UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL RODOLFO QUADROS CARGAS NÃO LINEARES NO CONTEXTO DA EFICIÊNCIA E QUALIDADE ELÉTRICA: PROPOSTA DE UM PROTÓTIPO CUIABÁ-MT 2016 RODOLFO QUADROS CARGAS NÃO LINEARES NO CONTEXTO DA EFICIÊNCIA E QUALIDADE ELÉTRICA: PROPOSTA DE UM PROTÓTIPO Dissertação apresentada junto ao Programa de PósGraduação em Engenharia de Edificações e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Edificações e Ambiental. Área de concentração: Tecnologia Ambiental Orientador: Prof. Dr. Bismarck Castillo Carvalho CUIABÁ-MT Dezembro, 2016 II Dados Internacionais de Catalogação na Fonte. Q1c Quadros, Rodolfo. Cargas não Lineares no Contexto da Eficiência e Qualidade Elétrica: Proposta de um Protótipo / Rodolfo Quadros. -- 2016 113 f. : il. ; 30 cm. Orientador: Bismarck Castillo Carvalho. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, Cuiabá, 2016. Inclui bibliografia. 1. Dimmer Flex. 2. Carga não linear. 3. Chaveamento eletrônico. 4. Medição de energia. I. Título. Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte. III DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente ao Altíssimo pela vida e as graças que tem me dado. Aos meus pais, que me apoiam e motivam na jornada da vida. IV AGRADECIMENTOS Agradeço ao Prof. Dr. Bismarck Castillo Carvalho, pela orientação, confiança, ensinamento e apoio no desenvolvimento deste trabalho. Aos professores do programa de pós-graduação em engenharia de edificações e ambiental: Dr. Adnauer Tarquínio Daltro, Dr. Bismarck Castillo Carvalho, Dr. Douglas Queiroz Brandão, Dra. Eliana Beatriz Nunes Rondon Lima, Dr. Ivan Julio Apolônio Callejas, Dra. Luciane Cleonice Durante, Dr. José Manoel Henriques de Jesus e Dr. Roberto Apolônio pelos ensinamentos e orientações. Em especial ao eterno professor Dr. Norman Barros Logsdon pelo carisma e respeito na arte de ensinar o qual guardamos carinhosamente em nossas memórias. Aos Professores Msc. Roberto Perillo Barbosa da Silva, Dr. Fabricio Parra Santilio, Dr. Evandro Aparecido Soares da Silva, Dr. Arnulfo Barroso de Vasconcellos, Dr. Luiz Carlos Pereira da Silva pela amizade, apoio e cooperação no desenvolvimento do protótipo Dimmer Flex. Aos colegas de mestrado: Adriano Aparecido de Oliveira, Alceu Aparecido Cardoso, Ana Cristina Kubo Almada, Auriele Mazzer Marques Silva, Daiane Romio Duarte, Débora Aparecida Souza Guedes, Eslaine Hurtado Neves, Gilberto Mauro Coelho, Graziela Esteves Magalhães, Nadia Cristine Freire Alves de Almeida, Shanny dos Santos Mota, Valéria Shirley Orth de Jesus pela amizade e apoio nas horas difíceis e alegres que passamos juntos. Aos técnicos e estagiários do Programa de Pós-Graduação Engenharia de Edificação e Ambiental, pelo suporte prestado nas diversas atividades prestadas. Aos professores, técnicos do departamento do curso de Engenharia Elétrica, da Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia da Universidade Federal de Mato Grosso e sobretudo ao chefe de departamento, prof. Msc. José Mateus Rondina pelo apoio e incentivo a esta qualificação. V RESUMO QUADROS, R. Cargas não lineares no contexto da eficiência e qualidade elétrica: proposta de um protótipo. 2016. 113 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Ambiental) Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, 2016. As cargas com características não lineares, notadamente as eletrônicas, vem crescendo de forma sustentada no país, provocando uma mudança no perfil da carga visto pelo sistema elétrico, bem como os efeitos decorrentes, os quais são motivos de preocupação também crescente da comunidade científica. Para além dos aspectos de qualidade da energia elétrica outras questões também são temas atuais tais como eficiência energética e faturamento da energia elétrica. Nesse contexto, este trabalho apresenta estudos realizados com um dispositivo de chaveamento eletrônico desenvolvido, intitulado de Dimmer Flex, que possibilita explorar os efeitos do chaveamento eletrônico sobre uma carga linear resistiva. Por meio de estudos é possível analisar de forma holística os impactos do chaveamento eletrônico sobre a medição e consequentemente na tarifação da energia elétrica. Os estudos com o protótipo possibilitam o entendimento de que, dependendo das características do chaveamento, pode-se “transformar” uma carga linear resistiva, perante o sistema de medição, em uma carga com comportamento indutivo ou capacitivo, portanto, absorvendo ou injetando potência reativa do sistema ao qual a carga esteja conectada. Esta constatação, a priori, permite dizer que as cargas chaveadas eletronicamente podem interferir na medição da energia elétrica e, em consequência, na fatura de energia, o que reforça a necessidade de se avaliar, discutir e até rever os atuais métodos de medição e faturamento deste insumo, evidentemente, para se obter resultados conclusivos é necessário maior aprofundamento deste assunto. Palavras-chave: Dimmer Flex. Carga não linear. Chaveamento eletrônico. Medição de energia. VI ABSTRACT QUADROS, R. Non-linear loads in the context of efficiency and power quality: proposal for a prototype. 2016. 113 f. Dissertation (Masters degree in Engineering from buildings and environmental) of the Federal University of Mato Grosso. Cuiabá, 2016. The loads with non-linear characteristics, especially electronic, has been growing steadily in the country, causing a change in the electrical system because load profile and the effects, which are of concern also increasing the scientific community. In addition to the quality aspects of electricity other issues are also current issues such as energy efficiency and billing of electricity. In this context, this work presents studies with an electronic switching device developed entitled Dimmer Flex, which allows explore the effects of electronic switching of a resistive linear load. Through studies can be analyzed holistically the impacts of the electronic switching on the measurement and hence the pricing of electricity. Studies with the prototype enable the understanding that, depending on the switching characteristics, can "become" a resistive linear load, to the measuring system, a load with inductive or capacitive behavior, thus absorbing or injecting reactive power system to which the load is connected. This finding, a priori, let’s say that switching loads electronically can influence the measurement of electric energy and, consequently, the energy bill, which reinforces the need to evaluate, discuss and to review the current metering and billing methods this input, of course, to obtain conclusive results is most necessary deepening of this subject. Keywords: Dimmer Flex. Nonlinear load. Electronic switching. Power Measurement VII LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Consumo de energia elétrica no Brasil (1970-2015) ............................................... 18 Figura 2 - Percentual da composição setorial do consumo de eletricidade no Brasil (1970-2015) .................................................................................................................................................. 19 Figura 3 - Principais programas e leis de eficiência energética para setor elétrico vigentes no país. ........................................................................................................................................... 20 Figura 4 - Consumo de energia elétrica no Brasil 1970-2015 .................................................. 20 Figura 5 - Limites de operação de componentes semicondutores de potência......................... 26 Figura 6 - Circuito para disparo de tiristor -circuito 1 .............................................................. 27 Figura 7 - Circuito para disparo de chave -circuito 2 ............................................................... 28 Figura 8 - Circuito para disparo de tiristor -circuito 3 .............................................................. 29 Figura 9 - Circuito para disparo de tiristor -circuito 4- ............................................................ 29 Figura 10 - Circuito para disparo de tiristor -circuito 5- .......................................................... 30 Figura 11 - Decomposição da potência aparente proposta pelo IEEE 1459-2010 ................... 36 Figura 12 - Tela do programa PROTEUS 8.0 .......................................................................... 41 Figura 13 - Tela do programa ATPDraw 6.1 ........................................................................... 42 Figura 14 - Tela inicial do programa POWER LOG ................................................................ 43 Figura 15 - Tela inicial do programa ANAWIN ...................................................................... 44 Figura 16 - Fluxograma de interação nas etapas em que os programas são utilizados ............ 47 Figura 17 - Circuito implementado em placa de circuito impresso do Dimmer Flex .............. 48 Figura 18 - Protótipo do Dimmer Flex ..................................................................................... 49 Figura 19 - Arranjo de ligações para as medições .................................................................... 49 Figura 20 - Montagem laboratorial ........................................................................................... 50 Figura 21 - Circuito do Dimmer Flex separado em blocos ...................................................... 52 Figura 22 - Circuito retificador com saída regulada - Bloco 01A - 01B .................................. 52 Figura 23 - Circuito gerador de sinal ajustável - Bloco 02 ....................................................... 53 Figura 24 - Forma de onda nos pinos do TCA 785 .................................................................. 54 Figura 25 - Circuito de isolação e modos de chaveamento - Bloco 03A e 03B ....................... 55 Figura 26 - Controle de operação por semiciclo conforme modo de operação dos interruptores CHi ........................................................................................................................................... 56 Figura 27 - Protótipo operando na função seguidora ............................................................... 57 Figura 28 - Circuito de potência do Dimmer Flex - Bloco 04 .................................................. 58 Figura 29 - Dimmer Flex em MODELS ................................................................................... 59 VIII Figura 30 - Janela de ajustes no algoritmo do Dimmer Flex em MODELS ............................ 59 Figura 31 - Dimmer Flex em TACS ......................................................................................... 60 Figura 32 - Janela de configuração da fonte PULSE_03.......................................................... 61 Figura 33 - Tela do osciloscópio dos sinais de tensão e corrente - modo operacional A ......... 62 Figura 34 - Telas de grandezas elétricas em FULL e FUND - modo operacional A ............... 63 Figura 35 - Telas de distorção harmônica total de tensão (a) e corrente elétrica (b)................ 63 Figura 36 - Telas de forma de onda e diagrama fasorial dos sinais de tensão e corrente fundamental - modo operacional A .......................................................................................... 64 Figura 37 - Componentes harmônicos de tensão e corrente com MARH-21 - modo operacional A ............................................................................................................................................... 64 Figura 38 - Tela do osciloscópio dos sinais de tensão e corrente - modo operacional F ......... 65 Figura 39 - Telas de grandezas elétricas em FULL e FUND - modo operacional F ................ 65 Figura 40 - Telas de distorção harmônica total de tensão e corrente elétrica, modo operacional F ................................................................................................................................................ 66 Figura 41 - Telas de forma de onda e diagrama fasorial dos sinais de tensão e corrente fundamental - modo operacional F ........................................................................................... 66 Figura 42 - Componentes harmônicos de tensão e corrente com MARH-21- modo operacional F ................................................................................................................................................ 67 Figura 43 - Espectro harmônico da corrente via analisador de energia MARH-21 modo operacional F ............................................................................................................................ 67 Figura 44 - Tela do osciloscópio dos sinais de tensão e corrente - modo operacional G ......... 68 Figura 45 - Telas de grandezas elétricas em FULL e FUND - modo operacional G ............... 68 Figura 46 - Telas de distorção harmônica total de tensão e corrente elétrica - modo operacional G ............................................................................................................................................... 69 Figura 47 - Telas de forma de onda e diagrama fasorial dos sinais de tensão e corrente fundamental - modo operacional G .......................................................................................... 69 Figura 48 - Componentes harmônicos de tensão e corrente com MARH-21- modo operacional G ............................................................................................................................................... 70 Figura 49 - Espectro harmônico da corrente via analisador MARH-21 - modo operacional G .................................................................................................................................................. 70 Figura 50 - Tela do osciloscópio dos sinais de tensão e corrente - modo operacional K ......... 71 Figura 51 - Telas de grandezas elétricas em FULL e FUND - modo operacional K ............... 71 Figura 52 - Telas de distorção harmônica total de tensão e corrente elétrica - modo operacional K ............................................................................................................................................... 72 IX Figura 53 - Telas de forma de onda e diagrama fasorial dos sinais de tensão e corrente fundamental - modo operacional K .......................................................................................... 72 Figura 54 - Componentes harmônicos de tensão e corrente com MARH-21 - modo operacional K ............................................................................................................................................... 73 Figura 55 - Espectro harmônico da corrente via analisador MARH-21 - modo operacional K .................................................................................................................................................. 73 Figura 56 – Foto dos displays dos medidores de energia: Saga 750, SL7000 e Saga 3000 ..... 74 Figura 57 - Circuito do Dimmer Flex. ...................................................................................... 75 Figura 58 - Formas de onda de tensão e corrente modos operacionais do Dimmer Flex ......... 76 Figura 59 - Circuito com Dimmer Flex e medição no ATPDraw ............................................ 77 Figura 60 - Forma de onda de tensão e corrente no modo operacional A ................................ 78 Figura 61 - Potências elétrica no modo operacional A............................................................. 78 Figura 62 - Fator de potência e potência fundamental no modo operacional A....................... 79 Figura 63 - Forma de onda de tensão e corrente no modo operacional F................................. 79 Figura 64 - Forma de onda fundamental da tensão e corrente.................................................. 80 Figura 65 - Espetro harmônico da corrente em pu ................................................................... 80 Figura 66 - Potências elétrica no modo operacional F ............................................................. 81 Figura 67 - Fator de potência e fator de potência fundamental no modo operacional F .......... 81 Figura 68 - Forma de onda de tensão e corrente no modo operacional G ................................ 82 Figura 69 - Forma de onda fundamental da tensão e corrente.................................................. 82 Figura 70 - Espetro harmônico da corrente em pu ................................................................... 83 Figura 71 - Potências elétrica no modo operacional G............................................................. 83 Figura 72 - Fator de potência e fator de potência fundamental no modo operacional G ......... 84 Figura 73 - Forma de onda de tensão e corrente no modo operacional K ................................ 84 Figura 74 - Forma de onda fundamental da tensão e corrente.................................................. 85 Figura 75 - Espetro harmônico da corrente em pu ................................................................... 85 Figura 76 - Potências elétrica no modo operacional K............................................................. 86 Figura 77 - Fator de potência e fator de potência fundamental no modo operacional K ......... 86 Figura 78 - Comportamento da potencias elétricas em função do ângulo de condução modo F .................................................................................................................................................. 88 Figura 79 - Comportamento do FP e FP1 em função do ângulo de condução modo F............ 88 Figura 80 - Curvas de DTI e potência ativa em função do ângulo de controle no modo operacional F ............................................................................................................................ 89 X Figura 81 - Comportamento da potencias elétricas em função do ângulo de condução modo G .................................................................................................................................................. 90 Figura 82 - Comportamento do FP e FP1 em função do ângulo de condução modo G ........... 90 Figura 83 - Comportamento da potencias elétricas em função do ângulo de bloqueio modo K .................................................................................................................................................. 91 Figura 84 - Comportamento do FP e FP1 em função do ângulo de bloqueio modo K ............ 91 Figura 85 - Curvas de DTI e Potencia ativa em função do ângulo de controle modo operacional K ............................................................................................................................................... 92 Figura 86 - FP em função da DTI para os modos operacionais F e K ..................................... 93 Figura 87 - Relação entre ERE e kWh via FP - modo operacional F ........................................ 95 Figura 88 - Relação entre ERE e kWh via FP1 - modo operacional F ...................................... 95 Figura 89 - Relação entre ERE e kWh via FP - modo operacional G ........................................ 96 Figura 90 - Relação entre ERE e kWh via FP1 - modo operacional G ...................................... 96 Figura 91 - Relação entre ERE e kWh via FP - modo operacional K ........................................ 97 Figura 92 - Relação entre ERE e kWh via FP1 - modo operacional K ...................................... 97 Quadro 1 - Terminologia utilizada para distorções harmônicas ............................................... 32 Quadro 2 - Valores de referência globais das distorções harmônicas totais de tensão ............ 