Fernanda 3 - BVS MS - Ministério da Saúde

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A MODIFICAÇÃO NA IMAGEM CORPORAL DE
PACIENTES COM CÂNCER DE CAVIDADE ORAL
Souza , Fernanda Gonzalez Rocha ¹, Moreira , Maria Conceição da Costa ²
¹ Psicóloga do Instituto Nacional de Câncer (INCA) ;Especialista em Psicologia Oncológica INCA; Pesquisadora Bolsista da Seção de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do INCA/ HCI – Rio de Janeiro/ RJ
² Psicóloga do Instituto Nacional de Câncer (INCA) ; Chefe do Serviço de Psicologia do INCA / HCI; Especialista em Saúde Pública pela FIOCRUZ – Rio de Janeiro/ RJ
INTRODUÇÃO
De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para 2010 e 2011, são esperados 489.270 novos casos de câncer. Para os casos de
câncer de cavidade oral, esperam-se 10.330 para o sexo masculino, e 3.790 para o sexo feminino, num total de 14.120 casos. Trata-se do sétimo tumor
mais prevalente do total de casos novos em 2010.1 Como fatores de risco destacam-se o tabaco, álcool, idade superior a 40 anos, sexo masculino, má
higiene bucal. A cronicidade do tabagismo e alcoolismo costuma ter como conseqüências psicossociais diversas perdas, isolamento social e familiar. Sua
persistência influência de forma direta a diminuição do índice de cura do paciente e o aparecimento de segundo tumor primário.2,3,4
Nos tumores malignos avançados de cavidade oral, os pacientes são submetidos à operação composta incluindo ressecção da lesão de boca, segmento de
mandíbula e esvaziamento cervical, seguidos de radioterapia complementar.5 Uma das maiores preocupações relatadas por esses pacientes é a
desfiguração associada à doença e às cirurgias de grande porte, acrescido da diminuição ou perda de importantes funções, tais como a fala, respiração,
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digestão. As alterações físicas, estéticas e de autoconfiança decorrentes da cirurgia podem ter como conseqüências repercussões psicológicas importantes
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como sintomas depressivos, sentimentos de perda da auto-estima decorrentes das modificações em sua auto-imagem.
Imagem corporal é definida como a representação do corpo em nossa mente e estruturaliza-se através do contato do indivíduo consigo mesmo e com o
mundo que o rodeia, é dinâmica e passível de transformação. Através da face somos identificados e reconhecidos por nós mesmos e pelos outros, formando
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nossa identidade, somos capazes de expressar nossos sentimentos e emoções. O psicólogo se insere nesse meio como um facilitador da inter-relação
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entre paciente-família-equipe, na expressão de sentimentos e promovendo uma reestruturação de imagem corporal e da auto-estima dos pacientes.
“A avaliação da arquitetura corporal, além de envolver a análise minuciosa
de cada estrutura e o equilíbrio global de seus elementos, se complementa
através de uma percepção lúdica do indivíduo e de seus anseios”.
Ivo Pitanguy, 1992, pg. 264.
OBJETIVOS
Avaliar o impacto psicológico na modificação da imagem corporal em pacientes com câncer de cavidade oral frente às cirurgias de grande porte.
METODOLOGIA
RESULTADOS
Um número considerável de pacientes com câncer de cavidade oral sente-se estigmatizado e confrontado com a reação das pessoas, podendo resultar em
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stress e isolamento social. Vivemos em uma sociedade que supervaloriza a estética como definição de perfeição, e tudo o que foge deste padrão fica
marginalizado. Muitas vezes, as cirurgias de grande porte podem provocar mudanças no esquema corporal do paciente com diversas necessidades de
adaptação, influenciando em sua qualidade de vida.
CONCLUSÃO
As alterações da imagem corporal desses pacientes provocam dificuldades psicossocias em suas vidas, sendo primordial uma intervenção psicológica que
auxilie o paciente a lidar com suas emoções. A psicoterapia tem por objetivo ajudar o paciente a manejar suas emoções, identificar suas necessidades,
9,11
buscar novas formas e mais eficazes de lidar com o stress e ter maior participação e envolvimento no processo de doença e cura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Estimativas 2010: Incidência do Câncer no Brasil. Rio de Janeiro (RJ): INCA; 2009.
2. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. INCA, Falando Sobre Câncer da Boca. Rio de Janeiro (RJ): INCA; 2002.
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9. Noronha M J R, Dias F L. Reabilitação Psicossocial do Laringectomizado: ponto de vista do cirurgião. In: Noronha M J R, Dias F L. Câncer de Laringe: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Editora Revinter; 1997. p. 319322.
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11. Güntert, A E V A. Contribuições da Psicologia para o tratamento e reabilitação do paciente com câncer. Acta Oncol. Bras. Vol. 15 – nº. 2. 84-88, Mar-Abr, 1995.
12. Pitanguy, I. Aspectos filosóficos e psicossociais da cirurgia plástica. In: Mello Filho J de (org). Psicossomática Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992; p. 264-272.
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