IX SIMPÓSIO DE ROCHAS ORNAMENTAIS DO NORDESTE 10 a 13 abril de 2016, João Pessoa - PB USO DA CORRELAÇÃO ENTRE IMAGENS NA CLASSIFICAÇÃO DA DESCARACTERIZAÇÃO SUPERFICIAL DE ROCHAS ORNAMENTAIS SUBMETIDAS AO ATAQUE QUÍMICO. Thiago M. Bolonini1, Antônio M. Godoy2, Lara Cinthia A. S. Bolonini3, Leonardo Luiz L. da Silveira4, Elton S. dos Santos5 1, 4, 5 Centro de Tecnologia Mineral CETEM/MCTI, Núcleo Regional do Espírito Santo NR-ES, Rodovia Cachoeiro x Alegre, Km 5, s/nº, Bairro Morro Grande, CEP 29.300-970, Cachoeiro de Itapemirim – ES (Brasil). [email protected]; www.cetem.gov.br 2 Departamento de petrologia e Metalogenia, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista UNESP, Av. 24-A, nº 1515, C. P. 178, CEP 13506-900, Rio Claro, São Paulo (Brasil). [email protected] 3 Universidade de Vila Velha UVV, Curso de Geologia, Av. Comissário José Dantas de Melo, nº 21, Bairro Boa Vista, CEP 29.102-920, Vila Velha – ES (Brasil). [email protected] RESUMO O ensaio de determinação da resistência ao ataque químico simula efeitos de reagentes com os quais as rochas podem entrar em contato. Para auxiliar na avaliação dos danos causados pelo ataque químico, este trabalho utiliza imagens digitais dos litotipos e o coeficiente de correlação de Pearson “ r ” entre elas para classificar seus graus de descaracterização superficial. As rochas ornamentais estudadas são conhecidas como Butterfly Beige, Butterfly Gold e Butterfly Green e representam variedades de um quartzo-sienito com hiperstênio. Os reagentes, nas três variedades, provocaram perdas de brilho entre 7% e 20% ligadas a remoção da camada de resina, à oxidação de minerais ferromagnesianos como a biotita e o hiperstênio e à remoção do Fe(OH) 2 das fraturas. O método utilizado para classificar o grau de descaracterização mostrou-se uma ferramenta importante para a quantificação de alterações superficiais nas rochas e mostrou que o Butterfly Green foi a variedade com a maior descaracterização superficial devido à reação, entre o HCl e o Fe(OH)2 presente em suas fraturas, que descoloriu a rocha. PALAVRAS-CHAVE: petrografia, rochas ornamentais, coloração seletiva. 337 IX SIMPÓSIO DE ROCHAS ORNAMENTAIS DO NORDESTE 10 a 13 abril de 2016, João Pessoa - PB ABSTRACT The chemical resistance determination test, simulates de effects caused by reagents with which can get in contact. To help in the damage caused by chemical attack evaluation, this work uses digital images of the rock types and the Pearson correlation coefficient "r" between them to classify their surface discharacterization degree. The studied dimension stones are known as Butterfly Beige, Gold Butterfly and Butterfly Green and represent varieties of quartz-syenite with hypersthene. The reagents caused brightness loss between 7% and 20%, for the three varieties, linked to the removal of the resin layer, to the oxidation of minerals such as biotite and hypersthene and to the Fe (OH)2 removal of fractures. The method used to classify the degree of discharacterization proved to be an important tool for the quantification of superficial changes in dimension stones and showed that the Butterfly Green was the variety with the higher surface discharacterization due to the reaction, between HCl and Fe (OH)2 present in their fractures which removed the color of the rock. KEYWORDS: petrography, dimension stones, surface discharacterization. 