33 Quadro 3 - Limites de distorção de tensão ............................................................................... 33 XI LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Materiais utilizados na confecção do protótipo Dimmer Flex ................................ 45 Tabela 2 - Equipamentos e materiais utilizados na experimentação ........................................ 46 Tabela 3 - Componentes utilizados na implementação e simulação do Dimmer Flex no PROTEUS ................................................................................................................................ 51 Tabela 4 - Modos operação do Dimmer Flex em função da combinação dos interruptores CHi .................................................................................................................................................. 56 Tabela 5 - Resumo das medições nos quatros modos de operação do Dimmer Flex com Fluke 434 ............................................................................................................................................ 74 Tabela 6 - Resumo das medições nos quatros modos de operação do Dimmer Flex no ATPdraw .................................................................................................................................................. 87 Tabela 7 - Resultados do programa ATPDraw e Analisador FLUKE 434 .............................. 94 XII LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica ARES – Advanced Routing and Editing Software BEN – Balanço Energético Nacional CA – Corrente Alternada CC – Corrente Continua CI – Circuito Integrado CICE – Comissão Interna de Conservação de Energia CPT – Teoria de Potência Conservativa DFT – Transformada Discreta de Fourier DIAC – Tiristor Diodo Bidirecional DTI – Distorção Harmônica Total de Corrente DTT – Distorção Harmônica Total de Tensão EA – Energia Ativa EPE – Empresa de Pesquisa Energética ER – Energia Reativa FP – Fator de Potência GTO – Tiristor Comutável pela Porta IEEE – Institute of Electrical and Electronic Engineers IGBT – Transistor Bipolar de Porta Isolada INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia ISIS – Inteligent Schematic Input System MME – Ministério de Minas e Energia MOSFET – Transistor de Efeito de Campo de Óxido de Metal Semicondutor PBE – Programa Brasileiro de Etiquetagem P&D – Pesquisa e Desenvolvimento PCC – Ponto Comum de Conexão PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica PRODIST – Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional QEE – Qualidade da Energia Elétrica XIII RTQ-C – Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Comerciais RTQ-R – Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais SCR – Retificador Controlado de Silício SIT – Transistor de Indução Estática SRD – Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição TACS – Transient Analysis of Control Systems TE – Tarifas de Energia TJB – Transistor de Junção Bipolar TRIAC – Triode para Corrente Alternada TUJ – Transistor de Unijunção TUSD – Tarifas de Uso do Sistema de Distribuição VSM – Virtual System Modelling XIV LISTA DE SÍMBOLOS Símbolo Significado Unidade Arms Corrente eficaz [A] CA Corrente alternada [A] CC Corrente continua [A] cosφ Cosseno do ângulo [-] DH Potência de distorção harmônica [VAr] DI Potência de distorção na corrente [VAr] DITh Distorção harmônica individual de tensão de ordem h [%] DRE Demanda de potência reativa excedente [kW] DTI Distorção harmônica total de corrente [%] DTT Distorção harmônica total de tensão [%] DV Potência de distorção na tensão [VAr] EA Energia ativa [kWh] EEAMT Energia elétrica ativa medida [MWh] ER Energia reativa [kVarh] ERE Energia elétrica reativa excedente [VAr] FP Fator de potência [-] FP1 Fator de potência fundamental [-] fr Fator de potência de referencia [-] fT Fator de potência de referência igual a 0,92 [-] H Ordem harmônica [-] Hmáx Ordem harmônica máxima [-] Hmin Ordem harmônica mínima [-] I Corrente elétrica [A] MAX Função que identifica o valor máximo da equação [-] N Potência não ativa total [VAr] n1 Número de intervalos de integralização “T” do período de [-] faturamento, para o posto horário de ponta e fora de ponta; n2 Número de intervalos de integralização “T”, por posto [-] horário “p”, no período de faturamento. p Posto horário (ponta ou fora de ponta) [-] XV P Potência ativa total [W] P1 Potência ativa fundamental [W] PAF(p) Demanda de potência ativa faturável, em cada posto horário “p” [kW] PAMT Demanda de potência ativa medida em uma hora [kW] PH Potência ativa harmônica [W] Q1 Potência reativa fundamental [VAr] S Potência aparente total [VA] S1 Potência aparente fundamental [VA] senφ Seno do ângulo [-] SH Potência aparente harmônica [VA] SN Potência aparente não fundamental [VA] T Período de faturamento (1 hora) [h] tCO2 Tonelada de gás carbônico [tCO2] THDI Distorção harmônica total na corrente [%] THDV Distorção harmônica total na tensão [%] TWh Terawatt-hora [TWh] V Tensão elétrica [V] V1 Tensão fundamental medida [V] VCA Tensão elétrica em corrente alternada [V] VCC Tensão elétrica em corrente continua [V] Vh Tensão harmônica de ordem h [V] VN Tensão nominal [V] VRDRE Valor de referência - demanda [R$/kW] VRERE Valor de referência - tarifa de energia "TE" [R$/MWh] Vrms Tensão eficaz [V] α Ângulo de atraso [°] XVI SUMÁRIO CAPÍTULO I ............................................................................................................................ 18 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 18 1.1 Considerações iniciais .................................................................................................. 18 1.1.1 Contextualização ........................................................................................................ 18 1.1.2 Justificativa ................................................................................................................ 22 1.2 Objetivos....................................................................................................................... 22 1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 23 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 23 1.3 Estruturação da dissertação .......................................................................................... 23 CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 25 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................................... 25 2.1 Considerações iniciais .................................................................................................. 25 2.1.1 Eletrônica de potência ................................................................................................ 25 2.1.1.1 Dispositivos semicondutores .............................................................................. 25 2.1.1.2 Circuito de disparo de tiristor e chave para controle de sinal VCA ..................... 27 2.1.2 Qualidade da energia elétrica ..................................................................................... 30 2.1.2.1 Indicadores de qualidade da energia elétrica– qualidade do produto ................. 31 2.1.3 Medição de energia elétrica ....................................................................................... 33 2.1.4 Modalidades tarifarias do Brasil ................................................................................ 37 CAPÍTULO III ......................................................................................................................... 40 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................................................... 40 3.1 Considerações iniciais .................................................................................................. 40 3.1.1 Materiais .................................................................................................................... 40 3.1.2 Programas computacionais ........................................................................................ 40 3.1.2.1 Programas computacionais para simulação ........................................................ 40 3.1.2.2 Programas computacionais para transferência e análise de dados ..................... 43 3.1.3 Equipamentos e materiais .......................................................................................... 44 3.2 Método .......................................................................................................................... 47 3.2.1 Etapas seguidas para o desenvolvimento do protótipo .............................................. 47 XVII 3.2.2 Desenvolvimento e construção do protótipo ............................................................. 48 3.2.3 Medições laboratoriais ............................................................................................... 49 3.2.4 Estudos computacionais via simuladores................................................................... 50 3.2.4.1 Implementação do Dimmer Flex no programa PROTEUS ................................ 50 3.2.4.2 Implementação do Dimmer Flex no programa ATPDraw ................................. 58 CAPÍTULO IV ......................................................................................................................... 62 RESULTADOS LABORATORIAIS E DISCUSSÕES .......................................................... 62 4.1 Considerações iniciais .................................................................................................. 62 4.1.1 Dimmer Flex modo operacional A ............................................................................ 62 4.1.2 Dimmer Flex modo operacional F ............................................................................. 65 4.1.3 Dimmer Flex modo operacional G ............................................................................ 68 4.1.4 Dimmer Flex modo operacional K ............................................................................ 71 CAPÍTULO V .......................................................................................................................... 75 RESULTADOS COMPUTACIONAIS E DISCUSSÕES ....................................................... 75 5.1 Considerações iniciais .................................................................................................. 75 Simulação do Dimmer Flex no programa PROTEUS ............................................... 75 Simulação do Dimmer Flex no ATPDraw ................................................................. 77 5.1.2.1 Chaveamento Dimmer Flex no modo operacional A ......................................... 78 5.1.2.2 Chaveamento Dimmer Flex no modo operacional F .......................................... 79 5.1.2.3 Chaveamento Dimmer Flex no modo operacional G ......................................... 82 5.1.2.4 Chaveamento Dimmer Flex no modo operacional K ......................................... 84 5.1.2.5 Síntese dos resultados das simulações nos modos operacionais A, F, G e K..... 86 5.1.2.6 Verificação de comportamento de S, P, Q1, N, FP e FP1 com ângulo de controle variando de 0° a 180° para os modos operacionais F, G e K ........................................... 87 5.2 Estudo computacional e validação do modelo ............................................................. 93 5.3 Avaliação do impacto do chaveamento eletrônico no faturamento da energia elétrica 94 CAPÍTULO VI ......................................................................................................................... 98 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 98 Sugestões para trabalhos futuros .............................................................................................. 99 Referências ............................................................................................................................. 100 Apêndice ................................................................................................................................. 103 18 CAPÍTULO I INTRODUÇÃO 1.1 Considerações iniciais Este capítulo introdutório contextualiza a temática da pesquisa, apresenta as justificativas e os objetivos motivadores e finaliza com a estruturação desta dissertação com vistas a refletir os diversos assuntos abordados, bem como a metodologia e desenvolvimento adotados. 1.1.1 Contextualização O consumo de energia elétrica no Brasil, no período de 1970 a 2015 alcançou um crescimento a uma taxa média de 5,90% ao ano, saindo de 39,66 TWh para 522,72 TWh, como mostra a Figura 1 (EPE, 2016). No tocante ao setor residencial observa-se que o consumo passou de 8,36 TWh para 131,29 TWh (EPE, 2016). Figura 1 - Consumo de energia elétrica no Brasil (1970-2015) 600,00 Energia elétrica (TWh) 522,72 464,78 500,00 375,26 400,00 331,72 264,75 300,00 217,61 173,53 200,00 122,68 100,00 69,84 63,57 39,66 32,63 48,66 23,26 13,21 8,36 83,59 83,21 107,23 131,29 0,00 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 Nacional Residencial Fonte: Adaptado de EPE (2016) O consumo residencial nestes 45 anos de registro (1970-2015), corresponde a 22% do total, em média anual (Figura 2), da energia elétrica utilizada nacionalmente, fato que motiva uma manutenção constante nas políticas de eficiência energética para esta classe de consumidores, conforme dados do balanço energético nacional (BEN). 19 Também na Figura 2 pode-se observar que o setor residencial teve uma redução no consumo de energia elétrica, devido ao racionamento que ocorreu entre os anos 2000 e 2002, atingindo redução de 2,77% no consumo nacional, equivalente a 10,83 TWh (EPE, 2016). Figura 2 - Percentual da composição setorial do consumo de eletricidade no Brasil (1970-2015) 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 1970 1973 1976 1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012 2015 SETOR ENERGÉTICO RESIDENCIAL COMERCIAL PÚBLICO AGROPECUÁRIO TRANSPORTES INDUSTRIAL Fonte: Adaptado de EPE (2016) O setor industrial como pode-se verificar na Figura 2, a partir 1995 tem registro de consumo de energia elétrica abaixo dos 50% na composição setorial. Parte desta redução deveu-se à modernização deste setor, juntamente com políticas de conservação e uso racional de energia, como o prêmio nacional de conservação e uso racional de energia, instituído em 1993, voltado para setores de consumo de energia elétrica, inclusive o industrial (MME, 2011). Para que ocorra a sustentabilidade no setor elétrico são necessárias interações entre questões política, sociais, técnico-econômica e ambientais (INATOMI e UDAETA, 2005). Na Figura 3 estão inseridas cronologicamente os principais programas e leis de conservação e eficiência energética desenvolvidos no Brasil para os consumidores do setor elétrico, desde o primeiro programa, em 1984, o qual foi renomeado em 1992, passando a ser denominado de programa brasileiro de etiquetagem (PBE). Em 2009 e 2010 o instituto nacional de metrologia, qualidade e tecnologia (INMETRO) introduziu os regulamentos técnicos da qualidade (RTQ-C e RTQ-R) voltados, para eficiência energética em edificações. 20 Figura 3 - Principais programas e leis de eficiência energética para setor elétrico vigentes no país. Programa Conservação de energia elétrica em eletrodomésticos (PBE) 1984 Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE) 1985 Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL) 1990 Lei n° 10.295 Lei da Eficiência Energética 2000 2001 Lei n° 9.991 Regulamenta P&D em Eficiência Energética Fonte: Adaptado de MME (2011) Nos resultados do programa nacional de conservação de energia elétrica (PROCEL), estima-se que, de 1986 a 2015, tenham sido economizados 92,2 TWh de energia elétrica. Só no ano de 2015 a estimativa é de 11,68 TWh, e segundo o órgão, se esta energia economizada no ano de 2015 fosse convertida em gás carbônico, equivaleria a 1.453 milhões de tCO2, o que corresponde a emissão de 499 mil veículos, durante um ano (PROCEL, 2016). No ano de 2001 o setor elétrico brasileiro sofreu o maior racionamento de energia elétrica registrado, tendo início em junho daquele ano e término em março 2002 (ANEEL, 2008). Na Figura 4, pode-se observar uma redução no consumo após o ano de 2000, de 20,06 TWh, sendo o setor residencial responsável pela maior parcela 44,61% (EPE, 2016). Figura 4 - Consumo de energia elétrica no Brasil 1970-2015 CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA (TWh) 600,00 500,00 400,00 300,00 200,00 100,00 0,00 1970 1973 1976 1979 1982 1985 1988 1991 1994 1997 2000 2003 2006 2009 2012 2015 Fonte: Adaptado de EPE (2016) 21 Diante desse cenário crítico no setor elétrico, o governo brasileiro estabeleceu políticas de eficiência energética como a Lei nº 10.295, de 17 de outubro de 2001, que estabelece níveis máximos para o consumo de energia elétrica ou níveis mínimos de eficiência para máquinas e aparelhos fabricados ou comercializados no País (BRASIL, 2001). Tal medida visou à substituição dos equipamentos convencionais de baixa eficiência por equipamentos modernos, que possuem maior eficiência no consumo de energia elétrica. Diante deste novo cenário, os fabricantes de equipamentos eletroeletrônicos, têm intensificado o uso da eletrônica, com o intuito de alcançar melhores níveis de eficiência energética. Estes novos equipamentos, dotados de sistemas eletrônicos, os quais propiciam maior controle no fluxo de potência elétrica, são geralmente caracterizados como cargas do tipo não linear, onde o sinal da corrente elétrica absorvida, não tem a mesma forma de onda da tensão de alimentação. Este tipo de carga denominada de não linear tem sido assunto de preocupação para a comunidade científica há bastante tempo, nos aspectos vinculados com a qualidade da energia elétrica (SHARMA et al., 2000). Dentre as perturbações, destaca-se o crescimento no nível de distorção das formas de onda de tensão e corrente nos sistemas elétricos (PAREDES, 2011). Em 2007 o PROCEL divulgou o resultado de uma pesquisa que levantou os equipamentos e os respectivos hábitos de uso na classe residencial, tendo como ano base da pesquisa 2005. Os equipamentos levantados nas residências foram: geladeira, freezer, lâmpadas, chuveiro, condicionamento ambiental, tv, som, ferro de passar e maquinar de lavar roupa. Destacou-se nesta pesquisa o consumo de energia elétrica por chuveiros elétricos, sendo este responsável nacionalmente por 24% de todo consumo residencial em média. A pesquisa também mostra que o percentual de consumo deste dispositivo, por região, é variável sendo consumido: na região norte 2%, nordeste 9%, centro-oeste 28%, sudeste 26% e sul 25% (PROCEL, 2007). Nos setores residencial e comercial a não linearidade vem aumentando, com a inserção crescente de equipamentos eletrônicos e, como consequência, aumento da distorção da forma de onda (NUNES, 2007). Preocupado com o consumo crescente de energia elétrica, os estudos de eficiência energética e projeções da empresa de pesquisa energética (EPE) divulgados entre 2012 a 2015 para o setor residencial, indicam que a carga de maior potência e consumo, o chuveiro elétrico tende a ter uma participação menor no consumo de eletricidade residencial futuramente, devido 22 ao uso de outras fontes como gás natural e sistema de aquecimento solar, para aquecimento de água domiciliar. Porém, o baixo custo de aquisição e facilidade de instalação frente as opções comerciais para aquecimento de água fazem do chuveiro elétrico, a primeira opção dos consumidores. Vislumbrando este público as indústrias destes equipamentos de aquecimento, incorporaram inovação tecnológica no controle do consumo, por meio de chaveamento eletrônico, o qual permite maior controle de potência. Este recurso tecnológico, porém, altera as características lineares da carga, passando a comportar-se como não linear. Mais recentemente tem sido realizado estudos no sentido de identificar possíveis impactos, de forma direta ou indireta, quanto ao fluxo de potência reativa advinda de cargas não lineares, em projetos de eficiência energética, bem como no faturamento da energia elétrica, e possibilidades de compensação de energia reativa em cargas lineares (BEUTER, 2015). 