Potência imunogênica de uma vacina preventiva das mastites bovinas e sua ação como adjuvante no aumento da cura expontânea das mastites subclínicas Realizamos o estudo de potência imunogênica de uma vacina inativada e hidrolisada para bovinos “MastiplusBR®” contendo 13 antígenos bacterianos (dos principais agentes causadores de Mastites) e glândula mamária, fornecendo aminoácidos e polipeptídeos extraídos pelo processo de hidrólise. O estudo foi realizado em camundongos. Foram aplicadas 4 doses do produto pela via subcutânea na dosagem correspondente à indicada aos bovinos. Foram quantificados os anticorpos IgG total através de EnzymeLinked Immunoabsorbent (ELISA) nos soros dos animais. Foi quantificada a resposta imune celular pela técnica de proliferação de linfócitos por citometria de fluxo(FACScan), utilizando diferentes estímulos: Meio de cultura RPMI (controle negativo), Concanavalina A (ConA – controle positivo) e estímulo específico representado pela solução vacinal - lote Teste. Observou-se que no meio/RPMI controle negativo não houve proliferação. Nos grupos positivo da ConA e do grupo Teste, houve proliferação, demonstrando desta forma a estimulação da resposta imune celular. Demonstramos ainda pelo método de Western Blot a imunogenicidade de cada uma das 13 cepas bacterianas presentes na vacina. I.CORRÊA1, C. E. J. FONSECA2, M. G. P. CORRÊA3 INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODO RESULTADOS DISCUSSÃO CONCLUSÃO INTRODUÇÃO 1 Inivaldo Corrêa, Diretor Técnico Laboratório Vitafort Ltda, Ribeirão Preto, SP, BRASIL. 2 Carlos Eduardo Junqueira Fonseca, Responsável Técnico Laboratório Vitafort Ltda, Ribeirão Preto, SP, BRASIL. 3 Maria da Graça Portantiolo Corrêa, Responsável pelo Departamento de Microbiologia do Lab. Vitafort Ltda, Ribeirão Preto, SP, BRASIL. 18 HV195.pmd As vacinas são compostas, de maneira geral, por agentes infecciosos mortos ou inativados, ou por alguns de seus componentes como as proteínas, polissacarídeos e lipopolissacarídeos, entre outros. Essas estruturas vacinais são, genericamente, denominadas de antígenos. Além disso, as vacinas podem conter outros componentes, como os adjuvantes e imunomoduladores, que potenciam o poder imunogênico das vacinas. Para estimular o sistema imunológico, o antígeno, assim como os adjuvantes e imunomoduladores, tem que ser obrigatoriamente reconhecidos por receptores localizados na superfície das células apresentadoras de antígenos (APCs), que são, principalmente, os macrófagos e as células dendríticas. A ligação dos antígenos, adjuvantes e imunomoduladores aos receptores das APCs induz um processo de sinalização química intracelular, que resulta na estimulação de uma cascata de enzimas, levando a ativação da célula APC a produzir e secretar potentes mediadores imunológicos como as citocinas, que têm a propriedade de modular a ativação da resposta imune humoral (mediada por linfócitos B e produção de anticorpos que são as imunoglobulinas) e da resposta imune celular (mediada pelos linfócitos T CD4 e T CD8). Uma resposta imune específica, como a produção de anticorpos a um determinado agente infeccioso, é conhecida como resposta imune adaptativa. Os anticorpos são produzidos pelos linfócitos B (ou células B) em resposta a infecções, e sua presença em um indivíduo reflete as infecções às quais o mesmo já foi exposto. Os linfócitos são capazes de desenvolver uma memória imunológica, ou seja, reconhecer o mesmo estímulo antigênico caso ele entre novamente em contato com o A Hora Veterinária – Ano 33, nº 195, setembro/outubro/2013 18 19/08/2013, 08:29 organismo, evitando assim o reestabelecimento da doença (Sprent, 1994; Ahmed & Sprent, 1999). É o caso de dois grandes grupos de bactérias que estão constantemente em contato com os animais, grupos das bactérias ambientais e grupos das bactérias contagiosas. Assim, a resposta imune adaptativa aperfeiçoa-se