FORMAÇÃO: EDUCAR A QUEM E DE QUE FORMA? UMA ANÁLISE DOS MÉTODOS QUE EMBASAM A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR BARROS, Marta Silene Ferreira1 FRANCO, Sandra Aparecida Pires2 RESUMO: O propósito deste artigo é o de demonstrar que existem várias perspectivas teóricas para a formação continuada de professores. O Governo do Estado do Paraná implantou no ano de 2007 um programa de desenvolvimento – PDE – que se preocupa em dar uma formação aos professores paranaenses, em busca da melhoria do ensinoaprendizagem dado nesse estado. Portanto, faz-se necessário, levantar-se a seguinte problematização: a de que se saiba qual é a verdadeira teoria pedagógica utilizada pelo Governo do Estado. Para tanto, por meio de pesquisas, palestras e conferências e até mesmo por informativos da SEED, conseguiu-se definir que a linha proposta pelas Diretrizes Curriculares Nacionais vai contra a pedagogia do Aprender a Aprender, mas será que o discurso do Governo de adotar tal perspectiva realmente se efetiva na prática pedagógica dos que atuam na educação básica? Essa perspectiva corresponde às discussões, leituras e pesquisas do Grupo de Estudos e Pesquisa FOCO: Formação e Concepções do Materialismo Histórico-Dialético na Educação, um grupo que teve suas pesquisas iniciadas em 2004, composto por professores da área de Prática de Ensino, vinculada ao Departamento de Teoria e Prática da Educação do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá. O Grupo prima por uma investigação acerca da educação do homem contemporâneo, tendo em vista o enfrentamento dos impasses da educação brasileira. Entende-se que nos marcos do materialismo histórico-dialético e da teoria histórico cultural é possível delinear os fundamentos teórico-metodológicos do processo de desenvolvimento humano e com isso traçar uma discussão acerca da formação e prática do professor. Palavras-chave: Formação Continuada; Materialismo Histórico-Dialético; EnsinoAprendizagem. 1 2 UEM – Doutora – [email protected] UEM/UEL – Doutora em Letras – [email protected] O propósito principal deste artigo é o de demonstrar aos acadêmicos do Curso de Pedagogia e aos de outras licenciaturas os vários tipos de métodos e suas finalidades para as mais possíveis e diferentes análises de textos e épocas e modos de ensinar, dependendo do ponto de vista que se pretende alcançar. Primeiramente, ao se trabalhar com a perspectiva crítica, o leitor crítico deve verificar qual a tendência do autor do texto e de sua época, a qual classe social pertence e os fatores sociais que o cercavam. Esse artigo permitirá o entendimento do porquê de determinados textos, suas argumentações, a filosofia do escritor, a perspectiva de vida e o seu relacionamento com o fator social, político, cultural, econômico, geográfico e histórico e saber se o mesmo se encaixa no eixo teórico das Práticas educativas e Formação de professores. Sabendo-se que existem vários métodos e perspectivas metodológicas, o texto irá se debruçar apenas sobre o positivismo e o marxismo. Para o positivismo, faz-se necessário o estudo de Augusto Comte; para o Marxismo, Karl Marx. Foi o próprio Comte quem sintetizou em poucas e eficazes palavras o seu percurso intelectual: Havia completamente 14 anos e já sentia a necessidade fundamental de uma regeneração universal, ao mesmo tempo política e filosófica, sob o impulso ativo da crise salutar produzida pela Revolução francesa, cuja fase principal precedera o meu nascimento. A influência luminosa de uma iniciação matemática recebida em família, felizmente desenvolvida na escola Politécnica de paris, fez-me instintivamente pressentir a única via intelectual que podia realmente levar a essa grande renovação: a lei dos três estágios (NICOLA, 2005, p. 390). Comte desenvolveu uma doutrina filosófica a qual deu o nome de Positivismo. O Positivismo foi um vasto e heterogêneo movimento de pensamento que surgiu em meados do século XIX na França e depois se difundiu por todo o Ocidente até tornar-se a tendência hegemônica da cultura do fim do século. Suas características foram a confiança otimista na ciência e no progresso tecnológico, ao lado de uma forte polêmica contra a filosofia tradicional, acusada de abstracionismo e dogmatismo. O método positivista afirma o determinismo. Marx escreveu o Manifesto do Partido Comunista (1848) que representa o mais perfeito exemplo de divulgação do Materialismo Dialético, no centro da doutrina marxista. [...] segundo Marx, a interpretação da história exige a adoção de um critério materialista, pois o motor do desenvolvimento histórico