caderno de resumos

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C- INDY : CADERNO DE RESUMOS
ORDENAMENTO: ORDEM ALFABÉTICA PELO ÚLTIMO SOBRENOME DO AUTOR:
RESUMOS CONFORME APRESENTADOS PELOS AUTORES:
ANTUNES, SUELEN DA FONSECA (UFRJ)
VERBOS COPULARES E A CATEGORIZAÇÃO EM GUARANI MBYÁ
O OBJETIVO DESTE TRABALHO É ANALISAR OS VERBOS COPULARES NO GUARANI MBYÁ, O
VERBO -IKO ("SER" NO SINGULAR) E O VERBO -KUAI ("SER" NO PLURAL) NA CATEGORIA DE
MARCAÇÃO DO VERBO. EM GUARANI MBYÁ, O VERBO COPULAR SÓ OCORRE SOB CONTEXTOS
ESPECIAIS. QUANDO ELE NÃO ESTÁ OCULTO, ELE PARECE TER A FUNÇÃO PREDICATIVA. O
VERBO COPULAR PODE PARTICULARIZAR UMA CONSTRUÇÃO ESPECIAL NA ESTRUTURA DE
FOCO OU PODE SER USADO EM MARCAÇÃO DE NOMINALIZAÇÃO DE UMA ORAÇÃO COM
PREDICATIVO NOMINAL, ASSIM COMO, NA MARCAÇÃO DE TEMPO VERBAL, MARCAÇÃO DE
SUJEITO NO PLURAL, MARCAÇÃO DE SUJEITO OCULTO DE 1ª E 2ª PESSOA OU NA MARCAÇÃO
DO MODO IMPERATIVO. BASEADO EM TEÓRICOS, COMO CROFT (2001), DOOLEY (2006) E
PAYNE (1997), DENTRE OUTROS, ESPERAMOS CONTRIBUIR PARA O ESTUDO DA LÍNGUA
INDÍGENA GUARANI MBYÁ.
BRITO, AUSTRIA RODRIGUES (UFPA)
UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES DE UMA ESCOLA INDÍGENA
DO SUDESTE DO PARÁ.
UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS PROFESSORES DE UMA ESCOLA INDÍGENA
DO SUDESTE DO PARÁ. ÁUSTRIA RODRIGUES BRITO (UFPA/ CAMPUS DE MARABÁ)
ADOTANDO UMA CONCEPÇÃO DIALÓGICA DE LINGUAGEM, TAL COMO DEFENDIDA POR
BAKHTIN (1929, 1953), SEGUNDO A QUAL SUJEITO E LINGUAGEM SE CONSTITUEM NA
HETEROGENEIDADE DE DISCURSOS JÁ PRODUZIDOS E A PRODUZIR, SEMPRE MEDIADOS POR
UMA DADA REALIDADE HISTÓRICA, O PRESENTE TRABALHO VISA INVESTIGAR O PROCESSO DE
FORMAÇÃO DOS PROFESSORES ÍNDIOS E NÃO ÍNDIOS ( COM OU SEM FORMAÇÃO BILÍNGÜE)
DA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO TATAKTI KYIKATÊGÊ , COM O FITO
DE PERCEBER COMO ESSES PROFESSORES DESENVOLVEM SUAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO
ÂMBITO DO ENSINO DA LINGUAGEM, COM ISSO, TEMOS COMO PROPÓSITO COMPREENDER
COMO OS DOCENTES ARTICULAM SEUS SABERES E FAZERES PARA SE TRABALHAR EM
SITUAÇÃO BILÍNGÜE E/OU MONOLÍNGÜE; ANALISAR QUAIS AS MAIORES DIFICULDADES NO
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM QUE ESTES FORMADORES ENFRENTAM; AVALIAR O PERFIL
DO PROFESSOR INDÍGENA A PARTIR DA CONCEPÇÃO DEFINIDA PELA PRÓPRIA CATEGORIA;
CONHECER A FILOSOFIA DE ESCOLA DIFERENCIADA DEFENDIDA NA ALDEIA E, ANALISAR AS
PRÁTICAS DE FORMAÇÃO DOS DOCENTES, NA PROPOSIÇÃO E GESTÃO DE UM ENSINO
ESCOLAR DIFERENCIADO. PARTIMOS DO PRESSUPOSTO DE QUE, NESTES PROJETOS DE
FORMAÇÃO, ENCONTRA-SE MANIFESTO O PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DOS ÍNDIOS
ENQUANTO SUJEITOS POLÍTICOS, REIVINDICANDO DIREITOS SÓCIO-CULTURAIS E HISTÓRICOS
INFORMADORES DO MOVIMENTO INDÍGENA. ASSIM, ESTAREMOS INVESTIGANDO OS
DIFERENTES SENTIDOS ATRIBUÍDOS AO CURRÍCULO, AO SER PROFESSOR INDÍGENA E À ESCOLA
DIFERENCIADA E O REFLEXO DESTA NOS FORMADORES DE LÍNGUA PORTUGUESA.
FARGETTI, CRISTINA MARTINS (UNESP)
LÉXICO DE LÍNGUAS INDÍGENAS - QUESTÕES METODOLÓGICAS PARA UM ESTUDO
SERÃO APRESENTADAS CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS ENVOLVENDO O ESTUDO DO
LÉXICO DE LÍNGUAS INDÍGENAS. ABORDAREMOS QUESTÕES REFERENTES AO TIPO DE COLETA
DE DADOS ESPECÍFICO PARA O TRABALHO LEXICOLÓGICO E LEXICOGRÁFICO, DISTINGUINDO-O
DE OUTROS TIPOS DE ESTUDO QUE VISAM A UMA DOCUMENTAÇÃO MORFOSSINTÁTICA, POR
EXEMPLO. NESSE SENTIDO, A RELAÇÃO LÍNGUA-CULTURA É TEMATIZADA,NUMA INTERFACE
COM A ANTROPOLOGIA,E ESTUDOS ETNOGRÁFICOS. SABERES RELACIONADOS A PLANTAS,
ANIMAIS, RELAÇÃO CÉU E TERRA, CULTURA MATERIAL, NEM SEMPRE SE DEIXAM
COMPARTIMENTALIZAR EM ETNOCIÊNCIAS, E UMA DISCUSSÃO A RESPEITO SERÁ FEITA.
MAGALHÃES, JOSÉ CARLOS BATISTA & SILVA, PAULO DE TÁSSIO BORGES DA (UESC/UNEB)
DIAGNÓSTICO ETNOLINGUÍSTICO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO CULTURAL
TUPINAMBÁ EM OLIVENÇA-BA
O PRESENTE ARTIGO CONSISTE NUMA REFLEXÃO SOBRE O PROCESSO QUE A LÍNGUA
TUPINAMBÁ SOFREU AO LONGO DOS ANOS E A CONTRIBUIÇÃO QUE A MESMA TRAZ PARA O
ETNOCONHECIMENTO DO POVO TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA, TENDO COMO UM DOS
OBJETIVOS COMUNICAR OS RESULTADOS PARCIAIS DO DIAGNÓSTICO ETNOLINGUÍSTICO POR
MIM EXPERIENCIADO ENQUANTO TUPINAMBÁ E PROFESSOR DA ESCOLA INDÍGENA
TUPINAMBÁ DURANTES ALGUNS ANOS NAS ALDEIAS TUCUN, ABAETÉ E SAPUCAIEIRA, EM
OLIVENÇA-BAHIA . O MESMO DESTACA AS MUDANÇAS OCORRIDAS COM A LÍNGUA
TUPINAMBÁ, ESTABELECENDO UMA RELAÇÃO DO TUPI ANTIGO E SUAS VARIANTES ATÉ O
MOMENTO. NESSE SENTIDO, O OBJETIVO MAIOR É MOSTRAR A PARTIR DA PESQUISA A
EXISTÊNCIA DESSE FALAR ANTIGO PRESENTE NAS COMUNIDADES TUPINAMBÁ POR CRIANÇAS,
ADULTOS E ANCIÃOS. A METODOLOGIA SE BASEOU NA ABORDAGEM QUALITATIVA, COM A
UTILIZAÇÃO DA OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE E DE RELATOS ORAIS. COMO RESULTADO, SE
OBSERVA A PARTIR DESTE DIAGNÓSTICO ETNOLINGUÍSTICO PALAVRAS DA LÍNGUA
TUPINAMBÁ PRESENTES NO COTIDIANO DAS ALDEIAS DE OLIVENÇA, SENDO MAIS UM
DISPOSITIVO NA CONSTRUÇÃO CULTURAL DE NOSSO POVO.
PALAVRAS- CHAVE:
ETNOLINGUÍSTICA; CONSTRUÇÃO CULTURAL; LÍNGUA TUPINAMBÁ; ETNOCONHECIMENTO.