a cada encontro com um antígeno. Cada linfócito virgem que penetra na corrente circulatória é portador de receptores de antígeno com uma única especificidade. A especificidade destes receptores, contudo, é determinada por um mecanismo de rearranjo gênico especial que atua durante o desenvolvimento linfocitário na medula óssea e no timo, a fim de gerar centenas de diferentes variantes dos genes codificadores das moléculas receptoras. Assim, embora um linfócito individual seja portador de um receptor de especificidade única, a especificidade de cada linfócito é diferente, e os milhões de linfócitos do organismo podem apresentar milhões de especificidades distintas. Os linfócitos sofrem, então, um processo parecido com a seleção natural durante a vida do indivíduo (Lederberg, 1988; Klein, 1995): somente aqueles que encontram um antígeno com o qual seu receptor pode interagir serão ativados para proliferar e se diferenciar em células efetoras. Foram usados os seguintes equipamentos: Espectrofotômetro µQuant – Bio-tek, Lavadora de placas – Bio-tek, Sistema de Elletroforese MiniProtean3 BioRad, Sistema de fotodocumentação MiniBis (DNR) - Bio-tek, Citômetro de Fluxo FACScan, Centrífugas, Balanças analíticas, Câmaras de segurança biológica Tecnal. - Animais Foram utilizados 12 camundongos não isogênicos da linhagem Swiss de 6 a 8 semanas de idade e peso médio de 26 g no início do experimento, obtidos do Biotério Geral do Campus da USP em Ribeirão Preto/SP. Os animais selecionados foram alocados randomicamente em 2 grupos de 6 animais e acondicionados em caixas individualizadas com micro isoladores com livre acesso a água e ração. Um grupo recebeu a vacina e o outro grupo recebeu solução salina como controle do experimento. Produto utilizado: O produto utilizado foi o Mastiplus BR® part. 001/12 data fabricação 25/01/2012, com sua composição conforme Tabela 1 abaixo: MATERIAL E MÉTODO Os estudos de potência imunogênica da vacina MastiplusBR® foram executados na Unidade de Ensaios Pré-Clínicos da Empresa Farmacore Biotecnologia Ltda., no período de 8 de março 2012 a 26 de abril de 2012. A Farmacore conta com infraestrutura e capacitação tecnológicas adequadas, para a condução de ensaios de citotoxicidade in vitro, para avaliar inocuidade e toxicologia em animais de pequeno e médio porte (roedores) e para a realização de estudos de imunogenicidade e de eficácia terapêutica de vacinas. Os estudos foram realizados dentro das normas regulatórias ABNT NBR ISO IEC 17025:2005, ABNT ISO 9001:2000, MAPA e INMETRO-BPL. Nesta área foi garantida uma rotina de trabalho setorizada contendo área comum de laboratório para desenvolvimento analítico equipada com sistema HPLC, sala de cultura de células com fluxo laminar, freezer e incubadora de CO2 e ambiente separado para experimentação animal com fluxo laminar exclusivo para pequenas intervenções cirúrgicas, além de racks de animais com micro isoladores. A empresa conta também com área de segurança biológica nível P3 (Biosafety level 3) classificada e validada pela CTNBio para trabalhos com organismos patogênicos e geneticamente modificados (OGMs). O corpo técnico da Empresa é composto por: Prof. Dr. Celio Lopes Silva – Farmacêutico; Rosiane Peripato – Farmacêutica; Fabiana Testa Moura de Carvalho Vicentini - Doutora em Ciências Farmacêuticas. Pesquisador Principal: Prof. Dr. Celio Lopes Silva – Farmacêutico (CRFSP 7045) e Professor Titular de Imunologia da FMRP-USP. Materiais e equipamentos Rack micro-isolada específica para camundongos, com suprimento de ar filtrado dentro da caixa (individualizado), sala com temperatura controlada (25±2ºC) e luz 12 horas/dia. As caixas dos animais possuem filtro para remoção de cheiro e são totalmente separadas uma das outras, não havendo possibilidades de interferência de resultados. Informações Técnicas sobre Hidrolisados: Na fabricação da Mastiplus-BR®, a glândula