ATENÇÃO: O material a seguir é parte de uma das aulas da apostila de MÓDULO 5 que por sua vez, faz parte do CURSO DE TELECOMUNICAÇÕES (MÓDULO 5 ao 7). A partir da amostra da aula, terá uma idéia de onde o treinamento de eletroeletrônica poderá lhe levar. Você poderá adquirir o arquivo digital da apostila completa (16 aulas), ou ainda na forma impressa que será enviada por por correio. Entre na nova loja virtual CTA Eletrônica e veja como: www.lojacta.com.br Além de ter a apostila e estuda-la, torne-se aluno e assim poderá tirar dúvidas de cada uma das questões dos blocos atrelados a cada uma das aulas da apostila, receber as respostas por e-mail, fazer parte do ranking de módulos e após a conclusão do módulo com prova final, participar do ranking geral e poder ser chamado por empresas do ramo de eletroeletrônica. Saiba mais como se tornar um aluno acessando nossa página de cursos: www.ctaeletronica.com.br/web/curso.asp APOSTILA MÓDULO - 5 CONVERSOR ISOLADO - CINESCÓPIO AULA 15 Conversor DC-DC isolado e - chaveador com MOSFET Revisão do Circuito Horizontal com várias formas de onda Revisão do Circuito Vertical - realimentação negativa e ondas Cinescópios Delta, Line e Trinitron e o canhão eletrônico A dificuldade de ajuste almofada em cinescópios Delta e Line As polarizações dos cinescópios: antigas e modernas ANÁLISE DE DEFEITOS EM CONVERSORES DC-DC (fontes chaveadas) Como dissemos anteriormente, aqui teremos mais um capítulo dos conversores DC-DC, para potências médias/baixas (entre 50W e 200W de consumo médio). A análise destes conversores, que muitos chamam também de fontes chaveadas, requer muito conhecimento envolvendo polarizações DC de transistores e integrados, bem como análise de circuitos de realimentação negativa e formadores PWM para controle. Apesar da teoria envolvida nestes circuitos ser muito complexa, tentaremos ser os mais objetivos e claros possíveis na explanação do funcionamento e defeitos. Toda a análise de defeitos envolvendo fontes de alimentação começam pela verificação da tensão de saída, que em nosso caso específico de televisores de tubo, deverão formar uma tensão principal em torno de 100V, que é chamada de fonte alta. Esta tensão terá este valor, pois excitará outro conversor DC-DC que é conhecido como TSH (transformador de Saída Horizontal), que será responsável por gerar tensões menores e maiores a partir dos 100V de entrada. Esta tensão na entrada do TSH, deverá ser muito bem estabilizada, pois a precisão das demais tensões geradas a partir desta, dependerá exclusivamente da estabilização da tensão de entrada. Isso ocorre devido ao TSH não trabalhar por realimentação negativa visando controlar suas tensões secundárias. Caso a tensão de saída estiver normal (+100V), deveremos verificar se o micro está liberando o funcionamento do televisor ou ainda se o circuito horizontal está recebendo esta tensão tanto na entrada do TSH, como no coletor do transistor de saída horizontal e no coletor do transistor driver. Nem sempre a tensão do coletor do transistor driver provém da fonte principal de +100V, cabendo ao técnico analisar como esta será formada. Quando a tensão da fonte está zerada, o problema poderá ser um curto no secundário da própria fonte ou ainda problemas de excitação no circuito oscilador do conversor DC-DC. A forma mais rápida e segura, após constatarmos que a tensão de saída está em 0V (ou próxima a isto), será aplicar um “jumpeamento”, que deve ser feito com um capacitor ligado a uma ponte de diodos, sendo este conjunto, por sua vez, ligado na lâmpada série, como mostra a figura 1. Este procedimento já foi explanado nos conversores DC-DC abordados no módulo 4. O “jumpeamento” irá substituir a tensão de +B