Protocolo Cirurgia Segura

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Hospital São Paulo - Hospital Universitário da UNIFESP
SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina
Sistema de Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente
Protocolo de Cirurgia Segura
MACROPROCESSOS: Administração e Liderança, Assistência, Apoio Técnico e Administrativo, Apoio
Diagnóstico e Abastecimento.
PROCESSO GERAL: Atendimento (multisetorial e multiprofissional).
PROCESSOS ESPECÍFICOS: Atendimento Cirúrgico e Obstétrico, Unidades de Internação, Atendimento
de Urgência e Emergência, Anestesiologia, Ambulatórios, Agendamento, Farmácia CC, Agência
Transfusional, Órtese e Prótese, Central de Desinfecção e Esterilização, Lavanderia, Engenharia Clínica,
Tecnologia da Informação.
ABRANGÊNCIA: Todos os pacientes em atendimento cirúrgico no HSP.
DESCRITORES: Segurança do paciente; Procedimentos cirúrgicos; Lista de verificação.
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Emissão: ago/2016
Validade: ago/2018
Indexação:
1. INTRODUÇÃO
Em outubro de 2004 a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou a Aliança Mundial para Segurança do
Paciente. A iniciativa foi uma resposta à Resolução 55.18 da Assembleia Mundial da Saúde, que recomendou à
OMS e aos Estados-Membros a maior atenção possível ao problema da segurança do paciente. A Aliança
desperta a consciência e o comprometimento político para melhorar a segurança na assistência e apoia os
Estados-Membros no desenvolvimento de políticas públicas e práticas para segurança do paciente.
Periodicamente a Aliança organiza programas que abrangem aspectos sistêmicos e técnicos para melhora da
segurança do paciente pelo mundo, sendo um deles o lançamento de Desafios Globais para a Segurança do
Paciente. O primeiro Desafio teve como foco as infecções relacionadas à assistência à saúde, e o segundo foi
“CIRURGIA SEGURA SALVA VIDAS”.
Aproximadamente 234 milhões de cirurgias maiores são feitas anualmente no mundo, segundo dados de 2008.
Cerca de sete milhões de pacientes apresentam complicações sérias e um milhão morrem durante ou logo após
a cirurgia. O aumento no número de cirurgias foi possível por meio do extraordinário avanço tecnológico e das
práticas médicas, que trouxe benefícios consideráveis para os pacientes. Procedimentos cirúrgicos altamente
complexos se tornaram rotineiros, mas todos estes avanços tornaram o ambiente cirúrgico mais inseguro.
Estima-se uma taxa de eventos adversos de uma em cada 10.000 cirurgias. No trauma ortopédico, tal taxa sobe
para uma complicação para cada 100. Num período de seis meses em um centro cirúrgico nos Estados Unidos
foi evidenciada uma taxa de mortalidade relacionada a erros na assistência de uma para cada 270 (0,4%) e 65%
desses erros foram considerados como evitáveis. A taxa de mortalidade cirúrgica, se comparada à da aviação
civil (inferior a uma por 1.000.000 de exposições), faz com que a Saúde seja considerada mais perigosa.
Somado a esses fatores, ainda há o custo social e financeiro desses erros. De acordo com dados da Litigation
Authority (LA) da National Health System (NHS), sediada na Inglaterra, a maioria das queixas de negligência
clínica vem de especialidades cirúrgicas.
Mesmo os procedimentos mais simples envolvem dezenas de etapas críticas, com inúmeras oportunidades para
falhas e enorme potencial de erros que resultam em injúrias aos pacientes. O obstáculo mais crítico para o bom
desempenho de uma equipe cirúrgica é a própria equipe. Os cirurgiões, os anestesiologistas, os enfermeiros e
outros membros devem ter um bom relacionamento e uma comunicação efetiva. Uma equipe que trabalhe unida
para usar seus conhecimentos e suas habilidades em benefício do paciente pode prevenir uma proporção
considerável das complicações que ameaçam a vida. Para tanto, é necessário combinar a precisão técnica com
a segurança do paciente. Nesse contexto, o uso correto de ferramentas como o Protocolo de Cirurgia Segura da
OMS é essencial para a atingir essa meta. Em 2008, o Ministério da Saúde do Brasil aderiu à campanha
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Cirurgias Seguras Salvam Vidas, cujo foco é a adoção pelos hospitais de uma lista de verificação padronizada,
preparada por especialistas, para ajudar as equipes cirúrgicas na redução de erros e danos ao paciente.
