1 ANÁLISE DOS FATORES DE CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DO

ANÁLISE DOS FATORES DE CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DO MUNICÍPIO DE SÃO
JOSÉ DOS CAMPOS-SP
Mariane Barbosa de Paula1,Allan Wesley Santos Ferreira, Iuri Rojahn da Silvan
¹Universidade do Vale do Paraíba – Faculdade de Educação e Artes, curso de Geografia, Rua: Tertuliano
Delphim Junior, 181 CEP 12246-080 São José dos Campos – SP- Brasil, [email protected]
Resumo- O presente trabalho tem como objetivo examinar a falta de desenvolvimento e
interpretação da Geografia Física enquanto ciência. A análise se iniciou após a interpretação dos conteúdos
inseridos na literatura do ensino médio obtido a partir de livros didáticos, o qual notamos que possui uma
boa base para professores se utilizarem deste material para a aplicação de atividades em classe
relacionadas a este tema. A área de interesse é a região do município de São José dos Campos onde se
utilizou os fatores de classificação climática de Koppen e Thornthwaite para se obter resultados do clima da
região.
Palavras-chave: Geografia, Classificação Climática, Balanço Hídrico, Köppen, Thornthwaite
Área do Conhecimento: Ciências Humanas
Introdução
O desenvolvimento da Geografia enquanto
ciência deu-se a partir da segunda metade do
século XIX, com as colaborações dos alemães
Ratzel, Ritter e Humboldt e dos franceses Eliseé,
Reclus e Vidal de La Blache, seu ingresso no País
teve início na década de 30 e sua renovação no
fim da década de 1970, sendo um marco das
inovações nos processos metodológicos da
geografia escolar, a Geografia crítica.
Segundo Lefebvre (1977), a ação
pedagógica corresponde e serve para reforçar a
divisão do trabalho na sociedade burguesa
capitalista tendo destaque para a relação homemnatureza sua dinâmica e interação que existem
entre a atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera,
seno o homem um organismo capaz de modificar
consideravelmente as forças da natureza através
da tecnologia.
O PCN (2001) propõe um trabalho
pedagógico na geografia que vise à ampliação das
capacidades dos alunos de observar, conhecer,
explicar, comparar e representar as características
do lugar em que vivem e de diferentes paisagens
e espaços geográficos, com as próprias
características essenciais da ciência, mas carente
quando se aborda aspectos da Geografia Física.
A falta de conhecimento sobre a geografia
Física causa uma falta de interpretação adequada
do meio ambiente ficando a mercê de noticias
sensacionalistas dos meios de comunicação. O
presente trabalho tem como objetivo interpretar o
conteúdo na literatura do ensino médio obtida em
livros didáticos, após analisar os fatores de
classificação climática do município de São José
dos Campos e finalmente comparar os resultados
obtidos por intermédio da Classificação climática
de Köppen-Geiger e de Thornthwaite.
Metodologia
O
material
selecionado
para
a
interpretação foi obtido em quatro coleções de
livros de geografia especificados na Tabela 1,
onde são abordados temas referentes à geografia
física em níveis abaixo da média (A), na média (B)
e Acima da média (C).
A análise dos fatores de classificação
climática do município de São José dos Campos
terá como base teórica os conceitos abordados na
realizando assim uma análise do município de São
José dos Campos, segunda a literatura disponível
para os alunos do Ensino Médio. A classificação
climática do Balanço Hídrico de Thornthwaite e de
Koppen foi realizada segundo pelo modelo
disponível em Vianello (1991) seguindo a seguinte
ordem:
Tabela 2: Balanço Hídrico de Thornthwaite:
Coluna 1
Coluna 2
Coluna 3
Coluna 4
Meses do ano.
Temperatura: preencher com as
respectivas temperaturas médias
mensais.
Obter a evapotranspiração potencial
mensal (não ajustada) por intermédio
do nomograma de Thornthwaite.
Correção
preencher
com
os
respectivos fatores de correção
mensais (função do mês da latitude
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do lugar) Arredondando sempre para
o valor mais próximo.
Coluna 5
Coluna 6
Coluna 7
Coluna 8
EP obter a evapotranspiração
potencial média em mm-mês,
multiplicando-se os dados da coluna
3 pelos da coluna 4.
