Baixar - Faculdade Tecsoma

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FACULDADE TECSOMA
Curso de Graduação em Enfermagem
CONHECIMENTO DAS USUÁRIAS ASSISTIDAS PELA EQUIPE DA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NOVO HORIZONTE SOBRE A PREVENÇÃO
DO CÂNCER DE MAMA, PARACATU/MG - 2010
Jercelene Fonseca da Silva
PARACATU-MG
2010
JERCELENE FONSECA DA SILVA
CONHECIMENTO DAS USUÁRIAS ASSISTIDAS PELA EQUIPE DA
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NOVO HORIZONTE SOBRE A PREVENÇÃO
DO CÂNCER DE MAMA, PARACATU/MG - 2010
Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso de Enfermagem II, como
requisito parcial para obtenção do título de Bacharel
em Enfermagem.
Orientadora Temática: Rosalba Cassuci Arantes
Supervisor: Geraldo Benedito Batista de Oliveira
PARACATU-MG
2010
Silva, Jercelene Fonseca da
Conhecimento das usuárias assistidas pela equipe da Estratégia Saúde da Família Novo
Horizonte sobre a prevenção do câncer de mama, Paracatu/MG - 2010. / Jercelene Fonseca da
Silva. – Paracatu, 2010.
60p. : il. color.; 30 cm.
Orientadora: Rosalba Cassuci Arantes
Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Enfermagem, Paracatu, 2010.
1. Câncer de mama. 2. Educação em saúde. 3. Prevenção. 4. diagnóstico precoce. I. Arantes,
Rosalba Cassuci. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.
CDU: 616.083
Jercelene Fonseca da Silva
Conhecimento das usuárias assistidas pela equipe da Estratégia Saúde da
Família Novo Horizonte sobre a prevenção do câncer de mama, Paracatu/MG 2010
Monografia apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso de
Enfermagem II, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem.
_______________________________________________
Rosalba Cassuci Arantes
Orientadora Temática
_______________________________________________
Geraldo Benedito Batista de Oliveira
Professor Supervisor
PARACATU-MG, 21 de junho de 2010
Dedico este trabalho às minhas filhas Isabela, Gabriela e Cristiane,
estímulos que me impulsionam a buscar vida nova a cada dia.
Meus agradecimentos por terem aceito se privarem da minha
companhia, concedendo a mim a oportunidade de me realizar
ainda mais.
AGRADECIMENTO
A Deus, por iluminar os meus caminhos.
Às minhas filhas Isabela, Gabriela e Cristiane, ao meu companheiro Fernando que com
muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha
vida.
À orientadora e coordenadora Rosalba Cassuci Arantes por seu apoio e inspiração no
amadurecimento dos meus conhecimentos e conceitos.
“A enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte,
requer uma devoção exclusiva, um preparo tão rigoroso,
como a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é
tratar da tela morta ou do frio do mármore comparado
ao tratar do corpo vivo - templo de Deus.
É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das
artes”
Florence Nithingale
RESUMO
O presente trabalho trata-se de um estudo descritivo, utilizando uma abordagem
quantitativa, tendo como público alvo as mulheres cadastradas na Unidade da ESF
Novo Horizonte, na faixa etária de 20 a 59 anos, do município de Paracatu/MG.
Onde foi possível concluir que o conhecimento da maioria das entrevistadas sobre
as formas de prevenção do câncer de mama é insuficiente, o que reforça a
necessidade de desenvolvimento e divulgação de atividades, focando a atenção
primária sobre este tipo de câncer. A maior parte das entrevistadas não exerce
atividade formal e possuem baixa escolaridade, fatores que restringem o acesso a
informações e favorece o diagnóstico tardio. O auto-exame das mamas é realizado
por grande parte das mulheres, mas poucas o fazem no período recomendado. Já o
exame clínico das mamas deve ser realizado durante as consultas de rotina, tanto
pelo médico como pelo enfermeiro, contudo a maioria das entrevistadas relatou não
ter sido examinada. O baixo índice de entrevistadas, incluídas na faixa etária a partir
dos quarenta anos, que referiram terem sido expostas ao exame mamografia, reflete
a necessidade de aumentar as intervenções e reduzir as deficiências encontradas.
Quanto à adoção de práticas para prevenção dessa neoplasia, parte significativa das
entrevistadas demonstraram não realizar nenhuma atividade como forma de
prevenção. Através deste estudo, pôde-se perceber que as entrevistadas não
realizam efetivamente as formas de prevenção secundária para o câncer mamário,
esse escoamento indica falhas que contribuem para a manutenção dos índices de
mortalidade por câncer mamário. Podemos afirmar a necessidade da efetivação da
educação em saúde, à qual estimula a participação da comunidade, priorizando em
suas bases teóricas a promoção da saúde e proporcionando à população mais
conhecimentos e capacidade de lidar com os medos, inseguranças, timidez e
dúvidas, bem como o atendimento integral à saúde da mulher, estimulando e
incentivando a prevenção secundária, o diagnostico precoce, aumentando as
chances de cura, sobrevida e preservação das mamas.
Palavras-chave: Câncer de mama. Educação em saúde. Prevenção. Diagnóstico
precoce.
ABSTRACT
The present work it is a descriptive study, using a quantitative approach, hving as
target women enrolled in the Unity of the Family Health Strategy New Horizon, aged
20-59 years of Paracatu/MG. Where it was concluded that knowledge of most
subjects on ways of preventing breast cancer is weak, which reinforces the need for
development and dissemination activities, focusing primary attention on this type of
cancer. Most of the respondents not holding formal activity and have low education,
factors that restrict access to information and promotes the delayed diagnosis. The
self-breast examination is performed by most women, but few do so in the
recommended period. Have a clínical breast exam should be performed during the
routine visits by both the physician and the nurse, yet most of the respondents
reported they had not been examined. The low rate of respondents included in age
from forty years who reported having been exposed to the mammography
examination, reflects the need to increase interventions and reduce the weaknesses
found. As for the adoption of practices for prevention of cancer, a significant
proportion of the respondents demonstrated not perform any activity as a means of
prevention. Through this study, we could see that the respondents do not perform
effectively forms of secondary prevention for breast cancer, indicates that flow
failures that contribute to the maintenance of mortality rates for breast cancer. We
affirm the necessity of effective health education, which encourages community
participation, focusing on its theoretical basis to promote health and giving the people
more knowledge and ability to cope with fears, insecurities, doubts and shyness, and
Integral attention to women’s health by stimulating and encouraging secondary
prevention, early detection, increasing the chances of cure, survival and preservation
of the breast.
Keywords: Breast cancer. Health education. Prevention. Early diagnosis.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Distribuição das entrevistadas conforme faixa etária, cor e
escolaridade, Paracatu/MG - janeiro a março de 2010 .......................................... 35
TABELA 2 Distribuição das entrevistadas conforme ocupação, Paracatu/MG janeiro a março de 2010 .......................................................................................... 36
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 Distribuição das entrevistadas conforme conhecimento sobre o
câncer de mama, Paracatu/MG - 2010 ................................................................. 37
GRÁFICO 2 Distribuição das entrevistadas conforme
conhecimento sobre o
câncer de mama, de acordo com faixa etária, Paracatu/MG – 2010 ...................... 37
GRÁFICO 3 Distribuição das entrevistadas conforme fonte de informação do
conhecimento sobre câncer de mama, Paracatu/MG – 2010 ................................. 38
GRÁFICO 4 Distribuição das entrevistadas conforme realização do auto-exame
das mamas, de acordo com faixa etária, Paracatu/MG – 2010 .............................. 39
GRÁFICO 5 Distribuição das entrevistadas conforme
freqüência com que
realizam o auto-exame das mamas, Paracatu/MG - 2010 .................................... 40
GRÁFICO 6 Distribuição das entrevistadas conforme realização do exame
clínico das mamas na consulta médica, Paracatu/MG – 2010 ............................... 41
GRÁFICO 7 Distribuição das entrevistadas conforme realização do exame
clínico das mamas na consulta com a enfermeira, Paracatu/MG – 2010 ............... 41
GRÁFICO 8 Distribuição das entrevistadas inseridas na faixa etária de 40 a 59
anos, conforme a realização do exame mamografia, Paracatu/MG – 2010 ........... 42
GRÁFICO 9 Usuárias pesquisadas que não realizaram o exame mamografia,
conforme a justificativa, Paracatu/MG – 2010 ........................................................ 43
GRÁFICO 10 Distribuição das entrevistadas conforme a adoção de práticas para
prevenção e controle do câncer de mama, Paracatu/MG – 2010 .......................... 44
LISTA SIGLAS/ABREVIATURAS
AEM - Auto-exame da mama
ECM - Exame clínico das mamas
ESF - Estratégia Saúde da Família
INCA - Instituto Nacional do Câncer
PAISM - Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher
PNH - Política Nacional de Humanização
PSF - Programa Saúde da Família
SUS - Sistema Único de Saúde
TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................
1.1 Justificativa .....................................................................................................
1.2 Objetivos .........................................................................................................
1.2.1 Objetivo Geral ..............................................................................................
1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................
12
14
15
15
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................
2.1 Anatomia e Fisiologia das Mamas ................................................................
2.2 Fisiopatologia do Câncer ...............................................................................
2.3 Fatores de Risco para Câncer Mamário .......................................................
2.4 Câncer de Mama: Uma abordagem geral .....................................................
2.4.1 Avaliação diagnóstica do câncer de mama ...............................................
2.4.1.1 Auto-exame da Mama – AEM ...................................................................
2.4.1.2 Exame Clínico das Mamas- ECM .............................................................
2.4.1.3 Mamografia ...............................................................................................
2.4.1.4 Ultrassonografia .......................................................................................
2.5 Sinais e sintomas do câncer de mama .........................................................
2.6 Políticas Públicas de relevância para a saúde da mulher relacionadas
ao controle do câncer de mama ....................................................................
2.7 Programa Saúde da Família (PSF) ................................................................
2.7.1. Educação em Saúde ...................................................................................
2.7.2 Política Nacional de Humanização ............................................................
16
16
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19
20
20
22
24
25
26
3 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA .............................................................
