Parte II ECONOMIA

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Curso: Ciências Contábeis
Disciplina: Economia
Turmas: 8ª. fase Online
Parte II ECONOMIA
Assunto 08
A DEMANDA, A OFERTA E O EQUILÍBRIO NA DISPONIBILIDADE DE BENS E SERVIÇOS –
SISTEMA DE PREÇOS
As transações e concorrências entre os agentes produtores e consumidores
determinam as quantidades e os preços dos variados bens e serviços, à disposição da
coletividade.
A sociedade humana, afinal, vive em grupos, que objetivam o trabalho, a compra e a
venda de excedentes produtivos. Para aproximar o produtor do consumidor há o comércio,
mediando produção e consumo, com o predomínio da ideia do lucro.
O comércio pode ser fixo ou ambulante, interno ou externo, marítimo, terrestre,
fluvial, etc.
A Oferta e a Demanda (procura) representam as forças fundamentais, que
movimentam uma determinada economia e a atuação dos mercados. Os mercados podem ser
caracterizados como as instituições sociais onde se realizam as transações entre os agentes
econômicos.
O transporte é fundamental à realização das atividades comerciais. À medida que o
sistema econômico foi evoluindo, essas trocas passaram a contar, cada vez mais, com a
intermediação do dinheiro (moeda).
O preço é a quantidade de dinheiro pelo qual uma mercadoria é vendida. O valor de
troca de um objeto é estabelecido no momento em que a transação é efetivada.
Num sistema baseado no livre funcionamento dos mercados, os preços relativos (uns
em comparação aos outros) dos bens e serviços são os orientadores ou equilibradores
fundamentais das decisões de produção, troca e consumo dos agentes econômicos. Quando
são baixos, estimulam o consumo. Se estiverem altos, incentivam a produção dos bens e
serviços.
As restrições e inibições à livre formação dos preços, seja por intervenção do governo
ou através de conluios (Conluio - Combinação entre duas ou mais pessoas que, em
proveito próprio, procuram enganar e prejudicar a terceiro ) ou acordos e associações entre
os agentes econômicos, prejudicam o funcionamento dos mercados, gerando escassez e a
proliferação, por exemplo, dos chamados " mercados negros”.
Os mercados serão tão mais transparentes quanto melhores e mais divulgadas forem
as informações para os agentes econômicos. Existem, pois, variadas modalidades de preços,
conforme a estrutura do mercado em que atuam os agentes econômicos.
Os preços, na atualidade, formam-se com base em diversas variáveis, como o custo de
produção, a utilidade do bem ou serviço, o número de adquirentes, a quantidade oferecida,
etc.
É possível distinguir entre os mercados livres e os regulados dependendo,
respectivamente, da menor ou maior dose de intervenção das autoridades governamentais
sobre os assuntos e os procedimentos econômicos.
Os mercados serão considerados competitivos quando forem constituídos por um
grande número de produtores e consumidores, de modo que nenhum, isoladamente,
consegue influenciar os preços vigentes para os seus respectivos bens e serviços.
Assunto 09
A DEMANDA, A OFERTA E O EQUILÍBRIO NA DISPONIBILIDADE DE BENS E SERVIÇOS –
DEMANDA POR BENS E SERVIÇOS
A demanda dos consumidores cria mercados para os diferentes bens e serviços da
economia.
Os alimentos representam uma demanda física e essencial, diferentemente da procura
por automóveis, jóias, casas de alto padrão, etc.
A demanda representa a disposição ou intenção de comprar ao passo que comprar é
o ato efetivo de aquisição do bem ou serviço.
Naturalmente, há uma série de fatores que determinam a quantidade que os
consumidores pretendem adquirir de cada bem ou serviço, num determinado período, como,
por exemplo:
- a renda pessoal disponível;
- os preços do bem ou serviço e de outros, que lhe sejam substitutos ou
complementares;
- os seus gostos e preferências;
- o tamanho do respectivo mercado;
A demanda de todo o mercado é constituída pela soma das demandas individuais de
todos os agentes econômicos.
Para a grande maioria dos bens, ditos normais, existe uma relação inversa entre os
seus preços e as respectivas quantidades demandadas, sendo que estas últimas aumentam à
medida que os primeiros são reduzidos.