mamária e as bactérias (após inativadas) contidas em sua formulação passam pela hidrolise ácida enzimática, que após processo de purificação, fornecem aminoácidos e peptídeos de baixo peso molecular. Os lisados de órgãos têm como característica principal a restauração e reativação das funções biológicas pelo uso de hidrolisados de tecidos e órgãos animais (Kazakov, 1942). A qualidade e as características finais do hidrolisado proteico dependem de vários fatores que devem ser controlados para se alcançar os resultados desejados, entre eles encontram-se a natureza e associação de enzimas, pH, temperatura, tempo de hidrólise, tipo e concentração de substrato, relação enzima/substrato, inativação enzimática ao final do processo (Adler Nissen, 1981; Chobert et al.,1988a,b; Silvestre et al., 1994a,b; Cândido, 1998). A relação enzima substrato (E:S) exerce influência na velocidade da reação e no tamanho dos peptídeos produzidos no final do processo de hidrólise (Gauthier et al., 1986). Diversos autores têm demonstrado que fórmulas contendo um ele- A Hora Veterinária – Ano 33, nº 195, setembro/outubro/2013 HV195.pmd 19 19 21 19/08/2013, 08:29 vado teor de oligopeptídeos, especialmente, di- e tripeptídeos, são utilizadas mais efetivamente pelo organismo do que uma mistura equivalente de aminoácidos livres ou a proteína intacta, apresentando assim um maior valor nutritivo (Keohane et al., 1985; Grimble et al., 1986; Rérat, 1993; Boza et al., 2000). Vários autores têm demonstrado que hidrolisados com peptídeos de baixo peso molecular, podem ativar a proliferação de linfócitos e macrófagos com atividade imunomoduladora na produção de citocinas (XiangZhen Kong et al., 2008). Entretanto, sob a forma de di- e tripeptídeos, estes aminoácidos apresentam boa solubilidade e estabilidade, o que mostra a importância do isolamento destes peptídeos de hidrolisados proteicos (Furst et al., 1990; Anantharamam & Finot, 1993). Segundo Moosman and Behl (2002), os hidrolisados com maior valor de grau de hidrólise apresentam uma maior quantidade de peptídeos de baixo peso molecular, e consequentemente um maior potencial de inibição da oxidação em relação aos hidrolisados com baixo grau de hidrólise. Tem se demonstrado também que os peptídeos bioativos são cadeias sequenciais de aminoácidos de pequeno tamanho, contendo entre dois e quinze resíduos, inativos dentro da proteína, mas que podem ser liberados, e exercer efeitos benéficos para o organismo (Vioque et al., 2006). Informações Técnicas sobre Mastiplus-BR®: - Entre os meios não antibióticos para o controle e tratamento da mastite bovina não podem isolar-se os fatores de produção de defesas específica, isto é o Sistema Imunológico da vaca leiteira, tanto no que se refere à resposta imunológica sistêmica, como a resposta local da própria glândula mamária. - Mastiplus-BR®, como Vacina Mista, inclui os agentes considerados como causadores de mais de 80% de todas as mastites bovinas, (Grupo dos agentes contagiosos e o grupos dos agentes da contaminação ambiental) especialmente aqueles que são os responsáveis pela maioria das perdas: Streptococcus agalactiae e Staphylococcus aureus. Com o aumento da leucocitose e das imunoglobulinas séricas os mesmos são carreados ao local do foco infeccioso (úbere), promovendo um aumento da reação inflamatória proporcionando a elevação da cura espontânea das mastites subclínicas. - Não deve ser utilizados simultaneamente com Mastiplus BR® produtos a base de corticóides, por sua ação imunodepressora. - Mastiplus-BR® é um produto que promove a leucocitose e o aumento da taxa de imunoglobulinas. Nas mastites subclínicas, pela presença do foco infeccioso, existe um quimiotactismo positivo carreando as células de defesas e anticorpos até a glândula mamária, podendo promover um edema, ou seja, uma reação inflamatória normal. Devido a esta reação, nos tratamentos das mastites subclínicas poderão ocorrer sintomas de mastite clínica, num percentual médio de 5% das vacas. - O teste de rotina para identificação da mastite subclínica (CMT, WMT, CCS, Condutividade elétrica, etc.), deverá ser negativo somente após transcorridos de 15 a 20 dias da última aplicação do tratamento realizado com Mastiplus-BR®. - Com o uso de Mastiplus-BR® na prevenção de vacas sadias, não ocorre nenhuma reação no úbere nem tão pouco variação na Contagem de Células Somáticas (CCS) do leite. 