Princípios Norteadores na Interpretação da Bíblia e dos Escritos de Ellen G. White Por Robert W. Olson Provavelmente ninguém saiba ao certo qual o número de denominações e pequenas seitas religiosas existentes no mundo, mas não resta dúvida de que são centenas. Embora todos estes grupos utilizem o mesmo livro divinamente inspirado como a base de suas crenças, nem todos interpretam esses escritos da mesma forma. Divergências doutrinárias devem-se em grande medida, a métodos deficientes de interpretação. Quando princípios hermenêuticos errados são postos em uso, as conclusões resultantes provavelmente serão também erradas. A interpretação que fizermos da Bíblia – assim como dos escritos do Espírito de Profecia – será com muito maior probabilidade correta, se utilizarmos os princípios hermenêuticos adequados. A história adventista inclui exemplos de doutrinas estranhas que, de quando em quando, surgiram na igreja. Quando o irmão S. N. Haskell retornou à América do Norte em 1899, após uma ausência de quatro anos na qualidade de missionário “além-mar”, escreveu à irmã Ellen White, a qual ainda se encontrava na Austrália: “Falei duas vezes aos professores do Colégio [de Battle Creek]. Na primeira vez o assunto relacionou-se com a correta interpretação das Escrituras. O objetivo foi protegê-los contra alguns pontos de vista extremos que eles defenderam no passado. Na segunda vez o assunto foi a morte de insetos. Foi-me perguntado se não era a vida de Deus que se achava nos insetos, etc. … Sempre que alguém, no dias atuais, decide defender alguma idéia excêntrica, procura encontrar alguns dos escritos da irmã como prova de apoio. E em quase todos os casos eu me recordo do que foi escrito, da oportunidade e das circunstâncias correlatas, de modo que posso estabelecer a conexão … Existe, contudo, uma doutrina que está sendo pregada por alguns; chamam-na ‘justificação física’. Trata-se do seguinte: se vivermos de modo correto, isto nos habilitará a vivermos e a sermos tornados imortais quando o Senhor vier.” – S. N. Haskell, carta a Ellen G. White em 23 de novembro de 1899. Haskell indicou que os advogados da doutrina da “justificação física” ou “carne santa” baseavam seus ensinamentos numa declaração feita por Ellen White. Ela havia escrito em 1877: “Aqueles que empreenderem esforços determinados, em nome do Vencedor, para sobrepujar todos os ardentes apelos não-naturais do apetite, não morrerão no conflito. Em seus esforços quanto ao controle do apetite, estão eles colocando-se em relação correta com a vida, de modo que possam desfrutar da saúde e do favor de Deus, e possam ter o justo direito à vida imortal.” – Redemption, or The Temptation of Christ, p. 81. Durante a sessão da Conferência Geral de 1901, Ellen White rejeitou abertamente a doutrina da “carne santa”. Os advogados desta ideia haviam interpretado erroneamente os escritos de Ellen White. Para que pudéssemos evitar conclusões insensatas e incorretas, Ellen White deixou-nos várias regras de interpretação baseadas no bom senso. Os autores bíblicos também nos outorgaram orientação hermenêutica. Anotaremos, a seguir, aquelas que nos parecem as mais importantes dentre referidos princípios. 1. Deveríamos Convidar o Espírito Santo Como o Orientador de Nosso Estudo a. II Pedro 1:20 e 21 – “Acima de tudo, porém, lembrem-se disto: Ninguém pode explicar, por si mesmo, uma profecia das Sagradas Escrituras. Pois nenhuma mensagem profética veio da vontade humana, mas os homens eram guiados pelo Espírito Santo quando anunciavam a mensagem que vinha de Deus.” (A Bíblia na Linguagem de Hoje) b. “Um verdadeiro conhecimento da Bíblia só se pode obter pelo auxílio daquele Espírito pelo qual a Palavra foi dada.” – Ed, p. 188. c. “Sem a iluminação do Espírito, os homens não estarão aptos para distinguir a verdade do erro, e serão presa das tentações sutis de Satanás.” – Parábolas de Jesus, pp. 408 a 411. d. “O espírito com que vindes à investigação das Escrituras, determinará o caráter do assistente ao vosso lado. Anjos do mundo da luz, estarão com aqueles que com humildade de coração buscam a direção divina. Mas se a Bíblia for aberta com irreverência, com sentimentos de presunção, se o coração está cheio de preconceitos, Satanás se acha ao vosso lado, e apresentará as declarações simples da Palavra de Deus numa luz pervertida.” – Testemunhos para Ministros, p. 108. 2. Devemos Estar Dispostos a Obedecer à Verdade a. João 7:17 – “Se qualquer um de vocês realmente decidir fazer a vontade de Deus, então saberá com certeza se o Meu ensino vem de Deus ou é meramente Meu próprio.” (O Novo Testamento Vivo) b. “Sempre que os homens não procurarem, por palavras e ações, estar em harmonia com Deus, então – não importa quão sábios possam ser – estarão sujeitos a erros em sua compreensão das Escrituras, e não será seguro confiar em suas explanações.” 5T, p. 705. c. “O compreender a verdade bíblica não depende tanto do vigor do intelecto posto à pesquisa, como da singeleza de propósito, do fervoroso anelo pela justiça.” – O Grande Conflito, p. 605 (25ª edição). 3. Devemos Manter a Receptividade, Dispondo-nos a Abrir Mão de Posições Mantidas Anteriormente, Sempre Que Necessário a. “Se examinais as Escrituras para vindicar vossas próprias opiniões, nunca alcançareis a verdade. Investigai para aprender o que o Senhor diz.” – Parábolas de Jesus, p. 112. b. “Não podemos manter a opinião de que uma posição uma vez assumida, uma vez advogada a idéia, não deve, sob qualquer circunstância ser abandonada. Há apenas Um que é infalível: Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.” Testemunhos Para Ministros, p. 105. c. “O estudante da Bíblia deve esvaziar-se de todo preconceito, depositar suas próprias ideias à porta da investigação, e com o coração humilde e subjugado e o eu escondido em Cristo, através de oração sincera, deve buscar sabedoria de Deus.” – CARTA 463. d. “Não existe excusa para que qualquer pessoa assuma a posição de que não há mais verdades a serem reveladas, e de que todas as nossas exposições das Escrituras encontram-se isentas de erros. O fato de que certas doutrinas têm sido consideradas como verdade durante anos