Implantação do Cacaueiro em Sistemas Agroflorestais

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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
agricultura de
baixa emissão de carbono
Comissão Executiva do plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Brasília - DF
© 2014 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução desde que citada a fonte.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é do autor.
4ª edição. 2014
Tiragem: 3000 exemplares
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Mendes, Manfred Willy Müller e Paulo Gil Gonçalves de Matos
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Coordenação Editorial: Assessoria de Comunicação Social
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Catalogação na Fonte
Biblioteca Nacional de Agricultura – BINAGRI
Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Implantação do cacaueiro em sistemas agroflorestais / Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira. – Brasília : Mapa/ACS, 2014.
76 p.
ISBN xxx-xx-xxxx-xxx-x
1. Cacau. 2. Agricultura. I. Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira.
AGRIS F01
CDU 633.74
SUMÁRIO
01. OBJETIVOS DA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAF)
COM CACAUEIROS............................................................................5
02. BOTÂNICA E CARACTERÍSTICAS DA PLANTA................................9
03. A CACAUICULTURA BRASILEIRA...................................................15
3.1 - Um Pouco da História...........................................................15
3.2 - A Cacauicultura no Brasil Hoje..............................................18
3.2.1 - Produção ..................................................................19
3.2.2 - Área Colhida.............................................................20
3.2.3 - Produtividade............................................................21
04. CULTIVO DO CACAUEIRO EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS..........23
4.1 - Sistemas Agroflorestais.........................................................23
4.2 - Definição de Sistemas Agroflorestais com o Cacaueiro..........25
4.3 - Recomendações Técnicas......................................................34
4.3.1 - Escolha da Área e Preparo do Terreno .......................34
4.3.2 - Construção do Viveiro...............................................35
4.3.3 - Balizamento e Coveamento.......................................36
4.3.4 - Plantio.......................................................................36
4.3.5 - Tratos Culturais.........................................................37
4.3.6 - Beneficiamento do Cacau..........................................44
4.3.7 - Armazenamento do Cacau .......................................47
4.4 - Produtividade Estimada das Espécies Consortes....................48
4.5 - Considerações Financeiras....................................................50
05. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................59
06. ANEXOS.......................................................................................63
4
01.
OBJETIVOS DA IMPLANTAÇÃO
DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS
(SAF) COM CACAUEIROS
O cultivo do cacaueiro na Amazônia reúne aspectos que,
geralmente, são considerados nas abordagens analíticas sobre sustentabilidade da agricultura, a saber:
I) Eficiência técnica – possibilita controle mais eficaz da
principal enfermidade do cacaueiro, a vassoura-de-bruxa (Moniliophthora perniciosa), em razão de sua manifestação monocíclica motivada pelo
período seco definido. É uma atividade detentora de tecnologia já convalidada, capaz de, pelo menos, triplicar a produtividade média regional,
sem degradar o meio ambiente, haja vista o cacaueiro ter a capacidade de
responder rapidamente com aumento de produtividade quando se utiliza
o manejo apropriado. A região apresenta condições ecológicas propícias
ao cultivo.
II) Importância social – é uma atividade que apresenta alto
poder de utilização de mão de obra fixa, em face da impossibilidade de
5
moto-mecanização da maioria de suas práticas agrícolas, contribuindo para a permanência do homem e de sua família no meio rural, além
de oferecer uma perspectiva de longo prazo. Estima-se que um homem
seja suficiente para manejar adequadamente 2,5 hectares de cacaueiro
durante seu ciclo produtivo (Mendes e Lima, 2001). Têm-se constituído
decisivamente numa estratégia governamental para abertura e ocupação
de inúmeras áreas de reforma agrária na Amazônia, haja vista que pequenas áreas de cultivo do cacaueiro em SAF possibilitam renda econômica
suficiente para um padrão de vida razoável, viabilizando a participação do
pequeno produtor.
III) Sustentabilidade econômica – empreendimento desenvolvido, via de regra, em pequenos módulos (inferiores a 10 hectares),
com base na força de trabalho do conjunto familiar, possibilitando reduzir
os custos de produção e resistir melhor aos períodos de preços baixos, e,
em decorrência, tornando a atividade mais competitiva. Atividade inserida num sistema de produção baseado, geralmente, na diversificação de
atividades agrícolas, tais como: pecuária de leite e de corte, cafeicultura,
fruticultura, culturas anuais, dentre outras, evitando, dessa forma, os riscos econômicos da monocultura. Sua matéria-prima (o cacau) permite armazenagem por alguns meses, mantendo suas qualidades organolépticas,
físicas e químicas, e possibilitando melhor ocasião para comercialização. O
cacau constitui-se também num dos poucos produtos agropecuários tropicais com grande facilidade de comercialização, tanto no mercado nacional como no internacional, mesmo nos períodos de superprodução.
6
IV) Coerência ecológica – a pesquisa e a experimentação têm evidenciado vários benefícios de natureza ecológica para os
SAF contemplando o cacaueiro, destacando-se: I) possui os atributos de
sustentabilidade da floresta heterogênea no que se refere à proteção
dos solos tropicais contra os agentes de degradação; II) poder tampão
do sombreamento na proteção do cacaual frente a condições ecológicas
adversas; III) estabelecimento de mecanismos interativos como a fixação
simbiótica de nitrogênio por algumas leguminosas associadas ao cultivo;
IV) controle natural de plantas invasoras; V) aproveitamento racional dos
fatores espaço e luz; VI) reciclagem de nutrientes (Müller e Gama- Rodrigues, 2007) e VII) compartilhamento residual de fertilizantes exógenos
(Alvim, 1977; Alvim, 1989).
Em síntese, os SAF com o cacaueiro revestem-se num segmento de grande relevância para o setor primário da Amazônia Legal, pois
poucas são as alternativas agrícolas tropicais que reúnem condições socioeconômicas e ecológicas tão favoráveis para o produtor rural.
7
8
02.
BOTÂNICA E CARACTERÍSTICAS
DA PLANTA
O cacaueiro (Theobroma cacao) é uma dicotiledônea da família das Malváceas cujo centro de origem é a Amazônia. Em condições
silvestres cresce no substrato intermediário da floresta e pode alcançar até
20m de altura. Contudo, sob condições de cultivo, a altura está entre 3
a 5m. Sua importância econômica se deve à produção de frutos dos quais
se extraem sementes que servem como matéria-prima para a fabricação
de chocolate.
A produção econômica do cacaueiro é o resultado de
processos biossintéticos que são influenciados por fatores ambientais.
Qualquer tentativa para melhorar a produção deve levar em consideração
estes fatores e suas interações. O impacto relativo dos fatores ambientais
sobre o crescimento e a produtividade do cultivo depende, em grande
parte, da constituição genética que determina as características fisiológicas
e morfológicas da planta.
9
Para algumas escolas de pesquisa, as necessidades ecológicas para os cultivos são mais bem estudadas nos centros de origem das espécies. Para outras, é mais útil estudar o crescimento das plantas em áreas
onde foram introduzidas, especialmente quando se desenvolvem melhor
do que no centro de origem. Neste sentido, dentre os fatores climáticos,
a temperatura é fator crítico para o crescimento do cacaueiro. O regime
pluviométrico, apesar de sua importância, pode ser suplementado com
irrigação. A radiação solar e a umidade relativa do ar também interferem
nos mecanismos fisiológicos da planta, contudo, não impõem limitações
ecológicas ao seu cultivo, devido à possibilidade do controle destes fatores
através de manejo do sombreamento (Müller e Valle, 2007).
Como uma típica planta tropical, o cacaueiro é muito sensível a baixas temperaturas, razão pela qual a maior parte das plantações
comerciais encontra-se entre as latitudes 18 a 20º N e 18 a 20º S. Nas
regiões onde o cacaueiro é cultivado, as variações climáticas durante o ano
são relativamente pequenas, contudo, apesar disto, observam-se grandes
variações periódicas tanto na intensidade de crescimento vegetativo (fluxo
foliar) como na intensidade de floração e, conseqüentemente, no ciclo de
frutificação ou períodos de colheita. Para explicar tais variações têm sido
formuladas diferentes hipóteses; umas dão ênfase à influência de fatores
climáticos, outras ressaltam os fatores ecológicos ou correlações internas
de crescimento e ainda outras admitem influência tanto de fatores exógenos como endógenos (Müller e Valle, 2007).
10
Características da Planta
O cacaueiro é uma planta que, em sistema de cultivo, pode
atingir 3 a 5m de altura e 4 a 6m de diâmetro da copa, quando proveniente de semente. Em conseqüência dos fatores ambientais que influenciam
no crescimento estas dimensões podem ser ultrapassadas.
O sistema radicular consta de uma raiz pivotante que tem
o seu comprimento e forma variando de acordo com a estrutura, textura e
consistência do solo. Em solos profundos com boa aeração constatou- se
um crescimento da raiz pivotante de até 2m. As raízes secundárias estão
localizadas em maior número na parte superior da pivotante e afastam-se
desta de 5 a 6 metros. Estas raízes são responsáveis pela nutrição da planta
e geralmente encontram-se de 70 a 90% nos primeiros 30cm do solo.
O caule é ereto, e com a idade aproximada de 2 anos, tem
o crescimento da gema terminal detido a uma altura entre 1,0 e 1,5m,
surgindo nessa ocasião a primeira ramificação ou coroa, composta de 3 a 5
ramos principais, os quais multiplicam-se em outros laterais e secundários.
Nos primeiros anos, o cacaueiro apresenta a casca do tronco lisa. Mais tarde, em decorrência do permanente desenvolvimento das
almofadas florais, a mesma torna-se áspera e rugosa. As folhas, quando
novas, apresentam uma gradação de tonalidades a depender de cultivar
ou clone, do verde pálido mais ou menos rosado ao violeta, de acordo com
a quantidade de pigmentos de antocianina presente. Com o amadurecimento, as folhas perdem sua pigmentação, tornando-se de cor verde- pálidas, e por fim, verde-escuras, adquirindo rigidez. As folhas são oblongas,
acuminadas e glabras com nervura central proeminente.
O cacaueiro é uma planta cauliflora. As flores surgem em
almofadas florais no tronco ou nos ramos lenhosos, em uma gema desenvolvida no lugar da axila de uma antiga folha. As flores são hermafroditas
e possuem a seguinte constituição: cinco sépalas, cinco pétalas, cinco estaminóides, cinco estames e um pistilo cujo ovário possui cinco lojas.
Na Região Amazônica o cacaueiro apresenta dois picos de
floração: um menor que coincide com o início do período menos chuvoso
e um principal que ocorre no final do período de estiagem e início do perí-
11
odo chuvoso. Anualmente, um cacaueiro adulto pode produzir até mais de
100.000 flores, das quais menos de 5% são fertilizadas, sendo que apenas
cerca de 0,1% se transformam em frutos. As flores não polinizadas caem
no período de quarenta e oito horas.
Os botões florais, atingindo o máximo de desenvolvimento,
iniciam a abertura à tarde com a separação das extremidades das sépalas,
completando-se na manhã seguinte, nas primeiras horas. Quando as flores, depois de polinizadas, são realmente fertilizadas, permanecem fixadas
no pedúnculo, desenvolvendo o ovário em futuro fruto.
As flores do cacaueiro apresentam caracteres estruturais
que limitam sua polinização quase que exclusivamente a insetos, apesar
de hermafroditas e homógamas. Isto se deve ao fato do estigma (feminino) encontrar-se envolvido por um círculo de estaminóides estéreis e de
suas anteras apresentarem-se envolvidas por formações recurvadas das
pétalas, denominadas de cógula, fenômeno conhecido na biologia como
hercogamia. Os principais agentes polinizadores do cacaueiro são constituídos por um pequeno grupo de insetos, da família Ceratopogonidae,
gênero Forcipomya. A sincronização entre os períodos de floração intensa e o período de maior população de adultos Forcipomya é que permitirá o maior ou menor sucesso no processo reprodutivo do cacaueiro. Por
esta razão não é recomendável realizar a aplicação de agrotóxicos, principalmente de inseticidas, evitando-se assim, prejudicar a polinização.