reside nas condições econômicas concretas, e não nas convicções ideais, nas normas jurídicas ou nas batalhas políticas. Por outro lado, todavia, a evolução das estruturas produtivas não se dá segundo esquemas mecanicistas, mas acompanhando as leis da dialética descobertas por Hegel. O mundo feudal, o capitalismo burguês e a futura sociedade comunista são respectivamente a tese, a antítese e a síntese de uma tríade dialética global. Todo momento histórico possui uma identidade própria específica, mas desenvolve no seu interior aquelas contradições que, com o tempo, produzirão a sua superação (MARX, apud 1848, NICOLA, 2005, p.395). A perspectiva teórica ou paradigma é um conjunto de suposições sobre a natureza das coisas que estão por trás de perguntas que se fazem e dos tipos de respostas a que, como resultado, chega-se. Segundo Johnson (1997, p.175), trata-se de uma: [...] maneira de ver a vida humana, por exemplo, a sociologia baseia-se na suposição de que sistemas sociais, tais como sociedade e família realmente existem, que cultura, estruturas sociais, status e papéis são reais. Em nosso trabalho, nos esforçamos para compreender essas coisas e como elas funcionam mas não duvidamos de sua existência concreta. Este fato é verdadeiro no que interessa a virtualmente toda busca da verdade, seja ela matemática, seja literária, espiritual ou científica. As perspectivas teóricas são importantes porque suposições direcionam a atenção e proporcionam marcos de referência para interpretar o que se observa. Um sociólogo, por exemplo, vai a busca de explicar a distribuição de riqueza e do poder, enquanto que um psicólogo procura explicar o comportamento humano. O que se deve destacar é que nunca se pode deixar sem analisar o aspecto social na vida humana. Assim, os estudos de teóricos que expressaram as bases para os dois caminhos sociológicos são fundamentais para a formação do professor. A área de educação proporciona aos graduandos e pós-graduandos uma visão da totalidade na Educação. Menciona-se totalidade, pois, na contemporaneidade, a sociedade está fragmentada, a concepção de homem moderno como sujeito agente desaparece, o homem está vivendo em um caos, não se identificando, devido a cultura difundida atualmente sobre imagem. Há muito o gosto pelo visual, predominando a imagem sobre o texto. O homem se realiza pela busca constante de imagens, prazer e consumo. Os indivíduos parecem se reconhecer em suas mercadorias. Segundo Duarte (2004, p.220): [...] todo o indivíduo se divide em papéis múltiplos e efêmeros, em máscaras descartáveis, estando a personalidade em contínua dissolução no fluxo caótico de uma realidade sociocultural também ela sem centro, sem unidade, sem racionalidade. O anúncio pós-moderno da morte do sujeito não seria uma crítica radical ao fetichismo da individualidade? O que se visualiza é que muitos ensinos estão voltados para o treinamento de indivíduos a serviço da organização do mercado. Esse é um dado que está posto no texto de MARTINS (2004), mas o que a autora critica é o fato de que há uma redução da educação à formação de competências. Verifica-se que tanto no referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, como os PCNs e até mesmo nas Diretrizes Curriculares dos Cursos Superiores há uma política educacional que visa o sistema educativo comprometido com o sucesso profissional dos indivíduos, que os enquadram a uma adaptação funcionalista, embasada na ideologia da empregabilidade. Frente a essa problemática, Martins (2004) indaga: que homem se pretende formar e que modelo de educação faz essa mediação? Para explicar, a autora recorre a Marx que não se limita ao imediatismo. Para Marx, o contato direto com o real não possibilita ao pensamento sua total apreensão. O contato direto possibilita somente a percepção aparente. Para que a essência possa ser revelada é preciso a análise. Uma soma de todas as suas determinações, em toda a sua complexidade. Dessa forma, compreende-se a educação como parte integrante da sociedade. Os Cursos de Graduação e Pós-Graduação apresentam-se segundo vários pressupostos metodológicos, havendo uma divergência na formação dos próprios professores das IES. Sabendo-se da necessidade do conhecimento dos diversos métodos é que este texto vem proporcionar aos acadêmicos do Curso de Pedagogia e demais cursos de Licenciatura, conhecer um pouco sobre método, salientando o materialismo históricodialético e o positivismo. Entende-se por materialismo histórico-dialético, segundo os pressupostos de Marx, como o método da análise das relações sociais. Trata-se