SÓCIOS: Instituto da Potassa e do Fosfato (EUA) Instituto da Potassa e do Fosfato (Canadá) Website: www.potafos.org INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS DIRETOR: N0 96 T. Yamada DEZEMBRO/2001 Engo Agro, Doutor em Agronomia DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO EM ALGODOEIRO RELACIONADA À MANCHA FOLIAR1 Glen Harris2 A deficiência tardia de K e sua associação com a mancha foliar não é novidade em algodoeiro na Georgia, EUA. Porém, nos últimos anos, este problema tem ocorrido com maior freqüência, mais severamente e muito mais cedo no ciclo vegetativo. Em alguns casos graves, o algodoeiro foi totalmente desfolhado logo após a 4a semana de florescimento. Veja neste número: Estado nutricional de plantas perenes: avaliação e monitoramento ................................... 3 O primeiro alerta para este problema foi a descoberta de um novo fungo na Georgia – Stemphylium. Estima-se que 800 ha de algodão na Georgia foram infectados com esta nova doença em 1995, aumentando para 8.000 ha em 1996. Influência do Mo na produtividade do arroz ..... 11 Os sintomas da mancha foliar são pequenas lesões marrons causadas pelos fungos Cercospora e Alternaria, além do Stemphylium. Em pesquisa posterior, descobriu-se que a mancha foliar na verdade era um sintoma secundário ao problema primário – deficiência de K (Foto 1). Nitrogênio na base é fundamental para milho .. 15 Considerações sobre manejo do solo em culturas permanentes .......................................... 13 POTAFOS e os desafios futuros na agricultura brasileira ............................................ 20 É bem conhecido o fato de que o K fortalece as células das folhas, e a sua falta torna-a frágil e suscetível à infeção fúngica secundária (Foto 2). Na maior parte dos casos em que a mancha foliar foi estudada, observou-se baixa quantidade de K no solo e baixo teor de K no tecido da planta e/ou no pecíolo. O baixo teor de K no pecíolo parece ser o melhor indicador da doença. Em alguns casos, o problema esteve relacionado à adubação potássica inadequada. Em outros, sob condições de seca, a baixa umidade do solo foi suspeita pela redução na absorção de K. Outros ocorreram em varieda- 1 2 Fonte: Better Crops, Norcross, v.81, n.2, p.11-12, 1997. Engo Agro, Department of Crop and Soil Science, University of Georgia, Tifton, GA 31794, EUA. Foto 1. Folhas de algodoeiro com sintomas de mancha foliar por Stemphylium e deficiência de K. POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 1 Algodoeiro deficiência severa de K ocorre tardiamente (6 a semana de florescimento), a pulverização foliar de K provavelmente não corrigirá o problema. Também, a deficiência de K e a mancha foliar são razoavelmente comuns logo após o estádio de “cut-out”. Nenhum tratamento corretivo é recomendado nesse período. MELHORES PRÁTICAS DE MANEJO PARA EVITAR A DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO • Análise de solo A primeira e melhor medida de defesa para evitar a deficiência de K em algodão é a análise do solo. Recomenda-se manter os níveis de K no solo na faixa de médio a alto para algodoeiro. Manter também um bom equilíbrio com outros nutrientes, como cálcio (Ca) e magnésio (Mg), também ajuda. Foto 2. Células foliares de algodoeiro deficiente em K tornam-se fracas e suscetíveis a infecções fúngicas secundárias. Quase todos os casos de mancha foliar relatados na Georgia nos dois últimos anos foram devidos ao baixo teor de K na planta. Sintomas da doença são mostrados aqui nas folhas de algodoeiro deficientes em K. • Aplicações parceladas de K Visto que o potássio é relativamente móvel em solos arenosos, aplicações parceladas são recomendadas naqueles sem subsolo argiloso nos primeiros 40 cm. Sugere-se aplicar metade do K no plantio e o restante em cobertura, próximo à fase da iniciação dos botões florais. Isso ajuda a suprir K no período de maior demanda e pode mesmo ser útil em solos compactados. des precoces, em que a demanda intensa por K em um curto período de tempo parece ter sido o principal problema. Poucos casos • Adubação foliar e análise do pecíolo ocorreram em solos com níveis elevados de magnésio (Mg) os quais, supõe-se, competiram pela absorção e subseqüente deficiênNa maioria dos casos em que os níveis de K no solo são cia de K. A maioria dos casos, porém, apareceu nas variedades em mantidos de médio a alto, aplicações de K em pré-plantio podem pleno desenvolvimento, sob irrigação, próximo à 4a semana de suprí-lo de forma suficiente, de maneira que as aplicações foliares florescimento, com pesada carga de manão serão necessárias. Há um número çãs. Esse período e situação corresponde casos, porém, em que a resposta da dem ao período de grande demanda por produção às aplicações foliares podem O algodoeiro é sensível à deficiência K. As raízes das plantas de algodão tamocorrer: solos extremamente arenosos, de potássio. Quase todos os casos bém começam a diminuir nesse período baixo nível de K no solo no plantio, condevido à competição pelos carboidratos dições de alta produção em cultura de mancha foliar investigados em das maçãs em desenvolvimento, aumenirrigada e durante períodos de umidade pesquisas recentes na Georgia tando a dificuldade em absorver o K do limitada no solo. envolveram baixo nível de K no solo, solo. Mesmo com irrigação, a água pode A melhor maneira de determinar não ser fornecida adequadamente duranbaixo teor de K no pecíolo e/ou a necessidade de K foliar é através do te este período crítico, ou ainda a umidateste do pecíolo. Um programa complebaixo teor de K no tecido da planta de adequada pode contribuir para condito de análise do pecíolo é destinado a ções de alta produção e, assim, maior depredizer deficiências nutricionais com manda por K. até duas semanas de antecedência, anSurgida a deficiência de K e com ela a mancha na folha, as tes que alguma redução ocorra devido à deficiência. pulverizações com fungicida não aliviam a situação já que o proDoses excessivas de fertilizantes não devem ser utilizadas blema principal é a deficiência de K. Se tal deficiência é detectada como estratégia para se evitar a deficiência de K, pois novos propróxima à 4a semana de florescimento e não é severa, a pulverizablemas podem resultar do desequilíbrio nutricional. ção foliar com K pode reduzir os efeitos na produção. A análise do Práticas básicas e simples como a análise de solo, adubapecíolo também pode ajudar a evitar esse problema, já que ela é indicada para detectar deficiências nutricionais a partir de duas ção apropriada e análise de pecíolo podem ajudar a eliminar a semanas do desenvolvimento, especialmente quando a cultura en- deficiência de K como causa futura de redução na produção de contra-se próxima ao pico de florescimento. Infelizmente, se uma algodão. LUIZ DE QUEIROZ: TEU MONUMENTO É A TUA ESCOLA! Homenagem da POTAFOS ao Centenário da ESALQ (1901-2001) 2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 Diagnose foliar ESTADO NUTRICIONAL DE PLANTAS PERENES: AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO Ondino Cleante Bataglia1 Wagner Rodrigues dos Santos2 INTRODUÇÃO A O conhecimento tecnológico é cada vez mais imprescindível para uma agricultura competitiva produtividade das plantas é determinada por muitos fatores de produção. À medida que o produtor consegue controlar com eficiência esses fatores de produção ele pode assegurar a lucratividade de seu empreendimento e competir no mercado nacional ou internacional. O conhecimento tecnológico é cada vez mais imprescindível para uma agricultura competitiva. Numa convivência internacional de globalização de mercados não há mais espaço para improvisações e perdas de colheitas ou reduções de lucros por causa de falhas de controle de fatores de produção perfeitamente previsíveis. É o caso da nutrição mineral das plantas. Há vasto conhecimento disponível no país. É possível prevenir os insucessos devido a deficiências ou excessos de nutrientes pela correção dos solos usando a análise de solos como critério para recomendação de corretivos e fertilizantes e também a própria planta como objeto de diagnóstico. Para plantas perenes principalmente, há grande possibilidade de se modificar as recomendações de adubações através do monitoramento nutricional. A diagnose foliar pode ser feita por meio da observação visual de sintomas de distúrbios nutricionais – diagnose visual ou através de procedimentos mais sofisticados como a análise química das folhas. Em ambos os casos há necessidade de se observarem determinados princípios para que os resultados possam ser devidamente interpretados e levem a recomendações com resultado econômico para os produtores. ANÁLISE DE PLANTAS E DIAGNOSE FOLIAR A idéia de se usar o teor mineral de plantas como critério para avaliar o estado nutricional de plantas é bastante atraente. Este princípio foi posto em prática inicialmente por LAGATU & MAUME (1934) e seguido por muitos outros desde então. Trabalhos importantes foram publicados por LUNDERGARDH (1945), GOODALL & GREGORY (1947) e CHAPMAN (1966). Atual- 1 Pesquisador do Instituto Agronômico, Campinas-SP. Telefone: (19) 3236-9119. E-mail: [email protected] 2 Engo Agrícola, ICASA, Campinas-SP. Telefone (19) 3242-3522. E-mail: [email protected] mente, muitas publicações relatam aplicações e experiências para plantas cultivadas. Destacam-se o livro editado por WALSH & BEATON (1973), os Anais dos Colóquios Internacionais sobre o Controle da Alimentação de Plantas Cultivadas, a publicação FAO (1980) sobre Análise de Solo e Plantas, o trabalho editado por MARTIN-PREVEL et al. (1987), o de BENTON JONES et al. (1991), o de BERGMANN (1992), BATAGLIA et al. (1992), o de MILLS & BENTON JONES (1996) e MALAVOLTA et al. (1997). A interpretação correta dos resultados de uma análise depende de muita experimentação visando ao estabelecimento de índices de calibração. Entre os critérios mais usados para diagnóstico são citados o nível crítico, faixas de concentração, e o sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS). Este, bastante difundido recentemente, porém ainda pouco aplicado no Brasil. PRINCÍPIOS DA ANÁLISE DE PLANTAS E DIAGNOSE FOLIAR As folhas são consideradas como o foco das atividades fisiológicas dentro das plantas. Alterações na nutrição mineral são refletidas nas concentrações dos nutrientes nas folhas. A utilização da análise foliar como critério diagnóstico baseia-se na premissa de existir relação entre o suprimento de nutrientes e os níveis dos elementos, e que aumentos ou decréscimos nas concentrações se relacionam com produções mais altas ou mais baixas, respectivamente. O teor de nutriente dentro da planta é um valor integral de todos os fatores que interagiram para afetá-lo. Para fins de interpretação dos resultados de análise de plantas é preciso conhecer os fatores que afetam a concentração dos nutrientes, os procedimentos padronizados de amostragem e as relações entre produção, suprimento e concentração de nutrientes nas folhas. Procedimento de amostragem A amostragem é a fase onde ocorrem os erros que mais dificultam a interpretação dos resultados da análise foliar. Há necessidade de padronização para minimizar os efeitos dos diversos fatores que afetam a composição das folhas. A maior precisão é obtida por meio de amostras compostas, onde plantas distribuídas pela área são amostradas e as folhas são juntadas. Amostras seletivas de plantas individuais são utilizadas para finalidades específicas. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 3 Diagnose foliar Existe na literatura ampla divulgação de procedimentos para amostragem, destacando-se as publicações de CHAPMAN (1966), WALSH & BEATON (1973), TRANI et al. (1983), MARTINPREVEL et al. (1987), BENTON JONES et al. (1991), MILLS & BENTON JONES (1996) e RAIJ et al. (1997). Na Tabela 1 são relacionadas instruções para amostragem de folhas de plantas perenes cultivadas no Brasil. Relacionamento da produtividade com a concentração de nutrientes nas folhas e suprimento Há uma relação básica entre a concentração de um nutriente e o crescimento ou produção de uma planta, conforme pode ser observado na Figura 1. Nessa figura podem ser delimitadas as seguintes fases: • Sob severa deficiência, pode haver um decréscimo na concentração do nutriente com as primeiras aplicações de nutrientes, devido ao estímulo do crescimento e subseqüente diluição do nutriente pela formação de material orgânico – efeito de diluição ou efeito de Steembjerg; Figura 1. Relação entre a concentração do nutriente no tecido e o crescimento ou produção (SMITH, 1962). Tabela 1. Instruções para amostragem de folhas de plantas perenes. Cultura Descrição da amostragem Abacate Coletar, em fevereiro ou março, folhas recém-expandidas, com idade entre 5 e 7 meses, na altura média das copas. Amostrar 50 árvores. Abacaxi Amostrar, pouco antes da indução floral, uma folha recém-madura “D” (normalmente a 4ª folha a partir do ápice). Cortar as folhas em pedaços do 1 cm de largura, eliminando a porção basal sem clorofila. Homogeneizar e separar cerca do 200 g para envio ao laboratório. Amostrar 30 plantas. Acerola Amostrar nos quatro lados da planta, folhas jovens totalmente expandidas, dos ramos frutíferos. Amostrar 50 plantas. Caju Coletar folhas maduras (quarta folha) de novos crescimentos em pomares em produção. Amostrar 4 folhas por árvore em 10 plantas. Banana Retirar os 5-10 cm centrais da 3ª folha a partir da inflorescência, eliminando a nervura central e metades periféricas. Amostrar 30 plantas. Cacau Terceira folha a partir do ápice de lançamentos maduros, no verão. Quatro folhas por árvore em 25 plantas. Dar preferência a ramos parcialmente sombreados. Café Coletar folha do 3º par no verão, ramos com frutos, quatro folhas por planta, 25 plantas. Citros Coletar a 3ª folha a partir do fruto, gerada na primavera, com 6 meses de idade, em ramos com frutos de 2 a 4 cm de diâmetro. Amostrar quatro folhas por planta, num total do 25 árvores por talhão. Coco Coletar três folíolos de cada lado da nervura central da folha 14 no verão, em 20 plantas. Goiaba Coletar o 3º par de folhas completamente desenvolvidas, dos ramos com frutos terminais. Amostrar 30 árvores. Macadâmia Coletar folhas recém-maduras e totalmente expandidas, no meio do último fluxo de vegetação. Amostrar 25 plantas por talhão, num total do 100 folhas. Maçã Coletar quatro a oito folhas recém-maduras e totalmente expandidas em 25 plantas por talhão. Mamão Coletar 15 pecíolos de folhas jovens, totalmente expandidas e maduras (17ª a 20ª folhas a partir do ápice), com uma flor visível na axila. Manga Coletar folhas no florescimento, do meio do último fluxo de vegetação, dos ramos com flor e na extremidade. Amostrar 4 folhas por árvore, 20 plantas por talhão. Maracujá Coletar no outono a 3ª ou 4ª folha, a partir do ápice de ramos não sombreados. Amostrar 20 plantas. Pêssego Coletar folhas recém-maduras e totalmente expandidas da porção mediana dos ramos do ano. Amostrar 25 plantas, quatro folhas por planta. Seringueira Em plantas adultas, coletar duas folhas mais desenvolvidas nos lançamentos maduros à sombra em 25 árvores, no verão, folhas com cerca de 120 dias após o reenfolhamento. Uva Amostrar a folha recém-madura mais nova, contada a partir do ápice dos ramos da videira, retirando um total do 50 folhas. Fonte: RAIJ et al. (1997); MILLS & JONES (1996). 4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 Diagnose foliar • Sob deficiência moderada, a concentração do nutriente na planta permanece constante, apesar da crescente disponibilidade. Isso ocorre porque a maior absorção é compensada pela formação de mais material orgânico; • Na próxima fase, há uma resposta no crescimento da produção, proporcional ao crescimento da concentração, até se atingir uma concentração ótima (nível crítico), acima da qual não há mais resposta na produção; • Finalmente, não se consegue aumento de produção, apesar do contínuo acúmulo do nutriente, o que se denomina consumo de luxo, podendo-se seguir uma fase onde a absorção excessiva do nutriente pode provocar efeitos adversos de toxicidade, diminuindo o crescimento ou a produção da planta. Interpretação dos resultados • Nível crítico O nível crítico corresponde à concentração na folha abaixo da qual a taxa de crescimento, a produção ou a qualidade são significativamente diminuídas. O termo significativamente pode ter interpretação diversa. Por exemplo, ULRICH & HILLS (1967) estabeleceram que o nível crítico para diversas culturas corresponde a uma produção de 95% da ótima (Figura 2), enquanto GALLO et al. (1965) estabeleceram níveis críticos para milho com base numa produção relativa de 80%. • Faixas de concentração Para a maioria das culturas geralmente não existe um determinado ponto de ótima produção, mas sim uma determinada faixa, porque o aumento de produção obtido com doses crescentes de nutrientes é sempre associado a um erro. O mesmo é verdadeiro em relação à concentração adequada ou nível crítico. Por isso, às vezes é conveniente se recomendar níveis de adubação suficientes para manter as concentrações de nutrientes um pouco acima do nível crítico, numa faixa de suficiência. Em princípio, as faixas de concentração são divididas em cinco níveis: deficiência aguda, deficiência latente, níveis adequados, níveis altos e níveis tóxicos. As delimitações entre cada uma dessas faixas pode ser feita de acordo com as considerações Figura 2. Representação esquemática mostrando como as concentrações críticas são determinadas para partes específicas de plantas em idades fisiológicas estabelecidas (ULRICH & HILLS, 1967). apresentadas na Tabela 2, conforme aparece na publicação de COTTENIE (1980). Nas publicações já citadas podem ser encontradas tabelas contendo faixas de concentração de nutrientes equivalentes a teores baixos, suficientes e altos para mais de uma centena de plantas, abrangendo culturas agronômicas. Deve-se lembrar que as calibrações não são universais, por isso é conveniente sempre ter valores de referência locais. Na Tabela 3 são apresentadas as faixas de teores de macro e micronutrientes consideradas adequadas na diagnose foliar de plantas perenes. É bom lembrar que esses valores se relacionam aos procedimentos de amostragem indicados na Tabela 1. Se o procedimento de amostragem for modificado, esses valores precisam ser revistos. Tabela 2. Relação entre as faixas de concentração nas folhas e conseqüências no crescimento e qualidade da produção. Excesso ou toxicidade Decréscimo de produção possivelmente com sintomas visuais Consumo de luxo Bom crescimento mas com acúmulo interno de nutrientes e possíveis interações Estado ótimo de nutrição Bom crescimento e geralmente boa qualidade Deficiência latente Sem sintomas visuais de aumento de produção e qualidade pela fertilização Nível inicial de toxicidade Aumento de concentração Deficiência aguda Sintomas visuais e efeito direto da fertilização e aplicação foliar Limite de resposta de produção Limite de sintomas visuais Fonte: COTTENIE (1980). INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 5 Diagnose foliar Tabela 3. Faixas de teores adequados de macro e micronutrientes em folhas de plantas perenes. Cultura Faixas de teores adequados de nutrientes Macronutrientes (g.kg-1) N P K Ca Mg S Abacaxi 15-17 0,8-1,2 22-30 8-12 3-4 Abacate 16-20 0,8-2,5 7-20 10-30 2,5-8 2,0-6,0 Acerola 20-24 0,8-1,2 15-20 15-25 1,5-2,5 4,0-6,0 Banana 27-36 1,8-2,7 35-54 3-12 3-6 2,5-8,0 Café 26-32 1,2-2,0 18-25 10-15 3-5 1,5-2,0 Cacau 20-25 1,8-2,5 13-23 8-12 3-7 1,6-2,0 Caju 16-27 1,6-2,5 9-14 0,3-2,2 0,2-1,5 Coco 19-25 1,6-2,0 14,5-30 2,5-3,0 1,6-3,2 Goiaba 13-16 1,4-1,6 13-16 9-15 2,4-4,0 Laranja 23-27 1,2-1,6 10-15 35-45 2,5-4,0 2,0-3,0 Macadâmia 15-25 1,0-3,0 5-15 5-10 1,0-3,0 1,0-2,5 Maçã 19-26 1,4-4,0 15-20 12-16 2,5-4,0 2,0-4,0 Mamão 10-25 2,2-4,0 33-55 10-30 4,0-12,0 Manga 12-14 0,8-1,6 5-10 20-35 2,5-5,0 0,8-1,8 Maracujá(1) 42-52 1,5-2,5 20-30 17-27 3,0-4,0 3,2-4,0 Maracujá(2) 33-43 1,3-2,1 22-27 12-16 2,5-3,1 Seringueira 29-35 1,6-2,5 10-17 0,7-0,9 1,7-2,5 1,8-2,6 Pêssego 30-35 1,4-2,5 20-30 18-27 3,0-8,0 1,5-3,0 Uva 30-35 2,4-2,9 15-20 13-18 4,8-5,3 3,3-3,8 Micronutrientes (mg.kg-1) B Cu Fe Mn Mo Zn Abacate 50-100 5-10 50-200 30-100 0,05-1,0 30-100 Abacaxi 20-40 5-10 100-200 50-200 5-15 Acerola 25-100 5-15 50-100 15-50 30-50 Café 50-80 10-20 50-200 50-200 0,1-0,2 10-20 Cacau 25-60 8-15 60-200 50-250 0,5-1,5 30-80 Banana 10-25 6-30 80-360 200-2000 Laranja 36-100 4-10 50-120 35-300 0,1-1,0 25-100 Macadâmia 25-50 6-12 25-200 100-400 0,5-2,5 15-50 Maçã 25-50 6-50 50-300 25-200 0,1-0,3 20-100 Mamão 20-30 4-10 25-100 20-150 15-40 Manga 50-100 10-50 50-200 50-100 20-40 Maracujá 40-60 5-20 100-200 100-250 Pêssego 20-60 5-16 100-250 40-160 20-50 Seringueira 20-70 10-15 50-120 40-150 20-40 Uva 45-53 18-22 97-105 67-73 30-35 (1) (2) 20-50 1,0-1,2 50-80 3ª ou 4ª folha de maracujá coletada no outono. Folha de maracujá com botão floral na axila. 