e não somente isso, permitir que caso haja consumo excessivo, possa ser visualizado na lâmpada em série. Veja que de uma forma geral, quando há consumo excessivo, há uma detecção de corrente no primário do figura 1 Zener de proteção (desligar) v FONTE CHAVEADA ELETRÔNICA TELEVISÃO ANALÓGICA E SISTEMAS UTILIZANDO TUBOS DE IMAGEM - OSCILOSCÓPIOS 241 APOSTILA conversor DC-DC e isso causará o desarme quase instantâneo. Em alguns conversores, quando o desarme é feito, o aparelho somente volta a funcionar caso a tomada seja desligada da rede; em outros casos (atualmente mais comuns) o conversor trabalhará sob o processo chamado multi burst (multi rajadas), onde o transistor chaveador é levado ao corte e saturação durante alguns ciclos (em sua frequência normal), até que a corrente excessiva seja detectada, havendo o desarme da fonte que ficará assim, por cerca de 50ms, voltando a liberar o acionamento do transistor chaveador por mais alguns ciclos sendo novamente o conversor desarmado, permanecendo assim indefinidamente. Nestes casos, aparecerá uma tensão muito baixa nas saídas do conversor ou fonte, e mesmo que esse funcionamento intermitente seja provocado por uma fuga ou curto de algum componente, não há tempo que isso se manifeste como um consumo médio maior e claro, não sendo visualizado na lâmpada em série de entrada (onde ligamos a tomada do televisor). Quando desligamos o conversor DC-DC da rede e aplicamos o capacitor e os diodos (ligados à lâmpada em série) como mostra a figura 1, uma fuga ou um curto no secundário será facilmente detectado por este arranjo. Veja que nos casos de “jumpeamento” que se resume em colocar uma tensão DC logo após o conversor ou fonte chaveada, a lâmpada série deverá ter uma potência 1,5 vezes maior que a potência do aparelho sob teste. Esse “jumpeamento” apenas aplica polarização na entrada do TSH e circuito do driver, mas normalmente não é a fonte para polarizar o oscilador horizontal. Assim, para substituir a tensão de saída mais baixa, devemos utilizar uma fonte externa, ajustada no valor exato ou um pouco abaixo da tensão indicada para a fonte. Devemos lembrar que neste procedimento não podemos ligar o aparelho na rede elétrica (nem que seja via lâmpada série), de acordo com a observação no lado esquerdo da figura 1. Depois de feito o “jumpeamento” da fonte, tanto da tensão mais alta como da mais baixa, poderemos verificar se o aparelho funciona. Caso funcione, indicará que o defeito está na fonte de alimentação, onde destacamos o resistor de partida, resistor de segurança no emissor do chaveador e outros detalhes. Mas, se o aparelho não funcionar, saberemos que o defeito principal (se existir mais de um) não será a fonte, e deveremos continuar a analisar o restante do aparelho, mantendo o “jumpeamento”. Neste caso é aconselhável começar nossa análise pelo circuito horizontal, tentando fazer o mesmo funcionar; caso seja necessário poderemos excitar a saída horizontal com excitador externo na frequência de 15.734Hz com onda quadrada (EX2 da CTA ou outro), e assim fazermos uma análise rápida para identificar se o horizontal está ou não com defeito. Caso o aluno não conheça a técnica de excitação externa do horizontal, basta requisitar o manual do Excitador Horizontal feito pela CTA Eletrônica, onde neste, há uma série de exemplos práticos de como utilizá-lo. Há no mercado equipamentos semelhantes a este, que também excitam o circuito de saída horizontal de monitores de computador; também poderá encontrar farto material falando disso na revista CTA, a partir do MÓDULO - 5 número 32. Uma vez identificado (com certeza) que o defeito está na fonte, deveremos começar nossa análise a partir desta; como comentado