20 HV195.pmd - Para realizar o tratamento preventivo das vacas em lactação, deve-se certificar que o animal esteja sadio através dos testes de rotina, citados acima, caso estejam com mastite subclínica utilizar o esquema de dosagens como coadjuvante ao tratamento. - MASTIPLUS-BR® é Licenciado no Ministério da Agricultura sob nº 7.215 em 14/02/2000. Período Pré-teste. Os animais foram aclimatados em micro-isoladores por pelo menos uma semana até o inicio do experimento, os quais permaneceram até o término. Durante essa fase, e a de experimento propriamente dito, as condições de alimentação, luz e temperatura ficaram estáveis e os mesmos foram manipulados de acordo com as instruções da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório. Neste período, os animais foram observados quanto ao estado de saúde e comportamental e não foram observadas alterações significativas que justificassem a exclusão de qualquer um deles do Estudo. Antes da aplicação do produto teste, em todos os animais foi realizado uma coleta de sangue para extração de soro e posterior análise de produção de anticorpos (dados pré-vacinais). Aplicação do Produto Teste O produto teste foi administrado por via subcutânea conforme recomendação e dosagem de bula. Para o procedimento, realizou-se antissepsia da pele no local de aplicação com algodão embebido em álcool iodado e o produto foi aplicado com auxílio de seringas e agulhas descartáveis. Os animais do Grupo Teste receberam o produto Mastiplus BR® part. 001/12 no volume de 0,1 mL por via subcutânea (3,75 µL da vacina e completados para 0,1 mL com solução fisiológica estéril), em duas séries, nos dias 0 (zero) e 02 (correspondentes à primeira série) e 09 e 11 (correspondentes à segunda série), totalizando 4 aplicações por animal. Os animais do Grupo Controle receberam solução fisiológica estéril, no volume de 0,1 mL por via subcutânea, em duas séries, nos dias 0 (zero) e 02 (correspondentes à primeira série) e 09 e 11 (correspondentes à segunda série), totalizando 4 aplicações por animal. Os animais do grupo controle não foram tratados com o produto teste, sendo mantidos nas mesmas condições de manejo e ambiente que os animais tratados, durante o estudo. Avaliações laboratoriais As avaliações laboratoriais do estudo foram realizadas no Laboratório de Experimentação Animal da Farmacore. Todos os animais do grupo teste e do grupo controle quinze dias após a administração da última dose foram sangrados e coletados os soros, individualmente, para avaliação da imunidade humoral. Nesse mesmo dia, após o sacrifício dos animais, os baços de cada um deles foram retirados para obtenção de células (esplenócitos totais) para avaliação da imunidade celular. Foram feitas dosagens de proteínas do lote do produto vacinal para servir como parâmetro quantitativo nas dosagens usadas na realização dos testes imunológicos. As amostras do produto teste da vacina Mastiplus-BR® foram submeA Hora Veterinária – Ano 33, nº 195, setembro/outubro/2013 20 19/08/2013, 08:29 tidas ao protocolo de dosagem de proteínas pelo método de Bradford (Manual de ensaio de Proteína Bradford, da BioAgency). Para os estudos de imunidade celular e cultura de células foi determinada previamente a citotoxicidade do lote vacinal sobre cultura de células do baço provenientes de um animal controle não imunizado. Avaliação da Imunidade Humoral Nas amostras de soro de cada um