3.1 Tipo do Estudo ...............................................................................................
3.2 Local do Estudo .............................................................................................
3.3 Público Alvo ....................................................................................................
3.4 Fonte dos Dados ............................................................................................
3.5 Procedimentos Éticos ....................................................................................
3.6 Desenvolvimento do Estudo ..........................................................................
31
31
31
32
33
33
34
26
27
29
30
4 RESULTADO E DISCUSSÃO ............................................................................ 35
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 46
ANEXO ................................................................................................................... 51
APÊNDICES .......................................................................................................... 56
12
1 INTRODUÇÃO
O câncer de mama é considerado um dos maiores problemas de Saúde
Pública, dentro e fora do Brasil, em razão dos seus elevados índices de
mortalidade. Em nosso país ele é a neoplasia mais comum entre as mulheres. As
estatísticas apontam coeficientes cada vez maiores, definindo este como a segunda
causa de morte por doença em mulheres, principalmente nas de faixa etária mais
elevada. (BEGHINI et al., 2006; MARTINS et al., 2009).
Segundo o Ministério da Saúde, “a cada ano, surge cerca de 22% de novos
casos. A estimativa para o Brasil, no ano de 2008, era de 49.400, com um risco
estimado de 51 casos a cada 100 mil mulheres.”. (BRASIL, 2007a, p.29).
“O câncer de mama é o tipo mais comum de câncer em mulheres, e a
incidência aumenta com a idade.”. (NETTINA, 2003, p.134). É caracterizado por um
desenvolvimento
neoplásico,
ou
seja,
uma
multiplicação
descontrolada
e
desordenada de células epiteliais mamárias. Essas células alteradas possuem a
capacidade de migrar e de implantar em gânglios linfáticos ou órgãos distantes.
(GUYTON; HALL, 2002).
O câncer mamário não pode ser evitado, porém, algumas etapas da história
natural da doença são conhecidas, bem como seus fatores de risco ambientais ou
comportamentais, como urbanização crescente, mudanças ambientais, aumento de
pessoas idosas, etc. O que reforça a necessidade de medidas de prevenção, como
alimentação saudável, rica em frutas e verduras, atividade física, amamentação, as
quais podem eliminar ou modificar fatores de risco para essa neoplasia. (MOLINA;
DALBE; DE LUCA, 2003; BEGHINI et al., 2006).
Para Carvalho e outros (2009), o câncer é uma doença crônica e
degenerativa, geralmente de evolução progressiva e demorada, porém pode ser
interrompido em uma de suas fases, através da sua detecção precoce. As medidas
de prevenção secundárias mais importantes de detecção são o auto-exame da
mama (AEM), que pode ser realizado em casa, mensalmente, é eficaz na detecção
de tumores menores, o exame clínico das mamas (ECM) realizado por profissionais
de saúde, insubstituível em seu poder de avaliação, a ultrassonografia e a
mamografia, recomendadas com variações de tempo, dependendo da idade. Essas
13
intervenções reforçam as medidas de educação em saúde. (MONTEIRO et al., 2003;
FREITAS JUNIOR et al., 2006).
A necessidade do diagnóstico precoce vem do favorecimento de uma
sobrevida maior, ou melhor, recuperação e cura. Visto que as mamas proporcionam
à mulher, expressões de sexualidade, maternidade e estética. O que ressalta a
importância das mulheres realizarem exame ginecológico de rotina e demais
medidas que possibilitem melhor proteção contra o câncer mamário. (BEGHINI et al.,
2006).
O câncer de mama expõe os indivíduos a diferentes formas de convívio e
aceitação, devido a fatores relacionados à integridade psicossocial, às incertezas do
sucesso do tratamento, baixa auto-estima, possibilidade de recorrência, rejeição e
até mesmo à morte. (ALMEIDA et al., 2001).
Embora existam muitas ações de controle e prevenção do câncer mamário e
conseqüente eficácia no tratamento e maior chance de cura, a maior parte dos
protocolos disponíveis necessita, para serem eficazes que o diagnóstico seja
definido nas fases precoces da doença. (MOLINA; DALBEN; DE LUCA, 2003).
O profissional de saúde exerce papel fundamental na promoção, prevenção,
tratamento e reabilitação, de toda a população. Devendo utilizar ferramentas como o
diálogo, favorecendo a diminuição da dificuldade de relacionamento entre
profissional e paciente, aliviando possíveis medos, angústias e ansiedade,
informando também sobre os métodos de prevenção e o modo correto de realizálos. (HORTA, 1979).
“Processo de enfermagem é um método para se implantar, na prática
profissional, uma teoria de enfermagem, tornando necessária a utilização de um
método cientifico para que os conceitos sejam aplicados e implantados na prática.”.
(TANNURE; GONCALVES; CARVALHO, 2008, p.17).
O profissional de Enfermagem que adota condutas baseadas no processo de
Sistematização dispõe de recursos necessários para satisfazer as necessidades
específicas voltadas à assistência ao cliente. Bem como conhecimento dos
sintomas, das necessidades humanas básicas, principalmente a nível psico-socioespiritual e visão holística. É preciso priorizar o aspecto educativo e investir tempo
para colocar-se à disposição para que o paciente esclareça dúvidas e anseios.
(HORTA, 1979).
14
1.1 Justificativa
A educação em Saúde deve fazer parte das ações de conscientização das
mulheres a cerca das medidas preventivas e de controle, associadas ao câncer das
mamas a qual deve englobar o conhecimento do próprio corpo, atitudes de cunho
preventivo e de promoção da Saúde.
Tem-se observado em alguns países desenvolvidos, como é caso dos
Estados Unidos e Canadá um aumento da incidência do câncer de mama
acompanhado de uma redução da mortalidade. No Brasil, o aumento da
incidência tem sido associado à elevação da mortalidade, o que pode ser
atribuído, principalmente, a um retardamento do diagnóstico e da instituição
de terapias adequada. (BRASIL, 2004, p.77).
O que reforça a necessidade, da adoção de estratégias efetivas para a
prevenção desse câncer e devidas intervenções no âmbito Saúde Pública onde se
destaca as vantagens da detecção precoce, garantia de recursos diagnósticos
precisos e tratamento imediato.
Durante as atividades de ensino clínico na Clínica da Mulher e Unidades da
Estratégia Saúde da Família (ESF), foi possível observar que as consultas
ginecológicas realizadas pela Enfermagem se restringiam apenas a coleta de
material para exame citopatológico do colo uterino não se estendendo ao exame
clínico das mamas. Nem mesmo fornecendo orientações sobre o auto-exame e o
câncer de mama.
Durante a graduação em Enfermagem, mais especificamente na disciplina
Saúde da Mulher, aprendemos que o exame clínico das mamas é parte
fundamental da consulta ginecológica e que todas as mulheres devem receber
orientações sobre como realizar o auto-exame das mamas, bem como a
importância das atividades de educação em Saúde visando assim empregar a
estratégia de promoção da saúde.
A realização desse estudo se baseia na gravidade e altas taxas de
mortalidade de câncer de mama, considerando a existência de prevenção
secundária à qual inclui o exame clínico das mamas, o auto-exame das mamas e a
mamografia. Em contrapartida a deficiência apresentada nas Unidades de Saúde de
Paracatu durante as consultas de Enfermagem.
15
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
 Descrever o conhecimento das usuárias do SUS assistidas pelas equipes da
ESF em relação às formas de controle e prevenção do câncer de mama no
município de Paracatu/MG no ano de 2010.
1.2.2 Objetivos Específicos
 Conhecer o perfil sócio-demográfico do público em estudo;
 Descrever o conhecimento do público alvo em relação ao câncer de mama;
 Identificar as fontes de orientações/informação em relação ao câncer de
mama;
 Identificar a adoção das Práticas de Prevenção e Controle do câncer de
mama no público em estudo.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Anatomia e Fisiologia das Mamas
Nos homens e mulheres, as mamas são idênticas até a puberdade e
localizam-se ventralmente a músculos da região peitoral, no estrato areolar da tela
subcutânea. Nas mulheres alguns hormônios, entre eles o estrogênio, iniciam o
desenvolvimento das mamas em torno dos 10 anos de idade e continua em média
até os 16 anos. Esta se constitui por uma porção glandular, tecido conjuntivo,
adiposo e pele. A forma da mama é geralmente cônica, através da papila mamária
desembocam os quinze a vinte ductos lactíferos. (DÂNGELO; FATINI, 2007).
Devido ao maior volume mamário e extrema sensibilidade às influências
endócrinas, a mama feminina possui estrutura mamária mais complexa, o que
predispõe esse órgão a diversas condições patológicas. Por causa do papel
significativo da mama na sexualidade de uma mulher as respostas para qualquer
doença real ou suspeita geralmente incluem medo de desfiguração, perda da
atração sexual, abandono pelo parceiro, solidão e morte. Algumas mulheres
retardam a procura pelos cuidados de saúde por causa do medo de possíveis
alterações mamárias. (SMELTZER; BARE, 2005).
As mamas desenvolvem mudanças fundamentais durante a gravidez e
puerpério, três fases definem essas alterações. A mamogênese representada pelo
desenvolvimento da glândula mamária de maneira acelerada devido efeitos dos
hormônios
estrogênios,
progesterona
e
lactogênio
placentário
humano.
A
lactogênese que ocorre no início da lactação sendo caracterizada pela secreção de
colostro e aumento na consistência das mamas. E a laptopoese responsável por
manter a secreção e ejeção láctea, através da liberação de ocitocina, resultando em
intensificação da produção do leite. (MONTENEGRO, 2006).
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mulheres jovens
possuem mamas com maior tecido glandular, tornando esses órgãos mais densos e
firmes. A partir do processo inicial do climatério, o tecido mamário vai atrofiando e
sendo substituído progressivamente por tecido gorduroso, constituindo-se de
gordura e resquícios de tecido glandular na fase pós menopausa. Caracterizando
17
nítidas diferenças entre as mamas das mulheres inseridas em faixa etária antes e
durante esses processos fisiológicos. (INCA, 2008).
2.2 Fisiopatologia do Câncer
No individuo sadio as células de todo organismo coexistem em perfeita
harmonia
citológica,
histológica
e
funcional.