MELLO, FLÁVIA CRISTINA DE (UESC)
UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A BIBLIOGRAFIA HISTÓRICA E O ATUAL PROCESSO DE
REVITALIZAÇÃO DA LÍNGUA TUPINAMBÁ
UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A BIBLIOGRAFIA HISTÓRICA E O ATUAL PROCESSO DE
REVITALIZAÇÃO DA LÍNGUA TUPINAMBÁ O TRABALHO A SER APRESENTADO NO I CONGRESSO
INTERNACIONAL DE LÍNGUAS INDÍGENAS NA BAHIA É PRODUTO DE UMA PESQUISA EM
DESENVOLVIMENTO SOBRE LÍNGUA TUPINAMBÁ. A APRESENTAÇÃO DE TRABALHO ESTARÁ
EMBASADA NA DESCRIÇÃO DAS AÇÕES E RESULTADOS DE UM PROJETO DE PESQUISA QUE
VEM SENDO REALIZADOS POR UM GRUPO DE PROFESSORES INDÍGENAS TUPINAMBÁ, SOB A
ORIENTAÇÃO DE UMA PROFESSORA DE ANTROPOLOGIA DA UESC (UNIVERSIDADE ESTADUAL
DE SANTA CRUZ). OS APRESENTADORES DO TRABALHO, A ANTROPÓLOGA FLÁVIA DE MELLO E
O PROFESSOR INDÍGENA KATU TUPINAMBÁ PRETENDEM APRESENTAR O “ESTADO DA ARTE”
DESTA PESQUISA EM ANDAMENTO, QUE VISA REUNIR E ANALISAR MATERIAL BIBLIOGRÁFICO
HISTÓRICO PRODUZIDO SOBRE A LÍNGUA TUPINAMBÁ, CONCOMITANTEMENTE COM
LEVANTAMENTO DOS TERMOS DESTA LÍNGUA ANTIGA UTILIZADA ATUALMENTE NAS ALDEIAS
QUE COMPÕEM A TERRA INDÍGENA TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA, COM OBJETIVO DE SUBSIDIAR
AS AÇÕES DIDÁTICO-EDUCACIONAIS DESENVOLVIDAS NA ESCOLA PELOS PROFESSORES DE
LÍNGUA INDÍGENA E PARA COLABORAR COM AÇÕES DE FORTALECIMENTO CULTURAL
DESENVOLVIDAS PELOS TUPINAMBÁ. TAL PROPOSTA SURGIU EM DESDOBRAMENTO DE
ATIVIDADES DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES INDÍGENAS PARA TRABALHAR COM LÍNGUA
TUPINAMBÁ EM SUAS ESCOLAS, REALIZADAS COMO PARTE DE DOIS PROJETOS DE EXTENSÃO
DA UESC, NOS QUAIS OS AUTORES ATUAM REPRESENTANDO SUAS RESPECTIVAS
COMUNIDADES. OUTRO ESTÍMULO FUNDAMENTAL PARA INÍCIO DESTA PESQUISA FOI A
PALESTRA E ATIVIDADES DOCENTES REALIZADAS PELO PROFESSOR ARYON RODRIGUES PARA
OS PROFESSORES DA ESCOLA TUPINAMBÁ, QUE ACIRROU NELES O DESEJO DE CONHECER
MELHOR O QUE EXISTE DE MATERIAL PUBLICADO SOBRE A LÍNGUA TUPINAMBÁ ANTIGA E
SOBRE OS TERMOS DE LÍNGUA INDÍGENA UTILIZADOS HOJE NAS ALDEIAS, ONDE A LÍNGUA DE
COMUNICAÇÃO É A LÍNGUA PORTUGUESA. NESTE PROJETO ESTÃO SENDO REALIZADAS
PESQUISAS BIBLIOGRÁFICAS SOBRE MATERIAL HISTÓRICO A RESPEITO DA LÍNGUA
TUPINAMBÁ, PESQUISAS E ENTREVISTAS COM MEMBROS DA COMUNIDADE INDÍGENA
IDENTIFICANDO O USO DE PALAVRAS EM LÍNGUA TUPINAMBÁ, A HISTÓRIA DAS FAMÍLIAS NO
PROCESSO DE APROXIMAÇÃO E AFASTAMENTO COM A SOCIEDADE ENVOLVENTE, PRODUÇÃO
DE VOCABULÁRIOS E DICIONÁRIOS ESCOLARES E ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA ENSINO DA
LÍNGUA TUPINAMBÁ. A PARTICIPAÇÃO NESTE CONGRESSO E A APRESENTAÇÃO DESTA
PESQUISA TEM COMO PRINCIPAL INTENÇÃO DIVULGAR A INICIATIVA DOS PROFESSORES
TUPINAMBÁ E OUVIR A OPINIÃO DE ESPECIALISTAS NA ÁREA PARA AFINAR E QUALIFICAR
TEÓRICA E METODOLOGICAMENTE O PROCESSO DE PESQUISA.
PALAVRAS-CHAVE:
ETNOLOGIA TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA, GLOTOETNOLOGIA, ETNOLOGIA INDÍGENA, LÍNGUA
TUPINAMBÁ.
MENDES, LUCIANA SANCHEZ (USP)
FREQUÊNCIA E GRAU EM KARITIANA
O OBJETIVO DESTE TRABALHO É APRESENTAR O TRABALHO FEITO NA DESCRIÇÃO E ANÁLISE
SEMÂNTICA DAS OPERAÇÕES DE FREQUÊNCIA E GRAU NO DOMÍNIO VERBAL EM KARITIANA. O
KARITIANA É UMA LÍNGUA DA FAMÍLIA ARIKÉM – UMA DAS DEZ FAMÍLIAS DO TRONCO TUPI –
FORMADA PELAS LÍNGUAS ARIKÉM (EXTINTA) E KARITIANA. É UMA LÍNGUA FALADA HOJE POR
APROXIMADAMENTE 320 PESSOAS NUMA RESERVA LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE PORTO
VELHO, RONDÔNIA (CF. STORTO & VANDER VELDEN 2005). O TRABALHO INVESTIGA
ESPECIALMENTE A QUANTIFICAÇÃO EXERCIDA POR ADVÉRBIOS DO TIPO ‘MUITO’ QUE PODEM
TANTO EXPRESSAR UMA OPERAÇÃO DE QUANTIFICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS (EXERCIDA POR
ADVÉRBIOS COM NOÇÃO DE ‘MUITAS VEZES’), QUANTO APRESENTAR UMA LEITURA DE GRAU.
A LÍNGUA POSSUI DOIS ADVÉRBIOS DIFERENTES PARA EXPRESSAR ESSAS OPERAÇÕES,
'KANDAT' E 'PITAT' RESPECTIVAMENTE, QUE TÊM SIDO TRADUZIDOS PARA O PORTUGUÊS
COMO MUITAS VEZES E MUITO. O QUE SE DEFENDE NESTE TRABALHO É QUE, EMBORA À
PRIMEIRA VISTA OS DADOS PUDESSEM SUGERIR QUE ESSES ITENS ESTEJAM RELACIONADAS
AOS NOMES, ELES SÃO QUANTIFICADORES EXCLUSIVAMENTE ADVERBIAIS. MOSTRAMOS,
AINDA, QUE 'KANDA'T PODE APARECER COM VERBOS DE TODO TIPO, SEMPRE DISPARANDO
LEITURA DE MULTIPLICIDADE DE EVENTOS, ENQUANTO QUE 'PITAT' PODE OCORRER COM
VERBOS ATÉLICOS E ADJETIVOS E ADVÉRBIOS GRADUÁVEIS PODENDO TANTO PROPORCIONAR
LEITURAS ITERATIVAS (COM VERBOS) QUANTO ESPECIFICAR UM GRAU (COM VERBOS,
ADJETIVOS E ADVÉRBIOS). DO PONTO DE VISTA SEMÂNTICO, PROPOMOS QUE 'KANDAT' É UM
QUANTIFICADOR DE FREQUÊNCIA NOS TERMOS DE DOETJES 2007 E DE SWART 1993 E QUE
'PITAT' É UM QUANTIFICADOR DE GRAU (NOS TERMOS DE DOETJES 2007). UMA PESQUISA
COMO ESSA É RELEVANTE PORQUE, ALÉM DE CONTRIBUIR NA DESCRIÇÃO DE UMA LÍNGUA
INDÍGENA BRASILEIRA, COLABORA COM O ESCLARECIMENTO DOS MECANISMOS
QUANTIFICACIONAIS ASSOCIADOS AO DOMÍNIO VERBAL TRAZENDO PARA O DEBATE A
DISCUSSÃO DE UMA LÍNGUA DIFERENTE, QUE APRESENTA MECANISMOS DISTINTOS DE
EXPRESSÃO DA QUANTIFICAÇÃO.
REFERÊNCIAS
DOETJES, JENNY. ADVERBS AND
QUANTIFICATION: DEGREE VERSUS FREQUENCY. LINGUA, 117, P. 685–720, 2007. STORTO, L.
& VANDER VELDEN, F.F. 2005. KARITIANA. IN: POVOS INDÍGENAS DO BRASIL. ACESSO EM:
<HTTP://WWW.SOCIOAMBIENTAL.ORG/PIB/EPI/KARITIANA/KARITIANA.SHTM>. ACESSO EM 1
FEV. 2009. DE SWART, H. ADVERBS OF QUANTIFICATION: A GENERALIZED QUANTIFIER
APPROACH. NOVA IORQUE E LONDRES: GARLAND, 1993.