A relação inversa entre as variáveis (preço e quantidade) se deve ao chamado Efeito
Substituição, no sentido de que o demandante tende a procurar bens alternativos, conforme
os comparativos (preços relativos) entre os bens ou serviços.
Ademais, quanto mais altos forem os preços dos bens ou serviços, mais reduzido será
o rendimento do consumidor, determinando o chamado Efeito Renda.
Há casos de bens considerados como inferiores, nos quais o crescimento da renda do
demandante conduz a uma menor ou invés de uma maior procura.
As mudanças relacionadas com os preços dos bens ou serviços permitem as seguintes
classificações:
Bens complementares: quando o preço de um deles aumenta, a demanda do outro
diminui e vice-versa;
Bens substitutos: quando o preço de um deles aumenta, a demanda do outro também
aumenta, ocorrendo o mesmo tipo de efeito no caso de diminuição de preço;
Bens independentes: são os que não guardam qualquer relação entre si, de forma que
a variação (aumento ou diminuição) no preço de um deles não afeta a demanda do outro.
As preferências dos indivíduos representam outro fator de grande importância nas
variações da demanda, sendo influenciados pelas técnicas e campanhas publicitárias criadas
para o respectivo bem ou serviço.
Assunto 10
A DEMANDA, A OFERTA E O EQUILÍBRIO NA DISPONIBILIDADE DE BENS E SERVIÇOS –
OFERTA DE BENS E SERVIÇOS
A oferta representa a disposição ou intenção de produzir e vender ao passo que
produzir e vender indicam os atos efetivos de produção e venda do respectivo bem ou serviço.
Naturalmente, há uma série de fatores que determinam a quantidade que os
consumidores pretendem produzir e vender de cada bem ou serviço, num determinado
período, como, por exemplo:
- preços dos fatores utilizados na produção do produto;
- custos de comercialização e de vendas do bem ou serviço e de outros, que lhe sejam
substitutos ou complementares;
- a tecnologia disponível para a empresa;
- o tamanho do respectivo mercado;
A oferta de todo o mercado é constituída pela soma das ofertas individuais de todos os
agentes econômicos.
Assunto 11
A DEMANDA, A OFERTA E O EQUILÍBRIO DE MERCADO – O EQUILÍBRIO DE MERCADO
Isoladamente, as curvas de demanda e de oferta não determinam os preços e
quantidades praticados no mercado. Somente no ponto de intersecção entre as curvas de
demanda e de oferta de bens e serviços, é que se dá o chamado equilíbrio (preço e
quantidade) do mercado.
Assim, o preço de equilíbrio é aquele em que são iguais as quantidades demanda e
ofertada, não havendo nem escassez, nem excedente de produção ou de consumo de bens ou
serviços.
O excesso de oferta ocorre quando a quantidade ofertada é maior do que a
demandada.
Quando o preço é inferior ao de equilíbrio, há escassez (isto é, maior demanda do que
oferta), havendo uma tendência à elevação do preço do respectivo bem ou serviço.
Num mercado livre e competitivo, os preços tendem a se mover até o nível de
equilíbrio. Outros fatores, além do preço do bem ou serviço, podem determinar
deslocamentos da própria curva de procura e/ou de oferta. Se a primeira se deslocar para cima
e para a direita, devido, por exemplo, a alterações na renda dos consumidores ou nos preços
de bens substitutos ou complementares, haverá um novo (maior) ponto de equilíbrio. Se a
oferta se deslocar para baixo e para a direita, devido, por exemplo, a alterações nos preços dos
fatores produtivos ou na tecnologia, haverá um novo (menor) ponto de equilíbrio.
É importante, pois, distinguir entre um aumento na demanda ou na oferta ou na
quantidade demandada ou ofertada, quando, então, acontece um movimento ao longo de
uma ou dessas duas curvas.
Assunto 12
A DEMANDA, A OFERTA E O EQUILÍBRIO NA DISPONIBILIDADE DE BENS E SERVIÇOS –
DIFERENTES ESTRUTURAS DE MERCADO
Nos tempos iniciais da sociedade de mercado, o sistema econômico era caracterizado
por grande número de pequenas empresas. Com o tempo, notadamente após a 2ª. Revolução
Industrial, no final do século XIX e início do XX foi aumentando cada vez mais, a concentração
da produção, tendo surgido, também, o grande desenvolvimento das empresas e instituições
financeiras.