Favorecendo
naturalmente
a
manutenção da vida de acordo com suas características funcionais e morfológicas,
agrupando-se aos tecidos os quais formam os órgãos. (INCA, 2008).
O câncer é a multiplicação descontrolada de células defeituosas atípicas, em
todos ou quase todos os casos, podendo iniciar-se espontaneamente ou provocado
pela ação de agentes carcinogênicos químicos, físicos e biológicos. Desenvolvido
devido à mutação ou ativação anormal de genes celulares que controlam o
crescimento e a mitose celular, descontrolando o sistema imunológico humano por
motivos até hoje desconhecidos. Determinando a formação de tumores, ou seja,
acúmulo de células cancerosas. (GUYTON; HALL, 2008).
Os tumores malignos apresentam um curso biológico iniciado com o
crescimento e invasão local, evoluindo para invasão dos órgãos vizinhos.
Finalizando com a disseminação regional e sistêmica. (INCA, 2008).
O câncer de mama é considerado como uma doença de evolução progressiva
com metastilização precoce, ocorrendo o comprometimento à distância por uma
parte do tumor que não guarda relação direta com o foco primário, podendo ser
tanto por via linfática como hematogênia. (GEBRIN, 2005).
Os hormônios produzidos pelos ovários oferecem papel importante no câncer
mamário. Entre estes destacam o estradiol e progesterona. Eles estão presentes no
ambiente celular e afetam os fatores para este câncer. (SMELTZER; BARE, 2005).
Muitos cânceres da mama comumente iniciam no revestimento dos ductos
lácteos, às vezes no lóbulo. Posteriormente desenvolve-se através da parede do
duto e para dentro do tecido adiposo. (NETTINA, 2003).
18
2.3 Fatores de Risco para Câncer Mamário
Fatores de risco são definidos como qualquer influência que propicie o risco
de um indivíduo desenvolver uma determinada doença ou sofrer agravos. (INCA,
2008).
Embora 70% das mulheres com diagnóstico de câncer mamário não
apresentem fatores predisponentes, há fatores de risco bem definidos, como a
exposição à radiação ionizantes antes dos trinta e cinco anos, uso de
anticoncepcionais em dosagens elevadas de estrogênio e estresse psicológico
crônico. (BRASIL, 2006a; PORTO ALEGRE, 2008).
De acordo com Bickley (2005) o risco de se desenvolver essa doença é
cumulativo ao longo da vida e conseqüentemente aumenta com a idade. Mais da
metade da população feminina diagnosticada tem mais de 65 anos, três quartos dos
casos na faixa etária igual ou superior a 50 anos e 25% entre 35 e 55 anos. A
menarca precoce, a menopausa tardia e a primeira gestação depois dos 35 anos
aumentam os riscos em duas a três vezes mais. Presença de doença benigna
mamária, obesidade, má alimentação, uso do tabaco, sedentarismo, uso do álcool
comportam um aumento significativo dos riscos de se desenvolver câncer mamário.
Para o INCA (2008), o tabagismo é considerado uma doença crônica devido à
dependência causada pela nicotina e conseqüente malefícios. O tamanho das
porções consumidas, o desequilíbrio calórico, a ingestão de enlatados e
condimentos, a forma de preparo e conservação dos alimentos, contribuem
significativamente para o desenvolvimento do câncer mamário. Mesmo em
pequenas quantidades o álcool devido aumentar os níveis de estrogênio no
organismo pode favorecer o risco.
História de dois ou três casos de câncer de mama e/ou ovário em um mesmo
ramo da família (materno ou paterno) os quais o diagnóstico foi definido antes dos
50 anos. E familiares com casos da doença abaixo dos 35 anos ou tumores
bilaterais, possuem maior risco e necessitam de um rastreamento mais intensivo.
Cerca de 5 a 10% de todos os tumores de mama são causados por alteração
genética herdada tanto do pai quanto da mãe conferindo ao portador um risco maior
do câncer do que a população em geral. (CALEFFI, 2004).
19
Algumas doenças benignas da mama diagnosticadas por biopsias, hiperplasia
atípica e proliferações, o cisto mamário de conteúdo líquido e consistência
amolecida, o fibroadenoma que é definido como nódulos firmes, móveis de tamanho
variável. E por fim os processos inflamatórios como as mastites freqüentes no
período da amamentação estão ligadas a ascendência do risco para o câncer
mamário. (INCA, 2008).
2.4 Câncer de Mama: Uma abordagem geral
A incidência do câncer mamário vem aumentando progressivamente nos
últimos anos, e a evolução do tratamento tem causado pequeno impacto na
mortalidade em geral. (MARINHO et al., 2003).
Aproximadamente 10% da população feminina são consideradas de alto risco
para câncer de mama, no entanto destas, apenas 30% desenvolvem a doença.
Estima-se que a chance de uma mulher desenvolver câncer de mama até os 75
anos de idade está em torno de 10%. (CALEFFI, 2004).
As anormalidades como tumores estão presentes em ambos os sexos,
porém, nas mulheres a incidência é maior. Na região sudeste, este tipo de câncer
apresenta curva ascendente, com risco estimado de 68 casos novos por 100 mil
mulheres. Em ritmo que acompanha o envelhecimento populacional devido o
aumento da expectativa de vida. (TIMBY, 2007; INCA, 2008).
Segundo o Ministério da Saúde dentre alguns desafios para se alcançar
integralidade na assistência prestada à saúde da mulher na Atenção Básica, estão
às ações de controle do câncer de mama. (BRASIL, 2004).
Em função da alta incidência de câncer mamário no Brasil, acometendo
mulheres cada vez mais jovens, da dificuldade de acesso e da agilidade no
acolhimento de pacientes sintomáticos no sistema público de saúde é fundamental
que sejam disponibilizados mais informações sobre como obter conhecimento
especifico do diagnóstico e detecção das doenças da mama. (CALEFFI, 2004).
O câncer de mama apresenta um dos mais altos potencias de detecção
precoce,
ressaltando-se
a
importância
das
mulheres
realizarem
exames
ginecológicos de rotina. O controle dessa doença depende essencialmente de ações
20
na área de promoção da saúde, proteção especifica e diagnóstico precoce
(BEGHINI et al., 2006).
As principais ações secundárias de controle do câncer de mama são o
rastreamento que oferece oportunidade de identificar o câncer mamário em fase préclínica e o diagnóstico precoce que significa identificar o câncer da mama em fase
clínica inicial como uma tentativa de se descobrir alterações mais cedo através dos
sintomas e/ou sinais clínicos, apresentados pelo paciente. (BRASIL, 2006a).
O AEM, o ECM e a mamografia são as três principais estratégias de
prevenção secundária para rastreamento e detecção precoce do câncer de mama,
garantindo diagnóstico claro e tratamento adequado. (BRASIL, 2004; TIMBY, 2007).
2.4.1 Avaliação diagnóstica do câncer de mama
2.4.1.1 Auto-exame da Mama – AEM
O AEM é um método barato e sem riscos. Realizado de forma correta
favorece benefícios à mulher que se estendem desde o autoconhecimento do seu
corpo até o diagnóstico precoce do câncer mamário e/ou irregularidades nas
mamas. Quando as nodosidades são descobertas em um estágio inicial, têm-se
melhor probabilidade de sobrevida a longo prazo. Porém esse método não é
recomendado como estratégia isolada de detecção e rastreamento. (NETTINA,
2003; PORTO ALEGRE, 2008).
O rastreamento consiste no exame de pessoas assintomáticas, classificandoas como passiveis ou não passiveis de ter a enfermidade objeto do estudo. Os
indivíduos identificados como passiveis durante esse processo são submetidos à
intervenções diagnósticas para confirmar ou afastar a doença investigada. O AEM
incorpora estas intervenções, favorecendo a probabilidade de se detectar
precocemente o câncer de mama. (INCA, 2008; POTTER; PERRY, 2004).
O AEM deve ser realizado uma vez por mês em mulheres com 20 anos de
idade ou mais. As mulheres em idade fértil devem efetuá-lo uma semana após o
início da menstruação, nesse período as mamas estão menos sensíveis
21
favorecendo a eficácia no procedimento. Às demais é aconselhável estabelecer o
mesmo dia todos os meses. (CALEFFI, 2004).
Essas recomendações devem-se ao fato de que a mama passa por várias
modificações durante o ciclo menstrual, devido ação dos hormônios sexuais
femininos estrogênio e progesterona. A progesterona retém líquidos no organismo,
principalmente nas mamas, favorecendo aumento do volume, endurecimento e dor.
(INCA, 2008).
As etapas do AEM e as orientações que devem ser repassadas a população
incluindo homens e mulheres, citadas por Smetzer e Bare (2005); são:
Etapa um:
Os indivíduos devem se posicionar de pé diante de um espelho; ambas as
mamas devem ser observadas visando identificar possíveis alterações;
Pressionar o mamilo e ver se há secreção, foveamento, pregueamento ou
descamação da pele.
Etapa dois:
Observar rigorosamente no espelho enquanto prende as mãos atrás da
cabeça e as pressiona para diante;
Verificar qualquer alteração no contorno das mamas.
Etapa três:
Em seguida, pressionar firmemente as mãos nos quadris e arquiar um pouco
em direção ao espelho, como se puxasse os ombros e cotovelos para diante;
Observar qualquer alteração no contorno das mamas.
Etapa quatro:
Levantar o braço esquerdo;
Usar três ou quatro dedos da mão direita para sentir a mama esquerda de
modo firme, cuidadoso e completo;
Começando na borda externa, pressione a parte plana dos dedos com
movimentos circulares, lentamente ao redor da mama e gradualmente em
direção ao mamilo;
Observar atenciosamente a área entre a mama e a axila;
Inspecione qualquer nodosidade ou massas sob a pele;
Repita o exame na mama direita.
22
Etapa cinco:
Deitar na posição horizontal, em decúbito dorsal, com o braço esquerdo sobre
a cabeça e um travesseiro ou toalha dobrado sob o ombro esquerdo;
Utilize movimentos circulares;
Repita o exame na mama direita.
“Como as próprias mulheres detectam muitos cânceres de mama, é dada
prioridade para ensinar a todas as mulheres como e quando examinarem as
mamas.”. (SMELTZER; BARE, 2005, p.1535).