MISTIERI, FERNANDA REGINA (UNESP)
LÍRICA ANCHIETANA E O ACENTO EM TUPI
ESTE TRABALHO TEM COMO OBJETIVO APRESENTAR OS RESULTADOS PRELIMINARES JÁ
OBTIDOS NA ANÁLISE DO ACENTO EM TUPI ANTIGO, ATRAVÉS DA LÍRICA DO PE. JOSÉ DE
ANCHIETA. PARA ISSO UTILIZAMOS COMO CORPUS 10 POEMAS ESCRITOS EM LÍNGUA TUPI
PELO JESUÍTA, E COMO APORTE TEÓRICO, A TEORIA MÉTRICA ELABORADA POR LIBERMAN &
PRINCE E HAYES. TEMOS COMO INSPIRAÇÃO METODOLÓGICA OS ESTUDOS DO ACENTO EM
PORTUGUÊS ARCAICO REALIZADOS POR GLADIS MASSINI-CAGLIARI, QUE PARTEM TAMBÉM DE
CORPUS ESCRITO. COMO BASE PARA ESTE ESTUDO FORAM UTILIZADAS TRÊS EDIÇÕES DA
LÍRICA ANCHIETANA PUBLICADAS EM DIFERENTES ÉPOCAS (1954, 1984, 2004). O PRIMEIRO
LIVRO, DE 1954, ORGANIZADO PELA PROFESSORA MARIA DE LOURDES DE PAULA MARTINS, O
SEGUNDO, DE 1984, COM ORGANIZAÇÃO DO PE. ARMANDO CARDOSO, E O TERCEIRO, DE
2004, ORGANIZADO PELO PROFESSOR EDUARDO NAVARRO. LEVAMOS EM CONTA ESTUDOS
ANTERIORES, COM OUTRA ORIENTAÇÃO TEÓRICA, COMO O DO LINGÜISTA ARYON RODRIGUES
(1956), O CURSO DE TUPI ANTIGO DE LEMOS BARBOSA (1957), A GRAMÁTICA DE ANCHIETA
(1933), BEM COMO ESTUDOS ATUAIS DE LÍNGUAS TUPI-GUARANI AINDA FALADAS.
NAVARRO, MICHEL PLATINY ASSIS (USP)
ALTERNÂNCIA CAUSATIVO-INCOATIVA EM KAINGANG
NA PRESENTE COMUNICAÇÃO, PRETENDE-SE ANALISAR A ALTERNÂNCIA CAUSATIVOINCOATIVA NA LÍNGUA KAINGANG À LUZ DA TEORIA DE HALE & KEYSER (2002) SOBRE
ESTRUTURA ARGUMENTAL, SEGUNDO A QUAL O COMPORTAMENTO DE CERTOS VERBOS
DECORRE DA CONFIGURAÇÃO SINTÁTICA PROJETADA PELO NÚCLEO E SEUS COMPLEMENTOS.
A LÍNGUA KAINGANG PERTENCENTE AO TRONCO MACRO-JÊ E É FALADA NAS REGIÕES SUL E
SUDESTE DO BRASIL. EM KAINGANG, ASSIM COMO OS AUTORES CONSTATAM EM OUTRAS
LÍNGUAS, A TRANSITIVIZAÇÃO AUTOMÁTICA, OU SEJA, DIFERENTE DA CAUSATIVIZAÇÃO QUE
QUALQUER VERBO PODE SOFRER, PARECE OCORRER EM GERAL COM VERBOS INACUSATIVOS,
CUJA SEMÂNTICA É DE MUDANÇA DE ESTADO, COMO NO EXEMPLO (1):
(1)A. GOJ Vỹ VÃNVÓR
ÁGUA M.S
FERVER (PAS)
‘A ÁGUA FERVEU’
B. Pĩ
Vỹ
GOJ
VÃNVON
FOGO M.S
ÁGUA FERVER (PAS)
‘O FOGO FERVEU A ÁGUA’
NA PERSPECTIVA DE HALE & KEYSER (2002), A FORMA
INTRANSITIVA DOS VERBOS ACIMA, COMO EM (A), CONSISTE EM UMA PROJEÇÃO EM QUE A
RAIZ FORÇA, POR INTERMÉDIO DO NÚCLEO, A PROJEÇÃO DE UM ESPECIFICADOR. A
TRANSITIVIZAÇÃO DESSES VERBOS, COMO EM (B), CONSISTE EM UMA ALTERNÂNCIA QUE
ENVOLVE O ENCAIXAMENTO DA ESTRUTURA INTRANSITIVA EM UMA OUTRA PROJEÇÃO
VERBAL, DE MANEIRA CAUSATIVIZAR O VERBO. NA FORMA INTRANSITIVA, O DP INTERNO, OU
SEJA, O ESPECIFICADOR, FUNCIONA COMO SUJEITO DO VERBO NA SINTAXE SENTENCIAL. NA
FORMA TRANSITIVIZADA, POR OUTRO LADO, O ESPECIFICADOR FUNCIONA COMO OBJETO DO
VERBO. EM KAINGANG, COMO NAS LÍNGUAS INDÍGENAS NORTEAMERICANAS ESTUDADAS
PELOS AUTORES, PARECE QUE EM GRANDE PARTE DOS VERBOS INTRANSITIVOS ESTATIVOS HÁ
ADIÇÃO DE MORFOLOGIA. EM KAINGANG, O MORFEMA -N- É ACRESCENTADO COMO SUFIXO
NA FORMA TRANSITIVA DO VERBO, E NA FORMA INTRANSITIVA O MORFEMA É ⌀. EM
CONTRAPARTIDA, A TEORIA PROPÕE QUE OS INERGATIVOS, TAMBÉM CONHECIDOS NA
LITERATURA COMO AGENTIVOS, NÃO SÃO TRANSITIVIZADOS PELO MESMO PROCESSO. NA
ESTRUTURA DOS INERGATIVOS A RAIZ COMPLEMENTO NÃO EXIGE UM ESPECIFICADOR. A
AUSÊNCIA DE UM ESPECIFICADOR, QUE NA FORMA TRANSITIVIZADA FUNCIONE COMO
OBJETO DO VERBO, BLOQUEIA A POSSIBILIDADE DE UMA TRANSITIVIZAÇÃO AUTOMÁTICA,
UMA VEZ QUE O SUJEITO DOS INERGATIVOS, DIFERENTEMENTE DO SUJEITO DOS
INACUSATIVOS, É UM ARGUMENTO EXTERNO A SUA ESTRUTURA ARGUMENTAL E NÃO O
ESPECIFICADOR DO VERBO. DE MODO GERAL, NÃO HAVENDO UM ESPECIFICADOR PARA
FUNCIONAR COMO OBJETO DA FORMA TRANSITIVA, OS INERGATIVOS SÃO CAUSATIVIZADOS
POR MEIO DO ACRÉSCIMO DO VERBO HAN (FAZER). COMO PREVÊ A TEORIA, O VERBO (2) NÃO
PODE SOFRER TRANSITIVIZAÇÃO AUTOMÁTICA, POIS O SEU SUJEITO EM (A) É UM
ARGUMENTO EXTERNO À SUA ESTRUTURA ARGUMENTAL:
(2)A. GĩR Vỹ
KUHUR
MENINO M.S TOSSIR (PAS)
‘O MENINO
TOSSIU’ B. GĩR
Nỹ
Vỹ
TI
KUHUR HAN
MENINO
MÃE M.S
ELE
TOSSIR FAZER (PAS)
‘A MÃE DO MENINO FEZ ELE
TOSSIR’ PRETENDE-SE, PORTANTO, SUGERIR, À LUZ DOS DADOS ACIMA QUE OS DADOS ATÉ
AGORA COLETADOS SE COMPORTAM COMO PREVÊ A HIPÓTESE DE HALE E KEYZER (2002),
SEGUNDO A QUAL HÁ TANTO UMA ESTRUTURA UNIVERSAL PARA OS VERBOS DE
TRANSITIVIZAÇÃO AUTOMÁTICA, NO CASO OS INACUSATIVOS, QUANTO UMA ESTRUTURA
UNIVERSAL PARA OS VERBOS QUE NÃO SOFREM TRANSITIVIZAÇÃO DIRETA, NO CASO OS
INERGATIVOS.
OLIVEIRA, ROSANA COSTA DE (UFPB)
PROCESSAMENTO DA ALTERNÂNCIA CAUSATIVA EM XAVANTE
CONSTRUÇÕES INCOATIVAS TAIS COMO “A PORTA FECHOU” TÊM SIDO ANALISADAS COMO
ESTRUTURA INTRANSITIVA QUE TEM SEU SUJEITO DERIVADO VIA MOVIMENTO SINTÁTICO. O
ÚNICO ARGUMENTO DESTE TIPO DE CONSTRUÇÃO É GERADO COMO OBJETO DO VERBO.
FUNDAMENTADOS EM RESULTADOS DE ESTUDOS DE JULGAMENTO DE ACEITABILIDADE E
LEITURA AUTO-MONITORADA DE ESTRUTURAS INCOATIVAS EM INGLÊS, LÍNGUA EM QUE NÃO
HÁ MARCAÇÃO MORFOLÓGICA DA ALTERNÂNCIA CAUSATIVA, DI SCIULLO, DE ALMEIDA,
MANOUILIDOU & DWIVEDI (2007) CONCLUEM QUE AS CONSTRUÇÕES INCOATIVAS POSSUEM
UMA ESTRUTURA SINTÁTICA MAIS COMPLEXA, APRESENTANDO MAIOR DIFICULDADE DE
PROCESSAMENTO, PORTANTO, SERIAM MENOS ACEITAS QUANDO COMPARADAS AS
CONSTRUÇÕES TRANSITIVAS, INDEPENDENTE DA ANIMACIDADE DO SUJEITO. MAIA, OLIVEIRA
& SANTOS (TO APPEAR) ARGUMENTAM QUE OS RESULTADOS DO EXPERIMENTO DE
JULGAMENTO DE GRAMATICALIDADE OBTIDOS COM FALANTES DA LÍNGUA XAVANTE, KARAJÁ
E PORTUGUÊS FORNECERAM INDICAÇÕES DE QUE AS INCOATIVAS (IN) SÃO
SIGNIFICANTEMENTE MAIS REJEITADAS DO QUE AS CONSTRUÇÕES TRANSITIVAS ANIMADAS
(TA) E INANIMADAS (TI). O PRESENTE TRABALHO FOI FEITO PARA TESTAR SE O
PROCESSAMENTO DAS CONSTRUÇÕES INCOATIVAS TAMBÉM É LIDO MAIS DEVAGAR QUE
SUAS CONTRAPARTES TRANSITIVAS EM UMA MEDIDA ON-LINE, TAIS COMO FORNECIDO PELO
TEMPO DE LEITURA MÉDIA NO EXPERIMENTO DE LEITURA AUTO-MONITORADA.