anteriormente, a análise dos conversores DC-DC ou fonte chaveada, deverá seguir a ordem natural de funcionamento, ou seja: 1° - partida 2º - polarização principal (+B à massa) 3° - oscilação 4° - indução 5° - estabilização Vamos tomar como exemplo a fonte utilizada na aula anterior (TV Sharp 2053), que pode ser vista na figura 2. Vamos analisar um defeito quando a tensão de saída é 0V e considerando que já foi o jumpeamento do televisor. Análise da partida: O resistor R702 é o responsável pela partida. Quando ligamos o conversor DC-DC à rede elétrica, inicialmente o integrado IC701 está despolarizado, e sua tensão no pino 2 será de 0V. Então, posicionando o osciloscópio no pino 2 (terra do osciloscópio será posicionado no negativo de C707) e depois ligando a TV na lâmpada série, deveremos observar no osciloscópio (escala 1V/divisão) a tensão que era inicialmente 0V, aumentar de amplitude, indo para alguns volts (acima de 5 volts). Isto garantirá que está havendo partida. Observação: O osciloscópio deverá ser ligado no pino 2 antes de ligarmos a TV na lâmpada série, e observar a tela do osciloscópio, com muita atenção, no exato momento que ligamos a TV. Nossa análise não se limitará em saber se há ou não partida, mas também interpretar o que está ocorrendo com a polarização do IC701. a) A tensão permanece em 0V sem qualquer variação: podemos ter no caso, duas hipóteses. A primeira seria que R702 ou RX717 está aberto (ou muito alterado); a segunda seria que o IC701 está em curto ou CX716 está em curto. Para eliminar a segunda hipótese, devemos desligar o pino 2 do IC701 e depois se necessário desligar também um terminal do capacitor, voltando a medir a tensão na trilha que vem de RX717; caso a tensão suba (para mais de 10V) o defeito está no integrado (ou no capacitor); caso a tensão permaneça em 0V, teremos um resistor aberto ou falta de tensão retificada da rede. Cabe aqui lembrar que antes de analisar a fonte devemos SEMPRE verificar a tensão retificada da rede, com o osciloscópio, para encontrarmos possíveis falhas de retificação, ripples de filtragem, chaves abertas, ou dobradores com problemas. b) A tensão sobe acima de 15 volts, podendo ultrapassar os 150V: isto indica que existe tensão de partida, mas o integrado não está funcionando, ou seja, não existe consumo, o que manterá a tensão em torno de 12V; neste caso o defeito será o integrado (aberto). Antes de substitui-lo devemos confirmar todos os pontos de alimentação, inclusive o terra, e também possíveis soldas “frias” em seus terminais. c) A tensão inicialmente sobe para cerca de 10 volts e depois cai para 5 ou 6 volts e depois volta a subir e cair sucessivamente: isto indicará que o integrado está funcionando, ou pelo menos parte dele, podendo 242 4 TELEVISÃO ANALÓGICA E SISTEMAS UTILIZANDO TUBOS DE IMAGEM - OSCILOSCÓPIOS ELETRÔNICA APOSTILA MÓDULO - 5 encerrar a análise inicial da partida, já que sabemos que a partida está funcionando e o integrado começou a funcionar. Na verdade, não houve indução de tensão que vem do funcionamento da fonte via DX707, o que garante a polarização adequada para o integrado. baixa neste pino, podemos ter uma fuga em um dos capacitores. Também devemos verificar C715 que é responsável pela partida suave, ou seja, quando ligamos o equipamento, a tensão sobre este capacitor será baixa, diminuindo o tempo de saturação do transistor chaveador e claro, colocando as tensões de saída em um nível baixo. À medida que este vai se carregando, vai permitindo um maior tempo de saturação do transistor chaveador, chegando a um nível que não atua mais sobre o corte e a saturação, ficando isso a cargo da realimentação negativa. Com um curto neste capacitor, o transistor chaveador