Compradores e vendedores interagem em variadas estruturas de mercado, conforme:

a quantidade de empresas vendedoras que nele atuam;

a dimensão, o poder de compra e de negociação dessas empresas;

o grau de interdependência entre as empresas;

as semelhanças ou diferenças entre os produtos das empresas;

a natureza e a quantidade de consumidores (empresas e indivíduos);

a extensão das informações que tanto os consumidores como os vendedores
dispõem sobre os produtos transacionados no mercado, em termos, por exemplo, de
preços e condições comerciais;

a capacidade de influenciar a procura no mercado considerando aspectos relacionados
com a promoção e condições de comercialização dos produtos.;

a facilidade com que as firmas entram e saem da indústria (isso é, do respectivo setor
ou ramo de produção).
Assunto 13
INDICADORES AGREGADOS E MEDIDORES DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS
Como pode ser verificado se um determinado país é mais ou menos rico do que outro?
Afinal, o que pode ser entendido como riqueza para um país: a produção, os gastos, os
volumes de trocas com outras nações?
O interesse pela definição e cálculo de conceitos agregados, sobre a economia como
um todo, remonta aos primeiros pensadores econômicos.
O segmento da economia que estuda as formas de mensuração da riqueza em termos
agregados, chama-se Contabilidade Nacional.
Todavia, o tratamento de forma sistemática desses cálculos foi estimulado:
- Pela ocorrência da Grande Depressão dos anos 1930;
- Pelas ideias e pela teoria macroeconômica desenvolvida pelo economista inglês John
Maynard Keynes;
- Pelo surgimento de modelos de planificação centralizada nas economias coletivas
(destacando-se o exemplo da ex-União Soviética);
- Pelas novas orientações e necessidades de medição do desempenho das economias
nacionais.
Através da Contabilidade Social, obtém-se um retrato da realidade econômica e social
dos países ou regiões, o qual permite acompanhar como crescem e se desenvolvem ao longo
do tempo "(SOUZA, Luiz Eduardo Simões de. Contas Nacionais. São Paulo, LCTE Editora, pg.
10).
Resumidamente, a Contabilidade Social trata de:
- Mensuração da atividade econômica e social, em seus vários aspectos;
- Sistematização de regras para a produção e a organização contínua de informações
relevantes para a economia;
- Fornecimento de estimativas dos agregados macroeconômicos.
O sistema de Contabilidade Nacional, apesar de não ser exatamente igual, segue os
padrões orientados pela ONU (Organização das Nações Unidas). Fundamenta-se no sistema
contábil de partidas dobradas (a cada débito corresponde igual crédito e vice-versa) em 4
(quatro) agentes: famílias, empresas, governo e resto do mundo e 5 contas: Produção,
Apropriação, Formação de Capital, Conta Corrente do Governo e Transações com o resto do
mundo.
O produto de um país pode ser nominal (quando os seus valores não levam em conta a
inflação ocorrida no período) ou real.
Será dito Líquido, quando forem descontados os valores dos investimentos que visam
cobrir o capital depreciado na economia e Bruto, no caso contrário.
Sua medição poderá ocorrer a custos de fatores, quando não inclui os impostos
devidos sobre a produção e a comercialização dos produtos e a preços de mercado, no caso
contrário.
Finalmente, faz-se uma distinção entre Produto Interno (líquido ou bruto) e Produto
Nacional.
O primeiro não considera a Renda Líquida (a enviada menos a recebida) para o
exterior.
A medida dos dados agregados (totais) da economia enfrenta vários problemas que
precisam ser identificados, para que possamos melhor utilizar as informações.
Entre essas dificuldades, podemos mencionar o fato de não tratar os padrões de
distribuição de renda na sociedade.
De fato, duas economias com o mesmo PIB (Produto Interno Bruto) receberão
diagnósticos completamente diferentes, conforme a renda esteja mais ou menos concentrada
em poucos agentes econômicos.
Há, também, a considerar as próprias dificuldades de medição desses agregados,
como, por exemplo, na identificação dos impostos que incidem indiretamente sobre os
produtos gerados na economia ou a depreciação sobre os bens de capital existentes num
determinado período de tempo.
Acresça-se a isto, a obtenção dos valores da chamada economia informal (agentes
com transações não registradas oficialmente) e os que estão relacionados com o meioambiente.