PARTICIPARAM DESTE EXPERIMENTO 12 ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS XAVANTE QUE
OBSERVARAM 15 CONJUNTOS DE FRASES, TAIS COMO EXEMPLIFICADAS ABAIXO,
DISTRIBUÍDAS EM UM DESIGN DE QUADRADO LATINO. AS SENTENÇAS FORAM DIVIDIDAS EM
DUAS PARTES E IMEDIATAMENTE SEGUIDAS POR UMA AFIRMAÇÃO A SER JULGADA COMO
CERTA OU ERRADA NA TELA DO COMPUTADOR. OS RESULTADOS INDICARAM QUE O VERBO
FOI LIDO SIGNIFICANTEMENTE MAIS LENTO NAS CONSTRUÇÕES INCOATIVAS DO QUE NAS
OUTRAS: IN(1062MS) X TA (786MS) (T (116)=4,33; P<0,0001***); IN (1062MS) X TI (841MS) (T
(116)=3,4; P=0,0009***); TA X TI (T(116)= 1,27;P=0,306 NS)
EXEMPLOS
TRANSITIVA ANIMADA AIBÖ ‘RIDAWA / MA TSITOWA. HOMEM PORTA/3ªPASS. ABRIR ‘O
HOMEM ABRIU A PORTA’
MARCUS ‘RIDAWA MA TSITOWA. MARCUS PORTA 3ªPASS. ABRIR ‘MARCUS ABRIU A PORTA’
TRANSITIVA INANIMADA IWA’U ‘RIDAWA / MA TSITOWA. VENTO PORTA / 3ªPASS. ABRIR ‘O
VENTO ABRIU A PORTA’
TÃ ‘RIDAWA MA TSITOWA CHUVA PORTA 3ªPASS. ABRIR ‘A CHUVA ABRIU A PORTA’
INCOATIVA ‘RIDAWA / MA TSITOWA. PORTA / 3ªPASS. ABRIR ‘A PORTA ABRIU’
AB’RE MA TSITOWA. BURACO 3ªPASS. ABRIR ‘O BURACO ABRIU’
SANTANA, JOSÉ VALDIR JESUS DE (UESB/UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS)
REFLEXÕES SOBRE EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: A ESCOLA INDÍGENA COMO ESPAÇO DE
CONSTRUÇÃO CULTURAL
O QUE PRETENDEMOS, NESTE TRABALHO, É REFLETIR ACERCA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR
INDÍGENA, PENSADA E CONSTRUÍDA NUMA PERSPECTIVA ESPECÍFICA, DIFERENCIADA E
INTERCULTURAL, ENTENDENDO-A COMO ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO CULTURAL. NO MESMO
SENTIDO, IMPORTA-NOS REFLETIR ACERCA DOS SENTIDOS DE UMA EDUCAÇÃO ESCOLAR
INDÍGENA ESPECÍFICA, DIFERENCIADA E INTERCULTURAL QUANDO REIVINDICADA PELOS
POVOS INDÍGENAS. AS REFLEXÕES AQUI APRESENTADAS FORAM CONSTRUÍDAS NO DECORRER
DE NOSSA PESQUISA DE MESTRADO, REALIZADA NO CONTEXTO DO POVO INDÍGENA KIRIRI,
LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE BANZAÊ/BA, NO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO E CONTEMPORANEIDADE DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA.
SILVA, DENISE & ROSA, ANDRÉA MARQUES (UNESP/UFMS-CPTL)
APONTAMENTOS SOBRE O SISTEMA PRONOMINAL TERENA (ARUAK)
ESTE TRABALHO TEM O OBJETIVO DE APRESENTAR ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O PRONOME
PESSOAL NA LÍNGUA TERENA, AS REFLEXÕES E ELABORAÇÃO DESTA DISCUSSÃO FORAM
REALIZADAS A PARTIR DE PESQUISA DE CAMPO, QUE CONTOU COM COLETA E ANÁLISE DE
DADOS LINGÜÍSTICOS. A COLETA CONTOU COM ENTREVISTA QUE OBJETIVOU GRAVAR
SENTENÇAS DA LÍNGUA TERENA EM DIVERSAS SITUAÇÕES, TANTO EM CONTEXTO DE USO,
COMO SENTENÇAS ISOLADAS, SEPARADAS POR BLOCOS VERBAIS, CONSIDERANDO EM AMBAS
AS FORMAS DE GRAVAÇÃO ASPECTOS LINGÜÍSTICOS COMO TEMPOS, MODOS E ASPECTOS
VERBAIS, GÊNERO, NÚMERO, TIPOS DE SENTENÇAS, ETC, E A COMPARAÇÃO DESSES DADOS
COM DADOS APRESENTADOS EM ESTUDOS ANTERIORES. AS REFLEXÕES BASEIAM-SE EM
LYONS (1979) SHOPEN ( 1985) GIVON ( 1984) KROEGER (2005) E PAYNE (2001). PARA
COMPREENDER O PRONOME PESSOAL EM TERENA, FAZ-SE NECESSÁRIO SABER QUE, A
CATEGORIA LINGUÍSTICA PRONOME PODE TER SEU SIGNIFICADO RELACIONADO AO
CONTEXTO OU SITUAÇÃO DO DISCURSO, ASSIM, DE ACORDO COM KROEGER (2005: 135), A
REFERÊNCIA (OU INTERPRETAÇÃO SEMÂNTICA), DE PRONOMES, NO ENTANTO, NÃO É FIXA.
ELA DEPENDE MUITO DO CONTEXTO DE USO, ISTO É, QUEM ESTÁ FALANDO A QUEM, EM QUE
OCASIÃO, AQUILO QUE FOI DITO, ETC. UM PRONOME PODE REMETER A ALGUÉM OU ALGUMA
COISA, QUER NO CONTEXTO IMEDIATO (TEMPO E LOCAL), ONDE A LÍNGUA SE REALIZA, OU ELE
PODE SE REFERIR A ALGO QUE FOI MENCIONADO ANTERIORMENTE NO MESMO DISCURSO. O
PRONOME EM TERENA, TRATA-SE DE UMA FORMA LINGÜÍSTICA QUE PODE SUBSTITUIR UMA
FRASE SUBSTANTIVA NA LÍNGUA, POIS, OS PRONOMES, COMO AFIRMA PAYNE (2001: 42), SÃO
FORMAS LIVRES (EM OPOSIÇÃO AOS AFIXOS) QUE FUNCIONAM ISOLADAMENTE PARA
PREENCHER A POSIÇÃO DE UMA FRASE SUBSTANTIVA EM UMA SENTENÇA E, TÊM,
NORMALMENTE, TODAS AS PROPRIEDADES DISTRIBUCIONAIS DE FRASES SUBSTANTIVAS.
TODOS OS IDIOMAS PARECEM TER ALGUM TIPO DE CONCORDÂNCIA PRONOMINAL. A
MAIORIA DAS LÍNGUAS, FAZEM UMA DISTINÇÃO ENTRE PRONOMES SINGULAR E PLURAL,
PELO MENOS NA PRIMEIRA PESSOA (EU VERSUS NÓS). É O QUE OCORRE COM O TERENA, EM
QUE HÁ DISTINÇÃO DE NÚMERO NA PRIMEIRA PESSOA, PORÉM NÃO HÁ NAS OUTRAS
PESSOAS, EM QUE O PLURAL É MARCADO POR MORFEMAS PLURALIZADORES. ALÉM DE
PESSOA E NÚMERO, MUITAS LÍNGUAS TÊM FORMAS DISTINTAS DE PRONOMES PARA INDICAR
O GÊNERO OU CLASSE DO SUBSTANTIVO ANTECEDENTE. O GÊNERO É MAIS COMUMENTE
MARCADO NA FORMA DE TERCEIRA PESSOA, E NUNCA É DISTINGUIDO NA PRIMEIRA PESSOA,
A MENOS QUE TAMBÉM SEJA DISTINGUIDO NA SEGUNDA E/OU TERCEIRA PESSOA (KROEGER,
2005, P. 138; PAYNE, 2001, P. 44). NO CASO DA LÍNGUA TERENA, NÃO HÁ DISTINÇÃO DE
GÊNERO NOS PRONOMES PESSOAIS. ESTA DISTINÇÃO FICA CONDICIONADA AO CONTEXTO E
SITUAÇÃO DO DISCURSO. OS PRONOMES PESSOAIS NA LÍNGUA TERENA, TAMBÉM PODEM VIR
LIGADOS AO VERBO NAS SENTENÇAS, COMO FORMAS PRESAS, COM CARACTERÍSTICAS
PROSÓDICAS. SEGUNDO GÍVON (1984: 84) AFIXOS SUJEITOS PRONOMINAIS SÃO ALGUNS DOS
MAIS PROEMINENTES MEMBROS DO PARADIGMA FLEXIVO DO VERBO. DIANTE DAS FORMAS
PRONOMINAIS PESSOAIS OFERECIDAS PELA LÍNGUA TERENA, O FALANTE ESCOLHE A FORMA
ADEQUADA A UM DETERMINADO CONTEXTO BASEANDO-SE EM VÁRIOS FATORES. AS
CARACTERÍSTICAS DE PESSOA, NÚMERO, E DE GÊNERO SÃO DETERMINADAS PELA REFERÊNCIA
DESTINADA. (FUNDECT/MS/CAPES)
SILVA, IVAN ROCHA DA (USP)
ESTRUTURAS ARGUMENTAIS KARITIANA: EVIDÊNCIAS MORFOSSINTÁTICAS
NESTE TRABALHO, APRESENTAREMOS AS CLASSES VERBAIS IDENTIFICADAS NA LÍNGUA
KARITIANA (TUPI, FAMÍLIA ARIKEM, RONDÔNIA) COM BASE EM TESTES EMPÍRICOS, QUE
OBSERVAMOS NO COMPORTAMENTO SINTÁTICO DA LÍNGUA. MOSTRAREMOS OS TESTES
APLICADOS QUE NOS POSSIBILITARAM VERIFICAR A EXISTÊNCIA DE VERBOS TRANSITIVOS,
INTRANSITIVOS E BITRANSITIVOS NA LÍNGUA, COM BASE EM EVIDÊNCIAS MORFOSSINTÁTICAS.