por nosso povo, não constitui prova de que nossas idéias são infalíveis. O tempo não converterá o erro em verdade, e a verdade suportará a sua própria comprovação. Nenhuma doutrina verdadeira perderá qualquer substância quando submetida a profunda investigação.” – CW 35; RH 20 de dezembro de 1892. e. “Os instrutores em nossas escolas jamais deveriam ser colocados sob o jugo que os obrigasse a ensinar apenas aquilo que até agora foi ensinado. Afastem-se tais restrições. Existe um Deus que concederá a Seu povo a mensagem que este deve proclamar. Que nenhum ministro se sinta sob tais cadeias, ou seja, medido de acordo com padrões humanos.” – Through Crisis To Victory, pp. 273 e 274; sermão pronunciado em Minneapolis, 21 de outubro de 1888. f. Veja a série de artigos de Ellen G. White publicados na Review and Herald, números de 25 de março de 1890 e 26 de Julho de 1892. g. Voto Oficial da sessão da Conferência Geral de 1871 no tocante a assunto doutrinário (posição que não mais mantemos hoje): “Resolvido, que reconhecemos na presente condição do Papa de Roma e do Sultão da Turquia, inconfundível evidência de que atingimos o estágio final das grandes linhas proféticas, e que nossa confiança no rápido advento de nosso Senhor acha-se inabalável. Adotado.” RH, 14 de fevereiro de 1871, p. 68. h. Outras interpretações bíblicas que se modificaram: A hora em que deve ser iniciado o sábado, Armagedom, o “contínuo”, a Trindade, a lei em Gálatas, os dez reinos de Daniel 2. 4. Deveríamos Alimentar a Expectativa de Descobrir Novas Verdades a. “Tem-me sido dirigida a pergunta: ‘Pensa você que o Senhor ainda dispõe de luz adicional para revelar-nos como povo?’ Respondo que Ele tem nova luz para nós, e ainda assim esta é a velha e preciosa luz que brilha da Palavra da verdade. Possuímos apenas os lampejos dos raios de luz que até agora chegaram a nós… Embora grandes e talentosos autores tenham tornado conhecidas maravilhosas verdades, e tenham apresentado crescente luz diante do povo, em nossos dias ainda encontraremos espaço para novas ideias.” – RH, 3 de junho de 1890. b. “Em cada época há novo descobrimento da verdade, uma mensagem de Deus para essa geração. As velhas verdades são todas essenciais; a nova verdade não é independente da antiga, mas desdobramento dela. Só compreendendo as velhas verdades é que podemos entender as novas.” – Parábolas de Jesus, p. 127. 5. Qualquer Interpretação que Contradiga Pontos Especiais de Nossa Fé, Representa um Erro a. “Deus… não concede a um homem nova luz que seja contrária à fé estabelecida do conjunto… Levantar-se-ão homens e mulheres que pretenderão possuir alguma nova revelação, cuja tendência será desmerecer a fé nos marcos antigos. Suas doutrinas não suportarão o teste da Palavra de Deus, mas ainda assim almas serão enganadas.” 5T, pp. 291 e 295 (1885). b. Os marcos definidos em 1888: “Eles perverteram as ideias quanto ao que constitui os antigos marcos. “A passagem do tempo em 1844 representou um período de grandes eventos, pois nossos olhos atônitos foram abertos para a purificação do santuário que se efetuava no Céu, e que possuía decisiva relação com o povo de Deus sobre a Terra, e [também] com as três mensagens angélicas que desfraldavam a bandeira sobre a qual estava escrito: ‘Os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. ‘Um dos marcos desta mensagem foi o templo de Deus, visto no Céu por Seu povo amante da verdade, e a arca que continha os Dez Mandamentos. A luz do sábado do quarto mandamento brilhava em fortes raios ao longo do caminho dos transgressores da lei de Deus. A não-imortalidade dos ímpios é um dos marcos antigos. Não consigo trazer à memória qualquer outro aspecto que pudesse ser classificado sob o rótulo de marcos antigos. Todo este clamor a respeito da alteração de marcos antigos é apenas imaginário.” CW, pp. 30 e 31. c. “Aparecerá um, e ainda outro, com nova iluminação, que contradiz aquela que foi dada por Deus sob a demonstração de Seu Santo Espírito… Não devemos receber as palavras dos que vêm com uma mensagem em contradição com os pontos especiais de nossa fé. Eles reúnem uma porção de passagens, e amontoam-na como prova em torno das teorias que afirmam. Isto tem sido repetidamente feito durante os cinquenta anos passados. E se bem que as Escrituras sejam a Palavra de Deus, e devam ser respeitadas, sua aplicação, uma vez que mova uma coluna do fundamento sustentado por Deus estes cinquenta anos, constitui grande erro.” Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 161 (1905). 6. Escritos Inspirados Deveriam Ser Interpretados de Acordo Com Seu Significado Óbvio a. “A linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com o seu sentido óbvio, a menos que seja empregado um símbolo ou figura.” – O Grande Conflito, 604 (25ª edição). b. Este princípio requer que o texto de Gênesis 1 a 11 receba interpretação histórica. Agir de outro modo seria negar a credibilidade de Pedro, Paulo e do próprio Cristo, pois eles entenderam estes capítulos como sendo literais. Eles não consideraram o relato bíblico pré-abraâmico como apenas uma história simbólica, figurativa ou mítica. Veja Mateus 19:4 a 6; 24:37 a 39; Romanos 5:12; I Coríntios 15:45; II Coríntios 11:3; II Pedro 3:5 a 7. 7. Escritos Inspirados São Mais Confiáveis Que Conjecturas Humanas a. “É unicamente a Palavra de Deus que nos dá autêntico relato da criação do mundo… A Bíblia é uma história que nos conta a criação do mundo, e nos revela os séculos passados. Não fora ela, e seríamos deixados a conjecturar e formar fábulas quanto aos acontecimentos do remoto passado.” –Conselhos aos Professores…, pp. 13 e 379 (2ª edição). b. “Fora da história bíblica, a geologia nada pode provar àqueles que tão confiantemente raciocinam acerca de suas descobertas, não têm uma concepção adequada do tamanho dos homens, animais e árvores anteriores ao dilúvio, ou das grandes mudanças que então tiveram lugar. Restos encontrados na terra dão provas de condições que em muitos respeitos diferiam do presente; mas o tempo em que estas condições existiram apenas pode ser descoberto pelo Registro inspirado. Na história do dilúvio a inspiração explicou aquilo que a geologia por si só nunca poderia sondar.”Patriarcas e Profetas, p. 38 (3ª edição). c. “Aquele que possui conhecimento de Deus e de Sua Palavra através de experiência pessoal, tem sua fé estabelecida na divindade das Sagradas Escrituras. Ele provou que a Palavra de Deus é a verdade, e sabe que a verdade jamais poderá contradizer a si mesma. Ele não prova a Bíblia a partir das ideias humanas quanto ao que é a ciência; estas ideias é que são conferidas de acordo com o padrão infalível. Ele sabe que na verdadeira ciência nada pode existir que contrarie os ensinos da Palavra; uma vez que ambos se originam do mesmo Autor, a correta compreensão de ambos mostrará que eles se harmonizam. Tudo aquilo que, na assim-chamada teoria científica, contrarie o testemunho da Palavra de Deus, representa mera conjectura humana.” – CBV, p. 462. 