O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi instituído pela Portaria Ministerial (MS) nº 529 de
01/04/13 e tem como um dos seus objetivos específicos “produzir, sistematizar e difundir conhecimentos sobre
segurança do paciente”. O Ministério da Saúde visando o alcance desse objetivo publicou por intermédio da
Portaria Ministerial n º 1.377, de 9 de julho de 2013, os três primeiros protocolos que tratam das temáticas
“Cirurgia Segura”, “Prática de Higiene das mãos” e “Ulcera por pressão”. Os documentos, construídos a partir de
consenso técnico-científico e considerando as sugestões recebidas por meio de consulta pública, visam
contribuir para o desenvolvimento da gestão de riscos voltada para a qualidade e segurança do paciente nos
serviços de saúde, e estão publicados e acessíveis.
O presente protocolo abrange os tópicos principais e documentos que norteiam as condutas relacionadas às
ações de segurança do paciente cirúrgico no Hospital São Paulo, sendo eles a Lista de Verificação, a Avaliação
Pré-anestésica (APA), o Termo de Consentimento Esclarecido (TCE), a Sistematização da Assistência de
Enfermagem Perioperatória (SAEP), a Demarcação da Lateralidade de Sítio Cirúrgico e o Protocolo de Profilaxia
Antimicrobiana.
2. OBJETIVOS
Determinar e instituir medidas preventivas de ocorrência de incidentes, eventos adversos e mortalidade
cirúrgica, visando aumentar a segurança na realização dos procedimentos cirúrgicos no Hospital São Paulo.
3. MEDIDAS QUE INTEGRAM O PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA
ETAPAS DE VERIFICAÇÃO DA CIRURGIA SEGURA (CHECK LIST)
A lista de verificação da Cirurgia Segura (check list) (anexo I) deve ser feita de acordo com o Protocolo do
Hospital São Paulo (HSP), em todas as cirurgias, e possui três etapas. Cabe ao circulante de sala (enfermagem)
conduzir as três etapas.
A primeira etapa de verificação ocorre antes da indução anestésica, em que é conferida a identidade do
paciente, a marcação do sítio cirúrgico, a assinatura do termo de consentimento, a realização da avaliação préanestésica (sempre que possível com a participação do paciente), e a conformidade de medicamentos e
equipamentos de anestesia. Também são antecipadas as dificuldades de intubação, alergias, e o risco de
hemorragias. Nessa etapa também é questionado o início da administração de antimicrobianos, quando
indicados.
Na segunda etapa que ocorre antes da incisão na pele, deve-se fazer uma breve pausa antes da incisão, para
que todos os membros da equipe – cirurgiões, anestesiologistas, enfermeiros e quaisquer outras pessoas
envolvidas – se apresentem, confirmem verbalmente a identificação do paciente, o sítio cirúrgico, o procedimento
a ser feito e a posição do paciente, (pela segunda vez) e antecipem as possíveis complicações da cirurgia.
Confere se os exames de imagem, instrumental e equipamentos estão disponíveis, se estes últimos estão
funcionantes e se a esterilização dos materiais e instrumentais foi realizada com sucesso. Essa etapa é um meio
de assegurar a comunicação entre os membros da equipe e evitar erros como “paciente errado” ou “local
errado”, e evitar complicações pós-operatórias.
A última etapa ocorre antes da saída do paciente da sala cirúrgica, momento em que o procedimento
realizado é novamente verificado, os materiais e instrumentais utilizados são conferidos, as amostras de material
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biológico, quando existem, são verificadas, identificadas e encaminhadas. Aspectos críticos do pós-operatório
imediato são discutidos pela equipe.