DAREMOS ÊNFASE ÀS CLASSES DOS INTRANSITIVOS E AFIRMAMOS QUE NESSA CLASSE HÁ
APENAS VERBOS INACUSATIVOS. A EVIDÊNCIA QUE APRESENTAMOS A FAVOR DESTA ANÁLISE
É O FATO DE TODOS OS INTRANSITIVOS TEREM O MESMO COMPORTAMENTO SINTÁTICO
(VER PARADIGMA DE 05 A 08), OU SEJA, PERMITEM A ALTERNÂNCIA TRANSITIVO-INCOATIVA
POR MEIO DA ADIÇÃO DE UM MORFEMA TRANSITIVIZADOR {M-} (07). DENTRE ESSES VERBOS
INACUSATIVOS TEMOS UMA SUBCLASSE DE INTRANSITIVOS COM SUJEITO EXPERIENCIADOR E
UM OBJETO OBLÍQUO ‘OPCIONAL’, QUE SÃO VERBOS PSICOLÓGICOS COMO PYTING ‘QUERER’,
SONDYP ‘SABER’, SO´OOT HÃRAJ ‘GOSTAR’, PASA 'AMAR’ ETC (VER EXES:. (01) E (02) ).
MOSTRAREMOS, ANDA, NESTE TRABALHO, OUTRAS EVIDÊNCIAS QUE CORROBORAM QUE
ESSE SINTAGMA POSPOSICIONADO (OBJETO OBLÍQUO) DOS VERBOS INTRANSITIVOS
(PSICOLÓGICOS) APRESENTADO NÃO É ADJUNTO, MESMO, POIS, TENDO UM CARÁTER
OPCIONAL NO QUE DIZ RESPEITO A SUA REALIZAÇÃO FAZ PARTE DA ESTRUTURA
ARGUMENTAL.
(01) PYPASADNAN TASO (TASOOJOTY)
‘O HOMEM AMA A SUA ESPOSA’
(02)
PYSONDYPYN (PIKOMTY) I
‘ELE SABE DO MACACO’
(03)
PYRYSOMYN KINDA´O ‘A FRUTA AVERMELHOU’
(04)
PYRYMSOMYN ASYRYTY TASO ‘O HOMEM FEZ A BANANA AVERMELHAR’ / ‘O HOMEM
AVERMELHOU A BANANA’
OUTRA EVIDÊNCIA DE MUDANÇA DE VALÊNCIA NA LÍNGUA É A PASSIVIZAÇÃO COM O
MORFEMA {A-}, QUE INTRANSITIZA UM VERBO TRANSITIVO. TODOS OS INTRANSITIVOS FICAM
AGRAMATICAIS QUANDO ADICIONAMOS A ELES ESSE MORFEMA PASSIVIZADOR (EX. 06). JÁ OS
TRANSITIVOS FICAM AGRAMATICAIS SE A ELES ADICIONARMOS O MORFEMA {M-}. CONTUDO,
PODEMOS PASSIVIZAR UM VERBO INTRANSITIVO QUE TENHA SIDO TRANSITIVIZADO PELO
MORFEMA TRANSITIVIZADOR.
(05) PYRYOTAMYN JOÃO ‘JOÃO CHEGOU’
(06)
*PYRAOTAMYN JOÃO
(07)
PYRYMBOTAMYN PEDRO JOÃO ‘JOÃO FEZ PEDRO CHEGAR’
(08)
PYRAMBOTAMYN PEDRO ‘FIZERAM PEDRO CHEGAR’
A NOÇÃO DE CAUSATIVIZAÇÃO UTILIZADA NORMALMENTE PARA NOMEAR PROCESSOS DE
MUDANÇA DE VALÊNCIA DO TIPO DISCUTIDO NO PRIMEIRO PARAGRÁFO SERÁ INTERPRETADO
NESTE TRABALHO COMO TRANSITIVIZAÇÃO AUTOMÁTICA DE VERBOS INACUSATIVOS (HALE &
KEYSER 2002). NO CORPUS SOB ANÁLISE CONTABILIZAMOS 175 RAÍZES VERBAIS TESTADAS,
ENTRE INTRANSITIVAS, TRANSITIVAS E BITRANSITIVAS, SENDO 136 VERBOS INTRANSITIVOS,
NOTAMOS QUE TODOS ESSES INTRANSITIVOS SOFREM ALTERNÂNCIA TRANSITIVA-INCOATIVA,
DESSES 136 VERIFICAMOS QUE HÁ 18 RAÍZES DO TIPO MOSTRADO NOS EXEMPLOS (01) E (02).
ESTA SUBCLASSE APRESENTAM SEMÂNTICA DE VERBOS PSICLÓGICOS COM SUJEITO
EXPERIENCIADOR E UM OBJETO OBLÍQUO. O INTERESSANTE É QUE TODOS APRESENTAM
SEMÂNTICA DE VERBOS INACUSATIVOS (ESTATIVOS) E COM ISSO PODEM SER TRANSITIVIZADO
PELO MORFEMA {M-}, OCORRENDO AUMENTO DE VALÊNCIA.
SILVA, JORGE AUGUSTO ALVES DA (UESB)
O ELEMENTO INDÍGENA COMO FORMADOR DA IDENTIDADE SOCIOLINGÜÍSTICA DO
PORTUGUÊS DO BRASIL: REPENSANDO NOSSA HISTÓRIA LINGÜÍSTICA.
A LEI FEDERAL 11465/08 QUE TORNOU OBRIGATÓRIO O ENSINO DE “HISTÓRIA E CULTURA
AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA” NOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO,
OFICIAIS E PARTICULARES ENCONTROU PROFESSORES E GRADUANDOS COMPLETAMENTE
DESPREPARADOS PARA ENFRENTAREM CIENTIFICAMENTE A INCLUSÃO EM SALA DE AULA DE
ASSUNTOS PERMEADOS DE VISÕES “ROMÂNTICAS” CALCADAS NA DITA “CONTRIBUIÇÃO”.
EMBORA A MESMA LEI ORDENE QUE PROFISSIONAIS NA PRÁTICA DO ENSINO DE LITERATURA
DEVESSEM MINISTRAR AULAS QUE PRIORIZASSEM CONTEÚDOS REFERENTES À HISTÓRIA E
CULTURA DOS POVOS INDÍGENAS, OS PROFISSIONAIS DE LETRAS E OS GRADUANDOS EM
LETRAS POUCO OU NADA SABEM COMO LIDAR COM ELEMENTOS DE CULTURA INDÍGENA EM
NOSSA REALIDADE. A LEI ENSEJA, PORTANTO, O RESGATE DAS “CONTRIBUIÇÕES NAS ÁREAS
SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA, PERTINENTES À HISTÓRIA DO BRASIL.” COMO SE DARÁ TAL
“RESGATE” EM SALA DE AULA SE A ATUAL GERAÇÃO E AS ANTERIORES FORAM PREPARADAS
PARA OLHAREM A CONDIÇÃO DO NEGRO E DO ÍNDIO COM UMA VISÃO EUROCÊNTRICA DE
SUPERIORIDADE BRANCA? ASSIM POSTO, TAL DESPREPARO LEVA-OS A REPETIREM
EQUÍVOCOS HISTÓRICOS E ALIMENTAREM PRECONCEITOS SOBRE O PAPEL DOS POVOS
INDÍGENAS NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE SOCIOLINGÜÍSTICA DO POVO BRASILEIRO. NESSE
SENTIDO, NOSSO ESTUDO VEM FAZER UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE O QUE SE ATRIBUIU AO
ELEMENTO INDÍGENA NA FORMAÇÃO DE NOSSA IDENTIDADE LINGÜÍSTICA. O ESTUDO
CONTÉM, AINDA, UMA PROPOSTA DE REFLEXÃO CIENTÍFICA SOBRE A ATUAL SITUAÇÃO, À
MEDIDA QUE PROCURA FAZER UMA REVISÃO SOBRE O PAPEL DOS POVOS INDÍGENAS PELO
VIÉS DA LINGUAGEM, PALCO EM QUE OS CONFLITOS SE ATUALIZAM E SE RENOVAM
DIUTURNAMENTE. PARA TANTO, SÃO USADOS CONHECIMENTOS SOCIOLINGÜÍSTICOS,
ESPECIALMENTE, DAQUELA CORRENTE CHAMADA DE INTERACIONISTA, EM QUE QUESTÕES DA
PRÁTICA DO DISCURSO SÃO POSTAS EM PAUTA DE DISCUSSÃO E PLANEJAMENTO DE
ATIVIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS NO ENSINO DA LÍNGUA EM SUA VARIEDADE CULTA,
MAS COM REFLEXÕES DE “COMO SE FALA” (A VERNACULIDADE) NO COTIDIANO. EM TAL
VISÃO, É IMPORTANTE A COMPREENSÃO DO CONCEITO DE IDENTIDADE NUMA PERSPECTIVA
DE “SE VER” E “VER O OUTRO”. PALAVRAS-CHAVE: SOCIOLINGÜÍSTICA. PORTUGUÊS
BRASILEIRO. ENSINO DE CULTURA INDÍGENA.
