) Orientador: Claudinei Magno Magre Mendes e-mail: [email protected] O trabalho por nós proposto visa compreender como se deu a relação de ressonância entre os meios impressos, mormente alguns jornais políticos mineiros, a literatura ligada ao Romantismo e os historiadores a partir da temática relacionada à Conjuração Mineira nas décadas de 1870-80. Por meio dessas fontes jornalísticas e de sua correlação com aqueles escritos do período oitocentista se pretende analisar ainda como a historiografia do século XX investigou o momento de crise vivenciada pela monarquia brasileira e de que maneira aquele período foi representado. SILVIO SANTOS VEM AI, LÁ, LÁ, LÁ - CONCESSÃO DO SBT PELO REGIME MILITAR NO JORNALISMO IMPRESSO Áureo Busetto (UNESP/ASSIS) Esta comunicação destaca e analisa um sério episódio na história da TV brasileira, notadamente em termos das relações entre o meio e o regime militar. Trata-se da concessão pública de uma rede de TV a Senor Abravanel/Silvio Santos pelo governo do presidente João Batista Figueiredo, em março de 1981. Mesmo período em que o grupo editorial Manchete obtinha igual concessão. Ambas possibilitadas em razão do fechamento da TV Tupi, de propriedade do condomínio Diários Associados, criado e outrora capitaneado por Assis Chateaubriand. Episódio que ao ser reportado e analisado por jornais e revistas permite ao historiador conhecer e compreender a atuação da imprensa impressa com relação tanto ao universo televisivo quanto ao regime militar, em sua fase de abertura política. Ademais, possibilita-o perceber relações, pouco conhecidas, entre empresas jornalísticas participantes de processos de licitação por rede televisiva – como eram os casos do Grupo Abril e Jornal do Brasil - e aqueles que não investiam em tal frente naquele momento. AS REVISTAS DE FOTONOVELAS COMO NARRATIVA DE UM TEMPO: O RETRATO DE UMA SOCIEDADE PELA ICONOGRAFIA Barbara dos Santos (UNESP/MARÍLIA) e-mail: [email protected] As revistas de fotonovelas é um tipo de produção editorial que, no Brasil, ganhou força a partir de 1950, quando chegaram ao país os primeiros títulos, ainda importados da França e Itália. Tais revistas tratavam de diversas questões, mas a maior incidência eram sempre assuntos de interesse feminino, como casamento, culinária, filhos, família, dentre outros, por isso também é que as revistas tinham maior popularidade entre as mulheres. As fotonovelas constituem-se como uma narrativa de um tempo histórico, já que as histórias eram sempre protagonizadas por mulheres, tendo um cunho social e moralizante bastante forte. Dessa maneira, o objetivo deste trabalho é investigar a produção das revistas de fotonovelas a partir de suas respectivas narrativas por meio do estudo linguístico e iconográfico, que se faz presente neste tipo de objeto que estamos estudando. A metodologia de pesquisa empregada, inicialmente, será bibliográfica com revisão de literatura sobre os principais autores que discutem a temática. O referencial teórico deste trabalho está nas obras como Fotonovela e indústria cultural (HABERT, 1974), Os meios de comunicação como extensões do homem (MCLUHAN, 2002), Apocalípticos e integrados (ECO, 1998). Portanto, esperamos conceituar a fotonovela e suas formas de ser na literatura e na história da mídia. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 40 EDUCAÇÃO HISTÓRICA E PATRIMONIAL: UMA EXPERIÊNCIA DE DIÁLOGO NO COLÉGIO VICENTE RIJO Brayan Lee Thompson Ávila (UEL) Henrique Bueno Bresciani (UEL) Orientadora: Marlene Rosa Cainelli e-mail: [email protected] / [email protected] Acreditamos que é possível estabelecer conexões entre a perspectiva teórica da Educação Histórica e a Educação Patrimonial. Neste artigo exploramos possíveis pontos de contato entre estas abordagens e confrontamos nossas expectativas com uma atividade empírica, que consistiu em um conjunto de aulas ministradas a um 7º Ano de um colégio público de Londrina. As aulas foram construídas levando-se em conta as proposições e ideias debatidas recentemente na área do Ensino de História, tais como o trabalho com documentos, a importância em abordar temas e questões significativas às vidas dos estudantes, a problematização do conhecimento e o incentivo à reflexão em detrimento da memorização dos conteúdos. Atuando na condição de professores-pesquisadores visamos, através deste conjunto de aulas, mapear a progressão do conhecimento histórico dos estudantes, principalmente em relação ao problema dos patrimônios históricos. Por fim, apresentamos os resultados obtidos e concluímos com um parecer a respeito da possibilidade de se articular tais abordagens: a Educação Histórica e a Patrimonial. A ESCRITA DA HISTÓRIA DE RAMIZ GALVÃO NO IHGB Breno Girotto Campos (UNESP/ASSIS) Orientadora: Karina Anhezini de Araújo e-mail: [email protected] A presente comunicação tem por objetivo apresentar os primeiros resultados da pesquisa, ainda em andamento, que visa compreender a produção historiográfica de Benjamim Franklin Ramiz Galvão (1846-1938) publicada na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. O recorte temporal se estende de 1872, ano da admissão do autor como sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, até 1938, ano de seu falecimento, o que possibilita problematizar essa produção em um contexto de transição política. Lembrado como um sócio “assíduo e diligente” foi no Instituto que o Barão de Ramiz encontrou sua consagração como intelectual, participando de várias comissões de pesquisa, organizando a Revista do IHGB e ocupando o cargo de Orador Perpétuo. Além de sócio do IHGB, Ramiz Galvão também foi membro da Academia Brasileira de Letras, diretor da Biblioteca Nacional e ocupou diversos cargos administrativos no Império e na República. I Congresso de História Nacional como fonte para a história da historiografia Breno Sabino Leite de Souza (UNESP/ASSIS) Orientadora: Karinha Anhezini de Araújo e-mail: [email protected] Nos estudos de história da historiografia brasileira, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), fundado em 1838, ganhou centralidade na reflexão sobre a escrita da história no país. Sua Revista e estatutos tornaram-se fontes privilegiadas para tais estudos. No entanto o início do século XX marca uma ampliação das atividades e formas de produção do Instituto, que promoveu congressos e outras publicações como um dicionário histórico. Na presente apresentação abordaremos a organização do I Congresso de História Nacional realizado em 1914 como uma das primeiras iniciativas voltadas para uma maior especialização da escrita da história no Brasil. Com o objetivo de pesquisar o discurso etnográfico no período, uma seção deste Congresso sob o título de História das explorações archeologicas e ethnographicas será objeto de reflexão nesta comunicação, na qual discutiremos o uso desta fonte para a compreensão da escrita etnográfica e historiográfica no início do século XX. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 41 ―VOLTE PARA O SEU LAR‖: DIÁLOGOS DISCURSIVOS POR MEIO DA CANÇÃO Bruna de Souza Silva (UNESP/ASSIS) Orientadora: Luciane de Paula e-mail: [email protected] A presente proposta de comunicação; derivada de um projeto inicial de pesquisa científica, tem em intuito prioritário realizar a análise da canção Volte para o seu lar (1991); extraída do disco Mais e interpretada por Arnaldo Antunes e Marisa Monte - em consideração aos possíveis diálogos estabelecidos. A teoria que fundamenta este estudo encontra-se no cerne do próprio objeto, que a solicita já em sua constituição: a filosofia dialógica da linguagem do Círculo Bakhtin, Medvedev, Volochinov e, em especial, as concepções de diálogo, sujeito, autoria e gênero. Neste caso, assim como diversas canções ao decorrer de suas discografias, a mencionada cantora compõe em parcerias que possuem inevitavelmente características próprias que formam seus estilos e os agregam á letra e melodia por meio de uma construção conjunta, ou seja, os compositores realizam uma criação em que permanecem o estilo de todos ao mesmo tempo em que originam um. Esta apresentação justifica-se pela tentativa de compreensão do processo de produção, circulação e recepção do cotidiano tendo como objeto delimitado de pesquisa a composição da canção como discurso intergenérico formado em um mesmo “tempo” e “espaço”. ―O HOMEM DA FRONTEIRA‖: O ENGAJAMENTO POLÍTICO DE FREI BETTO E O DESENVOLVIMENTO DA TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO NO BRASIL Bruno Dias Santos (UNESP/ASSIS) Orientador: Milton Carlos Costa e-mail: [email protected] O trabalho proposto tem como finalidade apresentar o processo de desenvolvimento da Teologia da Libertação no Brasil, utilizando como objeto de pesquisa o engajamento político do frade dominicano e escritor Carlos Alberto Libânio Christo, popularmente conhecido como frei Betto. Procuramos analisar como a repressão exercida pelo Estado, durante a ditadura civil-militar, a efervescência cultural dos anos 1960-1970 e as transformações institucionais da igreja católica contribuíram para o desenvolvimento da Teologia da Libertação enquanto Cultura Política. Tomamos como fonte o conjunto de 172 cartas redigidas por Frei Betto, no período em que esteve preso (19691973). NOMEAÇÕES DE LOGRADOUROS E A MEMÓRIA EM DISPUTA EM LONDRINA – PR Bruno Sanches Mariante da Silva (UNESP/ASSIS) Orientadora: Zélia Lopes da Silva e-mail: [email protected] Entendendo a cidade como um produto de diferentes manifestações culturais, no presente trabalho partiremos do pressuposto que ao se nomear os logradouros de uma cidade está se dotando de significação aquele elemento urbano, ao passo que, celebra-se, concomitantemente, aquele acontecimento ou personagem ali representado. Desse modo, o espaço urbano torna-se alvo de diferentes investimentos simbólicos a fim formatar a memória oficial, seja nacional, estadual ou local. Assim como os monumentos, as nomeações de ruas legam imagens e representações da sociedade presente às gerações futuras, ao passo que trazem ao presente as representações do passado, gerando muitas vezes renomeações de logradouros em face de novas mentalidades, tendo em vista que acontecem negociações e disputas entre memórias conflitantes e díspares. Em Londrina, cidade jovem do norte do Paraná, ecoa fortemente o discurso sobre o pioneirismo e os tempos de construção da cidade, ao passo que, com o decorrer do tempo, novos atores sociais e discursos são introduzidos na disputa pelo poder simbólico da memória, por meio, sobretudo, do patrimônio material e das nomeações de ruas. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 42 O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURAS AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA: A LEI 10.639/03 DA TEORIA À PRÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Caio Isidoro da Silva (UNESP/ASSIS) Orientadora: Lucia Helena Oliveira Silva e-mail: [email protected] A discussão sobre questões étnico-culturais é cada vez mais persistente não só na academia brasileira, mas em toda a nossa sociedade, desde o convívio diário até as mais diversas instituições de ensino e a lei 10.639/03 modificada posteriormente pela lei 11.645/08 trata-se desse tema amplamente abordado. A obrigatoriedade do ensino de histórias e culturas africanas e afro-brasileiras nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, tanto na rede pública como na rede privada veio com a promulgação dessa lei, porém, não se consegue obter êxito em um prazo tão curto, principalmente no âmbito jurídico. Essa comunicação tem como fundamento retratar como está sendo executada e aplicada essa temática dos (as) negros (as) e seus (suas) descendentes e legados contribuintes para a formação de nossa sociedade nas salas de aula do ensino público. Como os manuais didáticos se retratam em relação a essas novas abordagens. Em especial serão verificados livros que atualmente os/as professores (as) da Educação Básica e seus respectivos alunos utilizam em sala de aula e se esses materiais são capazes de atender o que a Lei 10.639/03 propõe. O COMPOSITOR E O CRÍTICO: O CONCEITO DE ―MÚSICA POPULAR‖ EM BÉLA BARTÓK E THEODOR W. ADORNO Caio Vinicius Russo Nogueira (UNESP/ASSIS) Orientador: Carlos Eduardo Jordão Machado e- mail: [email protected] A presente comunicação tem por intuito demonstrar, de forma sintética, algumas questões sobre a relação entre o compositor húngaro Béla Bartók e o filósofo crítico Theodor W. Adorno. Esse colóquio entre o artista e o filósofo só é possível, a nosso ver, se matizarmos o conceito de “música popular” frente suas diferentes interpretações, soerguendo seus momentos consonantes e dissonantes. Tal qual uma sonata, com dois temas principais, contrastantes e intercambiáveis entre si, os diferentes posicionamentos do crítico e do compositor frente ao conceito de “música popular” desvela-nos um postigo pouco explorado da estética: o momento dialético da relação entre crítico e compositor. Damos majoritária atenção em nossa pesquisa resgatar o trabalho intelectual, não apenas do crítico, como do compositor, muitas vezes obliterado. Deter-se nos escritos do compositor é trazer à baila os seus pressupostos ideológicos, verdadeiro motor da pesquisa etnomusicológica de Bartók, que sinalizaram as escolhas de posicionamento estético do músico, seus processos composicionais, mesmo que não definindo, obviamente, sua música. Nessa sucinta apresentação demonstraremos, de forma geral, os aspectos embrionários de nossa pesquisa, ressaltando alguns aspectos que ficaram nítidos no nosso limitado tempo de pesquisa, e apontando, também, as regiões que ainda encontram-se obscurecidas no nosso trajeto: as intermináveis dúvidas. O ADEUS AO IMPÉRIO BRASILEIRO: O BRASIL DE 1900 NAS PÁGINAS DA REVISTA DE DEREHO, HISTORIA Y LETRAS Camila Bueno Grejo Orientador: José Luis Bendicho Beired e-mail:[email protected] Em perspectiva comparativa aos demais países latino-americanos, o Brasil adotou tardiamente o sistema de governo republicano, o que ocorreu apenas em 1889, marcando o fim do império. Neste trabalho buscaremos analisar a repercussão desta mudança política a partir das páginas da Revista de Derecho, Historia y Letras,uma publicação argentina que dedicou todo o número de outubro de 1900 a homenagens ao país vizinho. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 43 MÚLTIPLAS IDENTIDADES FEMININAS, AS RELAÇÕES DE GÊNERO E INQUÉRITOS POLICIAIS: CIDADES PAULISTAS DÉCADAS 1920/40 Camila Rodrigues da Silva (UNESP/MARÍLIA) Orientadora: Lidia Maria Vianna Possas e-mail: [email protected] O presente projeto objetivou identificar e analisar as múltiplas identidades femininas e as relações de gênero no cotidiano das cidades paulistas que compreenderam a circunscrição da Comarca de Bauru no período de 1910-1940, observando a dinâmica dos movimentos dos indivíduos inseridos em uma sociedade em formação, diante dos avanços e recursos implementados pelo complexo processo de mudança, modernização/ modernidade no sec. XX. Atento ao cotidiano, as prática sociais e principalmente as relações de gênero que permitiram observar singularidades de uma inserção feminina no espaço público, este, contribui para resgatar uma visão historiográfica da sociedade, com temporalidades heterogêneas, a partir da leitura de Inquéritos Policias do período. TOMÁS MOULIAN E A HISTORIOGRAFIA POLÍTICA CHILENA Camila Savegnago Martins (UNESP/FRANCA) Orientador: Alberto Aggio e-mail: [email protected] A presente comunicação pretende um início de debate a respeito da atuação da figura do intelectual na América Latina, especificamente a de Tomás Moulian e sua produção historiográfica sobre a história política do Chile do século XX. Sendo assim, é fundamental o entendimento da formação político-cultural do intelectual latino-americano, bem como de elementos que o constituem: redes de sociabilidade, exílio, atuação política, entre outros. Partindo da análise geral será possível a compreensão da construção historiográfica feita por Tomás Moulian a respeito da Unidade Popular, da ditadura militar e do processo de transição, importantes marcos da história recente do Chile e que, para o intelectual constituem um importante diálogo com o que ele denomina como a construção transformismo. O ESTADO DE S. PAULO E O DESENVOLVIMENTO DA RADIODIFUSÃO BRASILEIRA, 1931-1937 Carla Driellydos Santos Teixeira (UNESP/ASSIS) Orientador: Áureo Busetto e-mail: [email protected] O início do século XX foi marcado pelo surgimento do rádio que veio revolucionar a forma de circulação da informação. Concomitante a isso, a imprensa deparou-se com um novo veículo de informação no momento em que a notícia passou a adquirir os primeiros contornos de mercadoria. Fato que gerou uma concorrência entre os meios, resultando na formação de conglomerados jornalísticos formados por empresas de jornais e emissoras de rádio, comum a algumas folhas do Rio de Janeiro e de São Paulo. O jornal O Estado de S. Paulo (OESP), fundado ainda no século XIX, teve no centenário seguinte seu momento de desenvolvimento e profissionalização, caracterizado pela compra de potentes rotativas e o estabelecimento de agências em importantes cidades do país e do mundo, chegando ao início da década de 1930 como um dos mais importantes jornais do país. Apesar de não ter seguido imediatamente o caminho das ondas, sempre colocou-se preocupado e engajado com a divulgação das artes no Brasil. Este trabalho busca analisar como o diário OESP apreciou e divulgou o desenvolvimento da radiodifusão no Brasil durante os primeiros anos do governo Vargas, momento em que o meio eletrônico adquiriu traços e condições para concorrer com as mídias impressas. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 44 PARQUES URBANOS: MEIO AMBIENTE, ESPAÇO E POLÍTICA Carlos Alberto Menarin (UNESP/ASSIS) Orientador: Paulo Henrique Martinez e-mail: [email protected] As pesquisas em História Ambiental Urbana abrem novas perspectivas para o tratamento do tema cidades pelos historiadores. O Estado de São Paulo conta atualmente com 645 municípios, dos quais, muitos com processo de expansão urbana acelerado nos últimos cinquenta anos. Uma das características é a degradação de áreas naturais, particularmente em fundos de vales, junto aos mananciais e cursos d‟água pela ocupação das margens, despejo de esgoto e águas fluviais, acarretando poluição, erosão e condições insalubres. Algo constatado em diversos municípios. Apresentaremos aqui três casos onde grandes processos erosivos demandaram intervenções para recuperação e posteriormente a criação de parques urbanos. As transformações do espaço urbano podem constituir chaves de leitura e entendimento dessa realidade em seus vínculos com a política e economia. Nesse sentido, processos de degradação e recuperação de áreas naturais são exemplares. Nem todas as áreas degradadas recebem políticas públicas visando sua recuperação. A opção política apresenta a mediação dos diversos interesses sobre o espaço. FUNDO SANTO DIAS, ACERVO E MEMÓRIA Carlos Alberto Nogueira Diniz (UNESP/ASSIS) Orientador: Wilton Carlos Lima da Silva e-mail: [email protected] O acervo pessoal tem uma característica peculiar o cuidado, pois mesmo cedido a uma universidade ele faz parte de um legado familiar, afetivo e que necessita da sensibilidade por parte do pesquisador no seu trabalho e na utilização da documentação muitas vezes sujeitas ou não a autorização da família. Mas o cuidado não deve ser confundido com censura, romper com idealizações, desconstruir discursos e interpretar os silêncios é essencial para analisar a construção da memória de um personagem. USOS DO CINEMA NO ENSINO DE HISTÓRIA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO INTERIOR PAULISTA (1990-2008) Carlos Eduardo Marotta Peters (Centro Universitário Toledo de Araçatuba) e-mail: [email protected] As reflexões sobre as possibilidades do cinema como objeto da História adquiriram força a partir da década de 1970, no mesmo momento em que os historiadores descobriam a importância das imagens para o entendimento das realidades sociais e culturais. O presente trabalho procura, a partir da observação das práticas de ensino nas escolas públicas do interior paulista, problematizar usos e interpretações do cinema em sala de aula, sejam eles próximos ou distantes das propostas de análise geradas pela pesquisa acadêmica. Busca também refletir sobre as potencialidades do filme cinematográfico para ensino de História. O trabalho deriva das discussões iniciadas na tese de doutorado “A cadeira de rodas de Stephen Hawking: religião, representação do „outro‟ e da ciência nas escolas públicas de Penápolis (1990-2008)”, defendida em 2010. A REVOLUÇÃO DE 1932 E OS IDEAIS EM ARAÇATUBA Carolina Cerqueira Cruz (UNITOLEDO) Orientador: César Gomes da Silva e-mail: [email protected] O presente trabalho é uma artigo apresentado para Conclusão de Curso, tem como tema a Revolução Constitucionalista de 1932. Estudou-se a participação da cidade de Araçatuba na causa paulista. Foi analisado documentos oficiais, cartas e entrevista. O artigo esta inserido na História Local e tem como foco de estudo a História Social, segundo Roger Chartier. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 45 SIGNIFICADO DA PALAVRA PARRHESIA NO EVANGELHO DE JOÃO Caroline Camila Batilane (UEL) Orientador: Alfredo dos Santos Oliva e-mail: [email protected] Esta pesquisa tem por finalidade empreender uma investigação do conceito de parrhesia no sétimo capítulo do evangelho canônico de João, sob o ponto de vista da filosofia de Michel Foucault, analisando se seus significados são similares ou muito distintos do que Foucault encontra em sua análise de textos filosóficos gregos antigos. Uma discussão sobre a parrhesia emergiu através dos desdobramentos dos últimos trabalhos desenvolvidos pelo filósofo francês. Na ocasião, Foucault produzia uma pesquisa que buscava uma problematização da verdade, contextualizando as expressões políticas e éticas do mundo greco-romano antigo, ligando o que designava como “governo de si e dos outros” ao da “ética do cuidado de si”. Utilizo como referência os três últimos cursos ministrados pelo filósofo francês na Collège de France, A hermenêutica do sujeito (1982), O governo de si e dos outros (1983) e A coragem da verdade (1984). CRESCER, VERBO INTRANSITIVO: POPULAÇÃO, URBANIZAÇÃO E MEIO AMBIENTE (1970-1980) Cássia Natanie Peguim (UNESP/ASSIS) Orientador: Paulo Henrique Martinez e-mail: [email protected] O tema da concentração populacional urbana historicamente alimenta discussões a respeito de suas variáveis formadoras. Nos anos 1970, a insegurança gerada pela possibilidade de uma explosão demográfica levou a contestação e revalorização de teorias sobre ações recíprocas entre altas taxas de natalidade e desenvolvimento econômico que por sua vez, influenciariam na dinâmica urbana. Tal conjuntura ocultou os impactos do êxodo rural e de políticas econômicas e sociais neste processo de concentração. Abordaremos nesta comunicação as variáveis socioambientais que levaram à concentração urbana no mundo desenvolvido e subdesenvolvido, assim como as propostas de usos do espaço urbano apresentadas nos relatórios Uma Terra Somente (1972) e Nosso Futuro Comum (1972). O ROUBO DA FALA: O SILENCIAMENTO DOS JAPONESES NA ERA VARGAS Cássio Yuzo Shiraishi (FEMA) Élen Ângela Silva (UNESP/MARÍLIA) Orientador: Antonio Mendes da Costa Braga e-mail: [email protected] O presente trabalho tem como objetivo estudar o processo de assimilação dos imigrantes japoneses na era Vargas, através dos decretos e leis utilizados pelo Estado para que este fosse realizado. Conhecido como Estado Novo, o governo varguista empreendia, antes da Segunda Guerra Mundial, uma política de assimilação de estrangeiros - japoneses, alemães, italianos, etc.. Esse processo tinha como meta absorver os “grupos alienígenas” à sociedade brasileira. Juntamente com essa política, o advento da Segunda Guerra Mundial restringiu a vida dos imigrantes. Considerados inimigos do Estado, já que o Brasil havia entrado na guerra junto aos Estados Unidos, França e Inglaterra, os japoneses, assim como os alemães e italianos, tiveram sua liberdade restrita, com proibições de reuniões, fechamento de escolas de ensino da língua japonesa, e proibidos de falar a língua materna. Através da análise de documentos e de bibliografia específica sobre o tema pretende-se mostrar o desmonte dos símbolos étnicos, bem como a desestruturação comunitária dos japoneses por meio de elementos que representavam a “brasilidade”, como a imposição de práticas cíveis e a utilização do português como língua oficial. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 46 MONTEIRO LOBATO E OS DEBATES SOBRE O PETRÓLEO NO BRASIL Celso Carvalho Jr (UNESP/ASSIS) Orientadora: Tania Regina de Luca e-mail: [email protected] Esta comunicação pretende apresentar os resultados iniciais de uma pesquisa que tem por objetivo estudar a campanha que Monteiro Lobato promoveu na década de 1930 em defesa da exploração de petróleo no Brasil. Partimos do pressuposto de que o escritor participou dos debates sobre o assunto em um momento histórico bastante conturbado e deparou-se com dilemas e questões complexas. Por tanto, convém perguntar como um intelectual sem recursos financeiros e inexperiente na gestão de grandes empresas conseguiu fundar companhias de petróleo e promover uma polêmica discussão sobre o assunto? Como os acontecimentos políticos, econômicos e sociais do período interferiram na formulação e reformulação de suas propostas? Quais estratégias utilizou para viabiliza-las e como as condições históricas da época favoreceram ou limitaram sua ação? Como suas idéias e atitudes foram recebidas por seus contemporâneos? Enfim, o que se pretende é utilizar o contexto histórico para explicar as idéias, comportamentos e atitudes de Lobato e consequentemente repensar algumas interpretações sobre a história do petróleo no Brasil. Para atingir tal objetivo utilizaremos como fonte a correspondência de Lobato com o intuito de mapear a rede de sociabilidade que construiu por meio da troca epistolar, identificar as representações presentes nas cartas e relacionar o resultado dessas duas analises com o contexto histórico. Dessa forma será possível explicar atitudes e idéias contraditórias, confrontos, sucessos, fracassos e outros aspectos da campanha de Lobato. POEIRA, ESTRADA, SONHOS E DESENCANTOS: A MEMÓRIA E A HISTÓRIA DO CONDUTOR DE BOIADAS DA REGIÃO DE ARAÇATUBA/SP (1950-1980) Cesar Gomes da Silva (UNITOLEDO) e-mail: [email protected] A história oral, ao privilegiar a narrativa dos excluídos, dos marginalizados, dos esquecidos pela história, evidenciou a importância das memórias subterrâneas que, como integrantes das culturas de grupos minoritários e dominados, podem questionar a “memória oficial”, no caso a memória da pecuária em Araçatuba/SP. Nacionalmente conhecida como a “Capital do Boi Gordo”, a cidade possui sua história narrada a partir da trajetória e do papel do pecuarista entendido como o “responsável pelo desenvolvimento da economia regional e da importância da cidade no cenário nacional”. Ocorre que, tal narrativa ao ser construída pela historiografia oficial, omitiu e excluiu da memória e história locais aquela de um grupo minoritário: o peão de boiadas. Assim, este trabalho procura identificar e dar voz a esse sujeito social que, embora tenha sido o grande responsável pelo transporte de boiadas no Brasil Central Pecuário, não conseguiu deixar suas memórias como parte da história local. Assim, narrar a trajetória e as ações desse grupo é proporcionar-lhe o direito à memória, à história, e à identidade local. DEGRADAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA NA REGIÃO DE CÂNDIDO MOTA: CONFLITOS PELOS RECURSOS DA FLORESTA Cezar Augusto Caron (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] A devastação da mata atlântica foi um processo ocorrido na America do sul, sendo que, no Brasil ocorreu a partir da colonização portuguesa em 1500, que perdurou até os dias de hoje, esse bioma que se localizava entre a costa leste, sudeste e sul do Brasil, leste do Paraguai e a província de Mesures, na Argentina. No presente trabalho tentarei abordar, sob uma perspectiva metodológica de história regional, como ocorreu a devastação da mata atlântica no Brasil no vale do Paranapanema, especificamente na região de Cândido Mota, localizada no interior paulista. No local ocorreram processos de destruição da mata, onde, foram empregadas formas exploração que moveram a economia – agricultura e indústrias extrativas que levantaram um considerável capital para a região. Queimadas roubos de madeiras e conflitos judiciais eram fatos comuns durante todo o processo de derrubada da floresta, fatos estes que serão apresentados na seguinte comunicação. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 47 XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 48 UM LUGAR PARA RECOMPOSIÇÃO: ENTRE A MEMÓRIA E A CULTURA MIGRANTE Cinthia Xavier da Silva (UNESP/MARÍLIA) Orientadora: Heloisa Pait e-mail: [email protected] Apresentamos os resultados da pesquisa de mestrado em Ciências Sociais pela Unesp/Marília-SP sobre a migração nordestina para o interior do estado de São Paulo, na cidade de Barbosa, através de pesquisa participante com avós e netos destes migrantes. Nosso objetivo é entender como a história de avós que migraram após 1950 é transmitida para os netos e de que forma os netos incorporam este aprendizado em sua vivência. Através de um lugar de recomposição da memória feita através de fragmentos da memória, de objetos e símbolos, dispostos de forma que relembrem o lugar de origem dos migrantes. Na tentativa de refazer a vivência do lugar de origem e deixar o lugar de destino um pouco mais próximo do que é conhecido, familiar, ético, verdadeiro para o migrante. Para os netos essas histórias funcionam como um contexto de onde ele está inserido socialmente, mesmo que aceite ou não este passado. Entender como acontece esta recomposição, ou seja, em que lugares a memória é materializada e socializada é importante para entender o diálogo inter-geracional; como a cultura brasileira de forma geral está em construção; como uma forma ética de lembrar história o passado. A BAHIA SEISCENTISTA ATRAVÉS DE DOCUMENTOS ADMINISTRATIVOS Cintia Goncalves Gomes (UNESP/ASSIS) Orientador: Claudinei Magno Magre Mendes e-mail: [email protected] Nesse trabalho, buscaremos compreender a situação em que se encontrava a Bahia seiscentista através da análise de documentos administrativos, como as Atas da Câmara e Cartas do Senado da Prefeitura do Município de Salvador. Os temas abordados com frequências nestes documentos são a produção de açúcar, os problemas enfrentados com baixa da produção, os prejuízos, a exploração nos preços da importação de produtos, as taxas cobradas pela Coroa, as reclamações do povo, o controle e a perda dos escravos, a produção de aguardente, falsificações, revoltas de soldados, escassez de moeda e desestabilização hierárquica, temor das pestes, imaginário fidalgo e o lucro mercantil. Com base nesses documentos, buscaremos obter o maior número de informações possíveis sobre a Bahia na segunda metade do século XVII, com o intuito de compreendermos quais foram as iniciativas e atitudes tomadas por essas instituições para tentar sanar ou melhorar os problemas enfrentados, principalmente no que se refere ao período da crise açucareira e seus desdobramentos. UMA LITERATURA ANTICOLONIAL: O COLONIALISMO MOÇAMBICANO E O ESCRITOR ORLANDO MENDES Clauber Ribeiro Cruz (UNESP/ASSIS) Orientador: Marcio Roberto Pereira e-mail: [email protected] Com a criação de um espaço literário nacional engajado, o escritor moçambicano Orlando Mendes (19161990) constrói uma obra que representa os anos opressivos do domínio colonial português em seu país, em que a luta literária – repleta da força potencializada pela palavra - e a luta política, – focada numa contenda militante e social – enlaçam-se através de um único desejo: a libertação, quer para a literatura quer para o panorama político. Em meio a um quadro anticolonial, em que a literatura é um instrumento cívico, de conscientização, a resistência literária floresce como um fenômeno que atua na tentativa do fortalecimento da sistematização de uma literatura nacional, já que as criações literárias surgidas no período emergem e mesclam-se ao desejo de uma “voz coletiva” unificada pela luta anticolonial, estreitando temas, imagens e estilos. Assim, juntas, palavra e mobilização política, veem (re)nascer os primeiros textos oriundos desta grande contenda de mesclas política-culturais; todavia, apesar da façanha alcançada, Moçambique abrigou um dos cenários mais tristes da história humana, em que a vida de muitos foi necessária para o despertar político-literário do país. Portanto, este trabalho irá evidenciar como a Literatura e a História entrelaçam-se ao abrir os caminhos para a “libertação” de Moçambique. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 49 O MUSEU COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO: O PAPEL DO PROFESSOR – MEDIADOR NA CONSTRUÇÃO DO SABER HISTÓRICO Claudia Eliza Marques de Matos (UEL) Orientadora: Claudia Eliane P. M. Martinez e-mail: [email protected] Reconhecemos que o espaço museal é um espaço de educação e aprendizagem que se concretiza através de seus objetos. Porém, geralmente a instituição é utilizada apenas como complemento do que é ensinado em sala de aula. Uma parte disso se dá pelo fato de que ainda hoje, apenas as escolas são consideradas lugares “apropriados” para desenvolver o potencial de aprendizagem, delegando assim, as outras instituições a meros coadjuvantes. Por outro lado, isso se dá, também, pela falta de preparo por parte dos professores e educadores de museus que não estão habilitados para fazer a mediação entre exposição e público. Nossa intenção nesse trabalho é destacar a importância do papel do professor como mediador entre os alunos e a exposição. O professor – mediador é uma ponte de ligação entre aluno e museu, na medida em que ele decodifica a exposição, facilitando, desse modo, a recepção e a compreensão dos alunos, para que eles possam construir seus significados. É pela mediação do professor que os objetos passarão a fazer sentido como evidencia da transformação da sociedade, através da indagação e da tentativa de aproximação entre os objetos expostos e os objetos do cotidiano do aluno. O DISCURSO ANTIPRISCILIANISTA NA PERSPECTIVA DE SULPÍCIO SEVERO Cláudia Trindade de Oliveira (UNESP/ASSIS) Orientador: Ruy de Oliveira Andrade Filho e-mail: [email protected] Prisciliano de Ávila foi um bispo que arrastou diversos seguidores e adeptos à sua corrente religiosa a qual foi denominada priscilianismo, ao mesmo tempo em que despertou a desconfiança e o desprezo de outros. Muitos destes que o criticaram eram clérigos, ou seja, indivíduos de seu próprio círculo e tais objeções se devem principalmente ao fato de Prisciliano expressar uma religião nada ortodoxa onde sua interpretação e concepção de cristianismo destoavam dos princípios estabelecidos pelos episcopados de sua época. Propomos uma comunicação que demonstra um pouco dessa visão de antipatia direcionada a esse líder religioso tendo como base as crônicas de Sulpício Severo e procurando ressaltar os elementos condicionantes desse olhar de negatividade. A COLONIZAÇÃO DO BRASIL: UM ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE CAIO PRADO JÚNIOR E FERNANDO A. NOVAIS Claudinei Magno Magre Mendes (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] Nos finais da década de 1960 e início da de 1970, Fernando Novais elaborou uma interpretação da colonização que se tornou hegemônica. Em sua exposição, este autor apresentou sua interpretação como um aprofundamento da concepção elaborada por Caio Prado. Novais, em seus textos sobre Caio Prado, colocou-se sempre como um discípulo que havia superado a análise do seu mestre, examinando a colonização em um contexto mais amplo, o da transição do feudalismo para o capitalismo. Nessa comunicação examinaremos a relação entre estes dois autores, chamando a atenção para o fato de que se trata do modo como Novais se coloca frente a Caio Prado. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 50 MEMÓRIAS FESTIVAS NA CIDADE DE BORDA DA MATA- MG Cleyton Antônio da Costa (PUC-SP) Orientadora: Maria do Rosário da Cunha Peixoto e-mail: [email protected] A pesquisa visa entender e problematizar os diferentes significados e sentidos dos festejos de 16 de Julho na cidade de Borda da Mata, Sul de Minas Gerais, por meio das análises de diferentes memórias e experiências vivenciadas por sujeitos sociais que participaram e participam da festa. Nos dias de festa a cidade torna-se palco de expectativas dos moradores, que vivem espaços de lazer, fé e sociabilidade, repletos de sentidos, propício para a integração entre os sujeitos sociais. Metodologicamente utilizamos a técnica da História Oral, que nos possibilitou dialogar com muitas memórias e outras histórias de diferentes gerações, possibilitando evidenciar os diferentes significados dos festejos, bem como as permanências e rupturas. O trabalho de campo nos conduziu a problemáticas significativas referente às causas que levaram o festejo de Nossa Senhora do Carmo e do Aniversário do Município de Borda da Mata. Percebendo constante transformação, mantendo e renovando práticas culturais centenárias marcadas pela resistência, cultura ou lazer. INSTITUCIONALIZAÇÃO ACADÊMICA DA HISTÓRIA: O CASO DA UFPR Daiane Machado Orientadora: Karina Anhezini de Araújo e-mail: [email protected] As instituições educacionais de nível superior são, por excelência, os espaços de produção do saber da sociedade contemporânea. Para determinada área do conhecimento transformar-se em disciplina é imperativo a sua inscrição nesses locais. Com a história não foi diferente, ela tornou-se uma disciplina com sua institucionalização a partir da segunda metade do século XIX na Europa e nos Estados Unidos. O discurso histórico insere-se em um novo lugar de produção, as universidades. Ele organiza-se em torno de uma matriz disciplinar onde regras e práticas são estabelecidas por grupos que detém o monopólio desse saber. Neste ínterim demarca-se uma nova categoria sócio-profissional, a do historiador acadêmico, aquele que é professor e pesquisador, que deve não só ensinar, mas também produzir o conhecimento. Procurando inserir-se no rol de estudos sobre a configuração desses novos locais de produção da pesquisa histórica no Brasil, este texto traz notas preliminares sobre a constituição do Curso de História e Geografia na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Nosso objetivo é identificar o perfil do Curso e suas transformações em decorrência das mudanças epistemológicas vivenciadas no contexto historiográfico nacional, situando-se entre a sua criação (1938) e a consolidação da História Demográfica como área de concentração do Doutorado (1981). A TEORIA DA VANGUARDA: O ESPELHO DE UMA EXPERIÊNCIA Daniel Alves Azevedo (UNESP/ASSIS) Orientador: Carlos Eduardo Jordão Machado e-mail: [email protected] Etapa final da pesquisa A Experiência n°2: Flávio de Carvalho, um vanguardista em São Paulo (1931) financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), tal apresentação, se concentrará nos esforços para dialogar o experimento de Flávio de Carvalho, arquiteto e animador cultural, ícone da vanguarda paulistana durante os anos 30, com a teoria alemã de Peter Bürguer, intitulada Teoria da Vanguarda. Em 1931, o artista realizou uma intervenção contra os setores católicos da sociedade de São Paulo, que quase resultou no seu linchamento público, Flávio, ligado aos movimentos de vanguarda tanto no Brasil, quanto no exterior criticou por meio da sua experiência os fundamentos de uma sociedade conservadora. Tal crítica que surge das ações do artista à sociedade paulistana necessariamente dialoga com a teoria para uma vanguarda desenvolvida pelo teórico alemão. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 51 AS DIFICULDADES DO TRATO DOCUMENTAL EM SALA DE AULA: PROCEDIMENTOS, AVALIAÇÕES E DESAFIOS Daniel Aparecido de Souza e-mail: [email protected] A presente comunicação visa discutir os desafios e procedimentos adotados para estimular o trato documental com alunos do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental da Rede Privada e Pública. Além de analisar os fatores intrínsecos ao trato de fontes variadas, pretende-se discutir os aspectos fundamentais à construção do conhecimento histórico com os alunos de 6º ano, a dificuldade de (re)construção de preceitos históricos edificados durante os primeiros anos da escolarização e os impasses relacionados às representações sobre o conhecimento histórico por parte dos pais (responsáveis) dos alunos. ENTRE A CENSURA E A DESORDEM FECUNDA: A CONSTITUIÇÃO DO TEATRO OFICINA Daniel Martins Valentini (PUC-SP) Orientador: Antonio Rago Filho e-mail: [email protected] Este trabalho visa desenvolver uma reflexão acerca da censura ao Teatro Oficina nos anos de 1960, observando como foi a ação deste aparelho repressor junto ao grupo antes e depois do Golpe de 1964, buscando o entendimento das transformações que aconteciam com o endurecimento do regime ditatorial. Nesta busca, percebemos que as pesquisas sobre o Oficina concentraram-se, sobretudo, na memória de Zé Celso, enquanto outros integrantes do grupo tiveram suas narrativas desprezadas. Sentimos, assim, a necessidade de trabalhar também com as narrativas dos outros atores históricos. DE VIRGENS À PROSTITUTAS: REPRESENTAÇÕES DO FEMININO NO PRINCIPADO ROMANO Danieli Mennitti (UNESP/ASSIS) Orientadora: Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi e-mail: [email protected] O objetivo deste trabalho de pesquisa é compreender as diversas representações do feminino, tendo em vista as suas articulações com os papéis sociais exercidos pelas mulheres romanas, bem como as vivências e posições das mesmas dentro dos espaços públicos e privados da sociedade romana. É necessário colocar em evidência a relação dessas mulheres com as instituições romanas. A sociedade romana e isso inclui também as questões pertinentes às mulheres, eram atravessados pelo ideal de honra, moral e dignidade da sociedade romana e estes elementos eram de importância bastante significativa para a atuação nos espaços privados e principalmente nos espaços públicos. Entende-se que essas mulheres, antes relegadas pelos discursos unicamente à esfera do privado, também tiveram importante atuação nos espaços públicos, bem como obviamente também nos espaços privados. É interessante mostrar como um conjunto de práticas civis, realizadas pelas mulheres deveriam ser formulados de maneira a formar sujeitos que contribuíssem para o bom funcionamento do corpo social romano. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 52 EDWARD SHERIFF CURTIS: UMA ANÁLISE ICONOLÓGICA DE SUAS FOTOGRAFIAS Danielle Souza Righetti (UNESP/ASSIS) Orientador: Carlos Alberto Sampaio Barbosa e-mail: [email protected] A fotografia de Edward Sheriff Curtis age no processo onde a imagem possibilita a observação de fenômenos estéticos e o reconhecimento das formas de sociabilidade. Suas fotografias abrangem desde retratos de membros diversos das tribos norte-americanas, como crianças, anciãos, squaws (mulheres), homens e chefes, em situações cotidianas dos nativos como também forjadas pelo fotografo, no caso de fotos posadas e trabalhadas em seu estúdio. O autor também fotografou suas moradas, como tipis e pueblos, seus artesanatos e cenários naturais, a fim de preservar de forma ampla a cultura indígena entre 1895 e 1926. A imagem como fonte de informação tem sido explorada pela história e por outras ciências diante do seu potencial cognitivo, ou seja, como fonte de conhecimento e interpretação do que representa visualmente. A partir do século XIX a imagem abrange suas significações, e o que antes era praticamente artístico e visual passa a ser interpretado de forma histórica e antropológica. Dessa forma, busca-se uma visão de mundo iconológica. A comunicação intenciona promover os valores e identidades culturalmente apresentados pela fotografia de Curtis, onde a representatividade dos indígenas fotografados enquadra-se no campo da História e Cultura Visual. AS POTENCIALIDADES E OS LIMITES DAS IMAGENS CARNAVALESCAS NA REVISTA O CRUZEIRO (1934-1945) Danilo Alves Bezerra (UNESP/ASSIS) Orientadora: Zélia Lopes da Silva e-mail: [email protected] Esse trabalho intenta discutir as especificidades das imagens presentes na revista O Cruzeiro relativas aos carnavais do Rio de Janeiro nos anos 1934-1945. Tendo em vista a extensa cobertura jornalísticafotográfica promovida pela revista em questão e o status de atestado da realidade que as fotografias carregam, esse trabalho visa dimensionar e contextualizar tal produção, pontuando as intencionalidades que essas imagens carregam e sua significância para o período. Ao pesar as potencialidades e os limites da fotografia para a escrita da história essa discussão abre outra dimensão de análise sobre esses festejos que movimentavam o cotidiano e os ânimos da sociedade carioca e brasileira do período. MEMÓRIAS QUE FICARAM: O MOVIMENTO ESTUDANTIL DE LONDRINA E A DITADURA MILITAR (1964-1970) Danilo de Souza Torregrossa (UEL) Orientador: Francisco César Alves Ferraz e-mail: [email protected] . A presente proposta pretende analisar de que forma estavam organizados os estudantes universitários da cidade de Londrina, norte do estado do Paraná, durante os primeiros anos da Ditadura Militar, identificando como tais estudantes reagiram aos mecanismos de repressão e luta ao comunismo engendrados pelo governo militar, apontando seus ideais, suas lutas, a forma como articulavam suas manifestações e de que forma responderam aos atos repressivos do governo no período de 1964-1970. O trabalho ainda pretende analisar a relação existente entre os estudantes universitários londrinenses e demais membros da UNE, tentando encontrar sinais que demonstrem uma rede de relações mais complexas. Serão analisados alguns dos principais jornais publicados pelo DCE da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e perceber de que forma tais periódicos incentivavam a participação dos estudantes na luta à repressão. Por meio desse exercício de resgate de memórias que ainda pulsam no seio da história, é interessante refletir essa participação regionalizada de agentes de combate à ditadura. É necessário realizar um estudo que priorize uma narrativa que tente entender esse embate entre memória e história e identificar nesse passado, que também se faz presente, silêncios e não ditos que precisam, e devem, ser interpretados. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 53 XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 54 A REPORTAGEM NO ESTUDO DA HISTÓRIA: UMA POSSIBILIDADE ANALÍTICA Danilo Wenseslau Ferrari (UNESP/ASSIS) Orientadora: Tania Regina de Luca e-mail: [email protected] Este trabalho tem como foco apresentar alguns resultados obtidos numa pesquisa a respeito da produção jornalística realizada pelo escritor Joel Silveira entre os anos 1930 e 1940. As reportagens destacaram-se entre os diferentes tipos de textos escritos pelo autor, tornando-o um expoente no gênero. Assim, pretende-se apresentar os caminhos trilhados desde a escolha das fontes até a problematização da reportagem enquanto gênero específico, dotado de uma linguagem própria, mas também de uma historicidade ainda pouco discutida, para além dos conteúdos que apresenta, das opiniões e posicionamentos do autor e da inter-relação do texto com seu suporte. Neste sentido, a análise das reportagens de Silveira torna-se especialmente instigante, pois tais textos catalisaram transições no percurso do gênero, fruto de escolhas voluntárias ou involuntárias do seu autor. SOLO DE CLARINETA: AS MEMÓRIAS DE ERICO VERISSIMO E SUAS LEITURAS DE FORMAÇÃO Davi Siqueira Santos (UNESP/ASSIS) Orientadora: Maria Lídia L. Maretti e-mail: [email protected] Os últimos anos de vida do escritor gaúcho Erico Verissimo foram, em parte, dedicados à rememoração do seu passado. Sendo assim, inúmeros feitos e fatos são dignos de menção e comentário, haja vista que o memorialista procura passar a limpo quase sete décadas de sua vida. Diante de tão amplo painel humano, faz-se necessário um recorte mais preciso com a finalidade de destacar aspectos específicos presentes nos dois volumes que constituem Solo de clarineta. Desse modo, a presente comunicação visa investigar conteúdos de ordem literária, uma vez que Verissimo termina por construir uma lista de autores e obras da literatura universal que muito o estimularam e serviram de referência no processo de constituição de sua personalidade literária. Autores como Júlio Verne, Afrânio Peixoto, Monteiro Lobato, Afonso Arinos, Rabindranath Tagore, Omar Khayyam, Émile Zola e muitos outros, são citados por serem leituras do jovem Erico e, por essa razão, deixarem marcas indeléveis nesse leitor especial. Assim, o objetivo do presente trabalho é investigar como as histórias dessas leituras contribuíram para a formação do jovem romancista. JORNAL DO BRASIL: DA REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA À REVOLUÇÃO ARBITRÁRIA (1964-1968) Dayane Cristina Guarnieri (UEL) Orientador: José Miguel Arias Neto e-mail: [email protected] O objetivo do artigo aborda as definiçoes que circundam o conceito de Revolução e Democracia, entre 1964 e 1968 no períodico Jornal do Brasil. A seleção do material parte dos editoriais, das duas colunas (Coisas de Política e coluna do Castello), além das manchetes relacionadas ao assunto em estudo. A metodologia parte, principalmente, da contribuição de Koselleck (1992, p.136), pois ele afirma que “um conceito não é apenas um fato linguistico, mas a partir dele se pensa a realidade histórica”. Após a escolha prévia dos conceitos mapeai-se por temas os principais assuntos que os norteiam, para tentar perceber as definições e justificativas que os sutentam mediante a situação política do contexto. Quando o Jornal do Brasil escreveu em prol da Revolução, ou contra, ele não relatou “o fato”, porque este não pode ser apreendido pela escrita que de acordo com Ricouer (1977) carrega intrinsicamente o discurso em sua forma, este imbuido de intencionalidade. A princípio o periódico defende em seus textos o fim do Governo instituido pela democracia e depois para justificar sua permanência de um estado de exceção. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 55 EDMUNDO CAMPOS COELHO E A TESE DA POLÍTICA DE ERRADICACÃO DOS MILITARES NO BRASIL Dirceu Casa Grande Junior (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] Sociólogo e pesquisador perspicaz de formação sociológica ampla e de íntimas relações com a História, irônico e sarcástico no trato dos seus objetos, personagens e interlocutores, assim podemos definir sumariamente Edmundo Campos Coelho (1939-2001). Entre suas obras mais importantes destacam-se as As Profissões Imperiais (1999) e Em busca da identidade: o exército e política na sociedade brasileira (1976), esta última colocando em relevo as relações entre os militares e a elite política civil brasileira desde os tempos do Império até o golpe militar em 1964. Em sua concepção, o golpe, ou mesmo, os sucessivos golpes e tentativas de golpes capitaneados por militares foram resultados da sistemática e persistente política de erradicação dos militares. Na versão de Coelho, esses esforços e ações começaram de forma direta e ofensiva no Primeiro Reinado e se estenderam pelo Segundo Reinado de forma indireta e dissimulada. Segundo Coelho, o Exército brasileiro se parece muito com um criança rejeitada e maltratada na infância que, quando ganha estatura e força de adultos, volta-se violentamente contra seus malfeitores. Apesar das dificuldades e problemas historiográficos vislumbrados nessa obra, Edmundo Campos Coelho tem o mérito de colocar em discussão um importante tema de análise historiográfica em plena ditadura, revelando aspectos importantes do pensamento político dos intelectuais brasileiros e de duas relações com o regime político vigente. UM OBJETO SAGRADO: AS PÍLULAS DE FREI GALVÃO Dirceu Rodrigues da Silva (UNESP/ASSIS) Orientador: Ricardo Gião Bortolotti e-mail: [email protected] O primeiro santo brasileiro reconhecido pela Igreja Católica é Frei Antônio de Sant‟Anna Galvão, um franciscano do século XVIII que ficou famoso por distribuir pílulas que curavam milagrosamente. Sua canonização ocorreu em 2007, e suas pílulas, conhecidas internacionalmente pelos fiéis como um "remédio da alma", vêm ganhando grande repercussão na mídia nos últimos anos. O objetivo do trabalho é analisar os processos de produção desse objeto religioso e as conjecturas religiosas que permitem sua aceitação na mentalidade dos devotos. O processo de legitimação das pílulas como um instrumento sagrado está ligado a uma série de requisitos, que podem ser diferentes na Igreja "oficial" e no âmbito da religiosidade popular. Proponho a análise de um dos requisitos para a aceitação das pílulas: a memória transmitida sobre esse Santo. As hagiografias sobre Frei Galvão são responsáveis por compor sua imagem como um homem milagreiro, partindo de uma seleção de acontecimentos de sua vida, sempre permeados por simbolismos que atuam como legitimadores de sua santidade, observamos ainda que essas memórias possuem distanciamentos e aproximações entre religiosidade popular e Igreja. Mesmo com o aumento do interesse sobre o tema, poucos são os trabalhos acadêmicos que se preocupam em analisar esse fenômeno religioso, nosso objetivo com essa apresentação é ampliar e enriquecer as discussões acerca do tema. DOM CASMURRO: A PRESENÇA FEMININA NUM JORNAL LITERÁRIO Douglas Henrique de Souza (UNESP/ASSIS) A comunicação objetiva analisar a página Para Você nos anos de 1940 a 1946, presente no jornal Dom Casmurro (1937-1946). Fundado por Brício de Abreu e Álvaro Moreyra, o periódico foi influenciado pela publicação francesa da época, Paris Soir, ponto que atesta uma das características do jornal: a forte influência da cultura francesa. Dom Casmurro teve sucursais em diferentes lugares do país como no Rio Grande do Sul, na Bahia e em São Paulo, além do Rio de Janeiro, fato este que demonstra seu largo alcance em território nacional. Anos de intensas transformações, tanto em escala nacional com o Estado Novo, como internacional na deflagração da Segunda Guerra Mundial, o jornal conseguiu manter-se durante tempo considerável em circulação. Organizada pela redatora Edith Magarinos Torres, Para Você dirigiu-se a um público feminino letrado, em que não destoando do restante do periódico, colocava em cena debates a respeito do mundo intelectual. Não se esquecendo que as temáticas giravam também em torno de assuntos típicos da imprensa feminina, como dicas domésticas, moda, saúde, poemas de amor, XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 56 receitas e etiquetas comportamentais. Destaca-se a coluna “De Leve...”, assinada sempre pela redatora, vista aqui como um editorial da página, tornando-se estratégica no estudo. AS CONFISSÕES RODRIGUENAS DIANTE E COMO PARTE DAS OPINIÕES POLÍTICAS DOS ANOS 1967-1973 NO BRASIL Edmar Lourenço da Silva (UNESP/ASSIS) Orientador: Antonio Celso Ferreira e-mail: [email protected] Durante esta comunicação pretende-se destacar a produção cronística-confessional do escritor Nelson Rodrigues durante os anos 1967-1973, atentando-se para as representações políticas e os diálogos estabelecidos entre sua obra e a sociedade brasileira do período. O GOVERNO MÉDICI E A ―TELEVISÃO NACIONAL DE QUALIDADE‖ Eduardo Amando de Barros Filho (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] A presente comunicação tem como objetivo refletir historicamente sobre as discussões e iniciativas relativas ao conteúdo da programação televisiva exibida pelas emissoras comerciais brasileiras durante o governo Médici. No Brasil a televisão passa a ocupar um relevante espaço na vida cotidiana apenas na década de 1960. Momento em que a programação televisiva começa a ser mais analisada e a receber duras críticas de alguns setores da sociedade civil. Com as emissoras priorizando o entretenimento, a exemplo das emissoras norte-americanas, visando à audiência e, principalmente, seus rendimentos, o governo militar protagonizou uma série de medidas relacionadas ao conteúdo dos programas televisivos. No início da década de 1970, as críticas à qualidade da televisão comercial aumentaram e a ação do Estado se tornou mais contundente. No governo Médici inúmeras iniciativas foram tomadas e uma série pressões foram exercidas sobre as emissoras comerciais de televisão, tendo como um dos resultados o início de um processo de nacionalização da programação exibida pelas emissoras comerciais do Brasil. ZACARIAS DE GÓES E VASCONCELLOS NA CRISE ENTRE ESTADO E IGREJA NO SEGUNDO REINADO: ABORDAGEM INICIAL Eduardo José Neves Santos (UNESP/ASSIS) Orientador: José Carlos Barreiro e-mail: [email protected] Esta apresentação tem como objetivo apresentar as perspectivas iniciais da pesquisa que buscarei desenvolver por meio de uma iniciação científica. O projeto visa analisar a participação de Zacarias de Góes e Vasconcellos no julgamento do bispo de Olinda Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, acusado por sua insubordinação à autoridade do Imperador, inserido no âmbito da Questão Religiosa entre 187274. Para isso, pretendo utilizar os Discursos proferidos no Superior Tribunal de Justiça na Sessão de 21 de Fevereiro de 1874, artigos do jornal A Nação e as Atas do Terceiro Conselho de Estado (1875-80). Analisando o que o levou a defender Dom Vital, sua visão de magistrado nesta ação penal e a repercussão da questão dentro do Partido Liberal. ENTRE VEREDAS E BURITIS: A VULNERABILIDADE DO CERRADO MINEIRO Élen Ângela Silva (UNESP/MARÍLIA) Orientador: Antônio Mendes da Costa Braga e-mail: [email protected] Pretendemos nesse trabalho mostrar a vulnerabilidade do cerrado mineiro através da monocultura de eucalipto na região rural de Tabocas. Localizada no Alto São Francisco, Tabocas está circunscrita dentro dos limites do município de Abaeté e se assemelha a várias regiões rurais da região, como a região do Parizinho, Potreiro, São Simão e Curtume. Nos anos 60, as pesquisas sobre o meio rural brasileiro evidenciaram um quadro de desarticulação das comunidades rurais a partir do êxodo rural verificado nos XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 57 processos de migração em decorrência da industrialização e da mecanização agrícola. Esse cenário produziu a redefinição dos objetos de análise, fazendo com que os estudos sobre ruralidade e o meio ambiente fossem transversais a temas como a redefinição do trabalho rural, bem como na regulação de estratégias de uso dos recursos territoriais rurais. Assim, através de um estudo de caso, pretendemos mostrar a (in)sustentabilidade do desenvolvimento e dar nossa contribuição sobre o tema. RELIGIÃO FEMININA E SUBVERSÃO NO IMPÉRIO Eliézer Serra Braga (UNESP/ASSIS) Orientador: Ivan Esperança Rocha e-mail: [email protected] O calor das discussões e a acidez com que apologistas da igreja e escritores romanos criticavam a ação e o exercício do sacerdócio por mulheres com autoridade entre os movimentos gnósticos e religiosos de origem oriental faz suspeitar que algo além de preocupações teológicas e morais estava em andamento e precisava ser contido.Baseadas em argumentos teológicos como os de Paulo, de que em Cristo não poderia haver acepção de pessoas, ―... pois todos vós sois um em Cristo Jesus‖ (Gl. 3:28) muitas mulheres cristãs celibatárias se colocaram em pé de igualdade com homens em diversas posições de autoridade nas comunidades cristãs primitivas espalhadas pelo mediterrâneo.Busca este artigo investigar um fenômeno curioso: suspeitava-se então, que não somente do cristianismo, mas de outras religiões orientais procediam mulheres reivindicando em suas condições de virgens o direito de exercer autoridade em suas sociedades?Invertigar-se-a se não apenas a vinculação feminina ao cristianismo mas também ao judaísmo ou a outras religiões não oficiais era considerado um sinal de que mulheres usaram este meio para negociar seu próprio lugar na sociedade.Mesmo não sendo os espaços ocupados por elas isentos de ambigüidades, elas foram suspeitas de utilizá-los como meios para fazer resistência aos poderes imperiais? Interesses do acordo entre Brasil e Paraguai (1960-1973) Emilio Alapanian Colmán (UEL) Orientador: Hernán Ramiro Ramírez e-mail: [email protected] O trabalho tem como objetivo analisar como o Tratado de Itaipu e os debates anteriores a ele, representam uma mudança na disputa pela hegemonia regional na Bacia do Prata. A partir de documentos oficiais e da historiografia este trabalho apresenta uma análise das transformações na política exterior do Estado paraguaio em sua aproximação com o Estado brasileiro. Analisamos os debates que antecederam a assinatura do Tratado de Itaipu como o debate de limites entre Brasil e Paraguai na década de 1960 e a discussão sobre o direito internacional das águas na bacia do Prata, entre fins da década de 1960 e início da década de 1970. A partir dessa análise foi possível caracterizar o período da assinatura do tratado como um período de transição nas relações internacionais do Cone Sul, quando o Brasil assume uma maior influência na região ao mesmo tempo em que a política externa argentina perde força. TELENOVELA E CENSURA: UMA ANÁLISE EM ―O BEM AMADO‖ E ―ROQUE SANTEIRO‖ Emilla Grizende Garcia Orientador: Áureo Busetto e-mail: [email protected] O trabalho visa abordar a telenovela como uma relevante fonte de pesquisa, na medida em que retrata um determinado momento histórico deixando um legado rico em elementos para análises historiográficas. Propomo-nos analisar duas telenovelas, ambas de autoria de Dias Gomes, “O Bem Amado” (1973) e “Roque Santeiro” (Censurada em 1975 exibida somente em 1985), pelo fato de representarem o momento de incorporação de temas relacionados à cultura brasileira, e evidenciarem o contexto social e político de ditadura militar, período em que foram escritas e veiculadas. Analisaremos a ação da Censura sob as duas obras de Dias Gomes e o fato do teledramaturgo ser militante no Partido Comunista Brasileiro produzindo XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 58 suas obras na emissora Rede Globo de Televisão; então alinhada ao Regime Militar. Como suporte teórico-metodológico, buscaremos estudos sobre a telenovela brasileira e a ditadura militar na historiografia realizando a interface com pesquisas nas áreas de Sociologia, Comunicação e Antropologia. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 59 A HISTÓRIA DA LEITURA COMO MEIO DE UMA APRENDIZAGEM HISTÓRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE ASSIS Erike Marques da Silva (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] O que Lênin leu? Pergunta simples mais estranha ao currículo e aos cadernos didáticos atuais que circulam nas escolas de modo geral. Esta pergunta foi tema central de uma apresentação ministrada pelos estagiários do PIBID aos alunos do 9º B da escola estadual Cleophânia Galvão da Silva. Dentro da temática curricular sobre a Revolução Russa pensamos em levar elementos históricos essenciais para o entendimento do contexto sobre a revolução, e a partir do “não dito”, verificamos que os livros didáticos não trabalham com questões mais teóricas, mais profundas sobre determinados períodos. Desta maneira a apresentação se debruçou sobre os conceitos de socialismo, comunismo e liberalismo, conceitos extraídos do século XIX, teorizados amplamente por Marx e Engels. O objetivo da apresentação foi mostrar como por meio da leitura, Lenin incorporando estes conceitos por meio de seu aprendizado teorizou e impactou seu meio social com este conhecimento, ou seja, a leitura teve impacto no mundo real. Desta maneira a história da leitura como meio de aprendizagem histórica pode ser um meio de historicização mais sensível aos alunos e também contribuir para a formação de sua consciência histórica. Tal relato visa levantar um debate sobre este meio de aprendizagem. PUNIÇÃO E RESISTÊNCIA: UM ESTUDO SOBRE AS PENALIDADES IMPOSTAS AOS ESCRAVOS NO BRASIL IMPERIAL NA REGIÃO DE SÃO PAULO. (1851 – 1856) Erivelton de Jesus Gomes (UNESP/ASSIS) Orientadora: Lucia Helena Oliveira Silva Esse trabalho objetiva uma recuperação da memória da resistência escrava através do estudo das penalidades aplicadas aos cativos. A partir da resistência buscamos uma possível reflexão sobre quais eram as atitudes de desobediência mais comuns entre os escravos na cidade de São Paulo entre os anos de 1851 a 1856, alem de traçar quais eram os limites de castigo imposto pelas autoridades, senhores e até mesmo pelos escravos. Procuramos verificar fatores como idade-sexo-prifissão entre outros dados para compreender os critérios estabelecidos nos castigos e os grupos mais atingidos pelas punições na cidade de São Paulo no começo da década de 1850. Portanto é nosso intuito entender a partir do processo de castigo os conflitos e laços entre senhor- escravo e as possíveis implicações desta relação com a região. A documentação base para a pesquisa são processos gerados a partir da punição. Embora fosse uma prerrogativa do senhor, muitos vezes ele delegava às autoridades policias o castigo dado aos escravizados. Nosso estudo volta-se então ao escravo punido e preso na cadeia de correção. Nessas cadeias dava-se a entrada de escravos com “falta” de disciplina, no geral escravos mandados por seus senhores, ou fugitivos, que após serem castigados eram Entregues aos seus senhores. O PENSAMENTO RELIGIOSO DE TAVARES BASTOS: APONTAMENTOS Esdras Cordeiro Chavante (UNESP/ASSIS) Orientador: Ivan Esperança Rocha e-mail: [email protected] A concepção religiosa de Tavares Bastos aparece em seus escritos e pensamento articulada a diversas temáticas, como a imigração, o ensino público e a separação entre Religião e Estado. Convicto em relação a seus princípios religiosos, tanto de sua filiação católica, quanto de sua prática devocional, estabelece, no entanto, clara separação entre sua fé pessoal e a necessária liberdade de crença, de organização e culto. Ao colocar-se ao lado dos protestantes em sua busca de reconhecimento e liberdade atraiu a indignação daqueles que desejavam a manutenção da religião oficial e dos embaraços às demais expressões religiosas. No clímax das discórdias foi “acusado” de protestante e de mover guerra ao catolicismo, imputações devidamente desfeitas. Em sua visão religiosa transparecia sua crença no progresso e fé na capacidade humana de transformar as situações e construção de um futuro melhor. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 60 O MOVIMENTO ESTUDANTIL CURITIBANO PELO DISCURSO IMAGÉTICO DA GAZETA DO POVO E O ESTADO DO PARANÁ (1968) Fabiana Aline Alves (UNICENTRO) e-mail: [email protected] O fotojornalismo recuperou para os acontecimentos a sua força de representação, pois o que ocorria em um determinado lugar passou a poder ser conhecido em imagens em qualquer parte do mundo, assim como praticamente todos passaram a ser registrados. O fotógrafo de imprensa, então, pode ser entendido como um mediador entre o processo histórico e as demandas sociais, a sua elaboração por meio de fotografias recria uma narrativa histórica dos fatos e acontecimentos, ao mesmo tempo em que materializa em imagens os anseios e expectativas de um projeto social. Desta forma, o presente artigo compreende a construção discursiva imagética sobre o movimento estudantil em Curitiba no ano de 1968. Para tanto, foram analisadas edições e, especificamente, sete fotografias publicadas nos jornais Gazeta do Povo e O Estado do Paraná, em maio e outubro do ano em questão. Este trabalho, por seu caráter multidisciplinar, utiliza referenciais teóricos sobre as relações entre história, imprensa e fotografia, e aplica a metodologia da iconografia/iconologia para analisar as imagens fotográficas. A QUESTÃO NUCLEAR NO BRASIL: UMA ANÁLISE COMPARADA ENTRE AS REVISTAS O CRUZEIRO E MANCHETE, NA PRIMEIRA METADE DA DÉCADA DE 1950 Fábio Fiore de Aguiar (UEL) Orientador: José Miguel Arias Neto e-mail: [email protected] Este projeto tem como objetivo tratar a questão nuclear no Brasil nos anos de 1950, sob a ótica de uma análise comparada entre as revistas O Cruzeiro e Manchete. Analisaremos nas revistas questões referentes à energia nuclear e a ciência, e sob ela nos serviremos do conceito de vulgarização cientifica. Buscaremos também compreender o pensamento militar e político brasileiro acerca da política nuclear, bem como identificar sua relação com a ciência. Para tanto, retornaremos à criação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), órgão criado - à época – para estabelecer os princípios da política nuclear brasileira. Desta maneira, nos serviremos também de documentos oficiais do governo como atas de reuniões do CNPq. CRÍTICA DE ARTE E CINEMA EM FRANCISCO LUIZ DE ALMEIDA SALLES Fábio Raddi Uchôa (ECA/USP) Orientador: Rubens Luis Machado Jr e-mail: [email protected] Na escrita de Francisco Luiz de Almeida Salles, percebe-se uma atitude intelectual e afetiva, unindo interpretação das obras e empenho da personalidade (em sintonia com a idéia de “ato crítico”, proposta por Antônio Cândido a respeito da crítica de Sérgio Milliet). A referida atitude será debatida a partir de dois conjuntos de escritos de Almeida Salles: I. A crítica de cinema em O Estado de São Paulo (195062); II. As biografias de artistas plásticos, redigidas para galerias de arte paulistas, entre os anos 1950-70. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 61 CASAIS MONTEIRO E O PENSAMENTO ALEMÃO CONTEMPORÂNEO NO BRASIL DOS ANOS 1960 Fábio Ruela de Oliveira (UNICENTRO) e-mail: [email protected] Adolfo Casais Monteiro, intelectual português, foi professor em universidades brasileiras, na área de literatura e crítica literária. Assim como muitos outros de seus conterrâneos exilados do salazarismo, produziu uma enorme obra de crítica literária no Brasil, especialmente em jornais, como no Suplemento Literário de O Estado de São Paulo. Juntamente com Antonio Candido, Casais Monteiro foi um dos primeiros difusores da “crítica estrutural” no Brasil, perspectiva inspirada na obra de Lukács. Propõe-se a aprofundar a investigação junto à produção de crítica literária de Adolfo Casais Monteiro com vistas a constatar e debater as principais influências da teoria crítica contemporânea em sua obra e avaliar a sua contribuição neste campo. Além da presença do pensamento marxista de modo geral apresenta-se de modo particular, o diálogo que o exilado Casais Monteiro estabeleceu em seus escritos com alguns autores alemães do século XX, tais quais Herbert Marcuse, Arnold Hauser e Eric Auerbach, entre outros. A investigação é um desdobramento e aprofundamento de tema presente na tese de doutorado defendida em 2010 na UFF/RJ. Trata-se também de pesquisa docente em andamento, credenciada na UNICENTRO/Guarapuava-PR, referente ao regime de Tempo Integral. A SOCIOLOGIA RURAL DE JOSÉ DE SOUZA MARTINS Felipe Sgoti Padovês (UNESP/ASSIS) Orientador: Paulo Henrique Martinez e-mail: [email protected] José de Souza Martins é Professor Emérito da FFLCH da USP, onde foi docente (1965-2003) e Professor Titular do Departamento de Sociologia (1998-2003). Foi membro da Junta de Curadores do Fundo Voluntário das Nações Unidas contra as Formas Contemporâneas de Escravidão, de 1996 a 2007. Recebeu o Prêmio Érico Vanucci Mendes (1993), do CNPq; o Prêmio Florestan Fernandes (2007), da Sociedade Brasileira de Sociologia e três Prêmios Jabuti (1993, 1994, 2009). O presente trabalho tem por finalidade estudar a compreensão do autor José de Souza Martins no que diz respeito ao trabalhador rural e a questão da terra em suas obras. Como objeto de estudo serão analisadas as seguintes obras do autor: “A Imigração e a Crise do Brasil Agrário” de 1973; “O Cativeiro da Terra” de 1979; “Camponeses e a Política no Brasil – As lutas sociais no campo e seu lugar no processo” de 1981 e “Reforma Agrária: o impossível diálogo” de 2000. Através dessas obras torna-se possível analisar como a sociologia rural do autor compreendeu tanto o trabalhador rural como a questão da terra ao longo de 30 anos de uma pesquisa sistemática. Como metodologia serão utilizadas as leituras das obras citadas e comparações entre elas. IMAGENS DO ISLÃ MEDIEVAL Felipe Yera Barchi (UNIFESP) Orientador: Antônio Simplício de Almeida Neto e-mail: [email protected] Neste trabalho analisaremos imagens do Islã e como as mesmas dialogam com as narrativas historiográficas do período medieval presentes nos livros didáticos dedicados ao Ensino Médio publicados no Brasil das últimas duas décadas. A Idade Média é um período fundamental para a constituição da civilização ocidental e o império islâmico medieval - noção ocidental, diga-se de passagem - desempenhou papel importantíssimo nessa construção da identidade ocidental como já exposto pelo historiador belga Henri Pirenne em seu Maomé e Carlos Magno – O impacto do Islã sobre a civilização europeia, clássico historiográfico publicado em 1935. Cabem três advertências iniciais para este estudo: O Islã proíbe a representação pictórica do profeta Maomé e de Deus; A esmagadora maioria das imagens apresentadas foi produzida muitos séculos após a época representada e, por último, grande parte das imagens são fotografias atuais. Essas três características são importantíssimas para a constituição da seleção imagética que representa o Islã no medievo e em outras épocas, sobretudo porque as imagens não são meros apêndices do texto escrito, XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 62 muitas vezes elas constituem um discurso paralelo ao texto escrito que é decisivo nas relações que se estabelecem entre passado e presente. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 63 O ACERVO FOTOGRÁFICO DE OSWALDO LEITE E A CIDADE DE LONDRINA NA DÉCADA DE 1950 Fernanda Cequalini Frozoni (UEL) Orientadora: Zueleide Casagrande de Paula e-mail: [email protected] Oswaldo Leite foi fotógrafo, contratado pela Prefeitura Municipal de Londrina. Primeiramente ele fazia parte da Secretaria de Obras e Urbanismo, porém, a partir da década de 1950 passou a fotografar as transformações que marcavam a cidade e a repassar para os interessados. Esses eram, sobretudo, os prefeitos que exerceram suas gestões durante o período entre 1950 a 1990. O acervo produzido por Leite é bastante extenso, contando com mais ou menos 20 mil imagens. Tal acervo está sob a guarda do Museu Histórico Padre Carlos Weiss, em Londrina. A temática de seu trabalho era, em boa parte, sobre inaugurações ou obras feitas na cidade durante o período em que atuou. O que se propões discutir nesta comunicação, é a relevância deste acervo fotográfico, referente à década de 1950, para a história e a memória da cidade de Londrina, posto que nesta década a cidade foi marcada por intensas transformações urbanas, resultantes do crescimento econômico na região, acentuado pelo cultivo de café. NOTAS SOBRE A ATIVIDADE EPISTOLAR ENTRE MÁRIO DE ANDRADE E FRANCISCO CURT LANGE ENTRE OS ANOS 1930-1940 Fernanda Nunes Moya (UNESP/ASSIS) Orientador: Carlos Eduardo Jordão Machado e-mail: [email protected] Trata-se de uma breve exposição a respeito da correspondência trocada entre o pesquisador teutouruguaio Francisco Curt Lange e o pesquisador modernista paulista Mário de Andrade na virada dos anos 1930-1940. O primeiro buscando criar, no Brasil, uma “rede de sociabilidade” entre os intelectuais para apresentar seu projeto denominado Americanismo Musical, e o segundo vendo com desconfiança tal projeto, já que era conhecido defensor da nacionalização artística. INTERPRETAÇÃO E REINTERPRETAÇÃO DE NARRATIVAS NO MEDITERRÂNEO ANTIGO: O CASO DA COMUNIDADE JUDAICA QUE ALTEROU AS PUNIÇÕES DIVINAS Fernando Mattiolli Vieira (UNESP/ASSIS) Orientador: Ivan Esperança Rocha e-mail: [email protected] Esta comunicação visa abordar algumas mudanças realizadas na tradição penal bíblica por parte de uma comunidade religiosa judaica; conhecida, pelos Manuscritos do mar Morto, como Yahad. É possível apontar, com a ajuda de diversas fontes, a existência de vários grupos político/religiosos no território da Palestina entre os séculos II a.C. e I d.C. A maior parte destes grupos compartilhava as tradições do passado, sobretudo quando se colocavam na forma de leis – consideradas como uma dádiva de deus para aquele povo. Entretanto, tal fato não impediu que alguns desses grupos, como a Yahad, repensassem parte dessa tradição normativa e a aplicasse de uma maneira diferente do que era ordenado por seus códigos penais sagrados. Uma das mudanças efetuadas por esse grupo deu origem a uma punição bastante singular no Mediterrâneo Antigo: a expulsão. Assim, cabe a pergunta: por que um grupo religioso – demasiado fervoroso, como se pode depreender por seus documentos – que procurou aplicar a lei divina de maneira estrita, ao mesmo tempo, mudou sua aplicação? Com base nos princípios sociológicos de Norbert Elias, esta comunicação proporá uma resposta para essa questão, ressaltando as características daquela configuração social em que a Yahad esteve presente. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 64 A PRÁTICA DE MEDIAÇÃO E O USO DE FILMES PARA O ENSINO DE HISTÓRIA Fernando Rossi (UNINORTE) e-mail: [email protected] Este trabalho aborda a construção do conhecimento histórico sobre a ditadura de 1964 no Brasil por meio do uso da linguagem cinematográfica enquanto uma ferramenta para a ação mediadora do professor. O cinema, assim como as demais linguagens audiovisuais, mostra-se como uma ferramenta pedagógica com grandes potencialidades para estabelecer o contato entre um público imerso em um mundo altamente midiatizado e o conhecimento histórico. Utilizando o conceito de mediação cultural, abordamos o uso do filme pelo professor, enquanto mediador do processo de aprendizagem, ao estimular os estudantes por meio da exibição e debate do filme Batismo de Sangue. Através da proposição de situações de estímulos junto aos alunos, buscamos mudanças nas formas de pensamento e nos entendimentos destes a respeito do tema. Através da metodologia de mediação estabeleceu-se um processo dialógico entre os envolvidos em que foi possível verificar a mobilização de conhecimentos históricos, modificação de entendimentos sobre o passado e compreensão da sua relação com o presente. MEMÓRIAS E HISTÓRIAS DOS TRABALHADORES DO ASSENTAMENTO RURAL SÃO JOSÉ – BREJO ALEGRE/SP Franciane Gonçalves do Nascimento (Centro Universitário Toledo) e-mail: [email protected] O presente trabalho aborda a luta e a resistência dos trabalhadores do Assentamento Rural São José – do acampamento à posse da terra no ano de 1986 – e a sua relação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Analisa as experiências comuns de vida dos trabalhadores antes e depois da luta por meio das suas memórias. TRAJETÓRIA DO PLANEJAMENTO CIENTÍFICO BRASILEIRO NA REVISTA CIÊNCIA E CULTURA Gabriel Amabile Boscariol (UNESP/ASSIS) Orientador: Antonio Celso Ferreira e-mail: [email protected] Durante a década de 1970 a discussão dos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND) e dos Planos Básicos de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PBDCT) foram ferramentas importantes para a organização da ciência nacional. Entre os anos de 1970 e 1975 temos um importante debate sobre a formulação da política científica e a participação e cooperação com a comunidade científica. Essa comunidade representada por meio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciência (ABC). Ao mesmo tempo que estava sendo ampliado o espaço de debate para a ciência e seu planejamento no país, os governos militares também reduziam e limitavam seus participantes. A SBPC detinha duas importantes ferramentas de manifestação e divulgação de suas pautas. A revista, Ciência e Cultura e as reuniões anuais foram suas ferramentas de atuação. Foram importantes na discussão do planejamento da ciência e da sua divulgação dentro da comunidade científica. A relação dúbia do regime com a ciência e os cientistas envolvia diferentes ordens de interesse. Dessa forma, ao estudar a evolução desse planejamento, nos permite entender certas características do regime militar e seu relacionamento com a ciência e os cientistas. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 65 APRESENTAR DOCUMENTOS OU NARRAR A HISTÓRIA: ENTRE DIÁLOGOS E MONÓLOGOS Gabriela D. Brönstrup (UNESP/ASSIS) Orientadora: Karina Anhezini de Araújo e-mail: [email protected] A presente comunicação tem como objetivo analisar por meio de Escritos Avulsos, 1973, algumas das concepções de Rodolfo Garcia (1873-1949) a respeito do “fazer história” com ênfase para o seu trabalho com documentos. A fonte principal a ser interpretada reúne introduções explicativas do historiador aos conjuntos documentais publicados em dez anais da Biblioteca Nacional, instituição dirigida por ele entre o período de 1932 a 1945. Para essa exposição, foi dada atenção especial para a problematização de uma das fontes apresentadas por Garcia: os Almanaques do Rio de Janeiro. A partir da análise desse material, busca-se compreender a dispersão da narrativa à luz das concepções de história de Rodolfo Garcia. ENTRE FRAGILIDADE, INCERTEZA E CORAGEM: A MULHER NA RESISTÊNCIA ITALIANA ATRAVÉS DOS TESTEMUNHOS Gabriela Kvacek Betella (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] Este trabalho é parte de uma pesquisa sobre as fontes documentais audiovisuais e escritas (filmes, autobiografias, cartas, diários) da presença feminina na luta de resistência italiana, durante o final de Segunda Guerra. Apresentamos neste passo uma análise do documentário La donna nella Resistenza (A mulher na Resistência, Liliana Cavani, 1965) com base nos componentes elucidativos da memória e do testemunho sobretudo como visões a posteriori dos fatos, ressaltando os níveis de elaboração presentes, o caráter subjetivo e a visão pessoal de cada narrador. Além disso, a análise examina as funções cumpridas por este tipo de produção que, ao lado dos relatos escritos (como os diários de Ada Gobetti e Carla Capponi) trazem personagens antes desconhecidos da luta partigiana, assim como aspectos reais de seu cotidiano. A pesquisa tanto pretende discutir a importância do testemunho na contemporaneidade, como também se alinha a uma renovada visão sobre a luta de Resistência durante a Segunda Guerra na Itália, trazendo elementos importantes para a historiografia. A ESCOLA E A EDUCAÇÃO NO BRASIL Gabriela Mazolini de Oliveira Santos (UNESP/ASSIS) Orientador: Antonio Carlos Barbosa da Silva e-mail: [email protected] A escola no Brasil surge com a chegada dos jesuítas, que perceberam não ser possível converter os índios sem que se organizassem segundo formas institucionais, ensinando-os a língua, e os costumes da colônia. Uma nova fase surge com a primeira constituição brasileira que previa "instrução primária e gratuita para todos os cidadãos". A escola adquiriu, assim, o status de ser o lugar da manutenção da ordem e do progresso liberal, o que resultou uma década depois no surgimento da primeira Escola Normal brasileira, visando a uma homogeneidade curricular no preparo docente. Com a revolução industrial chega ao Brasil a escola moderna. Foi nesse período que a escola de massa, como dever de todos, emergiu. A aglomeração de pessoas nas escolas servia para orientá-las nas ações que deveriam ser adotadas nas linhas de produção e na acumulação de capital, principais apelos do capitalismo. Na contemporaneidade, a escola é um espaço psicossocial comprometido com as ideologias predominantes, lugar no qual as subjetividades vão se constituindo a partir dos valores da sociedade de consumo. A proposta desta comunicação é, partindo do debate historiográfico, expor a dualidade da escola que chega ao século XX educando para a subserviência e também para o combate as determinações da sociedade vigente. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 66 LITERATURA COMO FONTE DA ESCRITA DA HISTÓRIA CULTURAL: ANÁLISE DO ROMANCE OS SERTÕES Gabriele Balieiro Oliveira (UNEB) Yasmin Silva Santos de Jesus (UNEB) Orientador: Jonathan Oliveira Molar e-mail: [email protected] Este trabalho tem o objetivo de discutir a literatura como fonte da historiografia, para tanto, analisa o romance Os Sertões de Euclides da Cunha. Compreende-se a literatura como fonte histórica através do conceito de práticas e representações sociais, sendo estas abordadas através das descrições dos lugares, dos discursos atribuídos pelo autor aos personagens, buscando assim dar sentido a uma determinada realidade. Pretende-se discutir o contexto em que a obra literária foi escrita, quebrando alguns silêncios e preenchendo algumas lacunas no que diz respeito ao Arraial de Canudos e os assuntos que o permeiam. O autor descreve em três partes A Terra, o Homem e a Luta, dentro da narrativa literária, dissertando criteriosamente os detalhes do clima, do solo, da geografia e geologia do espaço, além de esmiuçar as características, os costumes e a cultura daqueles homens e mulheres sertanejos, suas ações como sujeitos e como tal se constitui no ambiente da seca. Desvelar esse conjunto social por meio da Literatura torna-se o eixo norteador dessa pesquisa, pois, olhar parcial de Euclides da Cunha que através de certas práticas compunha uma determinada leitura do homem no tempo e no espaço. No entanto, fornece pistas ao historiador que se debruça sobre Canudos. Considerações acerca da Vita Sancti Ildephonsi de Cixila e do Beati Ildephonsi Elogium de Julião de Toledo Germano Miguel Favaro Esteves (UNESP/ASSIS) Orientador: Ruy de Oliveira Andrade Filho e-mail: [email protected] No percurso do reino visigodo na Hispânia, do início do século V ao início do século VIII, vemos uma sucessão de importantes bispos e arcebispos que ocuparam a sede da capital do reino (Toledo). Um desses bispos foi santo Ildefonso, que se tornou um dos mais importantes arcebispos do reino visigodo católico, ocupando o cargo na sede toledana, entre 657 e 667 d.C., e cuja vida é narrada pelo seu sucessor Julião de Toledo, na obra Beati Ildefhonsi Elogium, e por Cixila, na Vita Ildephonsi, de 754. Nosso intuito neste trabalho é traçar considerações acerca dessas duas fontes, que diferem cronologicamente em quase um século, a fim de tentar elucidar ainda mais a figura desse arcebispo toledano. DEFININDO FRONTEIRAS PAULISTAS NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO PAULO (1910-1929) Gerson Ribeiro Coppes Júnior (UNESP/ASSIS) Orientadora: Karina Anhezini de Araújo e-mail: [email protected] A produção histórica que se desenvolveu no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, o IHGSP, no inicio do século XX construiu um mito em torno do bandeirante que valorizava o paulista como um personagem excepcional na história nacional. A presente comunicação visa apresentar os primeiros resultados da pesquisa, ainda em fase inicial de desenvolvimento, que busca compreender a escrita de histórias regionais entre 1910 e 1929 publicadas na Revista do IHGSP. A seleção do material privilegiou os trabalhos a respeito de cidades e relatos de viagens. O intuito da investigação é problematizar a invenção da região São Paulo para a criação da epopeia bandeirante. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 67 A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE CELTA E BRETÃ NO DISCURSO DE JÚLIO CÉSAR Giovanna Terranova (UNESP/ASSIS) Orientadora: Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi e-mail: [email protected] Em seus Comentários sobre a Guerra Gálica, Júlio César narra os oito anos que passou em campanha na Gália, lutando com os gauleses – ou celtas – entre 58 e 49 a.C., período em que pôde conhecer um pouco da cultura celta, suas organizações sociais, religiosidade e formas de guerrear. Ao perceber que os celtas eram auxiliados pelos bretões contra os romanos, César vai até a Britania, onde tenta conquistar aliados e tem a oportunidade de conhecer vários dos costumes e maneiras de guerrear dos bretões. O objetivo do presente trabalho é fazer uma discussão sobre a construção do discurso da identidade dos celtas e bretões por Júlio César e compará-lo com o discurso surgido nos séculos XVIII e XIX que, com o propósito de legitimar uma identidade nacional para os Estados que surgiam, define como celtas os povos habitantes da Grã Bretanha e da “franja atlântica” da Europa. PERSPECTIVA HISTÓRICA DOS IMPACTOS AMBIENTAIS NA REGIÃO DO PONTAL DO PARANAPANEMA Graziella Plaça Orosco de Souza (UNOESTE) Orientador: Munir Jorge Felício e-mail: [email protected] O presente trabalho tenciona compreender de que forma vem sendo divulgada a história dos impactos ambientais na região do Pontal do Paranapanema. Tendo como referenciais teóricos desta Ciência Social e pesquisadores que dedicaram seus estudos à análise da problemática em âmbito regional, o estudo deverá considerar a divulgação das informações referentes aos impactos ambientais ocasionados, principalmente, pelo avanço capitalista à região. Deste modo, se pretende analisar e discutir as dimensões dos impactos ambientais na região do Pontal do Paranapanema, causados pela implantação das usinas hidrelétricas, das unidades prisionais e dos empreendimentos movidos pelo agronegócio sucroalcooleiro a partir da década de 1970, e verificar de que forma essas informações estão sendo divulgadas. O estudo justifica-se por tratar do assunto sob a ótica da nova história, considerando a construção da realidade social - culturalmente construída -, e revelando como vem sendo realizada a interpretação do assunto. Por se tratar de uma discussão historiográfica, torna-se oportuna que ocorra no campo acadêmico, visto que, a região do Pontal do Paranapanema, amplamente estudada na perspectiva geográfica, política, social e econômica, poderá ser objeto de análises históricas relevantes na esfera ambiental. A RECEPÇÃO DO MITO DE HERÁCLIO POR GAUTIER D’ARRAS (M. C. 1185) Guilherme Queiroz de Souza (UNESP/ASSIS) Orientador: Ruy de Oliveira Andrade Filho e-mail: [email protected] O trabalho analisa a recepção do mito do basileus Heráclio (c. 575-641) pelo clérigo francês Gautier d‟Arras (m. c. 1185). Popularizado no Ocidente principalmente pelo Reversio Sanctae Crucis (texto litúrgico escrito nos séculos VII-VIII), o mito heracliano foi “literarizado” por Gautier em seu romance Eracle. Trata-se de uma obra que em sua terceira parte resgata e adapta a narrativa da Exaltatio Crucis, que descreve a campanha de Heráclio contra os sassânidas (622-628) e a recuperação da relíquia da Santa Cruz. Nosso objetivo é analisar como se desenvolveu este processo “receptivo-adaptativo”. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 68 ―O ROCK NACIONAL DA DÉCADA DE 1980 E SEUS RELACIONAMENTOS‖: SUBJETIVIDADES, SENSIBILIDADES E FORMAÇÃO DE IDENTIDADES Gustavo dos Santos Prado (PUC-SP) Orientadora: Maria Izilda Santos de Matos e-mail: [email protected] O movimento juvenil roqueiro da década de 1980 emerge no cenário acadêmico brasileiro como um campo profícuo para o fazer histórico. As canções que ecoaram por várias partes do país, via de regra, elencaram os dilemas dos jovens urbanos, inseridos nas transformações impostas pela modernidade na esfera do cotidiano. Com isso, os grupos de rock desse momento ratificaram ou negaram determinadas circunstâncias do cotidiano que fora experienciado. Diante de tais circunstâncias, o artigo procura analisar como tais agentes históricos abordaram em suas composições a questão do relacionamento. Para tanto, elencamos cinco músicas, de grupos e artistas diversos, que permitirão problematizar tal esfera, fundamental no processo de identificação e reconhecimento da juventude. A CONSTRUÇÃO DE DIFERENÇAS: O LIMIAR E OS LIMITES DE SILVA ALVARENGA (1749-1814) ENQUANTO FIEL VASSALO DO REI Gustavo Henrique Tuna (FFLCH-USP) Orientador: Pedro Puntoni e-mail: [email protected] Assim como outros estudantes lusoamericanos de sua geração, Manuel Inácio da Silva Alvarenga (17491814) formou-se sob a égide das luzes pombalinas, tendo concluído o curso de Cânones na Universidade de Coimbra em meio à reforma na instituição, empreendida pelo Marquês de Pombal em 1772. Tal reforma buscou aperfeiçoar o ensino para formar melhores quadros para o funcionalismo régio e para o foro eclesiástico portugueses. Na obra poética e em algumas atitudes de Silva Alvarenga, pode-se notar que o poeta ajustava-se como vassalo do Império português e que em algumas ocasiões também se identificou – e foi identificado – como natural de uma fração do Império cujo status era distinto daquele desfrutado pela metrópole. Este trabalho tenciona averiguar como– e com base em quais elementos - se deu este conflituoso processo de construção de diferenciação ao longo de sua trajetória. A ASSOCIAÇÃO TIPOGRÁFICA BAIANA: UMA MUTUAL DE OFÍCIO E SUA TRAJETÓRIA NA BAHIA DOS SÉCULOS XIX E XX Humberto Santos de Andrade (UNESP/ASSIS) Orientadora: Tania Regina de Luca e-mail: [email protected] Nos últimos anos, a historiografia relacionada à história dos trabalhadores e do seu movimento retomou fôlego e, neste contexto, as associações mutualistas têm merecido atenção especial. O objetivo deste trabalho é tentar compreender e analisar a formação da classe operária da cidade do Salvador e suas múltiplas estratégias de convívio com uma economia capitalista que então se processava na Bahia. Para isso, trazemos parte dos resultados da nossa pesquisa, cuja investigação se debruça sobre a trajetória da Associação Tipográfica Baiana, sociedade mutualista fundada no ano de 1870, na cidade do Salvador. Esta mutual, cuja existência atravessa os séculos XIX e XX, deixou-nos um importante legado – por meio de suas publicações e outros documentos relativos à associação - que representa parcela importante da história dos trabalhadores baianos e, especificamente, do campo e do ofício de tipógrafo. A complexidade do mutualismo, enquanto questão historiográfica, fica evidente quando se analisa as fontes relativas ao mutualismo. A investigação dessa forma de associativismo demonstra que as particularidades do mutualismo ainda têm muito a revelar aos estudiosos da temática, assim como contribuir para uma melhor compreensão das formas de organização dos trabalhadores no Brasil. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 69 OS MEIOS DE APROPRIAÇÃO DOS PENSAMENTOS DE EDWARD P. THOMPSON E MICHEL FOUCAULT NO BRASIL Igor Guedes Ramos (UNESP/ASSIS) Orientador: Hélio Rebello Cardoso Junior e-mail: [email protected] Os meios de apropriação ou, dito de outra forma, o modo como os pensamentos de Thompson e de Foucault foram introduzidos e circularam entre os historiadores brasileiros foi diverso. Inicialmente, podemos assinalar que Thompson, ao contrário de Foucault, nunca fez palestras no Brasil e seus textos foram tardiamente – considerando a data das publicações originais – traduzidos e publicados em nosso país. Contudo, apesar da dificuldade de acesso aos textos do historiador inglês, o interesse por estes foi aparentemente intenso logo nos primeiros contatos. Ao contrário, apesar da "ampla" disponibilidade – se compararmos a Thompson – das falas e dos escritos de Foucault, não existiu o mesmo interesse por parte dos historiadores brasileiros. Nessa apresentação discutiremos essas diferenças em seus primeiros momentos, ainda na década de 1960, até 1990. CARTAS DE ALFORRIA E LIVRO DE CLASSIFICAÇÃO DE ESCRAVOS: CONSIDERAÇÕES SOBRE ESSAS FONTES HISTÓRICAS PARA O PASSADO ESCRAVISTA DE SANT’ANA DE PARANAÍBA Isabel Camilo de Camargo (UNESP/ASSIS) Orientador: José Carlos Barreiro e-mail: [email protected] Esta apresentação tem como objetivo debater o uso das Cartas de Alforrias registradas nos arquivos cartorários locais e reunidas no livro Como se de Ventre Livre nascido fosse... e o Livro de Classificação dos escravos para serem libertados pelo Fundo de Emancipação como fontes históricas. Essa discussão tem como finalidade contribuir para a escritura da minha tese de doutoramento que analisar as relações entre senhores e escravos na região de Sant‟Ana de Paranaíba, província de Mato Grosso, no século XIX. CÍCERO: INTERFACES DISCURSIVAS NO PERÍODO FINAL DA REPÚBLICA ROMANA Isadora Buono de Oliveira (UNESP/ASSIS) Orientadora: Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi e-mail: [email protected] Esta comunicação visa abordar aspectos e avanços da pesquisa de dissertação de mestrado em desenvolvimento. O corpo documental elencado para o desenvolvimento da pesquisa foi escolhido com intenção de obter um arcabouço significativo para a análise da perspectiva discursiva religiosa no período final da república romana. As respectivas obras tratam sobre a perspectiva religiosa proporcionando a possibilidade de observar as interações com os aspectos filosóficos, políticos e sociais. Deste modo, foram escolhidas as obras Da natureza dos deuses, Sobre a adivinhação, Tratado das Leis ( somente o Livro II) e Sobre sua casa. A seleção destas obras é justificada pelas possibilidades que proporcionam na abordagem do discurso religioso e filosófico. Assim, concretiza-se a necessidade da utilização de escritos diversificados para melhor compreensão das características e da multiplicidade do objeto estudado. NOVAS METODOLOGIAS DE ENSINO DE HISTÓRIA ANTIGA Ivan Esperança Rocha (UNESP/ASSIS) O trabalho visa discutir a ampliação do conceito de espaço de aprendizagem na Universidade, a partir da utilização de novas tecnologias de ensino a distância. Cria-se uma possibilidade de alargar expressivamente o acesso à educação a uma grande parcela de indivíduos que não teriam condições de se dirigirem a uma escola tradicional devido a barreiras geográficas, econômicas ou de tempo disponível. Os cursos atualmente oferecidos neste formato possuem diferentes características, podendo ser totalmente a distância ou com atividades presenciais; por vezes, cursos oferecidos presencialmente ganham edições on-line, permitindo uma avaliação efetiva dos resultados obtidos num e noutro formato. O cursos de história da antiguidade já utilizam recursos de Ensino a Distância, ampliados com a digitalização de fontes manuscritas, impressas e epigráficas colocadas à disposição do público por um número crescente de instituções culturais e de ensino em todo o mundo. Destaca-se, aqui, o projeto “Europeana”, voltado XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 70 para a organização e digitalização de todo o acervo cultural europeu. Elejemos para estudo de caso, o curso “The Ancient Greek Hero” oferecido pela Universidade de Harvard em 2013. A INDUSTRIALIZAÇÃO CALÇADISTA DE BIRIGUI – UMA ANÁLISE HISTÓRICA NA DÉCADA DE 1960 A 1980 Janaina Julienne Barbosa de Souza (UNIESP) e-mail: [email protected] Esta comunicação tem como objetivo apresentar o projeto do meu trabalho de conclusão de curso que tem como proposta estudar a industrialização calçadista de Birigui e os seus impactos socioeconômicos. Estudar a formação da mão de obra no parque calçadista de Birigui. Verificar o aumento do parque industrial na cidade de Birigui do período de 1960 a 1980. Analisar se o aumento do parque industrial contribuiu para o êxodo rural e conseqüente aumento da população urbana de Birigui. Estudar a migração da população do campo para a cidade. Pesquisar se o aumento do parque industrial contribuiu para a melhoria de qualidade de vida da população que se deslocou do campo para a cidade para trabalhar nessas indústrias. A cidade de Birigui no interior do estado de São Paulo tem a sua economia baseada na produção de calçados de forma direta e indireta. Birigui é conhecido nacionalmente como a cidade do calçado infantil. Este tema foi escolhido por ser a continuação dos meus estudos sobre a origem da mão de obra na cidade de Birigui. BIOPOLÍTICA E RELAÇÕES DE PODER: A CONSTRUÇÃO DO INDIVÍDUO NA SOCIEDADE DE CONSUMO - BRASIL, 1950 -1970 Jemima Fernandes Simongini (UEL) Orientador: André Luiz Joanilho e-mail: [email protected] Este trabalho toma como base o conceito de Biopolítica, (utilizo como base teórica Hannah Arendt e Michel Foucault) para compreender o surgimento da sociedade de consumo, nesta perspectiva o consumo é compreendido como uma atividade metabólica, que ascendeu ao espaço público, não é entendido como reflexo da produção, mas numa outra dimensão, que considera o consumidor individuo, cuja prática marca sua entrada no mundo e dessa maneira como as pessoas passaram a ser identificadas por suas opções de consumo, e esta atividade passou a ser a parte essencial da vita activa. O período estudado é 1950-1970, data da fonte a revista “O Cruzeiro”. A possibilidade deste individualismo na sociedade biopolítica é uma das discussões a ser feita, de que maneira a gestão de toda a sociedade se concentra na manutenção da vida e onde se encontra esse espaço do individualismo, pensando na atuação do consumo na cultura moderna como elemento de possível atribuição de identidades, contudo estas marcas identitárias são mutáveis e fragmentadas, em constante processo de transformação, elas “Têm a ver não tanto com a questão de „Quem nós somos‟ ou „De onde nós viemos‟, mas muito mais com questões como „Quem nós podemos nos tornar‟ (...)”, e neste sentido o conceito de identificação deixa de ser essencialista e passa a ser estratégico, para se compreender sua construção histórica dentro de práticas discursivas específicas. REPRESENTAÇÕES DO EIXO E ALIADOS NO JORNAL MEIO-DIA (1939-1942) João Arthur Ciciliato Franzolin (UFRJ) Orientador: Wagner Pinheiro Pereira e-mail: [email protected] A comunicação visa analisar os conjuntos de representações a respeito do Eixo e Aliados elaborados pelos editoriais e artigos de Joaquim Inojosa presentes no jornal Meio-Dia, publicado de 1939 a 1942. Assim, de uma posição de neutralidade, adotada ao longo de 1939, o jornal passou a atacar de forma impiedosa a Inglaterra, URSS, EUA e louvar a Alemanha, Itália e Japão, postura que vigorou ao longo dos anos de 1940 e 1941. A mudança da posição do Brasil a partir de janeiro de 1942 afetou diretamente o vespertino, que mudou novamente de posição e enfrentou dificuldades crescentes, que acabaram por levar ao encerramento de suas atividades. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 71 XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 72 INQUISIÇÃO E REGIME CIVIL MILITAR: NARRATIVAS DE ALUNOS SOBRE O TEMA DA VIOLÊNCIA João Davi Avelar Pires (UEL) Orientadora: Ana Heloísa Molina e-mail: [email protected] O trabalho tem como objeto narrativas de alunos sobre os conceitos de violência presentes em dois momentos da História, a Inquisição Européia e o Regime Civil Militar. Buscamos identificar, categorizar e analisar os conceitos apresentados pelos estudantes tentando compreender quais ideias e concepções de violência estes possuem. Discutimos, também, de forma sucinta, os períodos indicados, localizando e tratando de algumas das diversas manifestações da violência presentes nestes momentos. Trabalhamos, portanto, com narrativas de alunos enquanto um tipo de linguagem, escrita, que pode nos fornecer indícios do que eles pensam e de que tipos de interpretação possuem sobre o fenômeno da violência. Posteriormente à análise, é necessário a retomada do tema, utilizando-nos de diversas linguagens, interpretações e documentos históricos - como o Malleus Maleficarum e depoimentos de indivíduos torturados durante o Regime Civil Militar – para que os estudantes tenham contato com os recursos documentais de que dispõe o historiador, para que compreendam as definições da violência assumidas ao longo do tempo através do contato direto com os documentos históricos. A GRAMÁTICA DO COMPORTAMENTO: A FABRICAÇÃO DO FEMININO NOS MANUAIS DE ETIQUETA DE MARCELINO DE CARVALHO João Muniz Junior (UNESP/ASSIS) Orientador: Wilton Carlos Lima da Silva e-mail: [email protected] Este Trabalho tem por objetivo analisar a formação do papel social da mulher a partir de uma leitura dos manuais de etiqueta de Marcelino de Carvalho: Guia de Boas Maneiras, Só para homens e Snobérrimo. Marcelino de Carvalho nas décadas de 60 e 70 no Brasil se tornou uma referência na “arte das boas maneiras”. Com a proposta de uma sociabilidade, ele apresenta a jovens e adultos um manual completo que responde muitas perguntas relativas às relações humanas e aconselha-os com diversos aspectos da etiqueta para todas as ocasiões da vida social. Esta pesquisa se baseia numa revisão bibliográfica sobre o tema a fim de reconstruir diversos aspectos do comportamento feminino e das relações de gênero durante as décadas de 1960 e 1970 na sociedade brasileira. SOB O OLHAR FOTOGRÁFICO: ―CONSTITUCIONALISTA‖ DE 1932 AS MULTIDÕES NA CAMPANHA João Paulo Rodrigues (FAPREV/UNIESP) e-mail: [email protected] Como fonte privilegiada para a construção da história ou como objeto, alvo de múltiplos usos no vir a ser da dinâmica social, a imagem sobressai, por sua relevância, como importante elemento no trabalho do historiador. Mediante tais possibilidades analíticas, almeja-se debater as investidas sobre o campo visual no levante paulista de 1932, um importante e dramático capítulo da história republicana brasileira. Se é lídimo afirmar que os recursos bélicos de São Paulo para a luta contra o Governo Provisório de Getúlio Vargas eram escassos, também não constitui exagero sustentar que o impacto da campanha e do embate político de 32 foram maiores que seus resultados militares, ensejando numerosas polêmicas, que incidem sobre a própria natureza do confronto. Nesse intrincado processo, retomar algumas imagens da época, em particular as fotografias das manifestações públicas “constitucionalistas”, e inquirir sobre seus usos políticos pode contribuir, indicando valiosas pistas, para esclarecer os impasses interpretativos deste episódio, que agitou os liames da federação no despontar dos anos trinta. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 73 CONFRONTOS DISCURSIVOS NA HISTORIOGRAFIA: O HISTORIADOR, SEGUNDO CIRO FLAMMARION CARDOSO QUE FAZ UM BOM João Rodolfo Munhoz Ohara (UEL) e-mail: [email protected] Todo campo discursivo apresenta disputas em torno da capacidade de ditar legitimamente suas normas de funcionamento. Segundo Pierre Bourdieu tais disputas movimentam um tipo particular de economia, a economia de capital simbólico, responsável por orientar de maneira geral as posições ocupadas pelos agentes no campo e sua capacidade de impor sua opinião como norma legítima. A historiografia não escapa a essa teoria: seja em contextos mais locais ou mais amplos, os historiadores acabam por formar “grupos” organizados em torno de referências comuns e que definem de maneira mais ou menos consensual aquilo que constitui um bom texto, uma boa prática, uma boa pesquisa ou um bom autor – e, ao mesmo tempo, definem seus opostos, os maus textos, as más práticas, etc. Este trabalho analisa os escritos de um historiador bastante conhecido na historiografia brasileira – Ciro Flammarion Cardoso – a fim de captar quais são os vícios e as virtudes de um historiador segundo ele, e quais são os enfrentamentos que tal autor se investe para estabelecer e legitimar sua posição. Trata-se, enfim, de um primeiro esboço rumo a uma análise mais ampla da historiografia brasileira em um dado período (final do século XX e começo do século XXI). JEAN COINTA, O SENHOR DE BOLÉS: A Inquisição na América Portuguesa e a Polêmica Proveniente da França Antártica Jorge Luiz de Oliveira Costa (UNESP/ASSIS) Orientador: Claudinei Magno Magre Mendes e-mail: [email protected] Este projeto de perquisa tem como finalidade analisar com mais organicidade, o processo judiciário do francês Jean Cointa, o Senhor de Bolés, considerado herege por questionar as questões da fé e por difundir a doutrina calvinista protestante, e sua morte incógnita e polêmica, que envolveu o padre José de Anchieta. Nesse período, a Europa se encontrava numa luta religiosa com a reforma proposta por Martin Lutero. Tal questão trouxe os franceses à América Portuguesa em busca de refúgio que os protegesse das perseguições da Igreja, sequenciando na disputa pelas regiões brasileiras. Analisamos estas questões com o propósito de elaborar um estudo relativo à bibliografia de Bolés e de Anchieta. FORMAS RITUAIS DE EXPRESSÃO POPULAR NA FORMAÇÃO DO ESTADO-NAÇÃO BRASILEIRO, 1780—1850 José Carlos Barreiro (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] No Brasil de fins do século XVIII e inícios do século XIX ocorreram muitos movimentos revolucionários com a participação das elites e das camadas populares. Tais movimentos, aliados à crise do sistema colonial, culminaram na emancipação política do Brasil Colônia em relação à Metrópole portuguesa. É assim que se funda no Brasil um Estado independente, que aos poucos vai se firmando e se consolidando como Estado-Nação. Deste tema bastante abrangente comentarei apenas o modo pelo qual as camadas populares participaram dessas lutas, e como os historiadores tem compreendido o papel das mesmas nesse processo. Para a compreensão de sua participação como agentes sociais importantes desse processo daremos especial ênfase às suas práticas sociais vinculadas a uma cultura tradicional, envolvendo ritos, costumes, crenças e sociabilidades. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 74 MODERNIZAÇÃO DO CAMPO, EXPROPRIAÇÃO QUILOMBOLAS DO VALE GORUTUBA –MG E RESISTÊNCIA DOS EX- José Carlos Vieira (UNESP/MARÍLIA) Orientador: Paulo Eduardo Teixeira e-mail: [email protected] O objetivo desta pesquisa é a análise das redefinições sociais e laborais dos processos de modernização do campo, modernização essa que ocorre desde o projeto Rural Minas implementado pelos governos da Ditadura. Este estudo será realizado a partir da memória coletiva de habitantes do bairro Gameleira – Janaúba/Vale Gorutuba – MG, são ex-quilombolas expropriados de suas terras e que poderá relatar o desenrolar dessas redefinições causadas por projetos de modernização do campo. Esta análise visa compreender também, a migração do campo para a cidade e como eles entendem as mudanças que ocorre no seu meio. A COLÔNIA JAPONESA EM PRESIDENTE PRUDENTE: SUA RELAÇÃO COM O ESTADO E A SOCIEDADE LOCAL (1937-1947) José Libório Vilione (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] Meu objetivo com este trabalho é realizar uma discussão histórica acerca das relações (políticas, econômicas e sociais) da colônia japonesa com o Estado e a sociedade local na região de Presidente Prudente, concentrando-me no período do Estado Novo e no imediato pós-guerra até 1947. Através de algumas pesquisas realizadas em fontes primárias (jornais, documentos oficiais da Delegacia Regional de Polícia de Presidente Prudente [DRP] e documentos particulares e oficiais do então prefeito [interventor] Dr. Domingos Leonardo Cerávolo) como também de bibliografias, notamos que as relações da colônia japonesa (sejam elas com o Estado ou com a sociedade) eram mais amenas naquela cidade do que em outras regiões, ou pelo menos as determinações do Estado na vigilância aos japoneses como também aos outros imigrantes (em particular italianos e alemães) não eram cumpridas com todo rigor pelas autoridades municipais e estaduais. Provas dessas relações mais amenas na região de Presidente Prudente estão atestadas, entre outros indícios, pelos documentos do Prefeito Municipal, os quais demonstram um bom relacionamento da Prefeitura com a Instituição Educacional Colégio São Paulo, pertencente à Colônia Japonesa,. Outro documento firmado pelo prefeito sugere que o Departamento de Ordem Política e Social seja benevolente com os “súditos japoneses”. Outros papéis de cunho particular do Dr. Cerávolo explicitam as boas relações que o político mantinha com a colônia japonesa. Outros levantamentos em fontes jornalísticas e documentos da DRP dão a dimensão do relacionamento dos japoneses com as forças políticas e sociais de Presidente Prudente e região. Sobre as fontes bibliográficas, suas informações são mais abrangentes, ou seja, mencionam as relações em âmbito federal ou estadual, ou ainda de outras regiões do Estado de São Paulo O ―CÔNEGO JANUÁRIO‖ ANTES DO IHGB: A REDAÇÃO DO PERIÓDICO AUXILIADOR DA INDÚSTRIA NACIONAL (1833-1846) Juscelino Pereira Neto (UNESP/ASSIS) Orientador: Wilton Carlos Lima da Silva e-mail: [email protected] A presente comunicação se propõe a investigar a trajetória de Januário da Cunha Barbosa (1780-1846) antes de sua participação na fundação do IHGB em 1838. A partir do ano de 1833 com a fundação do periódico O Auxliador da Indústria Nacional, órgão de divulgação da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (SAIN), Barbosa atuou como seu Secretário Adjunto e compôs a Comissão de Economia Domestica, e Rural redigindo artigos (alguns traduzidos) que versavam sobre à organização do trabalho agrícola. O trabalho pretende mapear produção de Barbosa à luz da historiografia pertinente. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 75 UMA ANÁLISE HISTÓRICA DA PRIMEIRA METADE DA DÉCADA DE 1990 NO BRASIL POR MEIO DA CHARGE Karen Cristina Aparecida Bueno (UEL) Orientador: Rozinaldo Antonio Miani e-mail: [email protected] A primeira metade da década de 1990 foi um período de importantes transformações econômicas, políticas e sociais para a sociedade brasileira. Além de registrar a posse do primeiro presidente eleito pelo voto direto após o período da ditadura civil-militar (1964-1985), também representou a inserção (subordinada) do Brasil no processo de mundialização do capital a partir da implantação do modelo neoliberal. A experiência de deposição de um presidente, por meio de um processo de impeachment, e o estabelecimento das bases de uma política econômica de estabilização também marcaram os primeiros anos da década de 1990 no Brasil. Todos os principais fatos econômicos, políticos e sociais do referido período foram registrados pela imprensa brasileira, dentre outras formas, pelos traços bem humorados da charge, que se constitui como uma valiosa fonte histórica. Este trabalho é parte constitutiva de projeto de iniciação científica, vinculado ao projeto de pesquisa intitulado “Traços grotescos do neoliberalismo: a presença da charge na imprensa brasileira na primeira metade da década de 1990”, e tem como objetivo apresentar uma análise histórica e historiográfica da sociedade brasileira no referido período para subsidiar uma análise da história política do Brasil por meio das charges publicadas na imprensa do país. O PASQUIM EM TEMPOS DE ABERTURA POLÍTICA (1978-1980): UMA ANÁLISE DAS GRANDES ENTREVISTAS Léa Mattosinho Aymoré (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] O Pasquim, periódico semanal de enorme sucesso desde seu lançamento em junho de 1969, apenas seis meses após o estabelecimento do AI-5, foi de extrema importância para toda uma geração. Pois com seu humor inteligente promovia uma reflexão crítica sobre a realidade brasileira, além de ser porta voz de uma série de mudanças comportamentais pelas quais passava a nossa sociedade entre os anos de 1960 e 1970. Sobreviveu à censura prévia com o apoio da maior parte da intelectualidade carioca, a chamada “esquerda festiva”, responsável também por sua criação e se manteve independente por mais de uma década até perecer economicamente na primeira metade dos anos 1980. Esse projeto tem como objetivo analisar O Pasquim como fonte e objeto de estudo, entre os anos de 1978 e 1980, período de abertura política, em que o jornal funcionou sem uma censura prévia, e afirmou seu caráter contestador em cada edição, apoiando a Campanha pela anistia, denunciando abusos e defendendo uma maior transparência por parte das instituições nacionais, lançando as bases do que seria uma das principais características da imprensa pós período de redemocratização. MONTEIRO LOPES: TRAÇOS BIOGRÁFICOS DE UM MÉDICO NEGRO (1890-1966) Leandro Antonio Guirro (UNESP/ASSIS) Orientadora: Lucia Helena Oliveira Silva e-mail: [email protected] A abolição da escravidão, ocorrida em 13 de maio de 1888, colocou fim a uma fase da história dos negros brasileiros e, ao mesmo tempo, inaugurou outra, igualmente complexa e difícil de ser analisada. Recuperar as vivências de egressos diretos da escravatura ou de suas gerações subsequentes pode tornar-se uma tarefa complicada em razão da relativa escassez de fontes históricas e, também, da insistência em reproduzir um discurso equivocado que encerra a existência da população negra ao período escravista, como se nenhum outro acontecimento na vida dessas pessoas tivesse se desencadeado desde então. Assim, pretende-se lançar algumas discussões sobre o momento chamado de “pós-emancipação” através de algumas passagens conhecidas da vida de Jerônimo Lúcio de Almeida Monteiro Lopes, médico negro que residiu em Presidente Prudente (cidade localizada no oeste paulista) durante a década de 1920. Por XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 76 meio da análise de relações políticas, profissionais, econômicas e sociais estabelecidas por esse indivíduo, almeja-se ampliar o acervo de interpretações sobre a trajetória negra no país. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 77 A COMISSÃO MISTA BRASIL-GRÃ-BRETANHA E A QUESTÃO DOS AFRICANOS LIBERTADOS Leonardo Bruno da Silva (UNESP/ASSIS) Orientador: Clodoaldo Bueno e-mail: [email protected] A partir dos documentos encontrados no arquivo do Itamaraty e no Arquivo Nacional, dialogaremos com as questões mal resolvidas pela Comissão Mista Brasil-Grã-Bretanha quanto ao retorno dos africanos que estavam presos nos navios negreiros ilegais que foram julgados por esta Comissão. Alguns dos autos referentes às apreensões destes navios nos dão pistas sobre o tratamento dado aos africanos pelos comandantes da marinha de Sua Majestade Britânica, outros indicam que eram utilizados em trabalhos livres em instituições da Corte, enquanto aguardavam o seu destino. Discutimos se há algum estímulo humanista na questão ou o simples apego ao projeto de exploração da África em outros moldes, ou a incompatibilidade entre o capitalismo inglês e a escravidão. EUGENIA NO HUMOR DA REVISTA ILUSTRADA CARETA: A CONDIÇÃO SOCIAL DO NEGRO NO GOVERNO PROVISÓRIO DE GETÚLIO VARGAS (1930-1934) Leonardo Dallacqua de Carvalho (UNESP/ASSIS) Orientadora: Fabiana Lopes da Cunha e-mail: [email protected] A presente comunicação tem por meta analisar o periódico no recorte temporal proposto e, problematizar a visão humorística da revista acerca do negro na sociedade da época bem como os discursos sobre eugenia nos anos de 1930-1934. Com o início do Governo Provisório em 1930, o Brasil adentra em uma nova política sob a liderança de Getúlio Vargas que, trouxe ao cenário brasileiro outra forma de governar e gerenciar a nação. Este governo emergente traz mudanças em toda escala social, seja ela trabalhista, funcionalista, educacional e uma nova maneira de enxergar o país. Este governo terá políticas próprias para o trato dos imigrantes, comunistas, judeus, negros, etc. O que nos convém problematizar como está situado o discurso da eugenia no início dos anos de 1930. Por meio do semanário Careta, em circulação aos sábados desde 1908, temos uma importante fonte que mistura humor e crítica social à realidade brasileira. Entre 1930 e 1934 o semanário em muitos dos seus números, analisa por meio de caricaturas e textos a situação do negro no cenário brasileiro e a relação da política vigente. OS JOGOS ELETRÔNICOS E O ENSINO DE HISTÓRIA Leovigildo Samuel Santana (FAPREV/UNIESP) e-mail: [email protected] Com a ampliação do uso dos recursos computacionais na Educação, muitas são as oportunidades que se abrem para uma aprendizagem de forma motivadora e moderna. Diante da constatação do fascínio que os jovens têm por jogos eletrônicos, estudamos a possibilidade de explorá-los pedagogicamente, aliando os conteúdos das aulas de História, ou mais especificamente, da segunda Guerra Mundial ao dos jogos, que podem contribuir para uma melhor aprendizagem, considerando que os jovens estão ficando mais tempo à frente de um computador ou consoles de videogames. Além da interação dos ambientes ricos em recursos de multimídia com os conteúdos curriculares, os jogos eletrônicos propiciam maior interação entre os recursos tecnológicos e os conteúdos trabalhados em sala de aula. Em nossa pesquisa estudamos especificamente a utilização do jogo eletrônico CALL OF DUTY, avaliando a influência do mesmo na aprendizagem dos alunos referente ao período da Segunda Guerra Mundial. Concluímos que foi possível com o jogo praticar uma aprendizagem cooperativa entre os sujeitos, visto que a cada ação, etapa, os mesmos trocavam informações para avançar as etapas seguintes. Utilizando o jogo eletrônico, um grande campo a ser explorado atualmente, o aprendiz tem maior autonomia para construir seu conhecimento, sendo mais significativa a sua aprendizagem. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 78 O PAPEL DAS DIFERENTES LINGUAGENS E TÉCNICAS DE ENSINO NA CONSTRUÇÃO DO SABER HISTÓRICO Lídia Baumgarten Braun (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] O objetivo dessa comunicação é refletir como as diferentes linguagens e técnicas de ensino contribuem na construção do saber histórico. Desse modo, se faz necessário distinguir os métodos de ensino, que são os caminhos que o professor disponibiliza para seus alunos e as técnicas de ensino, que são os procedimentos que o professor pode utilizar para atingir os seus objetivos. Ademais, é preciso analisar quais as linguagens e técnicas de ensino mais adequadas aos diferentes saberes e ao perfil das salas de aula, quais objetivos que se quer atingir com a turma, como um todo e com o aluno individualmente a partir de um diagnóstico da realidade em sala de aula e do contexto escolar. Cabe ressaltar que a utilização das mesmas linguagens e técnicas de ensino e o medo de mudá-las têm sido um dos agravantes no processo de construção do conhecimento histórico. O trabalho com diferentes linguagens e técnicas de ensino requer um trabalho conjunto entre professores, alunos, coordenadores, direção, pais, funcionários e comunidade em geral. Por último, cabe mencionar que o trabalho com documentos, fontes e materiais didáticos que fazem parte dessa grande diversidade de linguagens e técnicas de ensino são expressões de representações, e em cada um delas devemos adotar um procedimento específico para analisá-las. O DISCURSO DA IMPRENSA ALTERNATIVA FEMINISTA BRASILEIRA NO PERÍODO DA DITADURA MILITAR: A QUESTÃO DOS CONTRACEPTIVOS – 1970-1980 Lilian Soares do Nascimento (UEL) Orientador: Gilmar Arruda e-mail: [email protected] O presente trabalho tem a proposta de analisar como se comportaram alguns dos principais veículos da imprensa feminista durante e logo após o período da Ditadura Militar na sua construção dos discursos sobre a questão dos contraceptivos e do poder de domínio e de atuação do corpo feminino através do controle da reprodução. O surgimento dos Jornais “Brasil Mulher” (1975 a 1980) e logo na sequência, o “Nós mulheres” (1976 a 1978) e “Mulherio” (1981 a 1987) - todos fundados e publicados no Brasil -, configuram uma fase chamada de imprensa alternativa feminista, por estarem inseridas num contexto de resistência ao Regime Militar iniciado em 1964. Mesmo estando num período de extrema censura, essa imprensa alternativa representou o contraponto ao discurso oficial da Ditadura. Os periódicos feministas trouxeram consigo uma discussão visando à questão de classes, a politização do privado bem como um questionamento dos discursos legitimadores e das imposições de papéis destinadas a cada sexo. JEAN-FRANÇOIS LYOTARD E A NARRATIVA HISTORIOGRÁFICA Lorena Pereira da Silva (UEL) Orientador: Gabriel Giannattasio e-mail: [email protected] A problemática acerca da linguagem permeia o pensamento ocidental desde a antiguidade. A história é tida na corrente historiográfica tucidideana como resgate e estabelecimento de uma cronologia e de uma causalidade lineares ligadas ao conceito de justiça natural e social cíclicas, como se, confiante num registro da experiência do passado, ele pudesse ser tomado como mestre de nossas ações no presente. Inaugura-se a Historia Magistra Vitae, o conhecimento como esperança de corrigir a vida através da preponderância da lógica e da alta consciência como profundezas para tocar a força vital da humanidade. Questionar a abordagem historiográfica embasada no uso da racionalidade para compreensão e explicação do mundo implica em considerar a descontinuidade dos fatos. Considerar que não há uma lógica interna aos acontecimentos e que a realidade e as linguagens utilizadas para sua descrição são limitadas. Limites presentes no sujeito da concepção cartesiana, aquele que usufrui da sua subjetividade de forma coerente e unificada; e limites presentes na concepção da verdade enquanto reveladora dos fatos. Para a perspectiva pós-moderna, considerada aqui em contra ponto com a discursividade estimadora da racionalidade ocidental, suscita-se a incredulidade aos modelos tradicionais de explicação do mundo, modelos moralizantes e de pretensões universais. No livro Moralidades pós-modernas Jean-François Lyotard percorre por diferentes gêneros narrativos usufruindo as possibilidades dos usos da linguagem. Discute-se, assim, o cânone da historiografia ocidental que almeja a capacidade de representar, discursivamente, a experiência, adotando princípios XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 79 caros à historiografia, tais como imparcialidade, objetividade e clareza do historiador como critérios de legitimação do seu discurso. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 80 PONTES MUSICAIS:A RELIGIOSIDADE AFROBRASILEIRA PRESENTE NO TRABALHO DO GRUPO ―OS TINCOÃS‖ ENTRE 1973-1985 Lorran Henrique Ribeiro de Assis (UNESP/ASSIS) Orientadora: Lúcia Helena Oliveira Silva e-mail: [email protected] A seguinte comunicação tem como objetivo trabalhar os elementos do universo afro-religioso, presente nas canções do trio vocal baiano “Os Tincoãs”. O período destacado é de 1973 a 1985, este período é estratégico, pois a primeira é de quando o grupo lança seu primeiro disco com está temática, e a segunda é quando o grupo se desfaz. Busco analisar também a importância do trabalho destes artistas dentro do período, em relação ao combate ao preconceito às religiões de matriz africana, tendo em vistas questões e episódios de discriminação atuais, que trazem a problemática para discussão. Este trabalho tem como referencia a pesquisa de Rachel Bakke intitulada “Tem orixá no samba:Clara Nunes e a presença do Candomblé e Umbanda na Música Popular Brasileira”, onde ela defende a idéia de que a MPB adquiriu uma função de veículo transmissor do universo afro-religioso. A DISPUTA HOMÉRICA E A NOÇÃO DE CULTURA EM FRIEDRICH NIETZSCHE Lourenço da Silva Queiroz (UNESP/ASSIS) Orientador: Hélio Rebello Cardoso Jr. e-mail: [email protected] Em oposição ao ideal neutralizador dos conflitos presente nas reflexões filosóficas, desde Platão até os dias atuais, as análises de Nietzsche sobre o “mundo homérico” tomavam a questão da disputa como o elemento fundamental para a cultura grega e essencial para a saúde do Estado. No entanto, Nietzsche atesta que em tal conflito ninguém estaria no direito de ser o melhor, pois isto colocaria em perigo o eterno jogo da disputa entre forças rivais, dentro dos limites da justa medida – “princípio da vida do Estado grego”. A supremacia de um só, além de por fim ao conflito, também poderia dar ensejo à desmedida, ou seja, a guerra mortal entre os oponentes. Do jogo da disputa sempre haverá preponderâncias, hierarquias, mas sempre momentâneas, uma vez que na contenda ora um, ora outro dominam. Considerando as análises de Nietzsche sobre a disputa homérica, pretendemos discutir a correlação entre o agon da polis helênica e a caracterização da cultura através da noção de “estilo”. Tratase, para Nietzsche, de restaurar uma ideia de cultura com estilo artístico, ou seja, que dê continuidade à natureza sem domesticá-la e discipline-a para torná-la uma obra de arte. A Literatura do Terror: o stalinismo em ―Um dia na vida de Ivan Denisovich‖ de Soljenítsin e ―A Brincadeira‖ de Milan Kundera Lucas Alexandre Andreto (UNESP/Assis) Orientador: Carlos Eduardo Jordão Machado e-mail: [email protected] Um dia na vida de Ivan Denisovich” de Alexander Sojenítsin e “A Brincadeira”, de Milan Kundera, são livros escritos no contexto do socialismo realmente existente. O livro de Sojenítsin trata de um soldado soviético condenado a passar incontáveis anos num campo de concentração. O de Kundera, conta a história de um homem que teve sua vida destruída por causa de uma brincadeira de namoro desaprovada pelo Partido Comunista de sua faculdade. Ambos os livros são frutos do socialismo do século XX e trazem consigo enredos que expressam a vida em seu contexto. O filósofo húngaro Gyorgy Lukács, ao estudar a obra de Soljenítsin no intuito de esclarecer a experiência do totalitarismo stalinista, afirmou que a façanha de Sojenítsin é expressar em sua obra o cotidiano do stalinismo. Nesse sentido, o presente projeto objetiva analisar “A Brincadeira” de Milan Kundera e “Um dia na vida de Ivan Denisovich” como um tipo específico de registro histórico para um estudo do que foi o chamado “stalinismo” no cotidiano dos cidadãos que viveram sob o socialismo que vigorou no século passado; para isso, conteremos também com o apoio dos estudos de Lukács à respeito do assunto. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 81 NARRATIVA, MEMÓRIA E OS LIMITES DO PENSÁVEL EM LUCIEN FEBVRE Lucas de Almeida Pereira (UNESP/ASSIS) Orientador: Hélio Rebello Cardoso Jr e-mail: [email protected] A tradição epistemológica da história baseou-se, em boa parte do século XX, no apoio no empirismo como base concreta que conferia solidez à cientificidade histórica, em detrimento da filosofia, considerada por demais especulativa e incerta para preencher as expectativas dos historiadores. No início do século XXI, contudo, tal postura passou a ser revista e o diálogo com a filosofia tornou-se não apenas produtivo, mas central ao conhecimento historiográfico. Pretendemos nos inserir nesta senda, entre história e filosofia, através do questionamento, afinal, como filosofam os historiadores? Para responder a esta questão propomos executar uma breve análise de Le probleme de L’Incroyance au XVI Siecle: La religion de Rabelais de Lucien Febvre. Através da crítica das narrativas e das memórias que envolviam o processo de ateísmo movido contra Rabelais, Febvre deduziu os limites da descrença no século XVI. Nosso objetivo é demonstrar como a tarefa de delimitar os limites do pensamento numa determinada época não constitui apenas um problema epistemológico, mas, também, histórico ontológico. GEOGRAFIA E MÚSICA: UMA ANÁLISE DO ESPAÇO URBANO CARIOCA A PARTIR DAS COMPOSIÇÕES DE ANTÔNIO CARLOS JOBIM Lucas Jurado Taoni (UNESP/OURINHOS) Orientadora: Fabiana Lopes da Cunha e-mail: [email protected] O projeto tem o esforço de pensar e interpretar o espaço urbano carioca, sobretudo a Zona Sul da cidade, a partir do legado musical de Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927-1994). O trabalho tentará compreender a obra de Tom Jobim e sua relação com o desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro norteado pela geografia e também alicerçado pelo arcabouço teórico e metodológico de outras áreas do saber que também trabalham com música, tais como: história, literatura e antropologia. AGRICULTURA, IMIGRAÇÃO E FERROVIAS: A ATUAÇÃO DA SECRETARIA DE AGRICULTURA, COMÉRCIO E OBRAS PÚBLICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO NO INÍCIO DO SÉCULO XX Lucas Mariani Corrêa (UNESP/ASSIS) Orientador: Eduardo Romero de Oliveira e-mail: [email protected] Nossa comunicação tem por intuito apresentar parte de nossa pesquisa em desenvolvimento de mestrado. Propomo-nos analisar a atuação da Secretaria de Agricultura, Comercio e Obras públicas (SACOP). Essa Secretaria surge em 1882, na tentativa do governo republicano paulista em consolidar, cada vez mais, a ocupação humana dos denominados “sertões”. Esta Secretaria foi organizada na tentativa de possibilitar o governo paulista promover políticas de desenvolvimento e estruturação de todo território do estado de forma articulada e gerenciada. A SACOP se preocuparia e gerenciaria o desenvolvimento econômico e estrutural, preocupando-se desde a Capital, até o interior. Para consolidar tal desenvolvimento, a Secretaria de Agricultura basearia e focaria suas diretrizes de desenvolvimento em, basicamente, três atividades: agricultura, imigração e meios de transporte (ferrovias). Ao decorrer de sua existência, principalmente nas primeiras décadas do século XX, essa Secretaria controlou e coordenou o desenvolvimento do território paulista, utilizando as ferrovias para atingir e ocupar os locais mais longínquos da capital do estado e em conjunto com a agricultura, estimular a imigração e ocupação de diversos locais ainda tidos como “vazios” pelo Estado. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 82 DIÁLOGOS TRANSOCEÂNICOS: PORTUGAL E BRASIL NA REVISTA “A ILUSTRAÇÃO LUSO-BRASILEIRA” (1856) Lucas Schuab Vieira (UNESP/ASSIS) Orientador: José Carlos Barreiro e-mail: [email protected] Este projeto tem por intenção e enfoque central fazer uma análise sobre as relações culturais entre Portugal e Brasil. O objeto e fonte de análise será o periódico ―A Ilustração Luso-Brasileira‖ que teve início em 06 de janeiro de 1856 por empreendimento do tipografo português Antonio José Fernandes Lopes. Como desdobramento da pesquisa procuraremos pensar as representações feitas no periódico sobre uma ideia de civilização, assim como buscaremos analisar na revista a produção e veiculação de um discurso de nacionalidade. O recorte temporal será relativo ao ano de 1856, período de circulação do primeiro volume da revista no Brasil e em Portugal. Pretende-se assim, no desenrolar desta pesquisa, refletir sobre o trabalho e as inovações de tal periódico, perceber a sua atuação como ator histórico e difusor de uma ideia de nacionalidade assim como, tecer uma análise crítico/reflexiva sobre a complexa teia de relações culturais entre Brasil e Portugal na década de 50 do século XIX. O TERCEIRO REINADO NOS HORIZONTES DE EXPECTATIVA DO FINAL DO IMPÉRIO (1888-1893): PERSPECTIVAS INICIAIS Lucas Suzigan Nachtigall (UNESP/ASSIS) Orientador: José Carlos Barreiro e-mail: [email protected] A comunicação tem por objetivo apresentar um panorama com as primeiras perspectivas de minha pesquisa de mestrado. Essa pesquisa tem por objetivo estudar os horizontes de expectativa e as leituras de presente e representações relativas à idéia de Terceiro Reinado durante os últimos anos da monarquia no Brasil e da vida do imperador Dom Pedro II. De maneira similar, pretende estudar a persistência e o contínuo processo de ressignificação da mesma idéia nos momentos iniciais da Primeira República e do movimento monarquista. Como fonte, a pesquisa usará jornais do período estudado, bem como trabalhos de intelectuais monarquistas que idealizaram os mais diversos modelos e projetos de Terceiro Reinado na tentativa de compreender, a partir desses trabalhos, as leituras de presente, as projeções que esses intelectuais e sociedade fizeram de seu futuro e as construções e representações feitas a partir dessas projeções. VIAGENS PELA ÁFRICA: O CONTINENTE AFRICANO VISTO PELOS OLHOS DE SEUS EXPLORADORES E HABITANTES NO XIX Lúcia Helena Oliveira Silva (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] A comunicação falará de parte de um projeto de pesquisa sobre as experiências de vida na África no processo de colonização vivenciado no século XIX. Buscamos ampliar o conhecimento sobre os aspectos sociais da vida em África pois a maior parte dos conhecimentos voltados para a temática são em sua maior parte sobre o tráfico. Esta comunicação apresenta alguns resultados sobre Ham Mukasa. Este homem nascido na região que hoje compreende Uganda era um africano que foi um pajem de Mutesa rei de Uganda tinha como fé a religião islâmica e se converteu ao cristianismo. Educado ocidentalmente por um membro da missão inglesa de Uganda ele produziu entre outras obras sua história narrando sua conversão. Sua singular formação educacional faz com que seu relato se constitua em um dos raros testemunhos africanos das transformações da região da África Central como tráfico, costumes e, em especial seu conhecimento sobre Uganda. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 83 HISTÓRIA ORAL: DIÁLOGOS ENTRE HISTÓRIA E MEMÓRIA Luciana Francisco (UNESP/ASSIS) Eduardo Rodrigues Oliveira (UNESP/ ASSIS) Orientador: Eduardo José Afonso e-mail: [email protected] / [email protected] Somos um grupo de pesquisa que trabalha com História e Memória no Campus de Assis. Nosso trabalho é feito em parceria com a UNATI (Universidade Aberta a Terceira Idade). O projeto tem como escopo a recolha de depoimentos dos participantes da UNATI, na busca do resgate de sua memória, em especial sua memória do trabalho, e de maneira geral a história de Assis e região. Por questões meramente burocráticas ainda não conseguimos material técnico para o início dos trabalhos, ou seja, a recolha dos depoimentos. Não deixamos, no entanto, de nos reunir, semanalmente, para a manutenção dos debates teóricos acerca dos principais teóricos de memória. Nossa proposta para o seminário temático é discutir a relação existente entre a Memória e a História, e a abordagem da história oral na historiografia atual. Pretendemos estabelecer um diálogo entre as ideias de Maurice Halbwachs discutidas em sua obra “A Memória Coletiva” e as defendidas por Jacques Le Goff em sua obra “História e Memória”. Tal diálogo visa estabelecer a interdisciplinaridade proposta pela Escola dos Annales, pensando na importância que a história oral representa para a historiografia hoje, no resgate da memória. O IMPERADOR PENITENTE Luciano Daniel de Souza (UNESP/ASSIS) Orientador: Ricardo Gião Bortolotti e-mail: [email protected] O século XI no Ocidente Cristão foi marcado na política e na religião pelas divergências entre papas e diversos monarcas. Os papas reivindicavam a autonomia da Igreja em questões disciplinares e na escolha de sua hierarquia. A situação foi particularmente mais tensa nas relações entre Gregório VII (ca. 10151106) e Henrique IV (1050-1106). As cartas, decretos e outros escritos produzidos na época possibilitam reconstruir as principais divergências entre Gregório VII e Henrique IV. Esta comunicação analisa as cartas e decretos entre os anos de 1080 e 1081 entre o imperador e o papa. TRAFALGAR – A VITÓRIA ESTRATÉGICA DO ALMIRANTE NELSON Luis Claudio de Barros Pereira (FAPREV / UNIESP) e-mail: [email protected] Haja vista que o Imperador Napoleão I estava ansioso pelo domínio do velho continente através do Império Inglês, sabia que haveria de promover um ataque a sua velha inimiga Inglaterra e impor-lhes uma tomada promovendo um desembarque de tropas em Londres e concretizar o bloqueio há tanto esperado. Numericamente Napoleão sabia que era superior aos ingleses, porém, deveria de transpor a esquadra confiada ao Almirante Nelson. Coube a Nelson aplicar as derrotas à esquadra franco-espanholas em São Vicente e no Nilo, uma vez que em terra o imperador ia anexando todo o continente. Nelson seria nomeado comandante da esquadra do Mediterrâneo e o momento continuava a ser delicado para os ingleses, na medida em que Bonaparte continuava a pensar na invasão da Grã-Bretanha, que poria fim a maior resistência aos seus planos imperiais. O combate em Trafalgar marcou o apogeu da guerra naval na era da vela. Munidos de 33 navios com maior poder de fogo, os franceses foram abordados pela esquadra de Nelson, que com 27 embarcações partiu a formatura em três linhas e estratégicamente impôs seu domínio no Canal da Mancha Tudo ocorreu perfeitamente para os ingleses, com vários barcos inimigos afundados ou capturados. No entanto, Nelson morreu na batalha, atingido por uma bala do francês Redoutable Tudo ocorreu perfeitamente para os ingleses, com vários barcos inimigos afundados ou capturados. No entanto, Nelson morreu na batalha, atingido por uma bala do francês Redoutable. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 84 HISTÓRIA E CINEMA: POSSIBILIDADES E DEBATES Luis de Castro Campos Jr (UENP) e-mail: [email protected],br Neste trabalho pretende-se discutir a relação entre História e Cinema seja enquanto possibilidade de pesquisa uma vez que o último possui uma linguagem própria marcada pela relação entre o áudio e a imagem usados muitas vezes de forma estratégia no contexto da industrial cultural. Procura também ressaltar o momento em que a chamada indústria cinematográfica se aproxima da idéia de consumo produzindo para o mercado ditando comportamentos, visões de mundo que se transformam em um terreno importante para o trabalho do historiador. A ESTAÇÃO DA ESTRADA DE FERRO SOROCABANA EM BOTUCATU: MODERNIDADE POR MEIO DOS PERIÓDICOS (1934) Luís Gustavo Martins Botaro (UNESP/ASSIS) Orientador: Eduardo Romero de Oliveira e-mail: [email protected] Temos como propósito para esta apresentação, uma reflexão em torno das estruturas da Estrada de Ferro Sorocabana na cidade de Botucatu, mais precisamente no que se refere à construção do novo prédio da estação na cidade, que é inaugurada em 1934. Utilizamos como fonte três periódicos locais do período – Correio de Botucatu, Jornal de Notícias e Folha de Botucatu – com o objetivo principal de compreender se tal estrutura fora considerada uma referência no processo de modernização da cidade por meio dos periódicos, e sendo assim, se a Estrada de Ferro Sorocabana e suas estruturas possuem um papel relevante em tal processo. Buscamos compreender a Estrada de Ferro Sorocabana na cidade de Botucatu, numa interação entre ferrovia e cidade. Entretanto, nossa análise situa-se numa abordagem cultural da companhia ferroviária na cidade: a sua representação por meio dos periódicos. Ou seja, entender como era compreendida as estruturas ferroviárias na cidade, a partir das representações impressas nos jornais, quais valores sustentavam e se havia apoio de grupos sociais, políticos ou econômicos. A SUBJETIVIDADE OBOMSAWIN DOS TESTEMUNHOS NOS DOCUMENTÁRIOS DE ALANIS Luiz Alexandre Pinheiro Kosteczka (UNESP/ASSIS) Orientadora: Karina Anhezini de Araujo e-mail: [email protected] É possível afirmar que a recolha de testemunhos é um componente essencial de uma extensa cinematografia documental e talvez se trate de um artifício comum do cinema documentário. Esse elemento constituiu a diégese fílmica e, em conjunto com outras intervenções estéticas, realoca a relação entre o documentarista e participante, aviltando a qualidade subjetiva do estilo documental. No saber das humanidades, a subjetividade é apreciada como constituinte primordial do relato e do testemunho. Pierre Bourdieu e Beatriz Sarlo representam uma intelectualidade que problematizou o status da memória e da experiência individual no decorrer do século XX. Essas considerações compõem o aparato teórico e metodológico desenvolvido por Michael Renov a fim de compreender a estética do testemunho e do depoimento no cinema do documentário. Esses desenvolvimentos conceituais serão fundamentais para perscrutar os aspectos formais dos testemunhos presentes nos documentários My Name is Kahentiiosta e Spudwrench: Kahnawake Man de Alanis Obomsawin. Dessa forma, o objetivo desta comunicação é cartografar a experiência dos sujeitos apresentados nestes filmes. Propomos um diálogo entre o fazer cinematográfico e os questionamentos das humanidades aos topoi relato e testemunho. A partir da análise fílmica destas experiências audiovisuais, tentaremos indicar os problemas acerca da memória e da experiência individual nas narrativas documentarias. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 85 SOBRE DOCUMENTOS MOVIMENTAM AUDIOVISUAIS: FONTES DOCUMENTAIS QUE SE Luiz Antonio Santana da Silva (UNESP/MARÍLIA) Orientadora: Telma Campanha de Carvalho Madio e-mail: [email protected] Esta abordagem pretende realizar uma breve discussão a respeito da origem do conceito de patrimônio, sua definição e entendimento no cenário brasileiro. A proposta principal é discutir os acervos documentais, sejam eles públicos ou privados, provenientes das atividades de pessoas físicas e/ou jurídicas, enfocando especialmente os documentos audiovisuais como patrimônio arquivístico. Além disso, pontuar, questões que definam qual a configuração assumida pelos audiovisuais em ambiente de arquivo, mesmo sendo documentos de relevância para a História, uma vez que tais documentos são de cunho arquivístico munidos de valor permanente ou histórico, é indispensável. Esses documentos compostos por linguagem audiovisual têm o poder de exteriorizar aspectos mais próximos da realidade, oferecendo mais informações para o trabalho historiográfico. Os documentos audiovisuais já são produzidos para servirem de base a pesquisa histórica devido ao seu potencial de informação elevado. Dessa maneira, esta reflexão se deu através de discussões teóricas abarcando a literatura oriunda da História, Arquivologia e Ciência da Informação como metodologia para a consecução dos objetivos. Refletir o documento audiovisual enquanto patrimônio documental arquivístico no qual desponta como mecanismo de evocação e representação da memória (individual, coletiva, nacional e etc.), é o ponto central dessa interlocução entre documento de arquivo, patrimônio e memória. PROCESSOS MIGRATÓRIOS NA FORMAÇÃO DA VILA FRANCA DO IMPERADOR, SÃO PAULO (1805-1840) Maísa Faleiros da Cunha (UNICAMP) e-mail: [email protected] Este trabalho destaca o papel dos movimentos migratórios no povoamento do norte paulista e está baseado em registros paroquiais de casamento e na Lista Nominativa de Habitantes de 1836. A partir da informação sobre a naturalidade que consta nos referidos documentos busca-se mostrar a importância dos migrantes oriundos de Minas Gerais para o desenvolvimento demográfico de Franca em dois momentos: Freguesia (1805-1824) e Vila (1825-1840). A REVOLUÇÃO DE 1932 E OS IDEAIS EM ARAÇATUBA Marcela Soares Moura (Centro Universitário Toledo) e-mail: [email protected] O presente trabalho é uma artigo apresentado para Conclusão de Curso, tem como tema a Revolução Constitucionalista de 1932. Estudou-se a participação da cidade de Araçatuba na causa paulista. Foi analisado documentos oficiais, cartas e entrevista. O artigo esta inserido na História Local e tem como foco de estudo a História Social, segundo Roger Chartier. CORPO E BIOPODER: BELEZA E PRÁTICAS DE SAÚDE NA REVISTA CAPRICHO DOS ANOS 1960-1970 Marcela Taveira Cordeiro (UEL) Orientador: André Luiz Joanilho e-mail : [email protected] No ano de 1952 do século XX, começou a ser veiculada a revista Capricho, considerando - a como uma das mais populares do período, em que seu público alvo era as mulheres. Nosso recorte priorizou tentar compreender noção de beleza como uma prática de ser saudável que perpassa pelo corpo, pois este é marcado por discursos e dispositivo de poder. Entendo que esses elementos são constituídos historicamente, assim, utilizamos como base as reflexões do filósofo Michel Foucault e o seu conceito de biopoder, ou seja, de um poder sobre a vida e das formas de governamentalidade que a ela estão ligadas. É necessário dizer por que esses discursos (nas revistas) participam de um dispositivo biopolítico e entram em biopoderes, pois se trata: poder de normatizar a aparência física dos consumidores e mais, o que as pessoas fazem sobre o corpo. Deste modo não é apenas um novo ideal de belo, mas acima de tudo um investimento tanto governamental de gerir a população, como o correlato de práticas discursivas de XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 86 outros saberes, essa gestão política da vida, ou seja, a biopolítica se aplica a fim de governar a vida e a racionalizar esses problemas. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 87 A INTERDISCIPLINARIDADE EM QUESTÃO: JARED DIAMOND E A HISTÓRIA AMBIENTAL Marcio Henrique Bertazi (UNESP/ASSIS) Orientador: Paulo Henrique Martinez e-mail: [email protected] A prática da escrita da História Ambiental tem se mostrado, muitas vezes, uma caminhada por territórios antes inexplorados e isso tem trazido dificuldades e incertezas na disciplina, o que não é, necessariamente, um ponto negativo. Sendo a temática meio ambiente bastante ampla, torna-se dificultoso explica-la à luz da História utilizando-se apenas das disciplinas das ciências humanas ou outras em que a História tem se debruçado tradicionalmente na investigação do passado. Novos campos do conhecimento são requisitados para compreender as múltiplas relações que se estabelecem entre a História e o Meio Ambiente, em suas mais distintas e complexas formas. Esses novos conhecimentos, por sua vez, trazem desafios metodológicos que necessitam de adequada discussão. Nesse sentido, o objetivo dessa comunicação é discutir algumas obras de um autor que não é historiador de formação, mas que vem caminhando nas orilhas no terreno da História Ambiental, carregando em sua bagagem disciplinas como Biologia, Ecologia, Paleontologia, Evolucionismo, dentre outras. Jared Diamond, um biólogo evolucionário estadunidense, debruça-se sobre períodos temporais extensos e, por vezes, defende um determinismo ecológico específico que necessita ser discutido no âmbito da História Ambiental, demonstrando os limites que novos campos do conhecimento podem trazer à tona. MARCAS DO EXÍLIO E CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA EM ECOS DE MINHA TERRA, DE ÓSCAR RIBAS Marcio Roberto Pereira (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] O trabalho visa ao exame da obra de Oscar Ribas, Ecos da minha terra, a partir de uma poética de identidade com o negro e das experiências narrativas de personagens que participam de um espaço de exclusão, violência e exílio social. De forma geral, o livro trata da morte e da violência de maneira crua e sem idealizações a partir da recuperação de estórias populares que ecoam um mundo de pobreza e exílio social. Ao propor uma análise dos contos de Ecos de minha terra o trabalho aqui apresentado reflete sobre uma poética da exclusão que percorre os contos que compõem a obra, em diálogo com imagens e mensagens de luta pela sobrevivência. Dentre os contos analisados, “Damba Maria” será privilegiado por conter uma trajetória narrativa em que o personagem central sofre com a degradação. Tal experiência é marcada por imagens e mensagens do colonialismo e pós-colonialismo que circundam o espaço da narrativa. A VOZ DE QUEM QUER CALAR – FANZINES DE CARECAS E NEONAZISTAS BRASILEIROS NO FINAL DO SÉC. XX Marco Antonio Milani (UNESP/ASSIS) Orientador: Hélio Rebello Cardoso Jr e-mail: [email protected] Durante as décadas de 1980 e 1990, os jovens das periferias das grandes cidades se reuniam em diversas tribos urbanas. Inicialmente, os punks, nos últimos anos da década de 1970, posteriormente os carecas e os neonazistas. Dentre os vestígios que restaram de suas formas de pensamento, os fanzines são uma fonte privilegiada dos discursos por eles proferidos. Foi a própria possibilidade de livre expressão, inerente a esse tipo de impresso, que deu voz aos carecas e neonazistas. Seus fanzines manifestam discursos em prol do uso da violência como meio de impor a própria visão de mundo. Mas, mais que isso, expressam práticas de si, que aspiravam à constituição de sujeitos politizados e de moral rígida. Supostamente, seriam estes os únicos agentes capazes de salvar o país da invasão do capital estrangeiro e da amoralidade dos políticos brasileiros. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 88 O ESPAÇO DA MULHER NA IMPRENSA FRANCANA NO SÉCULO XX Marco Túlio de Souza Lima (UNESP/FRANCA) Orientador: Ricardo Alexandre Ferreira e-mail: [email protected] O trabalho traz à discussão as maneiras pelas quais se constituiu o “espaço” da mulher dentro dos periódicos paulistas no século XX. A partir da leitura e análise do periódico "O Diário da Franca", jornal de importância e circulação destacadas na cidade que o nomeia, intenta-se perceber como esse “espaço" foi delineado entre os anos FULANO e FULANO, considerando especialmente a coluna “Espaço Feminino”, formada por vários artigos, manchetes e pequenas noticias, que, a primeira vista, tem o intuito de moldar uma possível “mulher padrão” para aquela época. Nesta breve apresentação, o principal objetivo está em mapear as regularidades nas prescrições à mulher e esmiuçar que tipo de informações seriam a elas destinas, sob a hipótese citada de se veicular, ao fim, ações modelares às moças francanas. A presente proposta é desdobramento de um projeto desenvolvido no Centro de Documentação Apoio à Pesquisa Histórica (Cedaph) da Unesp/campus Franca, intitulado. A Catalogação temática e divulgação do acervo digitalizado do Cedaph”, onde tenho, realizado a leitura e criação de índices temáticos acerca dos periódicos sob guarda desse Centro. Através do contato com a produção da imprensa local, fez-se relevante pensar na questão feminina, especialmente tratada pelos jornais em colunas específicas. OS LUGARES DE MEMÓRIA LITERÁRIA DO BRASIL E A DEMOCRATIZAÇÃO DOS USOS DOCUMENTAIS Marcos Ulisses Cavalheiro (UNESP/MARÍLIA) Orientadora: Sonia Troitiño e-mail: [email protected] As instituições responsáveis pela organização, preservação e disponibilização da informação dos arquivos pessoais dos escritores brasileiros são consideradas verdadeiros lugares de memória, ao passo que esses conjuntos documentais são registros dos pensamentos, sentimentos e idéias de personalidades consagradas na história literária do país. Em geral, o perfil usuário desse patrimônio documental são os pesquisadores dos campos da História e das Letras, uma vez que a documentação acumulada pelos literatos, ao longo de suas vidas e carreiras, representa uma fonte primária à pesquisa histórica e literária. No entanto, ainda deve ser destacada a parcela dos usuários desprovida de instrução acadêmica, mas cujo interesse em tais arquivos se justifica por sua admiração e afinidades com o titular. É nesse sentido que esses lugares de memória literária, tais como o Arquivo-Museu de Literatura Brasileira AMLB (RJ), a Academia Brasileira de Letras – ABL (RJ) e o Instituto de Estudos Brasileiros – IEB (SP), assumem a responsabilidade de mediar as possibilidades de usos documentais no âmbito desses arquivos. Nesta comunicação, visamos apresentar alguns desafios e perspectivas das mencionadas instituições, em cujas missões inserem-se o discurso da preservação e difusão da memória literária do Brasil. A MIGRAÇÃO INTER-REGIONAL DE CAPITAIS: FORMAÇÃO DA PLANTATION AÇUCAREIRA DE CAMPINAS E A FAMÍLIA TEIXEIRA VILELA: RIQUEZA E ESCRAVARIA Maria Alice Rosa Ribeiro (UNICAMP) e-mail: [email protected] O trabalho é um estudo sobre a formação da plantation açucareira em Campinas na primeira metade do século XIX. Aborda a transição da economia de mercado interno para a agroexportadora açucareira por meio da presença de uma família mineira – os Teixeira Vilela. Com base no testamento e no inventário de Antonio Manoel Teixeira, o estudo traz uma análise da composição da riqueza e de sua escravaria. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 89 ANÁLISE DO CONTEÚDO DE ENSINO DE HISTÓRIA NAS PROPOSTAS CURRICULARES ESTADUAIS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL Maria Cristina Floriano Bigeli (UNESP/MARÍLIA) e-mail: [email protected] O ensino de História foi, e continua sendo, objeto de intensos debates durante a história da Educação brasileira, sendo que várias transformações ocorreram tanto na forma como no conteúdo desta disciplina desde que fora implantada nas escolas nos idos do século XIX. Quando esta foi inserida nas escolas brasileiras, suas propostas eram voltar-se para a construção e formação da “identidade nacional”, o despertar do patriotismo e o ensino das tradições nacionais. Com o passar dos anos, o conteúdo foi sendo adaptado a cada contexto social em que esteve inserido, sendo utilizado para moldar os jovens de acordo com o que cada política dominante acreditava ser o mais adequado. O objetivo central desta pesquisa, que será desenvolvida a partir do ano de 2014, é analisar o conteúdo de ensino de História nas atuais propostas curriculares para os anos finais do Ensino Fundamental dos quatro Estados do sudeste do Brasil, buscando compreender e rastrear as visões presentes em cada uma delas e as mudanças e permanências das concepções acerca do ensino de História e de metodologias que fizeram parte da trajetória dessa disciplina no Brasil. Para a realização dessas análises utilizaremos os procedimentos metodológicos de abordagem qualitativa e os procedimentos teórico-analíticos da Análise de Conteúdo. DE PELÍCULAS A EPÍSTOLAS: CINEMA EM SETE VEZES RUA, DE JOÃO ANTÔNIO E PARQUE DE DIVERSÕES, DE ILKA BRUNHILDE LAURITO Maria Paz Lencinas (UNESP/ASSIS) Orientadora: Ana Maria Domingues de Oliveira e-mail: [email protected] O estudo que se apresenta pretende dimensionar a incidência do cinema na tessitura dos textos que compõem as obras Sete vezes rua (1996), de João Antônio e Parque de diversões (1995) de Ilka B. Laurito, constatada pela referência a filmes, presente na coleção de correspondência entre os dois autores. Mediante o rastreamento e caracterização das obras cinematográficas mencionadas na coleção epistolar, a premissa é mensurar a exposição dos autores a um fazer cinematográfico e em que proporção esta exposição é constitutiva do processo de criação das duas obras literárias que se tenciona estudar. Para tal efeito, propõe-se a análise dos elementos composicionais das obras cinematográficas destacadas, procurando a depreensão do que seria uma poética desses filmes e, distinguindo confluências, traçar uma relação entre as constatações decorrentes e as escolhas estéticas que compõe os processos criativos de que derivam as obras literárias em questão. TRÁFICO, CATIVEIRO E DOENÇAS: UMA REFLEXÃO ACERCA DA SAÚDE AFRICANA E AFROBRASILEIRA NO BRASIL OITOCENTISTA Mariana Alice Pereira Schatzer Ribeiro (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] Os estudos sobre a história das ciências e da saúde do negro no Brasil tem origem nas observações do pensamento, manuais e práticas médicas no século XIX. Estes retratavam nos africanos e afrobrasileiros a causa de muitas doenças e males, o que tornava a sua presença na sociedade um perigo físico e moral. Desta forma, a presente comunicação tem por objetivo analisar a questão da saúde dos africanos e escravizados, pertencentes aos estabelecimentos imperiais no Brasil oitocentista. Para tal, serão discutidas através da documentação e bibliografia sobre o tema a insalubridade nos navios negreiros durante o tráfico transatlântico, as principais enfermidades sofridas pelos cativos, como por exemplo: o escorbuto, as bexigas (varíola), boubas e febres; além das condições médico-sanitárias em seus postos de trabalho. Por fim, mais do que compreender acerca das práticas de saúde, essas abordagens revelam inclusive, as tensões, conflitos e negociações na sociedade escravista. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 90 OUTRAS AMÉRICAS, SEBASTIÃO SALGADO E AS SUAS INFLUÊNCIAS DA DÉCADA DE 1960 Mariane Mateus de Alencastro (UNESP/ASSIS) Orientador: Carlos Alberto Sampaio Barbosa e-mail: [email protected] Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro de grande renome internacional, em 1986 lançou na Espanha, Estados Unidos e França o fotolivro Outras Américas, que tem seu enfoque a resistência cultural na América Latina. Economista e bastante engajado, Salgado mostra um olhar crítico sobre essa América cheia de diferenças sociais, culturais, econômicas e também políticas. A análise parte da metodologia criada pelo historiador Boris Kossoy, no qual iconologicamente se procura a verdadeira interpretação do documento, decodificando a verdade construída na representação fotográfica. Analisando o autor e sua obra, a colocação do autor no contexto histórico, e a ideologia e ideias da época. A partir disso, podemos observar, por exemplo, como o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado foi influenciado pela corrente da teoria da dependência, por algumas propostas da CEPAL, e pela obra do jornalista Eduardo Galeano As Veias Abertas da América Latina, tão fortes na década de sessenta do século XX. Desse modo, o objetivo principal desta apresentação é baseado na hipótese de que a visão econômica e as influências que o fotógrafo Sebastião Salgado transparece em seu trabalho de sete anos pela América Latina. HISTORIOGRAFIA DA CULTURA E MICHEL FOUCAULT: POR UMA HISTÓRIA GENEALÓGICA DO NEOPENTECOSTALISMO BRASILEIRO Marina Fazani Manduchi (UEL) Orientador: Alfredo dos Santos Oliva e-mail: [email protected] O presente trabalho tem por objetivo, primeiramente, debater sobre as relações entre a historiografia da cultura e as contribuições do filósofo Michel Foucault. A partir de tal debate, é possível inserir esta pesquisa no campo da historiografia cultural e também dialogar com Michel Foucault. Ao analisar uma das principais igrejas do neopentecostalismo, uma modalidade da religiosidade contemporânea do Brasil, o trabalho estará focado em uma instituição específica, a Igreja Universal do Reino de Deus. Diante da multiplicidade da Igreja Universal, optei por explorar uma de suas campanhas, denominada “Jejum de Daniel”. A campanha faz alusão ao Daniel bíblico, que por 21 dias realizou um jejum alimentar se sacrificando em nome de Deus, dessa forma, a campanha também propõe aos fiéis da Igreja que jejuem por 21 dias. No entanto, o “sacrifício” proposto não é alimentício e sim, midiático, ou seja, abstinência de qualquer tipo de mídia com o objetivo de ser batizado com o Espírito Santo. O que mais chama atenção são os resultados, que são amplamente divulgados por meio de testemunhos dos fiéis. São esses discursos, o institucional e do fiel, que pretendo abordar com base em conceitos do filósofo francês: discurso, poder e em especial, o cuidado de si explorado nos seus últimos cursos no Collège de France. A CONSTRUÇÃO DA NARRATIVA HISTÓRICA E OS USOS DOCUMENTAIS NA OBRA O BRASIL NA HISTÓRIA (1930) DE MANOEL BOMFIM (1868-1932) Marina Rodrigues Tonon (UNESP/ASSIS) Orientadora: Karina Anhezini de Araújo e-mail: [email protected] Inserido na tradição que compõe os estudos da história da historiografia, o trabalho a ser apresentado nesta comunicação tem como principal objetivo analisar o livro O Brasil na História (1930), obra do conhecido intelectual sergipano, Manoel Bomfim (1868- 1932), buscando investigar as escolhas feitas por este pensador para dar veracidade a sua narrativa. Para averiguar as estratégias adotadas por este autor na construção de seu texto, nos debruçaremos sobre as fontes utilizadas, os documentos elencados, os testemunhos invocados e os argumentos empregados que possam ter contribuído para a produção de um efeito de real trazido ao texto. Desta forma, buscaremos averiguar qual a proximidade do método de construção histórica empregado por Bomfim, com o método científico difundido pelos manuais desenvolvidos a partir segunda metade do século XIX por historiadores alemães e posteriormente franceses, que guiavam a utilização correta do método histórico. Acredita-se, desta forma, que por meio XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 91 desta análise será possível um melhor esclarecimento a respeito do que este autor entendia por documento e a forma com a qual o utilizava. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 92 LEGISLAÇÃO CIVIL E ECLESIÁSTICA A RESPEITO DOS ESCRAVOS AFRICANOS: AMÉRICA PORTUGUESA ENTRE OS SÉCULOS XVII E XVIII Mariza de Araujo Dias (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] Nosso objetivo é levantar algumas questões sobre a posição do governo, dos senhores de escravos e da Igreja Católica em relação à situação do escravo africano no Brasil colonial. Trataremos, portanto, das leis que se referiam aos escravos africanos dispostas nas Ordenações Filipinas, - código legal português que vigorou de 1603 até 1830 - nas Cartas Régias - produzidas no século XVII - e nas determinações das Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia (1707). Levaremos em conta também, textos de padres que tinham como preocupação as relações entre senhores e escravos como a obra de Jorge Benci, Economia Cristã dos Senhores no Governo dos Escravos, o livro Etíope Resgatado, de Manuel Ribeiro Rocha e alguns sermões de Antonio Vieira. UMA TRAJETÓRIA DE EXÍLIO OU UMA BIOGRAFIA BRASILEIRA/NORDESTINA: O REGISTRO LITERÁRIO DE CLARICE LISPECTOR Marta Francisco de Oliveira (UFMS) Orientador: Gilberto Martins Figueiredo e-mail: [email protected] O objetivo desta comunicação é aproximar o texto literário da escritora Clarice Lispector da forma de apresentação do documento pessoal como uma fonte de registro histórico, demonstrando como este pode ser lido como uma foto parcial de uma realidade brasileira no contexto da década de 1970. Sua novela A hora da estrela, de 1977, dá indícios da urbanização do país e da nova configuração da vida urbana sob influências migratórias e sob a égide do mercado cultural em expansão. Neste aspecto, parece válido analisar os elementos dos quais a autora lança mão para criar imagens literárias e urbanas do contingente humano que se desloca de regiões remotas do Brasil, pouco desenvolvidas economicamente, e sua relação com o mundo atual, que pode ser descrito, com base nas reflexões de Edward Said, como pertencente à era dos exilados, dos migrantes, dos deslocados. Clarice Lispector, inclusive com sua própria trajetória, põe em evidência a questão da necessidade de se refletir acerca do lugar deslocado do próprio intelectual frente às demandas sociais, como queremos demonstrar. Jean de Léry e a construção da noção de ―feitiçaria‖, idealizada a partir de suas observações sobre as festividades Tupinambá, no Brasil do século XVI (1578-1579): considerações iniciais Matheus Germino (UNESP/ASSIS) Orientador: José Carlos Barreiro e-mail: [email protected] O objetivo desta apresentação é discutir, a leitura efetuada por Léry em sua obra Viagens à terra do Brasil, sobre a cultura Tupinambá. Mais especificamente, queremos discutir a comparação efetuada por Léry das práticas festivas dos caraíbas com as reuniões do Sabá, dentro do quadro religioso da Europa moderna. Torna-se necessário encaminhar essa discussão dentro de uma perspectiva antropológica, tendo como matriz a análise do historiador inglês Keith Thomas realizada em sua obra Religião e declínio da magia, e de Carlo Ginzburg em seus apontamentos a respeito do conceito de Sabá. A questão que norteia essa fase inicial da proposta foca-se em refletir a respeito do encontro entre europeus e indígenas dentro do processo de colonização da América portuguesa para se poder descobrir como foram concebidas as práticas religiosas indígenas a partir do imaginário e conjunto simbólicos europeus, sob uma provável concepção depreciativa das narrativas de Léry. Importante pensar alguns pontos da historiografia a respeito do tema, identificando aspectos já trabalhados, para que possamos melhor nos inserir nessa discussão. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 93 A HISTÓRIA RENOVADA DA IGREJA E O CONCEITO DE ROMANIZAÇÃO DO CATOLICISMO NA REVISTA ECLESIÁSTICA BRASILEIRA (1973-1977) Maurício de Aquino (UNESP/ASSIS) Orientador: Ivan Esperança Rocha e-mail: [email protected] O conceito de romanização do catolicismo no Brasil fez sua aparição na Revista Eclesiástica Brasileira (REB) em texto do então padre Eduardo Hoornaert, de origem belga, sobre o projeto de produção de uma história da Igreja no Brasil no conjunto das atividades da recém-fundada [no Equador, em janeiro de 1973, pelo argentino Enrique Dussel] Comissão de Estudos de História da Igreja na América Latina [CEHILA]. Esta Comissão propunha uma nova escrita da história da Igreja no continente desde uma perspectiva não corporativista. Buscava-se uma aproximação com as Ciências Sociais e com os novos modelos historiográficos proponentes de novos sujeitos e documentos históricos embasados nos desdobramentos teológicos e pastorais da Conferência do Episcopado Latino-americano em Medelín no ano de 1968. Entre 1973 e 1977, o conceito de romanização que, grosso modo, designa o movimento ultramontano de centralização do catolicismo no Vaticano sob o controle da Cúria Romana entre os séculos XIX e XX, foi utilizado pelos escritores da REB envolvidos com o projeto de uma história renovada da Igreja, fomentada pela CEHILA, que mereceu a atenção de Peter Burke em seu livro A Escrita da História: Novas Perspectivas (Unesp, 1992, p. 13), verdadeiro balanço dos avanços, características e tendências da historiografia dos anos 1970 e 1980. O CRESCIMENTO DA IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL SOB A ÓTICA DOS DESLOCAMENTOS MIGRATÓRIOS INTERESTADUAIS Maxwell Pinheiro Fajardo (UNESP/ASSIS) Orientador: Milton Carlos Costa e-mail: [email protected] A Igreja Assembleia de Deus é a maior igreja pentecostal do Brasil. De acordo com o Censo 2010 cerca de 12 milhões de brasileiros se declaram como membros desta agremiação religiosa, que em 2011 completou seu primeiro centenário de existência. Além do grande número de adeptos, a AD apresenta características históricas bastante específicas, como o local de sua fundação: o norte do país. Foi a partir de Belém do Pará que o movimento espalhou-se pelo Brasil, algo inédito entre as demais denominações protestantes brasileiras, que em sua maioria iniciaram suas atividades na região sudeste ou sul do país. Assim, nesta comunicação pretendemos discutir a relação existente entre o crescimento da Igreja e os deslocamentos migratórios interestaduais brasileiros no decorrer do século XX, responsáveis por fazer com que a Igreja se espalhasse por todo o território nacional. MEMÓRIAS REVELADAS: A RESISTÊNCIA KAINGANG E KRENAK NO MUSEU HISTÓRICO PEDAGÓGICO ÍNDIA VANUÍRE (1991-2009) Mayra Silveira Pietrantonio (Universidade Católica de Santos) e-mail: [email protected] Este projeto tem a premissa de estudar os processos que decorreu do esquecimento das tradições culturais das etnias Kaingang e Krenak do Oeste Paulista sofreram. Em vista a este processo de perda cultural em 1991 foi criado o projeto “Resgate Cultural da aldeia Vanuíre”, que consiste na recuperação e recriação de tradições esquecidas por essas comunidades. Uma das propostas é estudar como estes processos de reapropriação da cultura iniciada com projeto “resgate cultural” contribuiu para inclusão dos indígenas no desenvolvimento da nova expografia idealizada na restruturação pelo qual o Museu Histórico Pedagógico Índia Vanuíre passou no ano de 2009. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 94 A GERMANIA DE TÁCITO: UMA NARRATIVA COM MÚLTIPLAS IMAGENS E SUAS MEMÓRIAS Milton Genésio de Brito (UNESP/ASSIS) Orientadora: Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi e-mail: [email protected] Neste trabalho buscamos demonstrar a probabilidade de interface entre diferentes perspectivas presentes na obra sumariamente intitulada Germania, um dos ensaios iniciais do historiador romano Públio Gaio Cornélio Tácito, possivelmente elaborada durante os anos finais do principado de Domiciano, mas divulgada apenas ao início do governo de Trajano. Consideramos que o imbricamento dos enfoques é fundamental para o entendimento da complexidade do conteúdo narrativo exposto pelo autor, com suas diversas figurações e as reminiscências que a estas podem ser relacionadas. AS CONTRIBUIÇÕES DO CINEMA PARA A HISTORIOGRAFIA Mirian Luciana Guimarães Zanelli (UNESP/MARÍLIA) Orientador: Paulo Eduardo Teixeira e-mail: [email protected] Com a expansão do campo historiográfico no decorrer do século XX, as teorias da História foram reavaliadas e incorporaram conceitos e categorias de outras disciplinas com ênfase nas questões culturais. A emergência dos aspectos culturais e a opção por novas abordagens ocasionaram uma reviravolta nos fundamentos da historiografia. A crise dos paradigmas aproximou a História das outras ciências humanas e novas preocupações foram apresentadas aos pesquisadores. As reflexões sobre as possibilidades que o Cinema oferece à pesquisa histórica foram intensificadas nos anos 1970, momento em que o filme foi promovido à condição de documento histórico no conjunto dos debates sobre as renovações na escrita historiográfica. O diálogo entre as duas linguagens continua provocando discussões e enfrentando resistências, mesmo depois de décadas que Marc Ferro propôs a inserção do Cinema nos domínios da História. Este trabalho pretende afirmar o valor das fontes audiovisuais para a historiografia estendendo o debate sobre as relações entre as duas áreas e problematizando a respeito das dificuldades do historiador em trabalhar com o conceito de visualidade compreendida como uma dimensão da vida social. MAX FLEIÜSS E D. PEDRO I: OS USOS DOCUMENTAIS PARA A CONSTRUÇÃO DE UM PERSONAGEM Mírian Senna de Araújo (UNESP/ASSIS) Orientadora: Karina Anhezini de Araújo e-mail: [email protected] A presente comunicação, inserida na área de história da historiografia tem por objetivo apresentar um estudo a respeito do artigo de Max Fleiüss (1868-1943) intitulado D. Pedro I. Publicado nos Anais do Segundo Congresso de História Nacional em 1931, tal texto trata do centenário da abdicação de D. Pedro I. Fleiüss se dedicou no referido texto, a narrativa dos “traços do caráter” do imperador em sua juventude, e momentos politicamente emblemáticos na vida de D. Pedro I, assim como o “dia do Fico”, a “Proclamação da Independência” e a “abdicação”. Neste sentido, a comunicação problematizará diversos usos documentais que o autor estabelece para a composição de seu texto, ou seja, para a construção da personagem de D. Pedro I. Cabe destacar que serão considerados na interpretação os principais aspectos que compõem o contexto de produção do texto. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 95 LOUIS COUTY E O PROBLEMA DA MÃO DE OBRA NO IMPÉRIO DO BRASIL – 1871-1888 Moisés Stahl (UNIFESP) Orientadora: Wilma Peres Costa e-mail: [email protected] O objetivo deste trabalho é analisar o pensamento do cientista francês Louis Couty em relação às questões relativas ao problema da mão de obra no Império. Entendemos que o problema da mão de obra envolvia as discussões sobre a escravidão, imigração e trabalhador nacional livre. O pano de fundo das discussões era o da constituição de um povo e de sua representação. A SUBSTITUIÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL: IMIGRAÇÃO COMO (IM)POSSIBILIDADE Muhana Mustapha Bon Nassif (UNESP/ASSIS) Orientador: Claudinei Magno Magre Mendes e-mail: [email protected] Nesta comunicação, pretende-se expor as ideias de alguns pensadores da segunda metade do século XIX referentes à imigração como possibilidade de solucionar os problemas existentes em torno do processo de emancipação dos escravos no Brasil. A escravidão estava com os seus dias contados, não havia dúvidas de que a abolição logo seria um fato consumado. Encontrar meios alternativos para substituir o trabalho escravo, portanto, tornara-se o foco principal dos pensadores envoltos no assunto. Estes, como se procura evidenciar, viram na imigração uma alternativa. Todavia, não hesitaram em demonstrar os entraves que tal possibilidade apresentava. Para este intento, foram selecionados três pensadores coevos: Perdigão Malheiros; Domingos Jaguaribe e Tavares Bastos. A DIMENSÃO HISTÓRICA DO SABER PSICOLÓGICO E SUA RELAÇÃO COM A MEDICALIZAÇÃO DA INFÂNCIA Murilo Galvão Amancio Cruz (UNESP/ASSIS) Orientador: Hélio Rebello Cardoso Jr e-mail: [email protected] É inegável a importância da dimensão histórica dos saberes. Neste trabalho, apontamos alguns marcos da história do saber psicológico a fim de compreender como este saber vem se constituindo como ciência da norma, segundo Foucault. É, principalmente, a partir do século XIX que a psicologia quer se afirmar enquanto saber científico. Para tanto, busca nos métodos experimentais e positivos ferramentas para o estudo dos homens/mulheres. Contudo, o ser humano possui uma complexidade no campo psicológico. Ele não é, em suma, um conjunto de órgãos e tecidos que respondem apenas a leis físicas. Como ensinam Canguilhem, Foucault e Deleuze, principalmente, o ser humano é atravessado por linhas de subjetivação que o constituem enquanto sujeitos. E isso escapa sempre à biologia. No entanto, atualmente, saberes ou pretensões do século XIX como encontrar a “essência humana” no cérebro vem sendo, novamente, discutidos. Percebemos, então, um fenômeno típico da nossa sociedade: a medicalização que, em suma, transforma aspectos culturais e sociais em saberes médicos dotados de poder. Com isso, pretendemos discutir a questão histórica do saber psicológico, os processos de subjetivação em relação a esta dimensão histórica e, por fim, como a medicalização emerge a partir disso nesta sociedade mista de disciplina e controle. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 96 CAROLINA MARIA DE JESUS, A VOZ DAS MARGENS Najyla Correa Bernardes Tizolin (UNIMAR) Orientadora: Semirames Nahes e-mail: [email protected] Este artigo tem como objetivo salientar as idéias de Carolina Maria de Jesus pelos seus diários publicados no livro Quarto de despejo e identificar através da escrita a sua relação com os contextos feministas, raciais e sociais paulistanos da década de 50 à 60. PARALELOS ENTRE O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE FALSAS MEMÓRIAS E A MANIPULAÇÃO DE INFORMAÇÕES HISTÓRICAS Natalia Maria Aggio (UFSCAR) Ângelo Dimitre Gomes Guedes (MACKENZIE) e-mail: [email protected] A produção cinematográfica não fictícia é popularmente associada à ideia de realidade e verdade. Essas características atribuídas pelo grande publico facilita a aceitação, por esse público, das informações apresentadas neste tipo de produção. Isto permite a manipulação de informações e, por conseguinte, a disseminação de ideias que não necessariamente remetem à verdade. Uma maneira de manipular informações é misturar fatos reais e inventados. Em um âmbito individual, a Psicologia estuda os efeitos de manipulações deste tipo na memória. A mistura entre realidade e ficção pode levar ao que se denomina Falsas Memórias. O presente trabalho pretende discutir a possibilidade de traçar paralelos entre o processo de indução de informações errôneas por meio de documentários e o fenômeno das falsas memórias, levando a discussão para um nível histórico. Propõe-se, desse modo, discutir a possibilidade da formação de “falsas memórias históricas”. Para exemplificar este assunto foi utilizado o filme “Para ler sua plataforma chega ao Rio de Janeiro o futuro presidente da República Dr. Arthur Bernardes”, produzido em 1921, que retrata parte da campanha à presidência da República de Arthur Bernardes. UMA HISTORIA NATURAL DA ROMANIDADE Nelson de Paiva Bondioli (UNESP/ASSIS) Orientadora: Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi e-mail: [email protected] Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise da construção de um ideal de Romanidade na obra de Plínio, o Velho: a História Natural. Buscaremos demonstrar as formas como o discurso presente na obra de Plínio refere-se, dentro de um contexto maior de imperialismo e dominação romana, à construção de um modo apropriado de ser romano, em oposição a uma forma não-romana e, portanto, bárbara, de se viver e entender o mundo em que se vive. ANUÁRIO DA FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO COMO FONTE PARA A ESCRITA DA HISTÓRIA DE ALICE PIFFER CANABRAVA (1935-1951) Otávio Erbereli Júnior (UNESP/ASSIS) Orientadora: Karina Anhezini de Araújo e-mail: [email protected] Até os anos 70 do século passado a História da Historiografia se resumia a um catálogo de obras e autores, ou seja, suas fontes eram basicamente obras historiográficas. Atualmente, com a ampliação da noção de fonte documental, faz-se uso de artigos, cartas, imagens etc. Nesta comunicação, apresentamos como possibilidade o uso do Anuário da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo como fonte em nossa dissertação de mestrado em andamento: “Uma História da Historiografia de Alice Piffer Canabrava (1935-1951)”. Pretendemos demonstrar como este tipo de fonte pode servir de auxílio para a compreensão de várias referências mobilizadas por Alice Canabrava em sua produção, uma vez que este material traz o conteúdo de cada cadeira, bem como textos de seus respectivos regentes. Neste caso, a incorporação de certa tradição geográfica em seus textos, pode ser melhor compreendida se XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 97 nos debruçarmos sobre o conteúdo programático da cadeira de Geografia, durante o período em que foi aluna do curso de História e Geografia da FFCL da USP entre 1935 e 1937. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 98 ESBOÇO DE UM DUALISMO RACIONAL: AS IMPLICAÇÕES ESCOLÁSTICAS NO LIBER DE DUOBUS PRINCIPIIS Patrícia Antunes Serieiro Silva (UNESP/ASSIS) Orientador: Ruy de Oliveira Andrade Filho e-mail: [email protected] A presente comunicação evidenciará os procedimentos escolásticos empregados no Liber de duobus principiis, tratado de teologia dualista, composto na primeira metade do século XIII, por um anônimo lombardo da igreja “cátara” de Desenzano ou também conhecida como igreja dos albanenses. Nele, podemos ver, sem o filtro característico dos documentos produzidos pela ortodoxia, um esforço do autor herético em esboçar uma teologia dos dois princípios - um bom e outro mau -, através das autoridades escriturárias, sobretudo, mas também dos métodos intelectuais em voga nos meios universitários. O JORNAL DO COMMERCIO ENTRE A AMÉRICA E A EUROPA (1880-1889) Paula da Silva Ramos (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] Em meio à crise do regime monárquico brasileiro, o Jornal do Commercio, renomado órgão de imprensa da capital imperial, posicionou-se quanto à crescente admiração manifesta no Brasil em relação aos Estados Unidos, principalmente por parte dos republicanos. De um lado, pesavam os interesses comerciais entre os dois países e de outro, o europeísmo, que marcou o Império e, por esse motivo, se refletiu também no Jornal. A PUBLICIDADE ESTADUNIDENSE NOS ÚLTIMOS ANOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E AS EXPECTATIVAS SOBRE O PÓS-GUERRA Pauline Bitzer Rodrigues (UEL) Orientador: Francisco César Alves Ferraz e-mail: [email protected] Após a gigantesca mobilização para a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos precisavam fazer uma reconversão socioeconômica para os tempos de paz. O presente trabalho tem por objeto a virada propagandística que acompanha as medidas políticas e econômicas para a reorganização social no imediato pós-guerra, com novas orientações e novos discursos. Para isso, as fontes documentais utilizadas serão guias e pesquisas feitas pelo Office of War Information e propagandas em revistas de grande circulação (Time, Life e Collier’s) que orientem, no recorte de 1944 e 1945, em três questões principais: reconversão socioeconômica da sociedade, reintegração social dos veteranos retornando sem emprego, muitos com sequelas físicas e/ou psicológicas, e o papel social das mulheres que, após conquistarem certa independência com os trabalhos de guerra eram aconselhadas a reassumirem o papel de mãe, esposa e dona de casa. VILAS, CORRUTELAS E CIDADES: O POVOAMENTO PELA MINERAÇÃO EM MATO GROSSO NO INÍCIO DO SÉCULO XX Paulo Divino Ribeiro da Cruz (UNESP/ASSIS) Orientador: Paulo Henrique Martinez e-mail: [email protected] Apresenta os resultados de uma investigação sobre a formação de núcleos urbanos em consequência da garimpagem de ouro e diamantes em Mato Grosso na primeira metade do século XX, quando a região Leste deste estado foi o destino de correntes migratórias com objetivo de desenvolver a atividade mineradora. Esses contingentes populacionais constituíram suas territorialidades urbanas no contexto da economia extrativa mineral que ficaram submetidas aos ritmos e processos da garimpagem: muitas tiveram vida efêmera e não sobreviveram ao declínio da mineração. Constatou-se também que as relações ambientais e sociais inerentes à economia garimpeira influenciaram sobremaneira a constituição das XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 99 territorialidades urbanas de todos esses núcleos habitacionais, o que pode ser verificado no confronto destes com outras territorialidades baseadas em formas distintas de colonização. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 100 ÁUREA MORETTI: A MULHER, A RESISTÊNCIA E A TORTURA. UM ESTUDO SOBRE A PARTICIPAÇÃO FEMININA CONTRA A DITADURA MILITAR BRASILEIRA NO INTERIOR DE SÃO PAULO, NOS PERÍODOS DE 1965 A 1975 Pedro Fernandes Russo (UNESP/FRANCA) Orientadora: Márcia Pereira da Silva e-mail: [email protected] O presente projeto de pesquisa pretende estudar e biografar a vida da enfermeira, militante e ex-presa política, Áurea Moretti Pires. Moretti foi uma das líderes das Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN), movimento na região de Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo, contrário à ditadura militar brasileira (1964-1985) e que foi desmembrado em outubro de 1969. Na companhia de Vanderley Caixe, Mario Bugliani, dentre outros, organizavam manifestações políticas e um jornal (O Berro), adversos ao Estado autoritário. O foco do trabalho está em estudar a participação e relevância política da figura feminina na resistência e sobrevivência à ditadura: como era a vida clandestina, quais as dificuldades encontradas no treinamento e vida guerrilheiros, como foram enfrentadas as torturas físicas e psicológicas desferidas pelos agentes do governo, como decorreu o processo que a condenou a seis anos de prisão, dos quais cumpriu três anos e meio em regime fechado e mais um ano em semiaberto e suas experiências enquanto prisioneira política. O período escolhido (1965-1975) remete-se ao ano em que Áurea entrou para a luta armada, tendo sido presa em 1969 e torturada, levada à Organização Bandeirantes (Oban) e o período em que foi julgada e cumpriu sua pena. UMA REFLEXÃO METODOLÓGICA SOBRE O USO DAS IMAGENS NA PESQUISA HISTÓRICA Pedro Henrique Victorasso (UNESP/ASSIS) Orientadora: Zélia Lopes da Silva e-mail: [email protected] Esta comunicação que se apresenta é resultado de uma reflexão metodológica desenvolvida junto à pesquisa em andamento intitulada “(Re) significações na Folia de Reis – Companhia de Reis Fernandes – Olímpia/São Paulo”, que aborda a Folia de Reis desenvolvida pela Companhia de Reis Fernandes, da cidade de Olímpia-SP. A ênfase da investigação será entre os anos de 1985-1995, período que marca o deslocamento dessa Folia de Reis, do espaço rural para o urbano e as possíveis transformações ocorridas nessas manifestações que podem ser distintas das práticas recorrentes, como sugere uma análise preliminar. Nesse sentido, o objetivo da comunicação é produzir uma reflexão sobre a utilização de fontes imagéticas relativas a esta festa. Esse material imagético será de significativa importância por permitir, a partir desse registro, recuperar a cena e o desenrolar do ritual, dando assim condições de análise mais verticalizada do seu acontecer. CONSIDERAÇÕES ACERCA DO DECLÍNIO DA HISTÓRIA POLÍTICA: UMA TRAJETÓRIA HISTORIOGRÁFICA Pedro Paulo Lima Barbosa (UNESP/ASSIS) Orientador: Claudinei Magno Magre Mendes e-mail: [email protected] A proposta dessa comunicação é discutir as razões que levaram ao declínio da história política e a ascensão dos Annales na França. Para entendermos o descenso da história política nesse país é preciso entendê-lo no interior das transformações ocorridas ao longo do curto século XX e dos debates que suscitaram as mudanças no paradigma historiográfico, bem como as tomadas de posições institucionais assumidas pelos Annales. Do contrário, fora desse contexto, o declínio da história política assume um caráter de insuficiência e esgotamento de um método que cada vez mais se renova e torna-se importante na análise e na compreensão da história. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 101 EXPERIÊNCIA LITERÁRIA E CONCEPÇÕES DO INTELECTUAL NAS DÉCADAS DE 30 E 40: FRAN MARTINS E RACHEL DE QUEIROZ Plauto Daniel Santos Alves (UNESP/FRANCA) Orientador: Marcos Sorrilha Pinheiro e-mail: [email protected] Este trabalho versa sobre as concepções de intelectual elaboradas por dois autores durante as décadas de 30 e 40, são eles Fran Martins e Rachel de Queiroz. A última, provavelmente é a escritora cearense de maior notoriedade do século passado, seu sucesso editorial e de crítica tornaram-na figura canônica na tradição literária brasileira. Sua visibilidade contrasta com a situação de Fran Martins que, em 1946 reunia-se a outros escritores cearenses para organizar um Congresso em Fortaleza a fim de colocar à mostra sua insatisfação quanto à impossibilidade de inserção no circuito nacional, à pequena margem de chance de sobrevivência imposta àqueles que se aventurassem a viver unicamente do ofício de escritor, às dificuldades de editoração e à debilidade da circulação de suas obras. Tanto em sua literatura como em proclamações de cunho público, estes autores marcados por trajetórias distintas, elaboraram concepções do fazer intelectual. Nesta comunicação, objetiva-se perceber a relação destas concepções com a vivência destes sujeitos. IMAGENS DA ADVOCACIA, REPRESENTAÇÕES DA CATEGORIA Priscila David (UNESP/ASSIS) Orientadora: Zélia Lopes da Silva e-mail: [email protected] A advocacia é uma profissão historicamente considerada como pertencente à elite da sociedade brasileira haja vista que, principalmente em seus primórdios, cursar esta graduação demandava condições financeiras suficientes para custear encargos que iam desde o material de ensino até as vestes apropriadas à categoria. Nesta perspectiva, a representação sobre a profissão mantinha sua imagem condizente com as raízes elitistas. Poses imponentes, vestimentas sociais e perfis respeitosos são comuns nas fotografias públicas destes profissionais. A representação de si era perpetuada nas poses fotográficas demonstrando muito da categoria, da época retratada e da imagem que se desejava construir. Nesta esteira, este trabalho irá abordar as fotografias de alguns dos presidentes da 27ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil – Assis (1933/1959), presentes no mural dos Presidentes da citada subseção. REGRAS PARA VER: A TENTATIVA DE CRIAÇÃO DE CATEGORIAS DE VER E LER A FOTOGRAFIA NO FOTO CINE CLUBE BANDEIRANTE NA DÉCADA DE 1940 Priscila Miraz de Freitas Grecco (UNESP/ASSIS) Orientador: Carlos Alberto Sampaio Barbosa Encontramos como uma das características de um fotoclube, a disseminação de técnicas referentes à estética fotográfica. Essas agremiações de fotógrafos por muito tempo foram conhecidas por reunir, produzir e estimular a prática da fotografia pictorialista, reconhecida como artística, até as primeiras décadas do século XX. No presente trabalho, pretendemos abordar como os artigos do Boletim Foto Cine, produção impressa do Foto Cine Clube bandeirante, em São Paulo, buscou afirmar seu lugar de ensino e produção de fotografia quando ainda estava vinculado a uma estética pictórica, ou seja, nos anos que vão de 1946 a 1948. Para tanto, analisaremos principalmente os artigos de Valencio de Barros e Jacob Polacow, associados do clube que publicaram textos nesse período, diretamente referentes à como deveria ser construída uma fotografia, como deveria ser vista e analisada pelo espectador de uma exposição, ou seja, como nesses textos os autores procuraram determinar ou reforçar categorias de ver e ler as imagens fotográficas. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 102 AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS EM PAUTA: O NOTICIÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA PELA GRANDE IMPRENSA BRASILEIRA Rafael Henrique Antunes (UNESP/ASSIS) Orientador: Áureo Busetto A presente comunicação busca analisar e interpretar o noticiário internacional da grande imprensa brasileira publicado durante o processo de independência política de Angola, ocorrido em novembro de 1975. Assim, busca-se examinar o noticiário ocupado com o conturbado movimento que findaria o domínio colonial português naquele país africano, cuja eclosão resultaria na publicação de amplas laudas nos jornais e revistas semanais de informação do Brasil. Ao noticiar, analisar e comentar o processo de independência angolano – seja através do noticiário diário de sua editoria internacional ou por meio de seus editoriais – esta imprensa destacaria o imediato reconhecimento do novo governo estabelecido em Luanda por parte do governo brasileiro. O rápido reconhecimento da soberania de um país que notadamente alinhava-se à União Soviética, fora parte importante da nova orientação da política externa brasileira delineada nos anos 1970, mas ainda assim visto com notável estranhamento por parte da grande imprensa brasileira. Desta maneira, esta comunicação esta pautada na analise e interpretação das representações encetadas por estes órgãos de imprensa no decorrer deste processo, buscando a compreensão histórica deste noticiar, sem perder de vista as intrínsecas relações dos produtores deste noticiar para com o ambiente político nacional. LUZES E SOMBRAS: PAULO EMILIO SALLES GOMES E OS ENSAIOS SOBRE O CINEMA WEIMARIANO Rafael Morato Zanatto (UNESP/ASSIS) Orientador: Carlos Eduardo Jordão Machado e-mail: [email protected] Trata-se de apresentar o resultado da pesquisa sobre os textos de Paulo Emilio Salles Gomes publicados no Suplemento Literário do jornal O Estado de São Paulo, entre dezembro de 1958 e março de 1959 – escritos como complemento teórico da Semana de Cultura Cinematográfica. Nestes ensaios, a riqueza de problemáticas levantadas parece se inspirar no debate europeu sobre os filmes alemães que radicalizaram tanto na forma quanto no fundo, problemas também comuns ao expressionismo nos outros campos da arte. Na intenção de compreender a formação de suas ideias, buscamos nos trabalhos de Henri Langlois, André Bazin, Siegfried Kracauer e Lotte H. Eisner a matéria prima de suas elucubrações. ELES ESTAVAM LÁ: MEMÓRIAS DE MILITANTES DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB) E DO PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) NA DISPUTA PELA HEGEMONIA DA LUTA SINDICAL Rafael Vieira Domingos (UNESP/ASSIS) Orientador: Eduardo José Afonso e-mail: [email protected] O presente trabalho é uma análise da disputa entre dois partidos de esquerda: Partido Comunista Brasileiro (PCB) e Partido dos Trabalhadores (PT). Será desenvolvido um estudo, baseado nos pressupostos teórico-metodológico da História Oral e da Memória. O recorte compreenderá a conjuntura histórica do sindicalismo brasileiro na década de 1970/ 1980. Pretende-se, através dos depoimentos colhidos, analisar as nuances da disputa pela hegemonia da luta sindical por esses partidos. A formação de um partido de massa, sendo considerado o representante da classe trabalhadora do país como o Partido dos Trabalhadores, retirou da cena política, a pretensa hegemonia do velho “Partidão”. As rivalidades entre os dois partidos nasceram dessas questões: o PT tomando a frente das lutas por mudanças na sociedade e o PCB sendo “esquecido” como o partido de vanguarda da esquerda brasileira. Os militantes envolvidos naquele momento histórico terão participação primordial neste estudo, nos fornecendo dados para conclusões futuras. É o estabelecimento de relações entre História e Memória que nos darão suporte para captar as identidades individuais e coletivas, no que chamamos fontes Orais. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 103 Portanto, busca-se a Memória como ponto de partida para a produção do conhecimento, tornando tais “protagonistas” integrantes significativos do “fazer História”. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 104 A ESCRITA DIGITAL DA HISTÓRIA: A HIPERNARRATIVA COMO CONSEQUÊNCIA DA MIGRAÇÃO DIGITAL NO CAMPO HISTORIOGRÁFICO Rafael Virgilio de Carvalho (UNESP/ASSIS) Orientadora: Andréa Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi e-mail: [email protected] A Modernidade, rigidamente progressista, submetia os sujeitos ao seu finalismo exacerbado. Todavia, a Pós-modernidade aparece como um final surpreendente à solidez moderna. No campo historiográfico, a desconstrução pós-moderna – com seus arautos, como Hayden White e Keith Jenkins – tem suas consequências potencializadas à medida que suas narrativas migram do espaço impresso para o espaço digital da Internet. Tal migração preenche uma demanda institucional do campo científico por publicações e, ao mesmo tempo, permite uma maior circulação de conhecimentos, acelerando a produção historiográfica e conformando as expectativas do campo à dinâmica mercadológica. Assim, o campo historiográfico se abre aos elementos peculiares ao espaço digital – mais particularmente, ao hipertexto. Portanto, a questão que se coloca é: o hipertexto produz uma hipernarrativa histórica? A problematização que surge, dessa forma, é a proposta deste ensaio a qual conduz o raciocínio, a partir da ideia de hipernarrativa de Lorenzo Vilches, à projeção das transformações de dois planos da prática historiográfica: a própria estrutura narrativa da História e os papeis hierárquicos dos historiadores, simplificados nas perspectivas do autor (produtor) e do leitor (consumidor) das (hiper)narrativas. A FOLIA DE REIS EM FLORÍNEA-SP: IDENTIDADE CULTURAL, MEMÓRIA E SENTIDOS Rafaela Sales Goulart (UENP) e-mail: [email protected] A presente comunicação visa divulgar e angariar ideias para o desenvolvimento de uma pesquisa de especialização, cujo objetivo central são análises e registros sobre a história e identidade específica do grupo de Folia de Reis da cidade de Florínea-SP, no período de 1990 a 2012. Tal momento foi pensado em razão da estabilização da festa em um espaço inaugurado pela prefeitura local e que, por sua vez, recebeu o nome de “Pavilhão de Festas Santino Fabiano dos Santos”, hoje conhecido como “Parque de exposições Sebastião Benedito de Paula”. Para tanto, estamos utilizando as ferramentas teóricometodológicas da História Oral, o que permite um encontro com as fontes do trabalho, a partir dos levantamentos/entrevistas que estamos fazendo com os participantes desta manifestação, rementendo assim, ao trabalho com a memória e identidade e, por sua vez, com a preservação dos sentidos ou expressões da festa no cotidiano atual. O DIÁRIO DE ADA GOBETTI COMO TESTEMUNHO E ELEMENTO DE CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA DA RESISTÊNCIA ITALIANA Rafaela Souza Maldonado (UNESP/ASSIS) Orientadora: Gabriela Kvacek Betella e-mail: [email protected] Ada Gobetti, organizadora do Partito d’Azione e do grupo Giustizia e Libertà, foi combatente civil durante os anos cruciais da Segunda Guerra na Itália, e deixou um significativo testemunho através do diário que começou a escrever naquele período de 1943 a 1945. O trabalho pretende, a partir da obra autobiográfica da autora, integralizar aspectos históricos como a Resistência e o papel feminino na luta contra a ocupação alemã na Itália dos anos de 1940 e analisar aspectos do discurso memorialista na forma de diário, com o apoio de teorias como a de biografia coletiva, a de intelectual orgânico e a de microhistória. Nosso objeto de estudo é Diario Partigiano, o diário da militante publicado em 1956. O texto narra a participação de Ada Gobetti nas ações dos partigiani, com detalhes sobre o caráter clandestino e as atrocidades sofridas pelos civis do movimento que libertou várias regiões da Itália. O referencial histórico aparece na literatura de memória como testemunho e se destaca através dos acontecimentos bárbaros da guerra. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 105 HISTÓRIA, MEMÓRIA E A REPRESENTAÇÃO SOCIAL: INVESTIGAR A IMAGEM DO BOM PROFESSOR DE HISTÓRIA PERSPECTIVAS PARA Rallik Pires Carrara (UEL) Orientadora: Maria de Fátima da Cunha e-mail: [email protected] Este trabalho parte de uma discussão sobre o papel da memória para a história, e a função de ambas para o uso da narrativa na pesquisa em História. Trata-se de um exercício inicial de reflexão teórica, fundamentando perspectivas que se propõe investigar o “professor de história”, ou melhor, a imagem que alunos fazem sobre o tido “bom professor de história”. Num segundo momento estabelece parâmetros para se trabalhar com a ideia de representação social de acordo com a obra de Serge Moscovici, ao buscar formas de apreensão e entendimento do mundo através das diferentes narrativas de atores sociais, no caso, o aluno. Encerrando com uma breve análise sobre a função e o fazer docente, pelo olhar acadêmico de diversos autores do campo da história e da educação. A CRISE AÇUCAREIRA E A PRODUÇÃO DA CACHAÇA (1640-1695) Raphael Martins Ricardo (UNESP/ASSIS) Orientador: Claudinei Magno Magre Mendes e-mail: [email protected] Entre os anos de 1640 e 1695, a produção e comercialização da cachaça sofreram inúmeras medidas legislativas por parte da Coroa Portuguesa chegando ao ponto de serem proibidas. Essa atitude fora motivada pelas constantes reclamações dos produtores de vinho portugueses que apontavam a bebida como sua concorrente direta e como responsável pela queda da venda de seu produto. Além disso, havia reivindicações por parte dos senhores de engenho, os quais tinham seus ganhos diminuídos por causa das oscilações do preço do açúcar no mercado, para que a Coroa tomasse alguma medida contra a fabricação da bebida, devido a crescente concorrência no comércio da cana e lenha (utilizada nos alambiques). Em meio a esses conflitos de ordem comercial e econômica, os padres jesuítas também se mostravam hostis ao consumo da cachaça, já que o culpavam pela degeneração do corpo e da alma dos indígenas e escravos. Reivindicações que colocavam a Coroa em uma situação complicada, pois ao mesmo tempo em que a produção e comércio da cachaça se tornavam um problema para alguns, para outros representavam soluções. Isso ocorria pelo fato de que lavradores e alguns senhores de engenho encontravam na venda da bebida uma nova forma de angariar fundos em um momento de queda da lucratividade da produção açucareira. A produção da cachaça era estimulada pelo fato desta bebida ter se tornado uma das principais mercadorias no trato africano de escravos e responsável pela reestruturação do comércio regular entre o Brasil e as praças africanas. Estes fatos deixavam a Coroa Portuguesa em uma situação complicada que dependia das rendas provenientes de fontes distintas, não podendo, portanto, aliar-se incondicionalmente a um dos lados. Razão de sua atitude vacilante, ora proibindo o fabrico da cachaça, ora autorizando e ora fazendo vistas grossas. O EMBALO MUSICAL EM ANA EM VENEZA (1994), DE JOÃO SILVÉRIO TREVISAN Rebeca Alves (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] Em Ana em Veneza (1994), de João Silvério Trevisan, a música é um elemento importante da narrativa, pois, além de contribuir com as reflexões temáticas do romance, ela ainda configura a estrutura do texto, que estabelece uma relação bastante interessante com o andamento musical de uma sinfonia. Trevisan, em uma espécie de saga da busca da identidade, explora a vida de três personagens históricos: Júlia, a mãe (brasileira) do escritor alemão Thomas Mann; Ana, sua ex-mucama e Alberto Nepomuceno, um músico erudito da virada do século XIX para o XX. A partir da trajetória de vida de Nepomuceno, Trevisan fará uma releitura da história da música brasileira e, por conseguinte, de nossa identidade. Aliado ao tema, o autor busca associar os tópicos do romance aos movimentos de uma sinfonia, apresentando para cada parte, um subtítulo em termos musicais: um Larghetto lamentoso, um Andante appasionato, um Adaggietto com varizioni e um Allegro barbaro. O ritmo narrativo de cada parte obedece, assim, à velocidade comum a esses movimentos musicais. Diante do exposto, pretende-se, nesta comunicação, XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 106 analisar o modo como João Silvério Trevisan consegue mesclar ao texto ficcional outros elementos como a História e a Música. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 107 LEON POINSARD E UM ―PORTUGAL IGNORADO‖ Renan Henrique de Oliveira Russo (UNESP/ASSIS) Orientador: Paulo Cesar Gonçalves e-mail: [email protected] Poinsard foi um estudioso francês contratado pelo rei D. Manuel II para mapear a situação social portuguesa, aspecto que a tempos requeria um estudo desta natureza. Em linhas gerais o autor vai abordar as várias partes de Portugal, analisando como viviam diversas famílias e apontando problemas estruturais, além de possíveis soluções para os problemas econômicosociais do país. Trata, em especial, do Agricultor, no caso chamado de Camponês e Lavrador, mas aborda também outros grupos, ligados a atividades primárias, como os Mineradores e os Pescadores. É intuito desta comunicação trazer considerações sobre o trabalho de Poinsard, afim de resgatar suas analises e reavaliar seu valor para a historiografia sobre o período da República Portuguesa. PODER SIMBÓLICO, CULTURA POPULAR E SUBALTERNIDADE NA HISTORIOGRAFIA PÓS-MODERNA Renan Rivaben Pereira (UNESP/ASSIS) Orientadora: Tania Regina de Luca e-mail: [email protected] Nos debates acadêmicos das áreas sociais, a definição de dominação e transmissão cultural não mais acolhe, sem críticas, o entendimento sobre o maquiavelismo elitista na difusão cultural de seu mundo e, menos ainda, as teorias de formulação base no receptáculo passivo das classes e grupos subalternos. Nessa nova conjuntura, na qual se multiplicam as fontes, os temas e os objetos, os holofotes virados para passado deixaram de estar em cima dos grandes rebelados revolucionários e passaram a iluminar aqueles indivíduos que transformaram suas práticas cotidianas em desvio e releitura das regras e imposições culturais e jurídicas. Nesse tratamento privilegiam-se os diálogos estratégicos, a concepção da formação da identidade a partir do jogo representacional com o outro, o desenvolvimento e mutações culturais perante as disputas pelo campo simbólico e a potencialidade do dominado de auto se representar. Carlo Ginsburg acredita que o historiador contemporâneo deve abordar o passado para mostrar as exclusões, opressões e injustiças do presente, dessa forma o texto procura mostrar as relações e transformações da historiografia, nas últimas décadas do século XX, na sua relação com o poder, a cultura popular e os dominados. JUPPITER OPTIMUS MAXIMUS CAPITOLINUS E A FUNÇÃO CIVILIZATÓRIA DE ROMA Renata Cintra (UNESP/ASSIS) Orientadora: Andrea Lúcia Dorini de Oliveira Carvalho Rossi e-mail: [email protected] Roma cuidava de seus objetivos: o espírito prático e expansionista, a unidade política, temporal, e a adoração simultânea de todos os Deuses. Por essa razão é que veremos no Estado romano uma onipresença do religioso – pagão, politeísta – na medida em que no último estavam calcadas, em última instância, a existência e a coesão social. A manutenção da religião foi um fator preponderante para a política. A sucessão real não era natural, hereditária; deveria, acima de tudo, passar pelo crivo dos deuses em um cerimonial rigoroso. Tal uso tinha razão de ser: como o rei seria o chefe supremo da religião, e como a salvação da cidade ia depender das suas orações e dos seus sacrifícios, tinham os antigos o direito de, antes de mais nada, se certificar se esse rei era bem aceito pelos deuses. Os títulos relacionados aos patrícios, aos governantes e que envolvem toda a esfera de poder romana, nos afirma a onipresença dessa figura iconográfica de Juppiter Optimus Maximus Capitolinus, como representante máximo do poder hereditário e patriarcal romano. Esta qualidade em âmbito intracósmico permite-lhe levantar-se como tutor tanto do poder imperial quanto das necessidades privadas e individuais dos indivíduos na Roma antiga. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 108 CARNAVAL DE SÃO LUIZ DO PARAITINGA: CONFLITOS ENTRE ISOLAMENTO E ABERTURA DA CIDADE Renata Rendelucci Allucci (PUC-SP) Orientadora: Olga Brites e-mail: [email protected] O carnaval é o evento mais importante de São Luiz do Paraitinga, cidade paulista do Vale do Paraíba. Organizado em torno de marchinhas e blocos e realizado nas ruas da cidade, ele adquiriu, ao longo dos anos, vários significados. Ele expõe um modo de vida ao traduzir um conjunto de crenças, lendas, contação de histórias, personagens, localização geográfica, que são o suporte para as letras das marchinhas, blocos, fantasias, coreografias e para todas as suas formas de expressão. Se, por um lado, o carnaval pode ser entendido como forma de resistência da cultura local, por outro ele motivou conflitos entre seus habitantes e dilemas como a decisão entre a abertura da cidade ou seu isolamento nos dias do evento e é, também, provocador de diversos e controvertidos sentimentos e diferentes percepções pelos luizenses, pelos turistas, pelo poder público, pela mídia, pelos patrocinadores.. Utilizando a combinação do patrimônio histórico-arquitetônico tombado da cidade e o patrimônio imaterial – a festa do Carnaval -, conjugados à identidade e à memória, a pesquisa quer compreender como se dá a legitimação de cada grupo, principalmente no processo de escolhas de realização e produção da festa. MANIFESTAÇÕES PRÓ-CUBANAS NO BRASIL (1895-1902) Renato Cesar Santejo Saiani (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] O processo de independência cubana movimentou as relações político-econômicas do continente americano em fins do século XIX, promovendo a entrada dos Estados Unidos na concorrência expansionista e a desintegração final do império colonial espanhol. Contudo, esse movimento não gerou discussões apenas nos países integrantes do conflito, mas também nas demais nações americanas, destacadamente no Brasil e Argentina. Assim, neste trabalho pretendemos observar como a independência cubana atingiu a imprensa e a sociedade brasileira e quais as posições assumidas por essas duas esferas. ―OS NOBRES FEITOS DOS NOSSOS PORTUGUESES‖. GASPAR CORREIA E SUAS LENDAS DA ÍNDIA Renatto Sérgio Costa Silva (UNESP/ASSIS) Orientador: Claudinei Magno Magre Mendes e-mail: [email protected] Embora tenha nascido em Portugal, Gaspar Correia viveu durante a maior parte da vida na Índia. Foi um dos letrados quinhentistas que se dispuseram a escrever sobre a presença portuguesa no Oriente. Os três volumosos tomos das Lendas da Índia foram escritos por Correia como uma forma de se aproveitar da “memória dos bens e males passados” pelos portugueses no Oriente. No segundo tomo, por nós selecionado, narra os feitos heroicos do segundo governante da Índia, Afonso de Albuquerque, de quem foi secretário. Correia destaca a diferença entre Albuquerque e os governantes que o sucederam, criticando os rumos que administração portuguesa tomou após a morte do governador. Ainda que mitificando os feitos dos portugueses, Correia não deixou de denunciar os malefícios causados pela corrupção portuguesa; malefícios que só seriam sanados, segundo ele, com o retorno às práticas comuns no governo de Albuquerque. As Lendas são particularmente interessantes por terem sido impressas muito depois da morte de seu autor, fato incomum nos escritos acerca da expansão ultramarina, só foram publicadas em meados do século XIX, pela Real Academia de História, tendo circulado, até então, em escassos manuscritos. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 109 1930 PÁTRIA REDIMIDA: POSSIBILIDADES DE ANALISE HISTÓRICA A PARTIR DA OBRA CINEMATOGRÁFICO DE JOÃO BATISTA GROFF Roberto Bondarik (UTFPR) e-mail: [email protected] Uma das fontes documentais sobre a Revolução de 1930 que chama a atenção por sua peculiaridade, é o filme Pátria Redimida produzido por João Baptista Groff, no Paraná em outubro de 1930. Groff era um fotografo e cinegrafista que registrou a Revolução com o meio mais moderno daquela época. Trata-se de uma obra cinematográfica que atualmente seria enquadrada como um documentário, em que se registrou a movimentação de tropas em Curitiba, Ponta Grossa, Jaguariaíva até chegar ao Rio de Janeiro com Getúlio Vargas. Nesta obra são mostradas as tropas, líderes e comandantes do movimento muitas vezes no momento em que se tiravam as fotos que se tornariam as imagens clássicas retratadas em revistas e jornais daquele tempo. Mostram-se os cenários diversos onde a Revolução se desenrolou no Paraná, de Curitiba no dia 05 de Outubro até Sengés e Itararé em 25 de Outubro, passando por Ponta Grossa. Percebe-se que algumas das cenas retratadas foram simuladas e reconstituídas a exemplo do que cinegrafistas norte-americanos fizeram durante a Segunda Guerra Mundial. Trata-se de uma obra única, pois desconhecemos outro filme produzido àquela época. Esta obra encontra-se em formato original preservada no Museu da Imagem e do Som e também digitalizada na internet. JACOB GORENDER E A TEORIA MARXISTA Roberto Manoel Andreoni Adolfo (UNESP/ASSIS) Orientador: Hélio Rebello Cardoso Jr e-mail: [email protected] O pensador marxista Jacob Gorender, possuidor de uma ampla bibliografia sobre temas como escravidão, política e marxismo, fez parte ao longo da década de 1970 de uma discussão acadêmica sobre os principais aspectos que evolveram a formação do Brasil. Marcada por um forte cunho político, tal discussão envolveu diversas disciplinas de estudos, como a Economia, a Sociologia e a História, sendo que a teoria marxista exerceu um papel fundamental na composição teórica da maioria das pesquisas produzidas neste período. Dentro desta gama de estudos, o ensaio de Jacob Gorender intitulado O Escravismo Colonial (1978) buscou defender a tese de que o modo de produção que predominou na formação do Brasil teria sido historicamente novo, o que o colocava numa posição contrária a de outros autores como Fernando Henrique Cardoso e Nelson Werneck Sodré que, apesar de também terem sido influenciados pelos pressupostos da teoria marxista, chegaram a conclusões diferentes. Visto esta flexibilidade na utilização do marxismo, esta comunicação tem dois objetivos: apresentar alguns elementos referentes a interpretação específica da teoria marxista feita por Jacob Gorender; e entender como este autor se posicionou diante da variante culturalista do marxismo, que teve como um dos maiores representantes E. P. Thompson. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO TRABALHO HISTORIOGRÁFICO NOS ANOS DE 1950: A REVISTA DE HISTÓRIA COMO DOCUMENTO INSTITUCIONAL Robson Carlos de Souza (Fundação Educacional de Fernandópolis) e-mail: [email protected] A presente comunicação objetiva apresentar uma problematização em relação a institucionalização do trabalho historiográfico vinculado a instituição universitária no Brasil na década de 1950. Para tanto usaremos como fonte para esse trabalho a Revista de História, periódico vinculado ao departamento de História da Universidade de São Paulo. O seu objetivo precípuo da Revista de História foi o de oferecer aos estudiosos uma oportunidade de divulgação sistemática, e mais ou menos ampla, dos trabalhos e das pesquisas dedicadas ao magistério universitário propiciam e orientam. Criada pelo professor Eurípides Simões de Paula a Revista de História transformou-se em um instrumento de divulgação de trabalhos históricos, não só de professores e assistentes, mas também de licenciados e alunos. Notamos que esse periódico foi constituído em espaço para a apresentação dos resultados de investigações muitas delas de fôlego. Além das atribuições colocadas acima, essa publicação funcionou como um espaço de afirmação do trabalho historiográfico vinculado a nascente universidade brasileira. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 110 ESTUDO ACERCA DAS OBRAS COLETIVAS ORGANIZADAS POR CHRISTIAN DELACROIX, FRANÇOIS DOSSE E PATRICK GARCIA: TEORIA E HISTÓRIA DA HISTORIOGRAFIA Rodrigo Bianchini Cracco (UFMG) Orientador: José Carlos Reis e-mail: [email protected] A presente apresentação buscará abordar as contribuições recentes (1999-2010) de publicações coletivas organizadas por Christian Delacroix, François Dosse e Patrick Garcia acerca de questões historiográficas. Os objetivos propostos são o de situar estas obras no contexto da historiografia francesa contemporânea e evidenciar o referencial teórico mobilizado por estes historiadores. Argumentamos que é este referencial a principal contribuição das publicações em questão. Para tanto, procedemos por meio de uma análise das principais características de cada uma das obras. Buscamos também estabelecer interfaces com outras publicações do mesmo período. Como resultado, pudemos notar que a base teórica comum às obras organizadas por Delacroix, Dosse e Garcia é constituída pelo amálgama dos procedimentos da operação historiográfica, da abordagem a partir do pluralismo interpretativo e do conceito de regimes de historicidade. TRAJETÓRIAS, ESTRUTURAS DE SOCIABILIDADES E AÇÃO INTELECTUAIS EM SÃO PAULO NA CRISE DO IMPÉRIO (1875/1889) POLÍTICA DOS Rubens Arantes Correa (UNESP/FRANCA) Orientadora: Teresa Maria Malatin e-mail: [email protected] Este trabalho de pesquisa de doutorado tem por objeto central de investigação a atuação dos intelectuais envolvidos com as batalhas políticas na então Província de São Paulo entre os anos 1870 e 1880, contexto de crise do Império. Inscreve-se, portanto, esta pesquisa, na perspectiva da história dos intelectuais, vertente da nova história política, paradigma que adotamos como campo teórico para a exploração do objeto. Para tanto, procuramos combinar a perspectiva adotada por Jean-François Sirinelli no sentido de aplicar o método de estudo das estruturas de sociabilidade, itinerários e microclimas para o conhecimento dos intelectuais enquanto agentes sociais e políticos de uma dada época histórica, conjugada com a perspectiva desenvolvida por Ann Swidler e Charles Tilly, para os quais os movimentos capitaneados por intelectuais estão inscritos em movimentos sociais e políticos e que, portanto, precisam ser entendidos a partir da articulação entre formas de pensamento e experiência social. De onde derivam três noções fundamentais que procuramos seguir no corpo da pesquisa: as estruturas de oportunidades políticas, as experiências compartilhadas e o repertório de ideias. Tendo em vista este escopo teórico-metodológico passamos a investigar a existência de um grupo de intelectuais na São Paulo de fins do século 19, constituído, basicamente, por treze membros – Rangel Pestana, Américo de Campos, Américo Brasiliense, José Maria Lisboa, Alberto Sales, Campos Sales, Prudente de Morais, João Kopke, Luiz Pereira Barreto, Bernardino de Campos, Francisco Glicério, Francisco Quirino dos Santos. Esse grupo possui em comum a experiência compartilhada em microclimas comuns aos seus membros, quais sejam, a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, o Partido Republicano Paulista e a imprensa, em especial, as publicações Gazeta de Campinas, A Província de São Paulo, O Almanaque Literário de São Paulo e o Diário Popular. Ao estudar as trajetórias dos membros desses grupos procuramos situar as ideias e o pensamento dos mesmos no contexto da crise do Império: quais os elementos centrais do repertório político e doutrinário desses intelectuais? Até que ponto a defesa da republica e da abolição implicava numa relação de pensamento e ação? Seus itinerários familiares e acadêmicos os colocavam em que situação no contexto do status social monárquico? Republica e abolição eram fundamentos da contestação ao regime monárquico ou válvulas de escape para a falta de oportunidades naquele meio social e político? Até que ponto os espaços que compartilhavam – imprensa, partido, academia, associações e grêmios – contribuíram para a conformação do repertório que defendiam? Havia contradição entre origem de classe e contestação ao status vigente? Essas foram algumas das questões XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 111 que nortearam o caminho percorrido por esta pesquisa. PALAVRAS-CHAVE: Intelectuais. República. Abolicionismo. Estruturas de Sociabilidade. Microclimas. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 112 O MOVIMENTO BANDEIRANTE E AS RELAÇÕES DE GÊNERO NO CONTEXTO SOCIAL BRASILEIRO NO SÉCULO XX Samara dos Santos Carvalho (UNESP/MARÍLIA) Orientador: Andreas Hofbauer e-mail: [email protected] O presente trabalho, que encontra-se na fase final de análise e elaboração da dissertação, visa estabelecer uma discussão acerca da trajetória do Feminismo no Brasil no decorrer do século XX, tendo como recorte o desenvolvimento do Guidismo, instituição de co-educação fundada na Inglaterra em 1909 por Robert Smith Baden-Powell, que pode ser compreendida, inicialmente, como a vertente feminina do Escotismo. O Guidismo aporta no Brasil em 1919, onde recebe o nome de Movimento Bandeirante. Rapidamente populariza-se entre as moças da elite carioca e expande-se para outros centros urbanos do país. Nesta perspectiva, pretende-se, através das discussões teóricas recentes sobre o os estudos de gênero, estabelecer um diálogo entre as aspirações do Movimento Feminista no país e a trajetória do Movimento Bandeirante, mais precisamente entre os períodos caracterizados entre primeira e segunda onda do Feminismo, que correspondem aos períodos de implementação e expansão institucional nas décadas de 1920 e 1930 e reformulação do método de co-educação Bandeirante entre os anos de 1969 a 1974 e, a partir desse debate, compreender qual referencial de mulher foi constituído e difundido pela instituição ao longo do século XX. Para tal averiguação, utiliza-se como referencial metodológico observação participante, depoimento oral e análise de documentos institucionais. MEMÓRIA DO PROFISSIONAL DE TV Sonia Regina Bongiovanni (Diretora e Promotora de TV) e-mail: [email protected] A Televisão no Brasil possui uma história extraordinária. Desde o seu início em 18 setembro de 1950, na cidade de São Paulo até hoje quando é considerada o mais importante veículo de comunicação de massa do país.A história da Televisão Brasileira em alguns momentos se assemelha a uma saga épica, pontuada por heroísmos, tragédias, muitas lutas e picantes historias de bastidores. O papel desempenhado pelo conjunto dos trabalhadores na implantação e no desenvolvimento desta poderosa indústria não foi até hoje, devidamente documentado. Qual é a história?Quais são os fatos, o que realmente aconteceu por trás do que se viu e se vê nas Telas da TV?Qual é a visão deste processo sob o olhar dos trabalhadores? Qual o impacto desta atividade profissional nas vidas de quem produziu, gravou e gerou noticias e entretenimento nos últimos 60 anos?Sobre todos os fatos existem muitos olhares; e este Projeto Memória do Radialista pretende contar a historia sob uma ótica muito especial: A dos trabalhadores em televisão. O ENSINO DE HISTÓRIA NA EJA: REFLEXÕES, PRÁTICAS E DESAFIOS Stefânia Rosa Santos (UNESP/ASSIS) e-mail: [email protected] O presente resumo tem como objetivo apresentar uma reflexão teórica (em andamento) acerca de práticas docentes voltadas para o processo de alfabetização/letramento de pessoas jovens e adultas. Nesse sentido, compreende-se aqui a dimensão da pesquisa vinculada ao trabalho do professor em sala de aula, mais especificamente, ao ensino de História. Este desafio, inerente à docência, exige do professor-pesquisador além de um engajamento político-social, uma compreensão do espaço em que atua. Este movimento deve fornecer elementos para uma metodologia mais consistente e menos obstrutiva, que incite nos educandos a criticidade, o diálogo e, principalmente, a noção de historicidade. A problematização desses aspectos no contexto da EJA pauta-se no pensamento freireano de educação como emancipação dos sujeitos, uma vez que: “Não há docência sem discência: Ensinar exige pesquisa e reflexão crítica sobre a prática” (FREIRE, 1996). De acordo com tal propósito, o educando deve participar ativamente do processo de ensinoaprendizagem, no qual devem estar inseridos: sua história, sua visão de mundo, seu cotidiano; ou seja, XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 113 tudo aquilo que irá compor um sentido na ação pedagógica, de forma que o ensino seja atravessado pela vida e sua multiplicidade. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 114 O PROCESSO DE BOLONHA E O REUNI: ANÁLISE DA MOBILIDADE ESTUDANTIL NA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ (2008-2012) Suseli Cristiane Alves Camilo (UNESP/ASSIS) Orientadora: Lucia Helena Oliveira Silva e-mail: [email protected] Os objetivos da nossa pesquisa são analisar a mobilidade estudantil no discurso político da reforma da universidade na Europa a partir do Processo de Bolonha e compreender a interpretação e a adaptação desta temática no Brasil a partir da reforma da universidade brasileira proposta pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI. Diferentes problemas foram enfrentados pela Europa e pelo Brasil em relação ao ensino superior, mas os estudos apontaram para a influência do Processo de Bolonha na política pública implantada pelo REUNI. No contexto da Reforma da universidade europeia a mobilidade estudantil era um dos elementos fundamentais do Processo de Bolonha, objetivando alargar os territórios de circulação do conhecimento e abolir fronteiras na difusão dos saberes, criando as condições para evitar a fuga de cérebros e manter a identidade europeia. No caso do Brasil, o REUNI, pretendeu otimizar o aproveitamento dos recursos humanos e da infraestrutura das instituições federais de educação superior, visando ampliação do número de vagas na educação superior pública. O debate em torno da reforma das universidades federais brasileiras apontou, então, para a necessidade de compreender o processo de importação de ideias, revelador das forças políticas predominantes na sociedade importadora. ARQUIVO DO CLUBE DE CINEMA FAFIA (1965-1983): ORGANIZAÇÃO, DESCRIÇÃO E ROTEIRO HISTÓRICO Thabata Oliveira Nogueira de Veloso (UNESP/ASSIS) Orientadora: Célia Reis Camargo e-mail: [email protected] O projeto tem como objetivo principal criar condições técnicas e informativas necessárias ao acesso da documentação do Arquivo do Clube de Cinema FAFIA (1965-1983) , sob a guarda do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (CEDAP),produzindo os seguintes instrumentos de pesquisa: inventário e roteiro histórico. Essa documentação, em 2010, passou por um ligeiro agrupamento temático/funcional que ainda está mantido, como resultado preliminar produzido voluntários do projeto de extensão “Fragmentos da Memória e Rastros de uma Identidade Estudantil. UNESP, Assis/ SP. 19582009”, que atuavam juntamente com os bolsistas do projeto. A abordagem metodológica desse arquivo para ser melhor compreendida deve-se fazer referência ao cineclubismo brasileiro, especificamente aquele ligado às universidades. A organização deste arquivo será de suma importância para a construção da memória dos estudantes deste campus, como uma parte da memória institucional, além de facilitar o acesso a essas fontes para sua utilização em projetos seja em nível de iniciação cientifica, seja em pós-graduação. ENTRE ERNEST RENAN E MARCELIN BERTHELOT: DIÁLOGOS DA HISTÓRIA NO SÉCULO XIX Thiago Augusto Modesto Rudi (UNESP/ASSIS) Orientadora: Karina Anhezini de Araujo e-mail: [email protected] A presente comunicação visa compreender um diálogo estabelecido no ano de 1863 entre um historiador e um químico, entre Ernest Renan (1823-1892) e Marcelin Berthelot (1827-1907). Tendo como palco a Revue des Deux Mondes, Renan direcionou a Berthelot um “artigo” intitulado “Les sciences de la nature et les sciences historiques”, no qual procurou refletir a respeito das (i)limitações das ciências históricas e das suas relações com as ciências naturais. A resposta a este escrito publicado em meio a artigos e com estrutura textual próxima a das epístolas não demoraria a chegar. A Ernest Renan foi dirigido um “artigo” de resposta, intitulado “La science idéale et la science positive”, no qual Berthelot problematizou as concepções de Renan e ofereceu outros caminhos para a reflexão. Por meio deste diálogo entre correspondentes já de longa data, esta apresentação possibilita uma importante discussão a respeito das XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 115 formas de se conceber a escrita da história no século XIX e da delimitação de suas fronteiras com outras disciplinas do período. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 116 CLIO TUPINIQUIM: A HISTÓRIA CULTURAL ANTROPOLÓGICA E A HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA 1980-2000 Thiago Granja Belieiro (UNOESTE) e-mail:[email protected] Este projeto se insere nos campos de estudos de historiografia, historiografia brasileira e epistemologia da história. Tem por objetivo principal, investigar como se deu a relação epistemológica entre a história e a antropologia na segunda metade do século XX. A ideia é analisar e perceber quais conceitos, teorias, métodos e modelos de pesquisa da antropologia foram apropriados pela historiografia europeia e brasileira. Nesse sentido, tal relação é vista, conforme as sugestões do sociólogo Píerre Bourdieu, como um campo de disputas e conflitos, ou seja, a relação entre os campos intelectuais da antropologia e da história, respectivamente, se deu motivada por disputas por espaços acadêmicos, sociais e simbólicos; a pesquisa visa aferir ainda, no que concerne à historiografia brasileira, se tal relação se deu apenas nesses termos, ou se questões referentes à realidade histórica tupiniquim estiveram presentes nessas relações epistemológicas entre a historiografia brasileira e a antropologia. O projeto almeja ainda, mapear e conhecer a produção historiográfica brasileira na sua relação com a antropologia, percebendo quais os resultados e quais ganhos epistemológicos teve a produção brasileira nesse relacionamento. Analisando obras da produção brasileira na área, a pesquisa ira mostrar quais conceitos, teorias e métodos da antropologia podem ser percebidos nessa produção historiográfica. MEMÓRIA E CINEMA: LEMBRANÇAS JOVIAIS Thiago Henrique de Almeida Bispo (UNESP/MARÍLIA) Orientador: Paulo Eduardo Teixeira e-mail: [email protected] É de conhecimento que a população que é considerada terceira idade hoje foi o primeiro grupo a receber a implantação do cinema como um espaço de sociabilidade e cultura. A presença do cinema torna-se algo comum a todos sendo incorporado rapidamente como novo ponto cultural e de sociabilidade dessa geração. Também é possível notar um descompasso entre o cinema hoje e tal público que viu sua criação, sendo notado um afastamento por parte dos idosos do cinema, resultando diretamente num estranhamento com esse meio cultural. No presente trabalho, busca-se interpretar e aprofundar a memória por parte dos participantes da UNATI – Marília assim como relatos de vivências que não são encontrados em registros históricos da cidade. Contrapor a memória coletiva com a individual resultando num relato mais próximo da realidade vivida junto ao cinema. Objetivando ressaltar a diferença do cinema quanto o seu significado material e também cultural entre a sua consolidação de origem e os dias de hoje e observar a reação dos estudantes da UNATI, compondo nessa oficina participantes nascidos entre 1943 e 1951, sobre os filmes que serão repassados permeando a trajetória de vivência dos mesmos alunos com a do protagonista Totó do filme ―Cinema Paradiso‖ de 1988. AS CAMPANHAS DE PACIFICAÇÃO EM TERRITÓRIO MOÇAMBICANO (1890 – 1914) Thiago Henrique Sampaio (UNESP/ASSIS) Orientador: Paulo Cesar Gonçalves e-mail: [email protected] A presente comunicação tem objetivo mostrar que durante a virada de Oitocentos, a história interna da província ultramarina de Moçambique foi marcada por constantes campanhas de ocupação das áreas controladas pelas tribos africanas para o domínio do Governo de Lisboa. Os anos de 1895 (Guerra contra o Reino de Gaza) e em 1897 (Revolta em Gaza) foram o apogeu destas conquistas. No período, as Campanhas de Pacificação serviram para Portugal se impor como metrópole no território moçambicano. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 117 A (NÃO) POLÍTICA DE DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS GUARANI E KAIOWA EM MATO GROSSO DO SUL Thiago Leandro Vieira Cavalcante (UNESP/ASSIS) Orientadora: Lucia Helena Oliveira Silva e-mail: [email protected] No estado de Mato Grosso do Sul vive a maior parte dos indígenas pertencentes às etnias Guarani e Kaiowa do Brasil. Estes povos passaram por uma intensa política de aldeamento e esbulho territorial que teve início em 1915. A partir do final dos anos 1970, os indígenas começaram a se organizar e reivindicar seus direitos territoriais já garantidos pela legislação, mas contumazmente ignorados pelo Estado. Deste de então, o Estado adotou uma política reativa de demarcações em ilhas que até o momento só atendeu a poucas reivindicações e não tem se mostrado eficiente. Em 2007 foram constituídos seis grupos técnicos para a identificação e delimitação em conjunto de pelo menos trinta e nove áreas reivindicadas pelos indígenas. No entanto, até o momento tais estudos não foram concluídos permanecendo a incógnita se de fato serão suficientes para solucionar o problema da escassez de terras para os Guarani e Kaiowa. Este trabalho analisa a política de demarcação de terras indígenas para estes povos em Mato Grosso do Sul e entende que sua ineficiência está ligada à falta de uma política de Estado para o enfrentamento da questão deixando-a assim a mercê das inconstâncias governamentais e de todo tipo de interferência política. A LEITURA DE FOUCAULT A KANT E SUAS RELAÇÕES COM O PROJETO DE UMA ARQUEOLOGIA HISTÓRICA DOS SABERES Tiago Viotto da Silva (UNESP/ASSIS) Orientador: Hélio Rebello Cardoso Jr e-mail: [email protected] Meu objetivo nesta comunicação é traçar algumas considerações acerca das funções e possibilidades cognitivas do conhecimento histórico segundo Michel Foucault. Como fio condutor para desenvolver este tema, me apoiarei na leitura que o pensador francês realiza da obra de Kant nos textos do início de sua produção intelectual: Introdução à antropologia de Kant, tese complementar defendida junto a História da loucura na idade clássica em 1961; As palavras e as Coisas de 1966; e A arqueologia do saber de 1969. A partir desses trabalhos pretendo, em primeiro lugar, destacar a crítica de Foucault às antropologias filosóficas pós-kantianas, e o modo como essa crítica é desenvolvida nesse primeiro momento de seu trabalho à luz do próprio kantismo. Em segundo lugar, pretendo sublinhar o modo como Foucault, a partir de sua crítica ao pensamento antropológico, desenvolve a arqueologia como método empírico-descritivo para a escrita da história que visa inserir o passado como diferença em relação ao presente - se esquivando, assim, daquilo que o pensador francês chama de sujeições antropológicas do pensamento, tais como, por exemplo, as noções de continuidade e progresso da razão. O USO DAS CRÔNICAS DE LIMA BARRETO EM SALA DA AULA E O ENSINO SOBRE A PRIMEIRA REPÚBLICA Vanessa Kiara Rodrigues Milian (UEL) Orientadora: Márcia Elisa Teté Ramos e-mail: [email protected] A partir dos estudos do historiador alemão Jörn Rüsen, mais especificamente sobre a função da Didática da História enquanto uma área dinâmica, a qual analisa a função prática da História não apenas pelo seu âmbito acadêmico, mas também a sua significância na vida das pessoas comuns, vem crescendo um grupo de historiadores o qual tem como objeto de estudo, o Ensino de História e suas implicações em sala de aula no que se refere à compreensão dos estudantes em relação à disciplina. Como por exemplo, o historiador Peter Lee, o qual trabalha com o conceito de literacia histórica e por meio deste pensa-se no ensino partindo da realidade dos estudantes, a suas visões de História e se preocupa também em desenvolver habilidades para que estes possam compreender as permanências e descontinuidades entre os diferentes tempos históricos: passado, presente e futuro. Neste sentido, a presente pesquisa propõe o uso das crônicas do autor Lima Barreto para trabalhar a Primeira República em sala de aula a partir de XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 118 problemas atuais, fazendo com que os alunos entendam a História enquanto um processo dinâmico e múltiplo, desmistificando-se a ideia de passado único e encerrado. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 119 VERTENTES DO SAMBA NA COLEÇÃO HISTÓRIA DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA: DO ESTÁCIO AO SAMBA-ENREDO Vanessa Pironato Milani (UNESP/ASSIS) Orientador: Áureo Busetto e-mail: [email protected] Esta comunicação é resultado do projeto de IC desenvolvido no ano passado e que tinha como objetivo análise histórica de duas versões – 1ª de 1970/71 e 3ª de 1982/83 – da Coleção História da Música Popular Brasileira, da Abril Cultural, organizada por especialistas, integrada por textos (crítica e história) e discos. A Coleção dispensou grande espaço aos sambistas, abordando diferentes vertentes e temporalidades do samba. Assim, esta comunicação aborda duas vertentes/ritmos do gênero – o samba do Estácio (surgido no final da década de 1920, conhecido como o verdadeiro samba carioca, não mais influenciado pelo maxixe como nos primeiros sambas) – aqui representado pelo fascículo de Noel Rosa, e o samba-enredo (estabelecido na década de 1930, era feito, e continua sendo, para ser cantado durante o desfile de uma escola de samba) – tendo como eixo de análise o fascículo de Silas de Oliveira, Mano Décio e D. Ivone Lara, destacando assim, o espaço dispensado a eles na Coleção. Recorte que contempla uma inicial vertente/ritmo do samba e outra que se mantém atual nos desfiles de carnaval, fato que demonstra o cuidado dos organizadores da Coleção em não deixar a tradição do samba como algo localizado no passado, mostrando a sua atualização. RÁDIO COMUNITÁRIA DE HELIÓPOLIS: ORGANIZAÇÃO POPULAR E PARCERIAS EM TORNO DE SUA REGULARIZAÇÃO Vanessa Zandonade (UNESP/ASSIS) Orientador: Áureo Busetto e-mail: [email protected] A reflexão acerca das práticas adotadas no processo de regularização da Rádio Comunitária de Heliópolis, entre 1997 e 2008, está presente neste estudo historiográfico, resultante de uma pesquisa de mestrado, inserida na história da comunicação social. Foram observadas as dificuldades encontradas e os caminhos percorridos pelas lideranças populares de Heliópolis, remontando situações de confrontos e parcerias, estabelecidas entre agentes sociais daquela região e diferentes instituições em torno dessa iniciativa. Tais fatos se vincularam às reivindicações por democratização das comunicações no Brasil, reunindo lideranças políticas de São Paulo e/ou militantes do setor, em busca da regularização dessa emissora, com a pretensão de estender os efeitos daquela mobilização para o município e o país. A partir dos dados obtidos por meio das fontes consultadas, evidencia-se a participação efetiva de influências externas a Heliópolis até o desfecho da regularização da rádio, sugerindo ainda ser necessário haver vínculos políticos ou de entidades com representação significativa no setor para a obtenção das autorizações de funcionamento do governo federal, o que emperra os processos de avanço na democratização da comunicação social brasileira. PAIXÕES E ILUSÕES: CULTURA E IMAGINÁRIO POLÍTICO DOS COMUNISTAS NO NORTE DO PARANÁ (1945-1953) Verônica Karina Ipólito (UNESP/ASSIS) Orientador: Milton Carlos Costa e-mail: [email protected] O trabalho tem como objetivo discutir as vivências e experiências de militantes e simpatizantes do comunismo no norte do Paraná. O tema proposto para discussão se concentra no período compreendido entre o fim do regime estadonovista e a promulgação da Lei de Segurança Nacional (LSN), em 1953. Trata-se de buscar recuperar símbolos, mitos e imagens que solidificaram crenças, certezas e ideias na formação dos quadros partidários do Partido Comunista do Brasil (PCB) no norte paranaense. Será imperioso analisar entrevistas, materiais de propaganda, periódicos e similares que deixam transparecer a linguagem coletiva assumida pelos comunistas de modo a se comportarem e comunicarem em um espaço comum. A fim de identificar esses pontos, também se torna necessário analisar as ações da Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) frente à atuação dos militantes do PCB na região norte do Paraná no período em questão. Sendo a DOPS um órgão de controle social se levará em conta os mecanismos de repressão acionados pelo Estado, cujo objetivo era manter a ordem estabelecida. A abordagem da XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 120 pesquisa dará destaque à cultura política e aos imaginários sociais, ressaltando o seu papel nas relações de poder e levando em conta os valores, tradições e cultura dos atores sociais envolvidos. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 121 A CONSTITUIÇÃO COLOMBIANA DE 1858 – ENTRE O LIBERAL E O CONSERVADOR Victor Hugo Xavier Flandoli (UEL) Orientadora: Edméia Ribeiro e-mail: [email protected] Promulgada em 1858 na Colômbia a Constituição que é fonte e objeto do presente trabalho foi redigida e sancionada pelo presidente à época, Mariano Ospina Rodriguez. Interessante e incoerentemente é uma constituição com aspectos liberais, assinada por um chefe de estado conservador. Interessante por retratar um período de instabilidade e as possibilidades de influências européias, incoerente por legitimar uma dicotomia que afeta o social daqueles que a ela são submetidos. Tendo sido escrita 10 anos após a formação oficial dos partidos conservador e liberal, instiga esta pesquisa por refletir uma discussão política que há mais de 150 anos existe no país, uma bipartidarização que fustiga o povo Colombiano, leva à conflitos e à instabilidades sociais. ECOS MEDIEVAIS: A HISTORICIDADE DOS ESCRITOS MUSICAIS DO CANTO GREGORIANO E A PAISAGEM SONORA DO MOSTEIRO DE SÃO BENTO Vinicius Morais de Oliveira (PUC-SP) Orientadora: Denise Bernuzzi de Sant´Anna e-mail: [email protected] Muitos historiadores, quando se propõem a estudar uma determinada sociedade, seja ela situada em qualquer temporalidade, pouco recorrem às fontes sonoras. Por serem consideradas complexas, tem-se a impressão de que estas pertencem exclusivamente ao corpo do colegiado da pesquisa musical, uma vez que, existem nomenclaturas, regras harmônicas, sinais gráficos dificultando tal acesso. Neste contexto, esta apresentação contempla reflexões da musicalidade cristã medieval, por meio dos tetragramas, ou seja, a escrita do Cantochão, iniciada em meados do século XII. Enquanto objeto de estudo e permanência histórica, a paisagem sonora e a produção musical do Mosteiro de São Bento, situado na cidade de São Paulo-SP, foram eleitas por conter esses ecos medievais. A preservação do silêncio é elemento do Sagrado e parte marcante do monastério, propiciando uma vida contemplativa aos monges. Dicotomicamente, no exterior da abadia, encontra-se o território dos ruídos da cidade com seus múltiplos sons. Portanto, investigar a identidade religiosa expressa no referido canto, analisar os intervalos melódicos que o medievo priorizou, e ouvi-los atualmente no cotidiano religioso da ordem beneditina, compõe esta comunicação e pesquisa. HISTORIA E MEMÓRIA DA IGREJA SÃO COSME E SÃO DAMIÃO – ITAMARAJU – BAHIA Vitor Amorim do Amaral (UNEB) e-mail: [email protected] Este artigo é resultado do Estágio Curricular Supervisionado II do curso de Licenciatura Plena em História, ele pretende apresentar recortes institucionais da Igreja São Cosme e São Damião que está situada na cidade de Itamaraju - BA. Através de análises realizadas no arquivo da Igreja, entre os meses de Fevereiro e Março de 2010, na secretaria paroquial, também nos propiciou a realização de entrevistas com fieis, do qual, foram identificadas a historicidade da igreja e a importância que ela ainda exerce perante a cidade. Esse Estágio em arquivos propõe novas perspectivas a fim de interagir com a construção da história local. Conhecer uma sociedade pela óptica religiosa e compreendê-la enquanto sociedade laica. Assim, a Igreja e seus documentos se tornam patrimônio cultural, para a sociedade, que estão inseridos nos indivíduos e que em alguns momentos compartilham histórias e por sua vez se ligam a outras histórias formando então uma teia da memória coletiva. Logo, como proposta do projeto de estágio, analisamos o Livro Tombo, documentos iconográficos e orais, apresentando recortes da História Institucional da paróquia São Cosme e São Damião, propondo novas perspectivas para construção da História local. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 122 A RETROSPECTIVA DO ANO DA REDE RECORD E SUAS PERSPECTIVAS PARA O BRASIL, 1988 Wellington Amarante Oliveira (UFU) e-mail: [email protected] Este trabalho tem por objetivo discutir historicamente alguns aspectos do programa A Retrospectiva do Ano, veiculado em 1988, pela Rede Record de televisão, sob a direção de Marcelo Tas. Selecionado pelo pesquisador Arlindo Machado como um dos 30 melhores programas televisivos do mundo a emissão surpreendeu, público e crítica ao ousar na seleção e edição das imagens. O ano era 1988, mas as imagens escolhidas datavam do final da década de 1950. Em uma narrativa humorística que combinou elementos reais e fictícios o programa apresentou a sua visão do ano que estava por acabar com algumas imagens raras e curiosas. O intuito desse trabalho é pensar de que modo A Retrospectiva do Ano apontou, ao final da década de 1980, suas perspectivas para o Brasil. A EXPOSIÇÕES UNIVERSAIS E O CONCEITO DE FANTASMAGORIA A PARTIR DA LEITURA E INTEPRETAÇÃO DA OBRA DE WALTER BENJAMIN Wellington Durães Dias (UNESP/ASSIS) Orientador: Carlos Eduardo Jordão Machado e-mail: [email protected] As exposições universais foram eventos de grandes proporções, realizadas com frequência em centros urbanos onde os rumos tomados pelo desenvolvimento científico e cultural refletiam seu claro papel de epicentros do capitalismo industrial, ocorrendo periodicamente da segunda metade do século XIX ao início do XX. Eram montados pavilhões nas áreas centrais das grandes urbes, dedicados a abrigar os maiores frutos do gênio criativo e do labor humano. No interior destas monumentais exposições, eram admiradas pelas massas as últimas novidades tecnológicas e científicas. Das matérias primas provindas dos mais exóticos recantos do planeta até as máquinas, ferramentas que tornavam possível ao homem a ideia de elevar-se sobre a própria natureza com o intuito de domina-la e subjuga-la. Tudo na exposição levava a crer que a humanidade caminhava firmemente sob o signo da modernidade e do progresso. Este trabalho pretende compreender estes eventos históricos sobre uma perspectiva advinda dos trabalhos de Walter Benjamin. Filosofo que dedicou grande parte de suas obras aos estudos da Paris do segundo império e a cultura do século XIX, influenciado pelos trabalhos de Marx e Lukács, cunhou um conceito que irá tornar-se chave para interpretar as exposições e as sociedades que as engendravam: a fantasmagoria. BREVE SÉCULO XX: HISTÓRIA E CINEMA NO COTIDIANO ESCOLAR Wender Urias da Cruz (Faculdades Integradas de Ourinhos) e-mail: [email protected] A proposta curricular do Estado de São Paulo para a disciplina de história no 3º ano do Ensino Médio aborda o período que corresponde ao final do século XIX até o início do século XXI. Este mesmo período corresponde a invenção dos primeiros aparelhos de projeção de imagem e ao estabelecimento do cinema enquanto linguagem artística e produto da indústria cultural. Consciente desse processo, elaborou-se um plano de ensino que explora as aproximações e reflexões possíveis entre o conteúdo estabelecido na proposta oficial do Estado para a disciplina de história e obras cinematográficas diversas que foram produzidas neste período. Estabeleceu-se uma intervenção pedagógica com discentes de duas turmas do 3º Ano do Ensino Médio de uma escola pública do município de Assis-SP, onde o estudo que abrange a revolução industrial, o imperialismo e o neocolonialismo, assim como as duas guerras mundiais foram complementadas sistematicamente com a utilização de curtas e longas metragens, assim como documentários diversos. Essa aproximação do conteúdo curricular com a linguagem cinematográfica foi permeada por práticas de XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 123 reflexão, análise e escrita. Principalmente por meio do estudo da linguagem cinematográfica enquanto documento histórico e fonte de conhecimento. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013 124 O PROBLEMA DO FORNECIMENTO DE ALIMENTOS NA BAHIA DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XVII E A CRISE AÇUCAREIRA Wesley Dartagnan Salles (UNESP/ASSIS) Orientador: Claudinei Magno Magre Mendes e-mail: [email protected] Na segunda metade do século XVII, de acordo com parte da historiografia, houve uma crise na produção e na venda do açúcar produzido na América. No caso particular da Bahia, procuramos analisar sua peculiaridade nesse contexto de ruína, assim propriamente entendido pelos contemporâneos. Muitos foram os problemas que construíram um contexto de ruína, a falta de escravos, a peste, a falta de espaço para as plantações. Um dos aspectos pouco notado pela historiografia gira em torno da questão do fornecimento de alimentos, do pão, da farinha de mandioca, e, principalmente, da carne. Observando a documentação, concluímos que no período em questão, principalmente na década de 80, cada vez mais a cidade da Bahia tinha dificuldades em receber alimentos, gerando fomes e doenças advindas da má qualidade dos alimentos. Dessa forma, a presente comunicação visa questionar o papel da falta de alimentos na denominada crise açucareira da Bahia. AS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS ENTRE BRASIL E MÉXICO: AS GESTÕES DE D. ALFONSO REYES (1930-1936) E JOSÉ RUBÉN ROMERO (1937-1938) Willian dos Santos Martins (UNESP/ASSIS) Orientador: José Luis Bendicho Beired e-mail: [email protected] Esta comunicação pretende discutir o momento em que D. Alfonso Reyes, entre 1930 e 1936, e José Rubén Romero, entre 1937 e 1938, representaram o México como embaixadores no Brasil. Podem-se comparar ambas as gestões, evidenciando suas diferenças, pois durante o exercício de D. Alfonso Reyes é sabido que, apesar de alguns entreveros, a condução das relações diplomáticas seguiu um caminho de maior entendimento, enquanto o período em que José Rubén Romero esteve à frente do posto coincidiu com uma série de rusgas, conflitos e tensões entre os dois países. D. Alfonso Reyes compreendia o conturbado panorama político do Brasil dos anos 1930 como consequência de um movimento revolucionário que se espalhava pela América Latina, logo, a Revolução de Outubro e seus desdobramentos, em seu ponto de vista, denotavam o nascimento de uma consciência política no seio da sociedade brasileira. Já Romero, em momento posterior – e após a instauração do Estado Novo, foi contundente em suas críticas à condução da política brasileira, propondo a Lázaro Cárdenas, inclusive, que o México não mantivesse qualquer relação com o governo brasileiro em virtude das violações da democracia. UM MILAGRE CRISTÃO: UM ESTUDO DOS RELATOS DE MISSIONÁRIOS PROTESTANTES DA CHURCH MISSIONARY SOCIETY ENTRE 1876 – 1890 Yuri Wicher Damasceno (UNESP/ASSIS) Orientadora: Lucia Helena Oliveira Silva e-mail: [email protected] O projeto pretende realizar um estudo das representações sobre a África, em especial Uganda, durante o século XIX nas obras produzidas pela Church Missionary Society dentre as quais “The Wounderful Story of Uganda” trabalho produzido por Joseph D. Mullins membro desta instituição. A periodização corresponde aos anos de intensificação da atividade missionária na região. Para um enriquecimento dos conhecimentos a respeito dessa sociedade iremos contrapor as ideias propostas sobre catequização pelos missionários ingleses na região com a experiência cristã italiana, francesa e islâmica exposta em demais trabalhos como os de Kefa M. Otiso e Patrícia Teixeira Santos. XXX Semana de História “Memórias, Imagens e Narrativas” 20 a 23 de Maio de 2013