Sempre que houver divergências ou dúvidas quanto à conferência de compressas, gazes, agulhas e instrumental
cirúrgico, é mandatória a realização de radioscopia ou Raio X, antes do fechamento da ferida operatória do
paciente.
Em cada uma das etapas o coordenador da lista de verificação deve confirmar se a equipe cirúrgica completou
todas as tarefas para aquela etapa, antes de prosseguir para a nova fase.
Ao final do preenchimento do check list, devidamente assinado, este deverá ser anexado no prontuário
do paciente. Uma cópia do check list deverá ser arquivada no respectivo Centro Cirúrgico, a fim de que possa
ser analisado posteriormente.
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA (APA)
É uma avaliação realizada pelo médico anestesiologista, previamente ao ato anestésico. Essa avaliação
consiste de entrevista contendo interrogatório sobre diversos sistemas, antecedentes pessoais, anestésicos,
cirúrgicos, hábitos, alergias, uso de medicações entre outras informações relevantes sobre suas condições
física e psicológica. Além da história e avaliação dos exames complementares, faz-se o exame físico e se
necessário solicita-se outros exames e até avaliação de um especialista.
É durante a avaliação e/ou consulta pré-anestésica que o anestesiologista informa o paciente sobre os
cuidados antes, durante e depois da realização do procedimento. Essas informações são basicamente sobre o
período de jejum pré-operatório, as rotinas da anestesia e as informações gerais sobre a técnica anestésica
que será empregada para a realização da cirurgia. Este é o momento ideal para esclarecer dúvidas do
paciente, aliviar preocupações, ansiedade, medo, além de permitir a identificação de características individuais
que podem aumentar o risco anestésico. Essa consulta visa estabelecer medidas apropriadas para diminuir o
risco anestésico, planejar a técnica anestésica, a assistência pós-operatória e obter o termo de consentimento
esclarecido da anestesia.
O estado físico do paciente é graduado de acordo com a Classificação da Sociedade Americana de
Anestesiologia (ASA), e dá uma estimativa da condição clínica do paciente, não sendo uma avaliação de Risco.
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO – TCE (cirúrgico e anestésico)
O objetivo do Termo de Consentimento Esclarecido é informar ao paciente e/ou seu responsável sobre o
procedimento cirúrgico e anestésico ao qual será submetido, seus riscos e benefícios. O paciente, ou
responsável deve ter tempo hábil para ler atentamente e ter oportunidade para esclarecer dúvidas. Ao final
deve assinar e datar, tanto o paciente como o médico.
Observações:
- Todo procedimento cirúrgico deve ser explicado antecipadamente ao paciente, ou ao seu representante
quando tratar-se de incapaz (menores de idade, senilidade, estados confusionais, etc.), pelo médico
executor, ou ao que participará do procedimento, salvo em risco iminente de morte. Conformidade ao
artigo 22 do capítulo IV do Código de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina, resolução nº
1.931/2009, em vigor 13/abril/2010. Artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº8.0780/90).
- A realização do procedimento estará sujeita ao aceite do paciente ou responsável, e ao preenchimento
do Termo de Consentimento Esclarecido completo.
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- O paciente não deverá ser encaminhado para o Centro Cirúrgico ou à Sala de Operação sem o Termo
de Consentimento Esclarecido devidamente preenchido e assinado pelo médico e paciente ou
responsável.
- Nas amputações e transplante de órgãos é necessário outro termo específico, e deve constar a
assinatura de testemunhas.
- O TCE do procedimento cirúrgico deve ser preenchido em duas vias, sendo uma delas arquivada no
prontuário do paciente e a outra entregue ao paciente ou responsável.
- O TCE do procedimento anestésico deve ser feito em uma via, na ficha do APA, que será anexada ao
prontuário do paciente.