SILVA, JOSÉ LUÍS CAETANO DA (UESB)
ETNICIDADE E ADESÃO PESSOAL: A ESCOLHA DO NOME INDÍGENA ENTRE OS PATAXÓ
MERIDIONAIS
SEJA SE RELACIONANDO COM OS NÃO-PATAXÓ, COM SEU BONÉ DISFARÇANDO SUA
CONDIÇÃO PATAXÓ, SEJA TRANSFORMADO EM SUA PESSOA RITUAL, NAS FESTIVIDADES E NAS
DEMAIS OCASIÕES PÚBLICAS ONDE REPRESENTA SUA CONDIÇÃO PATAXÓ ELE CARREGA
CONSIGO SEU NOME PORTUGUÊS QUE É A UM SÓ TEMPO PESSOAL E FAMILIAR E O SEU
NOME INDÍGENA QUE É A UM SÓ TEMPO UMA REPRESENTAÇÃO DO SEU EU E A
REPRESENTAÇÃO DESTE EU ENQUANTO UM EU-ÉTNICO; COMO SE PODE DEPREENDER DOS
SIGNIFICADOS QUE ATRIBUEM A ESTES NOMES.
SILVA, PAULO DE TÁSSIO BORGES DA (UNEB)
PUTXOP: PESQUISA INTERCULTURAL DOS PROCESSOS-PRODUTOS EDUCATIVOS
EXPERIMENTADOS NA DISSEMINAÇÃO DO CONHECIMENTO AGROECOLÓGICO E NA
REVITALIZAÇÃO DA ETNOECONOMIA E DA CULTURA ALIMENTAR PATAXÓ
O PUTXOP É UM PROJETO DE PESQUISA INTERCULTURAL E DE EXTENSÃO QUE INTENCIONA
DIAGNOSTICAR AS REALIDADES LOCAIS COMO PRINCÍPIO OU PONTO DE PARTIDA PROCESSUAL
DE SUA INTERVENÇÃO OU PROCESSO FORMATIVO. TRATA-SE DE MELHOR CONHECER A
DIVERSIDADE DO QUADRO SITUACIONAL EM QUE VIVEM OS PATAXÓ, OS CONTEXTOS DAS
COMUNIDADES E ALDEIAS. PRETENDE-SE DESCREVER E ANALISAR A EXPERIMENTAÇÃO DA
FORMAÇÃO INTERCULTURAL EM AGROECOLOGIA. ETNOECONOMIA E ASSOCIATIVISMO, UMA
INICIAÇÃO AO ETNODESENVOLVIMENTO E À TEMÁTICA DA SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL, À FORMAÇÃO DE REDES DE COMÉRCIO JUSTO E OU DE ECONOMIA POPULAR
SOLIDÁRIA. DO PONTO DE VISTA EPISTEMOLÓGICO-METODOLÓGICO OPTAMOS PELA
COMBINAÇÃO DOS MÉTODOS QUANTITATIVO E QUALITATIVO. O ESTUDO É MOTIVADO POR
DEMANDAS VINDAS DAS COMUNIDADES PATAXÓ. DESTA FORMA, UTILIZAMOS ABORDAGENS
DA PESQUISA-AÇÃO (BARBIER, 1996), DA PESQUISA PARTICIPANTE (BRANDÃO, 1986), DA
PEDAGOGIA DA PRÁXIS (FREIRE, 1996).
SILVA, TALITA RODRIGUES DA (USP)
DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA CLASSE DOS VERBOS DA LÍNGUA INDÍGENA PYKOBJÊ-GAVIÃO
NOSSA PROPOSTA PARA A PESQUISA DE MESTRADO EM ANDAMENTO É DESCREVER E
ANALISAR AS CLASSES DE PALAVRAS QUE SE DIFERENCIAM NA LÍNGUA INDÍGENA BRASILEIRA
PYKOBJÊ-GAVIÃO. O PYKOBJÊ-GAVIÃO É, SEGUNDO ARYON DALL’IGNA RODRIGUES (1986),
UMA DAS OITO LÍNGUAS MEMBRO DO GRANDE GRUPO ÉTNICO TIMBIRA (TRONCO
LINGUÍSTICO MACRO JÊ, FAMÍLIA JÊ). PARA FINS DE ANÁLISE, UTILIZAMOS COMO CRITÉRIOS
DE DIFERENCIAÇÃO DAS CLASSES EXISTENTES NA LÍNGUA PYKOBJÊ ASPECTOS
MORFOSSINTÁTICOS E MORFOSSEMÂNTICOS. A PARTIR DELES DISTINGUIMOS, ATÉ ENTÃO,
NESSA LÍNGUA, AS SEGUINTES CLASSES DE PALAVRAS, TAMBÉM APONTADAS POR ROSANE DE
SÁ AMADO (2004): NOME, PRONOME, TERMOS DE CLASSES, VERBO, PARTÍCULAS (NOMINAIS
E VERBAIS) E MODIFICADORES (ADJETIVO E ADVÉRBIO). DESSE MODO, NA PRESENTE
DISCUSSÃO, PROPOMO-NOS A OFERECER ATENÇÃO ESPECIAL À CLASSE DOS VERBOS. OS
VERBOS [-N, +V], DE ACORDO COM NOAM CHOMSKY (1981), SE DIFERENCIAM DOS NOMES
[+N, -V], PORQUE SÃO CAPAZES DE ATRIBUIR CASO SEMÂNTICO (K), O QUE É INERENTE A
QUALQUER CATEGORIA LEXICAL [-N]. EM PYKOBJÊ, O VERBO É O PREDICADOR PAR
EXCELLENCE E, NESSA FUNÇÃO, S-SELECIONA (SELEÇÃO SEMÂNTICA) E C-SELECIONA (SELEÇÃO
CATEGORIAL) SEU(S) ARGUMENTO(S). NESSA LÍNGUA, OS VERBOS SE DIFERENCIAM EM DUAS
GRANDES CLASSES: VERBOS ATIVOS E VERBOS ESTATIVOS. ENTENDEMOS POR VERBO ATIVO
AQUELE QUE S-SELECIONA UM ‘SUJEITO’ COM OS TRAÇOS *+VOLIÇÃO/DESENCADEAMENTO
DA AÇÃO] E [+CONTROLE DA AÇÃO] E POR VERBO ESTATIVO AQUELE QUE S-SELECIONA UM
‘SUJEITO’, QUE É *-VOLIÇÃO/DESENCADEAMENTO DA AÇÃO]. OS VERBOS ESTATIVOS SÓ
APRESENTAM UM ARGUMENTO, LOGO, SÃO SEMPRE VERBOS INTRANSITIVOS. JÁ OS VERBOS
ATIVOS PODEM EXIGIR UM OU MAIS ARGUMENTOS E BOA PARTE DELES É
MORFOFONOLOGICAMENTE DISTINGUÍVEL EM FORMA LONGA E FORMA BREVE, A DEPENDER
DO TEMPO VERBAL. ENTÃO, PODEMOS ASSINALAR A EXISTÊNCIA DAS SEGUINTES FORMAS
VERBAIS, EM PYKOBJÊ: VERBOS INTRANSITIVOS ATIVOS, VERBOS INTRANSITIVOS ESTATIVOS,
VERBOS TRANSITIVOS BIARGUMENTAIS (‘SUJEITO’ COM PAPEL TEMÁTICO DE AGENTE OU DE
EXPERIENCIADOR + ‘OBJETO DIRETO’) E VERBOS TRANSITIVOS TRIARGUMENTAIS (‘SUJEITO’ +
‘OBJETO DIRETO’ + ‘OBJETO INDIRETO’). AS CATEGORIAS DE TEMPO/ASPECTO E MODO ESTÃO
ASSOCIADAS A PRIORI À CLASSE DOS VERBOS. NO PYKOBJÊ, O TEMPO NÃO-MARCADO É O
PASSADO, SENDO QUE PRESENTE E FUTURO SE DIFERENCIAM ATRAVÉS DA PARTÍCULA ‘HA’,
INDICADORA DE FUTURO. ALÉM DISSO, OS PRONOMES PESSOAIS TAMBÉM CEDEM À CISÃO
ENTRE PASSADO E TEMPOS DO NÃO-PASSADO. POR FIM, PERCEBEMOS QUE NAS ORAÇÕES
COM VERBOS TRANSITIVOS, SE O TEMPO FOR O NÃO-MARCADO, O SUJEITO SINTÁTICO
RECEBE A MARCA QUE DESIGNA ‘CASO ERGATIVO’, O QUE FAZ DO PYKOBJÊ UMA LÍNGUA
CUJA ERGATIVIDADE É CINDIDA.
