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A tomada de consciência dos conhecimentos sobre a visão humana na aplicação de Projetos de Iluminação
nos novos ambientes humanizados de Unidade de Terapia Intensiva Adulta - (UTI-A)
dezembro/2014
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A tomada de consciência dos conhecimentos sobre a visão humana
na aplicação de Projetos de Iluminação nos novos ambientes
humanizados de Unidade de Terapia Intensiva Adulta - (UTI-A)
Antônio Aleixo Pinheiro Ribeiro - [email protected]
Especialização em Iluminação e Design de Interiores
Instituto de Pós-Graduação e Graduação - IPOG
Belo Horizonte / agosto / 2013
Resumo
Esta pesquisa visa evidenciar a importância de uma iluminação adequada em ambientes
hospitalares, do tipo UTI-A, para a recuperação do paciente, bem como para o melhor
desempenho de trabalho dos profissionais imersos nesses locais. Para tal intento, buscou-se
discutir e referenciar bibliografias que abordam a questão das UTIs-A a fim detalhar como
elas surgiram, bem como apresentar o que preconiza a legislação e/ou normas técnicas sobre
construção desse ambiente com essa finalidade. Em seguida, buscou-se elucidar a
necessidade da iluminação adequada, seja ela natural ou artificial para o bom desempenho
do corpo humano e, consequentemente, para a saúde dos enfermos e dos profissionais da
área da saúde, embasando-se em pesquisas com pacientes e trabalhadores de UTIs-A em um
hospital de Belo Horizonte. Com base nisso, foram apresentados exemplos que comprovam
que a iluminação precisa seguir parâmetros de aceitabilidade biológica e social, bem como
seguir parâmetros normativos que respeitem o ciclo cicardiano. De acordo com as pessoas
pesquisadas e em consonância com as UTIs-A analisasadas, nota-se que apesar de ser
necessária uma iluminação hospitalar adequada,ainda faltam, em Belo Horizontes, hospitais
que respeitem essa premissa,isto é, a iluminação ainda não tem sido objeto de preocupação
nas edificações hospitalares.
Palavras-chave: Iluminação hospitalar. UTI-Adulto. Ciclo circadiano. Design humanizado.
1. Introdução
Os ambientes hospitalares, apesar de existirem há bastante tempo e apesar de, na maioria dos
casos, respeitarem projetos de engenharia e de arquitetura em sua construção, bem como
seguir o que preconiza o alvará de funcionamento das prefeituras de que fazem parte e outros
registros legais de funcionamento, se mostram, geralmente, com falhas no que diz respeito a
aspectos de iluminação.
Essa situação se justifica pelo fato de as fontes de luz existentes nos recintos hospitalares,
mais especificamente as UTIs – Unidades de Terapia Intensiva – não beneficiarem o
profissional da saúde ou outro profissional que trabalhe no ambiente hospitalar, tampouco o
paciente e quem o acompanha. Isso quer dizer que uma iluminação adequada é fundamental
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
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para a melhora de alguém que está em tratamento e para o bom desempenho de quem está
desempenhando algum tipo de trabalho.
Em outras palavras, a iluminação não é apenas o oposto á escuridão, mas é, ou deve ser, uma
incidência de luz que respeite o período do dia, as capacidades mentais do indivíduo bem
como permita que o corpo responda satisfatoriamente à carga de luz que recebe.
Desse modo, é preciso conhecer como surgiram os ambientes hospitalares do tipo UTIs para
que se perceba a necessidade de luz adequada a esse tipo de estabelecimento.
O passo inicial para a formação de UTIs - Unidades de Terapia Intensiva - foi dado em 1854,
durante a guerra da Crimeia, uma Republica independente da Ucrânia, situada na área
setentrional do Mar Negro. A enfermeira Florence Nightingale percorria as enfermarias dos
batalhões com uma lanterna na mão, proporcionando claridade no ambiente e permitindo
melhores cuidados aos doentes. Naquela ocasião, a enfermeira monitorou e selecionou os
enfermos de acordo com a gravidade de cada patologia apresentada. Em seguida, separou
aqueles que precisavam de atendimento mais intensivo (graves) dos que estavam em estado
menos graves, conseguindo reduzir a taxa de mortalidade naquela época de 40% para 2%. A
partir de então, iniciou-se o conceito de Unidade de Terapia Intensiva e Florence Nightingale
passou a ser conhecida como “A Dama da Lâmpada”. FRANCISCO, (2008).