P: Preencher com as respectivas
precipitações pluviais mensais, em
mm.
P-EP: obter os saldos, negativos ou
positivos, entre a precipitação e a
evapotranspiração
potencial,
subtraindo os valores da coluna 5
dos da coluna 6.
ARM: considera-se que os valores
da água armazenada disponível na
zona das raízes variam entre 0 e
100mm. Normalmente, parte-se de
100mm no mês em que o balanço da
coluna 7 é positivo e superior a 100,
ou no mês no qual a soma dos
balanços dos meses anteriores é
positiva e superior a 100.
Para a classificação de KOPPEN foram abordados
os seguintes Tipos e subtipos climáticos
especificados na Tabela 3 de forma que sua
especificação é obtida pela combinação da
primeira e segunda letra dos códigos acima
descritos obtendo-se os seguintes tipos climáticos:
Tabela 3: Tipos e Subtipos climáticos
classificação de KOPPEN existentes no Brasil
Resultados
A classificação da literatura se SJC pode ser vista
na Tabela 1 onde os índices níveis abaixo da
média (A), na média (B) e Acima da média (C)
Tabela 1 Coleções de livros selecionados para
análise
Livro
Ano
Diferenças
dos conceitos
de Tempo e
clima
Circulação
dos ventos e
o
deslocamento
das massas
de ar
Conceituação
do Tempo
meteorológico
Identificação
das
características
dos cinco
tipos de clima
do Brasil
1
2011
2
2010
3
2004
4
2010
5
2002
B
C
B
C
B
B
B
C
B
B
C
B
B
C
B
B
B
B
B
C
Na Tabela 5 pode-se observar os dados
climatológicos do município de São José dos
Camopos, período correspondente de 1943 à
1970
na
Tabela 5 Dados Climatológicos do município de
São José dos Campos-SP 1943 à 1970.
Af
Clima tropical húmido ou clima
equatorial
Am
Clima de monção
Aw
Clima tropical com estação seca de
Inverno
As
Clima tropical com estação seca de
Verão
BSh Clima das estepes quentes de baixa
latitude e altitude
BWh Clima das regiões desérticas quentes de
baixa latitude e altitude
Cfa
Clima temperado húmido com Verão
quente
Cfb
Clima temperado húmido com Verão
temperado
Cwa Clima temperado húmido com Inverno
seco e Verão quente
Cwc Clima temperado húmido com Inverno
seco e Verão curto e fresco
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No Gráfico 1 observa-se o Balanço Hídrico Normal
Mensal do município de São José dos Campos-SP
2003
Gráfico 1: Climatologia do município de São José
dos Campos -SP Ano 2003
Mês
T Máx M (ºC) T Mín M (ºC) Prec mm
Jan
29,8
18,5
216,3
Fev
29,9
18,8
191,2
Mar
29,5
17,7
165,3
Abr
26,7
15,2
80,5
Mai
25,5
12,5
58,8
Jun
24,3
11
42,3
Jul
24,5
10,4
32,4
Ago
26,5
11,7
35,1
Set
27,4
13,7
71,5
Out
28,1
15,4
113,3
Nov
28,9
16,4
124
Dez
29
17,5
174,2
Ano
27,6
14,9
1304,9
Legenda
T Máx M (ºC) Temperatura Máxima Média
T Mín M (ºC) Temperatura Mínima Média
Discussão
Fonte:EMBRAPA
Na Tabela 6 é representada o balanço
climatológico...............
Balanço Hídrico Climatológico obtido com o
modelo Thorthwaithe, período de 1993 à 2002
Fonte: Comparação entre o potencial de recarga
das áreas contendo rochas cristalinas e bacia
sedimentar de Taubaté, no município de São Jose
dos Campos-SP
Tabela 3: Classificação do município de São José
dos Campos, segundo Koppen
Analisando os livros pode se ver que os
mesmos não se encontram abaixo da média,
tendo como boa base para professores se
utilizarem deste material para a aplicação de
atividades em classe relacionadas a este tema.
