Anais XVI Encontro Nacional dos Geógrafos Crise, práxis e autonomia: espaços de resistência e de esperanças Oficinas O espaço como a acumulação desigual de tempos Coordenadores: Marcelo Werner da Silva1 Gisele Azevedo da Silva Paes 2 Patrícia Silveira 3 Sueleni Carvalho Fontes 4 Vitor de Araujo Alves 5 Seção local Rio de Janeiro, e-mail para contato: [email protected] Resumo (até 500 palavras) A oficina trata da relação entre espaço e tempo. Se essa relação é continuamente reafirmada, é necessário desenvolver estratégias para demonstrar a sua concretude. Utilizaremos, para isto, o ferramental teórico da geografia, principalmente através da obra de Milton Santos e noções como periodização, sincronia e diacronia. Esses conceitos e categorias de análise serão então discutidos e demonstrados através de atividades práticas que visem determinar a concretude e pertinência dos mesmos. Introdução Esta oficina trata da utilização de ferramental teórico da geografia no estudo do passado e na compreensão da temporalidade, elemento importantíssimo para o entendimento da organização espacial das sociedades. Se como diz Milton Santos o 1 Prof. Dr. do Curso de Geografia da Universidade Federal Fluminense, Polo de Campos dos Goytacazes/RJ. 2 Graduanda do curso de Licenciatura em Geografia, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, Campos dos Goytacazes/RJ. 3 Graduanda em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro/RJ. 4 Graduanda do curso de Licenciatura em Geografia, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, Campos dos Goytacazes/RJ. 5 Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro/RJ. 1 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN: 978-85-99907-02-3 Anais XVI Encontro Nacional dos Geógrafos Crise, práxis e autonomia: espaços de resistência e de esperanças Oficinas espaço pode ser entendido como a acumulação desigual de tempos, pretendemos operacionalizar esse entendimento. Partimos da discussão da relação existente entre a geografia e a história. Se por um lado o presente é construído temporalmente, por outro no passado existiu um presente histórico, um “presente de então” (Abreu, 2000). Se a fundamentação da geografia histórica permite o estudo geográfico do passado, esse deve ser realizado com os conceitos e categorias atuais, mas com as devidas correções metodológicas. A inseparabilidade entre tempo e espaço pressupõe o tratamento conjunto tanto do tempo como do espaço. Se o espaço é concreto, é necessário “empiricizar o tempo”, o que é realizado com o auxílio das técnicas, que permitem a qualificação precisa da materialidade sobre a qual as sociedades humanas trabalham (SANTOS, 2004). As técnicas participam da produção da percepção do espaço e também da percepção do tempo. A passagem do tempo, vista então como diacronia ou como o “eixo das sucessões”, se articula com o “eixo das coexistências” ou sincronia. Através desses dois eixos podemos, com a utilização de periodizações, realizar análises sincrônico-diacrônicas de momentos da construção temporal e espacial de sociedades. A proposta contempla a discussão desses conceitos e categorias de análise e sua compreensão através de exercícios práticos realizados com o auxílio de textos de diversas épocas, seqüências de fotos utilizadas como “instantâneos sincrônicos” e de outros instrumentos que buscam ilustrar a passagem do tempo e sua relação com o espaço geográfico. Objetivos Geral Discutir o espaço enquanto acumulação desigual de tempos através de atividades teórico-práticas. Específicos 2 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN: 978-85-99907-02-3 Anais XVI Encontro Nacional dos Geógrafos Crise, práxis e autonomia: espaços de resistência e de esperanças Oficinas • Discutir conceitos e categorias de análise da geografia aplicáveis ao estudo do espaço e de sua relação com a passagem do tempo; • Problematizar a relação espaço-tempo através de exemplos práticos. Metodologias • Exposição oral-dialogada para a discussão dos conceitos e categorias de análise geográfica aplicáveis ao estudo do espaço e de sua relação com o tempo; • Utilização de textos, seqüências de fotos e atividades práticas na compreensão dos conceitos e categorias de análise geográfica aplicáveis ao estudo da relação sincronia-diacronia em geografia. Bibliografia ABREU, Mauricio de Almeida. Sobre a memória das cidades In: Colóquio O discurso geográfico na Aurora do século XXI. Florianópolis: Programa de pós-graduação em Geografia/UFSC, 27-29 nov. 1996. ________. Construindo uma geografia do passado: Rio de Janeiro, cidade portuária, século XVII. Geousp, 7, Universidade de São Paulo, 2000. DARBY, H. C. On the relations of geography and history. In: GREEN, D. Brooks (org.). History geography: a methodological portrayal. Savage: Rowman & Littlefield. 1991. p. 34-45. PHILO, Chris. História, geografia e o “mistério ainda maior” da geografia histórica. In: GREGORY, Derek; MARTIN, Ron; SMITH, Graham (orgs.). Geografia humana: sociedade, espaço e ciência social. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. p. 269-298. SANTOS, Milton. O relógio e o tempo. Folha de São Paulo. 13 out. 1989. 3 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN: 978-85-99907-02-3 Anais XVI Encontro Nacional dos Geógrafos Crise, práxis e autonomia: espaços de resistência e de esperanças Oficinas _______. Técnica, Espaço, Tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Editora Hucitec, 1997. 3. ed. _______. A Natureza do Espaço: Técnica e tempo. Razão e Emoção. São Paulo: Edusp, 2004. 4. ed. _______. Pensando o espaço do homem. São Paulo: Edusp, 2004b. 5 ed. _______. Por uma geografia nova: da crítica da Geografia a uma Geografia crítica. São Paulo: Edusp, 2004c. 6. ed. SILVA, Marcelo Werner da. A formação de territórios ferroviários no Oeste Paulista, 1868-1892. 311 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Programa de PósGraduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. VASCONCELOS. Pedro de Almeida. Categorias e conceitos da geografia e sua utilização no estudo das cidades brasileiras no período escravagista. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA URBANA, 6, 1999, Presidente Prudente: Anais... Presidente Prudente: UNESP; AGB, 1999, p. 25-29. Materiais necessários • espaço físico para acomodação dos participantes; • quadro branco; • datashow. Número de participantes É possível acolher um máximo de 40 participantes. 4 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN: 978-85-99907-02-3