6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 Diagnose foliar Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) O sistema DRIS é um conceito de interpretação relativamente novo (BEAUFILS, 1973). A técnica baseia-se na comparação de índices, calculados através das relações entre nutrientes. Na sua concepção, foi desenvolvido para tornar a interpretação menos dependente de variações de amostragens com respeito à idade e origem do tecido, permitir um ordenamento de fatores limitantes de produção, e realçar a importância do balanço de nutrientes. Para o cálculo dos índices do DRIS, após a definição de uma população padrão ou de referência, constituída por indivíduos de alta produtividade, estabelecem-se as relações entre nutrientes, com suas médias e respectivos desvios. Para um nutriente Y hipotético utiliza-se a seguinte fórmula para o cálculo do índice (IY): n m i-1 j-1 Σ f(Y / Xi ) - Σ f(Xj / Y) IY = n+m onde: n = número de relações entre nutrientes em que o nutriente Y está no numerador m = número de relações entre nutrientes em que o nutriente Y está no denominador CAMPO - CLIENTE Registrar sintomas Registrar aspectos locais Coletar sistematicamente amostras de partes da planta precisamente definidas Embalar em sacos de papel e rotular. Enviar para o laboratório com informações completas do local As amostras são recebidas e codificadas no laboratório. Lavagem e descontaminação. Secagem a 65 oC O padrão e a intensidade da amostragem dependem da variabilidade do campo e do conhecimento da cultura Armazenar em refrigerador se necessário. Enviar o mais rapidamente possível ao laboratório (até 48 horas) Moagem em moinho de aço inoxidável. Armazenar em frasco vedado. Usando-se a fórmula de JONES (1981): Y f(Y/X) = Y k X s ( )p ( )a X onde: (Y/X)a = relação na amostra (Y/X)p = relação na população de referência s = desvio padrão da relação Y/X k = constante de sensibilidade (10, 20, 30) O DRIS, além da interpretação dos valores relativos da importância de cada nutriente, permite trabalhar com o conceito de balanço de nutrientes. IY1 + IY2 +... + IYn BN = n O balanço nutricional expressa o valor médio do somatório dos valores absolutos de cada índice. Quanto mais esse valor se distancia de zero, maior é o desequilíbrio nutricional para a amostra. ASPECTOS PRÁTICOS DA DIAGNOSE FOLIAR A Figura 3 mostra a seqüência de procedimentos para uma análise foliar para fins de avaliação do estado nutricional das plantas. É bom verificar que se trata de uma seqüência onde cada fase compromete o sucesso do processo como um todo. Não adianta executar a análise no melhor laboratório do mundo se a amostragem for mal feita ou a amostra deteriorou-se no caminho para o laboratório. Da mesma forma, o laboratório precisa ter qualidade Controle de qualidade Análises químicas Holanda ESALQ Interpretação dos resultados RELATÓRIO PARA O CLIENTE Figura 3. Procedimentos da amostragem à interpretação dos resultados de análise de folhas. como garantia para resultados confiáveis. Um bom indicativo sobre a qualidade do laboratório é sua participação em programas nacionais ou internacionais de controle de qualidade de análises de plantas, como os da ESALQ e da Universidade de Wageningen, na Holanda. O laboratório do Instituto Agronômico de Campinas participa desses dois programas de controle de qualidade e vem prestando serviços de análise de plantas desde 1954. Para enviar amostras para esse laboratório o endereço é o seguinte: Instituto Agronômico Laboratório de Análise de Solo e Planta Avenida Barão de Itapura, 1481 Caixa Postal 28 13001-970 Campinas-SP Mais informações podem ser obtidas através do e-mail: [email protected] INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 7 Diagnose foliar Informações sobre outros laboratórios que participam do programa de qualidade da ESALQ podem ser obtidos no seguinte endereço: Programa Interlaboratorial de Análise de Tecido Vegetal ESALQ - Departamento de Solos e Nutrição de Plantas Avenida Pádua Dias, 11 Caixa Postal 9 13418-900 Piracicaba-SP Como o procedimento de laboratório é peculiar de cada laboratório, em seguida são apresentados apenas detalhes importantes que estão mais relacionados com o agricultor, ou seja, a amostragem e a remessa para o laboratório. LITERATURA CITADA BATAGLIA, O.C.; DECHEN, A.R.; SANTOS, W.R. Diagnose visual e análise de plantas. In: DECHEN, A.R; BOARETTO, A.E.; VERDADE, F.C. Adubação, Produtividade e Ecologia. Campinas: Fundação Cargill, 1992. p.369-393. Cuidados com a amostragem Algumas recomendações são básicas e devem ser observadas para qualquer cultura: • Representatividade da amostra: a amostra deve representar unidades homogêneas de tipos de solo, idade, variedade e sistema de produção; • Sistema de amostragem: deve ser padronizado de acordo com as recomendações de cada planta; • Contaminações: a amostragem deve ser feita antes da aplicação de defensivos ou adubos foliares, pois dificilmente os resíduos são removidos no processo de descontaminação no laboratório; • Embalagem: amostras de folha devem ser acondicionadas em sacos de papel, que são porosos. Sacos plásticos favorecem a deterioração rápida das folhas e devem ser evitados. BEAUFILS, E.R. Diagnosis and Recommendation Integrated System (DRIS). Pietermaritzburg: University of Natal, 1973. 132p. (Soil Sci. Bull. Nº 1). BENTON JONES, J.; WOLF, B.; MILLS, H.A. Plant analysis handbook; a practical sampling, preparation, analysis, and interpretation guide. MICROMACRO Publ., 1991. 213p. BERGMANN, W. Nutritional disorders of plants. Development visual and analytical diagnosis. New York, 1992. p.333-371. CHAPMAN, H.D. Diagnostic criteria for plants and soils. Riverside: University of California, 1966. COTTENIE, A. Present status of plant analysis as a method for preparation of fertilizer recommendations. In: FAO. Soils. Rome, 1980. p.21-36. (FAO Bulletin, 38/1). EVENHUIS, B.; WAARD, P.W.F. Principles and practices in plant analysis. In: FAO. Soils. Rome, 1980. p.152-163. (FAO Bulletin, 38/1). FAO. Soil and plant testing and analysis. In: Soils. Rome, 1980. (FAO Bulletin, 38/1). GALLO, J.R.; COELHO, F.A.S.; MIRANDA, L.T. A análise foliar na nutrição do milho. I - Resultados preliminares. Bragantia, Campinas, v.24, p.XLVII-LIII, 1965. GOODALL, D.W.; GREGORY, F.G. Chemical composition of plants as an index of their nutritional status. East Malling: Imp. Bur. Hort. Plant Crops, 1947. (Technical Communication, 17). Remessa para o laboratório • Identificação da amostra: deve ser feita de forma clara para evitar confusão no laboratório. • Remessa: as amostras devem chegar ao laboratório o mais rápido possível, não mais de 48 horas. As amostras podem ser armazenadas em refrigerador por alguns dias se houver necessidade. É bom evitar remessa em finais de semana, quando correios e laboratórios podem não estar operando. MONITORAMENTO NUTRICIONAL Entende-se por monitoramento o conjunto de procedimentos padronizados no espaço e no tempo. Devem ser demarcados talhões semelhantes quanto a variedades, sistemas de produção, tipo de solo, idade das plantas. Amostragens de solo, folhas e produtividade são os dados básicos para montagem de um sistema de monitoramento. A formação de um banco de dados permite o estabelecimento local de níveis de referência para a área em estudo. O monitoramento pode indicar: • Se as plantas estão adequadamente nutridas ou se algum nutriente está limitando a produção. • Se o programa de adubação em uso fornece um suprimento ótimo de todos os nutrientes para assegurar produtividade e qualidade dos produtos; • Se é necessário suplementar algum nutriente através da adubação de cobertura (N, K, Mg) ou de aplicações foliares 8 (micronutrientes), se ainda houver tempo efetivo para tais práticas; • Se as recomendações, dependendo das práticas de manejo, precisam ser alteradas nos próximos anos, ou aumentando as doses ou o modo de aplicação dos nutrientes; • Se há possibilidade de redução de uso de determinados nutrientes quando as condições econômicas são desfavoráveis, sem grandes prejuízos na produtividade e na qualidade. JONES, C.A. Proposed modifications for DRIS for interpreting plant analyses. Communications in Soil Science and Plant Analyses, v.12, p.785-794, 1981. LAGATU, H.; MAUME, L. Le diagnostic foliare de la pomme de terre. Ann. Ecol. Nat. Agric., Montpellier, v.22, p.50-158, 1934. LUNDEGARDH, H. Die Blattanalyse. G. Fisher Jena Verlag, 1945. MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A de. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1989. 210p. MARSCHNER, H. Mineral nutrition in higher plants. London: Academic Press, Inc., 1986. 674p. MARTIN-PRÉVEL, P.; GAGNARD, J.; GAUTIER, P. Plant Analysis; as a guide to the nutrient requirements of temperate and tropical crops. Technique et Documentation, 1987. MILLS, H.A.; BENTON JONES, J. Plant Analysis Handbook II. MICRO-MACRO Publishing, 1996. 422p. MUNSON, R.D.; NELSON, W.L. Principles and practices in plant analysis. In: WALSH, L.M. & BEATON, J.D. (eds.). Soil testing and plant analysis. Madison: SSSA, 1973. p.223-248. RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed. Campinas: Instituto Agronômico/FUNDAG, 1997. 285p. (Boletim Técnico 100). SMITH, P.F. Mineral analysis of plant tissue. Annual Review of Plant Physiology, Palo Alto, v.13, p.81-108, 1962. TRANI, P.E.; HIROCE, R.; BATAGLIA, O.C. Análises foliar: amostragem e interpretação. Campinas: Fundação Cargill, 1983. 18p. ULRICH, A.; HILLS, F.J. Principles and practices of plant analysis. In: Soil testing and plant analysis. Madison: SSSA, 1967. p.11-24. (Special Publications Series). WALSH, L.M.; BEATON, J.D. Soil testing and plant analysis. Madison: SSSA, 1973. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 DIVULGANDO A PESQUISA 1. POTENCIAL DE CULTURAS DE COBERTURA EM ACUMULAR CARBONO E NITROGÊNIO NO SOLO NO PLANTIO DIRETO E A MELHORIA DA QUALIDADE AMBIENTAL AMADO, T.J.C.; BAYER, C.; ELTZ, F.L.F.; BRUM, A.C.R. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.25, p.189-197, 2001. O solo é um importante componente do ecossistema, influenciando a qualidade do ar e da água. Atualmente, é crescente o interesse pelo potencial que o solo apresenta em seqüestrar carbono e, conseqüentemente, contribuir para mitigar o efeito estufa. Este estudo teve por objetivos avaliar: (a) o potencial da inclusão de plantas de cobertura em sistemas de produção de milho [aveia + ervilhaca, tremoço (posteriormente azevém + ervilhaca), mucuna e feijão-de-porco] em acumular C orgânico e N total num Argissolo Vermelho distrófico arênico, comparativamente ao sistema tradicional pousio/milho e a uma área preservada de campo natural; (b) a contribuição dos sistemas de cultura em plantio direto no seqüestro de CO2 atmosférico pelo solo. Para instalação do experimento, realizaram-se uma lavração e duas gradagens, que acarretaram uma queda acentuada nos estoques de C orgânico e N total nos primeiros quatro anos, em comparação ao campo natural. Do quarto ao oitavo ano, os sistemas de cultura promoveram uma recuperação dos estoques de C e N total, sendo esta maior no sistema milho + mucuna. No oitavo ano, o solo no sistema milho + mucuna apresentou 5,42 Mg.ha-1 de C e 1,27 Mg.ha-1 de N a mais que o solo no sistema pousio/milho, na camada de 0-20 cm. Estimou-se que o sistema tradicional pousio/milho apresentou uma liberação líquida de 4,32 Mg.ha-1 de CO2 em relação ao campo natural, enquanto no sistema milho + mucuna ocorreu um seqüestro de 15,5 Mg.ha-1 de CO2 (Figura 1). A utilização de sistemas conservacionistas de produção de milho é uma eficiente alternativa ao sistema tradicional (pousio/ milho) em acumular matéria orgânica no solo e contribuir para o seqüestro do CO2 atmosférico em solos agrícolas e, portanto, para a melhoria da qualidade ambiental. 