Esse método deve ser amplamente discutido, gerando o fornecimento de
orientações sobre os benefícios e limitações, objetivando despertar o interesse do
público. É importante o ensinamento nas escolas, uso dos meios de comunicação e
principalmente a divulgação realizada pelos profissionais de saúde. (CALEFFI, 2004;
PORTO ALEGRE, 2008).
2.4.1.2 Exame Clínico das Mamas- ECM
O exame clínico das mamas deve ser realizado por profissionais de saúde
capacitados,
médicos
e
enfermeiros
durante
as
consultas
ginecológicas,
rotineiramente, como parte do exame físico, objetivando identificar alterações
macroscópicas durante a inspeção estática e dinâmica, palpação das mamas, das
regiões axilares e supraclaviculares. Havendo alteração ou paciente sintomático
recomenda-se o encaminhamento, constituindo a base para solicitações de exames
complementares. (BRASIL, 2004; 2001a).
ECM requer ações propedêuticas obrigatórias, mesmo quando a paciente
apresenta padrões de normalidades durante a inspeção. Devendo empregar
habilidades de forma sistemática, visando à efetividade do exame. Dentre suas
vantagens destaca-se sua sensibilidade, inocuidade e baixo custo. (INCA, 2008).
Inicia-se com a inspeção simultânea de ambas as mamas. O profissional de
saúde deve descrever as observações ou achados em relação às linhas imaginarias
que dividem a mama em quadro, quadrantes e uma cauda. As mamas devem ser
inspecionadas para tamanho e simetria. Uma mama comumente é maior que a
outra, entretanto, uma diferença no tamanho pode ser causada por inflamação ou
23
massa. Deve-se observar o contorno ou formato das mamas notando se há
presença de massas, achatamento, retratação ou formação de pequenas
depressões, que podem resultar da invasão dos ligamentos subjacentes por
tumores. A presença de edema também altera o contorno das mamas. Deve-se
verificar cuidadosamente a coloração e o padrão venoso. (POTTER; PERRY, 2004).
A presença de lesões, edema ou inflamação devem ser anotadas. Nas
mulheres com mamas grandes observa-se cuidadosamente a superfície inferior,
devido à probabilidade de haver rubor e escoriação provocadas pelo atrito das
superfícies cutâneas. O mamilo e a aréola devem ser inspecionados para,
coloração, forma e secreção. (INCA, 2008).
De acordo com Kato (2008) palpação é definida como meio de exploração,
com finalidade diagnóstica. Consiste em aplicar os dedos sobre determinadas
regiões, procurando reconhecer as características dos órgãos ou das estruturas
internas. Essa técnica permite a identificação da condição do tecido mamário
subjacente e dos linfonodos. Grande parte da linfa originaria das mamas drena para
dentro dos linfonodos axilares. Quando as lesões cancerosas geram metástase, os
linfonodos
geralmente
são
afetados.
Deve-se
localizar
os
linfonodos
supraclaviculares, infraclaviculares e axilares. Posteriormente o enfermeiro deve
ficar em pé do lado que está sendo examinado, e apoiar o braço da cliente em
posição ligeiramente flexionada e abduzir o braço da parede torácica. Em seguida
deve colocar a mão livre contra a parede torácica da paciente em posição elevada
na concavidade axilar. (POTTER; PERRY, 2004).
Havendo presença de nódulo palpável, dor mamária cíclica de intensidade
leve à moderada ou que cesse utilizando analgésicos, abscesso de mama, afecções
dermatológicas das mamas ou de membros superiores, prurido areolar ou lesões
areolares de difícil cicatrização em pacientes de qualquer faixa etária, encaminha-se
para centros de referência para posteriores diagnósticos que favoreça identificar se
o nódulo apresenta natureza sólida ou cística e outras possíveis alterações.
(PORTO ALEGRE, 2008).
Utilizando as pontas dos dedos, comprimir gentilmente para baixo, sobre
superfícies das costelas e músculos. Devem ser palpadas quatro áreas da axila: a
borda do músculo peitoral maior ao longo da linha axilar anterior; a parede torácica
na linha hemiaxilar; a parte superior do úmero e a borda anterior do músculo grande
dorsal ao longo da linha axilar posterior. Inverter o procedimento para o lado oposto.
24
“Cada área deve ser avaliada cuidadosamente e criteriosamente, a paciente deve
receber orientações sobre os sinais e sintomas do câncer mamário.”. (POTTER;
PERRY, 2004, p.673).
O ECM consiste em um componente importante da atenção à saúde da
mulher, favorece a eficácia na detecção dos cânceres mamários, oferece também a
oportunidade para demonstrar técnicas de auto-exame à paciente. É aconselhável
ao profissional de saúde, adotar uma abordagem padronizada e empregar um
padrão sistemático e minucioso, variando a pressão de palpação, com movimentos
circulares das polpas digitais. Um exame detalhado das mamas inclui inspeção
detalhada quanto alterações de pele, simetria, contornos e retrações das mamas.
(BICKLEY, 2005).
2.4.1.3 Mamografia
A Lei federal n°11.664 instituída em 30 de abril de 2008, determina a
realização da mamografia para rastreamento do câncer de mama em mulheres a
partir de 40 anos de idade, para outras faixas etárias é indicado esse procedimento,
antes de iniciar terapia hormonal, com o intuito de estabelecer o padrão mamário e
diagnosticar lesões não palpáveis, sendo realizada anualmente. No pré-operatório
de cirurgia plástica para rastrear qualquer alteração nas mamas. E também no
seguimento após mastectomia, devendo ser realizada anualmente, independente da
faixa etária. (BRASIL, 2004; PORTO ALEGRE, 2008).
É importante orientar as mulheres que não usem desodorantes, cremes ou
talco nas mamas, mamilo ou nas áreas sob os braços, no dia do exame. Alertá-las
também sobre o desconforto devido à compressão das mamas. A mamografia
consiste na radiografia da mama com dose baixa de raios X, é utilizada para
identificar sinais e alterações malignas da mama não perceptíveis ao ECM, lesões
não palpáveis, rastrear anormalidades mamárias, devendo também ser empregada
quando um nódulo é encontrado no exame físico. É o método mais sensível de
detecção precoce do câncer de mama. (NETTINA, 2003).
A mamografia diagnosticada é indicada às mulheres com sinais e sintomas de
câncer de mama. Sendo esses os nódulos que podem ser palpáveis e descobertos
25
pela paciente durante o auto-exame, que quando identificados na mamografia,
complementa-se com a ultra-sonografia. Os nódulos não palpáveis através da
mamografia podem ser diagnosticados como sólidos ou císticos, são diferenças
fundamentais para a conduta a ser desenvolvida. O espessamento refere-se a uma
região mais endurecida na palpação. A descarga papilar fora do período gravídicopuerperal refere-se à secreção das mamas com aspecto cristalino, colostro-símile,
sanguinolento,
seroso
ou
esverdeado,
amarelado.
Deve
ser
analisado
criteriosamente, sendo essencial caracterizar se é espontânea ou à compressão, uni
ou bilateral, ducto único ou múltiplo, reforçando a necessidade de se realizar a
mamografia. (BRASIL, 2007b).
A sensibilidade da mamografia varia de 46% a 88%, dependendo do tamanho
e localização da lesão, densidade do tecido mamário e faixa etária da paciente. O
diagnóstico é definido através das características das imagens radiológicas. A lesão
benigna é homogênea, com bordas largas e não causa lesões secundárias às
mamas. Já a maligna surge como nódulos irregulares, podendo causar alterações
secundárias no parênquima mamário e pele. (INCA, 2008).
2.4.1.4 Ultrassonografia
A ultrassonografia é recomendada às mulheres com idade igual ou superior a
35 anos, possibilitando a avaliação de mamas densas, nódulos palpáveis, sendo
possível diferenciar sólidos de císticos, nódulos palpáveis com mamografia negativa
e processos inflamatórios. Gestantes com alterações mamárias, orientações sobre
necessidade de biopsias e punções aspirativas, exame de mamas masculinas são
benefícios oferecidos pela ultrassonografia. (BRASIL, 2004; INCA, 2008).
Nesse exame é utilizada ondas de som de alta freqüência objetivando obter
imagem da mama. É bastante eficaz, favorece a diferenciação de um nódulo,
podendo identificá-lo como cisto ou massa sólida. Não há restrições quanto a sua
realização durante a gestação de mulheres que tenham menos de 35 anos de idade.
Apresenta-se menos eficiente em relação à mamografia, porém é mais cômodo por
ser indolor e não-invasivo. (NETTINA, 2003).
26
2.5 Sinais e sintomas do câncer de mama
Os sinais e sintomas do câncer de mama incluem nódulos de vários tipos ou
tamanhos que evoluem lentamente, retração da pele ou do mamilo, alteração de
forma, tamanho, cor ou simetria, pele enrugada devido infiltração por edema,
presença de secreção papilar purulenta ou sanguinolenta, lesões, gânglios axilares
infartados e dor que geralmente ocorre quando o estágio está avançado.
(GONZALEZ, 2003).
2.6 Políticas Públicas de relevância para a saúde da mulher relacionadas ao
controle do câncer de mama
As ações de controle do câncer de mama no Brasil vêm evoluindo
progressivamente, vários fatores como avanço do conhecimento e na organização
institucional, condições sociais, políticas, econômicas e culturais, influenciam
diretamente esse processo evolutivo. (CALEFFI, 2004).
Em meados do século XVIII o câncer era visto como uma doença de caráter
local, e só no século XIX houve o desenvolvimento da teoria celular possibilitando a
vinculação dessa doença às células e ao processo de divisão. Os avanços no
processo cirúrgico também caracterizara esse período. (INCA, 2008).
O decreto Lei n°1920 cria o Ministério da Saúde, no ano 1953. Na década de
1980 houve a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo a toda
população o direito a saúde. No ano 1984 surgiu o programa de Atenção Integral a
Saúde da Mulher. (BERTOLLI FILHO, 2001).