1.1.2 Justificativa As cargas eletrônicas nos últimos anos têm se massificado nos edifícios brasileiros, o que implica em mudanças no perfil visto pelo sistema elétrico. Estas inserções mudam as caraterísticas, antes lineares, para características de não linearidade. Quais os possíveis impactos que estes tipos de carga podem causar na qualidade da energia elétrica. Como os sistemas de medição, com os atuais protocolos implementados para fim de faturamento, “enxergam” este tipo de carga? Com intuito de responder esses questionamentos, o trabalho em tela propõe-se projetar e implementar um dispositivo eletrônico que permita realizar estudos utilizando uma carga linear, puramente resistiva, dotado de um sistema de chaveamento que possibilite controlar o tempo de condução e em consequência a forma de onda da corrente da carga. Este dispositivo, por meio de diversas condições de operação, permitirá tirar conclusões a respeito dos efeitos das não linearidades de cargas comumente encontradas nos sistemas elétricos. Para tanto foram realizadas medições em laboratório com analisadores de qualidade da energia e medidores de energia comercial empregados pela concessionaria local. 1.2 Objetivos Neste item são apresentados os objetivos geral e específicos deste trabalho. 23 1.2.1 Objetivo Geral Analisar os fluxos de potência ativa e reativa demandadas por uma carga, dotada de chaveamento eletrônico, sob a ótica da eficiência e parâmetros de qualidade da energia elétrica nas edificações. 1.2.2 Objetivos Específicos a) Pesquisar sobre modelos existentes com controle bidirecional de chave eletrônica dotados de semicondutores de potência e respectivos circuitos; b) Desenvolver um protótipo de dispositivo para controle do fluxo de potência de um resistor, por meio de chaveamento eletrônico, o qual permita o bloqueio da corrente do circuito de potência, em qualquer instante dentro dos semiciclos positivo e negativo; c) Modelar e simular o protótipo de chaveamento eletrônico proposto, inicialmente utilizando o software Proteus e, posteriormente, via software ATPDraw visando a obtenção de uma ferramenta computacional para análises complementares dos efeitos do chaveamento eletrônico; d) Realizar medição de grandezas elétricas via medidores comerciais e analisadores de energia, em laboratório, com o protótipo desenvolvido, com vistas a identificar o fluxo de reativos; e) Avaliar os possíveis impactos desta carga (protótipo e resistor) com chaveamento eletrônico na qualidade da energia elétrica, medição e faturamento da energia elétrica consumida; 1.3 Estruturação da dissertação A presente dissertação está disposta em capítulos, incluindo este capítulo Introdutório os seguintes capítulos: Capítulo II - Referencial Teórico, são apresentados os fundamentos teóricos os quais estão divididos em três partes, sendo a primeira um resgate dos conceitos de eletrônica de potência, com ênfase nas chaves eletrônicas e nos circuitos de disparo das mesmas. Na segunda parte são abordados os parâmetros de qualidade voltados para fator de potência e distorção harmônica. Na última parte aborda-se o sistema de medição e tarifação de energia elétrica vigente no Brasil. 24 Capítulo III - Materiais e Métodos, são apresentados os materiais e métodos empregados no desenvolvimento deste trabalho envolvendo estudos via simuladores e estudos laboratoriais. Capítulo IV - Resultados Laboratoriais e discussões, são apresentados quatro modos de operação (A, F, G e K) do protótipo Dimmer Flex, atuando sobre uma carga resistiva, onde são expostos os respectivos resultados das grandezas de interesse medidas em laboratório para discussões pertinentes. Capítulo V - Resultados Computacionais e discussões, são apresentados os circuitos modelados do protótipo Dimmer Flex nos programas PROTEUS e ATPDraw. Na modelagem realizada no programa ATPDraw são abordados quatro modos operacionais A, F, G e K com o intuito de validação do mesmo. Para tanto foi realizada comparação entre os valores medidos em simulação e os dados coletados no laboratório. Capítulo VI - Considerações finais e trabalhos futuros, são apresentadas as considerações sintetizadas deste trabalho e encera-se com as sugestões de trabalhos futuros. 25 CAPÍTULO II REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Considerações iniciais Neste capítulo são apresentados os fundamentos teóricos necessários para o desenvolvimento deste trabalho. A revisão teórica está dividida em três partes, sendo a primeira um resgate dos conceitos de eletrônica de potência, com ênfase nas chaves eletrônicas e nos circuitos de disparo das mesmas. Na segunda etapa são abordados os parâmetros de qualidade da energia voltados para fator de potência e distorção harmônica. Na última etapa aborda-se o sistema de medição e tarifação de energia elétrica vigente no país. 2.1.1 Eletrônica de potência A denominação “eletrônica de potência” surgiu após a invenção do Retificador Controlado de Silício (SCR), na década de 60, pela General Electric (AHMED, 2000). Desde então, as técnicas de conversão e dispositivos semicondutores de potência vem sendo introduzidos e disponibilizados comercialmente como: diodo de potência, tiristor, transistor de junção bipolar (TJB), MOSFET de potência, transistores de porta isolada (IGBT) e transistor de indução estática (SIT) (RASHID, 1999). A eletrônica de potência trata da aplicação destes dispositivos, na conversão e no controle da energia elétrica, através dos parâmetros de tensão, corrente e frequência (AHMED, 2000). Este tratamento eletrônico da energia elétrica por meio dos conversores envolve elementos passivos (resistores, indutores e capacitores) e ativos (interruptores). Dentre os tipos de conversores destacam-se: o retificador, conversor indireto de frequência, conversor direto de frequência, inversor, conversor CC-CC, conversor indireto de tensão (BARBI, 2006). Estes dispositivos possibilitam o controle e conversão do fluxo de energia, tornando a eletrônica de potência, parte integrante dos sistemas de energia modernos (SZCZÉSNIAK e KANIEWSKI, 2015). 2.1.1.1 Dispositivos semicondutores a) Dispositivos semicondutores de potência 26 Os dispositivos semicondutores de potência são classificados de acordo com o grau de controle (acionamento e bloqueio). Dos quais segundo Lambert (2012) classificam-se em três grupos de acordo com o grau de controle: • Diodos são controlados (ligado e desligado) pelo circuito de potência; • Tiristores (SCR e TRIAC) são ligados pelo sinal de controle e desligados pelo circuito de potência; • Chaves controladas (TJB, MOSFET, GTO e IGBT) são ligadas e desligadas pelo sinal de controle. Os dispositivos semicondutores de potência podem ser classificados de acordo com as características de tensão de bloqueio, corrente de condução e frequência de comutação. A título de ilustração, na Figura 5 estão indicados os limites de operação de alguns componentes. Maiores detalhes podem ser encontrados em Lambert (2012). Figura 5 - Limites de operação de componentes semicondutores de potência Fonte: Lambert (2012) b) Módulo de comando integrado para disparo de tiristor e chave controlada Os módulos de comando integrado, nominalmente denominados de Circuito Integrado (CI), que tem aplicação específica no disparo de tiristor ou chave, produzem sinais de tensão e corrente periódicos, dos quais pode-se ter controle de frequência e amplitude. O CI de controle analógico comumente utilizado em disparos é o controlador de fase TCA 785 da Siemens. Segundo Barbi (2006), o dispositivo possui detector zero de sinal alternado, memoria de sincronização, monitor de descarga, comparador de controle, transistor de descarga, unidade 27 lógica, regulador interno de tensão e fonte controlada de corrente constante. O dispositivo permite variação linear de 0° a 180° no ângulo (α) para atraso de disparo. 2.1.1.2 Circuito de disparo de tiristor e chave para controle de sinal VCA Os circuitos de controle são responsáveis pela produção de sinal que dispara tiritores e chaves controladas, variadores de tensão (CA-CA) e conversores (CA-CC). Os variadores de tensão, também conhecidos como gradadores, utilizam tipicamente o tiristor (SCR, TRIAC), como semicondutor de potência. Desta maneira, o circuito de controle é montado apenas para o disparo, tendo em vista que ocorre bloqueio natural nestes dispositivos quando ligados em sinal alternado. Os conversores necessitam de circuitos mais elaborados, requerendo sinais defasados e dispositivos para detecção de passagem por zero do sinal de entrada e isolação (transformadores ou optoacopladores) dos sinais dos circuitos de controle e de potência. a) Circuito de disparo 1 O circuito 1, mostrado na Figura 6, é um gradador que usa tiristor, o qual permite variar o valor eficaz do sinal de tensão alternada (BARBI, 2006). Seu circuito de disparo é composto por: resistor, potenciômetro, capacitor e DIAC. O disparo do tiristor ocorre quando a tensão do capacitor atinge a tensão de condução do DIAC, o qual permite sinal para gatilhamento do tiristor. O tempo de carregamento do capacitor para atingir a tensão do DIAC é ajustável por meio da variação do potenciômetro (ALMEIDA, 2009). Figura 6 - Circuito para disparo de tiristor -circuito 1 Circuito de disparo Tiristor G G Fonte: Adaptado de Almeida (2009) G 28 b) Circuito de disparo 2 O circuito de disparo é composto por: resistores, potenciômetro, transistores e diodos zener como ilustra a Figura 7. Trata-se de um protótipo de Dimmer desenvolvido por Chen et al. (2013) que utiliza MOSFET como chave de potência. A proposta de Chen et al. (2013) é que o dispositivo atinja um sinal de saída com o dobro da frequência comparativamente ao circuito dotado de um Dimmer que utiliza TRIAC como semicondutor de potência. O disparo das chaves (MOSFET) ocorre quando o circuito é ligado, já o controle de condução sobre a carga é realizado com o potenciômetro. Figura 7 - Circuito para disparo de chave -circuito 2 Circuito de disparo Chave G G G G G G Fonte: Adaptado de Chen et al. (2013) c) Circuito de disparo 3 O denominado circuito 3 é composto por: resistores, potenciômetro, TUJ, transformador abaixador, transformador de pulso, diodos e diodo zener como ilustra a Figura 8. É um circuito gradador que usa tiristor como semicondutor de potência e Transistor de unijunção (TUJ) como mecanismo de disparo. Este tipo de circuito de disparo também é conhecido como oscilador de relaxação com TUJ. O disparo do tiristor ocorre quando a tensão do capacitor atinge a tensão de disparo do TUJ, o qual passa a conduzir permitindo pulso no gate do tiristor, já o controle dos pulsos é realizado pelo potenciômetro, diminuindo ou aumentado o tempo de carregamento do capacitor para o acionamento do TUJ (LAMBERT, 2012). 29 Figura 8 - Circuito para disparo de tiristor -circuito 3 Circuito de disparo Tiristor G G G Fonte: Adaptado de Lambert (2012) d) Circuito de disparo 4 O circuito 4, ilustra a topologia de gradador, que usa tiristor e módulo de comando integrado para o circuito de disparo. O circuito de disparo é composto por: resistores, potenciômetro, TCA785, diodos, capacitor e fonte VCC como ilustra a Figura 9. O disparo do tiristor ocorre após a sincronização do sinal da rede elétrica pelo TCA785 e comparação do sinal de tensão do capacitor com a tensão de controle VCC externa ao TCA785 (LAMBERT, 2012). Figura 9 - Circuito para disparo de tiristor -circuito 4Circuito de disparo Tiristor G G G Fonte: Adaptado de Barbi (2006) 30 e) Circuito de disparo 5 O circuito 5, é um conversor CA-CC, que usa tiristores e módulo de comando integrado no circuito de disparo, o qual permite controlar o valor da tensão retificada - VCC (Lambert, 2012). Seu circuito de disparo é composto por: resistores, potenciômetros, capacitores, transformador abaixador, transformador de pulso, TCA785, LM555, diodos, diodos zener, transistores e fonte VCC como ilustrado na Figura 10. O sinal de disparo do tiristor ocorre na junção dos sinais produzidos pelo TCA785 e LM555 nos transistores montados em série (LAMBERT, 2012). Figura 10 - Circuito para disparo de tiristor -circuito 5- Fonte: Adaptado de Lambert (2012) 2.1.2 Qualidade da energia elétrica A Qualidade da Energia Elétrica (QEE) no Brasil, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) engloba tanto a qualidade do produto como a qualidade dos serviços prestados. Na qualidade do produto segundo, a ANEEL (2016a), são abordados “os fenômenos, parâmetros e valores de referência relativos à conformidade de tensão em regime permanente e às perturbações na amplitude, frequência e forma de onda de tensão”. E na qualidade dos 31 serviços prestados, a ANEEL (2016a) “estabelece a metodologia para apuração dos indicadores de continuidade e dos tempos de atendimento a ocorrências emergenciais, definindo padrões e responsabilidades”. A definição para qualidade da energia elétrica segundo Dugan et al. (2012) é sintetizada como “qualquer problema manifestado em tensão, corrente ou desvio de frequência que resultem em falhas ou má operação dos equipamentos dos consumidores”. De modo geral a QEE está essencialmente atrelada com os parâmetros da tensão de suprimento do sistema, que se apresente próximo às condições ideais de suprimento. 2.1.2.1 Indicadores de qualidade da energia elétrica– qualidade do produto Os parâmetros de qualidade do produto são estabelecidos para regime permanente e transitório, conforme constam nos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST) da ANEEL, em seu modulo 8. Nesta normativa são considerados os aspectos de: tensão em regime permanente, fator de potência, harmônicos, desequilíbrio de tensão, flutuação de tensão, variações de tensão de curta duração e variação de frequência (ANEEL, 2016a). Neste trabalho são abordados os aspectos relacionados com o fator de potência e harmônicos. a) Fator de potência Segundo a ANEEL (2016b) Fator de Potência (FP) é definido como a “Razão entre a energia elétrica ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados das energias elétricas ativa e reativa, consumidas em um mesmo período especificado”. Para o cálculo do FP, a ANEEL (2016a) recomenda a utilização da equação (1), com dados registrados das potencias ou energias ativa e reativa, por instrumentos apropriados, de preferência os eletrônicos aprovados por órgão responsável pela conformidade metrológica. FP = P P2 + Q2 ou EA EA2 + ER 2 (1) O valor de referência para o FP para níveis de tensão inferiores a 230 kV é compreendido entre 0,92 e 1,00 indutivo ou 1,00 e 0,92 capacitivo ANEEL (2016a). Esta observância é facultativa para consumidores do Grupo B. 32 Segundo Junior (2011) se o fator de potência for baixo ocorre circulação de reativos no sistema elétrico, ocasionando perdas nos condutores e isso afeta diretamente a qualidade da energia, prejudicando dispositivos conectados ao sistema o que eleva custos de construção e manutenção dos mesmos. b) Harmônicos A ANEEL (2016a) define os harmônicos como “fenômenos associados com deformações nas formas de onda das tensões e correntes em relação à onda senoidal da frequência fundamental”. A distorção harmônica pode ser expressa a nível individual ou total conforme definição. As terminologias adotadas nas equações para cálculos das distorções harmônicas de tensão são apresentadas no Quadro 1. Quadro 1 - Terminologia utilizada para distorções harmônicas Identificação da Grandeza Símbolo Distorção harmônica individual de tensão de ordem h DITh% Distorção harmônica total de tensão DTT % Tensão harmônica de ordem h Vh Ordem harmônica H Ordem harmônica máxima Hmáx Ordem harmônica mínima Hmin Tensão fundamental medida V1 Fonte: ANEEL (2016a) Segundo Tavares (2011) quando se analisa um sistema elétrico com cargas não lineares é fundamental conhecer as características e espectro harmônico da mesma. Para o cálculo da distorção harmônica individual de tensão usa-se a equação (2) e para distorção harmônica total de tensão, a equação (3). De acordo com a norma, deve-se considerar, no mínimo, da componente fundamental até a vigésima quinta ordem harmônica (hmin = 25) ANEEL (2016a). Vh ×100 V1 = Distorção harmônica individual de tensão → DITh % (2) hmáx DTT = Distorção harmônica total de tensão → ∑V h=2 V1 2 h ×100 (3) 33 A ANEEL (2016a) estabelece os valores de referência para as distorções harmônicas totais de tensão conforme o nível de tensão do barramento, estes valores são apresentados no Quadro 2. Quadro 2 - Valores de referência globais das distorções harmônicas totais de tensão Tensão nominal do Barramento Distorção Harmônica Total de Tensão (DTT) [%] VN≤ 1kV 10 1kV <VN≤ 13,8kV 8 13,8kV <VN≤ 69kV 6 69kV <VN≤ 230kV 3 Fonte: ANEEL (2016a) O Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE) recomenda valores máximos de distorção no sinal de tensão no sistema elétrico de potência. Os limites de distorção nas formas de onda da tensão e corrente elétrica são referenciados para o ponto comum de conexão (PCC) segundo a IEEE Std 519-2014. No Quadro 3 estão os limites para a distorção de tensão conforme o nível de tensão do barramento. Quadro 3 - Limites de distorção de tensão Tensão do barramento Distorção harmônica individual [%] Distorção harmônica total [%] V≤ 1kV 5,0 8,0 1kV <V≤ 69kV 3,0 5,0 69kV <V≤ 161kV 1,5 2,5 161kV <V 1,0 1,5 Fonte: IEEE (2014) 2.1.3 Medição de energia elétrica A medição de energia elétrica segundo a ANEEL (2012a) nas unidades consumidoras conectadas em alta tensão, que utilizam instrumentos eletrônicos e eletromecânicos levando em consideração, ou não, as distorções harmônicas, foi observado que os valores lidos alcançam valores próximos, não havendo influência significativa das distorções harmônicas na medição, devido à predominância de cargas lineares, como os motores utilizados pelo setor industrial. Já para consumidores conectados em baixa tensão, a realidade é diferente. Devido a disseminação 34 de cargas eletroeletrônicas, com características não lineares, promovem a distorção das formas de onda de corrente e da tensão e influenciam na medição do fator de potência (ANEEL, 2012a). O estudo da energia ativa e reativa provinda dos sinais senoidais e cargas lineares está consolidado segundo Elgerd (1970) e aceito na comunidade cientifica e técnica. O mesmo consenso não ocorre quando o sinal é distorcido, e a carga do tipo não linear, haja vista que nos conceitos da teoria convencional, ocorrem conexões diretas com os elementos indutivos e capacitivos, segundo Watanabe e Aredes (1998). Para a medição de energia elétrica via medidores eletrônicos, segundo Suhett (2008), são empregados normalmente as técnicas do triangulo de potência, do deslocamento de noventa graus e a transformada discreta de Fourier (DFT). Na nota Técnica n° 0083/2012-SRD/ANEEL, estão descritas definições das potências sob condições puramente senoidais e condições não senoidais (ANEEL, 2012a). a) Grandezas para condições puramente senoidais Para as potencias com sinais puramente senoidais usa-se as equações 4, 5 e 6 e para o fator de potência nas mesmas condições da equação 7 (ANEEL, 2012a). Potência ativa → P = VI cos ϕ (4) Potência reativa → Q = VI s enϕ (5) Potência aparente → S = P 2 + Q 2 = VI (6) Fator de potência → FP= P = cos ϕ S (7) b) Grandezas para condições não senoidais Para as grandezas de tensão e corrente com sinais distorcidos usa-se as equações 8 e 9. E para as potências usa-se as equações 10, 11, 12 e 13 e para o fator de potência e fator de potência