De qualquer forma, uma economia que tenha seus agregados econômicos medidos
com base em séries históricas permite melhor planejamento e previsão das atividades dos
seus agentes.
Assunto 14
A IMPORTÂNCIA DA MOEDA E O SISTEMA MONETÁRIO NACIONAL – INTRODUÇÃO AO
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
O dinheiro (moeda) é, basicamente, algo que facilita a realização de trocas entre os
agentes econômicos, eliminando os inconvenientes do escambo (isto é, da troca direta de um
por outro bem ou serviço).
Durante a história da humanidade foram vários os bens utilizados na função de moeda
(a chamada moeda-mercadoria), culminando no ouro e na prata.
Para que um determinado bem possa ser escolhido como moeda deve apresentar as
seguintes características:
- Durabilidade;
- Facilidade de transporte;
- Divisibilidade, tendo em vista a realização de pequenos pagamentos;
- Homogeneidade;
- Estar disponível em quantidades limitadas.
A evolução propiciou o surgimento da moeda fiduciária (sob a forma de papel) que
tem o seu valor estabelecido por força de lei ou por ter a confiança de seu valor pelos agentes
econômicos.
Anteriormente, as moedas papéis eram lastreadas, de forma que os seus valores
seriam possíveis de serem convertidos em ouro.
Na atualidade, tal lastro foi eliminado e o papel-moeda (as cédulas) e as moedas
metálicas passaram a valer pela confiança de sua aceitação como meio de pagamento pelos
agentes econômicos.
Por outro lado, a moeda escritural é aquela que representada por um registro contábil
ou eletrônico, sendo criada por um banco à medida que este concede empréstimos para os
seus clientes.
Assim, as moedas podem ser classificadas em:
Moeda-mercadoria: seu valor intrínseco coincide com o seu valor representativo.
Moeda fiduciária: seu valor intrínseco é inferior ao seu valor representativo.
Subdivide-se em moeda física (metálicas e notas) e escritural/bancária (depósitos
bancários utilizados para a realização de pagamentos).É importante caracterizar que nem o
cheque, nem o cartão de crédito representam moeda, mas, sim, o depósito ou saldo mantido
pelo cliente na sua agência bancária.
A quantidade de moeda influencia de forma significativa o status e as perspectivas de
estabilidade (Inflação reduzida) e de crescimento de uma economia.
A oferta monetária é o valor total dos meios de pagamentos aceitos na economia.
Os agregados monetários que quantificam a moeda existente em uma economia
podem ser classificados em:
M1: papel-moeda em poder do público, acrescido dos depósitos à vista existentes nos
bancos comerciais;
M2, M3, M4: meios de pagamentos ampliados em relação ao M1, com base nos
depósitos de poupanças títulos emitidos por bancos ou entidades do governo ou quotas de
fundos de investimentos.
A demanda ou procura por moeda pelos agentes econômicos se dá pelos seguintes
motivos:
- Necessidade de realização de trocas e pagamentos de dívidas (motivo transação);
- Utilização como unidade de conta, que possibilita calcular e comparar os valores dos
determinados bens e serviços;
- Como reserva e garantia de valor da riqueza de um agente econômico, seja como precaução
para a cobertura de eventuais situações difíceis no futuro ou por motivo de especulação
visando o aproveitamento de uma oportunidade de aplicação da riqueza em títulos ou outros
ativos que apresentem taxas ou outros benefícios econômicos mais interessantes para os
agentes econômicos.
A riqueza real /total dos agentes econômicos é, pois, representada pela soma das
demandas de moedas e títulos. Se há aumento da demanda de moeda, há a redução da de
títulos e vice-versa.
O SFN é um conjunto de instituições e instrumentos financeiros, divididos em:
- Subsistema Normativo: responsável pela regulação e fiscalização do sistema;
- Subsistema Operativo: formado pelas instituições que operam o sistema;
Entre as Entidades componentes do Subsistema Normativo, temos:
CMN (Conselho Monetário Nacional) - Formula a política de moeda e do crédito, para
atender aos interesses econômicos e sociais do país;
BNDES. (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) - Orienta e fornece
créditos de longo prazo, voltados ao desenvolvimento do país;
CEF (Caixa Econômica Federal) - Principal agente de financiamento de atividades ligadas
ao setor imobiliário;
STN (Secretaria do Tesouro Nacional) - Responsável pela administração e controle de
receitas e despesas públicas;
No subsistema Operativo, estão incluídas as instituições que atuam em diferentes
mercados financeiros (Bancos e outras Instituições Financeiras).