1. INTRODUÇÃO No que tange a alterabilidade, um dos grandes desafios enfrentados é quantificar e classificar a descaracterização causada pelas alterações ocorridas na superfície de uma determinada rocha (polida ou não). Para auxiliar na interpretação e quantificação dessas alterações este trabalho busca, com o uso de imagens, quantificar as descaracterizações estéticas superficiais dos litotipos comercialmente conhecidos como Butterfly Beige, Butterfly Gold e Butterfly Green, frente ao ensaio de determinação da resistência ao ataque químico, com base em medições diretas de brilho e no coeficiente de correlação linear de Pearson, calculados a partir de imagens das rochas ao natural e imagens obtidas após o ataque químico. Nas rochas ornamentais a análise de imagens vem sendo utilizada, em diversas escalas, como ferramenta para quantificar alterações causadas por fenômenos físicos e/ou químicos decorrentes de intempéries (VAZQUEZ, 2011; TORQUATO et al., 2008), para auxiliar na visualização dos resultados de suas análises e para especificação desses materiais rochosos (AIRES-BARROS et al., 1991; MOTOKI et al., 2006; GOKAY e GUNDOGDU, 2008; FIGUEIREDO et al., 2004; CLEMENTE et 338 IX SIMPÓSIO DE ROCHAS ORNAMENTAIS DO NORDESTE 10 a 13 abril de 2016, João Pessoa - PB al., 2013). Entretanto, os estudos que utilizam as imagens para avaliar as alterações de cor nas superfícies das rochas ainda são pouco difundidos. O método proposto neste trabalho analisa a imagem em função dos valores dos pixels correlacionando-os e fornecendo base para a classificação da descaracterização superficial das rochas analisadas, pois se a superfície da rocha muda (em termos de cor) a imagem da superfície também irá mudar. 2. OBJETIVO O objetivo do trabalho é utilizar, junto às medições de brilho, imagens digitais para quantificar a descaracterização superficial das rochas através do cálculo do coeficiente de correlação entre as imagens, como ferramenta auxiliar a avaliação das intensidades das alterações ocorridas nas superfícies das rochas submetidas ao ensaio de determinação da resistência de rochas ornamentais ao ataque químico. 3. MATERIAIS E MÉTODOS As variedades de rochas ornamentais estudadas são conhecidas comercialmente como Butterfly Beige (Figura 1A), Butterfly Gold (Figura 1B) e Butterfly Green (Figura 1C) e correspondem a variedades de um quartzo-sienito com hiperstênio compostas basicamente por: Microclínio, quartzo, plagioclásio (oligoclásio), biotita, granada e hiperstênio. Figura 1. Rochas ornamentais submetidas à coloração seletiva por ataque químico. Inicialmente foi realizada a análise petrográfica microscópica onde, devido às dimensões dos cristais de microclínio, foram utilizadas duas lâminas de cada variedade para identificação mineralógica. Para quantificação mineralógica foi utilizado o método da coloração seletiva, em placas medindo 10 cm x 15 cm x 2cm, aliada à classificação supervisionada de imagens segundo o 339 IX SIMPÓSIO DE ROCHAS ORNAMENTAIS DO NORDESTE 10 a 13 abril de 2016, João Pessoa - PB método proposto por Bolonini et al. (2016). Na sequência, 8 placas polidas de cada variedade, com arestas medindo 10 cm x 10 cm x 2 cm, foram cortadas para a realização do ataque químico com adaptações feitas ao anexo H da norma NBR:13818 (ABNT, 1997). Antes e após o ataque, 3 medições de brilho foram feitas em cada um dos 24 corpos de prova (1 corpo de prova por reagente x 3 rochas). Em seguida foram calculadas as médias para a obtenção dos valores iniciais e finais de brilho por corpo de prova e reagente para o cálculo da variação em porcentagem. As superfícies destinadas ao ensaio foram digitalizadas antes e após o mesmo, com um scanner de mesa, gerando imagens TIFF (Tagged Image File Format) de dimensões de 10 cm x 10 cm. Na sequência, todas as imagens geradas foram recortadas, no software CorelDraw, para que fossem analisadas somente as áreas afetadas pelo ataque químico (8 cm de diâmetro). As imagens RGB de 24 bits resultantes, com 7.571 pixels, foram convertidas em imagens em escala de cinza de 8 bits. As imagens em escala de cinza foram importadas para o