fundamental as equações 14 e 15 respectivamente (ANEEL, 2012a). Tensão → V = ∑V 2 h (8) h Corrente → I = ∑I 2 h (9) h Potência ativa → P = ∑V I h h cos(ϕh ) (10) h Potência reativa fundamental→ Q1 = V1 I1 s en(ϕ1 ) (11) N Potência não ativa →= (12) S 2 − P2 35 S VI= Potência aparente → = ∑V ∑ I 2 h h Fator de potência → FP = P P2 + Q2 2 h (13) h EA ou (14) EA2 + ER 2 P1 Fator de potência fundamental → FP1 = (15) P12 + Q12 No IEEE Std 1459-2010 estão descritas as definições referentes as grandezas elétricas a serem medidas em circuitos monofásicos e trifásicos em condições senoidais, não senoidais. A seguir são exibidas equações das grandezas elétricas com as respectivas unidades. • Tensão e corrente; V0 + 2 ∑ Vh sen(hωt − α h ) Tensão não senoidal → vH = (V ) (16) h ≠1 I 0 + 2 ∑ I h sen(hωt − β h ) Corrente não senoidal → iH = ( A) (17) h ≠1 • Potências; Potência ativa fundamental → P1 = V1 I1 cos ϕ1 (W ) Potência reativa fundamental → Q1 = V1 I1senϕ1 2 P12 + Q12 Potência aparente fundamental → S= 1 (18) (VAR) (19) (VA) (20) PH V0 I 0 + ∑ Vh I h cos ϕh Potência ativa harmônica →= (W ) (21) h ≠1 Potência ativa → P= P1 + PH (W ) (22) Potência aparente → S = VI (VA) (23) Potência aparente não fundamental →= SN Potência não ativa →= N S 2 − P2 S 2 − S12 (VA) (24) (25) (VAR ) Potência de distorção de corrente → Di = S1 (THDi ) (VAR) (26) Potência de distorção de tensão → Dv = S1 (THDv ) (VAR) (27) Potência de distorção harmônica → = DH (28) S H2 − PH2 (VAR ) Potência aparente harmônica → S H = S1 (THDv )(THDi ) (VA) (29) 36 • Distorção harmônica; 2 VH Distorção total de tensão → DTT = THD = = v V1 V −1 V1 IH Distorção total de corrente → DTI = THD = = i I1 I −1 I1 • (30) 2 (31) Fator de potência fundamental e fator de potência. PF 1 cos ϕ1 = = Fator de potência fundamental → Fator de potência → PF = P1 S1 P S (32) (33) Como pode-se verificar as equações de tensão (16) e corrente (17) da norma IEEE Std 1459-2010 utilizam a decomposição dos sinais, em componentes harmônicas por meio da aplicação da transformada de Fourier, para que possam ser determinados os valores das potências elétricas (VIEIRA, 2012). Na Figura 11 é ilustrado a decomposição da potência aparente proposta pela norma IEEE Std 1459-2010, em potência aparente fundamental e potência aparente não fundamental. Figura 11 - Decomposição da potência aparente proposta pelo IEEE 1459-2010 Fonte: Lima (2014) Segundo Melo (2006) a norma IEC 61000 de 2002 trata de técnicas para instrumentos de medição que registram componentes de tensão e corrente, na faixa de frequências de 0 a 2500 Hz presentes nos sistemas elétricos de 50 e 60 Hz, e ainda ele descreve que a parte mais significativa da norma IEC 61000 refere-se ao desenvolvimento da técnica para atendimento a norma IEEE Std 1459-2000. A técnica especificada na norma IEC 61000 para análise de componentes harmônicos está relacionada com o uso do método da transformada discreta de Fourier, que possibilita decompor um sinal distorcido periódico, em senóides e cossenoides, que se somadas reproduzem o sinal analisado (MELO, 2006). 37 2.1.4 Modalidades tarifarias do Brasil A regulamentação do setor elétrico Brasileiro, quanto às condições gerais de fornecimento de energia elétrica, é de responsabilidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que trata desta matéria na resolução normativa n° 414, de 09 de setembro de 2010 (ANEEL 2010b). A relação entre consumidores e concessionárias distribuidoras de energia elétrica quanto a estrutura tarifaria é organizada em subgrupos, modalidades, classes, subclasses e postos tarifários. Os subgrupos são denominados de “A e B”. O grupo A compreende as unidades consumidoras atendidas em média e alta tensão, já o grupo “B” compreende unidades consumidoras atendidos em baixa tensão. a) Grupo A O grupo “A” é subdividido em seis subgrupos sendo: • A1 (tensão ≥230 kV), • A2 (tensão de 88 kV a 138 kV), • A3 (tensão 69 kV), • A3a (tensão de 30 kV a 44 kV), • A4 (tensão de 2,3 kV a 25 kV) e • AS (tensão < 2,3 kV). A tarifação no grupo “A” nas unidades consumidoras com nível de tensão maior ou igual a 2,3 kV é denominada tarifa binômia, a qual é constituída pela cobrança do consumo de energia ativa e a demanda de potência faturável. Na resolução 414/2010 da ANEEL (2010b) para este grupo tem-se três modalidades tarifarias sendo: • A tarifa convencional binômia que possui tarifa única para o consumo de energia elétrica e demanda de potência. • A tarifa horária verde possui tarifas diferenciadas no consumo de energia elétrica, de acordo com as horas do dia, e uma única tarifa de demanda de potência. • A tarifa horária azul possui tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e de demanda de potência, de acordo com as horas do dia. Nesta mesma Resolução, está previsto para fins de cobrança, a verificação do fator de potência de referência (fr), o qual pode ser indutivo ou capacitivo, tendo como limite mínimo permitido o valor de 0,92. Para apuração do fator de potência capacitivo é considerado um 38 período de seis horas consecutivas, compreendido no intervalo entre 23:30 e 06:30 horas, sendo considerados somente valores abaixo de 0,92 em intervalos de uma hora. Para o período diário complementar ao intervalo definido, considera-se o fator de potência indutivo, com valores inferiores a 0,92 também no período de uma hora. Para os casos onde o montante de energia elétrica e demanda de potência reativos excederem os limites estabelecidos, aplica-se as equações (34) e (35) (ANEEL, 2012b). Energia elétrica reativa excedente (ERE): = ERE f R EEAM × − 1 × VRERE ∑ T T =1 fT n1 (34) Demanda de potência reativa excedente (DRE): n2 f = DRE ( p) MAX PAM T × R − PAF ( p) × VRDRE fT T =1 (35) Onde: • ERE = correspondente à energia elétrica reativa excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fR”, no período de faturamento, em Reais (R$); • EEAMT = montante de energia elétrica ativa medida em cada intervalo “T” de 1 (uma) hora, durante o período de faturamento, em megawatt-hora (MWh); • fR = fator de potência de referência igual a 0,92; • fT = fator de potência da unidade consumidora, calculado em cada intervalo “T” de 1 (uma) hora, durante o período de faturamento; • VRERE = valor de referência equivalente à tarifa de energia "TE" aplicável ao subgrupo B1, em Reais por megawatt-hora (R$/MWh); • DRE(p) = valor, por posto horário “p”, correspondente à demanda de potência reativa excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fR” no período de faturamento, em Reais (R$); • PAMT = demanda de potência ativa medida no intervalo de integralização de 1 (uma) hora “T”, durante o período de faturamento, em quilowatt (kW); • PAF(p) = demanda de potência ativa faturável, em cada posto horário “p” no período de faturamento, em quilowatt (kW); • VRDRE = valor de referência, em Reais por quilowatt (R$/kW), equivalente às tarifas de demanda de potência, para o posto horário fora de ponta, das tarifas de fornecimento aplicáveis aos subgrupos do grupo A, para a modalidade tarifária horária azul e das TUSD 39 (Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição) – Consumidores Livres, conforme esteja em vigor o Contrato de Fornecimento ou o CUSD, respectivamente; • MAX = função que identifica o valor máximo da equação, dentro dos parênteses correspondentes, em cada posto horário “p”; • T = indica intervalo de 1 (uma) hora, no período de faturamento; • p = indica posto horário, ponta ou fora de ponta, para as modalidades tarifárias horárias ou período de faturamento para a modalidade tarifária convencional binômia; • n1 = número de intervalos de integralização “T” do período de faturamento, para o posto horário de ponta e fora de ponta; • n2 = número de intervalos de integralização “T”, por posto horário “p”, no período de faturamento. b) Grupo B O grupo “B” é subdividido em quatro subgrupos sendo: • B1 (residencial), • B2 (rural), • B3 (demais classes), • B4 (iluminação pública). A tarifação no grupo “B” é caracterizada por tarifas de consumo de energia elétrica denominada monômia. Para este grupo a ANEEL (2010b) define duas modalidades tarifarias, uma denominada convencional, com tarifa única ao longo do dia e outra, tarifa horária branca, que possui tarifas diferenciadas de acordo com as horas de utilização do dia. Também é previsto na resolução 414/2010 da ANEEL (2010b) o custo de disponibilidade do sistema elétrico, aplicável ao faturamento mensal do consumidor do grupo “B” que não atingir consumo mensal de 30 kWh, se monofásico ou bifásico a 2 (dois) condutores, 50 kWh, se bifásico a 3 (três) condutores e 100 kWh, se trifásico. No estado de M ato Grosso a resolução vigente no ano de 2016 é a resolução homologatória n° 2.055 de abril de 2016 a qual traz o resultado do reajuste tarifário anual para o ano de 2016 contendo tarifas de energia (TE) e tarifas de uso do sistema de distribuição (TUSD) referentes à Energisa Mato Grosso (ANEEL, 2016c). 40 CAPÍTULO III MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Considerações iniciais Este capítulo destina-se a apresentar os materiais e métodos empregados no desenvolvimento deste trabalho. Os estudos foram conduzidos, inicialmente, com o desenvolvimento via simulador de circuitos eletrônicos PROTEUS, de um protótipo de carga não linear, o qual, posteriormente, foi implementado em laboratório. Com o protótipo finalizado, realizaram-se estudos para verificar os efeitos dos chaveamentos eletrônicos perante os medidores e analisadores de qualidade da energia. Na parte final, procedeu-se com a modelagem computacional do protótipo, desta vez utilizando o simulador ATPDraw para analises de QEE complementares dos efeitos do chaveamento eletrônico. Para a validação da modelagem via ATPDraw foram utilizados os dados colhidos experimentalmente. 3.1.1 Materiais Neste tópico são apresentados os materiais utilizados nos estudos. Os materiais estão divididos em dois grupos, um relacionado com os recursos computacionais e outro com os recursos materiais empregados na implementação do protótipo. 3.1.2 Programas computacionais Para o desenvolvimento do trabalho de modelagens dos circuitos eletroeletrônicos, foram utilizados os simuladores PROTEUS e ATPDraw. Para a coleta das grandezas elétricas registrada nos equipamentos (MARH-21 e FLUKE 434) utilizados nos experimentos laboratoriais, foram utilizados os programas ANAWIN e POWER LOG fornecidos pelos fabricantes destes equipamentos. 3.1.2.1 Programas computacionais utilizados nas simulações a) Programa PROTEUS 41 O programa computacional PROTEUS permite ao usuário a modelagem de circuitos eletroeletrônicos via Virtual System Modelling (VSM). O programa possui biblioteca própria de componentes, vinculado a fabricantes de componentes eletrônicos. Os componentes da biblioteca correspondem as características fornecidas em datasheet pelos fabricantes, como as dimensões físicas, características elétricas e tipos de invólucros. O programa possui uma única plataforma, a qual traz três ferramentas distintas, mas, com comunicação constante entre elas, de forma que uma mudança no esquemático do circuito é executado simultaneamente nos três aplicativos (AA, 2013). A primeira ferramenta, o Inteligent Schematic Input System (ISIS) é empregado para o desenvolvimento de circuitos eletro-eletrônicos, a segunda, o Advanced Routing and Editing Software (ARES) é usada para modelagem da placas de circuito impresso e a terceira ferramenta, o 3D é usada para visualização da placa de circuito impresso com os respectivos componentes inseridos pelo usuário dentro do ISIS. A versão empregada para o desenvolvimento deste trabalho foi o PROTEUS 8.0, cuja tela principal está reproduzida na Figura 12. As três ferramentas ficam dispostas em abas que o programa disponibiliza para facilitar o trabalho dentro da plataforma. Figura 12 - Tela do programa PROTEUS 8.0 Fonte: Própria Com o programa PROTEUS VSM foram desenvolvidos os circuitos de controle e potência do protótipo, bem como o layout da placa de circuito impresso, que doravante será denominado de Dimmer Flex. 42 b) Programa ATPDraw O programa computacional ATPDraw, de domínio público, permite ao usuário modelagem e edição de arquivos de circuitos eletroeletrônicos. As modelagens na interface do programa ocorrem por pré-processamento gráfico, na plataforma MS-Windows por meio da biblioteca própria disponibilizada, que é formada por componentes empregados na medição das grandezas elétricas, funções de saída bem como os modelos disponibilizados de fontes, chaves, linhas de transmissão, cabos, maquinas elétricas, modelos de rotinas MODELS e Transient Analysis of Control Systems (TACS) onde o usuário, através da interface, pode desenvolver um novo modelo inexistente na biblioteca, podendo ser um sistema de controle ou componentes com caraterísticas não lineares, por exemplo (PRIKLER e HØIDALEN, 2009). A versão do programa para o desenvolvimento deste trabalho foi o ATPDraw 6.1, cujos ícones disponibilizados estão ilustrados na Figura 13. Figura 13 - Tela do programa ATPDraw 6.1 Fonte: Própria A MODELS dentro do programa ATPDraw pode ser entendida como uma rotina de programação, que possibilita a modelagem voltada para a simulação de sistemas, tanto no domínio do tempo quanto no domínio da frequência, cujas ferramentas disponibilizadas são interativas possibilitando estudos e análises (DUBÉ, 1996). Nesta rotina o usuário tem a possibilidade de controle sobre a programação, via interface que é gerada conforme as entradas adicionadas na rotina desenvolvida. 43 A TACS possibilita uma modelagem no domínio do tempo de sistemas de controle, via módulos do programa. Esta rotina possui módulos como: função de transferência, funções algébricas (somadores, multiplicadores), funções logicas (E, OU), fontes de sinais, chaves, bloco de entrada e saída de sinal programados em FORTRAN (FILHO e PEREIRA 1996). A interface entre o circuito e a TACS é estabelecida por troca de sinais, como por exemplo: status de chaves (aberta ou fechada), valores de resistência, tensão e corrente elétrica. No programa ATPDraw, os circuitos de potência e controle do protótipo Dimmer Flex foram modelados utilizando as rotinas TACS e MODELS. 3.1.2.2 Programas computacionais para transferência e análise de dados a) Programa POWER LOG O programa computacional POWER LOG, é a interface de comunicação disponibilizada pelo fabricante FLUKE, o qual possibilita descarregar os dados registrados no instrumento de medição - tensão, corrente, dentre outros. Este programa permite exportar dados e imagens das telas capturadas no formado bitmap (FLUKE, 2012). O programa POWER LOG permite exportar planilhas para o Excel, imprimir tabelas e gerar relatórios. A versão do programa utilizada para a comunicação com o analisador de qualidade energia FLUKE 434 foi o POWER LOG 4.4, que possibilita transferir os dados armazenados do analisador para um computador, para posteriormente tratamento e análise. A Figura 14, ilustra a tela inicial do programa. Figura 14 - Tela inicial do programa POWER LOG Fonte: Própria 44 b) Programa ANAWIN O programa computacional ANAWIN, é a interface de comunicação dos registradores fabricados pela RMS, a qual possibilita descarregar os dados registrados, possibilitando analise por meio de gráficos e relatórios no ambiente Windows (RMS, 2011). A tela inicial do programa é ilustra na Figura 15. Figura 15 - Tela inicial do programa ANAWIN Fonte: Própria O programa utilizado foi o ANAWIN 4.17 para transferência de dados armazenados na memória do registrador eletrônico marh-21 para um computador pessoal. 3.1.3 Equipamentos e materiais Para realização dos experimentos foram utilizados componentes para o desenvolvimento do protótipo e equipamentos para medição das grandezas elétricas envolvidas com o dispositivo desenvolvido. a) Materiais utilizados na montagem do protótipo Dimmer Flex Para a montagem do protótipo Dimmer Flex foram utilizados os componentes eletrônicos e materiais conforme descritos na Tabela 1. 45 Tabela 1 - Materiais utilizados na confecção do protótipo Dimmer Flex Item Descrição Item Descrição 1 Borne 4mm 18 Led 5mm 2 Cabo flexível 0,75 mm² 19 MOSFET IRFP 460 3 Cabo flexível 2,5 mm² 20 Optoacoplador 4N25 4 Caixa plástica 20x20x10cm 21 Placa de circuito impresso 5 Capacitor eletrolítico 1000 uF 22 Ponte retificadora a diodo W08M 6 Capacitor eletrolítico 2200 uF 23 Porta fusível 5x20 mm 7 Capacitor poliéster 100 nF 24 Porta fusível 6x30 mm 8 Capacitor poliéster 250 nF 25 Potenciômetro linear rotativo 10 kΩ 9 Circuito integrado TCA 785 26 Potenciômetro linear rotativo 100 kΩ 10 Conector borne 2 vias 27 Regulador de tensão LM 7812 11 Cooler 12VCC 28 Resistor de carvão 1/4W 10 kΩ 12 Diodo retificador 1N4148 29 Resistor de carvão 1/4W 100 kΩ 13 Dissipador de alumínio 28x30cm 30 Resistor de carvão 1/4W 22 kΩ 14 Fusível de vidro 5x20 mm 1A 31 Resistor de carvão 1/4W 5 kΩ 15 Fusível de vidro 6x30 mm 10A 32 Resistor de fio 150W 110 Ω 16 Interruptor de alavanca 2 polos 33 Solda em fio estanho de 0,05 mm 17 Interruptor de tecla bipolar 6A 34 Transformador 110/220V para 12+12V Fonte: Própria b) Materiais e equipamentos utilizados para realizar as medições Neste item são apresentados os materiais utilizados na montagem laboratorial bem como na medição das grandezas de interesse, conforme listagem da Tabela 2, com vistas a, posteriormente, realizar estudos distintos, num primeiro momento para registro das grandezas de interesse objetivando à validação do modelo computacional e também para o cálculo de grandezas elétricas de interesse e indicadores de qualidade. Na Tabela 2 o item denominado de Dimmer Flex, é um conversor CA/CA, que possibilita o controle manual de tensão sobre uma dada carga acoplada, cujo controle de tensão é pleno, ou seja, a faixa de controle do ângulo de condução/bloqueio do sinal, varia de 0° até 180° por semiciclo. 46 Tabela 2 - Equipamentos e materiais utilizados na experimentação Item Descrição Quantidade 01 Analisador de Qualidade de Energia (FLUKE 434) 01 02 Analisador de Qualidade de Energia (MARH-21) 01 03 Dimmer Flex 01 04 Fonte AC Programável (Chroma 61702) 01 05 Medidor de Energia A1055 (Elster) 01 06 Medidor de Energia E34A (Landis+Gyr) 01 07 Medidor de Energia SAGA 750 (Landis+Gyr) 01 08 Medidor de Energia SAGA 3000 (Landis+Gyr) 01 09 Medidor de Energia SL7000 (Actaris) 01 10 Micro Computador (Notebook) 01 11 Osciloscópio Tektronix (MSO 2022B) 01 12 Resistor (110 ohms e 146 watts) 01 Fonte: Própria Para registro e avaliação dos indicadores de qualidade foram utilizados dois tipos de analisadores de qualidade da energia, e para medição das grandezas elétricas faturáveis (energia ativa, fator de potência) foram empregados cinco medidores de energia comerciais, utilizados pela concessionaria de energia local, os quais se encontram no laboratório de medidas elétricas. Para garantir um sinal de tensão com características próximas da ideal, foi utilizada uma fonte AC programável (Chroma 61702). Na verificação da forma de onda de tensão e correntes demandadas pela carga foi utilizado um osciloscópio com sondas de tensão e corrente elétrica. Como carga foi utilizado o conjunto formado por um resistor e Dimmer Flex, o qual controla o fluxo de potência demandado pelo resistor. Dentre os equipamentos de medição apresentados na Tabela 2 o analisar de qualidade de energia FLUKE 434 registra a potência aparente e reativa em dois modos de captura (FUND e FULL). No modo FUND o analisador FLUKE 434 registra as potencias levando em conta tão somente as componentes fundamentais, enquanto que no modo FULL as potencias são registradas com sinais até a quinquagésima primeira ordem harmônica. Os sinais de tensão (Vrms), corrente elétrica (Irms), fator de potência (FP) registrado pelo equipamento também utilizam sinais até a quinquagésima primeira ordem harmônica. Já o fator de potência fundamental (DFP) registrado pelo equipamento utiliza somente os sinais fundamentais. 