Assunto 15
A PARTICIPAÇÃO DAS ENTIDADES GOVERNAMENTAIS (SETOR PÚBLICO)
No sistema perfeitamente competitivo, milhares de consumidores e produtores têm
condições de resolver os problemas econômicos fundamentais, tal como se fossem guiados
por uma espécie de mão invisível.
As críticas mais comuns a esse tipo de sistema de governo são as de que os preços
nem sempre flutuam livremente de acordo com as forças de mercado, em função, por
exemplo, de:
- atuação dos Sindicatos, sobre a formação de salários;
- poder dos monopólios e oligopólios sobre os preços estabelecidos no mercado.
Em função disso, é requerida a intervenção do Governo, na economia que atua com
medidas como:
- Fixação do salário mínimo a ser pago à força de trabalho da economia;
- Definição dos preços mínimos e máximos, a serem aplicados pelos produtores de bens e
serviços;
- Congelamento e tabelamento de preços;
- Cobrança de impostos e concessão de subsídios aos agentes econômicos;
- Controle das taxas de câmbio e de juros.
Até por volta de 1920, predominava um sistema muito próximo da concorrência
perfeita. Essa situação foi alterada a partir da crise mundial de 1929, quando as teorias
econômicas passaram a recomendar uma maior intervenção do Estado na economia.
A existência de falhas de mercado (isto é, de externalidades, quando uma ação de um
agente privado pode fazer com que os custos sociais - de outros - sejam aumentados),
demandam a participação do governo na economia. Entre essas externalidades, há tanto as
caráter positivo quanto negativo (poluição, por exemplo).
O provimento dos chamados bens públicos, dada a oferta em quantidade insuficiente
através da iniciativa privada, seja pela existência de patentes e licenças ou ainda devido ao alto
custo dos investimentos necessários à sua produção (como no caso das usinas de energia) ou
pelo fato de não serem excludentes (isto é, seu consumo não é restrito somente a quem pode
pagar por ele, como nos serviços de segurança pública) também acabam determinando a
necessidade de intervenção do Estado na economia.
Sinteticamente, os objetivos de atuação do Estado na economia, podem ser
enquadrados em:
- Aumentar a eficiência econômica, combatendo as falhas de mercado;
- Estabilizar a economia e propiciar o crescimento econômico, por intermédio da chamada
política fiscal (controle dos impostos e dos gastos do governo);
- Procurar a equidade social, via melhora da distribuição de renda entre os agentes
econômicos.
Para influir na atividade econômica, o governo utiliza os impostos que arrecada, os
seus gastos com os pagamentos do funcionalismo público e a construção de rodovias, portos,
escolas, hospitais, etc.
Os impostos são considerados como progressivos se forem menores conforme seja
menor a renda do contribuinte. Serão ditos regressivos, no caso contrário. E serão
considerados como proporcionais se os contribuintes pagam na mesma proporção da variação
- maior ou menor - de sua renda.
Os governos também realizam transferências diretamente para os agentes
econômicos, como é o caso, por exemplo, das doações, pensões, assistência médica, etc., que
contribuem para atenuar as más distribuições de renda promovidas pelo mercado
Assunto 16
AS RELAÇÕES DO PAÍS COM O EXTERIOR
Neste conteúdo, trata-se do intercâmbio de bens, serviços e capitais, de forma que
cada país se beneficie de suas vantagens comparativas, em termos de eficiência econômica.
David Ricardo, economista clássico inglês (1772-1823) demonstrou que é vantagem
para um país participar do comércio internacional, ainda que detenha, por exemplo, vantagem
absoluta em todos os bens que produz.
As organizações internacionais, notadamente a OMC (Organização Mundial do
Comércio) tem procurado condenar as práticas que interferem ou inibem o livre comércio
entre as nações, relacionadas com aplicação de tarifas, taxas e impostos, concessão de
subsídios e estabelecimento de quotas que afetem as importações e exportações de produtos.