Em 1984, o Ministério da Saúde elaborou o Programa de Assistência Integral
à Saúde da Mulher (PAISM), visando à descentralização, hierarquização e
regionalização dos serviços de saúde. Dentre seus objetivos destaca-se; a
diminuição dos índices de mortalidade materna, a organização em municípios pólos
de microrregiões redes de referência e contra referência para diagnóstico e o
tratamento de câncer de mama, o aumento significativo da detecção precoce do
27
câncer de mama e a qualidade de vida e saúde das mulheres brasileiras. (BRASIL,
2004).
O Viva Mulher - Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero
e de Mama, criado em 1998, tem como objetivo entre outras ações; reduzir a
mortalidade, oferecendo serviços que favoreçam a prevenção e detecção nos
estágios iniciais da doença, estimular a realização do ECM pelo profissional de
saúde medico ou enfermeiro e a realização do AEM pela mulher. Aumentando a
eficácia das ações no controle do câncer de mama. (BRASIL, 2001a).
No ano 2005 foi publicado a Portaria GM/MS n°2.439, de oito de dezembro,
instituindo a Política de Atenção Oncológica, priorizando a promoção, prevenção,
diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos. Regulando, fiscalizando,
controlando e avaliando as ações de competência das três esferas do governo.
Objetivando a redução do índice de mortalidade e o aumento da qualidade de vida.
BRASIL, 2005).
Em 2008 o Ministério da Saúde criou o Programa Mais Saúde, previsto para
estar em vigor até o ano 2011, o qual define a consolidação de um sistema de saúde
universal, equânime e integral, onde a família é o centro das mudanças. Dentre os
pilares inclui-se o Controle dos Cânceres de Útero e Mama. (INCA, 2008).
2.7 Programa Saúde da Família (PSF)
A estratégia do PSF foi iniciada no Brasil em julho de 1991, em janeiro de
1994
foram
formadas
as
primeiras
equipes.
Estima-se
que
funcionando
adequadamente estas são capazes de resolver 85% dos problemas de saúde em
sua comunidade. A equipe mínima é composta por um médico da família, um
enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e quatro a seis agentes comunitários de
saúde. Quando ampliada, contam ainda com um dentista, um auxiliar de consultório
dentário e um técnico em higiene dental. (FONTINELE JUNIOR, 2003).
De acordo com o Ministério da Saúde os objetivos da implantação do modelo
de saúde da família são:

Prestar assistência integral continuada com resolubilidade e boa qualidade,
às necessidades de saúde da população;
28

Identificar e intervir sobre os fatores de risco aos quais a população está
exposta;

Estabelecer vínculo entre profissionais de saúde e população visando por em
prática os critérios de humanização;

Proporcionar parcerias entre ações intersetoriais;

Contribuir para o conhecimento do processo saúde, doença e organização
dos serviços prestados á saúde da população;

Salientar a saúde como direito de cidadania associada à qualidade de vida;

Estimular a participação da comunidade na resolutividade das ações em
saúde. (BRASIL, 2001b).
A Estratégia Saúde da Família (ESF) mantém coerência com os princípios
organizativos
do
SUS:
acessibilidade,
resolubilidade,
regionalização,
descentralização, hierarquização e participação da população. Ampliando a
concepção de atenção básica, priorizando a promoção e recuperação da saúde das
pessoas. Abordando coletivamente os indivíduos, promovendo impacto profundo e
duradouro no processo saúde doença. (ANDRADE et al., 2004)
Os profissionais da ESF devem estar aptos á realizarem o ECM, solicitar
exames mamográficos nas mulheres em situação de risco, encaminhar os casos que
requerem maior investigação. Realizar reuniões educativas sobre câncer, busca
ativa na população alvo incluindo mulheres que nunca realizaram o ECM e as que
necessitam fazer o exame mamografia. Encaminhar á Unidade de Referência,
quando necessário, as mulheres com ECM alterado ou casos suspeitos de câncer
de mama. Desenvolver busca ativa das mulheres que apresentem laudo
mamográfico suspeito para malignidade e não retornaram para buscar o resultado.
Orientar a todas as mulheres sobre a importância das consultas de rotina. (BRASIL,
2006a).
Dentro das atribuições de todos os profissionais da ESF (Anexo A)
encontram-se as atividades de prevenção primária, promoção da saúde e educação
em saúde individual e coletiva. (BRASIL, 1997, p.13-18).
Segundo Tavares (2004) atualmente, a atenção primaria é definida como uma
forma de organização dos serviços de Saúde, respondendo às necessidades de
saúde da população, desenvolvendo serviços preventivos, curativos, reabilitadores e
de promoção da saúde. Ensinar o AEM para mulheres na comunidade, reforçar o
conhecimento que a detecção precoce é associada à diminuição da mortalidade são
29
atitudes que colocam em prática as características da atenção primaria, considerada
a porta de entrada para o sistema de saúde; capaz de coordenar os cuidados às
necessidades dos indivíduos, suas famílias e comunidades.
À medida que os profissionais de Saúde educam o paciente e a comunidade,
a população torna-se mais questionadora na busca de conhecimentos e
compreensão de sua saúde e dos recursos disponíveis dentro do sistema de
cuidado de saúde à qual estão inseridos. Um plano de ensino bem idealizado e
abrangente, adaptado às necessidades do cliente, reduz os custos e melhora a
qualidade do cuidado, ajudando o cliente obter bem-estar e melhor prognóstico.
Parte do papel da enfermagem é melhorar o nível de compreensão do paciente e
conseqüentemente, promover a saúde. (POTTER; PERRY, 2004).
Para alcançar um nível ideal de saúde, o ser humano precisa de boas
condições socioeconômicas e culturais, como: habitação e alimentação adequadas,
educação, trabalho, transporte, lazer, liberdade, acesso a moradia e assistência à
saúde. A carência desses elementos que são imprescindíveis ao bem-estar, pode
causar no indivíduo um desequilíbrio homeostático tornando-o doente e incapaz de
estudar, divertir-se, trabalhar enfim, desmotivando-o a continuar a viver. (CRUZ,
2006).
As ações preventivas na área da saúde, quando bem orientadas, contribuem
para modificações na evolução natural dos tumores, favorecendo diagnóstico
precoce que permite não só aplicar o tratamento no estagio inicial da lesão, mas
também
tratar
as
lesões
pré-neoplásicas,
impedindo
o
aparecimento
ou
desenvolvimento de tumores. (INCA, 2008).
2.7.1. Educação em Saúde
Educação em saúde trata-se de um processo por meio do qual o
conhecimento cientificamente produzido no campo da saúde, intermediado pelos
profissionais de saúde, atinge a vida cotidiana das pessoas. A compreensão do
processo saúde-doença oferece ferramentas para a adoção de novos hábitos e
condutas de saúde. Dentre os objetivos destaca-se: prevenir doenças, desenvolver
práticas educativas em saúde, possibilitar maior proximidade com a população,
30
enfatizar as ações preventivas e promocionais, desenvolver processos educativos.
No âmbito do PSF, a educação em saúde è uma prática prevista e atribuída a todos
os profissionais que compõem a equipe de saúde da família, oferecendo assistência
integral e contínua às famílias da área adscrita, identificando situações de risco à
saúde na comunidade assistida e melhorando o autocuidado dos indivíduos.
(ALVES, 2005).
2.7.2 Política Nacional de Humanização
Com a implementação da Política Nacional de Humanização (PNH), o
Ministério da Saúde reafirma as diferentes ações e instâncias do SUS, englobando
os diferentes níveis e dimensões da atenção e da gestão, lançando mão de
ferramentas e dispositivos entre usuários, trabalhadores e gestores. (BRASIL,
2006b).
Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 o SUS
institui uma política pública de saúde que visa à universalidade da cobertura e do
atendimento, uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais; seletividade e distributividade na prestação dos benefícios; e
serviços, irredutibilidade do valor dos benefícios, diversidade da base de
financiamento, caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa.
(ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA, 2008).
Valorizar as instâncias coletivas produzindo saúde na rede pública, visando à
inclusão
dos diferentes sujeitos usuários trabalhadores
e gestores
como
personagens principais nas análises sociais e nos processos de atenção do SUS.
(INCA, 2008).
Diante do exposto, a Política Nacional de Humanização coincide com os
princípios do SUS e enfatiza a necessidade de assegurar acesso e atenção integral
à população, e estratégias capazes de ampliar a condição de direitos e de cidadania
das pessoas, reduzindo as filas e tempo de espera, com ampliação do acesso,
atendimento acolhedor e resolutivo baseados em critérios de risco; garantindo
informações, educação permanente e participação dos usuários no processo de
gestão. (BRASIL, 2006b).
31
3 FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA
3.1 Tipo do Estudo
O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) iniciou-se no mês de
agosto de 2009 com uma pesquisa bibliográfica, onde foi realizado um
levantamento de dados atuais e relevantes relacionados com o tema escolhido, pois
segundo Lakatos e Marconi (2005), o levantamento de dados é o primeiro passo de
qualquer pesquisa cientifica.
Contempla uma pesquisa descritiva, utilizando abordagem metodológica
quantitativa. Segundo Polit, Beck e Hungler (2004) estudo quantitativo refere-se a
informações numéricas que resulta de mensuração formal e que é analisada com
procedimento estatístico.
A estatística pode ser considerada mais do que apenas um meio de
descrição racional, pois fornece uma descrição quantitativa da sociedade e permite
obter, de conjuntos complexos, representações simples e constatar se essas
verificações simplificadas têm relações entre si. (LAKATOS; MARCONI, 2005).
3.2 Local do Estudo
O presente estudo foi desenvolvido no município de Paracatu que pertence
aos 853 municípios do estado Minas Gerais. Ocupa uma área de 8.232,23
quilômetros quadrados no noroeste mineiro. Situa-se no Planalto Central
Minas/Goiás, fazendo divisa com o estado de Goiás sua principal rodovia é a BR040. (MELLO, 2007).
Estatísticas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), estimam para 2010 uma população de 83.560 mil habitantes na cidade de
Paracatu, sendo a maior parte residente nas áreas urbanas. (IBGE, 2010).
O clima de Paracatu é tropical, entre os habitantes, predomina-se a etnia
negra e mestiça, além de imigrantes japoneses. A exploração do ouro, zinco,
32
chumbo, a agricultura e a pecuária, são destaques na crescente renda dos
paracatuenses. (MELLO, 2007).