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O fruto de cacau apresenta um pericarpo carnoso composto de três partes distintas: o epicarpo que é carnoso e espesso, cujo extrato
epidérmico exterior pode estar pigmentado, o mesocarpo, que é delgado
e duro, mais ou menos lignificado, e o endocarpo, que é carnoso, mais ou
menos espesso. O fruto está sustentado por pedúnculo lenhoso, proveniente do engrossamento do pedicelo da flor. Normalmente, os frutos
quando jovens apresentam coloração verde, e amarela quando maduros.
Outros são de cor roxa (vermelho-vinho) na fase de desenvolvimento e
alaranjado no período de maturação.
O período compreendido entre a polinização e o amadurecimento do fruto varia de 140 a 205 dias, com uma média de 167 dias.
O índice de frutos (nº de frutos necessários para obter 1 kg
de cacau comercial) é, em geral, de 15 a 31 frutos.
A semente de cacau tem a forma que varia de elipsóide
a ovóide, com 2 a 3cm de comprimento é recoberta por uma polpa mucilaginosa de coloração branca, de sabor açucarado e ácido. O embrião
é formado por dois cotilédones, cujas cores podem variar do branco ao
violeta. As sementes do cacaueiro são muito sensíveis às mudanças de
temperatura e morrem em pouco tempo quando sofrem desidratação.
A semente é o principal produto comercializado, após fermentação e secagem, para fabricação de chocolate nas diversas formas.
Das sementes extrai-se também a manteiga, muito utilizada na indústria
farmacológica e na fabricação de cosméticos. A polpa que envolve as sementes é rica em açúcares, sendo utilizada na fabricação de geléia, vinho,
liquor, vinagre e suco.
Com relação ao ciclo de vida, o cacaueiro apresenta características de perenidade, cujo o ciclo pode ultrapassar cem anos,
ainda apresentando desenvolvimento vegetativo com potenciais para
boa produtividade.
Na Região Amazônica, em condições naturais na floresta, existem áreas, principalmente as de várzea, cujo os proprietários
já estão na 3ª geração de familiares que manejam a mesma lavoura
cacaueira (Silva Neto, et al., 2001).
13
14
03.
A CACAUICULTURA BRASILEIRA
3.1 - Um Pouco da História
Oficialmente, o cultivo do cacau começou no Brasil em
1679, através da Carta Régia que autorizava os colonizadores a plantá-lo
em suas terras.
Várias tentativas feitas no Pará para concretizar essa diretriz
fracassaram, principalmente por causa da pobreza dos solos dessa região.
Apesar disso, por volta de 1780, o Pará produzia mais de 1.500kg de cacau.
O cultivo, entretanto, não se estabeleceu naquele tempo e permaneceu uma
simples atividade extrativa até anos recentes.
Em 1746 Antônio Dias Ribeiro, da Bahia, recebeu algumas
sementes do grupo Amelonado– Forastero de um colonizador francês, Luiz
Frederico Warneau, do Pará, e introduziu o cultivo na Bahia. O primeiro
plantio nesse Estado foi feito na fazenda Cubículo, às margens do rio Pardo, no atual Município de Canavieiras. Em 1752 foram feitos plantios no
Município de Ilhéus.
15
Sabe-se hoje que o cacau é originário do continente americano, provavelmente das bacias dos rios Amazonas e Orenoco, de onde
se espalhou por toda região e onde ainda se encontram algumas espécies
em estado nativo.
Hoje em dia, o Brasil continua na lista dos principais produtores do mundo, deixando de ser hegemônico da Bahia, sendo também
produzido em outros Estados, cujos principais são: Pará, Rondônia, Amazonas e Mato Grosso.
O desenvolvimento da cacauicultura no Brasil pode ser focalizado em duas grandes fases: a que vai do século XVII até 1890, quando ocorreram os primeiros embarques e predominavam as produções da
Amazônia; e a que vai de 1890 até a atualidade, quando a predominância
da produção brasileira passou para o Estado da Bahia.
Na década de 1950, principalmente na sua segunda metade, predominava um estado de deterioração e desalento na economia
cacaueira levados pela: ausência de tecnologias ao alcance dos agricultores; do envelhecimento das plantações, sujeitas a pragas e doenças que
atestavam, por sua vez, falta de tratos culturais; e de assistência técnica.
Essa situação foi a precursora de uma Comissão governamental que se responsabilizaria por um Programa de recuperação do cultivo do cacaueiro na Bahia. O principal impacto das operações dirigidas à
cacauicultura entre o período que vai de 1957 a 1961, foi fornecer crédito
subsidiado aos produtores de cacau. Seus efeitos modernizadores sobre
a técnica eram pouco notados porque a tecnologia na região estava ainda
por ser introduzida.
1
16
1
Plano de Recuperação Econômico e Social da Lavoura Cacaueira, hoje Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC.
Todo esforço foi desenvolvido na região produtora da Bahia e
Espírito Santo que, naquela época (de 1957 a 1976), detinham juntas cerca
de 97% da produção nacional, e participações menores do Pará, Amazonas
e outros Estados (Tabela 1).
Tabela 1.
Estado
Bahia
Espírito Santo
Pará
Distribuição da produção brasileira de cacau e área
em produção em 1976.
Produção(1.000t)
Área(1.000ha)
218
387
7
21
2
7
0,16
2
Outros
3
0,25
TOTAL
231
416
Amazonas
Fonte: CEPLAC, 1977.
17
3.2 - A Cacauicultura no Brasil Hoje
A cacauicultura brasileira está distribuída nas regiões
Nordeste (Bahia), Sudeste (Espírito Santo), Centro-Oeste (Mato-Grosso)
e Norte (Pará, Rondônia e Amazonas), conforme ilustrado na Figura 1.
Áreas de Atuação da Ceplac
AMAZONAS
PARÁ
RONDÔNIA
BAHIA
MATO GROSSO
LÉGENDE
BRASÍLIA
DIRET
SUEBA
SUERO
SUEPA
GEREM
GERAM
GERES
Figura 1. Localização dos Estados produtores de cacau assistidos pela Ceplac
ESPÍRITO
SANTO
3.2.1 - Produção
Segundo dados do IBGE/SIDRA (outubro/2013), a produção
brasileira de cacau no ano de 2012 foi de 253.211 toneladas, revelando
uma variação em relação ao ano 2003 (auge da crise na produção nacional)
de 49%. Usando-se o mesmo período e indicador, observa-se crescimento
médio para os estados da Bahia (44%), Pará (113%), Amazonas (266%) e
Mato Grosso (190%), registrando-se um decréscimo da produção nos estados do Espírito Santo (42%) e Rondônia (9%), no mesmo período.
Uma nova configuração que se evidencia é a recuperação
da cacauicultura baiana, depois da ação devastadora da vassoura-de-bruxa
a partir de 1989, bem como a participação relativa da produção Amazônica
que no ano de 2012 ultrapassou os 34%. Tão relevante quanto o avanço na
participação é a consolidação do estado do Pará como o 2º maior produtor
brasileiro (26,5%) na produção nacional no ano de 2012, são as taxas de
crescimento anuais da produção maiores que 5%, o que permite inferir que
a manutenção desses indicadores trará a constatação, aventada no passado, de que a Amazônia é um dos mais importantes pólos da cacauicultura
mundial (Tabela 2).
Tabela 2.
Local/Ano
2000
Evolução da produção brasileira de cacau nos principais estados produtores – 2000 a 2012 (t).
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Brasil
196.788 185.662 174.796 170.004 196.005 208.620 199.412 201.651 216.749 218.487 235.389 248.524 253.211
Rondônia
17.293
15.780
16.248
17.855
18.592
19.719
15.720
15.720
16.112
17.485
17.486
15.570
16.314
Amazonas
1.224
1.034
1.358
1.232
1.202
1.195
1.432
917
905
869
3.236
3.767
4.606
Pará
28.278
29.028
34.069
31.524
32.804
38.119
36.595
43.207
52.579
54.216
59.537
63.799
67.299
Bahia
137.568 126.812 110.205 110.654 136.155 137.459 135.925 133.943 139.331 137.929 148.254 156.289 159.432
E.Santo
11.305
11.722
11.722
8.477
6.944
11.782
9.470
7.467
7.474
7.580
6.101
8.101
4.879
M.Grosso
1.020
1.173
1.061
198
244
265
270
308
348
300
647
687
576
Fonte: IBGE/SIDRA, outubro/2013
19
3.2.2 - Área Colhida
Em termos gerais, a área colhida no Brasil, vem decrescendo, haja vista as perdas ocorridas nas áreas de produção da Bahia. No ano
2000, o IBGE contabilizou 706 mil hectares, área esta reduzida para 684
mil hectares, em 2012. Somente os estados do Pará e Amazonas registraram crescimento significativo da área colhida quando comparado com o
ano de 2013 (Tabela 3).
Tabela 3.
Local/Ano
2000
Evolução da área (ha) colhida de cacaueiros no Brasil e
principais estados plantadores – 2000 a 2012.
2001
2002
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Brasil
705.965 665.809 582.315 590.945 638.825 625.384 647.135 628.928 665.175 635.975 660.711 680.484 684.333
Rondônia
33.371
26.896
27.024
28.025
29.008
32.625
26.119
26.119
26.417
28.891
28.891
28.670
30.155
Amazonas
2.521
2.088
2.348
2.212
2.459
2.107
2.038
1.687
1.663
1.087
7.808
9.901
10.712
Pará
38.879
38.677
41.536
51.280
50.825
51.727
57.462
64.328
68.327
70.279
81.764
85.041
88.267
Bahia
606.835 574.586 487.791 487.542 535.072 517.583 539.946 515.172 547.244 513.935 519.990 533.315 532.074
E.Santo
21.356
20.531
20.531
21.286
20.702
20.723
20.795
20.816
20.831
20.793
21.023
22.035
22.086
M.Grosso
2.870
2.898
2.900
453
542
562
607
638
703
806
1.067
1.354
871
Fonte: IBGE/SIDRA, outubro/2013
20
2003
3.2.3 - Produtividade
O confronto da área colhida e a produção permite estabelecer evolução da produtividade anual em cada Estado, incluindo a média brasileira. Os dados deixam muito claro a diferença marcante entre a
produtividade média obtida no estado do Pará (762 kg/ha) e os demais
Estados produtores, incluindo a média nacional (Tabela 4). Variáveis como:
dimensão da área (módulos com menos de 7 hectares por família), tipo de
solo, tratos culturais e gerência da propriedade, interferem diretamente
neste rendimento.
Tabela 4.
Evolução da produtividade (kg/ha) da cacauicultura
brasileira no período de 2000 a 2012.
Local/Ano
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Brasil
279
279
300
288
307
334
308
321
326
343
356
365
370
Rondônia
518
587
601
637
641
604
602
602
610
605
605
550
541
Amazonas
486
495
578
557
489
567
703
544
544
799
414
380
430
Pará
727
751
820
615
645
737
637
672
770
771
728
750
762
Bahia
227
221
226
227
254
266
252
260
255
268
285
293
300
E.Santo
529
571
571
398
335
569
455
359
359
364
290
368
221
M.Grosso
355
405
366
437
450
472
445
483
495
372
606
507
661
Fonte: IBGE/SIDRA, outubro/2013
21
22
04.