8. A Bíblia e o Espírito de Profecia Expõe a Si Próprios a. “A Bíblia é seu próprio expositor. Uma passagem será a chave que descerrará outras passagens, e deste modo haverá luz sobre o significado oculto da Palavra. Comparando diversos textos que tratam do mesmo assunto e examinando sua relação em todo o sentido, tornar-se-á evidente o verdadeiro significado das Escrituras.” – FEC, p. 187. b. “Os próprios testemunhos serão a chave que explicará as mensagens dadas, como texto escriturístico é explicado por texto escriturístico.” 1ME, p. 42; veja também 8T, p. 157. c. Apocalipse 12:6 e 14, e 13:5, contribuem para explanar Daniel 7:25. Daniel 7:23 ajuda a explicar Daniel 7:17. Daniel 8:14 pode ser visto como aplicando-se ao juízo investigativo quando as profecias paralelas de Daniel 7 e 8 são comparadas entre si. Os relatos da Criação e do Dilúvio devem ser aceitos como históricos e literalmente verdadeiros à luz dos textos mencionados anteriormente, no item 6b. Deuteronômio 24:1 a 3 deveria ser compreendido à luz de Mateus 19:3 a 9, etc. 9. Reconheça o Problema da Semântica; Compreenda que Podem Existir Expressões Incorretas a. “A Bíblia precisa ser dada na linguagem dos homens. Tudo quanto é humano é imperfeito. Significações diversas são expressas pela mesma palavra; não há uma palavra para cada ideia distinta. A Bíblia foi dada para fins práticos. “Diferentes são os cunhos mentais. As expressões e declarações não são compreendidas da mesma maneira por todos.” 1ME, p. 20. b. “Se bem que eu dependa tanto do Espírito do Senhor para escrever minhas visões como para recebê-las todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi são minhas, a menos que sejam as que me foram ditas por um anjo, as quais eu sempre ponho entre aspas”. – 1ME, p. 37. c. “De que modo escrever numa forma que seja compreensível àqueles aos quais dirijo importantes assuntos, é um problema que eu mesma não posso resolver. Quando percebo que sou mal compreendida pelos meus irmãos que melhor me conhecem, tenho certeza de que necessito reservar mais tempo para escolher cuidadosamente os termos que traduzirão meus pensamentos no papel, pois o Senhor me concede luz que de outro modo eu não me atreveria a comunicar; grande fardo é colocado sobre mim.” – RH, 19 de setembro de 1899, p. 601. d. Qual o significado de “mais bela”? [”nicest”] “A mais bela obra já empreendida por homens e mulheres, é lidar com espíritos jovens.” –Conselhos aos Professores,…, p. 65 (2ª edição). “Alcança-se o verdadeiro objetivo da reprovação apenas quando o próprio malfeitor é levado a ver a sua falta, e consegue sua vontade no empenho de corrigir-se. Quando isto se cumpre, apontai-lhe a fonte de perdão e poder. Procurai preservar o seu respeito próprio, e inspirar-lhe ânimo e esperança. “Esta é a obra mais delicada [”nicest”] e mais difícil que se tem confiado a seres humanos. Exige o mais delicado tato, a maior susceptibilidade, conhecimento da natureza humana, e uma fé e paciência oriundas do Céu, dispostas a trabalhar, vigiar e esperar. É uma obra que nada sobrelevará em importância.” – Ed, p. 292. 10. Reconheça Que Por Vezes as Traduções São Imperfeitas ou Inadequadas; Se Possível, Consulte os Idiomas Originais a. Em Lucas 23:43, os manuscritos gregos mais antigos não contêm qualquer pontuação. b. Em 1902 Ellen White escreveu: “Muitos que agora são apenas meio convertidos quanto à questão da alimentação cárnea, separar-seão do povo de Deus, para não mais andar com ele” (CS, p. 575). Na tradução em português aparece: “Aqueles que agora são apenas meio convertidos…”. 11. Tome em Consideração as Figuras de Linguagem, Tais Como Hipérboles a. “Certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos Céus” (Gênesis 22:17). “Há, porém, muitas outras cousas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos” (João 21:25). b. “É uma solene declaração que faço à igreja, de que nem um entre vinte dos nomes que se acham registrados nos livros da igreja, está preparado para finalizar sua história terrestre, e achar-se-ia tão verdadeiramente sem Deus e sem esperança no mundo, como o pecador comum.” SC, pp. 40 e 41. Ellen White utiliza pelo menos cinco vezes a proporção 1 para 20, e pelo menos vinte e uma vezes a expressão 1 para (ou em) 100. Ela jamais menciona 1 em 19, 1 em 21, 1 em 99 ou 1 em 101. Veja o Index dos escritos de Ellen White, vol. 3, pp. 1917 e 1918. 12. Lembre-se Que um Livro Infalível Pode Conter Discrepâncias de Menor Importância a. “A Bíblia … é um guia infalível sob quaisquer circunstâncias” (5T, p. 264). “A Palavra de Deus é infalível” (1ME, p. 416). “Ela é infalível, pois Deus não pode errar” (MS 27, p. 1906). b. “Vi que Deus havia de uma maneira especial guardado a Bíblia, ainda quando da mesma existiam poucos exemplares; e homens doutos nalguns casos mudaram as palavras, achando que a estavam tornando mais compreensível, quando na realidade estava mistificando aquilo que era claro, fazendo-a apoiar suas estabelecidas opiniões, que eram determinadas pela tradição. Vi, porém, que a Palavra de Deus, como um todo, é uma cadeia perfeita, prendendo-se uma parte à outra, e explicando-se mutuamente. Os verdadeiros inquiridores da verdade não devem errar; pois não somente é a Palavra de Deus clara e simples ao explanar o caminho da vida, mas o Espírito Santo é dado como guia na compreensão do caminho da vida ali revelado.” – PE, pp. 220 e 222. c. “Alguns nos olham seriamente e dizem: ‘Não acha que deve ter havido algum erro da parte dos copistas ou dos tradutores?’ Tudo isso é provável… Mesmo todos os erros não causarão dificuldade a uma alma, nem farão tropeçar os pés de alguém que não fabrique dificuldades da mais simples verdade revelada.” –1ME, p. 16. 13. Não Deveríamos Utilizar O GRANDE CONFLITO Como Livro-Texto de História a. Guilherme C. White declarou: “Quanto aos escritos de minha mãe e seu uso como autoridade sobre pontos de História e cronologia, mamãe nunca desejou que nossos irmãos os considerassem como autoridade no tocante a pormenores da História ou de datas históricas… Quando foi escrito O Grande Conflito, mamãe não imaginava que os leitores o considerariam uma autoridade em datas históricas ou o usariam para resolver controvérsias acerca de pormenores da História, e ela não acha agora que ele deve ser usado dessa maneira.” – G.C. White a W. W. Eastam, 4 de novembro de 1912; 3ME, p. 447. b. Na edição de 1888 de O Grande Conflito Ellen White declarou: “Os valdenses foram os primeiros dentre todos os povos da Europa a obter a tradução das Sagradas Escrituras” (pág. 65). Esta declaração foi corrigida em 1911, passando a rezar: “Os valdenses achavam-se entre os primeiros dos povos da Europa a obter a tradução das Sagradas Escrituras.” Outros melhoramentos de natureza similar foram igualmente efetuados na edição de 1911. Nota do tradutor: Em português, pelo menos até a 25ª edição de O Grande Conflito, ainda permanece a expressão: “Os valdenses foram os primeiros dentre os povos da Europa a obter a tradução das Sagradas Escrituras” (pág. 63). O leitor é conduzido ao Apêndice, onde são feitas considerações quanto ao assunto. 14. Conserve em Mente Que os Profetas Escreveram Algumas Coisas Que Não Eram Inspiradas; Eles Também Escreveram Cartas Comuns a. Ellen White não considerava que toda linha escrita por ela fosse inspirada. Nenhum profeta foi inspirado durante as vinte e quatro horas de todos os dias de sua vida. Não resta dúvida de que Daniel escreveu cartas familiares e comerciais, como qualquer outra pessoa. No caso dos escritores bíblicos, somente as suas produções inspiradas foram preservadas. No caso de Ellen White, tanto seus escritos sagrados quanto os comuns encontram-se arquivados. b. “Diz o irmão A que em uma carta escrita a um dos irmãos no sul da Califórnia, fora feita por mim a declaração de que o sanatório tinha quarenta quartos, quando em verdade havia apenas trinta e oito. Isto o irmão A me apresenta como razão por que ele perdeu a confiança nos testemunhos… “A informação quanto ao número de quartos no Sanatório Vale do Paraíso foi dada, não como uma revelação vinda do Senhor, mas simplesmente como uma opinião humana. Nunca me foi revelado o número exato de quartos de qualquer de nossos sanatórios; e o conhecimento que tenho obtido dessas coisas, tive indagando dos que se esperava que soubessem.” –1ME, p. 38. c. Como apresentar a diferença entre o sagrado e o comum: “Em minhas palavras, quando falando acerca desses assuntos comuns, não há nada que leve os espíritos a crer que recebo meu conhecimento em visão do Senhor e o estou declarando como tal… “Quando o Espírito Santo revela alguma coisa relativamente às instituições relacionadas com a obra do Senhor, ou referente à obra de Deus no coração e espírito humano, como Ele tem revelado essas coisas por meu intermédio no passado, a mensagem dada deve ser considerada como esclarecimento vindo de Deus para aqueles que o necessitam. Misturar, porém, o sagrado com o comum, é um grande erro… “Há vezes, porém, em que devem ser declaradas coisas comuns, pensamentos comuns precisam ocupar a mente, cartas comuns precisam ser escritas… Tais palavras, tais informações, não são dadas sob a inspiração especial do Espírito de Deus.” –1ME, pp. 38 e 39. d. CARTAS “Comuns”: “Marion, Iowa, 18 de março de 1861. Queridos filhos Henry, Edson e Guilherme: Estamos agora na casa dos irmãos Snook. Trata-se de um bom lar. Quando vejo o seu pequeno bebê e o tomo nos braços, sinto saudades de meu querido bebê que deixamos no cemitério de Oak Hill; não permitirei, porém, que um único pensamento de murmuração se manifeste. Aprecio a companhia desta família. A irmã Snook é uma criatura excelente. “Amanhã visitaremos o irmão e a irmã Weaver, que são os encarregados do hotel em Fairview. Que mudança podemos observar neles desde a nossa última visita a esse Estado! Naquela oportunidade hospedamo-nos em seu hotel e fomos tratados com amabilidade, mas eles ainda não haviam sido convertidos à verdade. Agora o nosso coração acha-se unido, e desfrutaremos muito esta visita. “Encontro-me sofrendo de forte resfriado que se instalou em meus pulmões. Minha mente volve-se para o lar, pensando em meus filhos. Crianças, sejam fiéis. Façam o que é correto, e vocês serão respeitadas. Pensamos muito em vocês e desejamos que vocês formem um caráter cristão, que lhes trará alegria, bem como a nós. Obedeçam a Jenny assim como o fariam em relação a mim. Procurem agradá-la e não demonstrem relutância em ajudá-la, antes façam o que ela deseja, de modo carinhoso e alegre. Façam conforme Guilherme os instruir. Colocamos vocês sob os cuidados dele enquanto estiverem aí. Procedam de modo a granjear o amor e o respeito de todos. “Pequeno Guilherme, você deve ser um menino de temperamento suave e bom. Que o Senhor vos abençoe, queridas crianças. Esta é a nossa oração sincera. Não se esqueçam de escrever-nos. A mamãe que muito vos ama.” An Appeal to the Youth, pp. 52 e 53. “Durante as últimas semanas os dias têm sido excessivamente quentes. O jornal diz que isto se deve a um vento quente proveniente do norte. Ao começar esta carta tive de abrir minhas janelas a fim de obter algum ar fresco. Transpiro abundantemente, e então sofro uma crise de espirros. Almejo que você não esteja sofrendo demasiadamente com esse tempo quente.” – CARTA 201, 1903. 