estaria trabalhando em um tempo curtíssimo de saturação, o que praticamente não permitiria a geração de tensão para o secundário. Depois de confirmada a oscilação da fonte, devemos verificar a variação presente no pino de saída do integrado, que fará o transistor QX701 cortar e saturar; no pino 1 deveremos ter uma onda “quadrada” variando de 0V à 10V (ou até 15V). Caso a tensão esteja em zero volt, deveremos desligar a base de QX701 e voltar a conferir este pino. Como o pino 1 e 16 estão interligados por resistores de baixo valor, a mesma análise deverá ser feita no pino 16. A ausência desta onda quadrada indicará que o integrado não está funcionando, devendo ser substituído; devemos prestar bastante atenção na correta polarização de todos os pinos de alimentação do integrado, inclusive o terra. Antes de trocarmos o integrado devemos ainda monitorar a tensão no pino 13, que deverá ser sempre próxima a 0V; se esta tensão subir para mais de 0,5V irá armar a proteção do integrado, bloqueando o seu funcionamento. Análise da oscilação da fonte: Depois de verificado que realmente existe partida, devemos verificar se a fonte está oscilando ou chaveando, formando ciclos de corte e saturação do transistor chaveador. Nos conversores DC-DC Step Down ou Step Up (que também chamamos de fontes série) a oscilação geralmente é formada pela realimentação positiva do próprio transformador chopper; mas, nos conversores do tipo fly-back que também chamamos de paralelos, geralmente temos um integrado que forma uma onda PWM para comandar o corte e saturação do transistor, sendo que a oscilação geralmente é feita por um oscilador interno, baseado na carga e descarga de um capacitor. No nosso caso a oscilação é feita pela carga e descarga de C713 e C714, e para saber se existe oscilação, bastará medir com o osciloscópio a forma de onda no pino 10 do IC701. Caso a oscilação exista teremos uma onda dente de serra no pino 10, confirmando o funcionamento correto do integrado (devemos lembrar que esta oscilação será intermitente, já que o integrado está sendo polarizado apenas inicialmente, sendo que sua tensão de pino 2 cai e bloqueando o funcionamento; depois volta a funcionar e parar, como foi observado ao medir o pino 2). Caso não exista oscilação no pino 10, e a tensão neste pino estiver alta, poderemos ter os capacitores abertos (ou terra desconectado). No caso de tensão F701 figura 2 1 C703 T701 3 FB701 R701 4 2 C704 C722 R702 100k R703 C719 R705 C720 CX708 1 P/ BOBINA DESMAG. R706 C725 L704 R705 18V D706 R709 R707 C721 C707 D 70 70 D 1 C706 L702 D708 2 7 C701 2 AT115V 70 70 4 D L701 D 3 R711 R706 C709 DX707 R718 RX721 C710 FB702 12 L705 4 C733 R716 3 R708 RX717 FB707 R715 C723 C711 6 7 4 5 C724 D710 CX 716 UR18V 8 AT14V R729 3 8 1 2 FB703 AT12V R728 6 D709 R710 ERROR AMPLIFIER SUPPLY INITIAL/ PROTETION V. REF. FB704 IC701 PWM OUTPUT LOGIC 5 10 RX719 LEVEL DETECTOR C726 DEMAG. SENSOR OUTPUT R731 15 16 FB708 R714 FB706 C715 14 R727 1W C714 C713 13 12 C729 R723 11 Q701 R724 10 9 CURRENT PROTECT R726 1W R712 SOFT START RX722 OSCILATOR C735 TERRA DO PRIMÁRIO TERRA DO SECUNDÁRIO CX717 R713 180k R720 7k87 R275 1W C712 18V ELETRÔNICA TELEVISÃO ANALÓGICA E SISTEMAS UTILIZANDO TUBOS DE IMAGEM - OSCILOSCÓPIOS 243 APOSTILA Análise da indução do chopper: Depois de verificado que o integrado está realmente funcionando, devemos verificar se o transistor chaveador está a saturar e cortar, produzindo variações de campo no primário do chopper, induzindo assim, tensões nos secundários deste. Para isso, devemos verificar inicialmente a base (ou gate) deste transistor, onde deveremos encontrar uma onda “quadrada”. O transistor chaveador, normalmente um FET, terá sua análise de