- O médico também deverá registrar a realização da orientação/esclarecimento do paciente/responsável,
quanto aos procedimentos cirúrgico e anestésico, seus riscos e o consentimento do mesmo no
prontuário.
Obs.: Verifique os Formulários de TCE: cirúrgico (anexo II) e anestésico (anexo III)
Verifique o POP “Obtenção do Termo de Consentimento Esclarecido (TCE)”
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA (SAEP)
A SAEP (anexo IV) consiste na realização da prática de enfermagem de modo sistemático (organizado
e planejado) e tem como objetivo subsidiar meios para uma assistência de enfermagem global atendendo as
necessidades do paciente cirúrgico.
Orientações gerais
- O foco principal é estar centrado no paciente e nas intervenções para atender suas necessidades.
- Respeitar o paciente como indivíduo, protegendo seus direitos e dignidade;
- Reduzir a ansiedade do paciente e de sua família;
- Oferecer assistência individualizada (cada pessoa é diferente e tem suas necessidades);
- Satisfação do paciente, familiares e equipe.
As etapas da SAEP vão desde a admissão do paciente com coleta de dados e avaliação do paciente,
identificação dos diagnósticos de enfermagem, prescrição das intervenções de enfermagem e registro de sua
evolução durante toda a internação com reavaliação diária e em cada situação, assim como as anotações de
todas as ocorrências com o paciente durante esse período, utilizando os impressos apropriados e seguindo os
protocolos de Documentação em Enfermagem.
Para realizar a SAEP são utilizados alguns instrumentos. A coleta de dados (SAE) é preenchida pelo
enfermeiro do setor de internação na admissão no hospital. Além desse instrumento, no momento em que o
paciente é encaminhado ao Centro Cirúrgico, é preenchido um formulário de confirmação de execução do
preparo pré-operatório, que pode ser feito por todos os profissionais de enfermagem (enfermeiro, técnico e
auxiliar de enfermagem).
Desde a admissão ao Centro Cirúrgico (CC), até o retorno à unidade de destino (Unidade de
internação ou UTI), os profissionais de enfermagem do CC preenchem o instrumento da SAEP.
Alguns tópicos importantes registrados no SAEP são de fundamental importância para garantir a
segurança no procedimento cirúrgico, sendo eles a recepção, posicionamento do paciente, presença de
acessos vasculares, monitorização, local da placa do bisturi e local da incisão. Além disso, são controladas e
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registradas as compressas, gazes, agulhas e instrumental utilizado, assim como as peças para anátomo
patológico.
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP)
O Procedimento Operacional Padrão (POP) é um documento organizacional que traduz o planejamento
do trabalho a ser executado. É uma descrição detalhada de todas as medidas necessárias para a realização de
uma tarefa.
O POP tem como objetivo manter o processo em funcionamento, através da padronização e
minimização de ocorrência de desvios na execução da atividade, ou seja, assegura que as ações tomadas
para a garantia da qualidade e segurança do paciente sejam padronizadas.
Os responsáveis em cada área envolvida com a Cirurgia Segura (equipe médica, de enfermagem,
engenharia clínica, SCIH, higiene, central de desinfecção e esterilização de materiais, central de
processamento de roupas, farmácia, entre outras) tem o compromisso de desenvolver e revisar
constantemente seus POPs e divulgá-los.
POPs relacionados ao protocolo da Cirurgia Segura:
• Obtenção do Termo de Consentimento Esclarecido (TCE)
• Demarcação de lateralidade de sítio cirúrgico
• Degermação com escovação das mãos e antebraços
• Paramentação Cirúrgica
• Tricotomia Cirúrgica
• Banho Pré-Operatório
• Higiene do cabelo e couro cabeludo
• Degermação do Sítio Cirúrgico
• Antissepsia do Sítio Cirúrgico
• Preparo, armazenamento e encaminhamento de peças para Anatomopatológico
• Controle e Descarte de Agulhas
• Controle de Compressas e Compressinhas
• Controle de Pipocas Cirúrgicas (para hemostasia por compressão)
• Montagem de Sala Operatória para cirurgia
• Desmontagem de Sala Operatória
• Profilaxia Antimicrobiana Cirúrgica
• Contagem e Retirada do Instrumental Cirúrgico da Sala Operatória
Verifique os POPs referentes ao protocolo de Cirurgia Segura no site do HSP (intranet):
http://hospitalsaopaulo.org.br/sgh/sish/auth/login/
LATERALIDADE
A demarcação de lateralidade de sítio cirúrgico tem como objetivo demarcar o membro, região, lado
ou nível de localização onde será realizada a cirurgia ou o procedimento terapêutico invasivo.