SOARES, ELIANE PEREIRA MACHADO (UFPA)
ATITUDES LINGUÍSTICAS EM UMA ALDEIA INDÍGENA DO SUDESTE DO PARÁ
A COMUNIDADE INDÍGENA SOBRE A QUAL DISCUTIMOS ASPECTOS RELACIONADOS A
ATITUDES LINGUÍSTICAS NO QUE TANGE AOS USOS DA LÍNGUA MATERNA E DA LÍNGUA
PORTUGUESA PELOS FALANTES INDÍGENAS, VIVE NA TERRA INDÍGENA (TI) MÃE MARIA,
LOCALIZADA NO KM 25 DA BR 222, MUNICÍPIO DE BOM JESUS DO TOCANTINS, NO SUDESTE
DO PARÁ, NUMA ÁREA DE 62.4888,4516 HA, DENOMINADA KYIKATÊJÊ AMTÀTI,
POPULARMENTE CONHECIDOS COMO ÍNDIOS “GAVIÃO”, INTEGRANDO O GRUPO TIMBIRA,
SENDO, PORTANTO, A LÍNGUA CONSIDERADA DA FAMÍLIA LINGÜÍSTICA JÊ-TIMBIRA.”. OS
CONTATOS DA COMUNIDADE COM NÃO INDÍGENAS VEM SE INTENSIFICANDO NOS ÚLTIMOS
TEMPOS, DESDE A ABERTURA DA PA-150 NA DÉCADA DE 1970 E CULMINAM COM A
PASSAGEM DA ESTRADA DE FERRO CARAJÁS E COM A INSTALAÇÃO DA LINHA DE
TRANSMISSÃO DA ELETRONORTE NA DÉCADA DE 1980, QUE PROMOVERAM IMPACTOS
AMBIENTAIS NA ÁREA E IMPACTOS SOCIOCULTURAIS NA VIDA DA ALDEIA (CF. FERNANDES,
CARDOSO E SÁ, 2008; BELTRÃO, 2002). NA PERSPECTIVA LINGÜÍSTICA, É DE SE PENSAR QUE AS
SITUAÇÕES DE CONTATO PODEM TER TRAZIDO INTERFERÊNCIAS AS MAIS DIVERSAS, QUE
PODERIAM INCLUSIVE AMEAÇAR A PERMANÊNCIA DA LÍNGUA ORIGINALMENTE FALADA POR
ESSE POVO, POIS “O DESAPARECIMENTO DE LÍNGUAS ACARRETA PREJUÍZO DE TODA ORDEM
NOS ÂMBITOS INDIVIDUAL E COLETIVO, PORQUE A LÍNGUA IDENTIFICA, CARACTERIZA E
QUALIFICA UM INDIVIDUO OU UMA COMUNIDADE HUMANA.” (LUCIANO, 2006: P. 22). SABESE QUE MUITAS DAS LÍNGUAS INDÍGENAS OUTRORA FALADAS NO BRASIL JÁ DESAPARECERAM
OU ESTÃO EM EXTINÇÃO, HAVENDO INCLUSIVE POVOS QUE NÃO FALAM SUAS LÍNGUAS
ORIGINAIS, DEVIDO A UMA DIVERSIDADE DE FATORES, DENTRE OS QUAIS A INTRODUÇÃO DE
NOVOS HÁBITOS CULTURAIS E DE CONSUMO. ESSA PREOCUPAÇÃO TEM LEVADO A BUSCA DE
ESTRATÉGIAS QUE TEM POR OBJETIVO A APROPRIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E DOS VALORES
PRÓPRIOS DA IDENTIDADE KYIKATÊJÊ E QUE SE MANIFESTA NA FORMA COMO ENTENDEM OS
USOS DA LÍNGUA INDÍGENA E DA LÍNGUA MATERNA PELA COMUNIDADE INDÍGENA. SOB ESSE
ASPECTO, ESTE PROJETO PODE SER CONSIDERADO UMA SEGUNDA ETAPA DE TRABALHO COM
ESSA COMUNIDADE INDIGENA, HAJA VISTA A PEQUISA JÁ ANDAMENTO INTITULADA
“SITUAÇÃO SOCIOLINGUÍSTICA DA ALDEIA INDÍGENA KYIKATÊJÊ AMTÀTI” QUE VEM
COLETANDO DADOS NO SENTIDO DE SE CONTRIBUIR PARA O CONHECIMENTO SOBRE AS
SITUAÇÕES DIVERSAS QUE CARACTERIZAM OS USOS DESSA LÍNGUA INDÍGENA E DA LÍNGUA
PORTUGUESA PELOS FALANTES INDÍGENAS, AS ATITUDES DOS FALANTES EM RELAÇÃO A TAIS
USOS, E, UMA VEZ CARACTERIZADAS, POSSAMOS CONTRIBUIR PARA A CRIAÇÃO DE
CONDIÇÕES DE MANUTENÇÃO DA LÍNGUA ORIGINALMENTE FALADA POR ESSE POVO. ASSIM,
A PROPOSTA ORA APRESENTADA FAZ PARTE DE UMA SEGUNDA ETAPA DE TRABALHO, POIS SE
CONSTITUI EM UMA PROPOSTA DE TRABALHO A PARTIR DOS DADOS JÁ OBTIDOS QUE
PODERÃO SERVIR DE PARÂMETRO PARA A ELABORAÇÃO DE PROPOSTAS QUE VISEM
CONTRIBUIR COM A EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA IMPLEMENTADA NA ESCOLA DA
COMUNIDADE. COM ISSO, VISA-SE INTENSIFICAR A MANUTENÇÃO DA IDENTIDADE INDÍGENA,
ESPECIALMENTE POR MEIO DE ATIVIDADES VOLTADAS PARA A COMPREENSÃO DE ASPECTOS
DA LÍNGUA PORTUGUESA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO PARA FALANTES EM
CONTEXTO BILÍNGÜE.
SOUZA, ESTER MARIA DE FIGUEIREDO (UESB)
EDUCAÇÃO INDÍGENA: A LEI 11.645/2008 E IMPACTOS LINGUÍSTICOS NA ESCOLA
A COMUNICAÇÃO ABORDA A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI 11.645/2008 QUE MODIFICA A LEI NO
9.394/1996, QUE ESTABELECE AS DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL, PARA
INCLUIR NO CURRÍCULO OFICIAL DA REDE DE ENSINO A OBRIGATORIEDADE DA TEMÁTICA
HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA. APRESENTA O CONCEITO DE EDUCAÇÃO
ESCOLAR INDÍGNEA COMUMENTE DIVULGADO E OS DESDOBAMENTOS DESSE CONCEITO PARA
O CURRÍCULO, ENFOCANDO AS PRÁTICAS CURRICULARES NA ESCOLA COMO PRÁTICAS
DISCURSIVAS, CONSTITUTIVAS DE IDENTIDADES LINGUÍSTICAS. INDICAM-SE REFLEXÕES SOBRE
ELEMENTOS DE POLÍTICAS LINGUÍSTICAS NO CONJUNTO DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS,
APRESENTANDO DADOS REFERÊNCIAS DO ESTADO DA BAHIA ACERCA DO ATENDIMENTO
EDUCACIONAL INDÍGNEA, COM O PROPÓSITO DE POLEMIZAR E DEBATER ACERCA DA ADOÇÃO
DE PRECEITOS E DIRETRIZES LEGIAS NO DESENVOLVIMENTO DE CURRÍCULOS ESCOLARES.
PALAVRAS CHAVES: CURRÍCULO. EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGNEA. LINGUAGEM
SPOLADORE, FERNANDA FERREIRA (UFU)
A INTERROGAÇÃO EM SATERÉ-MAWÉ – UMA ANÁLISE DAS PROFORMAS COMPLEXAS
PRETENDE-SE, NESTE TRABALHO, APRESENTAR UMA ANÁLISE DAS PROFORMAS
INTERROGATIVAS COMPLEXAS DA LÍNGUA SATERÉ-MAWÉ (TUPI), A QUAL É FALADA PELO
POVO DE MESMO NOME QUE, EM SUA MAIORIA, HABITA A ÁREA INDÍGENA ANDIRÁ-MARAU,
LOCALIZADA NO BAIXO RIO AMAZONAS, NO LIMITE DOS ESTADOS DO AMAZONAS COM O
PARÁ. SEGUNDO PAYNE (2007), AS LÍNGUAS DO MUNDO, DESCRITAS E ANALISADAS ATÉ O
MOMENTO, COMPORTAM-SE DE MODO SEMELHANTE AO APRESENTAREM DUAS
POSSIBILIDADES DE CONSTRUÇÃO DE ENUNCIADOS INTERROGATIVOS: DE UM LADO, ESTÃO
OS ENUNCIADOS PARA OS QUAIS APENAS RESPOSTA AFIRMATIVA OU NEGATIVA É SUFICIENTE
(TIPO 1), E DE OUTRO, AGRUPAM-SE OS ENUNCIADOS CUJAS RESPOSTAS NECESSITAM SER
MAIS COMPLETAS, DADA A IMPOSSIBILIDADE DE RESPONDÊ-LOS APENAS COM AFIRMAÇÃO
OU NEGAÇÃO (TIPO 2). OBSERVAMOS QUE, NOS DADOS DA LÍNGUA SATERÉ-MAWÉ
ANALISADOS, OS ENUNCIADOS DO TIPO 2 SÃO CONSTRUÍDOS MEDIANTE O EMPREGO DE
PROFORMAS INTERROGATIVAS, BEM COMO DE PARTÍCULAS INTERROGATIVAS, CUJA ADIÇÃO
NO ENUNCIADO ORA TORNA-SE OBRIGATÓRIA, ORA NÃO. OBSERVAMOS, AINDA, QUE AS
PROFORMAS INTERROGATIVAS PODEM CONSISTIR EM SIMPLES OU COMPLEXAS, DE ACORDO
COM A POSSIBILIDADE DE SEREM CONSTITUÍDAS POR APENAS UM MORFEMA OU POR MAIS
DE UM MORFEMA. NESTE TRABALHO, PRETENDEMOS MOSTRAR COMO SE ESTRUTURAM AS
PROFORMAS INTERROGATIVAS COMPLEXAS EM SATERÉ-MAWÉ, DE QUE MORFEMAS SÃO
CONSTITUÍDAS E QUAL O VALOR SEMÂNTICO DESSAS UNIDADES. A PARTIR DA ANÁLISE
DESSAS PROFORMAS, OBJETIVAMOS CONTRIBUIR PARA A COMPREENSÃO DO SISTEMA
INTERROGATIVO DA LÍNGUA SATERÉ-MAWÉ.