software ImageJ (NIH, 2014a) onde foi utilizado o plugin Image Correlator (NIH, 2014b) que compara um pixel em uma imagem com o pixel de mesma coordenada (Agora, X = Valor de X,Y da imagem ao natural; Y = Valor de X,Y imagem após os ciclos) na imagem a ser correlacionada, como na figura 2. Figura 2. Representação do método utilizado para correlacionar imagens. Legenda: A) Exemplo de ausência de descaracterização; B) Exemplo de descaracterização; Eixos X e Y da imagem referem-se ao gráfico de correlação entre o valor do pixel na imagem Natural (X) e o valor do pixel na imagem 50 ciclos (Y). As imagens foram correlacionadas aos pares (antes e depois do ensaio de ataque químico). O software fornece uma tabela com os valores dos pixels nas duas imagens. A correlação entre uma imagem e ela própria corresponde sempre ao padrão de imutabilidade das imagens (correlação perfeita). O ImageJ, na sequência, fornece uma planilha com os valores X e Y (X= valor do pixel na digitalização ao natural e Y = valor do pixel na digitalização após os ciclos) para cada correlação. Estes valores são utilizados para calcular, no software Excel, o Coeficiente de Coorelação Linear de 340 IX SIMPÓSIO DE ROCHAS ORNAMENTAIS DO NORDESTE 10 a 13 abril de 2016, João Pessoa - PB Pearson (r), de acordo com a equação 1 (Excel, 2007), onde: = valor do píxel na imagem ao natural; = Média aritmética para os valores dos píxels na imagem ao natural; y = valor do píxel na imagem que se quer correlacionar; Média aritmética para os valores dos píxels na imagem que se quer correlacionar. (1) O valor de r foi então calculado para cada reagente, ou seja, 8 vezes para cada litotipo. As correlações foram feitas, para cada reagente, entre a imagem ao natural e a imagem da rocha atacada. A classificação do valor de r segue a tabela 1, adaptada de Souza (2008), Cohen (1988) e Dancey e Reidy (2006). Tabela 1.Classificação relacionada ao Coeficiente de Correlação Linear de Pearson. Coeficiente de Correlação de Pearson (r) Correlação Descaracterização da rocha r=1 Perfeita Positiva Nula 0,8 ≤ r < 1 Forte positiva Fraca 0,5 ≤ r < 0,8 Moderada positiva Moderada 0,1 ≤ r < 0,5 Fraca positiva Considerável 0 < r < 0,1 Ínfima positiva Forte 0 Nula Total descaracterização - 0,1 < r < 0 Ínfima negativa Forte - 0,5 < r ≤ - 0,1 Fraca negativa Considerável - 0,8 < r ≤ - 0,5 Moderada negativa Moderada - 1 < r ≤ - 0,8 Forte negativa Fraca r=-1 Perfeita negativa Nula 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Petrograficamente as rochas estudadas apresentam grande similaridade composicional, textural e estrutural. São rochas com textura inequigranular, hipidiomórficas, de granulação grossa a porfirítica, estrutura isotrópica, compostas por microclínio (58-62%), plagioclásio (20-22%), quartzo (11-15%), granada (2-6%), biotita (2%), hiperstênio (1%) e traços de zircão e apatita (Tabela 2). De acordo com a CPRM (2007), as trilhas de inclusões fluidas de CO2 que rochas apresentam são a causa da coloração da variedade verde. Entretanto, como as inclusões são encontradas em todas as três variedades, acredita-se não ser esse o único fator que determina a cor na variedade verde. 341 IX SIMPÓSIO DE ROCHAS ORNAMENTAIS DO NORDESTE 10 a 13 abril de 2016, João Pessoa - PB Tabela 2. Resumo das características petrográficas das rochas submetidas ao ensaio de ataque químico. Características Petrográficas Granulação (cm) Alteração Mineral Butterfly Beige Variação (predominância) Butterfly Gold Butterfly Green 0,2 a 4,5 (1 a 4) 0,2 a 4 (1 a 4) Incipiente Moderada Incipiente Intragranular e intergranular aberta Fe(OH)2 /Plagioclásio/Sericita Fe(OH)2 /Sericita baixo Médio alto Quartzo-sienito com hiperstênio Tipo Aberta/fechada Microfissuras (predomínio) Preenchimento