CULTIVO DO CACAUEIRO EM
SISTEMAS AGROFLORESTAIS
4.1 - Sistemas Agroflorestais
Sistemas agroflorestais (SAF) são formas de uso e de manejo dos recursos naturais, nas quais espécies lenhosas tais como: árvores, arbustos e palmeiras, são utilizadas em associação deliberada com
cultivos agrícolas ou com animais num mesmo terreno, de maneira simultânea ou numa seqüência temporal (Montagnini et al., 1992). São
considerados como alternativa apropriada para os trópicos úmidos por
apresentarem estrutura que se assemelha à floresta primária, aliada à
presença de grande biodiversidade (Smith et al., 1996). Adicionalmente,
citam-se os seguintes fatores relevantes para sua adoção na Amazônia:
I) demanda crescente de madeiras nobres; II) aproveitamento de terras
abandonadas em decorrência de agricultura nômade; III) necessidade
de produzir alimentos para a região e IV) aproveitamento de áreas
decorrentes de pastagens degradadas (Brienza Junior, 1982).
23
O cacaueiro é uma planta que tolera associação com outros vegetais, para dispor de sombreamento tanto na fase de estabelecimento como na fase produtiva. Essa característica do cultivo tem permitido o desenvolvimento de diversos sistemas mistos nos países produtores
de cacau, desde os relativamente primitivos e empíricos, utilizados por
pequenos produtores, até os mais modernos e tecnificados, nos quais as
espécies consortes são também integrantes econômicos (Alvim, 1989).
Nas Américas, o mais comum é uma mescla de árvores de sombra em sistemas multiestratos, bastante diversificados do ponto de vista biológico e
econômico, incluindo espécies madeireiras, frutíferas e outras.
Atualmente, observam-se nos cenários nacional e internacional tendências de busca de caminhos ambientalmente sustentáveis, que não
degradem o meio ambiente, sejam economicamente viáveis e socialmente
justos. Ao enfoque de produtividade física e econômica incorpora-se também o enfoque sócioambiental. Nessa ótica, os sistemas agroflorestais
poderão conduzir para um caminho de desenvolvimento sustentável e
como excelente referencial de uso da terra, haja vista propiciar : I) aumento
da produtividade vegetal ou animal através da melhoria da estrutura do solo
e do aumento da disponibilidade de nutrientes; II) diversificação da produção
de alimentos, madeiras e outros materiais que sirvam para sua subsistência;
III) diminuição dos riscos socioeconômicos e ecológicos do negócio agrícola
e IV) promoção da proteção física do solo contra os efeitos prejudiciais do
sol, vento e chuva, dentre outros. Ademais, tais sistemas poderão constituir
também em alternativa de reposição de parte da reserva florestal destruída
nas décadas passadas por milhares de produtores rurais, os quais utilizavam
de forma predatória os recursos naturais disponíveis.
24
Nessa ótica, sugere-se que o cacaueiro integrante dos
SAF seja considerado um componente socioeconômico e ecológico
apropriado para reduzir a pressão antrópica sobre a cobertura vegetal
original da Amazônia Legal, possibilitando a incorporação ao processo
produtivo de parte dos milhares de hectares transformados em ‘capoeiras’ pelo mau uso da terra.
4.2 - Definição de Sistemas Agroflorestais
com o Cacaueiro
A definição dos SAF com cacaueiros apresentados a seguir
baseou-se em pesquisas desenvolvidas pela Comissão Executiva do Plano
da Lavoura Cacaueira – CEPLAC e em experiências bem sucedidas de plantios em intercultivos e também solteiros desenvolvidos em áreas de produtores rurais. A primeira aproximação foi publicada em 2002 (Almeida et
al., 2008), que foi ampliada e ajustada nos anos seguintes (Almeida et al.,
2005, 2010 e 2011). Nesta reedição de 2014, observações de campo respaldam novas modificações, tendo em vista a apropriação às tecnologias
adotadas e às condições ecológicas da Amazônia Legal. Informações de
natureza econômica poderão também motivar, juntamente, novos arranjos
de intercultivo.
25
MODELO 1: CONSORCIAÇÃO DE CACAUEIROS
E ESSÊNCIAS FLORESTAIS
Os cacaueiros jovens são associados provisoriamente com
uma espécie fornecedora de sombreamento e alimento, geralmente a
bananeira, enquanto cresce uma mescla de espécies do sombreamento definitivo de importância regional, constituída prioritariamente de: bandarra
(Schizolobium amazonicum), mogno (Swietenia macrophylla), cedro-rosa
(Cedrela odorata), ipê-roxo (Tabebuia avellanidae), garrote (Bagassa guianensis), corindiba (Trema micrantha), castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa),
freijó-louro (Cordia odorata), andiroba (Carapa guianensis), jatobá (Hymenaea courbaril), cumaru-ferro (Dipterix alata), dentre outras. Recomenda-se
o plantio de bananeiras das variedades: Prata, Roxa, Terra, Caipira, FHIA-01,
FHIA-18 e FHIA-21, por serem mais resistentes às pragas e doenças. Nas regiões com dificuldades para aquisição de mudas de bananeiras recomenda-se como sombreamento provisório a utilização de mandioca, macaxeira,
feijão-guandu ou mamona, no espaçamento de 1,0 x 1,0 m, ou de 1,5 x 1,5
m, devidamente manejado para evitar o excesso de sombra (Matos, 2001).
Também a fim de se aproveitar a luminosidade das entrelinhas e melhorar o desempenho financeiro do sistema, utilizam-se espécies
de sombra lateral como milho e mandioca ou espécies de cobertura de
solo como feijão e arroz, numa seqüência temporal, de acordo com a preferência do agricultor, respeitando-se, contudo, a distância de 0,7 m dos
cacaueiros. A exploração das entrelinhas ocorre, via de regra, nos dois anos
iniciais do cultivo, quando os cacaueiros requerem menos luz.
26
O cacaueiro é implantado de forma contínua no espaçamento de 3,0 x 3,0 m e a bananeira, no mesmo modelo, entre quatro
cacaueiros. As espécies lenhosas são estabelecidas em diferentes espaçamentos, predominando 15,0 x 15,0 m; 18,0 x 18,0 m; 21,0 x 21,0 m e
24,0 x 24,0 m, com uma planta no cruzamento das diagonais, entre quatro cacaueiros. Apresenta densidade populacional de 1.111 cacaueiros/ha
e de 44 plantas de sombreadoras/ha, quando adotado o espaçamento de
15,0 x 15,0 m. (Figura 2)
MODELO 1
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3,0 m
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15,0 m
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15,0 m
+
Figura 2. Croqui e planta baixa do Sistema Agroflorestal cacau (+) e essências Florestais ( )
27
MODELO 2: CONSORCIAÇÃO DE CACAUEIROS
E PUPUNHEIRAS EM RENQUES
Constitue-se em zonas de plantios de dez fileiras de cacaueiros, no espaçamento de 3,0 x 2,5 m, alternadas com três fileiras de
pupunheiras, no espaçamento de 2,0 x 1,5 m, no sentido leste-oeste. Entre
as espécies consortes mantém-se a distância de 3,0 m. As fileiras triplas de
pupunheiras se distanciarão uma da outra em 33,0 m. O adensamento das
pupunheiras tem por objetivo principal a exploração de palmito, recomendando-se a utilização de variedades sem espinho para facilitar o manejo
cultural. Adicionalmente, esse adensamento fornece também proteção
aos cacaueiros contra ventos. O sombreamento provisório dos cacaueiros
jovens é fornecido pelas bananeiras plantadas na mesma distância e nas
mesmas fileiras dos cacaueiros.
Se o intercultivo for bem manejado, o primeiro corte das
pupunheiras deverá ocorrer aos 24 meses de campo e os demais, de seis
em seis meses.
O sombreamento definitivo dos cacaueiros é proporcionado por mescla de essências florestais, como sombra de topo, estabelecido
na zona de cultivo dos cacaueiros, entre quatro plantas no espaçamento
de 18,0 x 15,0 m, mantendo-se a distância de 7,5 m da primeira fileira de
pupunheiras. A densidade populacional deste sistema é de 1.081 cacaueiros/ha, 540 pupunheiras/ha e 36 plantas sombreadoras /ha (Figura 3).
28
MODELO 2
2,0 m
3,0 m
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3,0 m
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2,5 m
1,5 m
2,0 m
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7,5 m
18,0 m
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+
15,0 m
+
Figura 3. Croqui e planta baixa do consórcio cacau e pupunha em renques – cacau (+), pupunha ( ) essências florestais ( )
29
MODELO 3: CONSORCIAÇÃO DE CACAUEIROS
E CAFEEIROS EM RENQUES
Constitui-se de zonas de plantios, de cacaueiros intercaladas com zona de cafeeiros. As zonas de plantios dos cacaueiros e
cafeeiros são estabelecidas dez fileiras/bloco, no espaçamento de 3,0 x
2,0 m, no sentido leste-oeste. Entre tais zonas de plantio é estabelecida
uma fileira simples da espécie arbórea Tectona grandis (teca), como
componente fornecedor de sombra lateral, no espaçamento de 2,5 m
entre plantas e 3,0 m entre faixas de consortes. As fileiras simples de teca
se distanciarão uma da outra em 33,0 m (Figura 4).
O sombreamento provisório dos cacaueiros é proporcionado pelas bananeiras plantadas no espaçamento de 3,0 x 4,0 m. O sombreamento definitivo dos cacaueiros é proporcionado por mescla de essências florestais, como sombra de topo, estabelecido na zona de cultivo
dos cacaueiros, entre quatro plantas no espaçamento de 18,0 x 15,0 m,
mantendo-se a distância de 7,5 m da primeira fileira de teca.
A densidade populacional deste sistema é de 757 cacaueiros/ha, 757 cafeeiros/ha, 121 plantas de teca/ha e 20 plantas sombreadoras/ha.
30
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7,5 m
18,0 m
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3,0 m
3,0 m
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3,0 m
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3,0 m
2,5 m
+
2,0 m
+
2,5 m
+
2,0 m
+
3,0 m
5,0 m
+
15,0 m
3,0 m
2,0 m
2,5 m
MODELO 3
.
Figura 4 - Croqui e planta baixa do consórcio de cacau e café em renques: cacau (+), café ( ), teca ( ) e essências florestais ( )
31
MODELO 4: CONSORCIAÇÃO DE CACAUEIROS
E TECA EM RENQUES
Constituem-se em zonas de plantios de dez fileiras de cacaueiros, no espaçamento de 3,0 x 3,0 m, alternadas com três fileiras de
teca, no espaçamento de 3,0 x 3,0 m, no sentido leste-oeste. Entre as
espécies consortes mantém-se a distância de 3,0 m. As fileiras triplas de
teca se distanciarão uma da outra em 33,0 m. O sombreamento provisório
dos cacaueiros jovens é fornecido pelas bananeiras plantadas na mesma
distância e entre quatro cacaueiros.
O sombreamento definitivo dos cacaueiros deve ser proporcionado por mescla de espécies regionais, conforme descrito anteriormente, como sombra de topo, estabelecida na zona de cultivo dos cacaueiros,
entre quatro plantas, no espaçamento de 18,0 x 15,0 m, mantendo-se a
distância de 7,5 m da primeira fileira de teca. A densidade populacional
deste sistema é de 854 cacaueiros/ha, 256 plantas de teca/ha e 34 plantas
sombreadoras/ha (Figura 5).
Destaca-se que caso o produtor rural prefira uma única espécie como sombreamento definitivo para o cacaueiro, ao invés de mescla de essências florestais, o espaçamento apresentado para os modelos
em foco deverá ser ajustado considerando peculiaridades da mesma, tais
como: conformação de copa, produção de biomassa, e outras.
32
3,0 m
3,0 m
3,0 m
MODELO 4
+
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3,0 m
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18,0 m
7,5 m
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15,0 m
+
Figura 5. Croqui e planta baixa do consórcio cacau e teca em renques: cacau (+); teca ( ); essências florestais ( ).
33
4.3 - Recomendações Técnicas
4.3.1 - Escolha da Área e Preparo do Terreno
De maneira geral, os solos da região se prestam para o
cultivo de espécies perenes, devendo ser evitados aqueles excessivamente ondulados, arenosos ou pedregosos. Elevada acidez, baixa fertilidade
e algumas características físicas indesejáveis são fatores que podem ser
contornados por ocasião do preparo das covas e pelo manejo das culturas.