15. Acautele-se Contra Interpretações Extremas a. O problema de M. L. Andreasen: “Quase todos os membros da família humana comem mais do que o organismo requer.” CRA, p. 132. b. “Se os que advogam a reforma higiênica levam a questão a extremos, não será de admirar que o povo se aborreça … Esses extremistas causam, em poucos meses, mais dano do que podem desfazer em toda uma vida. Empenham-se em uma obra que Satanás se apraz em ver prosseguir… É impossível estabelecer uma regra dietética invariável pela qual regulamentar os hábitos dietéticos de cada um.” – CS, pp. 153 a 155. c. “Em reformas, é preferível andar um passo aquém do limite, do que ir um passo além dele. E se houver algum erro, deve este estar do lado das pessoas.” – CS, p. 438. d. “Meu irmão, não deveis fazer da questão do regime uma prova para o povo de Deus; pois perderão a confiança em ensinos que são estirados ao ponto máximo de extensão. Deseja o Senhor que Seu povo seja íntegro em todos os pontos da reforma pró-saúde, mas não devemos ir a extremos.” – CRA, p. 205 (Escrevendo ao Dr. e Sra. D. H. Kress). e. “É mais seguro e melhor para a causa da reforma que erremos, se tivermos de errar, do lado do costume que do lado das mudanças extremas.” – RH, 14 de abril de 1868, p. 284. (Aqui ela focalizava o número de refeições diárias no caso das crianças pequenas.) f. “Devemos, porém, considerar a situação do povo, … sendo cautelosos em não insistir indevidamente, mesmo quanto a ideias justas.” – CRA, p. 398. 16. Não Construa o Edifício Sobre Uma Única Palavra Ou Mesmo Uma Única Referência; Leia Tudo Que For Possível Sobre o Assunto Antes de Esboçar as Conclusões Finais. a. Ellen White mencionou apenas uma vez os apócrifos. Jamais utilizou-os como fonte de citação. b. Adultério e a relação de membro da igreja: (1) Desligamento do adúltero: “Aqueles que transgridem o sétimo mandamento devem ser suspensos da igreja e não devem manter os privilégios da relação de membros da casa de Deus.” – MS 3, 1854; MR 448, p. 2; RH, 17 de fevereiro de 1977, p. 16. (2) Nem sempre é requerido o desligamento: “Quando o seu caso foi aberto diante de mim, e os seus pecados me foram apresentados, conservei-os comigo, almejando que chegasse o tempo em que o seu espírito fosse enternecido. Agora eu lhe imploro que você busque a salvação de sua alma, antes que seja demasiado tarde.” – CARTA 23ª, 1890 (14 de janeiro de 1890); MR 448, p. 10. (3) “Possa o Senhor trazer a mais profunda convicção a sua alma, pois eu apreciaria jamais trazer a público as coisas que me foram mostradas, e tenho a esperança de que você tomará um curso de ação que tornará desnecessário que eu assim proceda.” – CARTA 24ª, 1890 (26 de janeiro de 1890); MR 448, p. 14; RH 17 de Fevereiro de 1977, p. 17. (4) “Limpai o campo dessa corrupção moral, atinja ela os mais altos homens nas posições mais elevadas. Deus não será escarnecido. Há prostituição em nossas fileiras, bem o sei. … Muito há que nunca saberemos, mas o que é revelado torna a igreja responsável e culpada, a menos que revele determinado esforço para erradicar o mal. Limpai o acampamento, pois nele há anátema.” – TM, pp. 427 e 428. c. Uso de Aparelhos de Raios-X (1) “Fui instruída de que os raios-X não constituem a grande bênção que alguns supõem ser. Se utilizados indevidamente, poderão provocar grande dano. O resultado de alguns tratamentos elétricos é similar aos resultados do uso de estimulantes. Segue-se um enfraquecimento.” p. 303 (1906), a qual corresponde, na verdade, à próxima citação. Não encontrei no Index, sob o tópico X-Ray, qualquer outra indicação, exceto a que segue. (2) “por várias semanas me submeti a tratamentos de raios-X, para a mancha escura que eu tinha na fronte. Tomei ao todo vinte e três aplicações, e elas conseguiram remover inteiramente a mancha. Por isso sou muito grata.” –2ME, p. 303. (1911). d. Uso de Ovos (1) “Ovos não deveriam ser colocados sobre a vossa mesa.” – 2T, p. 400. (Numa carta a uma família cujas crianças possuíam fortes propensões animalescas; a publicação ocorreu num artigo intitulado “Sensualidade nos Jovens”.) (2) “Em alguns casos o uso de ovos é benéfico.” – 7T, p. 135 (3) “Embora advertências tenham sido dadas em relação ao perigo de doenças pelo uso de manteiga, e do mal ocasionado pelo livre uso de ovos por parte de crianças pequenas, não deveríamos considerar violação do princípio o uso de ovos provenientes de galinhas bem cuidadas e adequadamente alimentadas. Os ovos contêm propriedades que constituem agentes medicinais na neutralização de certos venenos.” 9T, p. 162. e. Perfeição (1) Judas 24 deveria ser “temperado” com I João 2:1. (2) “Se você permanecer sob a ensanguentada bandeira do Príncipe Emanuel, executando fielmente o Seu serviço, jamais necessitará render-se à tentação; pois a seu lado estará Alguém capaz de preservá-lo de cair.” – Our High Calling, p. 19. (3) “Muitas vezes, teremos de prostrar-nos e chorar aos pés de Jesus, por causa de nossas faltas e erros; mas não devemos desanimar. Mesmo quando somos vencidos pelo inimigo, não somos repelidos, nem abandonados ou rejeitados por Deus.” – CC, p. 64. (4) “Ser conduzido inesperadamente ao pecado – não havendo a intenção de pecar, mas cedendo ao pecado em virtude de falta de vigilância e oração, não discernindo a tentação de Satanás e assim caindo em sua armadilha – é algo muito diferente do que a situação de quem planeja e deliberadamente cai em tentação, desenvolvendo um curso de ação pecaminoso.” – OHC, p. 177. 