Grau de fraturamento Classificação petrográfica (STRECKEISEN, 1976) O Butterfly Beige apresenta fraturas preenchidas por plagioclásio e, de forma mais dispersa por hidróxido ferroso Fe(OH)2. Já o Butterfly Gold, produto da alteração da variedade Butterfly Beige, além da oxidação das biotitas, apresenta a alteração do hidróxido ferroso Fe(OH)2 para hidróxido férrico Fe(OH)3 devido à mudança de carga do Fe2+ para Fe3+ provocada pela ação intempérica. O Fe(OH)2 é, provavelmente, proveniente da alteração de minerais ferromagnesianos como o hiperstênio e a biotita. Em relação ao brilho, todos os reagentes provocaram alterações nesta propriedade, nas três variedades, com valores compreendidos entre 7% e 20% de perda (Tabela 3). Tabela 3. Resultados, em porcentagem, da perda de brilho das rochas no ataque químico. Reagentes Tempo de exposição Butterfly Beige Butterfly Gold Butterfly Green KOH 30 g/L 96 h 10,2 % 10,5 % 14,3 % KOH 100 g/L 96 h 16,7 % 7,4 % 16,1 % HCl 3% v/v 96 h 15,6 % 15,3 % 14,0 % HCl 18% v/v 96 h 15,3 % 10,5 % 13,9 % NH4Cl 100 g/L 24 h 15,3 % 8,2 % 13,3 % C6H8O7 100 g/L 24 h 16,5 % 12,5 % 19,2 % C3H6O3 5% v/v 24 h 11,9 % 12,6 % 12,2 % NaClO 20 mg/L 24 h 12,5 % 11,8 % 11,4 % Legenda: KOH – hidróxido de potássio; HCl – ácido clorídrico; NH4Cl – cloreto de amônio; C6H8O7 – ácido cítrico; C3H6O3 – ácido lático; NaClO – hipoclorito de sódio. A perda do brilho nos três casos está ligada a remoção da camada de resina, à oxidação de minerais ferromagnesianos como a biotita e o hiperstênio e à remoção do Fe(OH) 2 das fraturas. Para o Butterfly Beige o KOH 100 g/L foi o reagente que provocou a maior perda de brilho por remover a camada de resina. 342 IX SIMPÓSIO DE ROCHAS ORNAMENTAIS DO NORDESTE 10 a 13 abril de 2016, João Pessoa - PB Para o Butterfly Gold a maior perda de brilho foi detectada no ataque com o ácido clorídrico (HCl) na concentração 3% v/v. Teoricamente, a intensidade da alteração deveria ser diretamente proporcional ao aumento da concentração do reagente de 3% v/v para 18% v/v. Entretanto, ao observar os corpos de prova, verifica-se que nas porções centrais dos mesmos onde foram realizadas as medições de brilho (eixo horizontal) temos distribuições mineralógicas distintas: no corpo de prova ensaiado com o HCl com concentração em 3% v/v há uma concentração maior de biotita em relação à mesma região no corpo de prova ensaiado com o HCl com concentração em 18% v/v que fez com que a perda de brilho fosse maior com o ácido em concentração mais baixa. Para o Butterfly Green o reagente que mais afetou o brilho foi o ácido lático (C6H8O7) removendo parcialmente o Fe(OH)2 de suas fraturas e removendo a camada de resina. A análise visual mostra que, mesmo não representando as maiores perdas de brilho, o HCl em suas duas concentrações foi o reagente que provocou as alterações mais severas nas rochas. Este fato é corroborado pelos valores de “ r ” calculados com base nas imagens (Tabela 4 e Figura 4) das superfícies dos corpos de prova. Tabela 4. Classificação da descaracterização em função do coeficiente de correlação linear de Pearson (r). Regente KOH 30 g/L KOH 100 g/L Butterfly Beige r Descaracterização Fraca 0,9 HCl 3% v/v HCl 18% v/v NH4Cl 100 g/L C6H8O7 100 g/L C3H6O3 5% v/v 1,0 0,8 0,9 1,0 1,0 0,9 NaClO 20 mg/L 1,0 Nula Fraca Fraca Nula Nula Fraca Nula Variedades Butterfly Green r Descaracterização Fraca 0,9 Fraca 0,9 0,7 0,7 1,0 1,0 1,0 Moderada Moderada Nula Nula Nula Nula 1,0 r 0,9 1,0 0,8 0,9 1,0 1,0 0,9 1,0 Butterfly Gold Descaracterização Fraca Nula Fraca Fraca Nula Nula Fraca Nula Para o Beige, o menor valor de correlação foi r = 0,8 (HCl 3% v/v, descaracterização fraca), para o Green o menor valor de correlação foi r = 0,7 (HCl 3% v/v e 18% v/v, descaracterização moderada) e