O preparo do terreno poderá ser feito manualmente, consistindo na roçagem e queima da vegetação existente. Quando necessário,
efetuar o encoivaramento com a finalidade de deixar o terreno o mais
limpo possível. Estas operações podem também ser feitas mecanicamente
e devem ser realizadas no período de agosto a novembro.
Em áreas que apresentam cobertura vegetal densa (mata
alterada ou capoeirão) a derruba total é o sistema mais utilizado na região e o que tem mostrado melhores resultados. Consiste na eliminação
da vegetação primária ou secundária, obedecendo às seguintes fases:
broca, derruba, queima, balizamento e plantio dos sombreamentos. Para
implementação desse sistema, dependendo do tamanho da área a ser preparada, há necessidade de autorização prévia para desmatamento expedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA, conforme legislação vigente.
34
Outra possibilidade consiste na conversão de pastagens
degradadas em SAF com cacaueiros. Em geral, os solos de tais áreas se
encontram em diferentes níveis de compactação, havendo necessidade do
uso de tratores ou de animais adestrados para arar e gradear a terra. Em
seguida, será preciso um controle mais sistemático de ervas daninhas, es-
pecialmente daquelas geradas a partir do banco de sementes de gramíneas, tendo-se, provavelmente, que fazer uso de herbicidas. Nessas circunstâncias, a não adoção das recomendações aqui apresentadas poderá levar
o empreendimento a poucas chances de sucesso.
4.3.2 - Construção do Viveiro
O plantio de cacaueiros e das espécies consortes para comporem o sombreamento definitivo é feito a partir de mudas, por fornecerem vantagens como vigor, uniformidade, menor número de falhas e,
provavelmente, antecipação da fase produtiva das plantas. A formação
dessas mudas deve ser feita em viveiro rústico, utilizando de preferência
materiais de baixo custo e disponíveis na propriedade, pois sua utilização
será de poucos meses.
O viveiro deverá localizar-se próximo à área de plantio para
facilitar o transporte das mudas, em terreno plano e bem drenado. Deve-se
observar também a proximidade de fonte de água, já que durante o verão
será necessário regar as mudas.
Para determinar o tamanho do viveiro, utiliza-se um método prático que consiste em dividir o número de mudas para plantio por
30. Assim, para uma demanda de 15.000 mudas, tem-se: 15.000 ÷ 30
= 500, ou seja, o viveiro deverá medir 500,0 m2, podendo ser de 20,0 x
25,0 metros.
A altura do viveiro deve permitir que um homem de estatura média caminhe normalmente e, para tanto, recomenda-se utilizar esteios de 2,5 m, os quais devem ser dispostos de 3,0 em 3,0 m. Para cobertura do viveiro utilizar palhas de palmeiras estendidas sobre fios de arame,
35
de modo a permitir 50% de entrada de luz. Utilizar também palhas nas
laterais do viveiro para proteger as mudas da ação de ventos e de animais.
Sua construção deve ocorrer imediatamente após o preparo do terreno.
4.3.3 - Balizamento e Coveamento
Após o preparo da área inicia-se o balizamento, que é feito
de acordo com o espaçamento a ser utilizado no SAF definido. O balizamento tem como finalidade permitir melhor aproveitamento da área, bem
como melhor crescimento e distribuição uniforme das copas das espécies
que serão utilizadas, maior facilidade na execução das práticas culturais
como limpeza de área, combate às pragas e doenças, adubação e colheita. As covas destinadas ao plantio das espécies incluídas nos diferentes
sistemas deverão medir aproximadamente 0,40 m x 0,40 m x 0,40 m. A
camada superficial, dos primeiros 20 cm, deve ser separada da camada
inferior, uma vez que será aproveitada para compor a mistura que encherá
as covas. A época das operações deverá ser logo após as primeiras chuvas.
4.3.4 - Plantio
36
O plantio dos sombreamentos provisório e definitivo deve
ocorrer de quatro a seis meses antes do plantio das mudas de cacau, preferencialmente, no início das chuvas, de modo que no período de plantio
dos cacaueiros a área já disponha de proteção contra os efeitos do excesso
de sol e vento, e condições ambientais mais estáveis.
Além do sombreamento provisório já formado, outro fator
importante é realizar o plantio das mudas de cacau, com idade de dois a
seis meses, em pleno período chuvoso, de modo que haja tempo suficiente para adaptação às novas condições ambientais, diferentes daquelas do
viveiro. Em casos excepcionais, as mudas podem ainda ser transplantadas
com antecedência de dois meses do período seco, nesse caso, preferindo-se mudas de quatro a seis meses. As mudas que morrerem ou apresentarem problemas de desenvolvimento deverão ser substituídas ainda no
mesmo ano.
Após a seleção das plantas vigorosas e sadias, o plantio deve
ser feito removendo-se o saco plástico sem que seja destruído o torrão das
mudas. A muda deve ser colocada na cova de modo que o nível superior
do torrão fique no mesmo plano da superfície do solo. Para isso, coloca-se terra no fundo da cova até que se consiga a altura ideal. Acrescenta-se
também terra nas laterais da cova, fazendo sempre ligeira pressão no solo,
sem compactá-lo. Recomenda-se formar um montículo ao redor da muda
e nunca uma depressão.
4.3.5 - Tratos Culturais
Os cacaueiros e as espécies consortes perenes, depois de
implantadas, necessitam de um conjunto de atividades com vistas ao seu
melhor desempenho.
Controle de plantas daninhas
O controle de plantas daninhas é feito de várias maneiras,
dependendo do SAF a ser utilizado. No caso específico do SAF cacaueiro
e pupunheira não se recomenda capinar a área do renque de pupunheiras, pois seu sistema radicular é bastante superficial e pode ser facilmente
lesado por essa prática, portanto, recomenda-se apenas roçagens periódicas ou aplicação de herbicidas para eliminação das plantas daninhas
mais agressivas. No cultivo do cacaueiro, esse controle é indispensável na
37
fase juvenil, principalmente se o sombreamento provisório estiver deficiente, e deverá persistir até que a plantação de cacau atinja a condição
de “bate-folha”. Nas demais espécies consortes normalmente são necessárias de três a quatro roçagens por ano.
Coroamento
Tem a finalidade de eliminar as plantas invasoras que competem com as espécies consortes pelos fatores ambientais (luz, água, nutrientes, etc.), bem como facilitar a realização de outras práticas culturais,
tendo o cuidado de não formar depressão ao redor das plantas, podendo
ser feito com herbicidas ou enxadas. Deve ser realizado após a roçagem e
por ocasião das adubações.
Desbrota
Consiste na eliminação periódica das brotações ortotrópicas, ou seja, os “ramos chupões”, que surgem no tronco das plantas
jovens. O principal objetivo da desbrota é manter a planta em boas condições vegetativas, pela retirada dos brotos indesejáveis, assim como, o de
dar à mesma, a forma desejada.
38
Poda
Nos plantios consorciados a poda constitui-se em prática indispensável, pois permite boa formação das plantas, evitando a concorrência entre as mesmas. Em cacaueiros jovens a poda de formação deve ser
evitada devido aos seus efeitos danosos à planta e conseqüente aumento
de lançamentos de brotos e chupões. O controle da altura da planta desde
a sua formação contribuirá futuramente para redução dos custos de controle cultural da vassoura-de-bruxa.
Normalmente por ocasião da colheita do palmito da pupunheira faz-se o desbaste dos perfilhos em excesso. Recomenda-se que sejam
mantidos de 4 a 6 perfilhos, com 25 a 30 cm de altura, e selecionados aqueles melhor distribuídos na touceira, para propiciarem colheitas periódicas.
Cobertura morta
O material vegetal proveniente do raleamento e desbaste
do sombreamento provisório do cacaueiro, ou de culturas implantadas na
propriedade, deverá ser utilizado como cobertura morta ou “mulching” ao
redor das plantas, pois tal prática evita a proliferação de plantas daninhas
e ajuda a conservar a umidade do solo em épocas de déficit hídrico, além
de aumentar o teor de matéria orgânica e de oferecer nutrientes às plantas
na camada superficial do solo.
Calagem e adubação
Embora as espécies consortes, cacau e teca, sejam muito exigentes quanto a composição química do solo a ser explorado, desenvolvem-se também em solos com os mais diferentes níveis de fertilidade, sendo
ideal aqueles que apresentam de média a alta fertilidade natural, com pH na
faixa de 6,0 – 6,5, onde ocorre disponibilidade máxima de muitos nutrientes.
Nas áreas cujos solos apresentam boa fertilidade natural os sistemas podem
ser implantados sem a aplicação de fertilizantes, sendo indispensável, entretanto, o preparo de uma boa cova, conforme descrito anteriormente.
39
De maneira geral, as adubações constituem-se na aplicação de quantidades e formulações adequadas de fertilizantes. Por isso,
recomenda-se que o produtor efetue previamente a coleta de amostras do
solo para análise desse material e de acordo com o resultado e orientação
técnica, efetuar a calagem e a adubação, que se constituem num dos fatores importantes para o desenvolvimento e produção de culturas perenes.
O uso de adubos orgânicos, tais como: esterco de animais, compostos e tortas constitui-se também em excelentes práticas
para as culturas perenes, podendo suprir todo o nitrogênio e parte dos
demais nutrientes, além de melhorar as características físicas do
solo. Quando disponíveis na propriedade, recomenda-se sua aplicação periódica, em cobertura.
Combate às pragas
O cultivo do cacaueiro encontra-se suscetível a um grupo de
insetos nocivos que se em nível populacional elevado, pode causar danos
econômicos e constituir-se em pragas da lavoura. Tais insetos podem causar
danos nos brotos, folhas, flores, ramos, tronco e frutos, podendo até levar a
planta à morte na fase juvenil. As principais pragas do cultivo do cacaueiro na
Amazônia e sua sintomatologia são apresentadas a seguir (Mendes, 2001;
Trevisan et al., 2012):
40
Tripes (Selenothripes rubrocintus) – causam manchas cloróticas no limbo da folha, as quais, após algum tempo, tornam-se
necrosadas, dando origem à queima. Se o ataque for intenso,
ocorre a queda parcial ou total das folhas, caracterizando o
“emponteiramento”. Nos frutos, causa a “ferrugem” dificultando o reconhecimento do seu estado de maturação. Têm
preferência por cacauais com excesso de sol.
Monalônio (Monalonium annulipes) – conhecido vulgarmente como “chupança”, sugam a seiva dos ramos novos,
frutos, pecíolo e folhas. Nos locais das picadas há o aparecimento de necrose. Se o ataque for intenso, há queda
das folhas, contribuindo para o complexo conhecido como
“queima” ou “morte descendente”. Nos frutos, há formação de pústulas (bexigas). Têm sido observado com frequência em cacauais a pleno sol.
Manhoso (Steirastoma breve) – Os insetos adultos alimentam-se do córtex da planta, possibilitando a entrada de
agentes patogênicos. Suas larvas iniciam o processo de alimentação no câmbio da planta, abrindo galerias em espiral.
Posteriormente, penetram no lenho, podendo resultar na
morte dos ramos ou do cacaueiro jovem. Plantas com 1 a
3 anos de idade são as mais preferidas pela praga, especialmente durante o período menos chuvoso e nos plantios
em áreas recém-desbravadas e com deficiência de sombreamento. Em pequenos ataques, pode-se fazer o controle
mecânico retirando-se a larva com o auxílio de canivete ou
eliminando e queimando os galhos atacados. Em ocorrências mais intensas, recomenda-se o uso de defensivo químico (Tabela 5).
Broca dos frutos (Conotrachelus humeropictus) – As fêmeas fazem oviposição no pericarpo do fruto e suas larvas penetram no fruto até atingirem a parte central, local de maior
ataque. Posteriormente, as larvas abrem orifícios de saída,
para empuparem no solo. Como controle recomenda-se
reunir os frutos atacados imediatamente após a colheita,
para evitar que as larvas penetrem no solo. Após a quebra
dos frutos, aplicar nos casqueiros o inseticida Thiodan 35 na
41
proporção de 300 ml do produto para 100 litros de água.
