EFEITO DO ZINCO EM CAPIM CITRONELA (Cymbopogon nardus L.) Laudeir Nunes de Oliveira (1); Walter Vieira da Cunha (2) (1) Graduando em Agronomia do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM. [email protected] Professor do curso de Agronomia do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM. [email protected] (2) INTRODUÇÃO A utilização das plantas, com a finalidade terapêutica é uma prática muito utilizada pela humanidade. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 80% da população mundial faz uso de plantas medicinais para o tratamento de algum tipo de doença (VEIGA JÚNIOR; PINTO; MACIEL, 2005). O cultivo do Capim Citronela, tem se intensificado amplamente, considerando a importância desta planta para a humanidade. Em relação aos estudos acerca deste tema merecem destaque Billerbeck et al., (2001) e Castro et al., (2007) apud Perini et al., (2011) que abordam sobre várias as plantas comumente utilizadas dentre elas o capim citronela (Cymbopogon nardus L.), que tem suas origens na Índia, sendo muito ministrado como chá calmante e digestivo. Entre os fatores fitotéccnios relativos a adubação, Fageria; Baligar (1997) apud Beraldo et al. (2012) afirmam que esse elemento, quando em baixa disponibilidade no solo, induz a diminuição da produtividade de gramíneas. O micronutriente Zinco (Zn) atua como cofator enzimático, sendo essencial para a atividade, regulação e estabilização da estrutura proteica. Afeta a síntese e conservação de auxinas, hormônios vegetais envolvidos no crescimento das plantas. Conforme corroborado por Hernandes et al., (2009). Objetivou-se com este trabalho, testar doses do elemento Zinco para o cultivo do capim citronela. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em uma área do Instituto Federal do Triângulo Mineiro Campus Patrocínio – MG localizado 18° 57’ 20,76” S 46° 58’ 55,78” O, com altitude 970 m. A região apresenta média anual de 22°C de temperatura, sendo a precipitação pluviométrica anual entre 1200 a 1500 mm o que caracteriza um clima tropical de altitude. ‘ 9º CONGRESSO MINEIRO DE INOVAÇÕES AGROPECUÁRIAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SEUS EFEITOS NA PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL UNIPAM – PATOS DE MINAS – 07 a 12 de novembro de 2016. Este trabalho teve o plantio realizado 27/02/2016 e a colheita 07/08/2016 e testaram-se cinco doses de zinco (0, 90, 180, 270 e 360 mg dm–3). Foi utilizado como fonte de zinco o sulfato de zinco a 20% de Zn, o qual foi aplicado em cada tratamento nas seguintes doses em gramas: 0g, 4,5g, 9,0g, 13,5g e 18g. Foi utilizado o delineamento em blocos ao acaso com cinco tratamentos e quatro repetições sendo cada unidade do experimento constituída por um vaso de 10 dm3 de solo. Realizou-se a limpeza da área onde os vasos foram instalados e coletou-se as mudas por divisões de touceira, padronizado tamanho de: 25 centímetros sendo 12,5 cm de raiz e 12,5 cm de caule ou parte aérea das mudas. Logo após o plantio foi feito, com o espaçamento de 1 m entre fileiras e 0,5 m entre vasos, sendo utilizados 2 perfilhos por vaso, conforme metodologia utilizada no trabalho de Perini (2008). A colheita foi feita aos 160 dias após o plantio, onde mediu-se a altura das plantas, espessura dos caules; em seguida foi feito corte transversal nas plantas a uma altura de cinco centímetros do solo. Após o corte da parte aérea das plantas, realizou-se a pesagem, seguida a retirada dos sistemas radiculares dos vasos pesando-os. Toda a estrutura da planta, foi levada a estufa por 72 horas. a 65 graus C para determinar a massa seca. Utilizando-se o Excel fez-se a análise de ANAVA dos dados e os resultados significativos foram submetidos ao teste de Tukey ao nível de 5%. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos parâmetros que foram avaliados, somente houve diferença significativa no peso da massa verde e massa seca da raiz conforme tabela 2. Tabela-2. Médias obtidas com tratamento à base de diferentes doses de Zn. Tratamentos (g) P.M.V.R P.M.S.R 1 - 0,00 116,30 a 58,43 a 2 - 4,50 102,15 a b 40,72 a b 4 - 13,50 78,36 b 39,07 a b 5 - 18,00 77,98 b 30,51 b 3 - 9,00 70,96 b 29,29 b *Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%. P.M.V.R.=Peso Massa Verde Raiz; P.M.S.R.