47 3.2 Método Neste tópico são abordados os métodos adotados para o desenvolvimento deste trabalho, voltados para atingir os objetivos propostos. Na primeira etapa são desenvolvidos os circuitos eletroeletrônicos do protótipo Dimmer Flex via simulação (PROTEUS), na segunda etapa o protótipo é construído e testado no laboratório, na terceira etapa o protótipo foi modelado computacionalmente (ATPDraw) e validado com os dados coletados no laboratório de forma comparativa entre os resultados obtidos. Na quarta etapa são realizadas as análises dos resultados obtidos em laboratório e simulação computacional. 3.2.1 Etapas seguidas para o desenvolvimento do protótipo Este item evidencia as diversas etapas que foram seguidas, computacionais e experimentais, até a montagem e validação do protótipo. A sequência de interações entre os estudos computacionais e laboratoriais estão organizados no fluxograma ilustrado na Figura 16. Figura 16 - Fluxograma de interação nas etapas em que os programas são utilizados Estudos Laboratorial Montagem do Protótipo Computacional Placa de circuito impresso ARES Montagem do Experimento PROTEUS ISIS ATPDraw MODELS TACS ANAWIN Medição Interface PC Validação do modelo POWER LOG sim Análise de QEE Fonte: Própria Modelo Validado não 48 3.2.2 Desenvolvimento e construção do protótipo O desenvolvimento e construção do protótipo iniciou-se com estudos de circuitos eletrônicos existentes comercialmente, os quais embasaram o desenvolvimento dos circuitos de controle e de potência do protótipo. Para dar início à construção do protótipo foram utilizados os componentes empregados nos estudos computacionais, de acordo com a sequência descrita a seguir: a) Montagem dos componentes em protoboard; b) Avaliação preliminar do protótipo: logo após a primeira montagem do protótipo, constatou-se o funcionamento satisfatório do mesmo, portanto, alcançando as expectativas criadas. c) Uma vez funcionando satisfatoriamente, o passo seguinte foi a confecção da placa de circuito impresso. Para tanto, foi utilizado o programa PROTEUS, via ferramenta ARES, tendo como resultado uma placa, com marcação nas faces anterior e posterior, com as trilhas e pontos para a fixação dos componentes, conforme ilustrado na Figura 17 (a) e (b). Figura 17 - Circuito implementado em placa de circuito impresso do Dimmer Flex (b) (a) Fonte: Própria Na etapa seguinte foi feita a soldagem dos componentes na placa de circuito impresso, conforme layout gerado pelo programa. Na sequência, já com a placa finalizada, foi efetuada a 49 última etapa de construção, que corresponde: à acomodação da placa num invólucro, as ligações externas da placa ao invólucro, instalação de bornes de entrada e saída, instalação dos potenciômetros, instalação de fusíveis de proteção para os circuitos, instalação de led’s de sinalização, instalação de cooler e interruptores bipolares para os modos operacionais. Na Figura 18 mostra-se o protótipo finalizado no invólucro. Figura 18 - Protótipo do Dimmer Flex Fonte: Própria 3.2.3 Medições laboratoriais Para as medições das grandezas elétricas foi montado um arranjo com os materiais apresentados na Tabela 2. As grandezas monitoradas foram as seguintes: tensão, corrente elétrica, potência ativa, potência reativa, potência aparente, fator de potência, fator de potência fundamental, distorção total de tensão e distorção total de corrente. Estas medições possibilitaram analises dos parâmetros de qualidade da energia, bem como a validação do modelo computacional. O esquemático das ligações dos materiais utilizados na medição está ilustrado na Figura 19. Figura 19 - Arranjo de ligações para as medições Carga Resistor Sondas de sinal Dimmer Flex Osciloscópio Analisadores de qualidade de energia Fonte: Própria Fonte Programável Medidores de energia Rede 50 O arranjo da montagem está ilustrado na Figura 20. A fonte programável foi ajustada com tensão senoidal de 127 VRMS e frequência de 60Hz, que alimenta a carga, neste trabalho, considerada como sendo formada pelo Dimmer Flex e o resistor. Figura 20 - Montagem laboratorial Medidores de energia elétrica Resistor Osciloscópio Notebook Analisadores de energia Fonte Programável VCA Dimmer Flex Fonte: Própria Os medidores de energia elétrica foram ligados em série, já os analisadores de qualidade da energia e osciloscópio tiveram as sondas de corrente instaladas no circuito sem interrupção do mesmo, e as respectivas sondas de tensão foram instaladas sobre a carga para capturas dos sinais elétricos e telas com as formas de onda. 3.2.4 Estudos computacionais via simuladores Neste item é descrita a forma de implementação do protótipo Dimmer Flex no programa computacional PROTEUS, cujo circuito é exibido na forma de blocos, cada componente sendo explanado quanto à sua funcionalidade. No programa ATPDraw é descrita a modelagem do protótipo Dimmer Flex utilizando as plataformas MODELS e TACS, próprias do programa ATP. 3.2.4.1 Implementação do Dimmer Flex no programa PROTEUS Os estudos computacionais iniciaram com o desenvolvimento do protótipo no programa PROTEUS. Para tanto, foram selecionados, dentro da biblioteca do PROTEUS, os 51 componentes necessários para a implementação dos circuitos do Dimmer Flex, conforme Tabela 3. Vale registrar que os componentes podem ser inseridos pela palavra-chave. Tabela 3 - Componentes utilizados na implementação e simulação do Dimmer Flex no PROTEUS Item Referência Palavra-chave Item Referência Palavra-chave 1 C1 CAP (100 nF) 22 R5 RES (100 Ω) 2 C2 CAP-ELEC (2200 uF) 23 R6 RES (10 kΩ) 3 C3 CAP (250 nF) 24 R7 RES (10 kΩ) 4 C4 CAP-ELEC (1000 uF) 25 R8 RES (10 kΩ) 5 C5 CAP (100 nF) 26 R9 RES (10 kΩ) 6 C6 CAP-ELEC (2200 uF) 27 R10 RES (110 Ω) 7 C7 CAP (250 nF) 28 U1 TCA785 8 C8 CAP-ELEC (1000 uF) 29 U2 4N25 9 C9 CAP (100 nF) 30 U3 4N25 10 D1 1N4148 31 U4 7812 11 D2 1N4148 32 U5 7812 12 D3 1N4148 33 M1 IRFP460 13 D4 1N4148 34 M2 IRFP460 14 PONTE 1 SK202L5 35 FUSÍVEL 1 FUSE (1A) 15 PONTE 2 SK202L5 36 FUSÍVEL 2 FUSE (10A) 16 POT 1 POT-HG (10 kΩ) 37 TR1 TRAN-2P2S 17 POT 2 POT-HG (100 kΩ) 38 TR2 TRAN-2P2S 18 R1 RES (100 kΩ) 39 CH1 SW-DPST 19 R2 RES (5 kΩ) 40 CH2 SW-DPST 20 R3 RES (22 kΩ) 41 CH3 SW-DPST 21 R4 RES (100 Ω) 42 CH4 SW-DPST Fonte: Própria Vale salientar, que esta tabela foi elaborada para identificar os componentes de acordo como foi definido no simulador PROTEUS e que correspondem aos componentes constantes na Tabela 1. Após a seleção dos modelos de elementos descritos na Tabela 3 e as respectivas montagens, por blocos de circuitos, que compõem o Dimmer Flex obteve-se, como topologia final, o circuito apresentado na Figura 21, o qual possibilita o controle da corrente nos semiciclos positivo e negativo. 52 Figura 21 - Circuito do Dimmer Flex separado em blocos FUSÍVEL 03A U4 2 1 VI GND C2 250 nF 2200 uF R6 R7 10k 10k TRAN-2P2S 1N4148 IRFP460 CH2 6 13 12 10 9 C1 VS VSYNC V11 INHIBIT L C12 C10 R9 GND 1 R3 100nF 5k 01B Q2 U5 TR2 7812 3 PONTE2 VO VI U1 16 5 11 POT 1 M1 R4 100 1 VCA GND 100k R2 CH1 __ Q2 E D3 C3 R1 1N4148 CARGA 15 2 14 4 3 7 Q2 Q2 Q1 Q1 QU QZ VREF 2 1000 uF 2 C4 100 nF 6 5 4 K 4N25 SK202L5 VO C5 1N4148 A C9 C8 100 nF 1000uF C7 C6 250nF 2200uF 04 127 V SK202L5 TRAN-2P2S D4 8 1N4148 R5 R8 100 TCA785 22k 10k U3 1 POT 2 A B C 2 6 5 4 K 4N25 CH3 __ Q1 CH4 Q1 E R9 10k FUSÍVEL 10A 1A B C ‘’ PONTE1 7812 3 D2 1 TR1 01A D1 U2 M2 10k 100k 02 IRFP460 03B Fonte: Própria Os blocos componentes do protótipo apresentados na Figura 21 são explorados, quanto as funcionalidades, individualmente nos itens a seguir, elucidando o uso desta topologia. a) Blocos 01A e 01B - circuito de retificação e de estabilização de sinal VCC Neste bloco são mostrados os circuitos utilizados para a retificação do sinal, de corrente alternada para corrente contínua, que alimenta o circuito integrado TCA785 com 12 VCC (Bloco 01A) e também o sinal de gatilhamento das chaves (MOSFET), com sinal de 12 VCC (Bloco 01B). Os circuitos retificadores foram modelados utilizando os seguintes itens: transformador abaixador de 127 VCA para 12 VCA, ponte retificadora de onda completa, capacitores eletrolíticos, capacitores de poliéster, regulador de tensão positivo e fonte VCA, conforme apresentado na Figura 22. Figura 22 - Circuito retificador com saída regulada - Bloco 01A - 01B TR 1 U4 PONTE 1 7812 VO VI VCA 127V 1 C5 C4 100nF 1000uF 2 GND 3 SK202L5 C3 C2 250nF 2200uF Fonte: Própria 12/127V 53 O transformador TR 1 tem a função de reduzir o sinal da rede de 127 VCA para 12 VCA, o qual segue para a ponte retificadora, que converte o sinal alternado num sinal contínuo pulsante. O capacitor C2 se comporta como um filtro de baixa frequência, responsável por reduzir o ripple do sinal VCC pulsante, enquanto o capacitor C3, C4 e C5 têm a função de filtros de ruídos. Ambos os circuitos retificadores empregados no protótipo Dimmer Flex têm a mesma topologia construtiva, sendo estes montados com regulador de tensão LM7812, para sinais de saída com 12 VCC positivo. b) Bloco 02 - circuito de produção de sinal para controle das chaves eletrônicas (MOSFET) Neste bloco é apresentado o circuito responsável pela amostragem do sinal da rede (VCA) e também pela produção de pulso para o gatilhamento das chaves eletrônicas. O circuito de controle de fase TCA785 permite o controle do gatilhamento das chaves eletrônicas (MOSFET) que ocorre a partir do instante em que o zero do sinal da rede é identificado. O circuito foi modelado utilizando os seguintes itens: circuito integrado para controle de fase TCA785, potenciômetros, resistores, capacitor, diodos, fonte VCA e uma fonte VCC, conforme apresentado na Figura 23. O TCA785, identificado por U1 na Figura 23, tem a função de controle de fase, em sincronismo com o sinal da fonte CA. Figura 23 - Circuito gerador de sinal ajustável - Bloco 02 R1 100k 16 5 11 D1 D2 1N4148 1N4148 6 13 12 10 9 VCA 127V R2 5k C1 100nF VSYNC V11 INHIBIT L C12 C10 R9 R3 22k POT 1 POT 2 10k 100k Fonte: Própria U1 VS GND 1 Q2 Q2 Q1 Q1 QU QZ VREF TCA785 15 2 14 4 3 7 8 VCC 12V 54 A amostragem do sinal para detecção da passagem por zero do sinal da rede é realizada através do resistor R1 e diodos D1 e D2. Onde R1 é o responsável por limitar o valor da corrente elétrica que chega no pino 5 do TCA785 e os diodos D1 e D2, montados em antiparalelo, servem para garantir que a tensão da fonte CA não ultrapasse 0,7 volts sobre o pino 5 do TCA785, preservando assim o dispositivo. Os resistores R2 e R3 têm a função de assegurar uma resistência mínima de operação do circuito, na situação dos potenciômetros assumirem ajuste de resistência nula. O potenciômetro POT 2, juntamente com capacitor C1, são responsáveis pela geração e controle do sinal em rampa, aos quais se têm acesso no pino 10 do TCA785. Já o potenciômetro POT 1 controla o sinal CC que é acessado no pino 11 do TCA785. Este sinal é comparado com o sinal de rampa e, na intersecção destes dois sinais, o TCA785 libera pulsos de sinal nos pinos de saída 14 (Q1) ou 15 (Q2). Nesta configuração do TCA785, os pulsos de sinal referentes aos semiciclos negativo e positivo incidem, respectivamente, nos pinos 14 (Q1) e 15 (Q2) do TCA785. O controle do ângulo de atraso (α) do TCA785 é realizado pelo potenciômetro (POT 1). Como exemplo de caso, mostra-se na Figura 24 a produção de sinal conforme topologia modelada na Figura 23. Neste exemplo, o circuito de amostragem do sinal do TCA785 detecta a passagem do sinal de referência senoidal pelo zero e libera o início do sinal de rampa, conforme regulagem do POT 2. Para o caso do semiciclo negativo, no ponto de intersecção dos sinais de rampa (pino 10 do TCA785) e do ajuste do ângulo de atraso (α) (pino 11 do TCA785) é o instante em que ocorre o início do pulso, em 270°. Para o ciclo positivo, o processo ocorre de forma análoga, porém, com uma defasagem de 180º. Dessa forma, as saídas do TCA785, pinos 14 (Q1) ou 15 (Q2) são levadas ao nível alto até o termino dos respectivos semiciclos, devido ao pino 12 estar aterrado. Figura 24 - Forma de onda nos pinos do TCA 785 Tensão (V) 90º 0° 270° 180° 360° Pino 10 Pino 11 90º 0° 270° 180° 360° Pino 14 Q1 α 0° 90º 180° 270° 360° 90º 180° 270° 360° Ângulo ( °) α 0° Fonte: Própria Pino 15 Q2 55 c) Blocos 03A e 03B - circuito de isolação e inversão de sinal para controle das chaves eletrônicas Este bloco é constituído por dois blocos, definidos como Bloco 03A e Bloco 03B, sendo o primeiro projetado para operar no semiciclo positivo e o segundo no semiciclo negativo. Nestes blocos, apresenta-se os circuitos responsáveis pela isolação, envio e inversão dos sinais gerados pelo TCA785, destinados ao gatilhamento das chaves eletrônicas (MOSFET). O circuito foi modelado utilizando os seguintes itens: fontes de geração de pulso (TCA785), fonte VCC, diodos, resistores, optoacoplador e interruptor bipolar, conforme apresentado na Figura 25. Figura 25 - Circuito de isolação e modos de chaveamento - Bloco 03A e 03B U2 D3 R4 1N4148 1 A B C 6 5 CH1 __ Q2 CH2 Q2 100 2 4 K 4N25 Q2 E TCA785 R6 R7 10k 10k G1 S VCC R8 D4 10k U3 R5 1 A B C 12V 6 5 100 1N4148 2 Q1 TCA785 4 K 4N25 CH3 __ Q1 CH4 Q1 E R9 10k G2 S Fonte: Própria Os diodos D3 e D4 têm a função de garantir o envio de sinal do TCA785 em um único sentido; os resistores R4 e R5 têm a função de limitar a corrente demandada pelos optoacopladores na entrada do dispositivo. Os optoacopladores U2 e U3 têm a função de isolar eletricamente os sinais produzidos nas fontes retificadoras de 12 VCC. Os resistores R6 e R8 têm a função de limitar a corrente nos optoacopladores, na saída do dispositivo. Já os resistores R7 e R9 têm a função de divisor de tensão. Os interruptores CH1, CH2, CH3 e CH4, operados manualmente, podem ser acionados independentemente uns dos outros em várias combinações possíveis, como apresentado na Tabela 4. Interruptores fechados são representados pelo número um (1) e abertos por zero (0). 56 Tabela 4 - Modos operação do Dimmer Flex em função da combinação dos interruptores CHi Modos A B C D E F G H I J K L M N O P CH1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 CH2 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 CH3 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 CH4 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 Interruptor Fonte: Própria Os interruptores CH1 e CH2, quando acionados de forma independente, possibilitam o controle de sinal no semiciclo positivo da rede. O interruptor CH1 tem início de condução em 0° e controle até 180°, já o interruptor CH2 tem início de condução em 180° e controle até 0° conforme mostram as setas de controle apresentadas na Figura 26. Para semiciclo negativo tem-se os interruptores CH3 e CH4 que quando acionados de forma independente, possibilitam o controle de sinal. O interruptor CH3 tem início de condução em 180° e controle até 360°, enquanto o interruptor CH4 tem início de início de condução em 360° e controle até 180° conforme indicam as setas apresentadas na Figura 26. Figura 26 - Controle de operação por semiciclo conforme modo de operação dos interruptores CHi Tensão (V) CH3 CH4 90° 0° 180° 270° 360° CH1 CH2 Ângulo ( °) Fonte: Própria Os interruptores CH1 e CH3, CH2 e CH4 permitem a operação nas funções denominadas de inversora e seguidora, respectivamente. Na função seguidora, a condução das chaves M1 e M2 ocorrem de acordo com o ajuste do ângulo (α) produzido pelo TCA785. Vale destacar, que a operação do Dimmer Flex nas funções seguidora e inversora, tem por finalidade o comando do circuito de potência do dispositivo, cujo detalhamento é feito ao longo deste capítulo. 57 A função seguidora é elucidada por meio de um exemplo, para tanto, definem-se quatro intervalos, de mesma duração, conforme ilustra a Figura 26 (x1 de 0° a 90°, x2 de 90° a 180°, x3 de 180° a 270° e x4 de 270° a 360°). A condução da chave M1 na função seguidora (semiciclo positivo) foi definida para ocorrer no período x2 e bloqueio em x1. Já a condução de M2 na função seguidora (semiciclo negativo) foi definida para ocorrer em x4 e bloqueio em x3. Na Figura 27 está ilustrado o intervalo x1 (0° a 90°) onde a saídas (pino 14 e 15) do TCA785 possuem nível baixo. Os interruptores CH2 e CH4 estão fechados (modo F, Tabela 4) possibilitando que o sinal negativo de VCC2 chegue através de R7 e R9, aos gatilhos de M1 e M2, desligando o circuito de potência. No intervalo x2 (90° a 180°) o optoacoplador U2 satura e M1 conduz, enquanto que M2 permanece desligada. Em x3 (180° a 270°) M1 e M2 permanecem desligadas e por fim em x4 (270° a 360°) o optoacoplador U3 satura, M2 conduz e M1 permanece desligada até que se inicie um novo ciclo. Figura 27 - Protótipo operando na função seguidora x1 x2 x3 x4 0° 90º 270° 180° x1 x2 x3 x4 Pino 15 Q2 α α 0° 360° 90º 180° 270° 360° Pino 14 Q1 R6 D3 CARGA U2 R4 CH1 B A C K E CH2 R1 D1 M1 R7 D2 VCA R2 D4 VCC2 VCC1 R8 POT1 R5 U3 B A C K E R3 M2 C1 CH3 POT2 R9 CH4 Fonte: Própria Já a função inversora, representa o complemento do ângulo (α), gerando assim o sinal 𝑄𝑄� (sinal negado) das saídas 14 e 15 do TCA785. Tomado como exemplo a mesma situação anterior a condução de M1 na função inversora (semiciclo positivo) ocorre em x1 e bloqueio em x2. A condução de M2 na função inversora (semiciclo negativo) ocorre em x3 e o bloqueio em x4. Com os interruptores CH1 e CH3 fechados (modo K, Tabela 4) no intervalo x1 (0° a 90°) o sinal positivo de VCC2 chega aos gatilhos de M1 e M2, acionando o circuito de potência. 58 No intervalo x2 (90° a 180°) o optoacoplador U2 satura e M1 bloqueia, enquanto que M2 permanece conduzindo. Em x3 (180° a 270°) M1 e M2 conduzem, e por fim em x4 (270° a 360°) o optoacoplador U3 satura e M2 não conduz e M1 continua conduzindo até que se inicie o próximo ciclo. d) Bloco 04 - circuito de potência do Dimmer Flex Neste bloco é apresentado o circuito de potência desenvolvido para o Dimmer Flex. O circuito foi modelado utilizando os seguintes itens: fontes de pulso (Q1 e Q2), fonte VCA, carga fusível e chaves eletrônicas (MOSFET) conforme ilustrado na Figura 28. Para a proteção do circuito de potência foi utilizado fusível. Figura 28 - Circuito de potência do Dimmer Flex - Bloco 04 FUSIVEL 10A CARGA Q2 M1 IRFP460 G1 VCA 127V S M2 G2 IRFP460 Q1 Fonte: Própria As chaves M1 e M2 (MOSFET) têm a função de controlar a tensão média sobre a carga. A chave M1 controla a tensão do semiciclo positivo, de acordo com os pulsos gerado pelo TCA785 e configuração dos interruptores CH1 e CH2, como apresentado na Tabela 4. De forma análoga, a chave M2 controla o semiciclo negativo do sinal CA. Uma vez descrita a montagem dos diversos blocos componentes dos circuitos de controle e potência, no item relacionado com a simulação, todos os blocos são conectados para realizar a simulação e verificações dos sinais do controle, com as respectivas formas de onda via oscilogramas que os programas disponibilizam. 3.2.4.2 Implementação do Dimmer Flex no programa ATPDraw Para a implementação do Dimmer Flex no simulador ATPDraw, foram utilizadas a rotina MODELS e a rotina TACS, conforme já mencionado. 