Não se recomenda pulverizar a lavoura.
Na Tabela 5 são relacionadas algumas pragas do cacaueiro e
os métodos de controle.
Tabela 5
Principais inseticidas recomendados para o controle
de pragas do cacaueiro.
Dosagem
Pragas
Princípio Ativo
Produto
Comercial
Produto Comercial
Hectare
Tripes
Monalônio
Manhoso
Carbaryl
Carvin, Sevin 5 P
16kg
Malation
Malatol 50 E
600ml
p/100 litros de água
600ml
Carbaryl
Sevin 5 P
16kg
Malation
Malatol 50 E
600ml
600ml
Endossulfan*
Thiodan 35
1.000ml
400ml
*Através da Resolução - RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) Nº28, de 09 de agosto de 2010, os produtos com
ingrediente ativo Endossulfan estão com seu uso proibido a partir de 16/08/2010 nos seguintes estados: Amazonas,
Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe,
Tocantins, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Nos estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão,
Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, a comercialização dos
produtos com ingrediente ativo Endossulfan fica proibida a partir de 31/07/2014.
Controle às enfermidades
42
Na Amazônia, duas enfermidades causam prejuízos signifi cativos às lavouras cacaueiras: a vassoura-de-bruxa e a podridão parda
(Almeida, 2001).
A vassoura-de-bruxa é causada pelo fungo Moniliophthora
perniciosa. Pode causar perdas de até 90% da produção, quando não
se adotam medidas de controle. Provoca inchações dos ramos, acompanhadas de intensa brotação das gemas laterais, assemelhando-se a uma
vassoura. Os ramos infectados são, geralmente, de diâmetro maior que os
ramos sadios, com entre-nós curtos e folhas grandes, curvadas e retorcidas. As almofadas florais infectadas transformam-se num agrupamento
de flores anormais, hipertrofiadas, de pedicelo alongado e inchado, dando
origem a frutos partenocárpicos, denominados “morangos”, que morrem
prematuramente. Quando os frutos são infectados ainda jovens (um a dois
meses) adquirem forma alongada, denominada “cenoura” e tornam-se
negros e endurecidos. Frutos infectados em estágios mais desenvolvidos
(dois a três meses) apresentam, quando adultos, uma mancha negra, geralmente deprimida e dura e sementes apodrecidas e aderidas entre si.
O controle cultural da vassoura-de-bruxa consiste na realização anual da poda fitossanitária, a qual consiste na remoção das
vassouras, das almofadas florais e frutos infectados, além da eliminação
dos ramos com intenso ataque da doença. O período mais adequado é
durante os meses de agosto e setembro, com a prática de repasse em
novembro ou dezembro. Deve ser realizada em conjunto com a poda
normal do cacaueiro. Quando executada sistematicamente e de forma
apropriada dispensa a aplicação de fungicidas.
A podridão parda de ocorrência na Amazônia é causada pelo
fungo Phytophthora palmivora que pode comprometer de 30% a 40% da
produção. Em frutos novos, provoca manchas e enrugamento e posterior
escurecimento, podendo ser facilmente confundido com murcha fisiológica. Em frutos já desenvolvidos surgem pequenas manchas escurecidas na
superfície da casca, podendo as sementes ser parcialmente ou totalmente
aproveitadas. No tronco surgem manchas escurecidas de forma arredondada na superfície da casca, sintomas do cancro. Em viveiro, ocorre queima
das folhas e em seguida tombamento e morte das plântulas.
43
O controle cultural da podridão parda consiste na remoção dos frutos infectados e da amontoa dos mesmos. Deve ocorrer
no período de maior frutificação do cacaueiro e também em agosto/
setembro por ocasião do controle cultural da vassoura-de-bruxa. Em
caso de excesso de umidade e de sombreamento, fazer drenagem
e raleamento das árvores de sombra. Na Amazônia, o controle químico
da vassoura-de-bruxa servirá também para controlar a podridão parda.
4.3.6 - Beneficiamento do Cacau
O beneficiamento primário do cacau tem por objetivo a
obtenção de um produto comercial de qualidade constituído de amêndoas fermentadas, secas, com aroma natural, dentre outras. Compõe-se de
quatro etapas: colheita, quebra, fermentação e secagem (Mororó, 2007).
Colheita
Deve-se planejar colher frutos exclusivamente maduros,
pois somente estes possuem açúcares em quantidade adequada para uma
boa fermentação das sementes.
Na colheita utiliza-se o instrumento denominado podão
que possui duas superfícies cortantes, facilitando o corte do pedúnculo
do fruto.
44
Quebra
Após a colheita os frutos são reunidos em montes para se
proceder a quebra, a qual poderá ser realizada até cinco dias depois. Na
quebra recomenda-se utilizar um pedaço de facão chamado de cutelo, que
não deve ser amolado para não danificar as sementes, que são desprendidas da placenta e depositadas em caixas de madeira ou baldes de plástico.
As sementes são transportadas para os cochos de fermentação, preferencialmente no mesmo dia. Na impossibilidade, proteger a massa com folhas de bananeira, contra eventuais chuvas e, nesse
caso, considerar como o primeiro dia de fermentação.
Fermentação
É a fase mais importante do beneficiamento das sementes
pois é responsável pelo início da formação dos precursores do sabor e
aroma de chocolate. As sementes que não fermentam adequadamente
fi cam com os cotilédones compactos, de cor violácea, gerando o defeito
“amêndoas ardósias”, que apresentam sabor amargo, adstringente e elevada acidez. A fermentação é processada em caixas de madeira denominadas cochos, que poderão ter as seguintes especificações:
Cochos
Largura (m)
Altura (m)
Comprimento (m)*
Cacauais superiores a 10ha
Cacauais com até 10ha
1,20
0,60
1,00
0,60
Variável
Variável
* De acordo com o volume de produção
As divisões do cocho no sentido do comprimento deverão
45
ser móveis para facilitar o revolvimento da massa, podendo variar o número de acordo com a quantidade de cacau a fermentar. Devem possuir drenos para facilitar o escoamento do mel e a aeração. Recomenda-se utilizar
folhas de bananeira ou sacos de aniagem para cobrir a massa de sementes
com o objetivo de evitar a perda de calor produzido pela fermentação e
o ressecamento das amêndoas que ficam na superfície. Geralmente um
metro cúbico de cocho comporta 800 kg de cacau mole.
No enchimento do cocho com cacau mole deve-se deixar
uma das divisões vazias para possibilitar o revolvimento da massa, que se
processa da seguinte forma:
• 1º revolvimento: 24 horas após o enchimento do cocho
• 2º revolvimento: 48 horas após o primeiro revolvimento
• 3º revolvimento: 24 horas após o segundo revolvimento
• 4º revolvimento: 24 horas após o terceiro revolvimento.
O cacau bem fermentado perde a polpa mucilaginosa,
muda a coloração externa da casca de rosada e branca para castanho no
final da fermentação. Observa-se também o resfriamento da massa de cacau no cocho.
Secagem
46
Tem por finalidade eliminar o excesso de umidade da amêndoa. Após a fermentação, a amêndoa contém mais de 50% de umidade,
teor que deve ser reduzido para menos de 8% para um armazenamento
seguro do produto.
Na Amazônia, o mais comum é processar a secagem por
meio natural utilizando-se barcaças, lonas impermeabilizadas, lonas plásticas
ou mesmo o terreirão para secagem de café. A massa de cacau fermentada
é espalhada no lastro e revolvida com o auxílio de um rodo de madeira, com
o intuito de expor as amêndoas à radiação solar, nas mais diversas posições.
Essa massa deve ter espessura de no máximo 5 cm para melhor revolvimento, que nos primeiros dias deve ser de 30 em 30 minutos. Durante à noite
dos primeiros dias deve-se juntar as amêndoas em montículos para reduzir a
superfície de exposição, evitando-se a proliferação de mofo branco externo.
Dependendo das condições climáticas a secagem se completará ao final de
seis a dez dias.
4.3.7 - Armazenamento do Cacau
Um bom armazém para acondicionar amêndoas de cacau
deve obedecer aos seguintes requisitos: ser construído em local seco, ter
o eixo maior orientado no sentido nascente – poente, dispor de janelas
de arejamento com telas de malha fina, fundações sólidas e camada impermeabilizante na parte superior e ser construído de modo a não deixar
frestas ou pontos de acesso a roedores (Mororó, 2007). Apresentar um ou
dois cantos revestidos de madeira, como também as paredes adjacentes
até 1,5 a 2,0 m de altura.
Se o piso for de cimento utilizar estrados de madeira para
empilhar os sacos. A estocagem não deve ultrapassar 90 dias, correndo o
risco de desenvolvimento de mofo, ataque de insetos e roedores. Por se
tratar de amêndoas ricas em gordura, evitar o armazenamento com produtos que exalem fortes odores tais como inseticidas, fungicidas, tintas,
pimenta-do-reino, dentre outros.
47
4.4 - Produtividade Estimada das Espécies
Consortes
Produtividade é um dos atributos importantes que caracterizam quase todos os SAF (Krishnamurthy e Ávila, 1999). No contexto deste trabalho consideraram-se apenas os rendimentos proporcionados
pelo cacaueiro e pelas espécies consortes: pupunheira e cafeeiro, desconsiderando aqueles dos cultivos de ciclo curto implantados nas entrelinhas e
das espécies de sombra provisória (bananeira, mandioca).
Os níveis de produtividade apresentados (Tabela 6) baseiam-se em informações obtidas em nível experimental nas bases físicas da CEPLAC em diferentes regiões da Amazônia, juntamente com observações
de campo em áreas de produtores rurais. Obviamente, a produtividade
potencial dessas espécies é superior à apresentada.
48
Embora existam evidências experimentais de níveis de produtividade superiores a 1.500 kg de cacau seco/ha/ano, quando o cultivo
atinge sua maturidade fisiológica e utilizam-se determinados materiais genéticos (Mota, 1998),preferiu-se adotar 1.200 kg/ha/ano para a consorciação de cacaueiros e essências florestais, que representa o cultivo convencional de cacau e foi adotado neste contexto como sistema referencial
para os demais. Adicionalmente, este patamar de produtividade é perfeitamente factível de ser obtido com a variedade híbrida de cacau atualmente
distribuída pela CEPLAC na Amazônia, quando se adotam as tecnologias
preconizadas para a região (Silva Neto et al., 2001), aliado ao fato de sua
confirmação no meio rural em diferentes propriedades localizadas em diversos agrossistemas. Portanto, ele representa segurança para o produtor
rural no momento de planejar rendimentos e/ou amortização de dívidas
nos casos de financiamento bancário. Algumas informações foram adaptadas em razão do material genético e da densidade de plantas utilizados.
Tabela 6
Idade pós-plantio (anos)
Níveis de produtividade estimados para as espécies
consortes em diferentes sistemas agroflorestais.
Cacau x Essências
Kg cacau seco/
ha
Cacau x Pupunha
Kg cacau
seco/ha
Número
cabeças/ha
Cacau x Café
Kg cacau
seco/ha
Kg café/
ha
Cacau x Teca
Kg cacau seco/
ha
1
-----
-----
-----
-----
-----
-----
2
-----
-----
420
-----
-----
-----
3
200
195
840
135
240
155
4
400
390
1.380
270
480
310
5
800
780
1.380
550
900
615
6
1.200
1.170
1.330
820
1.800
925
No caso da produtividade de madeira em tora, para as consorciações de cacaueiros e essências, cacaueiros e cafeeiros, e cacaueiros e
pupunheiras, estima-se que após 25 anos de cultivo será factível o aproveitamento de 80% do estande original do sombreamento definitivo implantado, em razão de perdas por ocorrência de doenças, pragas, ventos e outros
fatores. Para o estande remanescente é estimada a produtividade média,
para a mescla de essências florestais, de 1,6 m3 de madeira em tora/árvore.