dos animais de todos os grupos foram feitas: i) dosagens de anticorpos IgG total por ELISA (EnzymeLinked Immunoabsorbent Assay); ii) avaliação de resposta de anticorpos por Western Blot; iii) avaliação da resposta imune humoral induzida por cada uma das cepas bacterianas presentes na vacina MastiplusBR por Western Blot. Dosagens de anticorpos IgG total por ELISA A padronização do ensaio de ELISA foi realizada a partir da dosagem das proteínas do lote teste da vacina MastiplusBR®. A cobertura das placas de ELISA (coating) foram feitas com diferentes concentrações de proteínas (5; 10; 20 e 60 µg/ mL) e incubadas por uma noite a 4ºC. Posteriormente, procedeu-se a lavagem das placas e bloqueio das ligações inespecíficas. Em seguida foram adicionadas as diferentes diluições do soro dos animais vacinados (1:10; 1:100; 1:500 e 1:1000) e o ensaio realizado até a revelação total de acordo com o procedimento preconizado na empresa Farmacore. A leitura das placas foi feita a 450 mm em espectrofotômetro µQuant e os dados analisados no programa computadorizado Gen5 (Bio-tek). Como controle positivo do ensaio foi utilizado ovalbumina e um soro anti-ovalbumina previamente padronizado. Os dados obtidos estão descontados do controle negativo (branco). Depois de padronizado o ensaio, as dosagens foram feitas usando-se de uma concentração de proteína de 10 µg/ mL do lote do produto para a realização do coating das placas de ELISA e diluição 1:10 dos soros de cada um dos animais vacinados. Para a realização do ensaio, as seguintes soluções foram utilizadas: a) Solução de bloqueio (PBS1X, 10% soro bovino fetal, 0,05% Tween20); b) Solução de carbonato/bicarbonato (solução de carbonato/bicarbonato v/v); c) Solução de estreptoavidina-biotina (Vecstain – Vector Laboratories); d) Solução de revelação TMB (BD Opteia – lote 59475 ); e) Solução de interrupção de reação de revelação (ácido sulfúrico 16%); f) Solução bloqueio com anti-IgG total (Sigma – lote 074K6130). Análise da produção de anticorpos por Western Blot Amostras do lote da vacina foram aplicadas em gel de poliacrilamida 15%, para análise do perfil eletroforético dos antígenos vacinais após coloração por coomassie blue e/ou prata. O ensaio foi realizado de acordo com os protocolos preconizados na empresa Farmacore. Em seguida foi feito Western Blot para: 1) avaliar a presença de anticorpos contra antígenos específicos do lote vacinal; 2) avaliar a resposta imune humoral induzida por cada uma das cepas bacterianas presentes na vacina. Ao término do processo de eletroforese os géis foram fotografados em analisador de imagem Mini-bis (DNR) através de câmera digital. Avaliação da imunidade celular – Avaliação da ativação de linfócitos T - teste de proliferação celular O estudo para se avaliar a resposta imunológica celular provocada pelo produto em todos os animais do grupo teste e no grupo controle foi realizado pela determinação da proliferação de linfócitos do baço dos animais imunizados com o lote vacinal, e dos animais controle, na presença de meio de cultura RPMI-C (controle negativo), ConA (potente mitógeno de linfócitos – controle positivo) e dos antígenos específicos do lote teste. Analisado através de citometria de fluxo (FACScan). RESULTADOS Quantificação de proteínas A quantificação das proteínas pelo método de Bradford revelou no lote teste da vacina Mastiplus-BR® a concentração 165 µg/mL. (Manual de ensaio de proteína Bradford, da BioAgency). Imunidade humoral Quantificação de anticorpos IgG total no soro dos animais vacinados A detecção dos anticorpos IgG total foi realizada seguindo o protocolo para ensaio de ELISA de anticorpos descrito no procedimento da Empresa Farmacore. Os soros dos animais foram coletados no tempo zero (antes da 1ª dose vacinal) e 15 dias após a última imunização e denominados pré e pós-imunização, respectivamente. Os resultados sobre a produção de anticorpos