59 a) Implementação utilizando a rotina MODELS Para a implementação e simulação do Dimmer Flex na rotina MODELS, inicialmente, foram selecionados todos os componentes necessários dentro da biblioteca do programa. A partir desse ponto, o circuito foi “construído” utilizando os seguintes itens: sw_tacs, swmeas, model default, resistor e fonte acsource. A montagem final do circuito o Dimmer Flex com os componentes está ilustrado na Figura 29 (a). Para facilitar o uso do circuito, foi criado um ícone representativo, conforme apresentado na Figura 29 (b). O algoritmo desenvolvido para os modos de operação A, F e K do Dimmer Flex, em linguagem MODELS se encontra no Apêndice A deste trabalho. Figura 29 - Dimmer Flex em MODELS (a) (b) Fonte: Própria A inserção de valores/estado para as variáveis de interesse (frequência, ângulo, CH1, CH2, CH3 e CH4) é realizada por meio de uma tela disponibilizada pelo simulador, conforme ilustrado na Figura 30. Figura 30 - Janela de ajustes no algoritmo do Dimmer Flex em MODELS Fonte: Própria 60 O dado denominado “ângulo”, na figura anterior, foi implementado na programação, com a finalidade de possibilitar o controle do sinal de tensão aplicada à carga acoplada ao Dimmer Flex, podendo ser ajustada de 0° a 180°. Os interruptores CH1, CH2, CH3 e CH4 recebem uma lógica de operação para gatilhamento do Dimmer Flex, de acordo com os modos de operação a seguir conforme Tabela 4: • Modo A (CH1=0, CH2=0, CH3=0 e CH4=0); • Modo F (CH1=0, CH2=1, CH3=0 e CH4=1); • Modo K (CH1=1, CH2=0, CH3=1 e CH4=0). b) Implementação utilizando a rotina TACS Para a implementação e simulação do Dimmer Flex via rotina TACS, inicialmente foram selecionados todos os itens necessários dentro da biblioteca do programa. O circuito foi modelado utilizado os seguintes itens: sw_tacs, diode, pulse03, resistor e fonte acsource. A montagem final do circuito o Dimmer Flex com os componentes está ilustrado na Figura 31 (a) que, posteriormente, foi comprimido em um bloco como ilustra a Figura 31 (b). Figura 31 - Dimmer Flex em TACS (a) (b) Fonte: Própria No circuito de potência construído via TACS, o Dimmer Flex possui duas chaves (M1 e M2) montadas em anti-série. Cada chave possui um diodo em anti-paralelo conforme se vê na Figura 31. O controle de abertura e fechamento das chaves M1 e M2 é realizada na fonte de pulso_03, onde os parâmetros são inseridos via janela do componente, que possui as variáveis de controle da fonte de maneira que o usuário possa alterar de acordo com o desejado dentro do que está disponibilizado pelo programa (amplitude do sinal, período do sinal, tempo de duração de pulso, tempo de início de pulso e tempo de parada de pulso). 61 O ajuste de condução e bloqueio de sinal é realizado com variáveis de tempo, sendo estas inseridas em “segundos”, controlando a duração do sinal, e início do mesmo, conforme exemplo ilustrado na Figura 32 (a) e (b) para os semiciclos positivo e negativo, respectivamente. Figura 32 - Janela de configuração da fonte PULSE_03 (a) (b) Fonte: Própria 62 CAPÍTULO IV RESULTADOS LABORATORIAIS E DISCUSSÕES 4.1 Considerações iniciais Este capítulo destina-se a apresentar 4 tipos de configuração do Dimmer Flex, que servem para ilustrar a operação do mesmo. Os casos que são apresentados ilustram os modos de operação sem chaveamento (a), na função seguidora (F), função inversora e seguidora (G) e. por último, a função inversora (K), conforme visto, atuando sobre um resistor, com as respectivas das grandezas de interesse medidas em laboratório. 4.1.1 Dimmer Flex modo operacional A No modo operacional A do Dimmer Flex, todos os interruptores manuais CHi estão desligados, inibindo o controle de chaveamento eletrônico do sinal de corrente demandada pelo resistor conectado ao Dimmer Flex. Nesta condição operativa tem-se o sinal de corrente senoidal, conforme registrado pelo osciloscópio e ilustrado na Figura 33. Figura 33 - Tela do osciloscópio dos sinais de tensão e corrente - modo operacional A Fonte: Própria Com o analisador de energia FLUKE 434 foram registradas as potências ativa 140 W, aparente 140 VA, e reativa 0 Var, fator de potência 1, fator de potência fundamental 1 e corrente elétrica 1,1 A, nos modos de captura FULL e FUND conforme Figura 34 (a) e (b), respectivamente. 63 Figura 34 - Telas de grandezas elétricas em FULL e FUND - modo operacional A (a) (b) Fonte: Própria Como esperado, as telas de captura FULL e FUND não apresentaram diferenças nas grandezas medidas, uma vez que o sinal imposto foi senoidal. Corroborando esta constatação, mostra-se, na Figura 35 (a) e (b), cujos histogramas de tensão e corrente verifica-se um baixo conteúdo de componentes harmônicas sendo DTT (THDV) 0,1% e DTI (THDI) 0,5%. Figura 35 - Telas de distorção harmônica total de tensão (a) e corrente elétrica (b) - modo operacional A (a) (b) Fonte: Própria Salienta-se que a fonte programável utilizada disponibilizou um sinal de tensão com DTT (THDV) praticamente nulo (0,1 %) que resultou num DTI (THDI) de 0,5% de distorção. As formas de onda de tensão e corrente envolvidas estão ilustradas na Figura 36 (a) e o correspondente diagrama fasorial com sinais, fundamental defasados de 1° na Figura 36 (b). 64 Figura 36 - Telas de forma de onda e diagrama fasorial dos sinais de tensão e corrente fundamental modo operacional A (a) (b) Fonte: Própria Os componentes harmônicos da tensão e corrente foram obtidos por meio do analisador de energia MARH-21, conforme ilustra a Figura 37 (a) e (b), respectivamente. Nota-se que o ângulo do componente fundamental da tensão é de 359,97° e da corrente de 0,82°, o que resulta numa defasagem de 0,85°, corroborando com os dados apresentados na Figura 36 (b) cuja defasagem é de 1°, que se aproxima deste valor. Figura 37 - Componentes harmônicos de tensão e corrente com MARH-21 - modo operacional A (a) (b) Fonte: Própria 65 4.1.2 Dimmer Flex modo operacional F No modo operacional “F” os interruptores manuais CH2 e CH4 estão fechados, permitindo controle nos semiciclos positivo e negativo sobre o resistor conectado ao Dimmer Flex. A condução do sinal tem início em 0° e 180°, já o bloqueio foi realizado próximo a 90° conforme Figura 38, mas poderia ser realizado em qualquer ângulo dentro do semiciclo. Figura 38 - Tela do osciloscópio dos sinais de tensão e corrente - modo operacional F Fonte: Própria Neste modo operacional as telas de captura FULL Figura 39 (a) e FUND Figura 39 (b) apresentaram diferenças nas potências aparente e reativa devido ao método de captura configurado, que leva em consideração as harmônicas presentes nos sinais elétricos (FULL). Figura 39 - Telas de grandezas elétricas em FULL e FUND - modo operacional F (a) (b) Fonte: Própria 66 Os modos FULL e FUND registraram as mesmas magnitudes para potência ativa (70W), FP (0,7), FP1(0,83), e corrente (0,8). Neste modo operacional o analisador de energia registrou potência reativa capacitiva nos dois modos de captura. Sendo registrado no modo FULL 70 Var e no modo FUND 50 Var, já a potência aparente foi 100 VA e 80 VA respectivamente FULL e FUND. A distorção harmônica total de tensão teve registro de 0,4 % conforme Figura 40 (a), e na corrente, registro de 64,7 % conforme na Figura 40 (b). Figura 40 - Telas de distorção harmônica total de tensão e corrente elétrica, modo operacional F (a) (b) Fonte: Própria Foi capturada a forma de onda de tensão e corrente conforme Figura 41 (a) e diagrama fasorial entre o sinal de tensão e corrente fundamental conforme Figura 41 (b), apresentando 34° de defasagem entre os sinais, indicando que a carga possui características capacitivas. Figura 41 - Telas de forma de onda e diagrama fasorial dos sinais de tensão e corrente fundamental modo operacional F (a) (b) Fonte: Própria 67 De maneira análoga ao caso anterior, para o modo de operação em tela foram registrados os componentes harmônicos da tensão e corrente conforme ilustrados na Figura 42 (a) e (b), respectivamente. O ângulo da componente fundamental da tensão foi 0,75°, e da corrente e 34,85° o que resulta em uma defasagem entre os sinais, fundamental de 34,10° corroborando com os dados apresentados na Figura 41 (b) cuja defasagem é de 34°. Figura 42 - Componentes harmônicos de tensão e corrente com MARH-21- modo operacional F (a) (b) Fonte: Própria Complementarmente aos valores dos componentes harmônicos de corrente, na Figura 43 é apresentado o espectro harmônico da corrente obtido com auxílio do analisador de energia MARH-21. Observa-se a existência de harmônicas de ordem ímpar e par. Figura 43 - Espectro harmônico da corrente via analisador de energia MARH-21 modo operacional F Fonte: Própria 68 4.1.3 Dimmer Flex modo operacional G No modo operacional “G” os interruptores CH2 e CH3 estão fechados, permitindo controle nos semiciclos positivo e negativo sobre o resistor conectado ao Dimmer Flex. A condução do sinal ocorre em dois momentos: 0° a 90° no semiciclo positivo e 270° a 360° no semiciclo negativo, conforme ilustra a Figura 44. Figura 44 - Tela do osciloscópio dos sinais de tensão e corrente - modo operacional G Fonte: Própria No modo de captura FULL, Figura 45 (a) e FUND, Figura 45 (b), a potência ativa foi de 70 W, fator de potência 0.7, fator de potência fundamental 1.0 e corrente 0.8 A. Já a potência reativa no modo FULL 70 Var e no modo FUND 0 Var, indicando característica resistiva. Figura 45 - Telas de grandezas elétricas em FULL e FUND - modo operacional G (a) (b) Fonte: Própria 69 A distorção harmônica total de tensão teve registro de 0,4 % conforme Figura 46 (a) e a corrente registro de 100,6 % com presença de componentes harmônicos par devido o sinal não apresentar simetria entre os semiciclos, conforme ilustra a Figura 46 (b). Figura 46 - Telas de distorção harmônica total de tensão e corrente elétrica - modo operacional G (a) (b) Fonte: Própria Foi capturada a forma de onda de tensão e corrente conforme Figura 47 (a) e diagrama fasorial entre o sinal de tensão e corrente fundamental conforme Figura 47 (b), apresentando 1° de defasagem entre os sinais de tensão e corrente. Figura 47 - Telas de forma de onda e diagrama fasorial dos sinais de tensão e corrente fundamental modo operacional G (a) (b) Fonte: Própria Os componentes harmônicos da tensão e corrente obtidos estão ilustrados na Figura 48 (a) e (b) respectivamente. O ângulo do componente fundamental da tensão foi 0,38°, e da 70 corrente e 1,96° o que resulta em uma defasagem entre os sinais de 1,58°, valor este aproximado com os dados apresentados na Figura (b) cuja defasagem é de 1°. Figura 48 - Componentes harmônicos de tensão e corrente com MARH-21- modo operacional G (a) (b) Fonte: Própria Na Figura 49 é apresentado o espectro harmônico da corrente obtido com o analisador de energia MARH-21, no qual observa-se valores significativo na ordem de harmônicos par, indicando que os sinais dos semiciclos positivo e negativo não são simétricos. Figura 49 - Espectro harmônico da corrente via analisador MARH-21 - modo operacional G Fonte: Própria 71 4.1.4 Dimmer Flex modo operacional K No modo “K” os interruptores CH1 e CH3 estão fechados, permitindo controle em ambos semiciclos assim como no modo “F”. A condução de sinal foi iniciada próximo de 90° e 270° e interrompida na passagem por zero, (180° e 360°) em ambos semiciclos conforme Figura 50 da tela do osciloscópio. Figura 50 - Tela do osciloscópio dos sinais de tensão e corrente - modo operacional K Fonte: Própria Como no modo operacional “F” as telas de captura FULL Figura 51 (a) e FUND Figura 51 (b) apresentaram diferenças nas potencias aparente e reativa enquanto que as demais grandezas registraram a mesma magnitude. Figura 51 - Telas de grandezas elétricas em FULL e FUND - modo operacional K (a) (b) Fonte: Própria 72 No modo operacional “K” o analisador de energia registrou potência ativa 70 W, fator de potência 0.71, fator de potência fundamental 0,85 e corrente 0,8 A em ambos modos de captura. Já as potências reativas foram 70 Var e 40 Var, e as aparentes 100 VA e 80 VA respectivamente nos modos FULL e FUND. A distorção harmônica total de tensão teve registro de 0,3 % conforme Figura 52 (a), e na corrente, registro de 65,0 % conforme na Figura 52 (b). Figura 52 - Telas de distorção harmônica total de tensão e corrente elétrica - modo operacional K (a) (b) Fonte: Própria As formas de onda de tensão e corrente foram capturadas conforme ilustra a Figura 53 (a), e diagrama fasorial entre o sinal de tensão e corrente fundamental conforme Figura 53 (b) registrou uma defasagem entre os sinais de -32°. Figura 53 - Telas de forma de onda e diagrama fasorial dos sinais de tensão e corrente fundamental modo operacional K (a) (b) Fonte: Própria 73 Com o analisador de energia MARH-21 foram registrados os componentes harmônicos da tensão e corrente conforme ilustra a Figura 54 (a) e (b) respectivamente. O ângulo da componente fundamental da tensão foi de 0,93° e da corrente de 329,15° °, o que resulta em uma defasagem entre os sinais de -31,78° corroborando com os dados apresentados na Figura 53 (b) cuja defasagem é de -32°. Figura 54 - Componentes harmônicos de tensão e corrente com MARH-21 - modo operacional K (a) (b) Fonte: Própria Na Figura 55 é apresentado o espectro harmônico da corrente medido com o analisador de energia MARH-21, no qual observa-se majoritariamente harmônicas ímpar. Figura 55 - Espectro harmônico da corrente via analisador MARH-21 - modo operacional K Fonte: Própria 74 Na Tabela 5 são apresentados os resultados dos quatro modos de operação do Dimmer Flex sendo destacado na tabela o FP para comparação com os medidores de energia utilizados. Tabela 5 - Resumo das medições nos quatros modos de operação do Dimmer Flex com Fluke 434 Grandeza A F G K U (Vrms) 127,00 127,00 127,00 127,00 I (Arms) 1,10 0,80 0,80 0,80 FP 1,00 0,70 0,70 0,71 FP1 1,00 0,83 1,00 0,85 DTT (%) 0,10 0,40 0,40 0,30 DTI (%) 0,50 64,70 100,60 65,00 S (VA) 140,00 100,00 100,00 100,00 P (W) 140,00 70,00 70,00 70,00 Q (VAr) 0,00 -70,00 70,00 70,00 S1 (VA) 140,00 80,00 70,00 80,00 P1 (W) 140,00 70,00 70,00 70,00 Q1 (VAr) 0,00 -50,00 0,00 40,00 Fonte: Própria Na Figura 56 (a) e (b) são apresentadas imagens dos displays dos medidores de energia (Saga 750, SL7000 e Saga 3000 respectivamente) com os valores do FP e as respectivas características (indutiva ou capacitiva) da carga, para os modos operacionais F e K respectivamente. Os valores medidos do FP, apontam que estão sendo utilizados os sinais distorcidos da carga (Dimmer Flex + resistor) para a verificação do FP conforme dados apresentados na Tabela 5 do Fluke 434. Figura 56 – Foto dos displays dos medidores de energia: Saga 750, SL7000 e Saga 3000 (a) (b) Fonte: Própria 75 CAPÍTULO V RESULTADOS COMPUTACIONAIS E DISCUSSÕES 5.1 Considerações iniciais Neste capítulo são apresentados os estudos realizados com o circuito computacional implementado do protótipo Dimmer Flex, valendo-se dos programas PROTEUS e ATPDraw. Na modelagem no programa PROTEUS os estudos englobam os dezesseis modos operacionais que o dispositivo possibilita, para tanto, são avaliadas as formas de onda de corrente e tensão. Para o caso do uso do programa ATPDraw, apenas quatro modos operacionais são contemplados: A, F, G e K, e a avaliação também é feita por meio da observação e análise das formas de onda de tensão e corrente no ponto de conexão entre a carga e fonte de alimentação. Para a coleta de dados das grandezas elétricas foi implementado um algoritmo pautado na teoria da IEEE Std 1459-2010, na rotina MODELS. A modelagem no programa ATPDraw é validada por meio de comparação entre os valores da simulação e os dados coletados nas medições laboratoriais, e por fim é realizada uma análise dos impactos financeiros que o chaveamento eletrônico pode causar. Simulação do Dimmer Flex no programa PROTEUS Com o uso do programa PROTEUS são apresentadas as formas de onda de tensão e corrente dos 16 modos operacionais. Para tanto a carga é considerada como o conjunto formado pelo Dimmer Flex e resistor conforme ilustra a Figura 57. Figura 57 - Circuito do Dimmer Flex. FUSÍVEL U2 1 A 2 PONTE1 7812 1 VI C4 100 nF 1000 uF R6 R7 10k 10k C3 C2 250 nF 2200 uF TRAN-2P2S CH2 1N4148 6 13 12 10 9 R2 C1 100nF 5k POT 1 VS VSYNC V11 INHIBIT L C12 C10 R9 GND 1 R3 22k POT 2 PONTE2 VO VI U1 16 5 11 Q2 TR2 7812 1 VCA GND 100k 1N4148 IRFP460 U5 1N4148 3 D2 M1 R4 100 R1 D1 CH1 D3 2 C5 Q2 Q2 Q1 Q1 QU QZ VREF TCA785 15 2 14 4 3 7 C9 C8 100 nF 1000uF C7 C6 250nF 2200uF 127 V SK202L5 TRAN-2P2S D4 8 1N4148 R5 R8 100 10k U3 1 A B C 2 6 5 4 K 4N25 CH3 __ Q1 CH4 Q1 E R9 10k 10A __ Q2 E 2 VO FUSÍVEL Resistor 4 K 4N25 SK202L5 GND 3 6 5 ‘’ TR1 U4 1A B C M2 10k 100k Fonte: Própria IRFP460 76 Na Figura 58 estão ilustradas as formas de onda de tensão e corrente resultantes dos modos operacionais do Dimmer Flex, dos quais são explanados os modos A, F, G e K. No modo “A” todos os interruptores estão abertos, inibindo o controle de chaveamento do sinal de corrente demandada pela carga conectada ao Dimmer Flex, assim tem-se um sinal de corrente senoidal conforme ilustrado na Figura 58 (A). Figura 58 - Formas de onda de tensão e corrente modos operacionais do Dimmer Flex (A) Tensão (B) Corrente (E) Tensão Corrente Tensão Tensão Corrente Tensão Corrente Tensão Tensão Corrente Corrente Tensão Corrente Tensão Fonte: Própria Corrente Tensão Corrente (L) Corrente (O) Corrente Tensão (H) (K) (N) Corrente (D) (G) (J) (M) Tensão Corrente (F) (I) Tensão Tensão (C) Tensão Corrente (P) Corrente Tensão Corrente 77 No modo “F” os interruptores CH2 e CH4 estão fechados, permitindo controle nos semiciclos positivo e negativo sobre o resistor conectado ao Dimmer Flex. A condução do sinal tem início em 0° e 180°, já o bloqueio pode ser realizado em qualquer ângulo dentro do semiciclo. Como exemplo na Figura 58 (F) o bloqueio de sinal foi realizado em 90° e 270°. No modo “G” os interruptores CH2 e CH3 estão fechados, a condução do sinal tem início em 0° e 360°, já o bloqueio pode ser realizado a qualquer tempo dentro do semiciclo. Como exemplo na Figura 58 (G) o bloqueio de sinal foi realizado em 90° e 360°. Por fim, no modo operacional “K” os interruptores CH1 e CH3 estão fechados, permitindo controle em ambos semiciclos assim como no modo “F”. Como no caso anterior este tipo de chave (MOSFET) permite condução a qualquer instante dentro do semiciclo. O bloqueio do sinal tem início nos instantes correspondentes a 0° e 180°. A título de exemplo, na Figura 58 (K) a condução de sinal foi iniciada em 90° e 270° e interrompida na passagem por zero, (180° e 360°), em ambos semiciclos. Simulação do Dimmer Flex no ATPDraw Com a modelagem do Dimmer Flex concluída, iniciou-se as simulações e verificações das grandezas elétricas - formas de onda da corrente e tensão no ponto de conexão entre a carga e fonte de alimentação. Seguindo a mesma metodologia utilizada com simulador PROTEUS, nesta seção, também são apresentados estudos dos quatro modos de operação (A, F, G e K). Vale reforçar, que a carga é o conjunto composto pelo Dimmer Flex e resistor de 110 ohms, suprida com tensão nominal de 127 V e frequência de 60 Hz. A Figura 59 ilustra a configuração do circuito utilizado para realizar os estudos computacionais. Neste caso, para o registro das grandezas elétricas foi implementado um medidor de grandezas elétrica, tendo por base a teoria da IEEE Std 1459-2010, utilizando a linguagem Models. O equacionamento utilizado encontra-se no Apêndice B deste trabalho. Figura 59 - Circuito com Dimmer Flex e medição no ATPDraw Fonte: Própria Para os quatro modos (A, F, G e K) de chaveamentos do Dimmer Flex, foram plotados os gráficos de V, I, S, P, Q1, N, FP, FP1 e o espetro harmônico de corrente em “pu”. 