VASCONCELOS, EDUARDO ALVES (IEL/UNICAMP)
AS LISTAS DE PALAVRAS DE SAINT-HILAIRE E A LÍNGUA CAYAPÓ DO SUL
SAINT-HILAIRE ESTEVE NO BRASIL ENTRE 1816 E 1822, NESTE PERÍODO PERCORREU AS
PROVÍNCIAS DE RIO DE JANEIRO, MINAS GERAIS, ESPÍRITO SANTO, SÃO PAULO, SANTA
CATARINA E RIO GRANDE DO SUL. DURANTE SUA VIAGEM COLETOU PRINCIPALMENTE
MATERIAL BOTÂNICO E ZOOLÓGICO. NO SEU TRAJETO PASSOU POR VÁRIAS REGIÕES QUE
AINDA ERAM HABITADAS POR GRUPOS INDÍGENAS E OPORTUNAMENTE REGISTROU EM
PEQUENAS LISTAS DE PALAVRAS A LÍNGUA QUE ESTES POVOS FALAVAM. DESTA FORMA, ELE
REUNIU UM IMPORTANTE CONJUNTO DE INFORMAÇÕES SOBRE AS LÍNGUAS INDÍGENAS
BRASILEIRAS DAQUELAS PROVÍNCIAS. NESTE ESTUDO PRETENDO IDENTIFICAR AS
REGULARIDADES E AS IRREGULARIDADES COMUNS A ESTES REGISTROS, BUSCANDO ASSIM,
ESCLARECER MELHOR AS CORRESPONDÊNCIAS ENTRE O REGISTRO E A FONOLOGIA DA
LÍNGUA. PARTO DO QUE É COMUM NAS DIVERSAS LISTAS PARA SUSTENTAR OU NEGAR
HIPÓTESES LEVANTADAS POR MIM SOBRE O REGISTRO DE UMA LISTA PARTICULAR: A LISTA DE
PALAVRAS CAYAPÓ DO SUL COLETADA NA ALDEIA DE SÃO JOSÉ DA MOSSÂMEDES, EM GOIÁS.
(BOLSISTA FAPESP PRCESSO NÚMERO 2008/10995-1)
VIVANCO, KARIN CAMOLESE & MELLO, LETÍCIA NÓBREGA DE (USP)
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS EVIDENCIAIS EM KARITIANA: MORFOLOGIA, SINTAXE E
SEMÂNTICA
O OBJETIVO DO PRESENTE TRABALHO É ESTUDAR A OCORRÊNCIA DA EVIDENCIALIDADE EM
KARITIANA, LÍNGUA DO TRONCO TUPI, FAMÍIA ARIKÉM.
MAIS ESPECIFICAMENTE,
APRESENTAREMOS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DA MORFOLOGIA, DA SINTAXE E DA
SEMÂNTICA DOS EVIDENCIAIS. EVIDENCIALIDADE SE REFERE À CODIFICAÇÃO GRAMATICAL DO
CONHECIMENTO DO FALANTE SOBRE A FONTE DA INFORMAÇÃO VEICULADA (CF. FALLER,
2002). OS EVIDENCIAIS SÃO DIVIDIDOS EM: (I) EVIDÊNCIA DIRETA (VISUAL, AUDITIVA, ETC), (II)
INDIRETA (ALGUÉM CONTOU AO FALANTE A INFORMAÇÃO QUE ELE AGORA VEICULA) E (III)
INFERÊNCIA – EVIDÊNCIAS ANTERIORES FAZEM-NO CRER QUE A PROPOSIÇÃO SEJA
VERDADEIRA (CF. FALLER, 2002). A LÍNGUA KARITIANA POSSUI OS TRÊS TIPOS DE EVIDENCIAIS
DESCRITOS NA LITERATURA: DIRETO-VISUAL (TA’Ã), INDIRETO- (SARYT) E INDIRETOINFERENCIAL. ESSE ÚLTIMO NÃO É LEXICALMENTE ESTABELECIDO EM KARITIANA,
OCORRENDO COM O USO DO PREFIXO DE MODO DECLARATIVO TA(KA) TAMBÉM, EM
SITUAÇÕES ESPECÍFICAS QUE, SEGUNDO A CONCORDÂNCIA DE PESSOA, SE UTILIZARIA O
ALOMORFE NA(KA). EM NOSSO TRABALHO, DAREMOS EXEMPLOS DO USO DE CADA UM DOS
EVIDENCIAIS. SOBRE SEU ASPECTO MORFOLÓGICO, DESTACAMOS O TRABALHO DE STORTO
(2002), NO QUAL A AUTORA CLASSIFICA OS DOIS EVIDENCIAIS LEXICALIZADOS COMO
AUXILIARES, UMA VEZ QUE SOFREM FLEXÃO E QUE PODEM SER NEGADOS. EM OUTROS
TRABALHOS, PORÉM, ELES SÃO ANALISADOS COMO ADVÉRBIOS (LANDIN, 1984). VIVANCO
(2009), NO ENTANTO, DEFENDE QUE ELES NÃO PODEM SER ANALISADOS COMO TAL, UMA VEZ
QUE EVIDENCIAIS APRESENTAM FLEXÃO DE TEMPO, O QUE NÃO CARACTERÍSTICO DOS
ADVÉRBIOS NESTA LÍNGUA. ALÉM DISSO, OS EVIDENCIAIS DEVEM VIR OBRIGATORIAMENTE
EM POSIÇÃO PÓS-VERBAL, ENQUANTO OS ADVÉRBIOS PODEM OCUPAR VÁRIOS LUGARES NA
SENTENÇA. É ESSE PONTO QUE DEFENDEMOS NO PRESENTE TRABALHO. COM RELAÇÃO À
SINTAXE, VIVANCO (2009) OBSERVOU QUE EVIDENCIAIS OCORREM TAMBÉM EM SENTENÇAS
SUBORDINADAS E EM MINI-ORAÇÕES, SEMPRE OBEDECENDO AO CRITÉRIO OBSERVADO POR
STORTO (1999), SEGUNDO O QUAL OS EVIDENCIAIS PRECISAM OBRIGATORIAMENTE ESTAR
ADJACENTES AO VERBO A QUE ESTÃO RELACIONADOS. FINALMENTE, APRESENTAREMOS OS
RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO SEMÂNTICA DOS EVIDENCIAIS. HÁ DUAS FORMAS DE SE
ANALISAR OS EVIDENCIAIS: COMO MODAIS EPISTÊMICOS QUE CONTRIBUEM PARA O
CONTEÚDO DA PROPOSIÇÃO E COMO OPERADORES ILOCUCIONÁRIOS QUE MODIFICAM AS
CONDIÇÕES DE SINCERIDADE DO ATO DE FALA E A FORÇA ILOCUCIONÁRIA DA SENTENÇA.
MATTHEWSON (2007) DEFENDE QUE ESSES DOIS TIPOS CO-EXISTEM NAS LÍNGUAS NATURAIS
E PROPÕE UMA BATERIA DE TESTES PARA VERIFICAR O STATUS DA EVIDENCIALIDADE EM
CADA LÍNGUA. APLICAMOS ESSES TESTES E OS EVIDENCIAIS EM KARITIANA SE COMPORTAM
COMO MODAIS EPISTÊMICOS (MELLO, 2008). A EXPLICAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO DESSES
TESTES SERÃO APRESENTADAS EM NOSSO TRABALHO.
FALLER, M. 2002. SEMANTICS AND PRAGMATICS OF EVIDENTIALS IN CUZCO QUÉCHUA.
DISSERTAÇÃO DE PH.D. STANFORD UNIVERSITY.
MATTHEWSON, L.; DAVIS, H.; RULLMAN, H. EVIDENTIALS AS EPISTEMICS MODALS: EVIDENCE
FROM ST’AT’IMCETS . UNIVERSITY OF BRITISH COLUMBIA, 2007.
LANDIN, D. DICIONÁRIO E LÉXICO KARITIANA/PORTUGUÊS. SOCIEDADE INTERNACIONAL DE
LINGÜÍSTICA, CUIABÁ, MT, 1983. DISPONÍVEL EM:HTTP://WWW.SIL.ORG/AMERICAS/BRASIL/
PUBLCNS/DICTGRAM/KTDIC.PDF. ACESSO EM: 7/10/2009.
MELLO, L. 2008. A EVIDENCIALIDADE EM KARITIANA: UM ESTUDO SEMÂNTICO. XVI SIMPÓSIO
INTERNACIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA USP.
STORTO, L. 1999. ASPECTS OF A KARITIANA GRAMMAR. DISSERTAÇÃO DE PH.D.
MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY.
VIVANCO, K. 2009. EVIDENCIALIDADE EM KARITIANA: ASPECTOS MORFOLÓGICOS E
SINTÁTICOS. XVII SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA USP.
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