3.3 Público Alvo
O presente estudo teve como público alvo as mulheres com idade entre 20 a
59 anos, cadastradas na unidade da ESF Novo Horizonte.
Os critérios de inclusão foram concordância em participar do estudo
voluntariamente, idade igual ou superior a 20 anos e inferior a 59 anos, residir no
município de Paracatu.
Inicialmente foi realizada uma visita à Secretaria Municipal de Saúde, onde
foram explicados a justificativa e os objetivos do estudo e solicitado autorização
para realização do estudo, quantidade de mulheres na faixa etária entre 20 a 59
anos, cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, as quais somam um total de
876 mulheres.
É compreensível que o estudo de toda a população possibilita uma maior
precisão dos resultados, porém, nem sempre é possível colher as informações de
todos os elementos da população. O custo, as restrições de tempo e as vantagens
do uso das técnicas estatísticas favorecem o uso de planos amostrais. (FONSECA;
MARTINS, 2006).
Diante da impossibilidade de realização do estudo com este número de
mulheres e para que se conseguisse um tamanho amostral que representasse o
mais fiel possível à população alvo do estudo, foi utilizada a seguinte fórmula
segundo Fonseca e Martins (2006):
População total = 876 pessoas
N=
Z2 . p . q . N
e². (N-1) + Z2.p. q
N= tamanho da população 876
Z= nível de confiança95% (1,96)
P e q = proporção  50%
e= erro amostral  5%
33
n= (1,96)². 0,5. 0,5. 876
______  267 1
(0,05)² . (876-1) + (1,96)². (0,5) . (0.5)
O resultado do cálculo de amostragem foi de 267pessoas.
A pesquisa baseou-se na avaliação do conhecimento do público alvo acerca
das formas de prevenção do câncer de mama e como identificá-lo.
3.4 Fonte dos Dados
Após a concessão da autorização pelo gestor do SUS no município
(Apêndice A), foram realizadas visitas à Equipe ESF Novo Horizonte, onde foi
apresentada a referida autorização, explicado os objetivos, justificativa do estudo,
bem como solicitado apoio no desenvolvimento do mesmo.
Os dados foram coletados através de um questionário estruturado (Apêndice
B) composto por questões referentes a aspectos étnicos, idade, escolaridade,
fontes de informação e freqüência de realização do AEM, conhecimento e formas
de prevenção do câncer de mama.
3.5 Procedimentos Éticos
O estudo foi subsidiado de acordo com a Resolução nº. 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde, que aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de
pesquisas envolvendo seres humanos, respeitando todos os aspectos éticos
(BRASIL, 1996).
Foi apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice
C), contendo linguagem acessível e também todas as informações necessárias para
a realização dos questionários, destacando os seguintes aspectos, segundo a
1
Fórmula para dimensionamento da amostra a ser pesquisada (FONSECA; MARTINS, 2006, p, 179).
34
resolução citada acima: a justificativa, os objetivos e os procedimentos que foram
utilizados na pesquisa; a garantia de esclarecimentos, antes e durante o curso da
pesquisa, sobre a metodologia; a liberdade do sujeito se recusar a participar ou
retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalizarão alguma
e sem prejuízo ao seu cuidado e a garantia do sigilo que assegure a privacidade
dos sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa.
Segundo Polit, Beck e Hungler (2004) a abordagem estruturada permite ao
pesquisador obter informações necessárias e apropriadas ao objetivo do estudo,
possibilitando aos entrevistados o mesmo conjunto de opções para suas respostas.
3.6 Desenvolvimento do Estudo
Foram
realizadas
entrevistas
nos
domicílios
para
aplicação
dos
questionários, no período de janeiro a março de 2010, pela própria pesquisadora.
Após coletados os dados, os mesmos foram digitados em uma planilha do
Programa Microsoft Excel 2007, o que subsidiou a construção de gráficos e tabelas,
onde se procedera à análise e tabulação dos mesmos, que foram discutidos a luz
do referencial bibliográfico. Posteriormente foi realizada a conclusão do estudo.
35
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
TABELA 1
Distribuição das entrevistadas conforme faixa etária, cor e escolaridade, Paracatu/MG - janeiro
a março de 2010
Dados
Amostra
Porcentagem (%)
Faixa etária
20 a 39 anos
164
61,4
40 a 49 anos
63
23,6
50 a 59 anos
40
15,0
Branca
41
15,4
Parda
151
56, 5
Negra
75
28,1
Analfabeta
47
17,6
Ens. Fund. Incompleto
68
25,5
Ens. Fund. Completo
29
10,8
Ens. Médio Incompleto
21
7,9
Ens. Médio Completo
79
29,6
Ens. Superior Incompleto
12
4,5
Ens. Superior Completo
11
4,1
267
100,0
Cor
Escolaridade
TOTAL
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
De acordo com a Tabela 1, a maioria das mulheres entrevistadas 61,4%,
apresentou idade entre 20 a 39 anos, se declararam pardas 56,6% e possuíam
baixa escolaridade, sendo que 17,6% informaram serem analfabetas e 25,5%
possuem apenas o ensino fundamental incompleto.
Para Silva, Franco, Marques (2005), a incidência do câncer de mama está
altamente relacionada à falta de informação, mulheres com mais anos de estudo têm
melhores oportunidades de diagnóstico precoce do câncer de mama.
36
TABELA 2
Distribuição das entrevistadas conforme ocupação, Paracatu/MG – janeiro a março de 2010
Profissão
Do lar
Amostra
Porcentagem (%)
185
69,3
19
7,1
Professora
7
2,6
Doméstica
7
2,6
Estudante
6
2,2
Diarista
6
2,2
Comerciante
5
1,9
Vendedora
4
1,5
Secretária
3
1,1
Babá
3
1,1
Cantineira
3
1,1
Técnica em Enfermagem
3
1,1
Serviços gerais
3
1,1
Auxiliar Administrativo
2
0,7
Costureira
2
0,7
Aposentada
2
0,7
Balconista
2
0,7
Pizzaiola
1
0,4
Recepcionista
1
0,4
Cabelereira
1
0,4
Enfermeira
1
0,4
Auxiliar de Produção
1
0,4
267
100,0
Funcionária Pública
TOTAL
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
Conforme demonstra a tabela 2, o maior contingente de mulheres
entrevistadas 69,3% referiu não exercer nenhuma atividade formal e se dedicam em
tempo integral às atividades domésticas no próprio lar.
Tavares, Leão, Fialho (2009) em seu estudo, detectaram que a maioria das
entrevistadas eram “dona de casa”, e a análise dos dados apontou pouco acesso
aos meios de informações sobre como se prevenirem do câncer mamário,
dificultando o conhecimento das formas de prevenção.
37
16%
37%
47%
Suficiente
Insuficiente
Não tem conhecimento
GRÁFICO 1: Distribuição das entrevistadas conforme conhecimento sobre o câncer de mama,
Paracatu/MG - 2010
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
Quando questionadas sobre o conhecimento que possuíam sobre o câncer de
mama, este se mostrou preocupante onde 47% das entrevistadas o classificaram
como insuficiente e 16% referiram não ter conhecimento (grafico1).
Para Timby (2007) a educação para saúde com ênfase no ensino aos
pacientes possibilita maior capacidade de independência e promove conhecimentos,
habilidades, favorecendo o vinculo entre profissionais e comunidade.
Os profissionais de saúde devem orientar a paciente sobre as técnicas de
varredura para o câncer, avaliando e promovendo aptidão emocional para a
aprendizagem, criando uma atmosfera positiva, estimulando a participação na
elaboração de objetivos de aprendizado aceitáveis, realistas e passiveis de serem
atingidos, oferecendo feedback construtivo sobre o progresso. (NETTINA, 2003).
50
40
% 30
20
10
0
47
40
37
45
47
33
23
16
20 a 39
Suficiente
13
40 a 49
50 a 59
Faixa etária
Insuficiente
Não tem conhecimento
GRÁFICO 2: Distribuição das entrevistadas conforme conhecimento sobre o câncer de mama,
de acordo com faixa etária, Paracatu/MG - 2010
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
38
Quando analisado o conhecimento em relação à faixa etária das entrevistadas
(gráfico 2) é possível observar que as mulheres de maior faixa etária declararam ter
menos conhecimento onde 23% informaram não possuírem nenhum conhecimento
sobre o câncer de mama.
Vários estudos apontam o aumento do número de câncer mamário,
associado ao aumento da idade. Martins e outros (2009) afirmam que esse câncer é
mais comum em mulheres acima de 50 anos.
O que reforça a necessidade do fornecimento de informações sobre os
fatores de risco e meios de diagnosticar precocemente a este público. Objetivando
diminuir as taxas de mortalidade, por esta neoplasia.
O Ministério da Saúde recomenda a elaboração e implementação de Políticas
Públicas na Atenção Básica, destacando a atenção integral à Saúde da Mulher,
garantindo ações de controle do câncer mamário, acesso às redes de serviços
quantitativa e qualitativamente, suprindo efetivamente às necessidades de
informações e implementações a toda população. (BRASIL, 2006b).
45%
51%
PSF
1% 3%
Amigos/Familiares
Livros/Revistas
TV/Internet
GRÁFICO 3: Distribuição das entrevistadas conforme fonte de informação do conhecimento
sobre câncer de mama, Paracatu/MG - 2010
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
Através da analise do gráfico 3, em relação às fontes de informações do
conhecimento sobre câncer mamário, apesar de 51% das entrevistadas referirem
como fonte de informação sobre o câncer de mama a ESF, esta ainda é insuficiente
considerando que as ações educativas e preventivas, devem ser foco central de
trabalho das equipes, visando oferecer melhores condições de vida a toda
população assistida.
39
A ESF é responsável pela atenção primária, devendo ser capaz de resolver
até 90% das demandas, de acordo com a necessidade da população. (TAVARES,
2004).