do método que propicia aos pós-graduandos visualizarem como caminha a educação no Brasil e no mundo. Para tanto, a educação nunca pode ser vista desatrelada do processo histórico. A História é a palavra chave de toda a nossa fundamentação, pois é por meio da História que se pode analisar o presente, ou seja, é somente conhecendo o passado que se compreende o momento vivido em que se estabelecem relações. Não se analisa o presente isolado dos problemas sociais, políticos e econômicos. Sempre a educação dada pelo método materialismo histórico visa à formação do indivíduo em sua totalidade. Ressalta-se sempre em formar e não informar, formar pessoas capazes de refletirem, de pensarem, de fazerem indagações. Este é o enfoque de Karl Marx: Uma de suas aplicações mais conhecidas é a teoria de mudança social conhecida como materialismo histórico. Neste caso, Marx, associa o materialismo ao conceito de uma dialética – a luta entre idéias opostas sobre forças sociais (tese e antítese) – que resulta em uma nova síntese. Marx argumentava que os sistemas sociais mudam através de um processo contínuo, no qual contradições internas socialmente geradas criam tensão, que leva a alguma forma de solução. Os interesses contrários de trabalhadores e capitalistas, por exemplo, geram tensão nas sociedades capitalistas industriais e isso acarreta a mudança social (JOHNSON, 1997, p.140). Todavia, deve-se se debruçar também sobre os demais métodos, preocupando-se em apresentá-los, pois se acredita que é conhecendo os opostos que se analisa e se aprende melhor. É só conhecendo todos os métodos que se visualiza como o método materialismo histórico-dialético propicia raciocínio, o uso da razão, a reflexão, a síntese, o julgamento. Sabe-se que o homem vive em uma sociedade com muita miséria, muita fome, muitos problemas sociais. Observa-se também que a desigualdade social cresce assustadoramente. Sabe-se que nesse mundo pós-moderno (termo polêmico), mas nesse contexto refere-se a contemporaneidade - pós se refere ao sentido de globalização - a educação é feita por meio da imagem, a cultura que prevalece é a cultura da imagem, é a cultura da massa, a cultura popular e não a cultura clássica, entendamos clássica no sentido de científico. Em pleno século XXI, a sociedade busca o gosto pelo espetáculo visual, a predominância da imagem sobre o texto, realiza-se a busca de imagens que levam ao prazer e ao consumo. As imagens passam a ser amparada nas coisas e não mais nas idéias. Há no mundo atual a valorização da sensação, do sensacionalismo. O homem encontra-se num caos. O homem está em conflito consigo mesmo. As palavras perderam seus significados. Os indivíduos só querem autonomia de gosto e de consumo. Os desejos, as idéias são criadas artificialmente, segundo aquilo que o sistema social pode satisfazer. Os indivíduos se reconhecem em suas mercadorias e indagam constantemente: Por que pensar, sentir e imaginar? Diante dessa situação, a educação precisa ser repensada, precisa-se lutar para que a educação transforme essa sociedade que sofre, porque os professores estão cansados de ver alunos que não sabem ler e escrever. Percebe-se que os alunos apenas decodificam, não interpretam, não analisam, não estabelecem relações. Se a situação está assim, cabe aos professores demonstrar aos graduando e pós-graduandos o sistema social em que eles estão inseridos, buscando a História para explicar o presente. O homem não pode ser comparado ao animal, pois o homem é um produto histórico, membro de determinada sociedade, pertencente a uma classe dessa sociedade, numa determinada etapa da evolução histórica. O homem está sempre em processo de construção e de reconstrução em relação com as condições exteriores e por isso nada pode ser pensado sem o homem. Assim, os professores devem-se preocupar com a visão da totalidade dessa sociedade, procurando analisar os opostos, pois não se consegue analisar a vida sem pensar na morte, para se falar das trevas deve-se falar e pensar na luz, se falar do céu, deve-se falar da Terra, se do Eros, dos Tártaros, se da raiva, da Ternura. Um indivíduo não pode analisar apenas um lado da questão, pois se fizer isso não estará fazendo associações, levando o indivíduo ao raciocínio, à reflexão. Nessa sociedade da Informação precisa-se embutir a formação e não só informação, a escola não precisaria existir somente para esse objetivo, pois a Internet está presente. Precisam-se pensar em formar indivíduos capazes de estabelecer comparações. Desse modo, há a necessidade de se refletir na consciência que deve sempre ter