O Balanço de Pagamentos - É um registro das entradas e saídas de divisas (moedas
estrangeiras) de um país, num determinado período de tempo, segundo uma metodologia
adotada internacionalmente.
A tabela a seguir apresenta a composição do Balanço de Pagamentos de um país:
As Transações Correntes - A balança comercial compreende os fluxos de divisas
relativos às exportações e importações de mercadorias.
No Brasil, as exportações serão compostas por produtos primários, derivados das
atividades agropastoris e de extração vegetal, e por produtos secundários oriundos da
indústria de transformação e da atividade extrativa mineral.
As importações, por sua vez, contêm também produtos primários e secundários,
oriundos do resto do mundo, que tanto podem ser insumos para a atividade produtiva interna
matérias-primas e fontes de energia, como podem ser bens finais de consumo ou, ainda, bens
de capital.
A balança de serviços registra os fluxos de divisas relativos aos pagamentos e
recebimentos com os chamados bens intangíveis.
Compõem esta balança os valores relativos às seguintes contas:
Viagens internacionais;
Transportes internacionais;
Seguros internacionais;
Rendas de Capitais;
Outros.
Sob a rubrica viagens internacionais são lançados os fluxos de divisas relativos aos
gastos ou receitas com turismo e viagens de negócios. Em transportes e seguros, o que de
principal deve ser destacado são os pagamentos e recebimentos dos fretes e dos seguros
propriamente ditos relativos às mercadorias entradas/saídas do país. As rendas de capitais
configuram os fluxos de pagamentos/recebimentos relativos a juros e lucros.
Um saldo de transações correntes tanto pode ser positivo como negativo,
dependendo do desempenho de cada país quanto às balanças comercial, de serviços e das
transferências unilaterais (feitas sem a contrapartida de pagamentos).
Estes saldos negativos precisam ser cobertos com um saldo positivo do movimento de
capitais (empréstimos e financiamentos ou, ainda, investimentos, em magnitude que possa
cobrir o déficit de transações correntes) ou a utilização das reservas de divisas acumuladas ao
longo do tempo.
O Movimento de Capitais - Refere-se às entradas e saídas de divisas do país em função
de empréstimos, financiamentos e investimentos.
Os capitais obtidos sob a forma de empréstimo têm um prazo definido para o seu
vencimento, quando deverão ser devolvidos aos emprestadores ou renovados.
Os investimentos, por seu lado, constituem capital de risco, o que significa que não
necessariamente quem investe tem garantido o retorno de seu capital investido, como é o
caso dos investimentos diretos realizados na criação ou compra de empresas estabelecidas no
território nacional e os investimentos em quotas, ações ou títulos do governo e de empresas
nacionais.
Nesta movimentação de capitais, um país recebe divisas quando:
Toma empréstimos ou financiamentos no exterior;
Recebe investimentos de capital risco;
Recebe amortizações de empréstimos que tenha realizado para outros países do resto
do mundo.
Por outro lado, o país gasta divisas quando:
Amortiza, isto é, paga empréstimos tomados em épocas anteriores;
Realiza investimentos de risco no exterior;
Concede empréstimos ou financiamentos para o resto do mundo.
É no movimento de capitais que se forma a dívida externa de um país.
O endividamento de cada ano é assim obtido:
Empréstimos e financiamentos tomados no exterior
(-) Amortização de empréstimos tomados
= Endividamento no período
Se forem adicionados, ano após ano, os endividamentos dos períodos, teremos o total da
dívida externa do país, que, por sua vez, deverá coincidir com o valor de todos os
empréstimos existentes no presente, que ainda não foram amortizados.
Ao somarmos o saldo de transações correntes com o movimento de capitais, obtemos
um déficit ou um superávit global. Um superávit indica que o volume de entrada de divisas
superou as saídas. Houve, portanto, uma sobra de divisas. Um déficit, por sua vez, significa
mais saídas de divisas do que entradas de divisas. Existiu, portanto, uma falta de recursos.
A ocorrência de superávit nas contas internacionais conduz a um aumento das
reservas de divisas. Estas reservas de divisas correspondem ao total acumulado de divisas
estrangeiras de que o país dispõe num dado momento. Se, no entanto, for apurado um déficit,
o país deverá recorrer ao seu saldo de reservas ou, verificada a conveniência no âmbito da
política de comércio exterior, proceder à contratação de empréstimos de capitais externos
Quanto mais reservas internacionais um país possuir, maior será seu crédito perante
os organismos e agentes financeiros internacionais. Constitui, igualmente, um importante
fator no que tange à reação a eventuais ataques especulativos à sua moeda.