IgG total em cada animal do grupo experimental e do grupo controle são mostrados na Tabela 2 e na Figura 1. Figura 1 mostra os níveis de anticorpos IgG específicos para lote teste MastiplusBR® e Controle A Hora Veterinária – Ano 33, nº 195, setembro/outubro/2013 HV195.pmd 21 21 19/08/2013, 08:29 Análise sobre a produção de anticorpos por Western Blot A resposta imunológica humoral provocada pela Vacina Mastiplus-BR®, no lote teste partida 001/12, foi avaliada através da análise da produção de anticorpos no soro dos animais vacinados pelo método de Western Blot. (Método descrito por, Bloom et. al., 1987) na Figura 2 A em gel de poliacrilamida 15% após eletroforese. A Figura 2 B mostra o mesmo gel de eletroforese da Figura 2 A colocado na presença de anticorpos presentes no soro de animais vacinados com o lote teste partida 001. A Figura 2 B mostra o mesmo padrão e similaridade de reconhecimento de antígenos por anticorpos de animais vacinados com o lote teste da vacina. Figura 4. Resposta imune humoral induzida por antígenos presentes em cada uma das cepas bacterianas, avaliada por Western Blot. Figura 2 - (A) Perfil eletroforético dos antígenos vacinais do lote 001, após coloração por prata. (B) Avaliação da presença de anticorpos contra antígenos específicos do lote vacinal. Análise por Western Blot da resposta imune humoral induzida por cada uma das cepas bacterianas presentes na Vacina Mastiplus-BR®. A resposta imunológica humoral induzida por cada uma das cepas bacterianas presentes no produto Vacina MastiplusBR®, foi avaliada através da análise da produção de anticorpos contra cada uma das cepas pelo método de Western Blot. (Método descrito por Bloom et. al., 1987). A Figura 3 mostra o perfil antigênico (proteico) de cada uma das cepas bacterianas e a Figura 4 mostra a reatividade de anticorpos presentes no soro dos animais vacinados contra antígenos presentes em cada uma das cepas bacterianas. Os resultados mostram que as 13 cepas bacterianas presentes na vacina Mastiplus-BR® são imunogênicas. Figura 3. Perfil eletroforético dos antígenos das cepas bacterianas após coloração por prata. 22 HV195.pmd Resposta imune celular A resposta imune celular foi avaliada pelo teste de proliferação de linfócitos com CFSE por citometria de fluxo (FACScan). (Trabalhos científicos publicados por Silva C.L. et al.) Na Figura 5 A-C é mostrado um resultado demonstrativo da resposta de proliferação de linfócitos por citometria de fluxo de um animal pertencente ao Grupo TESTE (Lote 001/12 da vacina Mastiplus BR®) frente aos diferentes estímulos testados. Cerca de 25 mil células foram lidas na região P3 (linfócitos). A região P4 representa a porcentagem de linfócitos que proliferaram na presença dos estímulos utilizados: Meio de cultura RPMI (controle negativo), Concanavalina A (ConA – controle positivo) e estímulo específico representado pela solução vacinal. DISCUSSÃO Siddique & Shah (1990) discutem que as vacinas não induzem uma mesma resposta sorológica contra todos os sorovariedades nelas contidas, podendo isso ocorrer devido a uma diferença na concentração antigênica final, ou pela supressão da resposta antigênica causada por uma sorovariedade sobre outra. No presente trabalho foi observada uma ação imunogênica de todos os agentes bacterianos da formulação (Figura 2B). O poder imunogênico segundo a amostra utilizada também deve ser levado em consideração, devido ao fato de que existem diferenças entre elas (Bolin et al. 1989, Bolin et al. 1991, Tabata, 2002). Confirmando esta afirmação foi verificada a resposta imunológica humoral induzida por cada uma das cepas bacterianas presentes no produto Vacina Mastiplus-BR®, onde a Figura 3 mostra o perfil antigênico de cada uma das cepas bacterianas e a Figura 4 mostra a reatividade de anticorpos presentes no soro dos animais vacinados contra antígenos presentes em cada uma das cepas bacterianas. O