funcionamento muito parecida com a válvula; mas visando uma simplificação, vamos imaginar que ele comportar-se-á como um transistor comum: Tensão alta no gate (acima de 10V) ou base, se fosse bipolar, irá fazer o transistor saturar; tensão baixa no gate (0V ou negativa) irá fazer o transistor cortar; a grande diferença do transistor FET em relação ao bipolar é que não haverá necessidade de ser ter corrente entre baseemissor; outra diferença é que a base não terá uma tensão 0,6V maior e travada em relação ao emissor, podendo esta chegar a uma diferença de potencial acima de 20V (sem queimar o transistor). Veja que no exemplo dado acima, estamos comparando as polarizações de um transistor NPN comparada ao transistor FET canal N. Nos módulos seguintes iremos estudar em mais detalhes o transistor FET. Voltando a nossa análise, na base (gate) do transistor devemos ter uma onda “quadrada”, mesmo que intermitente (função multi-burst); caso ela não exista, poderemos ter os resistores de base aberto (RX719 e RX722) ou um curto base-emissor (gate-source). Outro ponto a se analisar, é o coletor (dreno) do transistor, que deverá inicialmente estar com a tensão de 150Vdc (para redes de 110Vac e 300Vdc para redes de 220Vac), e quando a tensão na base subir, esta tensão deverá cair, indicando que o transistor recebeu a polarização do integrado. Caso a tensão na base varie, mas no coletor não, poderemos ter o transistor “queimado” ou com falta de ganho; antes de sua troca, deveremos verificar se seu emissor (source) está corretamente polarizado e se não existe resistores alterados na sua polarização. Análise da indução do chopper: Quando o transistor chaveador está saturado, a corrente circulante pelo primário do chopper vai aumentando gradativamente, o mesmo ocorrendo através do coletor e emissor do transistor. Com isso, é produzido um campo variável tendendo ao aumento no primário do chopper, que induz nos enrolamentos secundários uma determinada tensão, proporcional à relação de espiras primário/secundário. Apesar de haver as tensões induzidas, normalmente não há produção de corrente no secundário, devido ao corte dos diodos retificadores. No corte do transistor chaveador, o campo produzido no primário começará a contrair e sua direção será agora contrária à expansão, produzindo indução de tensões reversas, que agora irão polarizar a maioria dos diodos retificadores, aparecendo as tensões DC que vão aumentando paulatinamente. Podemos medir com o osciloscópio diretamente nos terminais do chopper, onde na tela aparecerão pulsos, tanto positivos como negativos sendo que a amplitude destes dependerão da relação de espiras primário/secundários. Caso estas formas de onda não apareçam nos secundários, MÓDULO - 5 podemos afirmar que o chopper estará com problemas (com enrolamentos secundários abertos) ou com algumas das fontes em curto, impedindo a formação da tensão de saída; isto poderá ser verificado desligando os diodos retificadores um a um e conferindo a indução, que deverá estar ocorrendo. Outro modo de verificação seria a excitação externa do transistor chaveador, forçando a indução dos terminais dos secundários do chopper. Para isso, devemos aplicar um curto base-emissor no transistor de saída horizontal e desligar a polarização do microprocessador, evitando que tensões mais altas que as esperadas possam levar a uma série de danos no equipamento em teste; esta técnica voltará a ser abordada nos próximos módulos. Análise da estabilização da tensão de saída: A fonte gera várias tensões, entre elas a tensão de +B, que polariza o circuito de saída horizontal. Esta é a principal tensão da fonte, e justamente a tensão que devemos manter estabilizada em seu correto valor, pois