Observações sobre a demarcação:
- Todo procedimento cirúrgico ou terapêutico invasivo, possível de ter mais do que uma localização
deverá ser demarcado antes do paciente ser encaminhado para o local de realização do procedimento.
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- A marcação será realizada pelo cirurgião responsável ou médico que participará do procedimento,
desde que esteja presente durante o procedimento.
- Sempre que possível a demarcação deve ser realizada com a participação ativa do paciente e/ou
responsável.
- A marca padronizada ( - alvo) será feita próxima ao local, de forma a não deixar dúvidas, e
suficientemente permanente para continuar visível após preparação da pele. Marcadores adesivos
não são permitidos.
- Em procedimentos que serão realizados em regiões bilaterais, a demarcação deve ser feita em
ambos os lados.
A demarcação do sítio cirúrgico é obrigatória na maioria dos procedimentos cirúrgicos, exceto:
•
Cirurgia em órgão único.
•
Casos de intervenção nos quais o local de inserção do cateter/instrumento não é
predeterminado. Exemplo: cateterização cardíaca, laparotomia exploradora.
•
Cirurgias em dentes, face e mucosas – escrever nome e local no Termo de Consentimento
Esclarecido (não usar abreviaturas).
•
Crianças prematuras – pelo risco de tatuagem definitiva, indicar órgão e lateralidade no Termo
de Consentimento Esclarecido.
•
Recusa do paciente – escrever no prontuário a recusa, com data e assinatura do paciente ou
responsável.
•
Cirurgias de emergência – o médico responsável deverá confirmar o local de intervenção em
prontuário e a checagem ocorrerá antes da incisão.
•
O paciente não será encaminhado à sala de operação sem a marcação (exceto nos casos
já descritos).
Obs.: Verifique o POP “Demarcação de lateralidade de sítio cirúrgico”.
Figura 1: Ilustração da demarcação da lateralidade de sítio cirúrgico
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Figura 2: Cartaz de orientação sobre a demarcação da lateralidade de sítio cirúrgico
PROFILAXIA ANTIMICROBIANA (protocolo da SCIH/HSP)
O objetivo da profilaxia antimicrobiana em cirurgia é prevenir a infecção de sítio cirúrgico, atingindo
níveis do antibiótico no sangue e nos tecidos que exceda, em toda a duração do procedimento, as
concentrações inibitórias mínimas dos microrganismos mais frequentemente encontrados naquele sítio.
Os aspectos críticos da antibioticoprofilaxia cirúrgica são a escolha do antimicrobiano adequado, o uso
de dose adequada para o peso do paciente (atenção aos obesos) e a manutenção de níveis séricos e
tissulares terapêuticos durante a cirurgia, o que pode requerer a repetição de doses em cirurgias mais
prolongadas.
Para orientar a terapia antimicrobiana (pré, intra e pós-operatória), o grupo de antimicrobianos do
SCIH do HSP elaborou o Protocolo de Profilaxia Antimicrobiana do HSP. Trata-se de uma tabela que traz a
indicação do uso de antimicrobianos (princípio ativo, dose, frequência e duração do tratamento), de acordo com
cada procedimento cirúrgico.