Figura 1: A Dama da Lâmpada
Fonte: FRANCISO (2008)
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Daquela época para os anos de 1920, a medicina avançou significativamente, oportunidade
em que o neurocirurgião Waler Dandy (1926) criou a primeira Unidade de Terapia Intensiva
do mundo, localizada na cidade de Boston, USA. Esta unidade possuía seis leitos neuropediátricos. (SOBRATI - História da UTI).
Desse ponto em diante, a Unidade de Terapia Intensiva – Adulto (UTI-A) foi criada e então
definida como área crítica destinada à internação de pacientes graves, que requerem atenção
de profissionais especializados de forma continua e cuja estrutura apresenta-se com materiais
específicos e com tecnologia necessária para proporcionar assistência ao paciente de forma
holística, desde o diagnóstico à sua reabilitação. No Brasil, entende-se por UTI-A um
ambiente hospitalar destinado à assistência de pessoas com idade acima de 18 anos, podendo
admitir de 15 a 17 anos, se definidos nas normas da instituição (RDC 07, 2010). Esta mesma
norma recomenda que as UTIs tenham a disponibilidade de uma equipe supervisionada por
um médico intensivista, para cada 10 leitos. (RDC 07, 2010)
Segundo observações advindas das mídias televisionadas e escritas atualmente, dentro do
processo político econômico, junto com a alta taxa demográfica, diferenças das camadas
sociais, impropriedades administrativas entre outros, as construções de hospitais e
principalmente das áreas destinadas às UTI-A, também chamadas popularmente por Centro de
Tratamento Intensivo (CTI), ficaram a dever nas suas finalidades, no que tange ao conforto
visual e atendimento humanizado. Vale ressaltar que e ntende-se como Centro de Terapia
Intensiva (CTI) o agrupamento, numa mesma área física, de mais de uma Unidade de Terapia
Intensiva, segundo RDC 07 (2010).
Os espaços reservados para as UTI-A mantêm um padrão, conforme observações anteriores e
pesquisas – formulários em anexo – obtidos com os circulantes desta área, como pacientes,
acompanhantes e funcionários. Respeitando algumas exceções, diversos hospitais da região
metropolitana de Belo Horizonte apresentam esse caráter arquitetural. São espaços
normalmente retangulares, com entrada de luz natural por umas das laterais, sendo o
atendimento ao paciente dividido em boxes separados por cortinas, preservando a
individualização. Em relação à iluminação, esta é pontual e dimerizada, sendo, geralmente
controlada – nem sempre de modo automatizado –, atendendo às necessidades diárias. Ao
centro, tem-se, normalmente, uma área reservada aos atendentes e a equipamentos de
assistência móvel.
Ressalta-se que a rede de hospitais nesta cidade foi construída em meados dos anos 30 e vem
se adequando conforme as novas técnicas construtivas. Dentro das oportunidades de reforma
destes hospitais, estas técnicas de humanização aos pouco são empregadas. Esta pesquisa foi
feita consultando a história de alguns dos mais velhos hospitais de Belo Horizonte
Desse modo, desde o final do século passado os profissionais da área procuram abandonar
conceitos antigos de técnicas construtivas hospitalares e passaram a atuar em projetos mais
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representativos para construções hospitalares, obedecendo a conceitos de humanização e
padrões de design baseados em evidências visando o bem-estar dos usuários.
Devido a isso é que Ferrari (2013) afirma que 70% das UTIs brasileiras não preenchem os
critérios de humanização essenciais. (FERRARI, 2013). É ainda Ferrari quem diz:
Humanizar a UTI significa cuidar do paciente como um todo, englobando o contexto
familiar e social... Estas intervenções visam, sobretudo tornar EFETIVA A
ASSISTÊNCIA DO INDIVÍDUO CRITÍCAMENTE DOENTE, considerando como
um todo bio-psico-socio-espiritual. (FERRARI, 2013).
Já Bitencourt (2013), presidente da ABDEH -Associação Brasileira para o Desenvolvimento
do Edifício Hospitalar-, evidencia que o conceito de Design Baseado em Evidências passa
longe da maioria dos hospitais brasileiros:
Lume Arquitetura: O que é conceito de Design Baseado em Evidências? Fábio
Bitencourt: Este conceito surge da própia medicina que, no final da década de 90,
traz à tona as discussões sobre a promoção de resultados da aplicação de conceito e
de práticas teurapêuticas a partir de evidências científicas adivindas da pesquisa e da
prática, e concidera seu uso conciente, colaborando para que erros e vícios do
passado sejam corrigidos e os ambientes se tornan mais resolutivos. Todos os
processos podem ser explicados e, alguns deles, se dão pela experiência. O design
baseado em evidências foi obtido por meio de boas experiências observadas em
hospitais, que podem trazer melhorias para o desenvolvimento dos projetos de
arquitetura e, por consequência, dos próprios hospitais. (BITENCOURT, 2013: 08).