17. Considere o Contexto a. O princípio enunciado (1) “Compreendendo o que as palavras de Jesus significavam para aqueles que as ouviam, discerniremos nelas nova vivacidade e beleza, e seremos capazes de captar para nós próprios as suas mais profundas lições.” – O Maior Discurso de Cristo, p. 1. (2) “Deus quer que todos nós tenhamos bom senso, e deseja que raciocinemos movidos pelo senso comum. As circunstâncias alteram as condições. As circunstâncias modificam a relação das coisas.” –3ME, p. 217 b. A. G. Daniells (1) “Aquilo que pode ser dito dos homens sob certas circunstâncias, não pode ser dito deles sob outras circunstâncias.” – 5T, p. 670. (2) “Estimados irmãos Magan e Sutherland: Vossos sentimentos em relação aos irmãos Daniells e Prescott não são corretos. Se os irmãos esperam que eles se harmonizem convosco, devem harmonizar-se com eles. O Senhor declarou que Ele irá harmonizar-se com o irmão Daniells e o irmão Prescott. Sei do que estou falando, pois estas coisas foram representadas diante de mim. “Desejo dirigir-vos uma pergunta: A quem teriam os irmãos escolhido como presidente da Associação Geral? Poderiam, por bondade, citar o nome do homem? Por ocasião da última sessão da Conferência Geral (1903), a situação era muito probante, e era necessário escolher como presidente um homem que estivesse em harmonia com a obra que Deus tentava conduzir através dos testemunhos. … “Sei que o irmão Daniells é o homem certo no lugar certo. Ele tem permanecido nobremente em defesa da verdade e tem procurado sinceramente lidar da forma correta com as controvérsias que se têm erguido no tocante à relação entre a obra médica e a obra evangelística.” – CARTA 255, 1904. (3) “Nem o irmão Daniells, nem o irmão Prescott acham-se preparados para dirigir a obra na Associação Geral, pois em algumas coisas têm eles desonrado o Senhor Deus de Israel.” – 15 de junho de 1910; The Later Elmshaven Years, pág. 225. (4) “A posição que você assumiu acha-se em harmonia com a vontade do Senhor, e agora eu gostaria de estimulá-lo com as palavras; ‘Avance de maneira como iniciou, usando a sua posição de influência como presidente da Associação Geral para o avanço da obra que fomos chamados a realizar. … Os anjos de Deus estarão com o irmão e cabe-lhe usar toda a influência que o cargo de presidente da Associação Geral lhe atribuiu, a fim de estimular outros a desempenhar a mesma obra.” – CARTA 68, 1910; 11 de agosto de 1910. (Veja The Later Elmashaven Years, pág. 229.) (5) Em seu testamento, que datava de 9 de fevereiro de 1912, Ellen G. White nomeava A.G. Daniells como um dos depositários que deveriam administrar os seus escritos. c. A Moda das Bicicletas (1) “O dinheiro gasto em bicicletas e vestidos e outras coisas desnecessárias, é algo de que teremos de prestar contas.” – CARTA 398 (1896). (2) “Parecia haver uma moda de bicicletas. O dinheiro era gasto na gratificação de um entusiasmo orientado nesta direção, o qual teria sido melhor – muito melhor – aplicado se investido na construção de casas de adoração onde estas se faziam grandemente necessárias. Foram apresentadas diante de mim algumas coisas muito estranhas em Battle Creek. Uma enfeitiçante influência parecia estar passando como onda sobre o nosso povo deste lugar. Alguns lutavam pela supremacia, cada um tentando exceder os demais na corrida de bicicletas. Havia um espírito de disputa e contenda entre eles, no tocante a qual deles seria o maior.” – 8T, pp. 51 e 52 (1904). (3) As bicicletas eram extremamente caras quando foram inventadas. “Próximo ao final do século passado o povo americano mergulhou numa paixão de consumo que lhes deixou pouco tempo ou dinheiro para qualquer outra coisa. … Qual foi a nova e poderosa distração? Para obter a resposta, os comerciantes necessitavam apenas olhar pelas janelas e ver seus antigos clientes passar zumbindo. A América descobrira a bicicleta, e todas as pessoas procuravam utilizar ao máximo a nova liberdade que ela trouxera consigo. … A bicicleta começou como brinquedo dos ricos. Pessoas da sociedade e celebridades andavam de bicicleta. … “A melhor das bicicletas primitivas custava $150, um investimento comparável ao de um automóvel na atualidade. … Cada membro da família desejava uma ‘roda’, e por vezes as economias de toda a família eram utilizadas para atender a demanda.” – Reader’s Digest, dezembro de 1954. d. Automóveis, não; cavalos sim (1) “Recebi sua carta relacionada com o assunto de comprar um automóvel para transportar os pacientes da estação para o Sanatório e vice-versa. Irmão, não empreenda semelhante compra. Se você adquirir um automóvel, outros sofrerão a tentação de também fazê-lo. Deixe de lado a tentação de gastar dinheiro desnecessariamente.” Escrito ao irmão J. A. Burden em 8 de outubro de 1902; MR, vol. 1, pág. 394. (2) “Fazer a cama e arranjar o quarto, lavar a louça, preparar comida, lavar e consertar sua própria roupa são conhecimentos que não tornarão um rapaz menos varonil; torná-lo-ão mais útil e mais feliz. E se, do outro lado, as moças pudessem aprender a arrear, cavalgar, usar a serra e o martelo, assim como o ancinho e a enxada, estariam melhor adaptadas a enfrentar as emergências da vida.” Ed., pp. 216 e 217 (1903). e. Namoro no Colégio (1) Trabalhamos arduamente para manter afastadas coisas como o favoritismo, simpatias e namoro. Dissemos aos alunos que não permitiríamos que o primeiro fio dessa espécie se intrometesse com as suas tarefas escolares. Neste ponto somos tão firmes quanto a rocha.” – CARTA 145, 1897 (no Colégio de Avondale, onde havia muitos alunos em idade juvenil). (2) “Em todo o nosso trato com os estudantes, devem-se tomar em consideração a idade e o caráter. Não podemos tratar jovens e idosos semelhantemente. Circunstâncias há em que a homens e mulheres de sã experiência e de certa idade se podem conceder privilégios não dispensados a estudantes mais novos. A idade, as condições e o modo de pensar, devem ser tomados em conta. Devemos ser prudentemente considerados em toda a nossa obra. Não devemos, porém, diminuir a firmeza e a vigilância no lidar com alunos de todas as idades, nem tampouco a estrita proibição das associações sem proveito e imprudentes de jovens e imaturos estudantes.” – CP, pp. 89 e 90 (1913). f. A Reforma do Vestuário (1) “Se as mulheres usassem vestidos que estivessem uma ou duas polegadas acima do lixo das ruas, seu vestuário seria modesto e elas poderiam conservá-lo limpo com maior facilidade; ele também duraria mais tempo. Tal vestido estaria de acordo com a nossa fé.! 1T, p. 424 (1864). (2) “Em resposta a perguntas que me têm chegado recentemente no tocante à reforma do vestuário, eu diria que os que têm estado a agitar este assunto podem estar certos de que não é o Espírito de Deus que os inspira. O Senhor não indicou que seja o dever de nossas irmãs retornar à reforma do vestuário. As dificuldades que uma vez tivemos de enfrentar, não devem ser trazidas de volta. Não devemos preocupar-nos agora em estabelecer formas