100
90
80
70
% 60
50
40
30
20
10
0
90
67
62
38
33
10
20 a 39
40 a 49
50 a 59
Faixa etária
Sim
Não
GRÁFICO 4: Distribuição das entrevistadas conforme realização do auto-exame das mamas,
de acordo com faixa etária, Paracatu/MG - 2010
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
Apesar da maioria das entrevistadas na faixa etária de 50 a 59 anos,
terem informado possuírem pouco ou nenhum conhecimento sobre o câncer de
mama (gráfico 2), neste mesmo grupo etário (gráfico 4) constatou-se maior adesão
em relação à realização do auto-exame, onde 90% referiram positivamente a sua
prática.
Os resultados encontrados por Freitas Junior e outros (1999) corroboram com
os encontrados neste, quando identifica que mulheres mais jovens, se encontram na
fase em que a preocupação com câncer de mama ainda não passou a ser
prioridade, visto que um terço das entrevistadas também não realizava.
As mulheres relatam aumentar a freqüência de realização do AEM, quando
ensinado por um(a) enfermeiro(a). Esse tema pode ser abordado a nível
comunitário, em grupos femininos e nas unidades da ESF, alertando a população
sobre a importância de notificar imediatamente o medico ou enfermeiro se detectado
qualquer alteração nas mamas. (NETTINA, 2003).
40
7%
39%
40%
14%
Semanalmente
Mensalmente
Anualmente
Nunca faz
GRÁFICO 5: Distribuição das entrevistadas conforme freqüência com que realizam o autoexame das mamas, Paracatu/MG - 2010
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
De acordo com o gráfico 5, apenas 40% das entrevistadas
declararam
realizar o auto-exame mensalmente. Freitas Junior e outros (2006) em seu estudo
declaram que pacientes que apresentam um nível socioeconômico baixo, com
acesso limitado aos meios de comunicação, conseqüentemente têm uma menor
conscientização em realizar no período correto essa técnica de detecção precoce do
câncer de mama.
Partindo do pressuposto que indivíduos praticantes do AEM são considerados
somente aqueles que referem realizá-lo de forma regular, foi possível destacar que
grande parte delas o realizava, porém poucas o praticavam a maneira correta.
Tornando-se necessário a adequação dos serviços, dos profissionais e também das
ações de saúde, frente ao perfil da população por ela atendida.
Segundo Monteiro e outros (2003), o AEM proporciona resultado significativo
na detecção do câncer de mama, diagnosticando-se tumores menores e
consequentemente menor número de linfonodos axilares invadidos pelo tumor.
Oferece também a oportunidade de identificar pequenas mudanças nos seios,
menor risco de metástase, mais segurança e aumento da sobrevida.
O AEM deve ser realizado uma vez a cada mês devido à mama adulta normal
apresentar aspecto glandular, nodular ou encaroçado, processo conhecido como
nodularidade fisiológica. Essa nodularidade pode aumentar na fase pré-menstrual.
(BICKEY, 2005).
41
41%
59%
Sim
Não
GRÁFICO 6: Distribuição das entrevistadas conforme realização do exame clínico das mamas
na consulta médica, Paracatu/MG - 2010
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
35%
65%
Sim
Não
GRÁFICO 7: Distribuição das entrevistadas conforme realização do exame clínico das mamas
na consulta com a enfermeira, Paracatu/MG - 2010
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
Quando foram questionadas se algum profissional da saúde realizou o exame
clínico de suas mamas, a maioria das entrevistadas informaram que “não”, sendo
que 35% foram examinadas por enfermeiros e 41% por médicos, fato preocupante
considerando a importância do ECM e este ser atribuição de ambos os profissionais
citados nos gráficos 6 e 7 e parte do atendimento integral prestado a mulher.
O ECM é componente essencial para a atenção à saúde da mulher,
possibilita detecção dos cânceres mamários e fornece oportunidade para ensinar
técnicas de AEM à paciente. Pode ser realizado durante qualquer exame físico,
geral ou ginecológico, ou sempre que a paciente suspeitar, queixar-se ou apresentar
receio de doença mamária. (BICKLEY, 2005).
42
A palpação cuidadosa e a inspeção das mamas são partes essenciais do
exame ginecológico, porém é necessário treinamento, experiência e motivação para
que os exames sejam realizados corretamente. Deve-se tentar programar os
métodos de diagnóstico precoce do câncer de mama na rotina diária das consultas.
Só o conhecimento das normas preconizadas não é o suficiente, o importante é
transformá-las em práticas de rotina. (MOLINA; DALBEN; DE LUCA, 2003).
43%
57%
Sim
Não
GRÁFICO 8: Distribuição das entrevistadas inseridas na faixa etária de 40 a 59 anos, conforme
a realização do exame mamografia, Paracatu/MG - 2010
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
Quando questionado às mulheres na faixa etária de 40 a 59 anos, em relação
à realização do exame mamografia, uma porcentagem significativa (43%), declarou
nunca ter feito esse exame, caracterizando um comportamento pouco preventivo,
considerando a disponibilidade garantida por lei a esta parcela da população.
Os profissionais de saúde devem educar as mulheres sobre a importância do
rastreamento rotineiro. A mamografia é o método mais exato na detecção de lesões
impalpáveis, em mulheres diagnosticadas com lesão apenas localizada há
preservação da mama e maior taxa de sobrevida. (NETTINA, 2003).
Trabalhar para superar barreiras associadas à realização da mamografia,
principalmente em mulheres de faixa etária elevada, é uma importante atribuição da
enfermagem, que deve desenvolver materiais educacionais direcionados para níveis
de educação e grupos étnicos específicos. (SMELTZER; BARE, 2005).
43
9%
18%
73%
Não houve indicação do médico/enfermeiro
Não teve interesse
Dificuldade para marcar
GRÁFICO 9: Usuárias pesquisadas que não realizaram o exame mamografia, conforme a
justificativa, Paracatu/MG - 2010
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
Em relação às justificativas citadas por nunca terem realizado a mamografia
(gráfico 9), 73% das mulheres declararam não ter sido solicitado por médicos e ou
enfermeiros. E 18% mostraram não ter interesse em se submeter à mamografia.
A idade é o maior fator de risco isolado para o desenvolvimento de câncer. Os
sinais de advertência do câncer podem estar ocultos nas mulheres com faixa etária
elevada. Embora a mamografia apresente taxa de resultado falso negativo entre 5%
a 10%, principalmente em mulheres mais jovens, esse método constitui importante
aliado na luta contra as neoplasias mamárias. (NETTINA, 2003).
Quanto à radiação, cada seção equivale a aproximadamente uma hora de
exposição à luz solar, para oferecer riscos e ser prejudicial esse exame teria que ser
realizado várias vezes no ano, portanto, os benefícios superam os riscos.
(SMELTZER; BARE, 2005).
44
46%
54%
Sim
Não
GRÁFICO 10: Distribuição das entrevistadas conforme a adoção de práticas para prevenção e
controle do câncer de mama, Paracatu/MG - 2010
Fonte: Dados coletados em pesquisa de campo pela autora, através de questionário aplicado às
usuárias cadastradas na Unidade ESF Novo Horizonte, em Paracatu/MG, no período de janeiro a
março de 2010.
Os dados coletados a cerca da adoção de práticas para prevenção e controle
do câncer de mama apontam que 46% das entrevistadas não exercer nenhuma
adoção preventiva contra o câncer mamário. Este achado pode estar diretamente
relacionado ao baixo conhecimento sobre a patologia.
Segundo Theodomiro Júnior (2010) da Santa Casa de Maceió, pesquisa da
Sul América Saúde, 22,1% (num universo de mais de 17 mil mulheres, entre 19 e 49
anos) não fazem um acompanhamento ginecológico adequado e 6,2% têm a mesma
atitude em relação à mamografia.
A promoção da saúde é responsabilidade de toda sociedade, prevenir
doenças é atribuição da população em massa, incluindo profissionais da saúde e
comunidade. Para os profissionais de saúde fica a responsabilidade de desenvolver
atenção integral à saúde da população adscrita, objetivando melhorar sua qualidade
de vida, ou seja, promover saúde. (TAVARES, 2004).
45
5 CONCLUSÃO
Neste estudo foi possível concluir que o conhecimento da maioria das
mulheres atendidas na unidade ESF Novo Horizonte sobre as formas de prevenção
do câncer de mama é insuficiente, o que reforça a necessidade de desenvolvimento
e divulgação de atividades, focando a atenção primária sobre este tipo de câncer. A
maior parte das entrevistadas não exerce atividade formal e possuem baixa
escolaridade, fatores que restringem o acesso a informações e favorece o
diagnóstico tardio. O auto-exame das mamas é realizado por grande parte das
mulheres, mas poucas o fazem no período recomendado. O ECM deve ser realizado
durante as consultas de rotina, tanto pelo médico como pelo enfermeiro, contudo o
maior número de entrevistadas relatou não terem sido examinadas.
O baixo índice de entrevistadas, incluídas na faixa etária a partir dos quarenta
anos, que referiram terem sido expostas ao exame mamografia, reflete a
necessidade de aumentar as intervenções e reduzir as deficiências encontradas.
Quanto à adoção de práticas para prevenção dessa neoplasia, parte significativa das
entrevistadas demonstrou não realizar nenhuma atividade como forma de
prevenção.
Com este estudo, pôde-se perceber que as entrevistadas não realizam
efetivamente as formas de prevenção secundária para o câncer mamário, esse
escoamento indica falhas que contribuem para a manutenção dos índices de
mortalidade por câncer mamário.
Através dos argumentos anteriormente relacionados podemos afirmar a
necessidade da efetivação da educação em saúde, à qual estimula a participação da
comunidade, priorizando em suas bases teóricas a promoção da saúde e
proporcionando à população mais conhecimentos e capacidade de lidar com os
medos, inseguranças, timidez e dúvidas, bem como o atendimento integral à saúde
da mulher através do exame clínico das mamas e solicitação da mamografia,
estimulando e incentivando a prevenção secundária e o diagnóstico precoce,
aumentando as chances de cura, sobrevida e preservação das mamas.