Nesse sentido, procedimentos sintetizados sobre as relações da iluminação, homem e
arquitetura, e do ambiente deverão ser priorizados de modo a valorizar o conforto dos
usuários deste espaço quando a iluminação é adequada dentro do processo que respeite o
estado de assimilação do corpo humano coadjuvado com a luz solar, desde o nascente até o
poente, (relação fotópica) e, do anoitecer até o início dos primeiros raios da claridade do dia
(relação escotópica). Essas duas relações são percebidas pelos cones, sensores que captam as
cores, e os bastonetes, sensores que captam a baixa luminosidade, os quais fazem
comunicação entre a visão e o cérebro. Tais sensores capacitam os reflexos perceptivos do
corpo humano quando os seus relógios biológicos são acionados.
A vantagem é que com os estudos do efeito da luz no corpo humano
foram descobertos diversos meios de produção de hormônios, que
ajudam o sistema endócrino, regulador do meio interno a enviar as
informações até as células pelo sangue, provocando diversas reações”.
(CARNEIRO, 2011: 76)
De acordo com MARTAU (2009), o ideal de uma iluminação nestes ambientes é privilegiar a
luz natural, deixando os relógios biológicos sincronizados entre os ritmos circadianos (por
influência da luz solar, através de hormônios). O ciclo circadiano regula todos os ritmos
fisiológicos do corpo humano, de modo que a digestão, o sono, o crescimento, a renovação
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das células, a temperatura do corpo, o ritmo cardíaco, a pressão arterial e o cérebro dependem
deste ciclo. (CARNEIRO, 2011: 74)
Desse modo, o dia é um fenômeno solar, pois, sabe-se que durante a luz do dia (luminância
refletida pela atmosfera, nuvens, relevo, e arquitetura do entorno, sem a penetração direta dos
raios do sol) o cérebro comanda informações para produção do cortisol, hormônio relacionado
ao dia, e, ao escurecer, é produzida a melatonina, hormônio relacionado à noite. A radiação
solar é, pois, a principal fonte alimentar para organismos dos seres vivos. Ela é responsável
por diversos fenômenos, como a fotossíntese, a metabolização da glicose e a síntese de
diversos hormônios do ser humano, entre eles o da vitamina D. (CARNEIRO, 2011: 73).
Contudo, é através do nervo óptico que as manifestações da energia luminosa são levadas
diretamente ao cérebro, que tem a capacidade de discernir e julgar as possibilidades
favoráveis ou adversas, possibilitando atitudes de defesa ou aceitação pelo corpo humano.
Esses fatores, conhecidos como neuro-fotópico, são produzidos pela penetração direta da luz
solar, ou mesmo da chamada luz artificial e foram apontados como responsáveis pelas causas
e efeitos que podem amenizar o estresse no paciente e no profissional de saúde, os quais
permanecem por longos periódos no espaço destinado às UTI-A. (FIGEIRÓ, 2010 apud
MARTAU, 2009).
A percepção visual permite o conhecimento das medidas de grandezas, de intensidade
luminosa, de cores entre outras medidas. A percepção visual é, então, um processo
coadjuvado pelo cérebro, pois de acordo com Pedrosa (2010) o cérebro realiza permanente
trabalho de avaliação, análise e correção das imagens visuais recebidas. Tal correção é feita
em estágio de pré-consciência, influenciado pelo acervo de nosso conhecimento relativo ao
mundo objetivo.
Desse modo, cada individuo harmoniza sensações diferenciadas do ambiente através de seu
cérebro, que busca experiências cognitivas específicas, elevando ou minimizando os agentes
aliviadores ou estressores. Esses agentes podemser causados devido à longa permanência do
paciente que tem a visão sempre voltada para o teto, de modo que se evidencie uma patologia
associada a cores, já que, dependendo da cor ambiente, o paciente se sente aliviado ou não.
Esses mesmo agentes são percebidos por todos os usuários desse ambiente (COSTI, 2004).
Assim, humanizar este espaço possibilitará um rapida resposta do cérebro, a qual resultará em
um processo de conforto, rapidez no tratamento. (FERRARI, 2013).