=Peso Massa Seca Raiz. ‘ 9º CONGRESSO MINEIRO DE INOVAÇÕES AGROPECUÁRIAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SEUS EFEITOS NA PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL UNIPAM – PATOS DE MINAS – 07 a 12 de novembro de 2016. Conforme resultados obtidos no experimento, não houve diferença significativa para altura de plantas em nenhum dos tratamentos realizados, porém houve um leve decréscimo no crescimento na medida em que as doses foram aumentadas. De acordo com os dados obtidos do experimento em relação à espessura de colmo não foi possível observar aumento significativo nos tratamentos em função da aplicação ou não do micronutriente zinco, por outro lado, segundo trabalho realizado por Abranches et al., (2009), na cultura da aveia preta em Latossolo vermelho distrófico, foi observado que o número de folhas e o diâmetro da haste das plantas foram influenciados negativamente conforme o incremento das doses de zinco no solo. Nos resultados da análise da massa verde e massa seca da parte aérea não foram obtidas diferenças significativas. Teixeira (2016) efetuando adubação foliar no CapimMombaça utilizando doses de zinco quelatizado em Neossolo quartzarênico e Argissolo vermelho amarelo não constatou diferença (P> 0,05) para a produção de massa verde, com as doses de Zn aplicada, para os tipos de solo, somente verificou diferença no segundo e terceiro corte de massa verde acumulada. De acordo com os dados obtidos da massa verde da raiz houve diferença significativa entres os tratamentos, sendo que o tratamento1 e 2 foram estatisticamente iguais, notando que T2 e igual ao T1, porem o T1 foi superior aos demais tratamentos. Esse resultado vai de encontro ao trabalho de Bonnecarrere et al., (2003) em que testando concentrações de Zn na solução nutritiva, analisou, na cultura do arroz irrigado, massa seca de raiz, massa seca de parte aérea e massa seca total e constatou que não houve diferença significativa entre os tratamentos. Para massa seca da raiz o resultado obtido mostrou que o tratamento 1, 2 e 4 foram superiores ao tratamento 5 e 3, de forma significativa, se contrapondo ao o trabalho sobre a produção e nutrição do Capim-Marandu submetido a doses de zinco no solo, realizado por Beraldo et al., (2012), com relação à produção de massa seca da raiz não foi verificado ajuste significativo dos modelos de regressão polinomiais utilizados, em função da aplicação do micronutriente. No experimento realizado no presente trabalho, nos tratamentos com as doses de zinco aplicadas na proporção de 0 a 360 mg dm-3, observou-se que a alta concentração do micronutriente no solo não causou efeito significativo para o crescimento da altura da planta, ‘ 9º CONGRESSO MINEIRO DE INOVAÇÕES AGROPECUÁRIAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SEUS EFEITOS NA PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL UNIPAM – PATOS DE MINAS – 07 a 12 de novembro de 2016. espessura do caule, massa verde parte aérea, massa seca parte aérea. Observou-se, contudo, que houve diferença significativa apenas nos tratamentos 1 e 2. CONCLUSÕES (i) Os tratamentos com 0g de Zinco apresentou resultado superior aos demais em relação a P.M.V.R. (ii) Este mesmo tratamento foi superior aos tratamentos de 9 e 18g em relação a P.M.S.R. REFERÊNCIAS ABRANCHES, J. L.; BATISTA, G. S.; RAMOS, S. B. dos; PRADO, R. M. Resposta da aveia preta à aplicação de zinco em Latosolo Vermelho Distrófico. Recife (PE), jul. set. 2009. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/1190/119012585008/ >. Acesso em: 20 ago. 2016. BERALDO, J. M. G; PRADO, R. de M; CORTEZ, J. W. M.; Produção e nutrição do capimMarandu submetido a doses de zinco no solo. Revista Biotemas, São Paulo, v. 25, p. 1-7, 2012. BONNECARRÈRE, R. A. G.; LONDERO, F. A. A.; SANTOS, O.; SCHMIDT, F. G. P.; MANFRON, P. A.; DOURADO NETO, Durval. Resposta de genótipos de arroz irrigado à aplicação de zinco. Uruguaiana, 2003. Disponível em: http://<revistaseletronicas.pucrs.br>. Acesso em: 20 ago. 2016 HERNANDES, A.; PRADO, R. de M.; PEREIRA, F. de S.; MODA, L. R.; ICHINOSE, J. G. dos S.; GUIMARÃES, R. de C. M. Desenvolvimento e nutrição do Capim-Tanzânia em função da aplicação de Zinco. Curitiba, 2009. Disponível em: <http://revistas.ufpr.br/agraria/article/viewFile/15195/10214>. Acesso em: 20 mar. 2016 PERINI, V. B. de M. Efeito da adubação e da luz na produção de biomassa do capim citronela, 2011. Disponível em: <http://www.revista.uft.edu.br/index.php/JBB/article/viewFile/402/280>. Acesso em: 04 abr. 2016. TEIXEIRA, N. M. Adubação foliar de zinco quelatizado e seus efeitos na produção de capimmombaça (Dissertação) 2016. Disponível em: <positorio.unesp.br/handle/11449/139517>. Acesso em: 30 ago. 2016. VEIGA JÚNIOR, V. F.; PINTO, A. C.; MACIEL, M. A. M. Plantas medicinais: cura segura? Capturado em: 24 maio 2016. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo>. ‘ 9º CONGRESSO MINEIRO DE INOVAÇÕES AGROPECUÁRIAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SEUS EFEITOS NA PRODUÇÃO ANIMAL E VEGETAL UNIPAM – PATOS DE MINAS – 07 a 12 de novembro de 2016.