ela será aplicada ao primário do TSH e a partir do chaveamento do transistor de saída horizontal serão geradas as demais tensões, que alimentarão uma série de circuitos e claro, deverão ter um determinado valor e dentro de uma determinada estabilização. Nos conversores DCDC isolados, geralmente a estabilização das tensões do secundário é feita através de uma amostra destas tensões enviadas de algum modo ao primário. Isto pode ser feito através de um foto acoplador e um amplificador de erro; mas no caso da nossa fonte específica, a estabilização é feita através de uma retificação e filtragem a partir do enrolamento que gerar a própria alimentação do integrado. À partir da amostra da tensão que está sendo realimentada, existirá o amplificador de erro, fica dentro do IC701. Sendo assim, se a fonte estiver com a tensão alta (ou baixa), devemos verificar a tensão que chega no pino 7 (cerca de 2,3V); ela a responsável pelo controle da largura do PWM e consequentemente a tensão de saída. Caso exista uma tensão mais alta ou mais baixa do que as tensões esperadas, devemos verificar os resistores R705 a R709 e os capacitores associados, pois qualquer alteração num destes componentes provocará uma alteração na tensão de saída da fonte; caso alterarmos os divisores resistivos podemos manipular a tensão de saída, mas mesmo assim, após a alteração ela continuará com sua tensão estabilizada. Uma das formas para de conferir a taxa de estabilização da fonte de alimentação é alterar o brilho do televisor e para isso, basta alterar a tensão de screen (grade 2), mexendo normalmente no potenciômetro que está no corpo do TSH e com isso alterar seu consumo; monitorando a tensão de +B, saberemos se ela realmente está estabilizada com alteração de consumo. Caso isto não ocorra, pode estar havendo um erro na tensão de referência que é comparada com a amostra da realimentação. Como essa tensão de referência é gerada dentro do integrado, na falta de estabilização (acima de 5%) devemos substituir o IC701. Com isso, encerramos nossa análise inicial em conversores DCDC (fontes chaveadas), sendo que nos próximos módulos estudaremos outros estilos de fonte, para consumos superiores a 200W. 244 4 TELEVISÃO ANALÓGICA E SISTEMAS UTILIZANDO TUBOS DE IMAGEM - OSCILOSCÓPIOS ELETRÔNICA APOSTILA MÓDULO - 5 REVISÃO DO CIRCUITO HORIZONTAL O circuito horizontal dos televisores de tubo ou cinescópio, foi um estágios que menos mudou considerando o início da década de 1980 até agora. Se pegarmos o circuito de saída horizontal de uma TV à cores desta época e compararmos com uma TV de 2010, poderemos notar que eles são muito parecidos. A grande alteração nos circuitos horizontais se deram nos osciladores, que antes eram formados a partir de circuito oscilador individual, sendo que hoje derivam de osciladores de frequências mais altas (VXO´s) e com técnicas de controle (VCO) envolvendo portas lógicas (NOREX). Baseado no fato que o circuito horizontal recebeu poucas modificações, podemos criar um horizontal básico, onde a partir dele, poderemos analisar os demais horizontais dos circuito mais modernos. Na figura 3, temos um desenho de como pode ser nosso circuito horizontal “genérico”. O circuito horizontal é formado inicialmente pelo oscilador horizontal, que nos televisores modernos, encontra-se dentro do CI “jungle”; este oscilador será reforçado por um amplificador, interno também ao CI, que fornecerá uma onda quadrada no pino de saída, que geralmente é identificado como “drive horizontal” ou “horizontal out” (HD ou Hout). Lembrem-se que podemos ter a frequência de trabalho do horizontal derivada da divisão de uma frequência bem mais alta (VXO de croma), sendo que a tensão proveniente do