singulares de vestuário. … “Havia algumas coisas que tornaram a forma do vestuário uma decidida bênção. Com ela os ridículos arqueados que então era a moda, não mais poderiam ser usados; tampouco as saias longas e rastejadoras, que faziam erguer-se o pó das ruas. Mas nos anos recentes um estilo de vestuário mais sensato foi adotado pelo mundo, o qual não apresenta estas características tão objetáveis; se as nossas irmãs desejarem preparar seus vestidos de acordo com os modelos recentes, simples e lisos, o Senhor não será desonrado por elas ao assim procederem. “A questão do vestuário não deve representar a nossa verdade presente. Criar agora uma questão em torno do assunto é algo que agradaria ao inimigo. Ele se sentiria deleitado se pudesse desviar as mentes para qualquer assunto no qual pudesse criar divisão de sentimentos e envolver nosso povo em grande controvérsia. “Suplico ao nosso povo que ande cuidadosa e circunspectamente diante de Deus. Que ele siga os costumes no tocante ao vestuário até ao ponto em que estes estejam de acordo com os princípios da saúde. Que nossas irmãs se vistam de modo simples, conforme é costume de muitas, preparando seus vestidos com materiais bons e duráveis apropriados às suas idades, e que a questão do vestuário não encha a mente de ninguém. Nossas irmãs deveriam vestir-se com simplicidade. Deveriam vestir-se a si mesmas em trajes modestos, com pudor e sobriedade.” – E. G. White, MS 167, 1897, citado em The Story of Our Health Message, pp. 441 a 444. g. O Uso de Drogas (1) O primeiro artigo de Ellen White sobre a saúde – 1864: “Foi-me mostrado que maior número de mortes tem sido causado pelo uso de drogas, do que por todas as demais causas somadas. … Diante de mim foi apresentado um ramo que sustentava sementes largas e achatadas. Sobre ele estava escrito: ‘Nux vomica, estriquinina.’ Abaixo estava escrito: ‘Não há antídoto.’ … Muitos utilizam este veneno mortal em pequenas quantidades. Mas se eles soubessem qual a influência a que se submetem, nenhum grão desta substância seria introduzido em seu organismo. … Foi-me mostrado que a inocente papoula branca, de aparência modesta, comporta uma droga perigosa. O ópio representa um veneno de ação lenta, quando utilizado em pequenas quantidades. Em doses maiores produz letargia e morte. … Mercúrio, calomel e quinino têm contribuído com a sua quota de desdita, o que somente o dia de Deus revelará plenamente.” – 4SGa, 133,138 e 139. (2) O primeiro livro sobre saúde, da autoria de Ellen White (How to Live), do ano 1865: “A intérmina variedade de medicamentos que existe no mercado, os numerosos anúncios de novas drogas e misturas, todas, como dizem, produzindo curas milagrosas, matam centenas enquanto trazem benefícios a um só.” – 2ME, p. 454. (3) Pergunta de um estudante de medicina e resposta de Ellen White (1893) Pergunta do estudante: “De nosso estudo dos Testemunhos e do livrinho How to Live, vemos que o Senhor Se opõe fortemente ao emprego de drogas em nossa obra médica. … Vários estudantes estão em dúvida quanto ao sentido da palavra droga, como é mencionada em How to Live. Referese unicamente aos remédios mais fortes, como mercúrio, estriquinina, arsênico e tóxicos semelhantes, a que os estudantes de medicina chamam drogas, ou inclui também os remédios mais simples, como potássio, iodo, cilas, etc.?” – 2ME, p. 278. A resposta de Ellen White: “Vossas perguntas, digo, são em grande parte, se não definitivamente, respondidas em How to Live. Os tóxicos das drogas querem dizer os artigos que mencionastes. Os remédios mais simples são menos danosos, na proporção de sua simplicidade; mas em muitíssimos casos são eles usados quando não são absolutamente necessários. Há simples ervas e raízes que qualquer família pode usar por si mesma, não sendo preciso chamar um médico mais depressa do que chamariam um advogado. Não penso vos poder dar uma linha definida de remédios compostos e receitados por médicos, que sejam perfeitamente inofensivos. Entretanto, não seria sábio empenhar-me em polêmica sobre esta questão. “Os facultativos são muito zelosos em usar suas perigosas misturas, e sou decididamente contrária a recorrer a essas coisas. Elas jamais curam; podem mudar o mal, para produzir outro pior. Muitos dos que praticam a prescrição de drogas, não as tomariam eles próprios, nem as dariam aos filhos. Se eles têm um conhecimento inteligente do corpo humano, se compreendem o delicado e maravilhoso maquinismo humano, devem eles saber que somos feitos de modo terrível e maravilhoso, e que nem uma partícula dessas drogas fortes deve ser introduzida neste organismo humano vivo” – 2ME, pp. 279 e 280. (4) “A medicação de drogas, tal como é geralmente praticada, é uma calamidade. Educai em direção oposta às drogas. … As drogas raramente necessitam ser empregadas.” – CS, p. 261; 2ME, p. 281 (1890). (Veja outras declarações nesta última fonte, pp. 280 a 284.) (5) Intervenções cirúrgicas (que necessitam o uso de drogas) são aprovadas pelo Senhor: “Quem esteve ao vosso lado, ao efetuardes essas operações melindrosas? Quem vos manteve calmo e dominado na crise, dandovos discernimento rápido e perspicaz, vista clara, nervos estáveis e habilidosa precisão? O Senhor Jesus enviou Seu anjo para o vosso lado, para vos dizer que fazer. Colocou-se uma mão sobre a vossa mão. Jesus, e não vós, guiou os movimentos de vosso instrumento” – 2ME, p. 285 (1899). (6) Examine, adicionalmente, The Use of Drugs, panfleto de 45 páginas preparado sob a direção do Comitê da Associação Geral. 