78 5.1.2.1 Chaveamento Dimmer Flex no modo operacional A No modo operacional A (CH1=0; CH2=0; CH3=0; CH4=0) o Dimmer Flex não tem nenhum efeito sobre o sinal da corrente elétrica demandada pelo resistor, e consequentemente, a forma de onda da corrente é senoidal, conforme Figura 60. A corrente elétrica demandada pela carga atinge um valor de pico de 1,63 A ou 1,15 A eficaz. Figura 60 - Forma de onda de tensão e corrente no modo operacional A [V] 200 Tensão Corrente [A] 2,0 150 1,5 100 1,0 50 0,5 0 0,0 -50 -0,5 -100 -1,0 -150 -1,5 -200 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo [ms] 12,49 14,57 -2,0 16,66 Fonte: Própria Como pode se verificar na Figura 60 os sinais são senoidais, resultado das caraterísticas lineares e, neste caso, puramente resistiva. Em decorrência disto, na Figura 61 pode-se observar que a potência ativa tem mesma magnitude da potência aparente (146,63 VA) em consequência, a potência reativa Q1 e não ativa N apresentam valores nulos. Figura 61 - Potências elétrica no modo operacional A [VA; W; VAr] 160 P S Q1 N 140 120 100 80 60 40 20 0 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo [ms] Fonte: Própria 12,49 14,57 16,66 79 Nesta configuração o fator de potência e o fator de potência fundamental medidos possuem valores iguais a 1,0 conforme pode se constatar na Figura 62, o que reforça a característica resistiva da carga. Figura 62 - Fator de potência e potência fundamental no modo operacional A FP FP1 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo [ms] 12,49 14,57 16,66 Fonte: Própria 5.1.2.2 Chaveamento Dimmer Flex no modo operacional F No modo operacional F (CH1=0; CH2=1; CH3=0; CH4=1), o Dimmer Flex atua sobre o sinal da corrente elétrica demandada pelo resistor, e, consequentemente, a forma de onda da corrente não é senoidal conforme mostra a Figura 63. O Dimmer Flex foi ajustado para bloqueio em 90° e 270°. A corrente elétrica demandada pela carga alcançou o mesmo valor do caso anterior – corrente de pico de 1,63 A, porém, a corrente eficaz é de 0,81 A. Figura 63 - Forma de onda de tensão e corrente no modo operacional F [V] 200 Tensão Corrente [A] 2,0 150 1,5 100 1,0 50 0,5 0 0,0 -50 -0,5 -100 -1,0 -150 -1,5 -200 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo [ms] Fonte: Própria 12,49 14,57 -2,0 16,66 80 Como pode se verificar na Figura 63 a forma de onda da corrente não apresenta característica senoidal. Por meio da decomposição em série de Fourier, disponibilizada no programa ATPDraw, pode-se verificar que a componente fundamental da corrente, encontra-se adiantada do sinal da tensão fundamental, cujo valor de pico atinge 0,97 A, adiantada de 32,5º da tensão fundamental, conforme ilustra a Figura 64. Figura 64 - Forma de onda fundamental da tensão e corrente [V] 200 Tensão fund Corrente fund [A] 2,0 150 1,5 100 1,0 50 0,5 0 0,0 -50 -0,5 -100 -1,0 -150 -1,5 -200 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo[ms] 12,49 14,57 -2,0 16,66 Fonte: Própria Na Figura 65 é apresentado o espectro harmônico da corrente em “pu”, obtida com a função FOUR do ATPDraw, correspondente ao modo F, no qual observa-se a predominância das harmônicas ímpares, até a 51° ordem. Figura 65 - Espetro harmônico da corrente em pu Fonte: Própria Como pode se verificar neste modo operacional a carga apresenta comportamento não linear. Esta característica modifica os módulos das potências ativa, aparente e reativa. Na Figura 66 tem-se as quatro potências elétricas avaliadas, sendo a potência aparente 103,37 VA, ativa 81 73,43 W, reativa fundamental (Q1) -46,67 Var e não ativa -72,75 Var. Como pode ser observado, duas potencias elétricas possuem valores negativos, o que indica se tratar da uma carga com características capacitivas. Figura 66 - Potências elétrica no modo operacional F [VA; W; VAr] 110 P S Q1 N 82,5 55 27,5 0 -27,5 -55 -82,5 -110 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo [ms] 12,49 14,57 16,66 Fonte: Própria Ainda neste modo de operação, foram verificados o fator de potência (FP) e o fator de potência fundamental (FP1) os quais possuem valores diferentes, sendo: FP1= 0,84 e FP=0,71 conforme Figura 67. Esta diferença, como esperado, deve-se à modelagem de cálculo, que emprega a decomposição pela série de Fourier nas formas de ondas distorcidas pelo chaveamento eletrônico. Figura 67 - Fator de potência e fator de potência fundamental no modo operacional F FP FP1 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo [ms] Fonte: Própria 12,49 14,57 16,66 82 5.1.2.3 Chaveamento Dimmer Flex no modo operacional G No modo operacional G (CH1=0; CH2=1; CH3=1; CH4=0) o Dimmer Flex atua sobre o sinal da corrente elétrica demandada pelo resistor, e consequentemente, como no caso anterior, a forma de onda da corrente também é não senoidal conforme Figura 68. O Dimmer Flex foi ajustado para iniciar a condução de sinal em 0° e 270° e bloqueio em 90º e 360°. A corrente elétrica demandada pela carga, atingiu um pico de 1,63 A, cuja corrente eficaz equivale a 0,81 A. Figura 68 - Forma de onda de tensão e corrente no modo operacional G [V] 200 Tensão Corrente [A] 2,0 150 1,5 100 1,0 50 0,5 0 0,0 -50 -0,5 -100 -1,0 -150 -1,5 -200 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo[ms] 12,49 14,57 -2,0 16,66 Fonte: Própria Como pode se verificar na Figura 68, a forma de onda da corrente não é senoidal, decompondo-se em série de Fourier, pode-se verificar que o sinal da corrente fundamental, encontra-se em fase com o sinal da tensão fundamental, conforme ilustra a Figura 69, indicando se tratar de uma carga de característica resistiva. Figura 69 - Forma de onda fundamental da tensão e corrente [V] 200 Tensão fund Corrente fund [A] 2,0 150 1,5 100 1,0 50 0,5 0 0,0 -50 -0,5 -100 -1,0 -150 -1,5 -200 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo[ms] Fonte: Própria 12,49 14,57 -2,0 16,66 83 Na Figura 70 é apresentado o espectro harmônico da corrente em “pu”, no qual observase existência significativa de harmônicas pares. A corrente fundamental apresenta pico de 0,82 A, e ângulo de 1,38°. Figura 70 - Espetro harmônico da corrente em pu Fonte: Própria Na Figura 71 tem-se a potências aparente com valor de 103,56 VA, potência ativa 72,77 W, potência não ativa 73,68 Var e potência reativa fundamental (Q1) -0,03 Var. Figura 71 - Potências elétrica no modo operacional G [VA; W; VAr] 160 P S Q1 N 140 120 100 80 60 40 20 0,00 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo[ms] 12,49 14,57 16,66 Fonte: Própria A característica desta carga, baseando-se na defasagem dos sinais fundamentais de tensão e corrente indicam tratar-se de uma carga resistiva. Corroborando para esta afirmativa foi plota na Figura 72, o fator de potência e o fator de potência fundamental os quais possuem valores 0,70 e 1,0 respectivamente. 84 Figura 72 - Fator de potência e fator de potência fundamental no modo operacional G FP FP1 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo[ms] 12,49 14,57 16,66 Fonte: Própria 5.1.2.4 Chaveamento Dimmer Flex no modo operacional K Por fim, no modo operacional K (CH1=1; CH2=0; CH3=1; CH4=0) o Dimmer Flex também atua sobre o sinal da corrente elétrica demandada pelo resistor, e consequentemente na forma de onda da corrente que deixa de ser senoidal conforme visto Figura 73. O Dimmer Flex foi ajustado para iniciar a condução de sinal a 90° e 270°, e bloqueio na passagem por zero, ou seja, 180° e 360°. A corrente elétrica demandada pela carga atingiu um pico de 1,63 A, cuja corrente eficaz foi de 0,81 A. Figura 73 - Forma de onda de tensão e corrente no modo operacional K [V] 200 Tensão Corrente [A] 2,0 150 1,5 100 1,0 50 0,5 0 0,0 -50 -0,5 -100 -1,0 -150 -1,5 -200 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo [ms] 12,49 14,57 -2,0 16,66 Fonte: Própria Como pode se verificar na Figura 73, a forma de onda da corrente da carga não apresenta comportamento linear. Com decomposição em série de Fourier, pode-se verificar que o sinal 85 da corrente fundamental, encontra-se atrasado do sinal da tensão fundamental de 32,5º conforme ilustra a Figura 74. Figura 74 - Forma de onda fundamental da tensão e corrente [V] 200 Tensão fund Corrente fund [A] 2,0 150 1,5 100 1,0 50 0,5 0 0,0 -50 -0,5 -100 -1,0 -150 -1,5 -200 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo[ms] 12,49 14,57 -2,0 16,66 Fonte: Própria Na Figura 75 é apresentado o espectro harmônico da corrente em “pu”, no qual observase a presença das harmônicas majoritariamente ímpares. A corrente fundamental possui pico de 0,97 A, e ângulo de -32,5°. Figura 75 - Espetro harmônico da corrente em pu Fonte: Própria Na Figura 76 tem-se o gráfico das potências, a potência aparente alcança um valor de 103,20 VA, potência ativa 73,20 W, potência não ativa 72,75 Var e potência reativa fundamental (Q1) 46,67 Var. 86 Figura 76 - Potências elétrica no modo operacional K [VA; W; Var] 160 P S Q1 N 140 120 100 80 60 40 20 0 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo [ms] 12,49 14,57 16,66 Fonte: Própria Neste modo de operação o fator de potência e o fator de potência fundamental, simulado possuem valor de FP1= 0,84 e FP=0,71 conforme ilustra a Figura 77. Figura 77 - Fator de potência e fator de potência fundamental no modo operacional K FP FP1 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 0,00 2,08 4,16 6,24 8,33 10,41 Tempo [ms] 12,49 14,57 16,66 Fonte: Própria 5.1.2.5 Síntese dos resultados das simulações nos modos operacionais A, F, G e K Nos itens 5.1.2.1 a 5.2.1.4 foram apresentadas as formas de onda da corrente, tensão e gráficos das potências S, P, Q1 e N definidos pela IEEE Std 1459-2010. Todavia, esta norma faz referência a outras grandezas, conforme equações 16 a 33 já apresentadas. Os resultados destas grandezas adicionais, estão apresentadas na Tabela 6, complementarmente aos dados obtidos anteriormente. Os resultados dos modos de operação (A, F, G e K) evidenciam que a carga pode apresentar características: resistiva (R), resistiva capacitiva (RC) e resistiva indutiva 87 (RL), dependendo do estado das chaves (aberta ou fechada) perante o sistema de medição, no instante que ocorre o chaveamento eletrônico. Tabela 6 - Resumo das medições nos quatros modos de operação do Dimmer Flex no ATPdraw Grandeza A F G K U (Vrms) 127,00 127,00 127,00 127,00 I (Arms) 1,15 0,81 0,81 0,81 FP 1,00 0,71 c 0,70 0,71 i FP1 1,00 0,84 c 1,00 0,84 i THDV (%) 0,00 0,00 0,00 0,00 THDI (%) 0,00 64,14 101,19 64,28 S (VA) 146,63 103,37 103,56 103,20 P (W) 146,63 73,43 72,77 73,20 N (VAr) 0,00 -72,75 73,69 72,75 S1 (VA) 146,63 87,00 73,90 86,81 P1 (W) 143,63 73,43 73,90 73,20 Q1 (VAr) 0,00 -46,67 -0,03 46,67 SH (VA) 0,00 0,02 2,52 0,02 PH (W) 0,00 0,00 0,00 0,00 DI (VAr) 0,00 55,80 73,19 55,80 DV (VAr) 0,00 0,00 0,00 0,00 DH (VAr) 0,00 0,02 2,61 0,02 SN (VA) 0,00 55,80 73,23 55,80 Fonte: Própria Onde: c = capacitivo i = indutivo 5.1.2.6 Verificação de comportamento de S, P, Q1, N, FP e FP1 com ângulo de controle variando de 0° a 180° para os modos operacionais F, G e K As simulações de chaveamento nos modos F, G e K até então foram realizadas com o ângulo de condução/bloqueio em 90° e 270°. Afim de explorar os demais ângulos de condução/bloqueio, nos modos F, G e K foi então realizado o controle de 0° a 180°. Na Figura 78 estão plotadas as potencias elétricas (S, P, Q1 e N) para o modo operacional F, sendo destacados os valores obtidos com ângulo de 90°, obtidos anteriormente. As potencias reativas 88 Q1 e N atingem valores máximos com o ângulo de 90° e depois decaem com o aumento do ângulo, já as potencias S e P crescem com incremento do ângulo atingindo valores máximos com ângulo de 180°. Figura 78 - Comportamento da potencias elétricas em função do ângulo de condução modo F S 160,00 P N 103,37 110,00 Potência (VA, W, Var) Q1 73,43 60,00 10,00 0 15 30 45 60 -40,00 75 90 -46,67 105 120 135 150 165 180 -72,75 -90,00 Ângulo (°) Fonte: Própria Na Figura 79 estão plotados o FP e FP1 no qual verifica-se que, com o incremento do ângulo, o FP e FP1 aumentam, e para ângulos superiores a 120° o FP fica acima de 0,9. Figura 79 - Comportamento do FP e FP1 em função do ângulo de condução modo F FP 1,00 0,90 FP1 0,84 0,80 0,70 0,71 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 0 15 30 45 60 75 90 105 Ângulo (°) Fonte: Própria 120 135 150 165 180 89 No modo operacional F a distorção harmônica total de corrente atingiu 500% com a variação do ângulo de controle conforme ilustra a Figura 80. A potência ativa foi plotada em PU, o que permite verificar que os índices de distorção harmônicos são maiores quando o chaveamento eletrônico restringe quase que na totalidade a potência ativa consumida. Em 90° a distorção de corrente fica em torno de 64,3% e a potência ativa atinge 50%, ponto este de linearidade da potência ativa. DTI 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 P 0,5 64,3 0 15 30 45 60 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 Potência Ativa (pu) DTI (%) Figura 80 - Curvas de DTI e potência ativa em função do ângulo de controle no modo operacional F 75 90 105 120 135 150 165 180 Ângulo (°) Fonte: Própria No modo G de operação o ângulo foi incrementado igualmente nos dois semiciclos até atingir o valor máximo de condução, assim como nos modos operacionais F e K. Na Figura 81 estão ilustrados os resultados de operação no modo G. Observa-se que as potências S e P crescem com o incremento do ângulo e a potência N atinge valor máximo em 90°, apresentando característica capacitiva, e após 90º a característica passa a ser indutiva com valor próximo do máximo, e decai até o ângulo de 180°. Já a potência Q1 no intervalo de controle (0° a 180°) atinge valores próximos de zero, alternando entre o negativo até 90° e depois passando para positivo, de 90° até 180°. No instante correspondente a 90° foi verificado um valor de -0,03 Var, valor este próximo de zero, mas ainda indicando característica capacitiva. Com o incremento do ângulo, as potencias aparente (S) e ativa (P) não possuem comportamento linear, conforme pode ser verificado na Figura 81. 90 Figura 81 - Comportamento da potencias elétricas em função do ângulo de condução modo G S 160,00 P Potência (VA, W, Var) 120,00 Q1 N 103,56 72,77 80,00 40,00 -0,03 0,00 0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 -40,00 -73,69 -80,00 Ângulo (°) Fonte: Própria Na Figura 82 são ilustradas as variações de FP1 e FP com o incremento de ângulo. Notase que o FP aumenta suavemente com o aumento do angulo, enquanto que o FP1 tem crescimento abrupto com incremento de ângulo o qual, para gatilhamento superior a 30° atinge valor superior a 0,90, conforme ilustra a Figura 82. Figura 82 - Comportamento do FP e FP1 em função do ângulo de condução modo G FP 1,00 0,90 FP1 1,00 0,80 0,70 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 0 15 30 45 60 75 90 105 Ângulo (°) 120 Fonte: Própria 135 150 165 180 91 Na Figura 83 estão plotados as potencias elétricas (S, P, Q1 e N) do modo operacional K destacando os valores obtidos com ângulo 90°. As potencias S e P decrescem com o incremento do ângulo de controle, já as potencias Q1 e N atingem valores máximos com ângulo de 90° conforme ilustra a Figura 83 e após decrescem com incremento do ângulo. Figura 83 - Comportamento da potencias elétricas em função do ângulo de bloqueio modo K S 160,00 P Q1 N Potência (VA, W, Var) 140,00 120,00 103,37 100,00 80,00 73,43 72,75 60,00 40,00 46,67 20,00 0,00 0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 Ângulo (°) Fonte: Própria Na Figura 84 estão plotados o FP e FP1 no intervalo de 0° a 180°, ambos fatores de potência decrescem com o aumento do ângulo, e se tornam nulos com ângulo de 180°. Figura 84 - Comportamento do FP e FP1 em função do ângulo de bloqueio modo K FP 1,00 0,90 FP1 0,84 0,80 0,70 0,71 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 0 15 30 45 60 75 90 105 Ângulo (°) Fonte: Própria 120 135 150 165 180 92 No modo operacional K a distorção harmônica total de corrente também atingiu 500%, como no modo operacional F, porém, a distorção desta vez cresceu com o incremento de ângulo. Na Figura 85 pode-se verificar que os índices de distorção harmônicos são maiores quando o chaveamento eletrônico restringe a potência ativa consumida. No ângulo de 90° a distorção de corrente fica em torno de 64,3%, e potência ativa atinge os 50% ponto este de linearidade dentro da faixa de controle do protótipo. P 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 DTI 0,5 64,3 0 15 30 45 60 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 DTI (%) Potência Ativa (pu) Figura 85 - Curvas de DTI e Potencia ativa em função do ângulo de controle modo operacional K 75 90 105 120 135 150 165 180 Ângulo (°) Fonte: Própria Na Figura 86 está plotado o comportamento do FP versus DTI para os modos operacionais F e K, na qual nota-se que o fator de potência diminui com o aumento da distorção na corrente elétrica. Verificou-se então que com uma DTI de 33% implica em um FP de 0,92 valor este, que atende ao valor indicado na resolução normativa n° 414 da Aneel de 2010, como valor de referência para este indicador de qualidade da energia elétrica. Ainda na Figura 86 pode-se observar que com DTI de 20% tem-se FP é de 0,97. Com DTI de 50% o FP cai para 0,81 e com 100% de DTI o FP ficou com 0,45. 93 Figura 86 - FP em função da DTI para os modos operacionais F e K 1,00 0,90 0,80 FP 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 0 100 200 300 400 500 DTI (%) Fonte: Própria 5.2 Estudo computacional e validação do modelo Neste tópico é realizada a comparação de resultados obtidos na simulação no programa ATPDraw e dados da medição em laboratório registrados com analisador de qualidade de energia FLUKE 434. Para estes estudos, o Dimmer Flex foi ajustado com ângulo de controle de 90°. Na Tabela 7 estão apresentados os resultados obtidos com o analisador de qualidade de energia FLUKE 434 e dados da simulação no programa ATPDraw. Pode-se observar diferenças de valores entre algumas grandezas, as quais podem ser justificadas de duas maneiras. A primeira, pode ser atribuída ao ajuste manual (impreciso) do ângulo de controle sobre o protótipo nas medições laboratoriais, e outra é que o analisador de qualidade de energia FLUKE 434 trunca os dados com uma casa decimal podendo, o valor, ficar abaixo ou acima do que realmente foi medido. Apesar destas limitações, os resultados alcançados nos quatros modos operacionais mostram-se satisfatórios, uma vez que os resultados da simulação apresentam-se muito próximos daqueles obtidos via simulação. Diante disto, a modelagem do protótipo no programa ATPDraw, bem como o algoritmo da teoria IEEE Std 1459-2010 pode ser considerado adequado e, portanto, válido dar sequência aos estudos e análises de qualidade de energia elétrica conforme objetivos propostos neste trabalho. 