Para cada tipo de procedimento, são apresentadas duas opções de tratamento, (para quando houver
contraindicação da primeira opção). Como regra geral, a administração da primeira dose do antimicrobiano
deve ocorrer antes e/ou durante a indução anestésica e ser finalizada entre 30 e 60 minutos antes da incisão
cirúrgica. Especificamente, quando houver indicação de Ciprofloxacina ou Vancomicina, a administração deve
ser iniciada duas horas antes da incisão e sua completa infusão deve durar 60 minutos. Conforme a indicação,
a profilaxia é feito apenas durante o intra-operatório, ou prolongar-se por 24 ou 48 horas, com intervalos
definidos (no intra e no pós-operatório). As indicações deste protocolo destinam-se às cirurgias limpas ou
potencialmente contaminadas. No caso de cirurgia com infecção, ou de tratamento de processos infecciosos,
deve-se seguir as orientações da equipe de Infectologia (interconsulta) ou da SCIH.
O Protocolo de Profilaxia Antimicrobiana do HSP encontra-se disponível em cada sala de operação,
junto ao aparelho de anestesia.
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Obs.: Verifique o Protocolo de Profilaxia Antimicrobiana do HSP no site do HSP (intranet):
http://hospitalsaopaulo.org.br/sgh/sish/auth/login/
4. INDICADORES
Coletados através do impresso de Check list e dos dados de cirurgias realizadas nos 3 centros cirúrgicos.
1. Taxa de Adesão ao Check List
Fórmula:
Número de Check lists realizados x 100
Total de cirurgias eletivas realizadas
Periodicidade: um mês a cada semestre
Realizado pela coordenação do Grupo de Cirurgia Segura
2. Taxa de pacientes que receberam o antibiótico profilático corretamente no Intra
Operatório (medicamento e tempo)
Fórmula:
Número de pacientes que receberam corretamente o antibiótico x 100
Total de pacientes com indicação de profilaxia antimicrobiana
Periodicidade: um mês a cada semestre
Realizado pela coordenação do Comitê de Cirurgia Segura
3. Número de Eventos Adversos Graves
Pacientes com EAG:
• cirurgia em paciente errado
• cirurgia em local errado
• procedimento errado
• óbito intra-operatório
Periodicidade: mensal
Realizado pela coordenação do Comitê de Cirurgia Segura
5. NOTIFICAÇÕES
Em caso de ocorrência de não conformidades ou quase erros, de acordo com a lista de verificação das
etapas da cirurgia, as mesmas devem ser notificadas às coordenações do Centro Cirúrgico e do Comitê da
Cirurgia Segura, as quais a encaminharão aos setores e serviços envolvidos (diretoria clínica, diretoria de
enfermagem, diretoria administrativa, engenharia, anestesiologia, farmácia, etc).
Caso ocorra um evento adverso grave (ex: cirurgia em parte errada do corpo ou cirurgia em paciente
errado), o evento deve ser relatado no impresso de Notificação de Eventos Adversos Graves – HSP (anexo
VI) e encaminhado ao Núcleo de Segurança do Paciente/ Grupo de Gestão de Notificações de Eventos
Adversos do HSP.
6. COMITÊ DE ESPECIALISTAS
O Comitê de Cirurgia Segura do HSP possui representantes das seguintes áreas: médicos (cirurgião,
anestesiologista), enfermagem, SCIH, Grupo de Antimicrobianos do SCIH, Diretoria Clínica, Diretoria de
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Enfermagem, administração do centro cirúrgico, farmácia, engenharia, Núcleo de Segurança do Paciente e
Escritório da Qualidade.
Dentre suas atribuições, destacam-se o desenvolvimento e a revisão periódica do protocolo, o
monitoramento dos indicadores, a análise dos eventos adversos notificados, o acompanhamento dos casos
críticos, a orientação e a capacitação das equipes.
7. REFERÊNCIAS
1. Amalberti R, Auroy Y, Berwick D, Barach P. Five system barriers to achieving ultrasafe health care. Ann
Intern Med. 2005;142(9):756–64.
2. Anvisa. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2008. Manual Cirurgias Seguras Salvam Vidas.
Aliança Mundial para Segurança do Paciente. Disponível em:
http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home.