um homem efetivo. Esse homem necessita ter o todo em seu pensamento para poder se apropriar do mundo. Por isso no método teórico da economia política de Marx, o sujeito deve figurar na representação como pressuposição. Assim, o melhor método é a análise dos sistemas econômicos em que estão inseridas as divisões do trabalho, a necessidade, a troca entre as nações e o mercado mundial. Os cursos de graduação em Pedagogia, assim como qualquer outra licenciatura deve expressar o movimento e a preocupação deste Grupo de Estudos e Pesquisas – FOCO - é com a explicação de como se estabelecem as relações sociais e suas contradições. Não apenas descrevendo o que deve ser feito, é preciso ensinar a analisar o por quê dos fatos. Descrever uma caneta, por exemplo, não é preciso, o objeto está à frente do ser, para se falar sobre o que existe, é preciso construir a síntese a partir do conhecimento prévio do aluno com o ensinado pelo professor. O eixo norteador dos estudos e pesquisas do Grupo FOCO constitui-se no entendimento do processo histórico do papel do professor, qual a sua função em uma sociedade capitalista e como este pode ou não, por meio do ensino, contribuir na formação do aluno, procurando compreender, nos marcos do materialismo histórico-dialético e da teoria histórico cultural, os fundamentos teórico-metodológicos do processo de desenvolvimento humano. Assim como, delinear as contribuições do materialismo histórico-dialético e da teoria histórico cultural na formação e prática docente. Logo, nega-se a educação do Aprender a Aprender, uma educação que prima pelos quatro posicionamentos valorativos. O primeiro posicionamento é o de que o aluno que aprende sozinho é melhor do que aprender com alguém. O professor ao transmitir conhecimento impede o aluno de aprender sozinho, levando a negação da socialização do conhecimento pelo professor. O segundo posicionamento é o de que o método de aquisição do conhecimento é mais importante do que o conhecimento em si. O aluno precisa ter competências necessárias para adquirir o conhecimento. O processo de aprendizagem é mais importante que o conhecimento existente na sociedade. Desvaloriza-se o conhecimento da humanidade. O terceiro posicionamento é o de que toda atividade pedagógica deve ser desenvolvida e seguida pelo interesse dos alunos. Os objetivos e atividades devem ser voltados para as atividades e interesses dos alunos. A escola e os professores não devem então dirigir o trabalho educativo, havendo uma crítica a diretividade. O quarto posicionamento valorativo é o de que o maior objetivo seria o de criar indivíduos adaptativos na sociedade. Isso decorrente do fato da sociedade ser muito ligeira, impossibilitando uma educação crítica, anulando, assim, o projeto de crítica à sociedade capitalista. Para o Grupo FOCO a educação deve ser dada, ensinada, ninguém consegue aprender sozinho. A pedagogia do Aprender a aprender surgiu no final do século XIX e tomou força no período da Escola Nova, com pedagogias que não levam à reflexão alguma, com ideais voltados para o método positivista, baseados em Comte, como os postulados construtivistas que estabelecem a revisão dos processos de ensinoaprendizagem, adequando à realidade dos educandos e aos seus diferentes ritmos de aprendizagem. Essa perspectiva embasa-se nos conhecimentos e percepções dos próprios alunos, construídas na base de experiências e no seu cotidiano. O conhecimento torna-se então particular e reduzido. Para o construtivismo não há um saber objetivo, elaborado pelo homem para o desenvolvimento das funções psicológicas do indivíduo. No construtivismo, o saber científico é deixado de lado, priorizando a forma em detrimento do conteúdo. Deve-se ir contra a consciência pautada na memória, às informações isoladas. Deve-se procurar expor a tendência do momento, como os homens viviam, buscando a História que é sempre vista como um espaço de luta dos homens no processo de transformação da sociedade. Toda ação humana pressupõe a consciência de uma finalidade que precede a transformação concreta da realidade natural ou social. A atividade humana consciente e objetiva é a práxis. É a práxis que cria no homem uma nova necessidade, que se põe sempre em ligação com as condições sociais mais amplas. O que esta sendo defendido pelo Grupo FOCO não é algo recente, o método materialismo–histórico já foi pensado pelo pré-socrático Heráclito de Éfeso, filósofo do século V a.C. Ele já impunha os opostos para sua análise. Só que, a história surge conforme as necessidades, e as tendências divergem conforme quem a domina e