para o Gold o menor valor foi r = 0,8 (HCl 3%, descaracterização fraca), tabela 4. Os resultados mostram que o Green foi a variedade com a maior descaracterização superficial e que coeficiente de correlação representa melhor os efeitos causados pelo ataque químico. As alterações que levaram à diminuição da correlação entre as imagens das superfícies das rochas dessa variedade são devidas à remoção da camada de resina, por corrosão, permitindo que o 343 IX SIMPÓSIO DE ROCHAS ORNAMENTAIS DO NORDESTE 10 a 13 abril de 2016, João Pessoa - PB ácido reagisse com o Fe(OH)2 presente em suas fraturas descolorindo a rocha por ter removido sua coloração verde característica. Este mesmo efeito não ocorreu nas outras variedades, pois as fraturas no Butterfly Beige estão preenchidas, em sua maioria por plagioclásio e o Butterfly Gold, além de ter fraturas preenchidas por plagioclásio, possui o hidróxido férrico Fe(OH)3. Ao analisar, de forma conjunta, os dados de brilho e de correlação (Figuras 5A, B e C), é possível notar que as variáveis são independentes. O coeficiente de correlação não é afetado por uma alteração no brilho, uma vez que são considerados os valores de cor dos pixels para seu cálculo e esta propriedade não é necessariamente afetada por uma alteração no valor de brilho. Exemplos disso foram os reagentes KOH 30 g/L, KOH 100 g/L, NH4Cl 100 g/L, C6H8O7 100 g/L, C3H6O3 5% v/v, NaClO 20 mg/L, ou tiveram descaracterizações nulas ou fracas devido aos valores muito próximos ou iguais a 1 (Tabela 1) obtidos para o coeficiente de correlação e apresentaram alterações diversas em seus valores de brilho (Figuras 5A, 5B e 5C). Figura 4. Ilustração dos valores de r para as rochas estudadas. Figura 5. Relação entre a perda de brilho e o coeficiente correlação. Legenda: KOH (a) – hidróxido de potássio 30 g/L; KOH (b) – hidróxido de potássio 100 g/L; HCl (a) – ácido clorídrico 3% v/v; HCl (b) – ácido clorídrico 18% v/v. 344 IX SIMPÓSIO DE ROCHAS ORNAMENTAIS DO NORDESTE 10 a 13 abril de 2016, João Pessoa - PB 5. CONCLUSÃO Petrograficamente as rochas estudadas apresentam grande similaridade composicional, textural e estrutural. Em relação ao brilho, todos os reagentes provocaram alterações nesta propriedade, nas três variedades, com valores compreendidos entre 7% e 20% de perda. A perda do brilho nos três casos está ligada a remoção da camada de resina, à oxidação de minerais ferromagnesianos como a biotita e o hiperstênio e à remoção do Fe(OH) 2 das fraturas. O ensaio de ataque químico revelou, também, que algumas concentrações de ácido clorídrico podem gerar alterações severas nas superfícies, principalmente do Butterfly Green, variedade com a maior descaracterização superficial devida à remoção da camada de resina, por corrosão, permitindo que o ácido reagisse com o Fe(OH)2 presente em suas fraturas descolorindo a rocha. Este mesmo efeito não ocorreu nas outras duas variedades, pois as fraturas no Butterfly Beige estão preenchidas, em sua maioria por plagioclásio e o Butterfly Gold, além de ter fraturas preenchidas por plagioclásio, possui o hidróxido férrico Fe(OH)3. Ao analisar, de forma conjunta, os dados de brilho e de correlação é possível notar que as variáveis são independentes, pois o coeficiente de correlação não é afetado por uma alteração no brilho, uma vez que são considerados os valores de cor dos pixels para seu cálculo. O método mostrou-se uma ferramenta importante para a quantificação de alterações superficiais nas rochas. 6. AGRADECIMENTOS À Guidoni Mineração Ltda, à CAPES processo: 3030/13-0, ao CNPq Processo: 141706/2012-0, à UNESP e ao Centro de Tecnologia Mineral – CETEM, NR-ES. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 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