94 Tabela 7 - Resultados do programa ATPDraw e Analisador FLUKE 434 Programa ATPDraw Grandeza Analisador FLUKE 434 A F G K A F G K Tensão (Vrms) 127,00 127,00 127,00 127,00 127,00 127,00 127,00 127,00 Corrente (Arms) 1,15 0,81 0,81 0,81 1,10 0,80 0,80 0,80 FP 1,00 0,71 0,70 0,71 1,00 0,70 0,70 0,71 FP1 1,00 0,84 1,00 0,84 1,00 0,83 1,00 0,85 THDV (%) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10 0,40 0,40 0,30 THDI (%) 0,00 64,14 101,19 64,28 0,50 64,70 100,60 65,00 S (VA) 146,63 103,37 103,56 103,20 140,00 100,00 100,00 100,00 P (W) 146,63 73,43 72,77 73,20 140,00 70,00 70,00 70,00 N (VAr) 0,00 -72,75 73,69 72,75 0,00 -70,00 70,00 70,00 S1 (VA) 146,63 87,00 73,90 86,81 140,00 80,00 70,00 80,00 P1 (W) 143,63 73,43 71,90 73,20 140,00 70,00 70,00 70,00 Q1 (VAr) 0,00 -46,67 -0,03 46,67 0,00 -50,00 0,00 40,00 Fonte: Própria Com a modelagem validada segue-se para a avaliação de impactos no faturamento da energia elétrica consumida com uso das modalidades tarifarias aplicadas para consumidores da classe A, considerando-se as modalidades tarifárias: 5.3 • Convencional, • Verde e, • Azul. Avaliação do impacto do chaveamento eletrônico no faturamento da energia elétrica Neste item são verificados os possíveis impactos financeiros devido ao chaveamento eletrônico do protótipo, com uso do FP e FP1, evidenciando diferenças entre ambos, as quais, podem representar custos adicionais ao consumidor ou concessionaria de energia. Nesta análise também é contemplada a variação do ângulo de controle de 0° a 180° para os modos operacionais F, G e K. Os resultados do excedente da energia reativa foram obtidos com uso da equação 34 e valores da TE e TUSD da resolução homologatória n°2.055 da Aneel (2016c). A Figura 87 mostra a razão entre a energia reativa excedente e a energia ativa consumida no modo operacional F com uso do FP. A relação na modalidade tarifaria verde se mostrou com 95 valores inferiores as modalidades tarifarias convencional e azul. A relação atingiu valor ERE / kWh máximo de 4,75 para angulo de 10° nas modalidades tarifária convencional e azul. Figura 87 - Relação entre ERE e kWh via FP - modo operacional F 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 Ângulo (°) CNV Verde Azul Fonte: Própria Quando utilizado o FP1 na verificação do ERE, os valores máximos obtidos relacionando-se a ERE e kWh, atingiram amplitude de 1,33 vezes nas modalidades tarifárias ERE / kWh convencional e azul, porém, bem menor quando utilizado FP conforme ilustra Figura 88. Figura 88 - Relação entre ERE e kWh via FP1 - modo operacional F 1,4 1,3 1,1 1,0 0,8 0,7 0,6 0,4 0,3 0,1 0,0 0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 Ângulo (°) CNV Verde Azul Fonte: Própria No modo operacional G a relação máxima obtida foi de 15,7 vezes, nas modalidades tarifárias convencional e azul com uso do FP conforme ilustra a Figura 89. ERE / kWh 96 Figura 89 - Relação entre ERE e kWh via FP - modo operacional G 16,0 14,4 12,8 11,2 9,6 8,0 6,4 4,8 3,2 1,6 0,0 0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 Ângulo (°) CNV Verde Azul Fonte: Própria Na Figura 90 pode-se observar que a relação máxima usando FP1, diminui para 1,33 vezes nas modalidades tarifárias convencional e azul e 1,08 na modalidade tarifária verde e como no caso anterior a relação é muito menor quando é empregado o FP para verificação. ERE / kWh Figura 90 - Relação entre ERE e kWh via FP1 - modo operacional G 1,4 1,3 1,1 1,0 0,8 0,7 0,6 0,4 0,3 0,1 0,0 0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 Ângulo (°) CNV Verde Azul Fonte: Própria No modo operacional K, Figura 91 a relação entre ERE e kWh inicia com pequenos valores e atinge amplitude máxima de 15 vezes, nas modalidades tarifárias convencional e azul quando utilizado o FP para verificação do ERE. ERE / kWh 97 Figura 91 - Relação entre ERE e kWh via FP - modo operacional K 15,0 13,5 12,0 10,5 9,0 7,5 6,0 4,5 3,0 1,5 0,0 0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 Ângulo (°) CNV Verde Azul Fonte: Própria Por fim na Figura 92 observa-se que a relação máxima entre ERE e kWh, quando utilizado FP1, diminui para 4,1 vezes nas modalidades tarifárias convencional e azul. ERE / kWh Figura 92 - Relação entre ERE e kWh via FP1 - modo operacional K 4,5 4,1 3,6 3,2 2,7 2,3 1,8 1,4 0,9 0,5 0,0 0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180 Ângulo (°) CNV Verde Azul Fonte: Própria Pode-se notar nos casos exemplificados que se for empregado FP ou FP1 pode-se ter impactos financeiros tanto para consumidores ou concessionarias de energia, haja vista que em cada caso os valores das razões são significativos. Quando comparados os modos F e K, oberserva-se uma diferença de aproximadamente de 3 vezes nos valores das relações entre ERE e kWh, tanto com uso de FP ou FP1. Esta diferença ocorre devido a tempo de verificação do fator de potência, sendo 18 horas com de FP indutivo e 6 horas com FP capacitivo. 98 CAPÍTULO VI CONSIDERAÇÕES FINAIS À luz dos desenvolvimentos e resultados apresentados, constatou-se que o trabalho proposto atingiu os objetivos concebidos, resultando no desenvolvimento de um protótipo de chaveamento eletrônico, que possibilitou entender melhor o que está ocorrendo com os atuais medidores de energia quando os mesmos estão submetidos a sinais distorcidos oriundos de cargas não linear chaveadas eletronicamente. Vale destacar, que a modelagem computacional corresponde de forma adequada ao desempenho do modelo real, de forma que se constitui numa ferramenta importante para realizar estudos com foco na qualidade e eficiência elétricas, de relevância e atualidade inconteste. Os diversos casos estudados, tanto pela estratégia experimental como computacional, permitiram visualizar de que forma ocorrem os fluxos de potência reativa, e como esses fluxos podem impactar tanto os consumidores como as concessionárias de energia elétrica, sob o ponto de vista técnico e sobre tudo financeiro. Este fato, certamente permitirá que estudos sejam conduzidos voltados para definir ou pelo menos reavaliar os atuais protocolos de medição dos registradores de energia e qualímetros, uma vez que, nos dias de hoje, há controvérsias inclusive com relação a definição do tipo de potência reativa, mais ainda, quando na presença de cargas não lineares, como é o caso em tela. Por último, apesar da simplicidade do protótipo desenvolvido, frente aos sofisticados dispositivos eletrônicos existentes no mercado, não diminui sua importância e potencialidade para contribuir em estudos dentro da engenharia elétrica, com foco principalmente para a qualidade e faturamento da energia elétrica. Desta forma, pode-se afirmar que os objetivos inicialmente propostos foram atingidos, tendo como produto concreto um protótipo físico e modelos computacionais na plataforma ATPDraw e PROTEUS. 99 Sugestões para trabalhos futuros Como sugestão de trabalhos futuros, indica-se: • Aperfeiçoamento do protótipo com implementação de microtrolador visando controle individualizado por semiciclo. • Introduzir outros elementos no lugar do resistor como indutor e capacitor é verificar o comportamento do fluxo de reativos e demais grandezas elétricas. • Implementação de rotina models como a teoria de potência conservativa (CPT), no programa ATPDraw para verificação do fluxo de reativos de demais grandezas elétricas e realizar comparação com a teoria da IEEE Std 1459-2010. 100 Referências AA. Anacon Academy. Treinamento proteus vsm: versão 8.0. 2013. 136 p. AHMED, A. Eletrônica de potência. São Paulo: Ed. Prentice Hall, 2000. ISBN 85-8791803-6. ALMEIDA, J. L. A. 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Resolução homologatória n° 2.055 de 5 de abril de 2016. 2016 Brasília, 2016c. 12 p. BARBI, I. Eletrônica de potência. Florianópolis: Ed. Do Autor, 2006. BEUTER, C. H. Estudo da influência no reativo do barramento de um sistema elétrico utilizando cargas eletrônicas em projetos de eficiência energética. 2015. 133 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Edificações e Ambiental) Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, 2015. BRASIL. Lei nº 10.295, de 17 de outubro de 2001. Presidência da República, Brasília, DF, 17 de out. 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10295.htm> Acesso em: 10 jan. 2016. CHEN, W. et al. A new double frequency dimmer for lighting device. In: IEEE Energy Conversion Congress and Exposition, 2013, Denver, USA. Anais… Denver: IEEE, 2013. p. 4655-4658. DUBÉ, L. User guide to models in atp. Neskowin. 1996. 160 p. 101 DUGAN, R. C. et al. Electrical power systems quality. 3. ed. Ed. McGraw-Hill, 2012. ISBN 978-0-07-176156-7. 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Congresso Brasileiro de Automática – CBA p 81-122. 1998. 103 Apêndice Apêndice A - Algoritmo do Dimmer Flex na Models do programa ATPDraw MODEL DIMMER_FLEX INPUT v --Tensão instantânea de alimentação do Dimmer Flex [V] OUTPUT M --Comando da chave eletrônica do Dimmer Flex DATA freq {dflt:60} --Frequência Angulo {dflt:90} --Ângulo de disparo (0 a 180 graus) CH1 {dflt:1} -- Interruptor 1 CH2 {dflt:1} -- Interruptor 2 CH3 {dflt:1} -- Interruptor 3 CH4 {dflt:1} -- Interruptor 4 VAR M -- Comando da chave eletrônica do Dimmer Flex t1 --Tempo de fechamento da chave M t2 --Tempo de abertura da chave M cs --variável de auxiliar de controle de sinal de tensão cs0 --valor anterior da variável de auxiliar de controle de sinal de tensão t0 --tempo para chaveamento da chave M na passagem por zero do sinal de tensão HISTORY cs {dflt:0} --memoriza os pontos anterior a mudança de polaridade-variável de controle da tensão positiva ou negativa INIT t1:=(Angulo * (1/freq))/360 --Tempo de fechamento da chave M t2:=((1/freq)/2)-t1 --Tempo de abertura da chave M M:=0 t0:=0 ENDINIT EXEC 104 ---------------------------------------Encontrando o ponto zero da tensão------------------------------IF v <= 0 THEN cs:=0 ELSE cs:=1 ENDIF cs0:=prevval(cs) --leitura do valor anterior da variável de controle da tensão -----------------------------------Controle de disparo do Dimmer Flex - Modo A--------------------IF CH1 = 0 AND CH2 = 0 AND CH3 = 0 AND CH4 = 0 THEN M:=1 ENDIF -----------------------------------Controle de disparo do Dimmer Flex - Modo F---------------------IF CH1 = 0 AND CH2 = 1 AND CH3 = 0 AND CH4 = 1 THEN IF cs <> cs0 THEN --Se cs for diferente de cs0 indica passagem por zero M:=1 t0:=(t+t2-timestep) --A chave abre de acordo com o Angulo ENDIF IF t >= t0 THEN M:=0 ENDIF ENDIF ------------------------------------Controle de disparo do Dimmer Flex - Modo K -------------------IF CH1 = 1 AND CH2 = 0 AND CH3 = 1 AND CH4 = 0 THEN IF cs <> cs0 THEN -- Se cs for diferente de cs0 indica passagem por zero M:=0 t0:=(t+t1-timestep) ENDIF IF t >= t0 THEN M:=1 ENDIF ENDIF ENDEXEC ENDMODEL --A chave fecha de acordo com o Angulo 105 Apêndice B - Algoritmo de medidor com teoria IEEE Std1459-2010 na Models do programa ATPDraw MODEL med2_1 -- Medidor com teoria IEEE Std 1459-2010 -INPUT v -- sinal de tensão, [V]; i -- sinal de corrente, [A]; DATA freq {dflt:60} -- frequência, [Hz]; n {dflt:51} --Número de ordem harmônica a ser calculada; VAR Sh1 -- potência aparente fundamental, [VA]; Ph1 -- potência ativa fundamental, [W]; Qh1 -- potência reativa fundamental, [VAr]; PhH -- potência ativa harmônica [W]; DhI -- potência de distorção de corrente [VAr]; DhV -- potência de distorção de tensão [VAr]; ShH -- potência aparente de distorção harmônica[VA]; DhH -- potência de distorção harmônica [VAr]; Sht -- potência aparente total [VA]; Pht -- potência ativa total[W]; ShN -- potência aparente não fundamental [VAr]; HNa -- potência não ativa [VAr]; THD1 -- distorção harmônica de tensão; THD2 -- distorção harmônica de corrente; Vrms -- tensão rms, [V]; Vt -- tensão True-rms, [V]; Irms -- corrente rms, [A]; It -- corrente True-rms, [A]; fp1 --fator de potência; fd1 --fator de potência fundamental; NSAMPL -- número de pontos por ciclo; OMEGA -- velocidade angular para fundamental; h -- ordem harmônica ; 106 V_A absH_VA[1..51] -- amplitude calculada para cada harmônica; angH_VA[1..51] -- ângulo em radianos; angH2_VA[1..51]-- ângulo em graus; H0_VA -- amplitude da componente contínua; reH_VA[1..51] -- parte real de cada harmônica; imH_VA[1..51] -- parte imaginária de cada harmônica; D_VA F1_VA F2_VA F3_VA F4_VA Vh_VA[1..51] I_A absH_IA[1..51] -- amplitude calculada para cada harmônica; angH_IA[1..51] -- ângulo em radianos; angH2_IA[1..51] -- ângulo em graus; H0_IA -- amplitude da componente contínua; reH_IA[1..51] -- parte real de cada harmônica; imH_IA[1..51] -- parte imaginária de cada harmônica; D_IA F1_IA F2_IA F3_IA F4_IA Ih_IA[1..51] DELAY CELLS (V_A): 1/(freq*timestep) + 2 CELLS (I_A): 1/(freq*timestep) + 2 INIT Sh1:=0 Ph1:=0 Qh1:=0 PhH:=0 DhI:=0 107 DhV:=0 ShH:=0 DhH:=0 Sht:=0 Pht:=0 ShN:=0 HNa:=0 Vrms:=0 Irms:=0 Vt:=0 It:=0 THD1:= 0 THD2:= 0 fp1:= 0 fd1:= 0 OMEGA:= 2*PI*freq NSAMPL:= 1/(freq*timestep) histdef(V_A):= 0 histdef(I_A):= 0 H0_VA:= 0 FOR h:= 1 to 51 DO reH_VA[h]:= 0 imH_VA[h]:= 0 absH_VA[h]:= 0 angH_VA[h]:= 0 angH2_VA[h]:= 0 Vh_VA[h]:= 0 ENDFOR H0_IA:= 0 FOR h:= 1 to 51 DO reH_IA[h]:= 0 imH_IA[h]:= 0 absH_IA[h]:= 0 angH_IA[h]:= 0 108 angH2_IA[h]:= 0 Ih_IA[h]:= 0 ENDFOR ENDINIT EXEC ---------------------------Transformada de Fourier no sinal de tensão---------------------------------V_A:= v f1_VA:= delay(V_A, (NSAMPL + 1)*timestep, 1) f2_VA:= delay(V_A, NSAMPL*timestep, 1) f3_VA:= delay(V_A, timestep, 1) f4_VA:= V_A H0_VA:= H0_VA + (f4_VA + f3_VA - f2_VA - f1_VA)/(2*NSAMPL) FOR h:= 1 to n DO D_VA:= 1/(h*PI)*((f4_VA - f2_VA)*sin(h*OMEGA*T) - (f3_VA f1_VA)*sin(h*OMEGA*(t - timestep)) + (f4_VA - f3_VA - f2_VA + f1_VA)/(timestep*h*OMEGA)*(cos(h*OMEGA*t)-cos(h*OMEGA*(t-timestep)))) reH_VA[h]:= reH_VA[h] + D_VA D_VA:= 1/(h*PI)*((f4_VA - f2_VA)*cos(h*OMEGA*T) - (f3_VA f1_VA)*cos(h*OMEGA*(t - timestep))-(f4_VA - f3_VA - f2_VA + f1_VA)/(timestep*h*OMEGA)*(sin(h*OMEGA*t)-sin(h*OMEGA*(t-timestep)))) imH_VA[h]:= imH_VA[h] + D_VA absH_VA[h]:= sqrt(reH_VA[h]**2 + imH_VA[h]**2) IF abs(imH_VA[h]) < 1E-4 THEN angH_VA[h]:= 0 ELSE angH_VA[h]:= atan2(imH_VA[h], reH_VA[h]) angH2_VA[h]:= angH_VA[h]*(180/pi) ENDIF Vh_VA[1]:=absH_VA[1] Vh_VA[h]:=absH_VA[h]*absH_VA[h] ENDFOR THD1:=(sqrt(Vh_VA[2]+Vh_VA[3]+Vh_VA[4]+Vh_VA[5]+Vh_VA[6]+Vh_VA[7]+Vh_V A[8]+Vh_VA[9]+Vh_VA[10]+Vh_VA[11]+Vh_VA[12]+Vh_VA[13]+Vh_VA[14]+Vh_VA [15]+Vh_VA[16]+Vh_VA[17]+Vh_VA[18]+Vh_VA[19]+Vh_VA[20]+Vh_VA[21]+Vh_VA 109 [22]+Vh_VA[23]+Vh_VA[24]+Vh_VA[25]+Vh_VA[26]+Vh_VA[27]+Vh_VA[28]+Vh_VA [29]+Vh_VA[30]+Vh_VA[31]+Vh_VA[32]+Vh_VA[33]+Vh_VA[34]+Vh_VA[35]+Vh_VA [36]+Vh_VA[37]+Vh_VA[38]+Vh_VA[39]+Vh_VA[40]+Vh_VA[41]+Vh_VA[42]+Vh_VA [43]+Vh_VA[44]+Vh_VA[45]+Vh_VA[46]+Vh_VA[47]+Vh_VA[48]+Vh_VA[49]+Vh_VA [50]+Vh_VA[51])/Vh_VA[1])*100 ----------------------------Transformada de Fourier no sinal de corrente------------------------------I_A:= i f1_IA:= delay(I_A, (NSAMPL + 1)*timestep, 1) f2_IA:= delay(I_A, NSAMPL*timestep, 1) f3_IA:= delay(I_A, timestep, 1) f4_IA:= I_A H0_IA:= H0_IA + (f4_IA + f3_IA - f2_IA - f1_IA)/(2*NSAMPL) FOR h:= 1 to n DO D_IA:= 1/(h*PI)*((f4_IA - f2_IA)*sin(h*OMEGA*T) - (f3_IA f1_IA)*sin(h*OMEGA*(t - timestep)) + (f4_IA - f3_IA - f2_IA + f1_IA)/(timestep*h*OMEGA)*(cos(h*OMEGA*t)-cos(h*OMEGA*(t-timestep)))) reH_IA[h]:= reH_IA[h] + D_IA D_IA:= 1/(h*PI)*((f4_IA - f2_IA)*cos(h*OMEGA*T) - (f3_IA f1_IA)*cos(h*OMEGA*(t - timestep)) - (f4_IA - f3_IA - f2_IA + f1_IA)/(timestep*h*OMEGA)*(sin(h*OMEGA*t)-sin(h*OMEGA*(t-timestep)))) imH_IA[h]:= imH_IA[h] + D_IA absH_IA[h]:= sqrt(reH_IA[h]**2 + imH_IA[h]**2) IF abs(imH_IA[h]) < 1E-4 THEN angH_IA[h]:= 0 ELSE angH_IA[h]:= atan2(imH_IA[h], reH_IA[h]) angH2_IA[h]:= angH_IA[h]*(180/pi) ENDIF Ih_IA[1]:=absH_IA[1] Ih_IA[h]:=absH_IA[h]*absH_IA[h] ENDFOR THD2:=(sqrt(Ih_IA[2]+Ih_IA[3]+Ih_IA[4]+Ih_IA[5]+Ih_IA[6]+Ih_IA[7]+Ih_IA[8]+Ih_IA[9 ]+Ih_IA[10]+Ih_IA[11]+Ih_IA[12]+Ih_IA[13]+Ih_IA[14]+Ih_IA[15]+Ih_IA[16]+Ih_IA[17] +Ih_IA[18]+Ih_IA[19]+Ih_IA[20]+Ih_IA[21]+Ih_IA[22]+Ih_IA[23]+Ih_IA[24]+Ih_IA[25]+ 110 Ih_IA[26]+Ih_IA[27]+Ih_IA[28]+Ih_IA[29]+Ih_IA[30]+Ih_IA[31]+Ih_IA[32]+Ih_IA[33]+Ih _IA[34]+Ih_IA[35]+Ih_IA[36]+Ih_IA[37]+Ih_IA[38]+Ih_IA[39]+Ih_IA[40]+Ih_IA[41]+Ih_I A[42]+Ih_IA[43]+Ih_IA[44]+Ih_IA[45]+Ih_IA[46]+Ih_IA[47]+Ih_IA[48]+Ih_IA[49]+Ih_IA [50]+Ih_IA[51])/Ih_IA[1])*100 -------------------------------------- Tensão e corrente----------------------------------------------------Vrms:= Vh_VA[1]/(sqrt(2)) Vt:=sqrt(Vh_VA[1]**2+Vh_VA[2]+Vh_VA[3]+Vh_VA[4]+Vh_VA[5]+Vh_VA[6]+Vh_VA [7]+Vh_VA[8]+Vh_VA[9]+Vh_VA[10]+Vh_VA[11]2+Vh_VA[12]+Vh_VA[13]+Vh_VA[1 4]+Vh_VA[15]+Vh_VA[16]+Vh_VA[17]+Vh_VA[18]+Vh_VA[19]+Vh_VA[20]+Vh_VA[2 1]+Vh_VA[22]+Vh_VA[23]+Vh_VA[24]+Vh_VA[25]+Vh_VA[26]+Vh_VA[27]+Vh_VA[2 8]+Vh_VA[29]+Vh_VA[30]+Vh_VA[31]+Vh_VA[32]+Vh_VA[33]+Vh_VA[34]+Vh_VA[3 5]+Vh_VA[36]+Vh_VA[37]+Vh_VA[38]+Vh_VA[39]+Vh_VA[40]+Vh_VA[41]+Vh_VA[4 2]+Vh_VA[43]+Vh_VA[44]+Vh_VA[45]+Vh_VA[46]+Vh_VA[47]+Vh_VA[48]+Vh_VA[4 9]+Vh_VA[50]+Vh_VA[51])/sqrt(2) Irms:= Ih_IA[1]/(sqrt(2)) It:=sqrt(Ih_IA[1]**2+Ih_IA[2]+Ih_IA[3]+Ih_IA[4]+Ih_IA[5]+Ih_IA[6]+Ih_IA[7]+Ih_IA[8]+ Ih_IA[9]+Ih_IA[10]+Ih_IA[11]+Ih_IA[12]+Ih_IA[13]+Ih_IA[14]+Ih_IA[15]+Ih_IA[16]+Ih_ IA[17]+Ih_IA[18]+Ih_IA[19]+Ih_IA[20]+Ih_IA[21]+Ih_IA[22]+Ih_IA[23]+Ih_IA[24]+Ih_I A[25]+Ih_IA[26]+Ih_IA[27]+Ih_IA[28]+Ih_IA[29]+Ih_IA[30]+Ih_IA[31]+Ih_IA[32]+Ih_IA [33]+Ih_IA[34]+Ih_IA[35]+Ih_IA[36]+Ih_IA[37]+Ih_IA[38]+Ih_IA[39]+Ih_IA[40]+Ih_IA[4 1]+Ih_IA[42]+Ih_IA[43]+Ih_IA[44]+Ih_IA[45]+Ih_IA[46]+Ih_IA[47]+Ih_IA[48]+Ih_IA[49] +Ih_IA[50]+Ih_IA[51])/sqrt(2) ---------------------------------- Potência aparente fundamental----------------------------------------Sh1:=(Vh_VA[1]*Ih_IA[1])/2 ---------------------------------------------- Potência ativa -----------------------------------------------Ph1:=((Vh_VA[1]*Ih_IA[1])/2)*cos(angH_VA[1]-angH_IA[1]) PhH:=((Vh_VA[2]*Ih_IA[2])/2)*cos(angH_VA[2]-angH_IA[2])+ ((Vh_VA[3]*Ih_IA[3])/2)*cos(angH_VA[3]-angH_IA[3])+ ((Vh_VA[4]*Ih_IA[4])/2)*cos(angH_VA[4]-angH_IA[4])+ ((Vh_VA[5]*Ih_IA[5])/2)*cos(angH_VA[5]-angH_IA[5])+ ((Vh_VA[6]*Ih_IA[6])/2)*cos(angH_VA[6]-angH_IA[6])+ ((Vh_VA[7]*Ih_IA[7])/2)*cos(angH_VA[7]-angH_IA[7])+ ((Vh_VA[8]*Ih_IA[8])/2)*cos(angH_VA[8]-angH_IA[8])+ ((Vh_VA[9]*Ih_IA[9])/2)*cos(angH_VA[9]-angH_IA[9])+ 111 ((Vh_VA[10]*Ih_IA[10])/2)*cos(angH_VA[10]-angH_IA[10])+ ((Vh_VA[11]*Ih_IA[11])/2)*cos(angH_VA[11]-angH_IA[11])+ ((Vh_VA[12]*Ih_IA[12])/2)*cos(angH_VA[12]-angH_IA[12])+ ((Vh_VA[13]*Ih_IA[13])/2)*cos(angH_VA[13]-angH_IA[13])+ ((Vh_VA[14]*Ih_IA[14])/2)*cos(angH_VA[14]-angH_IA[14])+ ((Vh_VA[15]*Ih_IA[15])/2)*cos(angH_VA[15]-angH_IA[15])+ ((Vh_VA[16]*Ih_IA[16])/2)*cos(angH_VA[16]-angH_IA[16])+ ((Vh_VA[17]*Ih_IA[17])/2)*cos(angH_VA[17]-angH_IA[17])+ ((Vh_VA[18]*Ih_IA[18])/2)*cos(angH_VA[18]-angH_IA[18])+ ((Vh_VA[19]*Ih_IA[19])/2)*cos(angH_VA[19]-angH_IA[19])+ ((Vh_VA[20]*Ih_IA[20])/2)*cos(angH_VA[20]-angH_IA[20])+ ((Vh_VA[21]*Ih_IA[21])/2)*cos(angH_VA[21]-angH_IA[21])+ ((Vh_VA[22]*Ih_IA[22])/2)*cos(angH_VA[22]-angH_IA[22])+ ((Vh_VA[23]*Ih_IA[23])/2)*cos(angH_VA[23]-angH_IA[23])+ ((Vh_VA[24]*Ih_IA[24])/2)*cos(angH_VA[24]-angH_IA[24])+ ((Vh_VA[25]*Ih_IA[25])/2)*cos(angH_VA[25]-angH_IA[25])+ ((Vh_VA[26]*Ih_IA[26])/2)*cos(angH_VA[26]-angH_IA[26])+ ((Vh_VA[27]*Ih_IA[27])/2)*cos(angH_VA[27]-angH_IA[27])+ ((Vh_VA[28]*Ih_IA[28])/2)*cos(angH_VA[28]-angH_IA[28])+ ((Vh_VA[29]*Ih_IA[29])/2)*cos(angH_VA[29]-angH_IA[29])+ ((Vh_VA[30]*Ih_IA[30])/2)*cos(angH_VA[30]-angH_IA[30])+ ((Vh_VA[31]*Ih_IA[31])/2)*cos(angH_VA[31]-angH_IA[31])+ ((Vh_VA[32]*Ih_IA[32])/2)*cos(angH_VA[32]-angH_IA[32])+ ((Vh_VA[33]*Ih_IA[33])/2)*cos(angH_VA[33]-angH_IA[33])+ ((Vh_VA[34]*Ih_IA[34])/2)*cos(angH_VA[34]-angH_IA[34])+ ((Vh_VA[35]*Ih_IA[35])/2)*cos(angH_VA[35]-angH_IA[35])+ ((Vh_VA[36]*Ih_IA[36])/2)*cos(angH_VA[36]-angH_IA[36])+ ((Vh_VA[37]*Ih_IA[37])/2)*cos(angH_VA[37]-angH_IA[37])+ ((Vh_VA[38]*Ih_IA[38])/2)*cos(angH_VA[38]-angH_IA[38])+ ((Vh_VA[39]*Ih_IA[39])/2)*cos(angH_VA[39]-angH_IA[39])+ ((Vh_VA[40]*Ih_IA[40])/2)*cos(angH_VA[40]-angH_IA[40])+ ((Vh_VA[41]*Ih_IA[41])/2)*cos(angH_VA[41]-angH_IA[41])+ ((Vh_VA[42]*Ih_IA[42])/2)*cos(angH_VA[42]-angH_IA[42])+ ((Vh_VA[43]*Ih_IA[43])/2)*cos(angH_VA[43]-angH_IA[43])+ 112 ((Vh_VA[44]*Ih_IA[44])/2)*cos(angH_VA[44]-angH_IA[44])+ ((Vh_VA[45]*Ih_IA[45])/2)*cos(angH_VA[45]-angH_IA[45])+ ((Vh_VA[46]*Ih_IA[46])/2)*cos(angH_VA[46]-angH_IA[46])+ ((Vh_VA[47]*Ih_IA[47])/2)*cos(angH_VA[47]-angH_IA[47])+ ((Vh_VA[48]*Ih_IA[48])/2)*cos(angH_VA[48]-angH_IA[48])+ ((Vh_VA[49]*Ih_IA[49])/2)*cos(angH_VA[49]-angH_IA[49])+ ((Vh_VA[50]*Ih_IA[50])/2)*cos(angH_VA[50]-angH_IA[50])+ ((Vh_VA[51]*Ih_IA[51])/2)*cos(angH_VA[51]-angH_IA[51]) Pht:=Ph1+PhH ----------------------------------------------- Potência reativa --------------------------------------------Qh1:=((Vh_VA[1]*Ih_IA[1])/2)*sin(angH_VA[1]-angH_IA[1]) -------------------------------------------- Potências totais e distorção ---------------------------------DhV:=Sh1*THD1/100 DhI:=Sh1*THD2/100 ShH:=Sh1*(THD1*THD2/100) DhH:=sqrt((ShH**2)-(PhH**2)) Sht:=sqrt((Sh1**2)+(DhI**2)+(DhV**2)+(ShH**2)) ShN:=sqrt((DhI**2)+(DhV**2)+(ShH**2)) IF Qh1 < 0 THEN HNa:=-1*sqrt((Sht**2)-(Pht**2)) ELSE HNa:=sqrt((Sht**2)-(Pht**2)) ENDIF -------------------------------------Fator de potência e potência fundamental---------------------------------fp1:= Pht/Sht fd1:= Ph1/Sh1 ENDEXEC ENDMODEL RECORD med2_1.Irms AS I1 med2_1.Vrms AS V1 med2_1.It AS I med2_1.Vt AS V 113 med2_1.fp1 AS FP med2_1.Sht AS S med2_1.Pht AS P med2_1.fd1 AS FP1 med2_1.Sh1 AS S1 med2_1.Ph1 AS P1 med2_1.Qh1 AS Q1 med2_1.ShH AS SH med2_1.PhH AS PH med2_1.DhI AS DI med2_1.DhV AS DV med2_1.DhH AS DH med2_1.ShN AS SN med2_1.HNa AS N med2_1.THD1 AS THDv med2_1.THD2 AS THDi