2. ESCÓRIA DE SIDERURGIA E CALCÁRIO NA DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO DE UM LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO CULTIVADO COM CANADE-AÇÚCAR FERNANDES, F.M.; PRADO, R. de M. In: FERTBIO 2000 BIODINÂMICA DO SOLO, Santa Maria, 2000. Resumos... Santa Maria: UFSM, 2000. p.88. Uma das formas apontadas para aumentar a eficiência da fertilização fosfatada seria a utilização de ânions (silicatos) competidores com fosfatos pelos mesmos sítios de adsorção. No entanto, uma das fontes de silicatos mais abundantes e de baixo custo no Brasil é a escória de siderurgia. Tendo como objetivo avaliar em condições de campo o efeito da escória de siderurgia comparado ao do calcário na concentração do P disponível do solo, cultivado com cana-de-açúcar (cana-planta), instalou-se um experimento em Ituverava-SP, em um Latossolo Vermelho-Amarelo, onde foi aplicado calcário calcítico e escória de aciária, objetivando elevar a saturação por bases a 50%, 75% e 100%, além da testemunha sem correção. Pelo efeito linear da escória no P-disponível do solo em detrimento da ausência de relação quando se aplicou calcário, sugere-se que o efeito positivo da escória se deve mais ao “efeito do silicato” do que ao “efeito do pH”. Nesta mesma linha, observou-se também uma relação direta linear entre as concentrações de P do solo e a produção de colmos apenas com a aplicação da escória. Portanto, o uso agronômico da escória pode contribuir para aumento da eficiência da adubação fosfatada em solos semelhantes ao estudado, com reflexo na produtividade. 3. TEORES DE NUTRIENTES NO CAULE, PECÍOLO E LIMBO DA BATATEIRA EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA REIS JR., R. dos; MONNERAT, P.H. Scientia Agricola, v.57, n.2, p.251-255, 2000. Figura 1. Estimativa do seqüestro e emissão de CO2 em diferentes sistemas de produção de milho sob plantio direto, incluindo plantas de cobertura, em comparação ao campo natural (linha base). Para avaliar a composição mineral em órgãos da batateira em função da adubação potássica, foi realizado experimento com doses de potássio (0, 60, 120, 240, 480 e 960 kg.ha-1 de K2O) delineado em blocos casualizados com quatro repetições. Duas plantas por parcela foram amostradas aos 48 dias após a emergência das plantas para avaliar teores de N, P, K, Ca, Mg, S, Cu, Mn e Zn no caule, pecíolo e limbo da folha recém-madura. Recomenda-se utilizar o pecíolo da batateira para avaliar o status de N, P, K, Ca, Mg e Cu e utilizar o limbo da batateira para avaliar o status de S, Mn e Zn. O caule não foi um bom indicador do estado nutricional em relação ao S. A aplicação de 353,4 kg.ha-1 de K2O proporcionou a máxima produtividade de tubérculos (30,5 t.ha-1) e teores de N, P e Cu no pecíolo iguais a 25,9 g.kg-1, 1,4 g.kg-1 e 9,7 mg.kg-1, respectivamente, e teores de S, Mn e Zn no limbo iguais a 4,0 g.kg-1, 155,2 mg.kg-1 e 59,4 mg.kg-1, respectivamente. Estas informações devem ser utilizadas na construção de banco de dados de teores adequados de nutrientes em diferentes partes da batateira e, assim, auxiliar a diagnose nutricional dessa cultura. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 9 4. DISPONIBILIDADE DE POTÁSSIO E SUAS RELAÇÕES COM CÁLCIO E MAGNÉSIO EM SOJA CULTIVADA EM CASA DE VEGETAÇÃO 6. HÍBRIDOS DE AMOREIRA ADUBADOS COM MATÉRIA ORGÂNICA E GESSO AGRÍCOLA NA PRODUÇÃO DE BICHO DA SEDA OLIVEIRA, F.A. de; CARMELLO, Q.A. de C.; MASCARENHAS, H.A.A. Scientia Agricola, v.58, n.2, p.329-335, 2001. BELLIZZI, N.C.; MARCHINI, L.C.; TAKAHASHI, R. Scientia Agricola, v.58, n.2, p.349-355, 2001. A falta de resposta da soja à aplicação de K em elevadas quantidades pode estar relacionada com suas interações com o Ca e o Mg do solo e, portanto, com a calagem. O objetivo deste trabalho foi avaliar a nutrição potássica da soja em relação ao cálcio e ao magnésio do solo, por um experimento em vasos protegidos, sob casa de vegetação, utilizando-se um Latossolo VermelhoAmarelo distrófico típico, textura média, disposto num esquema fatorial 5 x 7 em blocos casualizados, com quatro repetições. Aplicaram-se, 40 dias antes da semeadura, cinco níveis de calcário dolomítico calcinado (0, 500, 1.000, 1.500, 2.000 mg.dm-3), combinados com sete níveis de K (0, 15, 30, 45, 60, 75, 90 mg.dm-3), aplicados na forma de KCl, previamente à semeadura. Em cada vaso, cultivaram-se quatro plantas de soja inoculadas com Bradyrhizobium japonicum, cultivar precoce IAC-17, com 112 dias de ciclo. Avaliaram-se duas plantas de cada vaso no estádio R2 (florescimento pleno) e duas no estádio R8 (maturação plena). Quando a relação (Ca + Mg)/K trocável no solo foi superior a 36 ou a relação dos teores foliares (Ca + Mg)/K superior a 3,6, foram verificadas as menores produções de material vegetal em plantas com sintomas de deficiência e teores foliares reduzidos de K. Por outro lado, as maiores produções, aliadas ao maior equilíbrio dos teores foliares de K, Ca e Mg, foram obtidas quando a relação (Ca + Mg)/K trocável no solo apresentava-se entre 20 e 30. A relação (Ca + Mg)/K trocável no solo mostrou-se um índice importante de avaliação da disponibilidade do K no solo para a cultura da soja. A recomendação de adubação potássica para a cultura da soja também deve considerar a quantidade de calcário aplicada. A variedade de amoreira e a nutrição da mesma são fatores determinantes na produção de massa verde pela planta, no desenvolvimento do bicho-da-seda e na sua produção de casulos. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da matéria orgânica (2 kg de esterco de galinha/planta) e matéria orgânica associada ao gesso agrícola (2 kg de esterco de galinha/planta + 250 g de gesso agrícola/planta) em três híbridos de amoreira, IZ 64, IZ 19/13 e IZ 56/4, sobre a produção de folhas e ramos da amoreira, peso e teor líquido de seda dos casulos do bicho-da-seda. 5. RESPOSTA DA ALFAFA A FONTES DE FÓSFORO ASSOCIADAS AO GESSO E À CALAGEM SARMENTO, P.; CORSI, M.; CAMPOS, F.P. de. Scientia Agricola, v.58, n.2, p.381-390, 2001. O fósforo é um dos nutrientes mais importantes na produção de alfafa nos solos brasileiros. Diversas fontes de P são disponíveis no mercado e o fosfato de Gafsa (FG) é considerado tão eficiente como solúvel. A eficiência dos adubos fosfatados é afetada pela acidez do solo. O uso do gesso associado ao FG pode corrigir o perfil do solo em relação ao alumínio e diminuir a fixação do P no solo. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar num experimento em vasos a eficiência do superfosfato triplo (ST), do FG e do FG com gesso, aplicados antes e depois da calagem, nas doses de 50, 100 e 200 mg P.dm-3. Foi utilizado um solo classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo Alumínico. Foram efetuados três plantios de alfafa, realizando-se um corte no primeiro plantio e três cortes no terceiro. Com o ST obteve-se maior produção de matéria seca (MS) (3,3 g/vaso) do que com o FG (1,0 g/vaso) no primeiro plantio. Mas no terceiro plantio ocorreu menor produção de MS com o uso do ST (2,4 g/vaso) do que com o FG (6,0 g/vaso). O gesso com FG elevou a produção de MS (7,0 g/vaso) em relação ao FG (3,7 g/vaso) no terceiro plantio. A aplicação do ST depois da calagem aumentou a produção de MS (5,0 g/vaso) comparada à aplicação antes da calagem (3,7 g/vaso), no primeiro plantio. Não houve efeito do momento de calagem para o FG com ou sem gesso. 10 O híbrido IZ 56/4 e a adubação com matéria orgânica associada ao gesso agrícola proporcionaram as melhores produções de folhas e de ramos pela amoreira, influenciando positivamente no peso médio dos casulos da seda e no teor líquido de seda dos mesmos. 7. POTENCIALIDADE DO SISTEMA “ALLEY CROPING” PARA RECUPERAÇÃO DE SOLOS ALTERADOS POR ATIVIDADES AGRÍCOLAS NO MUNICÍPIO DE IGARAPÉ-AÇU, PARÁ ROSA, L. dos S.; OLIVEIRA, F. de A.; VELASCO, V.; ALBÉRIO, V.E.V. Revista Ciências Agrárias, n.34, p.107120, 2000. Dentre os sistemas agroflorestais existentes, pode-se destacar o sistema agrossilvicultural “alley croping” (cultivo em faixa ou aléias), no qual espécies agrícolas são cultivadas entre faixas de espécies leguminosas de rápido crescimento. Este sistema favorece a proteção da camada superficial do solo pela formação de uma cobertura morta, obtida com a poda do componente arbóreo, e que pode ser ainda incorporada ao solo como adubo verde. Assim, um desenho modificado do “alley croping” composto pelas espécies Inga edulis (ingá cipó), e Vigna unguiculata var. IPEAN V-69 (caupi) foi utilizado visando definir um arranjo espacial que proporcionasse o mínimo de competição e o máximo de produtividade dos componentes estudados, em solos alterados por atividades agrícolas. Este experimento foi desenvolvido na Fazenda Experimental da Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, localizada no Município de Igarapé-Açu, situado entre as coordenadas geográficas: 0o 45’15” e 1o39’ de latitude Sul e 46o 16’e 48o 15’ de longitude Oeste. Foram avaliados a sobrevivência, o crescimento e a produção de fitomassa do Inga, assim como o rendimento de grãos do caupi. Para tanto, utilizou-se um delineamento experimental em blocos ao acaso com sete repetições e quatro tratamentos: T1 = Inga 4 m x 1 m + caupi; T2 = Inga 6 m x 1 m + caupi; T3 = Inga 4 m x 2 m + caupi e T4 = monocultivo de caupi. Os dados obtidos mostraram que o espaçamento 4 m x 1 m foi o que apresentou melhores resultados em termos de sobrevivência, de produção de fitomassa do ingá e de rendimento de grãos de caupi. A espécie Inga edulis, devido ao seu padrão de resposta em termos de sobrevivência, crescimento e produção de fitomassa, apresenta-se como uma espécie promissora para ser utilizada em sistema “alley croping” implantado em solos ácidos, assim como para recuperação de solos alterados por atividades agrícolas. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 8. ALTERAÇÕES ELETROQUÍMICAS DE UM LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO TRATADO COM CARBONATO E SULFATO DE CÁLCIO WADT, P.G.S. Scientia Agricola, v.57, n.3, p.519-524, 2000. Amostras de um Latossolo Vermelho-Amarelo, argiloso, coletadas do horizonte A e Bw de solo sob floresta e pastagem foram utilizadas no estudo da movimentação de cátion. As amostras dos solos A-floresta e A-pastagem foram tratadas com carbonato de cálcio, sulfato de cálcio ou com a mistura destas fontes de cálcio, com o propósito de avaliar seus efeitos sobre as principais reações eletroquímicas do solo, principalmente em relação à adição de sulfato. A seguir, as amostras foram colocadas em potes sobre as amostras Bw. Após a incubação, foram lixiviadas com sete volume-poros de água destilada, em aplicações semanais. Terminado o período de lixiviação, procedeu-se à análise de cálcio, magnésio, potássio, e alumínio trocáveis, pH em água, pH em KCl 1 mol.L-1, acidez potencial e determinação do ponto de efeito salino nulo (PESN). Nas amostras superficiais, a aplicação de sulfato de cálcio resultou em diminuições do teor de alumínio trocável, sem alterar a CTC-efetiva, a CTC a pH 7,0, o PESN, sendo a principal reação de sulfato provavelmente sua precipitação com o alumínio. Nas amostras subsuperficiais, a aplicação de sulfato de cálcio resultou em alterações no PESN, CTCefetiva e CTC a pH 7,0, sem diminuir os teores de alumínio trocável, sendo que a principal reação do sulfato com o solo foi, provavelmente, de adsorção química. A aplicação isolada de carbonato de cálcio neutralizou a acidez, em todos os seus componentes, de forma mais eficiente que os demais tratamentos, sendo que a mistura das duas fontes de cálcio proporcionou alterações na acidez do solo comparáveis à aplicação isolada de carbonato de cálcio. 9. DISPONIBILIDADE DE ZINCO EM FUNÇÃO DA TEXTURA E DO pH DO SOLO NO CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAFEEIRO (Coffea arabica L.) SOUZA, C.A.S.; GUIMARÃES, P.T.G.; NOGUEIRA, F.D.; FURTINI NETO, A.E. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS CAFEEIRAS, 23., Manhuaçu, 1997. Trabalhos apresentados... Rio de Janeiro: MAA/PROCAFÉ/PNFC, 1997. p.112-113. Os resultados encontrados mostraram que tanto a textura do solo como o pH interferem na disponibilidade de zinco para as plantas de cafeeiro. No solo de textura arenosa, as plantas apresentaram maior crescimento com as dosagens mais baixas de zinco, para o pH natural do solo e a pH 5,5. Para os solos de textura média e muito argilosa, as maiores respostas em crescimento das plantas foram obtidas com pH 5,5 e com dosagens mais elevadas de zinco. Em pH 6,5, em todos os solos as plantas apresentaram decréscimos para as características de crescimento avaliadas. Baseando-se nos resultados, podemos afirmar que: • A disponibilidade de zinco para as plantas de cafeeiro foi influenciada pela textura do solo e pelo pH. • No solo com textura mais arenosa as doses de zinco necessárias para o maior crescimento da planta foram inferiores aos solos com textura mais argilosa, devido ao menor poder tampão do solo. • Quando o pH do solo passou do seu nível natural para 5,5, houve maior crescimento das plantas. Porém, ao passar de 5,5 para 6,5 houve um decréscimo no crescimento das plantas. 10. CRITICAL TISSUE CONCENTRATION AND CHLORIDE REQUIREMENTS FOR WHEAT ENGEL, R.E.; BRUCKNER, P.L.; ECKHOFF, J. Soil Science Society of America Journal, v.62, p.401-405, 1998. Previous research in the Pacific Northwest and Great Plains has provided evidence that wheat (Triticum aestivum L.) yields are often improved by Cl- fertilization. Published reports on critical tissue concentrations and Cl- requirements for wheat are few in number. Our objectives were to define a critical plant Cl- concentration (head emergence) for maximum yield, develop a Cl fertilizer recommendation, and determine the effect of Cl- fertilizer on grain protein. Thirty-two field experiments (18 winter and 14 spring wheat) were conducted in Montana between 1988 and 1995. Experiments included comparisons with multiple cultivars and Cl- rates (0-90 kg ha-1). Relative yield vs. plant Cl- concentration relationships were assessed from 219 cultivar x experiment episodes. Three zones of Cl- status were identified: (i) a deficiency zone, plant Cl- < 1.0 g kg-1, where significant (P < 0.10) yield responses to applied Cl- occurred in 59 of 86 episodes (69%); (ii) an adequate Cl- status zone, plant Cl- > 4.0 g kg-1, where yield responses occurred in only 2 of 44 episodes (< 5%); and (iii) a critical range between these two zones, where responses were observed in 25 of 89 episodes (28%). Regression of plant Clconcentration on soil (0-60 cm) plus fertilizer Cl- revealed that deficient, critical range, and adequate Cl- zones were associated with < 7.5, 7.5 to 32, and > 33 kg Cl- ha-1, respectively. The proposed guideline for wheat is to add sufficient Cl- to reach the upper end of the critical range (4.0 g kg-1 plant Cl -). This recommendation ensures adequate Cl- nutrition for maximum yield and kernel weight, although at some sites a slight reduction in grain protein (0.5%) may result. 11. INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE MOLIBDÊNIO NA PRODUTIVIDADE DO ARROZ (Oryza sativa) SUNDIN, M.F.C.A.; ALVES, J.M.; BRITO, H.N.F. de; BALDANI, V.L.D.; NETO, J.J. In: FERTBIO 2000 - BIODINÂMICA DO SOLO, Santa Maria, 2000. Resumos... Santa Maria: UFSM, 2000. p.137. O arroz constitui a principal fonte fornecedora de calorias na alimentação de 2/3 da população mundial e tem o nitrogênio como um dos fatores limitantes de sua produção. No metabolismo do nitrogênio o molibdênio desempenha relevante papel, sendo essencial tanto para o processo de redução do nitrato como para a fixação biológica do nitrogênio atmosférico. Neste trabalho foi estudada a influência da aplicação de molibdênio combinada com diferentes fontes de N na produtividade de cultivares de arroz. O delineamento experimental foi fatorial em blocos ao acaso, com três cultivares de arroz (Caiapó, Maravilha e Primavera), quatro fontes de nitrogênio (Uréia - 80 kg.ha-1, Nitrato de cálcio - 80 kg.ha-1, N2 sementes peletizadas com Herbaspirilum seropedicae ZAE/94 e testemunha sem nitrogênio) e quatro doses de molibdênio na forma de molibdato de amônio (75, 150 e 300 g.ha-1 e testemunha sem molibdênio). Foram observadas diferenças estatísticas entre as diferentes fontes de Mo aplicadas nos tratamentos. Embora não tenham ocorrido diferenças estatísticas no tratamento inoculado com Herbaspirilum, aumentos crescentes da produtividade foram observados com o aumento das doses de Mo aplicadas nas três cultivares, destacando-se a cultivar Caiapó. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 11 12. TEORES DE MICRONUTRIENTES EM FOLHAS DE DENDEZEIROS SADIOS E COM SINTOMAS DE AMARELECIMENTO FATAL 14. BORO EM ERVILHA CULTIVADA EM SOLOS DE VÁRZEA: PRODUÇÃO E NÍVEIS CRÍTICOS NO SOLO E NA PLANTA VIÉGAS, I. de J.M.; FRAZÃO, D.A.C.; FURLAN JÚNIOR, J.; TRINDADE, D.R.; THOMAZ, M.A.A. In: FERTBIO 2000 - BIODINÂMICA DO SOLO, Santa Maria, 2000. Resumos... Santa Maria: UFSM, 2000. p.85. AZEVEDO, W.R. de; FAQUIN, V.; OLIVEIRA JÚNIOR, A.C. de. In: FERTBIO 2000 - BIODINÂMICA DO SOLO, Santa Maria, 2000. Resumos... Santa Maria: UFSM, 2000. p.72. O dendezeiro constitui-se numa opção para o aproveitamento das áreas alteradas na Amazônia brasileira por sua característica de atuar sobre o sistema ecológico semelhante à floresta. O Estado do Pará apresenta uma área de aproximadamente 8,0 milhões de hectares com condições edafoclimáticas favoráveis à dendeicultura. A expansão da dendeicultura tem sido preocupante, devido ao aparecimento de uma anomalia conhecida pelo nome de Amarelecimento Fatal (AF) do dendezeiro, embora os trabalhos até agora mostraram que a mesma é de caráter não infeccioso, indicando a possibilidade de que seja devido a um desequilíbrio fisiológico provocado pela falta ou excesso de nutrientes ou da interação negativa entre os mesmos. Dessa forma, realizou-se um ensaio exploratório na área da plantação industrial da Denpasa, Estado do Pará, foco do AF, com o objetivo de verificar a concentração dos micronutrientes Cu, Fe, Mn e Zn nas folhas 1, 9 e 17 em dendezeiros comerciais (Tenera), sadios e com sintomas de AF, e no híbrido (Elaeis oleifera x Elaeis guineensis) que é resistente ao Amarelecimento Fatal. Avaliaram-se a resposta de plantas de ervilha (Pisum sativum L.) à aplicação de B em solos de várzea e os níveis críticos inferiores (para 90% da produção máxima) e superiores (para redução de 10% da produção máxima) do micronutriente nos solos e na planta. Utilizaram-se amostras (0-20 cm) de solos Aluvial (A), Glei Pouco Húmico (GP), Glei Húmico (GH) e Orgânico artificialmente drenado (O), previamente cultivados com rabanete, os quais receberam correção, adubação básica e seis doses de B (0; 0,25; 0,50; 1,50; 3,00 e 6,00 mg.dm-3). Em cultivo subseqüente, conduziu-se o experimento de ervilha, cujas sementes foram inoculadas com estirpes específicas de rizóbio (BR 618 e BR 619), em delineamento inteiramente casualizado com três repetições, em esquema fatorial 4 x 6, sendo quatro solos e seis doses de B. Cultivou-se três plantas por vaso de 3 dm3 durante 56 dias. Avaliou-se os teores de B nas folhas e a massa seca de vagem (MSV). A ervilha respondeu à aplicação de B em todos os solos, com ajuste raiz quadrada entre a MSV e as doses do micronutriente. Nos solos, os níveis críticos inferiores de B variaram de 0,89 a 1,02 mg.dm-3 e superiores de 2,97 a 3,38 mg.dm-3. Nas folhas da ervilha, os níveis críticos inferiores variaram de 7,08 a 22,15 mg.kg-1 e os superiores de 20,86 a 48,62 mg.kg-1. Conclui-se que esses micronutrientes são suspeitos de serem responsáveis pela ocorrência do amarelecimento fatal do dendezeiro, havendo necessidade de incrementar pesquisas sobre a interação entre nutrição mineral e amarelecimento fatal. 13. BORO EM ERVILHA CULTIVADA EM SOLOS DE VÁRZEA: ATIVIDADE DA NITROGENASE AZEVEDO, W.R. de; FAQUIN, V.; MOREIRA, F.M.S.; OLIVEIRA JÚNIOR, A.C. de; LISBOA, C.C. In: FERTBIO 2000 - BIODINÂMICA DO SOLO, Santa Maria, 2000. Resumos... Santa Maria: UFSM, 2000. p.72. Avaliou-se o efeito da aplicação de B em solos de várzea na fixação simbiótica de nitrogênio em ervilha (Pisum sativum L.). Utilizaram-se amostras (0-20 cm) de solos Aluvial (A), Glei Pouco Húmico (GP), Glei Húmico (GH) e Orgânico artificialmente drenado (O), previamente cultivados com rabanete, os quais receberam correção, adubação básica e seis doses de B (0; 0,25; 0,50; 1,50; 3,00 e 6,00 mg.dm-3). Em cultivo subseqüente, conduziu-se o experimento de ervilha, cujas sementes foram inoculadas com estirpes específicas de rizóbio (BR 618 e BR 619), em delineamento inteiramente casualizado com três repetições, em esquema fatorial 4 x 6, sendo quatro solos e seis doses de B. Cultivou-se três plantas por vaso de 3 dm3. Para verificação de estirpes nativos de rizóbio, quatro vasos, de cada classe de solo, foram conduzidos sem inoculação das sementes. As plantas foram coletadas aos 30 dias, em pleno florescimento, para se avaliar a atividade da nitrogenase. Os resultados mostraram que não existiram espécies nativas de rizóbio que nodularam a ervilha. A nodulação foi efetiva somente para os solos GP e O. Nesses solos, a atividade da nitrogenase foi influenciada pelas doses de B. 12 15. DECOMPOSIÇÃO DE ADUBOS VERDES E EFEITOS NO RENDIMENTO DO MILHO EM SISTEMAS COM PREPARO E SEM PREPARO DO SOLO CARVALHO, A.M. de; SODRÉ FILHO, J. In: FERTBIO 2000 - BIODINÂMICA DO SOLO, Santa Maria, 2000. Resumos... Santa Maria: UFSM, 2000. p.58. No Cerrado, temperatura e radiação solar favorecem a decomposição, representando limitações à cobertura do solo. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com parcelas subdivididas e três repetições. Para determinar a taxa de decomposição foram pesadas 10 gramas de matéria seca em estufa a 60 oC durante 72 horas e colocadas em litter bats. Antes da semeadura do milho, eles foram retirados, separando-se quatro dos oito de cada subparcela para avaliar a taxa de decomposição. Após a semeadura, quatro foram colocados em superfície (plantio direto) ou enterrados a 10 cm (incorporação). Na colheita, foram retirados para calcular a decomposição. O nabo forrageiro produziu maior quantidade de matéria seca. Na seca, girassol, Crotalária ocroleuca e nabo forrageiro apresentaram as maiores taxas de decomposição, enquanto para milheto, mucuna-cinza e guandu esses valores foram menores. Na época chuvosa, o feijão-bravo-do-ceará apresentou um dos menores índices de decomposição. O plantio convencional resultou em maior decomposição na estação chuvosa. O feijão-bravo-do-ceará proporcionou maiores rendimentos de milho, enquanto girassol e vegetação espontânea resultaram nos menores valores. No sistema convencional, os rendimentos foram mais elevados. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 Manejo do solo CONSIDERAÇÕES SOBRE MANEJO DO SOLO EM CULTURAS PERMANENTES José Carlos Gonçalves1 E m 1978, quando iniciei o cultivo de café na Fazenda São João do Alto, em Cajuru, Estado de São Paulo, adotei uma série de procedimentos técnicos sobre manejo do solo, pouco usuais na época. A rigor, aquela metodologia que estava iniciando contrariava os paradigmas agronômicos vigentes, ensejando contestações e críticas. • Estabelecimento de uma ação “antipercolante” e de reciclagem de nutrientes, que no sistema convencional se perderiam por lixiviação em períodos de excedentes hídricos; • Aumento da microbiota do solo; • Diminuição da compactação do solo, seja pelo efeito amortecedor da cobertura, seja pelo menor uso de máquinas agrícolas; O idealizador e pioneiro dessa tecnologia foi o Eng o Agro Adolpho Chebabi, do qual tive o privilégio de ser assistente na Seção de Café da Divisão de Assistência Técnica Especializada (DATE), em Campinas, pertencente à Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. • Diminuição da amplitude térmica do solo, entre dia e noite, com reflexos positivos no crescimento e produção dos cafeeiros, principalmente nos primeiros anos de vida do cafezal. Em essência a técnica preconizava: • Reduzir as capinas nas ruas dos cafezais; • Adubar o cafezal e também as ervas daninhas para que estas não prejudicassem os cafezais, principalmente no início de implantação do processo; • Eliminar rapidamente as ervas em períodos de deficiência hídrica; • Após as capinas, deixar os restos vegetais como cobertura do solo. Com isso, obter-se-iam os seguintes resultados principais: • Aumento do teor de matéria orgânica do solo, com todos os seus benefícios amplamente conhecidos; • Diminuição do processo erosivo; Em 1988, Dr. Bernardo van Raij, do Instituto Agronômico de Campinas, iniciou uma série de experimentos na qual a Fazenda São João do Alto foi incluída, visando o desenvolvimento do sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS) no cafeeiro. Os dados obtidos nos cafezais submetidos ao “cultivo mínimo” foram surpreendentes, visto que os resultados de análises de solo contrariavam parâmetros convencionais baseados em valores analíticos consagrados. A surpresa foi tal que toda a equipe da Seção de Solos mais especialistas em Fisiologia Vegetal do IAC se deslocaram até a Fazenda para verificar “in loco” as áreas com resultados tão inesperados. Observaram estes colegas que algumas amostras de solo apresentaram teores de matéria orgânica acima de 5% (Tabelas 1 e 2), e mesmo com baixa saturação por bases as plantas apresentavam teores foliares dos nutrientes na faixa adequada e alta produtividade. Tabela 1. Resultado da análise de solo da Fazenda São João do Alto, Cajuru-SP, em 1986. P-resina µg/cm3 µ M.O. pH % CaCl2 K 17 5,2 5,0 Ca Mg H + Al S T V - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - meq/100 g solo - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - % 0,33 45 1,9 1,0 3,9 3,2 7,1 Tabela 2. Resultado da análise de solo da Fazenda São João do Alto, Cajuru-SP, em 1989. Prof. M.O. pH cm % CaCl2 Linha 0-5 0-20 20-40 40-60 5,2 4,2 3,8 3,2 Rua 0-5 0-20 20-40 40-60 5,2 5,1 4,3 3,1 Tratamento 1 K Ca Mg H + Al S T V Al S-SO4 - - - - - - - - - - - - - - - meq/100 g solo - - - - - - - - - - - - - - ----%---- ppm 4,2 4,2 4,3 4,6 0,28 0,17 0,17 0,13 1,1 0,8 0,9 0,3 0,2 0,2 0,2 0,3 7,6 7,6 6,1 3,6 1,6 1,2 1,3 1,2 9,2 8,3 7,4 4,8 17 14 18 25 0,7 0,6 0,4 0,1 68,2 77,8 88,4 36,2 5,1 5,0 4,9 5,0 0,14 0,18 0,14 0,11 2,5 2,5 1,9 1,2 0,9 0,9 0,7 0,4 3,7 4,0 3,6 2,9 3,5 3,6 2,7 1,7 7,2 7,6 6,3 4,6 49 47 43 37 0,0 0,1 0,1 0,0 0,7 9,4 14,7 Engo Agro, Cafetotal, São Sebastião do Paraíso-MG. Telefone: (35) 3531-4034. E-mail: [email protected] INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 13 Manejo do solo Com o passar do tempo, o processo foi sofrendo adequações, procurando-se sua otimização. Exemplos: • Emprego de sub-dosagem de herbicidas sistêmicos; • Variação do tipo de herbicida e sua intercalação com o • Menor suscetibilidade aos ataques de pragas e doenças; • Produtividade média maior que a regional; • Menor oscilação do ciclo bienal de produção do cafeeiro; • Reação mais favorável às podas, com recuperação e enfolhamento mais rápidos. cultivo mecânico (roçada); • Pulverizações do cafezal realizadas com cobertura do solo viva. No período de 20 anos pude constatar alguns resultados positivos desse manejo, dentre os quais destaco: Atualmente, estou estendendo essa tecnologia para a fruticultura (abacate), com bons resultados. Algumas alterações foram inseridas, em função de condições específicas, como a introdução de leguminosas, como a mucuna cinza (Stizolobium cinereum). sidades climáticas, como a estiagem ocorrida em 1985 e a geada de 1994; A vivência, as informações e principalmente os resultados alcançados encorajam-me a pensar em novos saltos rumo à excelência tecnológica, buscando, onde for possível, novos conhecimentos para a concretização da agricultura sustentável. Cafezal de 22 meses com manejo de braquiária intercalar. Essa braquiária também tem a função de quebra-vento. Densa cobertura morta de braquiária, atingindo 40 cm de espessura. Note o volume significativo de palha sobre o solo. Mix de grande sustentabilidade: abacate, café, cobertura viva e cobertura morta. Mucuna perenizada germinando sob cobertura morta de braquiária após as primeiras chuvas. Abacate com manejo controlado de braquiária e mucuna cinza. • Os cafezais se mostraram muito menos sensíveis à adver- 14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 PAINEL AGRONÔMICO ARRUAÇÃO MÍNIMA TRAZ BONS RESULTADOS PARA O SOLO O sistema de arruação mínima, ou permanente, garante uma melhoria no solo, propiciando, em alguns casos, diminuição do nível populacional do bicho mineiro. O sistema também pode ser útil no controle de ervas daninhas na lavoura de café. A simples trituração das folhas sobre o solo é responsável pelo aparecimento de uma camada – mulch – que faz com que a semente não tenha uma germinação tão rápida como ocorre em solos convencionais, além de propiciar uma melhoria na qualidade física e química do solo (Informativo Garcafé, Garça, n.63, 2001. p.13). SUCESSO DA VESPA CONTRA A MOSCA-DAS-FRUTAS E A LAGARTA DO MILHO Diminuir as perdas na plantação e atender às exigências cada vez maiores do mercado externo na aquisição de frutas sem resíduos químicos são dois fatores que impulsionam o controle biológico de pragas. Em São Paulo, entre os citricultores já é famoso o uso da vespa Diachasmimorpha longicaudata no combate a uma espécie de mosca-das-frutas, a Ceratitis capitata, e cerca de 50 do gênero Anastrepha. A infestação por Ceratitis pode causar perdas de até 25% na produção de frutas. O controle acontece de forma natural. A vespa ataca as larvas das moscas no interior da fruta e coloca nelas os ovos de sua espécie. A larva da vespa, então, passa a se alimentar da pupa da mosca. “Assim, são reduzidos a população de moscas e o uso de inseticidas”, afirma Júlio Marcos Melges Walder, professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), de Piracicaba, da USP. Ele coordena uma verdadeira fábrica de vespas dentro do Cena. No ano passado, quando a produção ficou à disposição dos agricultores, 30 milhões de vespas foram comercializadas em forma de pupa para serem criadas no campo. O estudo da vespa foi iniciado no Brasil em 1994, quando a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) trouxe esse inseto da Flórida, nos Estados Unidos, e distribuiu para alguns centros de pesquisa. Outro tipo de controle de pragas – a esterilidade dos insetos – também está em estudo no Cena. Esse método consiste em criar a Ceratitis e esterilizar essa população com o uso da radiação de cobalto. Ao liberar os insetos estéreis, eles passam a acasalar com os férteis do campo sem possibilidade de crias. Depois de algumas gerações, a população de moscas pode ser erradicada. Esse tipo de técnica está na mira da Embrapa, que deve instalar no país uma fábrica de machos estéreis de mosca-defruta para produzir 200 milhões de insetos por semana. A verba, de US$ 2,5 milhões, é do Banco Mundial. A fábrica poderá ser instalada na Bahia, no Ceará ou em Pernambuco. A decisão será da Agência Internacional de Energia Atômica, que ainda este ano vai examinar as regiões candidatas (Pesquisa FAPESP, n. 66, agosto/2001). Outra tecnologia desenvolvida pela Embrapa é a criação em laboratório da vespa, chamada tricograma, para controle biológico da lagarta do cartucho, uma das principais pragas do milho, e o desenvolvimento também do baculovirus, que é um vírus específico para essa lagarta. Quando a lagarta ataca as lavouras faz grandes estragos, chegando a ocasionar perdas de até 40%, ou mais em algumas