46
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51
ANEXO A - Atribuições das equipes das Unidades de Saúde da Família
Atribuições das equipes
As atividades deverão ser desenvolvidas de forma dinâmica, com avaliação
permanente através do acompanhamento dos indicadores de saúde de cada área de
atuação. Assim, as equipes de Saúde da Família devem estar preparadas para:
conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com ênfase
nas suas características sociais, demográficas e epidemiológicas
identificar os problemas de saúde prevalentes e situações de risco aos quais
a população está exposta
elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o
enfrentamento dos determinantes do processo saúde/doença
prestar assistência integral, respondendo de forma contínua e racionalizada à
demanda organizada ou espontânea, com ênfase nas ações de promoção à
saúde
resolver, através da adequada utilização do sistema de referência e contrareferência, os principais problemas detectados
desenvolver processos educativos para a saúde, voltados à melhoria do
autocuidado dos indivíduos
promover ações intersetoriais para o enfrentamento dos problemas
identificados
A base de atuação das equipes são as unidades básicas de saúde, incluindo
as atividades de:
visita domiciliar - com a finalidade de monitorar a situação de saúde das
famílias. A equipe deve realizar visitas programadas ou voltadas ao
atendimento de demandas espontâneas, segundo critérios epidemiológicos e
de identificação de situações de risco. O acompanhamento dos Agentes
Comunitários de Saúde em microáreas, selecionadas no território de
responsabilidade das unidades de Saúde da Família, representa um
componente
facilitador
para
a
identificação
das
necessidades
e
racionalização do emprego dessa modalidade de atenção
internação domiciliar - não substitui a internação hospitalar tradicional. Deve
ser sempre utilizada no intuito de humanizar e garantir maior qualidade e
52
conforto ao paciente. Por isso, só deve ser realizada quando as condições
clínicas e familiares do paciente a permitirem. A hospitalização deve ser feita
sempre que necessária, com o devido acompanhamento por parte da equipe
participação em grupos comunitários - a equipe deve estimular e participar de
reuniões de grupo, discutindo os temas relativos ao diagnóstico e alternativas
para a resolução dos problemas identificados como prioritários pelas
comunidades
Atribuições do médico
Preferencialmente, o médico da equipe preconizada pelo PSF deve ser um
generalista; portanto, deve atender a todos os componentes das famílias,
independentemente de sexo e idade. Esse profissional deverá comprometer-se com
a pessoa, inserida em seu contexto biopsicossocial, e não com um conjunto de
conhecimentos específicos ou grupos de doenças. Sua atuação não deve estar
restrita a problemas de saúde rigorosamente definidos. Seu compromisso envolve
ações que serão realizadas enquanto os indivíduos ainda estão saudáveis.
Ressalte-se que o profissional deve procurar compreender a doença em seu
contexto pessoal, familiar e social. A convivência contínua lhe propicia esse
conhecimento e o aprofundamento do vínculo de responsabilidade para a resolução
dos problemas e manutenção da saúde dos indivíduos.
Suas atribuições básicas são:
prestar assistência integral aos indivíduos sob sua responsabilidade
valorizar a relação médico-paciente e médico-família como parte de um
processo terapêutico e de confiança
oportunizar os contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando abordar os
aspectos preventivos e de educação sanitária
empenhar-se em manter seus clientes saudáveis, quer venham às consultas
ou não
executar ações básicas de vigilância epidemiológica e
executar as ações de assistência nas áreas de atenção à criança, ao
adolescente, à mulher, ao trabalhador, ao adulto e ao idoso, realizando
também atendimentos de primeiros cuidados nas urgências e pequenas
cirurgias ambulatoriais, entre outros
53
promover a qualidade de vida e contribuir para que o meio ambiente seja mais
saudável
discutir de forma permanente - junto à equipe de trabalho e comunidade - o
conceito de cidadania, enfatizando os direitos à saúde e as bases legais que
os legitimam
participar do processo de programação e planejamento das ações e da
organização do processo de trabalho das unidades de Saúde da Família
Atribuições do enfermeiro
Este profissional desenvolve seu processo de trabalho em dois campos
essenciais: na unidade de saúde, junto à equipe de profissionais, e na comunidade,
apoiando e supervisionando o trabalho dos ACS, bem como assistindo às pessoas
que necessitam de atenção de enfermagem,
Suas atribuições básicas são:
executar, no nível de suas competências, ações de assistência básica de
vigilância epidemiológica e sanitária nas áreas de atenção à criança, ao
adolescente, à mulher, ao trabalhador e ao idoso
desenvolver ações para capacitação dos ACS e auxiliares de enfermagem,
com vistas ao desempenho de suas funções junto ao serviço de saúde
oportunizar os contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando promover
a saúde e abordar os aspectos de educação sanitária
promover a qualidade de vida e contribuir para que o meio ambiente torne-se
mais saudável
discutir de forma permanente, junto a equipe de trabalho e comunidade, o
conceito de cidadania, enfatizando os direitos de saúde e as bases legais que
os legitimam
participar do processo de programação e planejamento das ações e da
organização do processo de trabalho das unidades de Saúde da Família
Atribuições do auxiliar de enfermagem
As ações do auxiliar de enfermagem são desenvolvidas nos espaços da
unidade de saúde e no domicílio/comunidade, e suas atribuições básicas são:
54
desenvolver, com os Agentes Comunitários de Saúde, atividades de
identificação das famílias de risco
contribuir, quando solicitado, com o trabalho dos ACS no que se refere às
visitas domiciliares
acompanhar as consultas de enfermagem dos indivíduos expostos às
situações de risco, visando garantir uma melhor monitoria de suas condições
de saúde
executar, segundo sua qualificação profissional, os procedimentos de
vigilância sanitária e epidemiológica nas áreas de atenção à criança, à
mulher, ao adolescente, ao trabalhador e ao idoso, bem como no controle da
tuberculose, hanseníase, doenças crônicodegenerativas e infecto-contagiosas
participar da discussão e organização do processo de trabalho da unidade de
saúde
Atribuições do Agente Comunitário de Saúde
O ACS desenvolverá suas ações nos domicílios de sua área de
responsabilidade e junto à unidade para programação e supervisão de suas
atividades.
Suas atribuições básicas são:
realizar mapeamento de sua área de atuação
cadastrar e atualizar as famílias de sua área
identificar indivíduos e famílias expostos a situações de risco
realizar, através de visita domiciliar, acompanhamento mensal de todas as
famílias sob sua responsabilidade
coletar dados para análise da situação das famílias acompanhadas
desenvolver ações básicas de saúde nas áreas de atenção à criança, à
mulher, ao adolescente, ao trabalhador e ao idoso, com ênfase na promoção
da saúde e prevenção de doenças
promover educação em saúde e mobilização comunitária, visando uma
melhor qualidade de vida mediante ações de saneamento e melhorias do
meio ambiente
incentivar a formação dos conselhos locais de saúde
orientar as famílias para a utilização adequada dos serviços de saúde
55
informar os demais membros da equipe de saúde acerca da dinâmica social
da comunidade, suas disponibilidades e necessidades
participação no processo de programação e planejamento local das ações
relativas ao território de abrangência da unidade de Saúde da Família, com
vistas a superação dos problemas identificados.
56
APÊNDICE A – Autorização para realização da pesquisa
57
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO
“Conhecimento das usuárias assistidas pela equipe da estratégia saúde da
família Novo Horizonte sobre a prevenção do câncer de mama - Paracatu/MG,
janeiro de 2010.”
Número do questionário: ___________
Data da aplicação: ____/____/____
1. Dados pessoais
1.1. Idade ______anos
1.2. Raça/Cor: ( ) Branca
Escolaridade
( ) Analfabeta
( ) 2º grau incompleto
( ) superior completo
Ocupação: _____________________________________
( ) Parda
( ) Negra
( ) 1º grau incompleto
( ) 2º grau completo
( ) 1º grau completo
( ) superior incompleto
2. Como considera seu conhecimento sobre o câncer de mama?
( ) Tenho muito conhecimento (Suficiente)
( ) Tenho pouco conhecimento (Insuficiente)
( ) Não tenho conhecimento
3.
(
(
(
(
4.
Qual a fonte deste conhecimento?
) Atividades Educativas realizadas pela equipe da Estratégia Saúde da Família
) Informações repassadas por amigos e/ou familiares
) Conhecimentos adquiridos em livros e/ou revistas
) Conhecimentos adquiridos em Programas de Televisão e/ou Internet
Você sabe realizar o auto-exame de mamas? ( ) Sim ( ) Não
5. Com que freqüência você faz o auto-exame das mamas?
( ) semanalmente
( ) anualmente
( ) mensalmente ( ) nunca faz.
6. Na consulta médica é realizado o exame clínico das mamas? ( ) sim ( ) não
7. Na consulta com a enfermeira é realizado o exame clínico de mamas?
( ) sim ( ) não
8. Você já realizou o Exame Mamografia? ( ) Sim
( ) Não
Se a resposta for NÃO, por quê? _______________________________________________
9. Quais as práticas adotadas por você na Prevenção e Controle do câncer de mama?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
58
APÊNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, ________________________________________________________, decidi de
livre e espontânea vontade participar da entrevista e preenchimento do questionário
proposto pela acadêmica Jercelene Fonseca da Silva, em face do cumprimento de etapa da
coleta de dados do trabalho intitulado “CONHECIMENTO DAS USUARIAS ASSISTIDAS
PELA EQUIPE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NOVO HORIZONTE SOBRE A
PREVENÇÃO DO CANCER DE MAMA - PARACATU/MG JANEIRO DE 2010” o qual será
entregue sobre forma de monografia como pré-requisito para obtenção do titulo de Bacharel
em Enfermagem pela Faculdade Tecsoma – Paracatu/MG.
O presente estudo tem como objetivo geral descrever o conhecimento das
mulheres na faixa etária de 20 à 59 anos, assistidas pelas Equipe da ESF Novo Horizonte
em relação as formas de controle e prevenção do câncer de mama.
Às participantes do estudo será garantida a liberdade de desistir de participar do
mesmo, a qualquer momento, sem que precise fazer qualquer tipo de ressalva.
Fica garantida a manutenção da minha condição anônima, não sendo, portanto
utilizado meu nome, no corpo deste trabalho e sim abreviações hipotéticas a critério da
autora do estudo.
Paracatu, MG ____/____/____.
______________________
Entrevistado
______________________
Jercelene Fonseca da Silva
Acadêmica do 6º Período
de Enfermagem
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