similaridade florística das espécies de briófitas da serra negra

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64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
SIMILARIDADE FLORÍSTICA DAS ESPÉCIES DE BRIÓFITAS DA SERRA
NEGRA (MINAS GERAIS) E OUTRAS ÁREAS DO BRASIL
Eduardo T. de Amorim¹*, Andréa P. Luizi-Ponzo², Fabrício A. Carvalho²
¹ Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação de Ecologia da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF;
² Professor do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF; *[email protected]
Introdução
As briófitas são plantas avasculares que podem ser
encontradas nos habitats mais diversos, colonizando
tipos variados de substratos, como rochas, troncos vivos
ou mortos, folhas e diferentes tipos de solo [1].
Em Minas Gerais, a Serra Negra está localizada entre os
municípios de Rio Preto, Santa Bárbara do Monte Verde,
Lima Duarte e Olaria e apresenta altitudes variando de
800 m a 1698 m de altitude [2]. A área está inserida no
domínio Floresta Atlântica e no Complexo de Serras da
Mantiqueira [2].
O presente trabalho tem por objetivo comparar a brioflora
da Serra Negra com aquelas apresentadas para outras
áreas do Brasil.
Metodologia
Para as análises ecológicas, foi elaborado um banco de
dados qualitativos, com 621 espécies, incluindo-se
aquelas coletadas na Serra Negra e outros
levantamentos brioflorísticos em diferentes localidades do
sudeste brasileiro, perfazendo 10 áreas analisadas [3].
Foram executadas as análises de similaridade
(empregando-se o índice de Sørensen), de Agrupamento
(utilizando o algoritmo UPGMA), de Correspondência
Distendida (DCA).
Com objetivo averiguar a relação entre similaridade das
áreas e as variáveis ambientais, foi realizada a análise de
correspondência canônica (CCA). Para a obtenção das
variáveis ambientais das áreas, foi utilizado o banco
de dados TreeAtlan 2.0 [4].
Resultados e Discussão
A análise de Agrupamento demonstrou uma baixa
similaridade entre as diferentes áreas testadas, com o
maior valor de similaridade encontrado de 0,68. O Parque
Estadual do Ibitipoca apresentou a maior similaridade
com a Serra Negra (0.36), sendo o mais próximo
geograficamente.
A DCA apresentou autovalores de 0,44 para o
primeiro eixo e de 0,34 para o segundo eixo,
reiterando o resultado da análise de agrupamento,
demonstrando a existência de grupos, mesmo com baixa
afinidade florística e evidenciando a sua separação em
áreas litorâneas e áreas interioranas (incluindo a Serra
Negra). Esta separação pode ser compreendida pela
presença da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira, que
estão posicionadas entre estes dois grupos.
A CCA corroborou o gradiente florístico observado na
DCA. A Serra Negra e o Parque Estadual Ibitipoca
apresentaram correlação negativa com a temperatura
máxima, contudo as características fisionômicas
compartilhadas pelas áreas, como: campos rupestres
associados a solos quartizíticos altitudes superiores a
1.500 m, semelhantes a campos de altitude e a presença
de florestas nebulares podem contribuir para a existência
de afinidade florística entre as áreas.
Figura. Diagrama de ordenação da análise de
correspondência canônica (CCA), mostrando as relações
da similaridade florística entre as variáveis ambientais.
RPPN El Nagual (ElNagual), Parque Estadual da Serra do
Mar, Núcleo Picinguaba (NPicinguaba), Reserva Estadual
de Rio das Pedras (Mangaratiba), Parque Estadual de
Ilha Grande (IGrande), Reserva Natural da Vale do Rio
Doce (RioDoce), Serra do Cipó (SCipo), Serra de São
José (SaoJose), Parque Estadual de Ibitipoca (Ibitipoca),
Serra Negra (SerNeg), Jardim Botânico da UFJF (JBufjf).
Conclusões
A Serra Negra e as demais áreas avaliadas apresentam
baixa afinidade florística, sugerindo que a distribuição das
espécies de briófitas é altamente influenciada por filtros
locais. As cadeias de montanhas geram condições
climáticas que interferem na fisionomia da vegetação e
disponibilidade de substratos influenciando a distribuição
de briófitas da Serra Negra e das demais áreas incluídas
nas análises.
Agradecimentos
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e à Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). À Profa. Dra.
Fátima Regina Gonçalves Salimena pela oportunidade de
estudo com o material botânico.
Referências Bibliográficas
[1] Glime, J. M. 2007. Bryophyte Ecology. Physiological Ecology.
http://www.bryoecol.mtu.edu. (acesso em: 12/ 2012).
[2] Valente, A. S. M.; Garcia, P. O.; Salimena, F. R. G. & OliveiraFilho, A. T. 2011. Composição, estrutura e similaridade florística
da Floresta Atlântica, na Serra Negra, Rio Preto – MG.
Rodriguésia. 62( 2): 321-340.
[3] Amorim, E. T. 2013. Estudo florístico e ecológico das briófitas
da Serra Negra (Minas Gerais) e sua relação com outras áreas
do sudeste do Brasil. 117 p. Dissertação (Mestrado em Ecologia)
UFJF, Juiz de Fora.
[4] Oliveira-Filho, A.T. 2010. TreeAtlan 2.0. Flora arbórea da
América do Sul cisandina tropical e subtropical: Um banco de
dados envolvendo biogeografia, diversidade e conservação.
UFMG. http://www.icb.ufmg.br/treeatlan/ (acesso em 10/2012).
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