É preciso ressaltar ainda que o olho não tem capacidade de receber diretamente a luz do sol,
razão pela qual o ciclo circadiano, assim como as diversas faces de influências climáticas
impactuam a vida e suas manifestações. Devido a essas e outras influências (alimentação, por
exmplo), a natureza dos seres pode ser modificada pelas condições de iluminação, o que traz
modificação no processo metabólico.
A descoberta de um terceiro sistema de fotorreceptores dentro do olho (...). O
dogma era que todos esses fotorreceptores fazem detecção de luz, enquanto as outras
células da retina apenas processam sinais visuais. No entanto, diversas linhas de
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investigações levaram à descoberta de que o olho dos vertebrados, incluindo os seres
humanos, contém uma outra classe de fotorreceptores com base num pequeno
número de células ganglionares da retina. Esses neurônios especializados detectam
irradiância ambiental e regulamentam uma ampla gama de fisiologia e
comportamento, incluindo a regulação do relógio biológico 24h, sono, atenção,
humor e até mesmo o tamanho da pupila. (CAITANO, 2013).
A sinalização das mudaças, por sua vez, ocorre fora do organismo e é feita pelo Núcleo
Supraquiasmático, que retém neurônios responsáveis pela “regulagem do ciclo ou das
mudanças adaptativas, necessárias às condições ambientais”. (CARNEIRO, 2011). Os seres
vivos, portanto, mostram oscilações no comportamento e nas funções orgânicas, e quem atua
nesses mecanismos são os relógios biológicos, os quais têm a Cronobiologia como a ciência
responsável por estudar esses fatores.
Pesquisas empíricas na áreas da Cronobiologia (SHANANHAN E CZEISLER,
2000) demonstraram a influência da luz no comportamento e nas respostas
fisiológicas das pessoas, e são baseadas principalmente na iluminância na retina
(ARIES at al., 2002 e ZONNEVELDT e ARES,2002) e não mais e medições da
iluminação no ambiente.( MARTAU, 2009).
De acordo com Martau (2009), a relação entre iluminação, homem e arquitetura no
desempenho humano se faz através do sistema visual, do perceptivo, e do circadiano.
Em 2002 David Berson (Berson, Dunn, Motaharu,2002) foi quem detectou a
relação da luz com um outro tipo de fotoreceptor na retina dos mamiferos. (...) Este
fotoreceptor, embora não esteja relacionado com a visão, converte a luz recebida
pelo olho em sinais elétricos que serão interpretados pelo cérebro”. (MARTAU,
2002)
“A descoberta do terceiro fotorreceptor revolucionou as pesquisas que estudam os espectros, a
intensidade, a duração e o tipo de luz que influencia as respostas biológicas’ (EDELSTENIN
et al., 2008). A ABNT ISO/CIE 8995-1 (2013: 22) apresenta referência à iluminação artificial
que atende apenas a requisitos visuais e pode estar inadequada para atender os requisitos de
estimulação biológica. ( BERGEMANN, VAN DER BELD E TENNER, 1997).
Quanto a pesquisas na área da Cronobiologia, Shananhan e Czeisler (1997) demonstram em
seus estudos a influência da luz no comportamento e nas respostas fisiológicas das pessoas e
não mais em medições da iluminação no ambiente.
No que diz respeito a essas descobertas, um estudo elaborado por Designer Especialista em
Iluminação indica áreas que possibilitam maior penetração da luz natural, pontua áreas que
necessitam de maior ou menor iluminância e até mesmo de uma iluminação de conforto.
Além disso, o estudo mostra a necessidade do retrofit dos aparelhos de iluminação, apresenta
um planejamento de manutenção e privilegia,no projeto, a pessoa e o ambiente hospitalar.
Dessa maneira, o estudo buscando resultados para melhor conforto de todos os usuários,
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possibilitando um retorno financeiro a curto prazo, um menor custo/paciente, uma maior
rotatividade de leitos, e uma queda na taxa de absenteísmo, fatores esses que vêm a
acrescentar substancialmente os valores de humanização dados à iluminância pela NBR
ISO/CIE 8995-1 (2013).
Por fim, a importância deste assunto está no fato de que os conhecimentos centenários da
medicina, principalmente na relação luz/corpo humano, não estão sendo absorvidos na
construção de ambientes hospitalares destinados às UTI-A. Para se afirmar essa ideia, partiuse da hipótese de que o uso de conceitos cognitivos dos sensores fotoreceptivos podem
reduzir o tempo de tratamento do paciente, conforme estudos apresentados por diversos
autores, afinal otimizar o ambiente para os procedimentos elaborados pelos profissionais de
saúde, que cuprem turnos de trabalhos sem cronometrar o fator - dia ou noite, desregulando
seu relógio biológico, os leva a um indíce maior de absenteísmo (FIGUEIRÓ, 2010).