controle do CAF, atuando de forma secundária sobre este oscilador de maior frequência. Já fora do integrado, a “onda quadrada” irá para o “driver horizontal”, que geralmente é formado por um transistor e um transformador casador de impedância que vai ligado ao coletor do transistor (como mostra a figura 3). O transistor tem a função de dar ganho em corrente e tensão ao sinal e o transformador de transformar este sinal em baixa impedância e alta corrente para excitar a saída horizontal. A saída horizontal é formada pelo transistor de saída horizontal, cujo coletor está ligado ao TSH (transformador de saída horizontal), ainda temos o diodo grampeador que está ligado inversamente entre o coletor e o emissor do transistor de saída horizontal (na maioria das vezes dentro do próprio transistor) e o capacitor de amortecimento de picos, que também está ligado no coletor do transistor de saída. O transistor irá trabalhar saturando e cortando de acordo com a “onda quadrada” do oscilador, induzindo picos de tensão alta no seu coletor, devido à ressonância do TSH e capacitor associado. Esses picos irão gerar uma corrente dente de serra na BDH (bobina defletora horizontal) que também está ligada ao coletor do transistor de saída, fazendo assim a deflexão do feixe do cinescópio. A teoria detalhada do funcionamento horizontal pode ser revista na aula 2 e 3 deste módulo. Esses picos de tensão alta, gerados no coletor do transistor de saída irão induzir no primário do TSH (ligado ao coletor do transistor) uma tensão pulsante, sendo esta induzida para os secundários do TSH, cujos níveis de tensão dependerão da relação de espiras deste transformador. Assim, são criadas as tensões secundárias para o funcionamento da TV (Vertical, Som, RGB, etc.). HORIZONTAL COM DEFEITO Quando o televisor está inoperante e a fonte de alimentação está com as tensões normais, devemos verificar se temos os pulsos de tensão alta no coletor do transistor de saída horizontal. Alguns técnicos que possuem sensibilidade auditiva acima de 15kHz, conseguem ouvir o trabalho do circuito de saída horizontal, o que facilita na rapidez da análise. Para aqueles que tem mais dificuldade para ouvir o horizontal, deverão colocar a ponta do osciloscópio em x 10 (atenuação de 10 vezes), colocando a seleção de volts/div. Do osciloscópio em 5V ou mais (caso a escala máxima de entrada seja de 5V, o atenuador variável, deverá ser posicionado no sentido anti-horário, fora da posição CAL). Em primeiro lugar devemos observar a MAT figura 3 +B VERTICAL Fonte baixa +B SOM +180V MICRO Hvcc OUTROS +B ON/OFF R1 C2 JUNGLE CAF ELETRÔNICA oscilador horizontal BDH Drive Hvcc C1 Q1 Q2 TELEVISÃO ANALÓGICA E SISTEMAS UTILIZANDO TUBOS DE IMAGEM - OSCILOSCÓPIOS 245 APOSTILA MÓDULO - 5 forma de onda do coletor do transistor de saída horizontal, caso esteja normal, podemos concluir que o horizontal está funcionando corretamente e o defeito deverá estar em outro circuito que não o horizontal. Devemos lembrar que a análise do circuito horizontal deve sempre começar pela forma de onda (tensão) do coletor da transistor de saída horizontal, mesmo quando a TV está completamente parada. A seguir vamos indicar algumas formas de onda que poderão ocorrer no coletor do transistor de saída horizontal (Q1 da figura 1), indicando o significado de cada uma das formas de onda: 1) Na figura 4, temos a forma de onda característica de um bom funcionamento do circuito horizontal. Devemos salientar 2 pontos importantes, sendo o primeiro a frequência que deve ser de 15.734 Hz, correspondendo a um período de 63,5 us, onde a escala horizontal do osciloscópio deverá estar em 20 us/div, correspondendo este período de tempo a 3,2 divisões da escala “timeDIV”; o segundo ponto importante é a forma da onda, sendo que a amplitude deverá estar em torno de 600V a 900V (TVs de 14 a 21 polegadas). A rampa de subida da forma de onda será feita de forma rápida, tempo uma leve inclinação, o mesmo ocorrendo com a rampa de descida (como mostra a figura 4). Portanto, a forma de onda deverá estar posicionada em 0V, durante a maior parte do tempo (53us) enquanto o transistor estiver saturado, e um pulso positivo que pode alcançar uma amplitude de 600 à 900Vp, quando o transistor entrar em corte. É importante destacar aqui que este transistor não trabalhará em média polarização. Entre um pulso e outro, não poderão aparecer oscilações e nem pequenos pulsos, e caso isso aconteça, indicará excesso de consumo no circuito de saída horizontal. + 850V Osciloscópio em 20ms / div ponta x10 0V potenciômetro CAL foi girado no outro VOLTS/DIV sentido .5 63,5 ms TIME/DIV .2 .1 1 2 ms 50 V 10 5 CAL mV CH1 INPUT DC GND AC 2 1 .5 .2 5 20 5 10 20 50 .1 .2 s .1 50 20 10 5 2 us 1 .5 .5 CAL x10 figura 4 2) Na figura 5, temos um primeiro defeito do horizontal, sendo caracterizado pelo funcionamento aparentemente normal do equipamento, mas com um aquecimento maior sentido no dissipador do transistor de saída horizontal. Este problema poderá ocorrer por uma falha na excitação proveniente do driver horizontal ou ainda ganho mais baixo do transistor de saída horizontal, não por defeito neste, mas apenas com características de menor ganho. Este defeito, que indica maior consumo e aumento de dissipação de potência do transistor de saída horizontal, só pode ser percebido com o osciloscópio e conforme a maior intensidade do “grau” do defeito pode levar a “queima” do transistor em alguns dias, horas ou até em alguns segundos. + 850V Osciloscópio em 20ms / div ponta x10 0V AQUECIMENTO figura 5 Podemos observar pela figura 5, que antes do corte do transistor de saída horizontal (ele fica saturado na metade do intervalo da tensão de zero volt até o aparecimento do pulso positivo), poderá aparecer uma curva que indica que a corrente de polarização para a base e emissor do transistor, não está sendo suficiente para mantê-lo saturado até o seu corte e com isso haverá incidência de corrente circulante e tensão entre coletor e emissor. Como sabemos a dissipação de potência é o produto da tensão aplicada pela corrente circulante e neste caso, teremos corrente em torno de 2A com uma tensão aplicada de 20 à 40V, o que daria uma potência dissipada de 80W. Mas, como o período de tempo desta dissipação de potência é pequeno, com cerca de 1/10 do período do tempo do horizontal, teremos a potência dissipada dividida por 10, resultando em 8W. Pode parecer uma potência dissipada muito baixa, mas somada à potência que já ocorre, cerca de 4W, resultará em uma potência total de 12W, o que é 3 vezes maior do que o normal esperado. Antes de surgir o pulso positivo de retorno, vemos que há uma curva e não uma intersecção reta. Na figura 5, temos uma ampliação do detalhe da curva para melhor visualização, sendo que a área hachurada (cinza) indica a região onde o transistor está polarizado, mas não totalmente saturado (nesta parte da onda, o transistor deveria manter seu coletor com tensão em 0 volt), gerando uma área de aquecimento. Quanto maior a curva, maior será a área hachurada e maior será o aquecimento do transistor. Como já falamos, o acúmulo desse aquecimento no transistor provocará, mais cedo ou mais tarde, a “queima” dele, normalmente levando o transistor ao curto total. As principais causas deste defeito são: a) Transistor driver com falta de ganho (Q2 na figura 1). 246 4 TELEVISÃO ANALÓGICA E SISTEMAS UTILIZANDO TUBOS DE IMAGEM - OSCILOSCÓPIOS ELETRÔNICA