áreas. A praga ataca de diversas formas: na fase infantil (raspando as folhas), como lagarta (estragando a espiga) e como mariposa adulta (fazendo a postura de ovos). A época ideal para fazer as aplicações é quando ela ainda está pequena, pois é mais fácil e rápido combatêla. É necessário o acompanhamento constante da lavoura, por parte do produtor, para detectar a postura da lagarta e liberar a vespa em um período de cerca de três dias, período médio da eclosão dos ovos. As vespas são comercializadas em cartelas com 30 a 35 mil vespas cada. Para cada hectare é recomendável cerca de 100 mil vespinhas. A Embrapa envia o material via sedex, e o produtor, ao recebê-lo, precisa percorrer a lavoura liberando essas vespas, a cada 20 metros (Jornal da Coopavel, março/2001, p.13). CANCRO CÍTRICO EXPANDE-SE NA FLÓRIDA Técnicos da Flórida já admitem que estão fracassando na luta para controlar a expansão do cancro cítrico. Isso ocorre um ano e meio após o governador da Flórida, Jeb Bush (irmão do presidente George W. Bush) haver declarado estado de emergência nas áreas atacadas. Cerca de 2 milhões de árvores de limão foram erradicadas, no esforço de paralisar a difusão da doença. A população está pedindo que o Estado admita o fracasso e paralise o programa de quarentena e destruição de árvores, que já dura seis longos anos (Informativo Centro de Citricultura, n.77, p.2). NITROGÊNIO NA BASE É FUNDAMENTAL PARA O MILHO Experimentos de dois anos com variáveis de nitrogênio na base e na cobertura do milho, na área experimental da Coopermil, de Santa Rosa/RS, demonstraram que as respostas variam conforme o regime de chuvas da região. Segundo Sérgio Schneider, engenheiro agrônomo da Coopermil, “como o potencial produtivo, nas nossas condições, é relativamente baixo, e a perda em cobertura, principalmente da uréia, é maior, a colocação de nitrogênio na base é um ponto fundamental”. Nos dois anos em que o experimento com doses e épocas de N na cultura do milho foram efetuados, a melhor resposta, na área da Coopermil, foi para a dose total, aplicada na base (Figura 1) (Revista Plantio Direto, n.65, p.13, 2001). Figura 1. Efeito do nitrogênio na base e em cobertura no milho. Coopermil 2000/2001. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 15 Sites Agrícolas WWW ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Visitem nosso website: www.potafos.org Temos informações sobre o consumo de fertilizantes no Brasil, pesquisas e publicações recentes, DRIS para várias culturas, links importantes, e muito mais... ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ O SITE TÉCNICO DA AGROECOLOGIA www.agrorganica.com.br Saiba tudo sobre agricultura orgânica e agroecologia. ALCOPAR www.alcopar.org.br Informativo mensal da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná. AGROLINK www.agrolink.com.br O portal do conteúdo agropecuário. INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA www.inmet.gov.br UNESP - ILHA SOLTEIRA www.agr.feis.unesp.br O Website da Unesp-Ilha Solteira apresenta assuntos diversos divididos em estações. Entre outros, os seguintes: • Irrigação: www.agr.feis.unesp.br/ irrigacao.html • Pesquisas: www.agr.feis.unesp.br/ pesquisas.htm • Eventos: www.agr.feis.unesp.br/ palestas.htm • Textos técnicos: www.agr.feis.unesp. br/papers.htm • Grupo de discussão: www.agr.feis. unesp.br/irriga-l.htm COOPAVEL Site da Cooperativa Agropecuária Cascavel Ltda. AGRONEGÓCIO AGRICULTURA CONSERVACIONISTA As vantagens de estar conectado à tecnologia e aos negócios pela internet, com acesso livre. 16 COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR www.urano.cdtn.br/ Comentários sobre o uso de energia nuclear. SCIENCE MAGAZINE www.sciencemag.org Revista semanal da comunidade científica. • Clima: www.agr.feis.unesp.br/clima. htm Divulga a previsão do tempo diária para 91 municípios brasileiros, fornece prognósticos de ventos, pressão e temperatura. Expõe fotos de fenômenos e curiosidades relativas ao clima. www.agrolink.com.br OUTRAS CIÊNCIAS www.copavel.com.br www.relaco.cjb.net Conheça a rede latino-americana de agricultura conservacionista. JASON PROJECT www.jasonproject.org/ Site informativo para jovens. THE SCHOOL OF PITAGORAS www.new-universe.com/ pythagoras/ Teoremas e aplicações. MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL www.nhm.ac.uk/ Museu de Londres com filmes, imagens e agenda de eventos. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS EVENTOS DA POTAFOS EM 2002 SIMPÓSIOS 1. RELAÇÃO ENTRE NUTRIÇÃO MINERAL E DOENÇAS DE PLANTAS Local: Piracicaba-SP Data: 08-10/MAIO/2002 2. ROTAÇÃO SOJA/MILHO NO SISTEMA DE PLANTIO DIRETO Local: Piracicaba-SP Data: 10-12/JULHO/2002 3. FÓSFORO NA AGRICULTURA BRASILEIRA Local: Piracicaba-SP Data: 16-18/OUTUBRO/2002 CURSOS DE RECICLAGEM SIMPAS Sistema Integrado de Manejo da Produção Agropecuária Sustentável (POTAFOS, ANDA, ANDEF, ABAG e outras) 1. Local: Balsas-MA Data: 18-20/MARÇO/2002 2. Local: Barreiras-BA Data: 21-23/MAIO/2002 3. Local: Petrolina-PE Data: 08-10/OUTUBRO/2002 S 1. CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MANEJO DO SOLO Local: Departamento de Solos e Nutrição de Plantas, ESALQ/ USP, Piracicaba-SP Início do curso: 15 de Fevereiro/2002 Aulas: Sextas-feiras (19:30 h-22:30 h) e sábados (8:00 h12:00 h e 13:30 h-17:30 h), em finais de semana alternados. Informações: Departamento de Solos e Nutrição de Plantas ESALQ/USP Caixa Postal 9 13418-900 Piracicaba-SP Telefone: (19) 3429-4171 / 3429-4295 Fax: (19) 3434-5354 E-mail: [email protected] 2. XI INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON IRON NUTRITION AND INTERACTIONS IN PLANTS Local: Udine, Itália Data: 23 a 28/JUNHO/2002 Informações: Marzia Micottis Dipartimento di Produzione Vegetale e Tecnologie Agrarie Università degli Studi di Udine Telefone: +39 0432 558670 Fax: +39 0432 558603 E-mail: [email protected] DESIDERATA* iga placidamente no meio do ruído e da pressa, e lembre-se de quanta paz pode haver no silêncio. Viva em paz com todos, sem submissão, na medida do possível. Enuncie sua opinião em voz baixa com clareza e ouça os outros, mesmo os estultos e ignorantes; eles também têm a sua história. Evite as pessoas agressivas que falam alto, pois elas fazem mal ao espírito. Se você se compara aos outros poderá tornar-se frívolo e amargo, pois haverá sempre pessoas melhores ou piores do que você. Desfrute suas realizações tanto quanto seus planos. Mantenha-se interessado em sua carreira, mesmo que modesta; é algo realmente seu na sorte oscilante ao longo do tempo. Tenha cautela em seus negócios, pois o mundo é cheio de armadilhas. Todavia, não deixe que isso o torne cego para as oportunidades que surgirem; muitas pessoas lutam por altos ideais; e por toda a parte a vida é cheia de heroísmo. Seja você mesmo. Principalmente não simule afeição. Nem seja cínico com relação ao amor; pois ele é perene como a relva em meio a toda aridez e desencanto. Receba com gentileza o conselho dos mais velhos, submetendo-se galhardamente aos arroubos da juventude. Cultive a força de espírito para se proteger de desventuras inesperadas. Não sofra com receios imaginários. Muitos temores nascem do cansaço e da solidão. Além de manter salutar disciplina, seja indulgente consigo mesmo. Você é filho do universo, não menos que as árvores e as estrelas e você tem o direito de estar aqui. Seja ou não claro para você, sem dúvida o universo está evoluindo como deveria. Portanto, esteja em paz com Deus, seja qual for a sua concepção sobre ele, e quaisquer que sejam seu ofício e suas aspirações, mantenha-se em paz com sua alma no meio da confusão ruidosa da vida. Este é um lindo mundo, apesar de toda a falsidade, trabalho chato e sonhos frustrados. Seja cuidadoso. Lute para ser feliz. * Texto encontrado na Igreja de São Paulo em Baltimore em 1692. Tradução de Fernando Penteado Cardoso, Agrolida, Outubro/2001. Telefone: (11) 3064-8776. Fax: (11) 3063-2565. E-mail: [email protected] INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 17 PUBLICAÇÕES RECENTES 1. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE SOJA – PARANÁ – 2001/2002 (EMBRAPA. Documentos, 166) Conteúdo: Perspectiva de crescimento da produção de soja no Mato Grosso frente à política de subsídios dos Estados Unidos; exigências climáticas; rotação de culturas; manejo do solo; correção e manuteção da fertilidade do solo; cultivares; cuidados na aquisição e na utilização de sementes; tratamento de sementes com fungicidas; inoculação das sementes com Bradyrhizobium; instalação da lavoura; controle de plantas daninhas; manejo de pragas, doenças e medidas de controle; retenção foliar (haste verde); colheita; tecnologia de sementes. Número de páginas: 281 Editor: Embrapa Soja Caixa Postal 231 86001-970 Londrina-PR Telefone: (43) 371-6000 Fax: (43) 371-6100 E-mail: [email protected] Website: www.cnpso.embrapa.br 2. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE SOJA – REGIÃO CENTRAL DO BRASIL – 2001/2002 (EMBRAPA. Documentos, 167) Conteúdo: Idem item 1. Número de páginas: 267 Editor: Idem item 1 3. TERCEIRIZAÇÃO NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA: a dissociação entre a propriedade e o uso dos instrumentos de trabalho na moderna produção agrícola (IAPAR. Boletim Técnico, 63) Autor: Antonio Carlos Laurenti; 2000. Conteúdo: A terceirização dos trabalhos agrários diretos no Brasil; a unidade de produção agrícola nas principais interpretações da economia política relativas à transformação da agricultura; aspectos microeconômicos da terceirização da execução dos trabalhos agrários diretos; a instabilidade das condições externas e a transitoriedade da terceirização parcial; as condições externas e a diferenciação do produtor simples de mercadoria na moderna agricultura paranaense. Número de páginas: 191 Editor: Instituto Agronômico do Paraná-IAPAR Caixa Postal 481 86001-970 Londrina-PR Telefone: (43) 376-2000 Fax: (43) 376-2101 Website: www.pr.gov.br 18 4. DIAGNÓSTICO DO ESTADO NUTRICIONAL DAS PLANTAS Autor: Paulo Cezar Rezende Fontes; 2001. Conteúdo: Procedimentos para determinação do estado nutricional das plantas; exclusão dos efeitos de fatores bióticos e abióticos antes da determinação do estado nutricional; amostragem de plantas a serem analisadas; etapas em laboratório da análise de plantas; interpretação dos resultados da análise foliar; principais fatores que afetam a concentração de nutrientes na planta; diagnóstico do estado nutricional pelo método visual; diagnóstico por meio da análise foliar ou química; diagnóstico por meio da análise de nutrientes na seiva; diagnóstico de plantas pelos métodos indiretos; diagnóstico combinando as análises fitotécnica e foliar; verificação do diagnóstico. Formato: 14 x 22 cm Número