O objetivo geral deste trabalho é, portanto, contemplar futuras construções ou retrofites do
ambiente de uma UTI-A, em Belo Horizonte, tendo como objetivos específicos produzir o
projeto luminotécnico dentro do conceito de conforto humanizado:
 Valorizar a iluminação natural para usuários e profissionais do estabelecimento de
saúde da UTI-A;
 Mostrar como a radiação luminosa natural, principalmente, e a artificial são recebidas
pelo olho humano;
 Evidenciar como o cérebro processa as informações recebidas pelo olho, capacitando o
corpo humano no que diz respeito à distinção de as cores do espectro e da
programação de varias funções, como a do ciclo circadiano.
 Trazer benefícios aos usuários com um sistema de iluminação artificial apropriado,
com facilidades de acesso por automação.
2. Metodologia de Pesquisa
A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica, com foco na identificação de quais
pacientes tratados em centros de tratamentos intensivos projetados com técnicas diretamente
ligadas ao reconhecimento da capacidade regenerativa do corpo humano, através do
recebimento da luz solar, e/ou técnicas de um projeto luminotécnico apresentado por um
Designer Especialista em Iluminação, terão uma recuperação confortável, rápida,
consequentemente com menos custo, e maior rotatividade dos leitos para os pacientes.
Para isso, contactar visualmente o espaço exterior é fator importantíssimo para suprir as
necessidades biológicas. A sensação é de conforto, pricipalmente se o ângulo visual
contemplar um paisagismo natural. (LAM, 1977, apud MARTAU, 2009).
Ainda segundo Martau (2009), “funcionários de um shopping centers, privados de contato
visual com o exterior, tinham maiores índice de estresse, depressão e ansiendade que
trabalhadores de loja de rua”.
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Para evidenciar a questão da iluminação, partimos de exemplo de uma pesquisa publicada na
revista Science, conforme Bitencourt (2013), a qual comparou pacientes pós-cirúrgicos que
tinham uma visão de árvores com pacientes que tinham uma visão de uma parede de tijolos.
Para os contempladores da natureza, foram necessários menos analgésicos, sofreram
complicações menores (tais como febre, náuseas e prisão de ventre) e ficaram uma média de
0,74 menos dias no hospital. Baseando-se nas regras do design por evidência, podermos fazer
um paralelismo entre um quarto de recuperação hospitalar e os leitos no ambiente de UTI-A.
A figura 2 mostra a possibilidade projetual de como deve ser o quarto hospitalar do futuro.
Figura 02: Sala de Recuperação: Como deverá ser o quarto do hospital do futuro
Fonte: DZUBOW (2013)
Uma outra situação em relação às pesquisas do efeito da iluminação natural e artificial é um
hospital no exterior, numa região de clima oposto ao do Brasil, mas de resultados coincidentes
no benefício do tratamento dos pacientes, visitantes, e profissionais da saúde.
Numa pesquisa realiza no Hospital de Yale – New Haven/USA, foi perguntado aos
clientes o que mais lhes agradava no hospital em que estavam internados. A
resposta, com pequenas variações, foram quase unânimes: “as janelas”. A
observação do exterior, da dinâmica da vida urbana que lhes era permitido
visualizar, além das condições naturais da chuva, do vento, das modificações do
desenho das nuvens, foram os aspectos mais relevantes e destacados.
(BITENCOURT, 2013)
O layout do ambiente de uma UTI-A, assim como a iluminação deverão ser desenvolvidos
prestigiando o conforto de todos - pacientes, profissionais do atendimento e até mesmo os
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acompanhantes que porventura possam estar ao lado dos enfermos, transmitindo sensações de
conforto. A iluminação natural ou artificial deve contemplar não somente o ambiente, mas
também o seu impacto nos efeitos biológicos, psicológicos, bacteriológicos, assim como a
iluminação correta respectiva ao uso dos aparelhos biomédicos.
