Maria Cristina - BVS MS

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A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DO ENSINO DA
ONCOLOGIA NO INCA NOS ANOS DE 1980:
PERSPECTIVAS PARA O SABER DA ENFERMAGEM
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Maria Cristina Frères de Souza , Antonio José de Almeida Filho
1-Doutoranda em Enfermagem pela EEAN/UFRJ. Membro do Grupo de Pesquisa a Trajetória do Cuidado de Enfermagem nos Espaços Especializados.
Enfermeira da Educação Continuada do INCA/HCI
2-Doutor em Enfermagem pela EEAN/UFRJ. Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental da EEAN/UFRJ. Líder do Grupo de
Pesquisa a Trajetória do Cuidado de Enfermagem nos Espaços Especializados. Pesquisador do Nuphebras
Epidemiologicamente o câncer era, desde as primeiras décadas do
século XX, motivo de muita preocupação das autoridades públicas e da
saúde. Deste modo, políticas para diagnóstico, tratamento, controle e
prevenção foram adotadas. O INCA responsável por prestar assistência
oncológica foi cenário de intenso investimento na especialização da
enfermagem na área oncológica. Em 1961, através da oficialização do
Regimento Interno do INCA pelo Decreto 50.251/61, foi reconhecido
oficialmente o Centro de Estudos na estrutura organizacional do
Instituto. (Coelho e Guimarães, 2001)
Na vigência do sistema de co-gestão entre o MS/MPAS/INCA, ocorrida
nos anos de 1980, foi possível uma ampliação na área de produção e
divulgação de conhecimentos sobre o câncer, não somente na área de
cursos como também nas pesquisas, na publicação da Revista Brasileira
de Cancerologia e estudos monográficos.
OBJETO DE ESTUDO
O ensino da oncologia no INCA no período da co-gestão.
OBJETIVO
Descrever as estratégias para reatualizar o habitus profissional de
enfermeiros em oncologia no âmbito do INCA.
METODOLOGIA
Estudo histórico-social. Fontes primárias: regulamentos, artigos, livros
comemorativos, Boletins Informativos do INCA e Revista Brasileira de
Cancerologia. Fontes secundárias: livros de História da Enfermagem,
livros, teses e trabalhos referentes à oncologia, política social, de
educação e saúde no campo da oncologia. Para analisar os documentos
foi realizada a classificação cronológica e temática, e posteriormente a
articulação dos achados com as fontes secundárias à luz do referencial
teórico do sociólogo Pierre Bourdieu, utilizando o conceito de capital
científico.
RESULTADOS
Ações desenvolvidas pelo INCA na área de ensino durante a década
de 80 (Brasil, 1988):
v
Centro de Estudos: reuniões, palestras, debates, conferências e
outras formas de estudos técnico-científicos. Realização anual da
Semana de Aniversário do INCA, em parceria com o Serviço Nacional de
Câncer. Expansão do acervo bibliográfico da biblioteca do INCA através
de um convênio com a BIREME.
Reciclagem e treinamento para os níveis técnicos, implantação de
v
programas de Residência em Física Médica e de Enfermagem em
Oncologia.
Estimulação da produção científica através de encaminhamentos
v
de trabalhos para apresentação em congressos.
v
Ações desenvolvidas através do PNCC: Treinamento de Técnicas em
Radioterapia; Reciclagem para Especialistas em Hospitais de
Oncologia; Treinamento em Serviço de Odontologia; Cooperação
Técnica-Científica Brasil/Canadá na Área de Radioterapia; Projetos de
Protocolos Cooperativos Terapêuticos no INCA com Memorial Hospital e
M. D. Anderson Hospital dos EUA; Cooperação Técnica Brasil/França no
desenvolvimento de recursos humanos, na implantação do setor de
Oncologia Viral e Imunológica na Divisão de Pesquisa Básica do INCA e
na implantação de novas modalidades de tratamento em cancerologia
no INCA; Cooperação Científica Brasil/França na Pesquisa Básica e no
Centro de Transplante de Medula Óssea; e, Cooperação TécnicaCientífica Brasil/Japão e Brasil/Itália no desenvolvimento de recursos
humanos. (Ministério da saúde, 1986)
Com a implantação do processo de co-gestão MS/MPAS/INCA
enquanto órgão governamental específico no controle do câncer coube
a este último a responsabilidade pela normatização das ações de
controle do câncer no Brasil, tendo como atribuições a elaboração de
modelos assistenciais e o desenvolvimento de programas educativos,
com a participação das enfermeiras atuando efetivamente no campo da
Enfermagem em Oncologia no Brasil e a implantação da Residência de
Enfermagem em Oncologia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na vigência do sistema de co-gestão, foi possível uma ampliação na
área de produção e divulgação de conhecimentos sobre o câncer, não
somente na área de cursos como também nas pesquisas e na
publicação da Revista Brasileira de Cancerologia e estudos
monográficos, revelando uma preocupação pela disseminação
científica deixando implícita a capacidade de liderança que o INCA
podia desenvolver em âmbito nacional contribuindo para definir suas
possibilidades neste campo e distinguindo-o como uma instituição que
produz, reproduz e difunde o conhecimento da oncologia, fazendo
parte do campo científico, através do reconhecimento atribuído pelo
conjunto dos seus pares, criando um espaço que passa a existir pelos
agentes e pelas relações objetivas entre estes agentes que aí se
encontram.
BIBLIOGRAFIAS
1- BOURDIEU, P. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo
científico. São Paulo: UNESP, 2003.
2- BRASIL, Ministério da Saúde, INCA. Instituto Nacional de Câncer: 50 anos. Rio de
Janeiro: INCA, 1988.
3- COELHO, M. A S. M; GUIMARÃES, D.S. A história do ensino no INCA. Revista
Brasileira de Cancerologia. 47 (4): 441-44, 2001.
4- MINISTÉRIO DA SAÚDE/SECRETARIA NACIONAL DE PROGRAMAS ESPECIAIS DE
SAÚDE/DNDCD/Programa Nacional de Controle do Câncer. Plano de Trabalho-1987.
Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 32, n.4, p.319-328, 1986.
Projeto Gráfico: Serviço de Edição e Informação Técnico-Científica / CEDC / INCA
INTRODUÇÃO
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