de páginas: 122 Preço: R$ 12,00 Pedidos: Editora da Universidade Federal de Viçosa Edifício Francisco São José, s/n 36571-000 Viçosa-MG Telefone: (31) 3899-2234 Fax: (31) 3899-2143 Website: [email protected] 5. SUSTAINABLE SOIL MANAGEMENT – AN ACHIEVABLE GOAL Conteúdo: Este boletim visa informar àqueles com interesse e compromisso com a agricultura européia sobre os problemas associados com a degradação do solo e as soluções para esses problemas. Já que as ferramentas para manter a fertilidade do solo podem também prevenir a degradação, os fertilizantes, como elementos essenciais da fertilidade do solo, têm uma importante função a desempenhar nas soluções propostas. Número de páginas: 28 Informações: European Fertilizer Manufacturers Association Brussels, Bélgica Fax: +32 2 675 3961 E-mail: [email protected] Website: www.efma.org 6. FORECAST OF FOOD, FARMING AND FERTILIZER USE IN THE EUROPEAN UNION: 2000 to 2010 Conteúdo: Espera-se que o consumo de fertilizantes na União Européia primeiro decline e depois se estabilize após 2006. A tendência descendente, por volta de 2010, representará uma redução de 20% de N, 50% de P e 40% de K na União Européia desde os picos de consumo de fertilizantes nas décadas de 70 e 80. Número de páginas: 6 Informações: idem item 5 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 7. USO AGRÍCOLA DA ESCÓRIA DE SIDERURGIA NO BRASIL – Estudos na cultura da cana-de-açúcar Autores: Prado, R. de M.; Fernandes, F.M.; Natale, W.; 2001. Conteúdo: Histórico do setor siderúrgico no Brasil; caracterização da escória de siderurgia; uso da escória de siderurgia e o impacto ambiental; efeito da escória de siderurgia em alguns atributos químicos do solo; resposta da cana-de-açúcar à aplicação da escória de siderurgia; manejo da escória de siderurgia. Número de páginas: 67 Editor: FUNEP Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n 14884-900 Jaboticabal-SP Telefone: 0800-55-3326 Website: www.funep.com.br 8. USO E MANEJO DE SOLOS DE BAIXA APTIDÃO Editores: Castro Filho, C. de & Muzilli, O.; 1999. Conteúdo: Produzido como manual técnico do programa “Paraná 12 Meses”, o livro apresenta trabalhos voltados à melhoria dos processos produtivos em áreas menos propícias ao cultivo. A avaliação da aptidão agrícola, do uso potencial do solo, é o primeiro tema. Técnicas de controle da erosão, de plantio direto, de descompactação do solo, manejo da fertilidade em sistema de produção e planejamento conservacionista em microbacias são outros assuntos abordados por especialistas do IAPAR. Preço: R$ 12,00 Vendas: Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR Caixa Postal 481 86001-970 Londrina-PR Telefone: (43) 376-2331 Fax: (43) 376-2101 Website: www.pr.gov.br/iapar PUBLICAÇÕES DA POTAFOS A relação das publicações disponíveis com os preços respectivos são: R$/exemplar 7,00 7,00 7,00 BOLETINS TÉCNICOS (PROMOÇÃO) "Nutrição e adubação do feijoeiro"; C.A. Rosolem (91 páginas) "Nutrição e adubação do arroz"; M.P. Barbosa Filho (120 páginas, 14 fotos) "Potássio: necessidade e uso na agricultura moderna" (45 páginas, 34 fotos) LIVROS/CD 15,00 15,00 15,00 15,00 15,00 15,00 15,00 20,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 30,00 50,00 50,00 50,00 50,00 DESCONTOS Para compras no valor de: R$ 100,00 a R$ 200,00 = 10% R$ 200,00 a R$ 300,00 = 15% R$ 300,00 a R$ 400,00 = 20% mais que R$ 400,00 = 25% "A estatística na pesquisa agropecuária"; F.P. Gomes (162 páginas) “Desordens nutricionais no cerrado”; E. Malavolta, H.J. Kliemann (136 páginas) "Ecofisiologia na produção agrícola"; P.R.C. Castro e outros (eds.) (249 páginas) "Nutrição mineral, calagem, gessagem e adubação dos citros"; E. Malavolta (153 páginas, 16 fotos) "Nutrição e adubação da cana-de-açúcar"; D.L. Anderson & J.E. Bowen (40 páginas, 43 fotos) "Cultura do milho"; L.T. Büll & H. Cantarella (eds.) (301 páginas) "Fertilizantes fluidos"; G.C. Vitti & A.E. Boaretto (ed.) (343 páginas, 12 fotos) "Cultura do cafeeiro"; A.B. Rena e outros (ed.) (447 páginas, 49 fotos) (LIQUIDAÇÃO DE ESTOQUE) "Avaliação do estado nutricional das plantas - 2ª edição"; Malavolta e outros (319 páginas) "Manual internacional de fertilidade do solo - 2ª edição, revisada e ampliada" (177 páginas) “Cultura do algodoeiro”; E. Cia, E.C. Freire, W.J. dos Santos (eds.) (286 páginas, 44 fotos) "A cultura da soja nos cerrados"; Neylson Arantes & Plínio Souza (eds.) (535 páginas, 35 fotos) "Nutrição e adubação de hortaliças"; Manoel E. Ferreira e outros (eds.) (487 páginas) "Micronutrientes na agricultura"; M.E. Ferreira & M.C.P Cruz (eds.) (734 páginas, 21 fotos) "Cultura do feijoeiro comum no Brasil"; R.S. Araujo e outros (coord.) (786 páginas, 52 fotos) CD-ROM - Monitoramento Nutricional para Recomendação da Adubação de Culturas CD-ROM - Anais do Simpósio sobre Fisiologia, Nutrição, Adubação e Manejo para Produção Sustentável de Citros CD-ROM - Anais do I Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (4 CD’s: vídeos, palestras e slides) CD-ROM - Anais do II Simpósio sobre Soja/Milho no Plantio Direto (4 CD’s: vídeos, palestras e slides) ARQUIVOS DO AGRÔNOMO (PROMOÇÃO) 7,00 cada número Nº 1 - A pedologia simplificada (2ª edição - revisada e modificada) (16 páginas e 27 fotos), Nº 2 - Seja o doutor do seu milho 2a edição, revisada e modificada (16 páginas e 27 fotos), Nº 3 - Seja o doutor do seu cafezal (12 páginas, 48 fotos), Nº 4 - Seja o doutor de seus citros (16 páginas, 48 fotos), Nº 6 - Seja o doutor da sua cana-de-açúcar (16 páginas, 48 fotos), Nº 7 - Seja o doutor do seu feijoeiro (16 páginas, 55 fotos), Nº 8 - Seja o doutor do seu algodoeiro (24 páginas, 77 fotos), Nº 9 - Seja o doutor do seu arroz (20 páginas, 41 fotos), Nº 11 - Como a planta de soja se desenvolve (21 páginas, 38 fotos), Nº 12 - Seja o doutor do seu eucalipto (32 páginas, 71 fotos). Pedidos: POTAFOS - Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP. Telefone/fax: (19) 433-3254 ou via internet: www.potafos.org Forma de pagamento: cheque nominal à POTAFOS anexado à sua carta com a relação das publicações desejadas. Dados necessários para a emissão da nota fiscal: nome, CPF (ou razão social, com CGC e Inscrição Estadual), instituição, endereço, bairro/ distrito, CEP, município, UF, fone/fax, atividade exercida. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001 19 Ponto de Vista POTAFOS E OS DESAFIOS FUTUROS NA AGRICULTURA BRASILEIRA T. Yamada C ompletaremos, em janeiro próximo, 25 anos de atividades da Potafos, no Brasil. Até 1993, tínhamos o PPI - Potash and Phosphate Institute, dos EUA, e o IPI - International Potash Institute, da Suíça, como sócios mantenedores, quando então este último retirou-se e seu lugar foi ocupado pelo PPIC - Potash and Phosphate Institute of Canada. Nossa missão continuou imutável ao longo destes anos. Buscamos desenvolver e divulgar informação científica que seja agronomicamente correta, economicamente vantajosa e ambientalmente responsável para promover o uso de P e de K nos sistemas de produção de culturas. Nos primeiros 20 anos direcionamos nosso programa aos geradores e multiplicadores da informação, como pesquisadores, professores e extensionistas. Nestes últimos cinco anos, o foco da nossa atenção tem sido os usuários da informação, principalmente os consultores agronômicos e produtores rurais. Sempre com a mensagem de produtividade máxima econômica. Ao longo destes 25 anos promovemos dezenas de cursos de atualização em fertilidade do solo, juntamente com a ANDA, e cursos de reciclagem em SIMPAS – Sistemas Integrados de Manejo da Produção Agropecuária Sustentável, com a ANDEF e outras empresas do agronegócio, além de vários simpósios com importantes instituições de ensino e pesquisa do país. Para cursos e simpósios convidamos os melhores especialistas nacionais e internacionais, o que permitiu a publicação de numerosos livros e boletins. Assim, foram publicados 22 livros e 11 boletins técnicos totalizando mais de 400 mil exemplares. Foram impressos também perto de 1 milhão de exemplares do jornal trimestral “Informações Agronômicas” e enviados para mais de 9.000 leitores. Tudo indica que nas próximas décadas o mundo presenciará a liderança brasileira na produção de grãos e de carnes. Con- dições para tal não nos faltam. Temos extensas áreas ainda virgens, com solo e clima adequados, além da topografia plana que facilita a mecanização, tecnologia agrícola de ponta gerada pela pesquisa oficial e privada, sistema de plantio direto muito bem adaptado às condições brasileiras, estabilidade política e econômica que favorecem investimentos de capital interno e externo, modernização e ampliação da infra-estrutura rodoviária, ferroviária, fluvial e portuária do país, que reduzirão os custos de transporte de bens importados e exportados, e principalmente uma classe empresarial dinâmica e bem articulada com a economia globalizada. No entanto, há grandes desafios pela frente. Principalmente os subsídios e as barreiras alfandegárias dos países desenvolvidos. Mike Moore, ex-premiê da Nova Zelândia e diretor geral da OMC - Organização Mundial do Comércio, em artigo publicado no caderno “Opinião” da Folha de São Paulo, de 02/12/2001, cita que os países ricos subsidiam seus agricultores com um total diário de US$ 1 bilhão, quantia esta seis vezes maior que toda assistência mundial ao desenvolvimento destinada aos países pobres. Cita ainda que, segundo o Banco Mundial, a liberalização total do comércio de mercadorias e a eliminação dos subsídios poderiam incrementar em até US$ 1,5 trilhão a renda dos países em desenvolvimento. Tudo indica, porém, que a queda dos subsídios e das barreiras alfandegárias será um processo muito lento. Assim, nossa competitividade dependerá de nossa habilidade em buscar a produtividade máxima econômica. E de descobrir nichos de mercado principalmente para frutas. Deveremos também incorporar mais qualidade aos produtos colhidos como, por exemplo, soja com maiores teores de isoflavona e o café gourmet. Que serão também objetivos a serem perseguidos nos anos vindouros pelo programa da Potafos para desenvolvimento do mercado de P e K no Brasil. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A EQUIPE DA POTAFOS DESEJA A TODOS UM FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO! ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ T. YAMADA - Diretor, Engo Agro, Doutor em Agronomia Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba (SP) - Brasil Home page: www.potafos.org CORREIOS IMPRESSO ESPECIAL N.o 1.74.18.0217-0 ECT/DR/SPI Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato IDA NT RA GA DE VO LU ÇÃ O UP – ACF SANTA TEREZINHA DR/SPI IMPRESSO ESPECIAL 20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 96 – DEZEMBRO/2001