O sistema de iluminação artificial, num ambiente de UTI-A, deve seguir alguns parâmetros;
 O uso de iluminação natural reduz o tempo de internação, ajuda na sua recuperação e
proporciona um estado de conforto;
 A iluminação geral deverá ser no mínimo 50% menor do que nas áreas do campo
visual dos leitos e ilhas de serviços dos atendentes;
 A iluminação de atendimento médico nos boxes ou células com leitos deverá ser
indireta, com temperatura de cor acima de 6500°K e IRC entre 80 e 90. Normalmente
estes atendimentos são acompanhados por equipamentos que têm a iluminação
própria;
 A iluminação nos leitos para deleite dos pacientes deverá ser indireta, possibilitando
até mesmo leitura, e um bom atendimento pelos enfermeiros. A temperatura deve estar
perto dos 4000°K;
 A altura de trabalho para o cálculo de iluminação é considerada pela altura dos leitos;
 A variação de luz, principalmente em níveis mais baixos, jogos de luz produzindo
efeitos entre claros e escuros deixam os pacientes mais dispersos;
 Fontes de iluminação por condução de fibras óticas têm um ótimo resultado para
iluminação de relaxamento. A grande variedade de cenas conforta os pacientes,
deixando-os relaxados e despreocupados com o tratamento (COSTI, 2004);
 Todo o sistema de iluminação deverá ser automatizado controlado à distância, sendo
permitido aos pacientes no último estágio de recuperação controlar a sua iluminação
de acordo com sua necessidade.
Se as edificações hospitalares forem processos de construção baseados em evidência e/ou
projetos humanizados voltados diretamente para a saúde do paciente e dos profissionais que
transitam nesta área, haverá benefícios de adequadção dos amibentes UTI-A. Essas
preocupações são, a princípio, de alto custo, sendo este o principal fator para a não adequação
destes ambientes, justificados apenas por interesses políticos. No entanto, o seu
custo/benefício é muito satisfatório, havendo um retorno rápido, não só financeiro, mas
também uma recuperação física e psicológica de seus usuários. A elaboração do projeto
arquitetônico que satisfaça os critérios técnicos compatíveis com as funções dos pacientes,
assistentes da saúde e que atendam as demandas das tecnologias médicas, tendo ainda que
respeitar regras e a posturas do código de obra municipal são, dessa forma, de suma
importância. O projeto, por conseguinte, se torna complexo e caro, muitas vezes
incompatíveis com o projeto de humanização e processos de construção baseados em
evidência.
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Entretanto, é necessário evidenciar quais são consequências desses benefícios. Para o
paciente: rápida recuperação, menor tempo de tratamento, redução do estresse e ansiedade,
inclusive de seu acompanhante, melhor conforto resultando num melhor sono e um
tratamento com menos dor; Para os funcionários: menos estresse, mais conforto visual, menos
absenteísmo; Para o hospital: melhor custo/benefício, redução da estadia na UTI, menor
consumo de medicamentos, menor custo com manutenção do ambiente, melhor relação com
os profissionais de saúde. ((BITENCOURT apud BITENCOUR, 2011).
Percebe-se, assim, que a luz solar é indispensável para a manutenção da vida na terra. A
sincronização e os ritmos circadianos entre o claro e o escuro são mantidos pelo relógio
biológico no cérebro. Segundo Figueiró (2010), este relógio biológico controla outros relógios
do nosso corpo, incluindo fígado, pâncreas, hipófise e vários outros órgãos.
Embora a visão não aconteça nos olhos, e sim no cérebro, o que também vale para a luz, esta
é recebida nos olhos pela íris que a quantifica. Desse modo, a fóvea – que está localizada no
cérebro e é formada por células nervosas conhecidas como fotorreceptoras, sendo eles os
cones (neurotransmissores que trabalham com as cores sob luz do dia) e os bastonetes
(neurotransmissores que trabalham com baixa luminosidade) – transmite a imagem
visualizada para o cérebro. Os cones são responsáveis pela visão colorida e são sensíveis à
visão fotópica, isto é, a luz do dia. Os bastonetes captam imagens em baixa luminosidade e
são a visão escotópica. Um terceiro fotorreceptor converte as informações recebidas levandoas ao cérebro. Na base do cérebro está localizada o hipotálamo, onde se encontra a glândula
pineal responsável pela produção da melatonina, que regula diversos órgãos, tecidos e células.
O núcleo supraquiasmático responsável pela produção e controle da melatonina, que é um
neuro transmissor produzido ao escurecer - quanto mais escuro estiver o ambiente, melhor a
produção. Por outro lado, esta produção é interrompida com a chegada da claridade do dia. A
esta alternância, chamamos de ciclo circadiano, que é base para os ciclos biológicos do corpo
humano.