Nessas circunstâncias, estima-se em 56,3 m3 de madeira em tora/ha para a
consorciação de cacaueiros e essências florestais, em 25,6 m3 de madeira/
ha para cacaueiros e cafeeiros e em 46,1 m3 de madeira/ha para cacaueiros
e pupunheiras.
Para a teca, que participa da consorciação cacaueiros e cafeeiros, estima-se rendimento médio de 1,9 m3 de madeira em tora/árvore
e 183,9 m3 de madeira em tora/ha.
49
Na consorciação de cacaueiros e teca em renques prevê-se
realizar dois desbastes nas fileiras de teca objetivando propiciar maior
espaço e melhores condições de crescimento às plantas remanescentes: aos sete e aos catorze anos. No primeiro desbaste, quando já terá
ocorrido mortalidade de 5% do estande original por diversos fatores, ou
seja, perdas de 13 plantas, serão eliminadas 20% das remanescentes, isto
é, 49 indivíduos, os quais deverão apresentar aproveitamento de 4,9 m3
de madeira em tora/ha, para uso em cercas e geração de energia. No segundo desbaste, serão eliminadas 20% das plantas remanescentes, ou
seja, 39 indivíduos, os quais deverão apresentar rendimento de 25,4 m3
de madeira/ha para uso mais rentável em peças em geral. Após os desbastes citados, o espaçamento que permanecerá entre as plantas de teca
é impreciso em razão da escolha dos componentes a serem eliminados,
considerando conformação de fuste e de copa, diâmetro e altura. Assim,
estima-se a permanência de 155 plantas de teca no corte final, aos vinte
anos, as quais deverão apresentar rendimento de 248,0 m3 de madeira/
ha, para uso mais nobre na fabricação de móveis, portas, indústria naval, e
outros. Em síntese, tal sistema de produção propiciará rendimento médio
acumulado de 278,3 m3 de madeira de teca em tora/ha.
Ainda na consorciação de cacaueiros e teca, estima-se que
a mescla de essências florestais para o sombreamento de topo dos cacaueiros terá sobrevivência de 80% e rendimento médio de 1,5 m3 de madeira em tora/árvore, aos 20 anos. Neste caso, é factível o aproveitamento
de 40,8 m3 de madeira/ha.
50
4. 5 - Considerações Financeiras
Com o objetivo de informar ao produtor rural e à comunidade técnica sobre os benefícios financeiros decorrentes dessa
atividade, a Tabela 7 reúne informações sobre as variáveis: margem
bruta/ha/ano, custo de manutenção /ha/ano, margem líquida/ha/ano e
margem líquida modular/ano, estimadas com base nos SAF em foco, no
ano de estabilização da produção das espécies consortes, ou seja, no
sexto ano de campo (Tabela 6).
Para estimar a margem bruta/ha/ano consideraram-se os
níveis de produtividades apresentados na Tabela 6, no ano de estabilização
da produção, e os preços dos produtos das espécies consortes praticados
em Ouro Preto do Oeste e Ji-Paraná, Rondônia, no mês de maio de 2014,
conforme a seguir: R$ 5,80/kg de cacau em amêndoas, R$ 3,83/kg de
café conilon beneficiado e R$ 3,00/kg cabeça ou palma de pupunha para
palmito. Como as cidades de Ouro Preto do Oeste e Ji-Paraná localizam-se
na região central do estado de Rondônia e é pericêntrica também em relação às zonas produtoras de cacau admitiu-se como representativas para
a presente pesquisa.
A estimativa do custo de manutenção/ha/ano foi obtida
considerando o manejo agronômico convencional previsto para cada SAF
no ano de estabilização da produção, incluindo despesas com aquisição de
insumos agrícolas (fertilizantes químicos, inseticidas) e com mão-de-obra
para roçagem, adubação, desbrota dos cacaueiros, poda, controle
cultural da vassoura-de-bruxa, colheita e beneficiamento, desbaste de
perfilhos da pupunheira, aplicação de herbicida no cafezal, dentre outras
práticas, estabelecida em R$ 50,00/jornada de 8,0 horas de trabalho. Desconsiderou-se o controle químico da vassoura-de-bruxa do cacaueiro, pois,
conforme Almeida (2001), plantações bem manejadas na Amazônia, onde
o controle cultural da vassoura-de-bruxa é realizado todos os anos de
forma sistemática, apresentam boas condições fitossanitárias, dispensando, portanto, a aplicação de fungicidas.
A margem líquida/ha/ano consiste na diferença entre margem bruta/ha/ano e custo de manutenção/ ha/ano, enquanto a margem
51
líquida modular/ano refere-se a margem líquida proporcionada por 5,0
ha de área de cultivo do cacaueiro em SAF.
A análise da Tabela 7 evidencia uma amplitude de variação
de R$ 5.349,46 a R$ 11.642,21 para a variável margem bruta/ha/ano, com
valor mais elevado para o SAF cacaueiro x cafeeiro. Essa última situação
decorre, obviamente, dos melhores preços praticados na região na comercialização dos produtos dessas espécies consortes.
A variável, custo de manutenção/ha/ano apresentou valores
mais baixos e relativamente próximos para os SAF cacaueiro x essências e
cacaueiro x teca, valor intermediário para o SAF cacaueiro x pupunheira e
valor mais elevado para a consorciação de cacaueiro x cafeeiro. O maior
custo de manutenção para o intercultivo cacaueiro x cafeeiro deve-se ao
fato de ambos os cultivos serem intensivos na utilização de mão-de-obra,
especialmente nas atividades de colheita e beneficiamento que representam, conjuntamente, 38,4% das despesas de custeio, ou seja, 50 jornadas
de trabalho/ano.
52
A margem líquida/ha/ano e a margem líquida modular/ano
representam a disponibilidade de recursos auferidos pelos SAF ao final de um
ano de atividades, no momento de estabilização da produção das espécies
consortes. A primeira variável considera a exploração de 1,0 ha e a segunda a
exploração de um módulo de 5,0 ha. Observa-se que a consorciação cacaueiro
x pupunheira apresentou maior margem líquida modular/ano, equivalente a
8,4 vezes àquela do cacaueiro x teca, a 2,3 vezes do cacaueiro x essências e
1,1 vezes do cacaueiro x cafeeiro. Seu valor, de R$ 29.264,92, representa uma
receita mensal para o produtor rural de R$ 2.438,74 ou cerca de 3,37 salários
mínimos, valor este (R$ 724,00) atualmente vigente no Brasil.
A exploração do consórcio cacaueiro x essências possibilita uma receita de 1,48 salários mínimos/mês, enquanto o consórcio ca-
caueiro x cafeeiros uma receita de 2,95 salários. Atualmente, os preços
do café nos mercados nacional e internacional favorecem a consorciação
de cacaueiro x cafeeiro. Para este consórcio deve-se atentar que a colheita do café, em Rondônia, ocorre nos meses de junho e julho, período
este coincidente com o pico de frutificação do cacaueiro na região, exigindo, portanto, mão-de-obra extra na propriedade. A menor receita foi
proporcionada pela consorciação de cacaueiro x teca equivalente a 0,40
salários mínimo/mês.
Considerando, contudo, a exploração e comercialização da
madeira em tora ao final do cultivo, ou seja, 25 anos para as consorciações cacaueiro x essências, cacaueiro x cafeeiro, e cacaueiro x pupunheira; e 20 anos
para cacaueiro x teca, a margem líquida modular poderá ser ainda melhorada. Evidenciam-se os seguintes aspectos relativos ao cultivo de um módulo
de 5,0 hectares (Tabela 8):I) consorciação de cacaueiro x essências – possibilidade de auferir lucro de R$ 43.146,00 com o corte da madeira; II) consorciação de cacaueiro x pupunheira – a comercialização da madeira poderá
render R$ 35.343,00; III) consorciação de cacaueiro x cafeeiro – estima-se em
R$ 341.584,00 o lucro com a venda da madeira de teca e da mescla de essências e IV) consorciação de cacaueiro x teca – o somatório da venda de madeira,
mescla de essências florestais e teca, poderá totalizar R$ 465.212,00.
Em síntese, embora a consorciação de cacaueiro x teca tenha apresentado a menor receita, ou seja, 0,40 salários mínimos/mês, pois,
foi considerada apenas a produção de cacau seco, poderá apresentar a
melhor rentabilidade ao levar em conta a possibilidade de comercialização de madeira ao final do ciclo produtivo. Deve-se atentar também que
a rentabilidade dos SAF propostos poderá ser maximizada se o produtor
rural estiver melhor organizado e auferindo melhores preços pela madeira
comercializada, preços esses atualmente bastante aviltados, por se considerar que o corte da madeira será feito pela madeireira interessada.
53
Finalmente, há necessidade de submeter os SAF em foco à
análise econômica mais detalhada, incluindo informações desde o preparo
de área até a exploração de madeira das espécies sombreadoras. Em anexo, croquis, plantas baixas e índices técnicos para implantação e manutenção de 1,0 hectare dos SAF propostos.
Tabela 7
Receitas geradas em 5,0 hectares de SAF com o
cacaueiro no ano de estabilização da produção
Modalidade de SAFs
Cacaueiros e Essências
Margem
bruta/ha/
ano*
Custo de
manutenção
/ha/ano*
Margem
líquida/ha/
ano
Margem
líquida
modular/ano
Nº de
salários
mínimos/mês
6.959,30
4.394,00
2.565,30
12.826,52
1,48
Cacaueiros x Pupunheiras
10.908,58
5.065,60
5.852,98
29.264,92
3,37
Cacaueiros x Cafeeiros
11.642,21
6.508,00
5.134,21
25.671,03
2,95
Cacaueiros x Tecas
5.349,46
4.658,00
691,46
3.457,28
0,40
*Valores praticados em Ouro Preto do Oeste e Ji-Paraná, Rondônia, em maio de 2014.
Tabela 8
Receitas geradas pela comercialização da madeira
produzida em 5,0 hectares de SAF com o cacaueiro
Essências
florestais
Volume de
madeira (m3)
Preço médio (R$)
da madeira/m3
Valor
total R$
Cacaueiros e Essências
Mescla1
282,0
153,002
43.146,00
Cacaueiros x Pupunheiras
Mescla
231,0
2
153,00
35.343,00
Mescla
128,0
153,002
19.584,00
3
Modalidades de SAFs
Cacaueiros x Cafeeiros
54
Cacaueiros x
Tecas
Teca
920,0
350,00
322.000,00
Mescla
204,0
153,002
31.212,00
Teca
1.240,0
350,00
434.000,00
3
Mescla de espécies de importância regional (angelim-pedra, bandarra, cambará, cumaru, cupiúba, garapa, ipêroxo, jataí, oiticica, pau d’alho, tauari, dentre outras);
2
Estimativa de preço médio pago ao produtor rural, na propriedade, independentemente da espécie.
3
Estimativa de preço médio pago ao produtor rural, na propriedade, considerando valores praticados em Ji-Paraná,
Rondônia e Alta Floresta, Mato Grosso.
1
CALENDÁRIO AGRÍCOLA PARA O CULTIVO DO CACAUEIRO NA
AMAZÔNIA
Prática Agrícola
Época
Preparo de área
§ Início do período seco (*)
Balizamento
§ Logo após a limpeza da área
Preparo das mudas para sombreamento definitivo
§ Início do período seco
Plantio dos sombreamentos provisórios e definitivo § Início do período chuvoso (*)
Plantio do cacaueiro
§ Do início do período chuvoso até 2 meses antes do período seco (deve-se entender que o cacaueiro ne cessita de
sombra)
Roçagens
§ 3 a 4 vezes durante o ano a depender da necessidade (antes da adubação e da colheita são essenciais)
Desbrota
§ Quando necessário
§ 1ª desbate - 10 a 12 meses do plantio do cacaueiro no
campo (início do período chuvoso)
Manejo do sombreamento provisório (raleamento)
§ 2ª desbate - 1 ano após a 1ª correção (início do período
chuvoso)
§ 3ª desbate - 1 ano após a 2ª correção (início do período
chuvoso)
§ 4ª desbate - 1 ano após a 3ª correção (início do período
chuvoso)
Adubação básica
§ No início do período chuvoso (em mudas no campo dois
meses após o transplantio)
Combate às pragas temporárias
õ Insetos sugadores e coleobrocas do tronco
Durante o período seco
õ Broca dos frutos (Conotrachelus sp).