esse método dialético se rompe na Idade Média, com o poder da Igreja, demonstrando uma visão dominadora, logo o espaço não pode ser mais ocupado pelo método dialético e sim pela visão da escolástica. Os professores precisam refletir sobre a sua profissão e o método de trabalho pedagógico. A formação continuada deve sempre prevalecer, não se pode imaginar que um professor não procure novos estudos, fique sem adquirir novos conhecimentos. A aquisição de conhecimentos faz crescer culturalmente um ser e esse é o objetivo do Grupo FOCO. Assim, é imprescindível o papel dos conhecimentos historicamente sistematizados. A função da escola é a socialização do saber historicamente produzido. Permitir que a educação estivesse a serviço da adaptação significa aceitar e compartilhar com a mutilação dos seres humanos que estão expressos na ordem social capitalista, em que se destaca o empobrecimento objetivo e subjetivo dos indivíduos, o sofrimento físico e a violência. O fortalecimento está presente na direção de questionamentos históricos da existência humana e na possibilidade de transformação. Nessa perspectiva materialista histórico-dialética é que o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – lançado em 2007, vincula-se, pois há uma forte tendência de alienação do ser humano nessa sociedade capitalista. Assim, no discurso, o Governo do Estado do Paraná está se apoiando nesse novo posicionamento frente ao modo de ensinar, embasado pela teoria histórico-crítica, verificando que o professor assume um papel importantíssimo e, portanto, leva seus alunos a novos posicionamentos, à reflexão e a começar a estabelecer relações sociais, históricas, políticas e culturais. No entanto, precisa-se destacar que o que é dito e estabelecido como perspectiva teórica nem sempre segue os verdadeiros ideais teóricos dos seus formuladores. Esse conhecimento não é revelado aos professores, havendo uma linguagem equivocada, com as mesmas palavras, mas com diferença de significado. Neste sentido, os professores do Estado do Paraná, vinculados ao PDE, estão fazendo cursos nas IES para que possam transformar uma educação que tinha por meios desmerecer o professor e não levar nem educador e educando para a reflexão, para uma nova visão política e ideológica, ou seja, a de fazer entender que o conhecimento científico é necessário para o desenvolvimento das funções psicológicas do indivíduo que vive nesse contexto, podendo entender, refletir e agir na busca de uma transformação social. Mas, o que se visualiza é que não ocorre mudanças substanciais na prática deste professor. Parece ser mais uma imposição ao professor e este não consegue, mesmo fazendo esses cursos, discernir se realmente é algo que está dentro de si e que adquiriu consciência. Diante desses argumentos apresentados, alunos de graduação e pós-graduação não devem se deixar levar pela educação baseada na informação. Precisam procurar instituições que possibilitem fazer uma análise crítica e devem ir até as últimas conseqüências dessa análise, procurando divulgar para a sociedade, pois somente com informação nada é alcançado. Deve-se acreditar que os alunos aprendem e acreditar na maneira que se ensina. Valorizar os conhecimentos formais significa crescer intelectualmente, significa saciar a fome de conhecimento e escolher o método correto é o melhor caminho. O professor que está em contato com as novas diretrizes curriculares e que está preocupado com a sua formação continuada deve participar de grupos de pesquisa e não compartilhar da educação escolar que impõe competências sem antes definir quais são essas competências e para que elas servem. O professor deve ser um ser consciente de suas ações e escolher um método de análise adequado para ensinar seus alunos. O professor exerce uma função essencial na sociedade, a função de contribuir com a formação da consciência de seus educandos. REFERÊNCIAS: DUARTE, Newton. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. 2.ed. ver. e ampl. – Campinas, SP: Autores Associados, 2001. ____________. Crítica ao fetichismo da individualidade. Campinas, SP: Autores Associados, 2004. JOHSON, Allan G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 1997. MARX, Karl. OS Pensadores. Editora Nova Cultural. São Paulo, 2004. MARTINS, Lígia Márcia. Da formação Humana em Marx à Crítica da Pedagogia das Competências. IN: DUARTE, Newton. Crítica ao fetichismo da individualidade. Campinas, SP: Autores Associados, 2004. NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de filosofia: das origens à Idade Moderna. São Paulo: Globo, 2005.