sistema imunológico em sua capacidade de reconhecer antígenos é completo. As moléculas de anticorpos e os receptores de linfócitos T podem, em essência, reconhecer qualquer molécula própria ou não própria, até mesmo aquelas artificialmente sintetizadas. A ideia por trás da multiespecificidade é a de que um anticorpo específico é caA Hora Veterinária – Ano 33, nº 195, setembro/outubro/2013 22 19/08/2013, 08:30 paz de reconhecer antígenos com formas relativamente distintas, desde que uma quantidade mínima de interações complementares ocorra entre um epítopo deste antígeno e a regiãoV da molécula de anticorpo (Inman, 1978; Perelson & Weisbuch, 1997). Bey & Johnson 1986, afirmam que vários fatores podem influenciar a eficácia das vacinas como, os esquemas de vacinação empregados, a qualidade e a quantidade de microrganismos imunizantes, grau de semelhança antigênica entre os antígenos que compõem a bacterina. Procurando atender todos estes fatores é preparado à vacina mista (bacterina) Mastiplus-BR® com volume diferenciado de cada cepa de acordo com sua imunogenicidade, com esquema de vacinação condizente com a estimulação adequada do sistema imunológico, sendo a aplicação de duas doses em dias alternados, espaçando uma semana para a aplicação de mais duas doses em dias alternados, confirmando por Ada & Nossal, (1987) onde afirmaram que durante a evolução do sistema imunológico, um organismo encontra um dado antígeno repetidas vezes. Uma resposta imune adaptativa à exposição inicial de um dado antígeno é composta por um conjunto pequeno de clones de células B, cada um produzindo anticorpos de diferentes especificidades (afinidades). A eficiência da resposta adaptativa a encontros secundários poderia ser consideravelmente aumentada através do armazenamento de células produtoras de anticorpos com A Hora Veterinária – Ano 33, nº 195, setembro/outubro/2013 HV195.pmd 23 23 19/08/2013, 08:30 Figura 6 Resposta de proliferação de linfócitos nas células do baço dos animais dos grupos experimentais e controle frente aos diferentes estímulos. alta afinidade àquele antígeno, denominadas de células de memória, de forma que se tenha um grande clone inicial nos encontros subsequentes. Reforçado por (Perelson et al., 1978, Farmer et al., 1986) que ao invés de “partir do começo” toda vez que um dado estímulo antigênico é apresentado, essa estratégia garante que a velocidade e eficácia da resposta imunológica se aperfeiçoe após cada infecção ou vacinação. Este esquema é característico de uma estratégia de aprendizagem por reforço (Sutton & Barto, 1998), onde o sistema está continuamente melhorando a capacidade de executar sua tarefa. O hidrolisado de Glândula mamária e de bactérias fornece à Vacina Mastiplus-BR® um pool de aminoácidos e peptídeos de baixo peso molecular disponibilizando ao organismo do animal em momento de maiores necessidades, quando da multiplicação celular pela ativação do sistema imunológico, conforme afirmação por (Chuang et all, 1990). Os aminoácidos essenciais que não podem ser sintetizados pelo organismo, têm de ser consumidos como nutrientes, e pode limitar a síntese de proteínas. O consumo de aminoácidos essenciais é maior em células em crescimento rápido, uma vez que a replicação de DNA e divisão celular requer síntese contínua de proteínas. Os linfócitos são especialmente sensíveis a privação de aminoácidos, uma vez que a sua função depende de proliferação rápida. Portanto, o que limita a disponibilidade de aminoácidos essenciais podem interferir com a função do sistema imunitário, (Calder PC 2006). Assim, diminuindo a disponibilidade local de alguns ou todos os aminoácidos essenciais em um tecido pode permitir-lhe adquirir privilégio imunitário, e este mecanismo é utilizado por um certo número de tecidos imunologicamente privilegiados. Vacinas de células inteiras são difíceis de serem avaliadas quantitativamente para