3. Associação Nacional de Hospitais Privados. Observatório ANAHP. Gestão de risco e segurança
evidenciam governança clínica nos hospitais da ANAHP. Edição 03/2011. p: 12-17.
4. Bohomol E. Boas práticas para promoção de segurança em centro cirúrgico. In: Viana DL. Boas práticas
de enfermagem. Ed Yendis. Cap 12.São Paulo. 2010;261.
5. Calland JF, Adams RB, Benjamin Jr DK. Thirty-day postoperative death rate at an academic medical
center. Ann Surg. 2002;235(5):690–6.
6. Código de Ética Médica do Conselho Federal de Medicina – Disponível em: http://www.cremesp.org.br
7. Grigoleto ARL, Gimenes FRE, Avelar MCQ. Segurança do cliente e as ações frente ao procedimento
cirúrgico. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2011 abr/jun;13(2):347-54.
8. Kohn LT, Corrigan JM, Donaldson MS, editors. To err is human: building a safer health system.
Washington: National Academy Press; 2000.
9. No authors listed. NHS: Being open: communicating patient safety incidents with patients, their families,
and cares. Disponível em: wwwnfs.npsa.nhs.uk/resources/?entryid45=65077 [acesso em 21 de marc¸o
de 2013].
10. Protocolo para Cirurgia Segura. Ministério da Saúde/ Anvisa/. Disponível em:
http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/protocolo-de-cirurgiasegura
11. Vendramini RCR et al. Segurança do paciente em cirurgia oncológica: experiência do Instituto do Câncer
do Estado de São Paulo. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2010;44(3).
12. Weiser TG, Regenbogen SE, Thompson KD, Haynes AB, Lipsitz SR, Berry WR, et al. An estimation of the
global volume of surgery, a modelling strategy based on available data. Lancet. 2008;372(9633):139–44.
13. World Health Organization. World Alliance for Patient Safety: Forward Programme, 2008-2009.
Disponível em: www.who.int/patientsafety/en [acesso em 16 de abril de 2013].
14. Zambon LS. Manual de implantação do check list: parte 1 – antes da indução. Disponível em:
www.medicinanet.com.br/conteudos/gerenciamento/2117/manual_de_implementaçãodochecklist
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ANEXOS
Anexo I: Formulário - Etapas de Verificação da Cirurgia Segura (check list) do HSP:
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Anexo II: Formulário - Termo de Consentimento Esclarecido (TCE) – Cirúrgico:
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Anexo III: Formulário - Termo de Consentimento Esclarecido (TCE) – Anestésico:
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Anexo IV: Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP):
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Anexo V: Formulário - Notificação de Eventos Adversos Graves – HSP:
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ELABORAÇÃO:
Elaborado por:
Versão original – Emissão: 30/04/2014 Validade:30/04/2016
Revisado por:
Aprovado por:
Leila Blanes - Coren/SP: 68603
Coord. Assistencial de Enfermagem.
Leila Blanes - Coren/SP: 68603
Coord. Assistencial de Enfermagem.
Dra. Rita de Cássia Rodrigues – CRM: 38165.
Coord. do Comitê de Cirurgia Segura do HSP.
Kalina Petrof Slavi - Coren /SP: 31810
Gerente de Enfermagem do CC.
Flávio Trevisani Fakih – Coren/SP: 29226
Escritório da Qualidade/HSP.
Dr. Carlos Edval Buchalla – CRM: 44378
Coordenador do CC do HSP.
Juliana Beneduzzi de Deus - Coren/SP: 102757
Coordenadora de Enfermagem do CC.
2ª Versão – Emissão: 15/08/2016 Validade: 15/08/2018
Revisado por:
Aprovado por:
Dra. Rita de Cássia Rodrigues – CRM: 38165. Coord. do Comitê de
Cirurgia Segura do HSP.
Comitê de Cirurgia Segura do HSP
Flávio Trevisani Fakih – Coren/SP: 29226
Escritório da Qualidade/HSP.
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