Vila Pouca de Aguiar: Importância e diversidade de recursos geológicos Projecto financiado pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior Vila Pouca de Aguiar é exemplo de uma região onde a diversidade de recursos geológicos, nomeadamente as rochas industriais e ornamentais, os minérios metálicos e as águas minerais e termais, foi consequência de uma feliz sucessão de processos geológicos. Em termos geomorfológicos esta região é marcada pelo extenso vale que se alonga desde Vila Real, passando por Vila Pouca de Aguiar até Chaves. Este extenso vale está ladeado a oriente pela Serra da Padrela e a ocidente pela Serra do Alvão, esta última de constituição exclusivamente granítica. A formação do vale e das encostas que o ladeiam deve-se a movimentação relativamente recente da falha Penacova-Régua-Verin, de orientação NNE-SSW. Esta falha tem uma história muito longa, pois já controlou a Neste maciço há importantes pedreiras para exploração de rocha ornamental e para exploração de britas. As mais importantes pedreiras para rocha ornamental localizamse no granito de Pedras Salgadas, que ocorre na parte central do maciço. Este granito apresenta uma boa homogeneidade de cor e textura e uma fracturação suficientemente espaçada, tornando viável a obtenção de blocos com as dimensões adequadas para o seu aproveitamento. Pedreira de granito de Pedras Salgadas. Frente de desmonte e blocos. As nascentes de águas minerais estão também controladas pela falha Régua-Verin, cujo alinhamento é marcado por várias ocorrências: Pedras Salgadas; Salus, Vidago. No pólo hidromineral de Pedras Salgadas-Sabroso, nas várias nascentes existentes (Pedras Salgadas, Águas Romanas, Águas do Cardal e Caldas do Sabroso), as águas minerais são bicarbonatadas sódicas e gasocarbónicas e a sua emergência ocorre na intercepção da falha Régua-Verin com fracturas transversas. Já no tempo dos Romanos tanto os recursos metálicos como os de águas termais eram conhecidos e explorados. Nascente das águas gasocarbónicas de Pedras Salgadas. Ponte romana sobre o rio Tinhela. A actividade mineira na área iniciou-se em tempos proto-históricos, mas teve um importante incremento durante o tempo da ocupação romana, sendo desse tempo o essencial dos trabalhos de exploração mineira. Provavelmente foi durante o reinado de Augusto (27a.C.-14d.C.) que se iniciou a exploração mineira da região. Explorava-se ouro em explorações a céu aberto, de que são exemplo as impressionantes cortas de Três Minas. Corta de Covas. Aspecto das explorações romanas a céu aberto. A corta maior (Corta da Ribeirinha) tem cerca de 350m por 110m por 100m, correspondendo a uma exploração de cerca de 9,45Mt de “tal e qual”. A Corta de Covas tem 480m por 60m por 80m, correspondendo a cerca de 6,2Mt de rocha extraída. A 3ª corta (Corta de Lago Pequeno) tem comparativamente reduzidas dimensões. Galerias que partiam da encosta do monte e eram utilizadas na extracção e na drenagem das águas. “Brueiras”. Blocos de granito que serviam de almofariz na britagem das rochas mineralizadas.