Dois meses após a maior bilração
Combate às pragas permanentes
Durante o ano todo
Controle de vassoura-de-bruxa:
õ Poda fitossanitária (remoção de ‘‘vassouras’’)
§ Durante o período seco (normalmente em agosto e setembro)
õ Repasse
§ Após a remoção, antes do período chuvoso (novembro ou
dezembro)
õ Poda em roças velhas
§ A partir do final da colheita
Continua
55
Prática Agrícola
Época
Controle da podridão parda:
õ Raleamento da sombra
§ Durante a poda fitossanitária
õ Remoção de frutos pecos e presos às árvores
§ Durante a colheita e poda fitossanitária
õ Remoção dos frutos infectados
§ Durante todo o período da frutificação
õ 4 pulverizações com fungicidas a base de cobre
§ Aplicações mensais a partir dos primeiros sintomas de
ataque
Controle do câncro de Phythophtora sp.
§ Durante o período chuvoso quando necessário
Controle do mal rosado (Corticium)
§ Durante o período chuvoso quando necessário
(*)Períodos secos e chuvosos dos principais Municípios produtores de cacau da Amazônia brasileira estão expressos
no Quadro 1.
56
Quadro 1
Dados climáticos dos principais municípios produtores de
cacau na Amazônia Brasileira. Valores médios da precipitação pluvial (PP), retenção hídrica R.H. 125mm, deficiência (DEF) e excedentes (exced) hídricos no solo (mm).
Ouro Preto
D’Oeste (RO)
Meses
R.H. 125mm
PP
(mm)
Def
JAN
295
FEV
MAR
Medicilândia
(PA)
R.H. 125mm
Exced
PP
(mm)
Def
Exced
0
181
225
0
276
0
174
296
265
0
145
366
ABR
241
0
128
MAI
70
3
0
JUN
22
24
JUL
8
AGO
29
SET
OUT
Manaus
(AM)
*Tomé Açu Alta Floresta *Tucumã
(PA)
(MT)
(PA)
PP (mm)
PP (mm)
PP (mm)
PP (mm)
107
271
272
374
270
0
202
246
278
386
299
0
263
263
417
323
271
336
0
237
267
361
256
270
210
0
102
271
236
52
145
0
97
0
0
167
93
22
56
48
0
64
4
0
123
75
6
24
58
0
49
25
0
78
58
14
54
104
8
0
60
34
0
98
41
121
98
152
0
0
85
26
0
135
85
237
148
NOV
229
0
25
87
24
0
139
98
238
188
DEZ
280
0
155
209
0
0
212
149
163
284
ANO
1971
141
808
1084
113
911
PERÍODO
1982 a 1994
1983 a 1990
2270
2163
2292
2107
1983 a
1994
1984 a
1998
1976 a
1998
1988 a
1995
Fonte: Scerne e Santos, 1994; Scerne et al, 1996;Santos et al, 1988;
* Dados coletados por técnicos do Escritório Local da CEPLAC no Município.
57
58
05.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Agronegócio Cacau: uma alternativa para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, Porto Velho, RO, Brasil. 2001. Anais.
60
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Raúl René Valle. (Org.). Ciência, Tecnologia e Manejo do Cacaueiro.
Brasília, 2012, V. 1, p. 161-185.
61
62
06.
ANEXOS
63
ANEXO 1 (Modelo 1, pág. 26 e 27)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare
de sistema agroflorestal cacaueiros e essências florestais: cacaueiros (3,0 x 3,0 m – 1.111 plantas) e
essências florestais (15,0 x 15,0 m – 44 plantas)
Ano I
Ano II
Quant. Unid.
Quant.
Ano III
Unid.
Quant.
Unid.
Ano IV
Quant.
Unid.
Ano V
Quant.
Ano VI
Unid.
Quant.
TOTAL
MÃO-DE-OBRA
Especificação para cacaueiros e
essências florestais
Unid.
Limpeza e preparo da área
15
d/h
15
Calagem de toda a área
1,5
d/h
1,5
Preparo de balizas e balizamento
dos cacaueiros
10
d/h
10
Construção e manutenção do viveiro
12
d/h
12
Enchimento dos saquinhos e
semeadura
5
d/h
5
Coveamento e plantio sombra
(banana/ essência)
14
d/h
14
Coveamento, adubação e plantio de
cacaueiros
14
d/h
14
Roçagem
20¹
d/h
Replantio
1,5
d/h
2
d/h
Controle de pragas
24²
d/h
24²
d/h
21³
d/h
21³
d/h
104
d/h
120
1,5
2
d/h
2
d/h
2
d/h
2
d/h
2
d/h
12
Desbrota dos cacaueiros
3
d/h
3
d/h
3
d/h
3
d/h
3
d/h
15
Manejo do sombreamento
provisório
14
d/h
14
d/h
4
d/h
Poda de formação
5
d/h
Adubação
2
d/h
32
5
2
d/h
4
d/h
4
d/h
4
d/h
16
Colheita, transporte e beneficiamento
6
d/h
12
d/h
20
d/h
25
d/h
63
Poda de manutenção
8
d/h
15
d/h
20
d/h
25
d/h
60
Poda fitossanitária
TOTAL
95
50
59
8
61
1- Duas Roçagens(2 x 10 d/h); 2- Três Roçagens(3 x 8 d/h); 3- Três Roçagens(3 x 7 d/h); 4- Duas Roçagens(2 x 5 d/h)
70
69
404
ANEXO 1 (continuação)
INSUMOS/SERVIÇOS
Especificação para cacaueiros e
essências florestais
Análise de amostras de solo
Ano I
Ano II
Quant.
Unid.
Quant
Ano III
Unid.
Ano IV
Quant
Unid.
1
vb¹
Quant.
Ano V
Unid.
TOTAL
Ano VI
Quant
Unid.
1
vb¹
Quant.
Unid.
1
vb¹
Sacos de polietileno
1,3
mil
1,3 mil
3 vb¹
Sementes de cacau
1,3
mil
1,3 mil
Mudas de bananeira (sombra
provisória)
1,2
mil
1,2 mil
Mudas de essências florestais (sombra definitiva)
60
und
60 und
Inseticida
1
L
1
L
1
L
1
L
1
L
1
Ll
6L
Calcário
1,5
t
Adubo químico (N-P-K)
116
kg
250
kg
300
kg
300
kg
300
kg
300
kg
1566 kg
Espalhante adesivo
1
L
1
L
1
L
1
L
1
L
1
L
6L
Facão
2
und
2
und
2
und
2
und
2
und
8 und
Podão
1,5 t
2
und
2
und
6 und
1- Valor básico(vb) - Refere-se aos valores básicos (R$) prevalecentes em cada região para análises de amostras de solo e transporte de insumos agrícolas
ANEXO 2A (Modelo 2, pág. 28 e 29)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare de sistema agroflorestal cacaueiros, pupunheiras e essências florestais: cacaueiros (3,0 x 2,5 m –
1.081plantas), pupunheiras (2,0 x 1,5 m - 540 plantas) e essências florestais (18,0 x 15,0 m – 36 plantas)
MÃO-DE-OBRA
Especificação para cacaueiros e
essências florestais
Ano I
Ano II
15
d/h
15
d/h
1,5
Preparo de balizas e balizamento dos
cacaueiros
10
d/h
10
Construção e manutenção do viveiro
12
d/h
12
Enchimento dos saquinhos e semeadura
5
d/h
6
Coveamento e plantio sombra (banana/essência)
14
d/h
15
Coveamento, adubação e plantio de
cacaueiros
14
d/h
15
Roçagem
20¹
d/h
Replantio
1,5
d/h
2
d/h
d/h
Quant.
21³
Unid.
d/h
Quant.
21³
Unid.
d/h
Quant.
TOTAL
1,5
24²
Unid.
Ano VI
Calagem de toda a área
d/h
Quant.
Ano V
Limpeza e preparo da área
24²
Unid.
Ano IV
Unid.
Controle de pragas
Quant.
Ano III
Quant.
10 4
Unid.
d/h
120
1,5
2
d/h
2
d/h
2
d/h
2
d/h
2
d/h
12
Desbrota dos cacaueiros
3
d/h
3
d/h
3
d/h
3
d/h
3
d/h
15
Manejo do sombreamento provisório
14
d/h
14
d/h
4
d/h
Poda de formação
5
d/h
Adubação
2
d/h
2
d/h
4
d/h
4
d/h
4
d/h
16
12
d/h
20
d/h
25
d/h
63
5
Colheita, transporte e beneficiamento
6
d/h
Poda de manutenção
7
d/h
Poda fitossanitária
TOTAL
7
15
95
50
32
58
d/h
61
1- Duas Roçagens(2 x 10 d/h); 2- Três Roçagens(3 x 8 d/h); 3- Três Roçagens(3 x 7 d/h); 4- Duas Roçagens(2 x 5 d/h)
20
70
d/h
25
69
d/h
60
403
ANEXO 2A (continuação)
INSUMOS/SERVIÇOS
Especificação para cacaueiros e
essênciasflorestais
Análise de amostras de solo
Ano I
Ano II
Quant.
Unid.
Quant.
Ano III
Unid.
Ano IV
Quant.
Unid.
1
vb¹
Quant.
Ano V
Unid.
Ano VI
Quant.
Unid.
1
vb¹
Quant.
TOTAL
Unid.
1
vb¹
Sacos de polietileno
1,3
mil
1,3 mil
Sementes de cacau
1,3
mil
1,3 mil
Mudas de bananeira(sombra
provisória)
1,2
mil
1,2 mil
100
und
100und
Mudas de essências florestais
(sombra definitiva)
Inseticida
1
L
Calcário
1,5
t
Adubo químico (N-P-K)
120
kg
260
kg
1
L
Espalhante adesivo
1
L
Facão
2
und
Podão
1
L
1
L
1
L
1
L
3 vb¹
1
L
6L
1,5 t
310
kg
310
kg
1
L
1
L
2
und
2
und
2
und
310
kg
310
kg
1
L
1
L
2
und
2
und
1620 kg
6L
6 und
2
und
1- Valor básico(vb) - Refere-se aos valores básicos (R$) prevalecentes em cada região para análises de amostras de solo e transporte de insumos agrícolas
8 und
ANEXO 2B (Modelo 2, pág. 28 e 29)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare
de sistema agroflorestal cacaueiros, pupunheiras e essências florestais: cacaueiros (3,0 x 2,5 m – 1.081
plantas), pupunheiras (2,0 x 1,5 m – 540 plantas) e essências florestais (12,0 x 10,0 m – 36 plantas)
MÃO-DE-OBRA
Especificação para pupunheiras
Ano I
Ano II
Quant.
Unid.
Quant
Ano III
Unid.
Quant
Ano IV
Unid.
Quant.
Ano V
Unid.
Quant
Ano VI
Unid.
Quant.
TOTAL
Unid.
Balizamento das pupunheiras
5
d/h
5
Coveamento e plantio de pupunheiras
8
d/h
8
Adubação na cova
1
d/h
1
Manejo de perfilhos
2
d/h
Adubação
1
d/h
Corte e colheita
TOTAL
14
3
2
d/h
2
d/h
2
d/h
2
d/h
10
1
d/h
1
d/h
1
d/h
1
d/h
5
3
d/h
6
d/h
10
d/h
10
d/h
29
6
9
13
13
58
INSUMOS/SERVIÇOS
Especificação para pupunheiras
Ano I
Ano II
Quant.