Percebe-se, portanto, que não há dúvidas de que a luz solar alimenta nosso organismo por
diversos meios, o que colabora no crescimento, na percepção e nas funções psicológicas,
biológicas, sociais e, espirituais. Por causa disso, iluminação natural é importante também nos
UTIs para que as pessoas que transitam nesses ambientes tenham uma melhor resposta física,
biológica e social aos reflexos luminosos que recebem.
3. Discussão teórica
A norma brasileira ABNT NBR 5413 – Iluminância de Interiores (1992) até o dia 21 de
março de 2013 foi a fonte de referência para projetos de iluminação artificial de interiores
para atividades profissionais, esportivas e espaços públicos. A UTI não foi diretamente
mencionada e o designer de iluminação tinha apenas os dados da tabela 1 – a seguir – como
referência.
Classe C
Iluminância (luz)
Tipo de Atividade
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Iluminação adicional para
tarefas visuais difíceis
10000 – 15000 - 20000
Tarefas visuais muito
especiais, cirurgia
Tabela 1 – Iluminâncias por classe de tarefas visuais
Fonte: ABNT NBR 5413 (1992)
Como podemos perceber, as normatizações que precedem os projetos de iluminação no
interior das UTI-A não são específicas para estes casos. Na NBR 5413, há uma nota
determinando que “fica ao critério do projetista avançar ou não nos valores das classes/tipos
de atividades adjacentes, dependendo das características do local/tarefa”. Essa situação leva o
Designer de Iluminação a preocupar-se com um Design Baseado em Eficiência, conforme a
proposta da ABDEH, cujo presidente cita o “Hospital Lourenço Jorge da rede pública, entre
outros como um dos pioneiros a deixar a UTI inteiramente aberta à iluminação natural, e,
ainda ter uma boa iluminação artificial”.
Embora as citações acima indiquem hospitais de outros estados, os hospitais brasileiros,
inclusos os de Belo Horizonte, estão na mesma situação no que diz respeito ao layout
humanizado nos espaços de UTI-A, conforme palestra apresentada por Douglas Ferrari
(2013), da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (SOBRATI).
Segundo Sallouti (2013: 28-30),“que estuda e colhe relatos desde 2006 sobre o conforto
visual e o relaxamento da iluminação propiciada por meio da fibra ótica, a recuperação de
pacientes tem melhorado com iluminação adequado”.
Embora os trabalhos apresentados por esse autor sejam feitos em outras áreas de atividades
médicas, como: Odonto-Pediatria, Ginecologia, Terapia Ocupacional, os resultados obtidos
para estas atividades podem ser transferidos para a área de UTI-A. Sallouti (2013) afirma que
“A linha de pesquisa não visa definir a fibra ótica como ferramenta para cura de doenças, mas
sim como elemento de contribuição na humanização do espaço, auxiliando na melhoria
comportamental e no bem-estar dos pacientes”. Outro aspecto interessante do uso da fibra
ótica como fonte de luz é que a automatização é feita diretamente na fonte, diminuindo o
custo operacional e de manutenção do sistema.
Como exemplo dessa situação, segue a figura 3, sala Delivery Room do Hospital São Luiz,
unidade de Itaim, que apresenta uma proposta diferenciada no atendimento de gestantes. A
fibra ótica foi aplicada com possibilidade de alternância de luz colorida (RGB).
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Figura 3 – Sala Delivery Room do Hospital São Luiz
Fonte: Fasa Fibra Ótica
A figura 4 apresenta uma sala de ressonância magnética, também servida de iluminação por
fibra ótica com opção de cores. A alternância de cores relaxa os pacientes fazendo com que o
tratamento fique mais rápido, o que faz com que haja o aumento de atendimentos diário, além
do conforto visual por parte dos profissionais plantonistas.
Figura 4 – Sala de ressonância magnética
Fonte: Fasa Fibra Ótica
As intervenções apresentadas por Sallouti e declaração escrita da ginecologista e obstetra do
Hospital São Luiz vão ao encontro dos objetivos deste trabalho. Isto é, confirmam que as
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técnicas e procedimentos lumínicos têm uma posição priorizada para um bom projeto
humanizado de iluminação nos espaços de UTI-A.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a RDC nº 50, de 21 de
fevereiro de 2002, em seus parágrafos: 1.2.1. Arquitetura e 1.2.1.2.3 Elétrico / Eletrônica
apontam: Proposição dos pontos de Alimentação; Iluminação e Sinalização. O projeto do
espaço de UTI-A deve contemplar os índices luminotécnicos para melhor aptidão de seus
usuários.