Baseando-se por essas teorias, o clima
do município de São José dos Campos é tropical
de altitude (tipo Cwa segundo Köppen-clima
temperado úmido com Inverno seco e Verão
quente), com diminuição de chuvas no inverno e
temperatura média anual de 21,3°C, tendo
invernos secos e amenos (raramente frios de
forma demasiada) e verões chuvosos com
temperaturas moderadamente altas. O mês mais
quente, fevereiro, conta com temperatura média
de 24,3°C, sendo a média máxima de 29,9°C e a
mínima de 18,8°C. E o mês mais frio, julho, com
média de 17,5°C, sendo 24,5°C e 10,4°C a média
máxima e mínima, respectivamente. Outono e
primavera são estações de transição.
A precipitação média anual é de 1304,9
mm, sendo julho o mês mais seco, quando
ocorrem apenas 32,4 mm. Em janeiro, o mês mais
chuvoso, a média fica em 216,3 mm. Nos últimos
anos, entretanto, os dias quentes e secos durante
o inverno têm sido cada vez mais frequentes, não
raro ultrapassando a marca dos 30°C,
especialmente entre julho e setembro. Durante a
época das secas e em longos veranicos em pleno
período chuvoso também são comuns registros de
queimadas em matagais, principalmente na zona
rural da cidade, o que contribui com o
desmatamento e com o lançamento de poluentes
na atmosfera, prejudicando ainda a qualidade do
ar. A menor temperatura registrada no município
foi de -1ºC, ocorrida no dia 19 de julho de 1975,
enquanto que a máxima foi de 36°C, nos dias 9 de
setembro e 10 de novembro de 1997.
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Além destes fatores dos quais vimos
anteriormente Vesentini (2011) discute que alguns
outros fatores também influenciam na temperatura
atmosférica, segundo o mesmo,a latitude é um
dos fatores que mais influem na temperatura de
um lugar.Quanto mais próxima uma área estiver
da linha do equador, maior será a temperatura;
quanto mais distante dessa linha estiver, menor
será a temperatura. Assim, nas latitudes baixas
(próximas ao equador), a temperatura é mais
elevada e, nas latitudes altas (próximas dos
pólos), a temperatura é mais baixa.
A altitude, isto é, a altura de um lugar em
relação ao nível do mar, é outro fator que influi na
temperatura atmosférica. Assim, as regiões de
latitude semelhante podem ter temperaturas bem
diferentes.
Dentre outros fatores como: Pressão
Atmosférica, Vento, Umidade do ar, Nuvens e
nevoeiros e precipitações.
Conclusão
Com a analise dos livros feitos vimos que
os resultados foram de B (na média) e C (acima
da média), com base nisso pode se concluir que o
professor tendo como apoio esses instrumentos
de trabalho pode desenvolver em classe
atividades com âmbito mais científico, o estudo da
Geografia muitas vezes tem sido desfocada do
cotidiano do aluno, situações abastadas que não
usam o pensamento cientifico. Assim este trabalho
visa desenvolver uma atividade para ensinar os
alunos do primeiro ano do ensino médio a fazer
um reconhecimento e análise do clima local
utilizando-se dos métodos descritos por Koppen e
Thornthwaite, tornando como base de estudo o
município de São José dos Campos. Realizara por
meio da construção e comparação dos dados
obtidos de acordo com o Balanço Hídrico de
Thornthwaite e as Formas de Classificação
segundo Koppen.
Segundo as definições de Köppen vimos
que São josé dos Campos tem um clima tropical
de altitude temperado úmido com Inverno seco e
Verão quente, muitas pessoas não sabem como é
definido o clima de um lugar e através dos
métodos de Köppen e Thornthwaite alunos do
ensino médio podem aderir a esse conhecimento
e ter um entendimento melhor de como se
classifica e denomina um clima .
Os sistemas de classificações climáticas
(SCC) são de grande importância, pois, analisam
e definem os climas das diferentes regiões
levando em consideração vários elementos
climáticos ao mesmo tempo, facilitando a troca de
informações e análises posteriores para diferentes
objetivos. Balanço Hídrico é o resultado da
quantidade de água que entra e sai de uma certa
porção do solo em um determinado intervalo de
tempo.
Referências
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em:
<http://www.ciiagro.sp.gov.br/Definicoes/BalancoH%C3
%ADdrico.htm Acessado em:19 jun 2012.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Classifica%C3%A7%C3%A3o
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