Unid.
Ano III
Ano IV
Ano V
TOTAL
Ano VI
Quant.
Unid.
Quant.
Unid.
Quant.
Unid.
Quant.
Unid.
Quant.
Unid.
Mudas de pupunha
650
und
Cloreto de potássio
30
kg
30
kg
30
kg
30
kg
30
kg
30
kg
650 und
180 kg
Superfosfato triplo
44
kg
44
kg
44
kg
44
kg
44
kg
44
kg
264 kg
Uréia
18
kg
26
kg
35
kg
35
kg
35
kg
35
kg
184 kg
ANEXO 3A (Modelo 3, pág. 30 e 31)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare
de sistema agroflorestal cacaueiros, cafeeiros e tecas: cacaueiros (3,0 x 2,0 m – 757 plantas), cafeeiros
(3,0 x 1,0 m – 757 plantas), tecas (121 plantas) e essências florestais (18,0 x 15,0 m – 20 plantas)
Especificação para
cacaueiros, tecas e
essências florestais
MÃO-DE-OBRA
Ano I
Quant.
Ano II
Unid.
Quant
Ano III
Unid.
Quant.
Unid.
Ano IV
Quant.
Unid.
Ano V
Quant.
Ano VI
Unid.
Quant.
TOTAL
Unid.
Limpeza e preparo da área
15
d/h
15
Calagem de toda a área
1,5
d/h
1,5
Preparo de balizas e balizamento dos
cacaueiros e tecas
6
d/h
Construção e manutenção do viveiro
10
d/h
10
Enchimento dos saquinhos e
semeadura
3
d/h
3
Coveamento e plantio sombra (banana/essência)
12
d/h
12
Coveamento,adubação e plantio de
cacaueiros e tecas
12
d/h
12
Roçagem
20¹
d/h
Replantio
1,5
d/h
2
d/h
Controle de pragas
6
21²
d/h
21²
d/h
18³
d/h
18³
d/h
154
d/h
113
1,5
2
d/h
2
d/h
2
d/h
2
d/h
2
d/h
3
d/h
2
d/h
12
Desbrota dos cacaueiros
3
d/h
3
d/h
3
d/h
Manejo do sombreamento provisório
12
d/h
10
d/h
8
d/h
Poda de formação
5
d/h
Adubação
2
d/h
2
d/h
2
d/h
3
d/h
3
d/h
12
Colheita, transporte e beneficiamento
3
d/h
6
d/h
12
d/h
20
d/h
41
Poda de manutenção
6
d/h
5
Poda fitossanitária
TOTAL
6
5
83
45
14
30
47
d/h
44
1- Duas Roçagens(2 x 10 d/h); 2- Três Roçagens(3 x 7 d/h); 3- Três Roçagens(3 x 6 d/h); 4- Três Roçagens(3 x 5 d/h)
10
48
d/h
15
57
d/h
30
324
ANEXO 3A (continuação)
Especificação para
cacaueiros, tecas e
essências florestais
Análise de amostras de solo
INSUMOS/SERVIÇOS
Ano I
Ano II
Quant.
Unid.
Quant.
Ano III
Unid.
Ano IV
Quant.
Unid.
1
vb¹
Quant.
Ano V
Unid.
Ano VI
Quant.
Unid.
1
vb¹
Quant.
TOTAL
Unid.
1
vb¹
Sacos de polietileno
1,3
mil
1,3 mil
Sementes de cacau
1,3
mil
1,3 mil
Mudas de bananeira (sombra
provisória)
1,2
mil
1,2 mil
Mudas de essências florestais (sombra
definitiva)
60
und
60 und
Inseticida
1
L
1
L
1
L
1
L
1
L
1
L
6L
kg
300
kg
300
kg
300
kg
1566 kg
1
L
1
L
Calcário
1,5
t
Adubo químico (N-P-K)
116
kg
250
kg
300
1
L
1
L
2
und
2
und
Espalhante adesivo
1
L
Facão
2
und
Podão
3 vb¹
1,5 t
2
und
1
L
2
und
2
und
6L
6 und
2
und
1- Valor básico(vb) - Refere-se aos valores básicos (R$) prevalecentes em cada região para análises de amostras de solo e transporte de insumos agrícolas
8 und
ANEXO 3B (Modelo 3, pág. 30 e 31)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare
de sistema agroflorestal cacaueiros, cafeeiros e teca: cacaueiros (3,0 x 2,0 m – 757 plantas), cafeeiros
(3,0 x 1,0 m – 757 plantas), teca (121 plantas) e essências florestais (18,0 x 15,0 m – 20 plantas)
MÃO-DE-OBRA
Especificação para cafeeiros
Ano I
Quant.
Ano II
Unid.
Quant.
Ano III
Unid.
Quant.
Ano IV
Unid.
Quant.
Ano V
Unid.
Quant.
TOTAL
Ano VI
Unid.
Quant.
Unid.
Balizamento dos cafeeiros
9
d/h
9
Coveamento e plantio de cafeeiros
9
d/h
9
Adubação
2
d/h
1
d/h
1
d/h
1
d/h
1
d/h
1
d/h
7
Capina manual
2
d/h
3
d/h
3
d/h
3
d/h
3
d/h
4
d/h
18
Capina química
1
d/h
1
d/h
1
d/h
1
d/h
1
d/h
1
d/h
6
Desbrota (duas)
1
d/h
1
d/h
1
d/h
1
d/h
1
d/h
2
d/h
7
2
d/h
Aplicação de Inseticida/fungicida
Derriça do pano
Colheita/beneficiamento
TOTAL
24
8
2
d/h
2
d/h
2
d/h
2
d/h
10
4
d/h
4
d/h
8
d/h
8
d/h
24
10
d/h
15
d/h
20
d/h
30
d/h
22
27
36
48
75
165
INSUMOS/SERVIÇOS
Ano I
Especificação para cafeeiros
Quant.
Ano II
Unid.
Quant.
Ano III
Unid.
Sacaria
Mudas de café
1,1
Ano IV
Ano V
Ano VI
TOTAL
Quant.
Unid.
Quant.
Unid.
Quant.
Unid.
Quant.
Unid.
10
und
15
und
20
und
20
und
65 und
125
kg
125
kg
125
kg
125
kg
625 kg
mil
Adubo químico (N-P-K)
1,1 mil
125
kg
Inseticida
2
L
2
L
2
L
2
L
2
L
10 L
Fungicida
5
kg
5
kg
5
kg
5
kg
5
kg
25 kg
Cloreto de potássio
34
kg
34 kg
Superfosfato simples
104
kg
104 kg
Uréia
10
kg
10 kg
Herbicida
1
l
2
l
1
l
1
l
1
l
1
l
7L
ANEXO 4A (Modelo 4, pág. 32 e 32)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare de sistema agroflorestal cacaueiros, tecas e essências florestais: cacaueiros (3,0 x 3,0 m – 854
plantas), tecas (3,0 x 3,0 m x 33 m – 256 plantas) e essências florestais (18,0 x 15,0 m – 34 plantas)
Especificação para
cacaueiros e essências
florestais
MÃO-DE-OBRA
Ano I
Quant.
Ano II
Unid.
Quant.
Ano III
Unid.
Quant.
Unid.
Ano IV
Quant.
Unid.
Ano V
Quant.
Ano VI
Unid.
Quant.
TOTAL
Unid.
Limpeza e preparo da área
15
d/h
15
Calagem de toda a área
1,5
d/h
1,5
Preparo de balizas e balizamento dos
cacaueiros
10
d/h
10
Construção e manutenção do viveiro
12
d/h
12
Enchimento dos saquinhos e
semeadura
3
d/h
3
Coveamento e plantio sombra (banana/essência)
12
d/h
12
Coveamento, adubação e plantio de
cacaueiros
12
d/h
12
Roçagem
20¹
d/h
Replantio
1,5
d/h
2
d/h
Controle de pragas
21²
d/h
21²
d/h
18³
d/h
18³
d/h
154
d/h
2
d/h
2
d/h
2
d/h
2
d/h
2
d/h
3
d/h
2
d/h
113
1,5
12
Desbrota dos cacaueiros
3
d/h
3
d/h
3
d/h
Manejo do sombreamento provisório
14
d/h
14
d/h
4
d/h
Poda de formação
5
d/h
3
d/h
6
d/h
12
d/h
21
d/h
42
2
d/h
3
d/h
3
d/h
3
d/h
13
8
d/h
Colheita, transporte e beneficiamento
Adubação
2
Poda de manutenção
d/h
5
Poda fitossanitária
TOTAL
8
10
89
47
14
32
53
46
d/h
15
d/h
53
1- Duas Roçagens(2 x 10 d/h); 2- Três Roçagens(3 x 7 d/h); 3- Três Roçagens(3 x 6 d/h); 4- Três Roçagens(3 x 5 d/h)
19
62
d/h
44
350
ANEXO 4A (continuação)
INSUMOS/SERVIÇOS
Especificação para cacaueiros e
essências florestais
Análise de amostras de solo
Ano I
Ano II
Quant.
Unid.
Quant.
Ano III
Unid.
Ano IV
Quant.
Unid.
1
vb¹
Quant.
Ano V
Unid.
TOTAL
Ano VI
Quant.
Unid.
1
vb¹
Quant.
Unid.
1
vb¹
Sacos de polietileno
1,3
mil
1,3 mil
Sementes de cacau
1,3
mil
1,3 mil
Mudas de bananeira(sombra
provisória)
1,2
mil
1,2 mil
Mudas de essências florestais
(sombra definitiva)
60
und
60 und
Inseticida
1
L
1
L
1
L
1
L
1
L
1
L
6L
300
kg
300
kg
300
kg
300
kg
1566 kg
1
L
1
L
Calcário
1,5
t
Adubo químico (N-P-K)
116
kg
250
kg
1
L
Espalhante adesivo
1
L
Facão
2
und
Podão
3 vb¹
1,5 t
1
L
2
und
2
und
2
und
1
L
2
und
2
und
6L
6 und
2
und
1- Valor básico(vb) - Refere-se aos valores básicos (R$) prevalecentes em cada região para análises de amostras de solo e transporte de insumos agrícolas
8 und
ANEXO 4B (Modelo 4, pág. 32 e 33)
Coeficientes técnicos para implantação e manutenção (até o sexto ano) de 1,0 hectare
de sistema agroflorestal cacaueiros, tecas e essências florestais: cacaueiros (3,0 x 3,0 m – 854 plantas),
tecas (3,0 x 3,0 m x 33 m – 256 plantas) e essências florestais (18,0 x 15,0 m – 34 plantas)
MÃO-DE-OBRA
Especificação para tecas
Ano I
Quant.
Balizamento das tecas
Ano II
Unid.
Quant.
Ano III
Unid.
Quant.
Ano IV
Unid.
Quant.
Ano V
Unid.
Quant.
TOTAL
Ano VI
Unid.
Quant.
Unid.
2
d/h
2
Coveamento, adubação e plantio de tecas
5,5
d/h
5,5
Roçagem
7,5
d/h
Desbrota
Controle às formigas
Replantio
1
TOTAL
16
7,5
d/h
7,5
d/h
7,5
d/h
7,5
d/h
7,5
d/h
45
4
d/h
4
d/h
4
d/h
4
d/h
4
d/h
20
1
d/h
1
d/h
1
d/h
1
d/h
1
d/h
d/h
5
1
12,5
12,5
12,5
12,5
12,5
78,5
INSUMOS/SERVIÇOS
Ano I
Especificação para tecas
Mudas de teca
Ano II
Quant.
Unid.
280
und
Inseticida
Adubo químico (N-P-K)
104
kg
Ano III
Ano IV
Ano V
Ano VI
TOTAL
Quant.
Unid.
Quant.
Unid.
Quant.
Unid.
Quant.
Unid.
Quant.
Unid.
2
L
2
L
2
L
2
L
2
L
280 und
10 L
104 kg
76
agricultura de
baixa emissão de carbono
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