a potência imunogênica. Embora o número de células presentes possa ser conhecido, a relação entre o número de células e a massa celular nem sempre é constante (Bey et al. 1974). O desenvolvimento de vacinas contendo os antígenos semi-purificados poderá beneficiar, principalmente, as indústrias nacionais no sentido da transferência de tecnologia a ser implantada e da facilidade de ser a mesma absorvida, evitan24 HV195.pmd do-se a importação de vacinas sofisticadas ou a necessidade de aquisição de equipamentos específicos ou demasiadamente dispendiosos (Garcia, M, 1992). A vacina poderá facilmente ser padronizada através de provas de microhemaglutinação manose-resistente, levando a partidas homogêneas bem como conteúdo extremamente baixo ou quase nulo de toxina, evitando-se as reações adversas que podem ocorrer com bacterinas. (Garcia, M, 1992). Pelos testes de inocuidade e toxicidade realizados com a Vacina (bacterina) Mastiplus-Br® mostrou-se um nível de purificação muito seguro, onde com dose três vezes maior que a indicada aplicada em animais prenhe não provocou abortos. A proteção que o organismo tem aos tecidos ou células contra as respostas imune exacerbadas, denomina-se Privilegio Imunitário, (Naoki Ichiryu, et al., 2013). Foi descrito pela primeira vez como um factor importante em termos de privilégio imunitário, a enzima intracelular, Indoleamina 2,3dioxigenase (IDO) durante a gravidez, devido a inibição da sua atividade enzimática conduz a uma falha na implantação de alogénicos, mas não isogénica, em embriões no rato. (Munn DH, et al., 1998). Apresentação de antigénio no contexto do triptofano privação não só desativa as funções efetoras de linfócitos mas também polariza as células T CD4 + para um fenótipo Treg. Mais recentemente, a arginina por catabolismo NOD e arginase 1 e 2 enzimas também tem sido implicado no estabelecimento de privilégio imune, (Bronte V, Zanovello P, 2005). Além disso, parece que este efeito não se restringe ao triptofano e arginina, mas é mais amplamente usados para muitos dos aminoácidos essenciais que modulam respostas de linfócitos T via mTOR quando esgotados, (Cobbold SP, Adams E, Farquhar CA et al., 2009). Aminoácidos, os blocos de construção das proteínas em um organismo, circulam distribuído entre os tecidos. Os aminoácidos essenciais que não podem ser sintetizados pelo organismo, têm de ser consumidos como nutrientes, e pode limitar a síntese de proteínas. O consumo de aminoácidos essenciais é maior em células em crescimento rápido, uma vez que a replicação de DNA e divisão celular requer síntese contínua de proteínas. Os linfócitos são especialmente sensíveis a privação de aminoácidos, uma vez que a sua função depende de proliferação rápida.. Portanto, o que limita a disponibilidade de aminoácidos essenciais podem interferir com a função do sistema imunitário, (Calder PC 2006). Assim, diminuindo a disponibilidade local de alguns ou todos os aminoácidos essenciais em um tecido pode permitir-lhe adquirir privilégio imunitário, e este mecanismo é utilizado por um certo número de tecidos imunologicamente privilegiados. CONCLUSÃO Com base nos dados de imunogenicidade apresentados neste trabalho da Partida 001/12 da Vacina Mastiplus-Br® constatou-se que: 1) A Vacina induziu produção de anticorpos IgG específicos para os antígenos vacinais; 2) A vacina induziu imunidade celular específica aos antígenos vacinais avaliada pela mensuração da ativação de linfócitos T. A Hora Veterinária – Ano 33, nº 195, setembro/outubro/2013 24 19/08/2013, 08:30 3) Ficou demonstrado que os antígenos presentes nas 13 cepas bacterianas da vacina Mastiplus-BR® são imunogênicos. BIBLIOGRAFIA ADA, G. L. & NOSSAL, G. (1987). “The Clonal Selection Theory”, Scientific American, 257(2), pp. 50-57. ADLER-NISSEN, J. Procesamiento enzimatico de las proteinas alimenticias. 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