Vale ressaltar que, em substituição da ABNT NBR 5461 (1992), entra a ABNT ISO/CIE
8995-1 (2013). Esta nova norma, além de especificar o índice limite de ofuscamento e o
índice de reprodução de cores, faz menção às tarefas e atividades no ambiente de UTI.
A tabela 2 – a seguir – apresenta os requisitos para o planejamento da iluminação da UTI-A
de uma maneira generalizada, sem contemplar a individualidade do paciente, seu
acompanhante ou o profissional da saúde.
Ambientes (áreas),
Tarefas ou
Atividades.
Iluminância
(Em, lux)
Índice limite de
Ofuscamento
URG
IRC ou Ra
Iluminação Geral
100
19
90
No nível do Piso
Exame Simples
Exame e Tratamento
300
1000
19
19
90
90
No nível do Leito
No nível do Leito
Observação Noturna
20
19
90
Observações
UTI
Tabela 2 – Especificações da Iluminância
Fonte: ABNT ISO/CIE 8995-1 (2013)
Esta nova norma veio para somar e determinar regras básicas para o cálculo de iluminação e
adequação de layout nos espaços utilizados para os usuários de uma UTI-A.
6. Conclusão
Desde os primórdios da humanidade o ser humano vem usufruindo da principal fonte natural
de luz e calor, o sol. Este com uma temperatura de 5.502º C em sua superfície, emite
espectros de ondas eletromagnéticas visíveis ao olho humano, que levam cerca de 8 segundos
para chegarem até a terra. Mesmo sabedores de que o sol é a fonte de vida na terra e de
muitos benefícios são gerados por esta fonte gratuita, o homem continua menosprezando
essas informações.
Por essa razão, edificações hospitalares não têm seguido normas relativas à iluminação
adequada a esse tipo de construção e também não têm considerado a necessidade de luz
natural para o bom desempenho do ciclo de vida humano, bem como para a saúde do homem.
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Devido a isso, é provável que o tempo de internação dos pacientes em UTIs-A possa ser
aumentado, já que há um prejuízo luminoso, que, por sua vez diminui a sensação de bem estar
do enfermo e, muitas vezes, causa algum tipo de aborrecimento ou estresses no próprio
enfermo ou no indivíduo que o acompanha ou mesmo nos profissionais de saúde, como
apontam as pesquisas realizadas.
Assim, é necessário que sejam consideradas as necessidades humanas de exposição à
iluminação natural e, se isso não for possível, que a iluminação artificial possa estar em
proporções adequadas, respeitando sempre o ciclo cicardiano, uma vez que as respostas
sociais, psicológicas e hospitalares do indivíduo se pautam em suas condições biofísicas.
Essas, por sua vez, se relacionam imediatamente a fatores externos, como a iluminação do
ambiente.
Por fim, seguir normalizações de iluminação em construções hospitalares é mais do que uma
regra de edificação, mas é uma mostra de respeito às necessidades do ser humano.
Referências
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resumo: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
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citações: elaboração. Rio de Janeiro, 21.4 de 2013.
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2008.
Disponível
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SALLOUTI, Wilson. FASA. 10.7. [mensagem pessoal] Mensagem recebida por
[email protected] em 20 jul. 2013.
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STANCATI, Marcello. Iluminação para terceira idade numa casa de repouso. In: Especialize
Revista On Line IPOG (Instituo de Pós-Graduação e Gradução). PóS-graduação em
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Paulo: Editora Gustavo Gili do Brasil. 1974.
GUERRINI, Délio Pereira. Iluminação teoria e projeto. 2 ed. São Paulo: Editora Érika Ltda.
SILVA, Mauri Luiz. Iluminação simplificando o projeto. Rio de Janeiro: Editora Ciência
Moderna, 2009.
SILVA, Mauri Luiz. Luz lâmpasdas e iluminação. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna,
2004.
TORMANN, Jamile. Caderno de iluminação: arte e ciência. 2 ed. Rio de Janeiror: Editora
Música e Tecnologia Ltda. 1974.
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Paulo: DE MAIO Comunicação e Editora Ltda? 2010.
RITTER, Vivian. Percepção visual aplicada à iluminação. Pós-graduação em Iluminação e
Design de Interiores – IPOG BH. 2011
NASCIMENTO, Alan nascimento. Grandezas e cálculo luminotécnico. Pós- graduação em
Iluminação e Design de Interiores – IPOG BH. 2011.
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