Pode-se deduzir, portanto, que a situação de um país não é muito diferente da
situação das empresas que precisam recorrer ao sistema bancário para cobertura de suas
necessidades de caixa: empresas que apresentam garantias suficientes geralmente obtêm
empréstimos em condições melhores que aquelas empresas cujas garantias não sejam de todo
adequadas frente aos riscos a serem suportados. Como consequência, além de maior
dificuldade para a aprovação do crédito, ainda terão que arcar com taxa de juros mais elevada
e prazo de amortização via de regra menores do que aqueles concedidos a clientes
preferenciais.
Mercado de divisas e taxa de câmbio - Para a realização de operações de pagamentos
a credores do exterior, os devedores deverão dispor de meios de pagamento que tenham
aceitação internacional (divisas internacionais).
Os agentes econômicos que recebem divisas do exterior por qualquer uma das formas
indicadas obrigam-se a trocar tais divisas por moedas locais, para fazer face aos seus
compromissos internos com pagamentos a fornecedores, salários, impostos e outros. Da
mesma forma, agentes econômicos que dispõem de moeda local e que necessitam de moeda
estrangeira para cumprir compromissos internacionais derivados de importações de
mercadorias e serviços, pagamentos de empréstimos ou mesmo a realização de investimentos
no exterior terão que comprar esta moeda estrangeira dos bancos autorizados a operar com
câmbio, estabelecidos no país.
O mercado de divisas é formado por ofertantes que necessitam trocar as divisas em
seu poder por moeda local, e por demandantes que precisam trocar moeda local por divisas
estrangeiras.
O preço pelo qual as divisas são transacionadas recebe o nome de taxa de câmbio,
que é o preço de uma moeda expresso em unidades de outra.
Nas economias de mercado a taxa de câmbio é definida basicamente pelo próprio
mercado de compra e venda de divisas, com as cotações variando em função dos movimentos
de demanda e oferta da moeda estrangeira.
Se, por exemplo, o volume de exportações for muito elevado, haverá um acentuado
movimento de oferta interna de divisas, que, por sua vez, poderá provocar uma baixa na taxa
de câmbio, ou seja, no preço da moeda estrangeira.
Uma baixa taxa de câmbio irá estimular as importações, revelando um baixo preço dos
produtos e serviços importados.
Em função, portanto, do impacto que a taxa de câmbio exerce sobre os volumes de
importações e exportações, é natural que os governos responsáveis diretamente pela política
econômica costumam interferir na condução de uma política cambial..
Dentre as formas de intervenção possíveis destacam-se as políticas fiscais de estímulo
às exportações, as barreiras tarifárias como forma de contenção das importações e a política
cambial, representada por ações de apreciação ou depreciação da moeda nacional em relação
a moedas de outras nações.
Assunto 17
CRESCIMENTO VERSUS DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
O crescimento é referido como o aumento da produção de uma determinada
sociedade, num dado período de tempo.
Ele pode ocorrer em função de:
- Crescimento da PEA (População economicamente ativa) envolvida nos diferentes
processos da economia;
- Aumento do estoque de capital físico ou financeiro à disposição dos agentes
econômicos;
- Avanços em termos de conhecimentos de tecnologia.
O crescimento econômico implica a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) de um
país, correspondendo a um deslocamento para a direita da CPP (Curva de Possibilidades de
Produção) da economia.
O crescimento e os correspondentes aumentos na produtividade permitem à
sociedade obter mais bens e serviços e de melhor qualidade.
Entre os custos do crescimento, todavia, estão as chamadas externalidades negativas, que
afetam a qualidade de vida das populações, em função de fatores como poluição,
congestionamentos e esgotamento de recursos naturais.
Cada vez mais há a preocupação com o desenvolvimento sustentado, que respeite as
condições do meio ambiente em que vivemos.
Portanto, o equilíbrio macroeconômico será alcançado conforme a produção potencial
e o crescimento de longo prazo da economia.
Preocupada com a medição mais ampla do desenvolvimento, a ONU vem divulgando,
anualmente, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), explicado no arquivo em anexo a
este conteúdo.
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