18. Procure os Princípios Básicos Envolvidos. Princípios Não Mudam, Mas a Aplicação Destes Princípios Pode Variar em Oportunidades, Lugares e Culturas Diferentes a. Mulheres modestas devem cobrir-se com o véu. I Coríntios 11:5. Paulo estava discutindo um “costume” (verso 16) do primeiro século A. D. No presente século não é necessário que uma mulher do mundo ocidental se cubra com um véu a fim de ser considerada modesta. b. Veja Efésios 6:5 a 9; c. “Construções de tijolos e pedras não são as mais desejáveis para um sanatório, pois são geralmente frias e um pouco úmidas. Poder-seia dizer que uma construção de tijolos apresenta aspecto mais agradável, e que os prédios devem ser atrativos. Mas nós necessitamos construções amplas; se os tijolos custam muito caro, devemos construir com madeira. A economia deve ser objeto de nosso estudo. Ela representa uma necessidade, em vista da magnitude da obra que deve ser empreendida em muitos ramos da vinha moral de Deus. “Foi sugerido que os pacientes não se sentiriam seguros em face de um incêndio, se a estrutura é de madeira. Mas se estivermos no campo, e não nas cidades, onde os edifícios se espremem uns contra os outros, o incêndio se originaria do interior, e não do exterior; portanto os tijolos não representariam uma salvaguarda. Deve-se mostrar aos pacientes que uma construção em madeira é preferível a uma construção em tijolos, no que tange a seus efeitos sobre a saúde.” – 7T, pp. 83 e 84 (1902). 19. Uma Interpretação é Provavelmente Errada se Ela se Fizer Acompanhar de um Espírito Dessemelhante ao de Cristo Uriah Smith pensou que Ellen White endossara sua posição quanto à lei em Gálatas na década de 1850, tão-somente para abandoná-lo na década de 1880. Ele imaginou que ela havia modificado sua posição no tocante ao assunto, o que fez com que ele, durante vários anos, questionasse o dom profético nela manifestado. Em 17 de fevereiro de 1890, cerca de dezesseis meses depois da amarga discussão quanto à lei em Gálatas, que ocorreu em Minneapolis, ele escreveu a Ellen White: “Segundo minha opinião, depois da morte do irmão White, a maior calamidade que jamais se abateu sobre nossa causa ocorreu quando o Dr. [E. J.] Waggoner publicou seus artigos quanto à lei em Gálatas no Signs [ 1884 a 1886]. Suponho que a questão da lei em Gálatas voltou à baila em 1856, quando o irmão Pierce veio de Vermont a fim de investigar a posição que o irmão J. H. Waggoner [pai do Dr. Waggoner] assumiu em seu primeiro livro sobre a lei, a saber, que a lei mencionada em Gálatas eram os Dez Mandamentos. “De qualquer modo, desde aquele tempo até o aparecimento dos artigos no Signs havia entre nós – salvo algumas exceções individuais – unidade no tocante a esta questão. Mas tal unidade foi então quebrada. Muitos foram lançados em confusão, e as cartas acumularam-se nos escritórios da Review, querendo saber o que significam estas coisas. Surpreendi-me com os artigos, pois me pareceu então – e ainda me parece hoje – que eles contradiziam diretamente aquilo que a irmã escreveu a J. H. Waggoner na ocasião a que aludi acima. A irmã percebeu que a posição dele estava errada. E havia então apenas um assunto sob exame, ou seja, se a lei em Gálatas eram os Dez Mandamentos – conforme afirmava o irmão Waggoner – ou era o sistema de leis mosaicas, segundo a posição do irmão Pierce. Minhas reminiscências sobre o assunto são bastante distintas, e se eu me encontrasse sob juramento numa corte de justiça, seria obrigado a testificar que, tanto quanto eu soubesse e cresse, aquele era o único ponto em questão; e no tocante a ele, a irmã declarou que o irmão Waggoner estava equivocado.” – Uriah Smith a Ellen G. White, 17 de fevereiro de 1890, Arquivo de Correspondências Recebidas do White Estate. Quatro semanas mais tarde, numa carta enviada ao filho, Ellen White descreveu um encontro mantido no domingo, 16 de março de 1890, onde se achavam presentes alguns de seus antagonistas. Ela declarou: “Domingo pela manhã, embora muito cansada e quase sem alento, atrevi-me a comparecer ao encontro. Nada falei quase até o fim da reunião, e então fiz algumas observações muito curtas. Mantive diante deles o que haviam feito no sentido de anular aquilo que o Senhor estivera tentando realizar, e por quê. A lei em Gálatas era a sua única preocupação. “’Por que’, perguntei-lhes, ‘e a vossa interpretação da lei em Gálatas mais preciosa para vós, e por que sois mais zelosos em manter vossos pontos de vista no tocante à questão, do que o reconhecimento das obras do Espírito de Deus? Vós tendes estado a medir todos os preciosos testemunhos enviados pelo Céu, de acordo com as vossas escalas de interpretação da lei em Gálatas. Nada pode chegar a vós no que diz respeito à verdade e ao poder de Deus, a menos que isto possa receber a vossa aprovação, segundo as preciosas idéias que tendes idolatrado quanto à lei em Gálatas. “’Estes testemunhos do Espírito de Deus, os frutos do Espírito de Deus, não possuem qualquer peso, a menos que possam ser estampados com vossas ideias quanto à lei em Gálatas. Sinto temor em relação a vós e em relação a vossas interpretações de qualquer ponto das Escrituras, as quais se têm revelado neste espírito tão dessemelhante ao de Cristo, por vós demonstrado, e que me têm causado tanto labor desnecessário. “’Se sois realmente homens tão cuidadosos, e tão temerosos de receberdes alguma coisa que não esteja em acordo com as Escrituras, desejaria eu que as vossas mentes examinassem estas coisas sob sua verdadeira luz. Que a vossa preocupação seja exercida no sentido de temerdes estar cometendo o pecado contra o Santo Espírito. Porventura assumiram as vossas mentes críticas este ponto de vista no assunto? Digo-vos que se os vossos pontos de vista quanto à lei em Gálatas, e seus frutos, são da natureza daquilo que vi em Minneapolis e, desde então, até ao dia de hoje, minha oração é que eu possa estar tão distante quanto possível de vossa compreensão e interpretação das Escrituras. Tenho temor de qualquer aplicação das Escrituras que necessita de um tal espírito e que produz tais frutos como os que vós tendes manifestado.’” – MR, p. 761, pp. 5 e 6. 20. Várias Mentes São Melhores que uma; Trabalhe em Íntima Associação com os Irmãos Mais Experientes a. “Vi que o irmão Bates, junto com outros pastores, deveria consultar aqueles que, com justa razão, merecem a sua confiança, e que têm sido féis em toda a verdade presente e a toda a mensagem, sem vacilarem de um lado para outro, antes que eles recebam e advoguem qualquer novo ponto de importância que, segundo imaginam, a Bíblia sustenta. “Vi então que todos os pastores deveriam ser perfeitamente unidos e que a igreja sentiria esta união e os pastores seriam fortes; cada um saberia então exatamente a obra que os outros estivessem realizando, e desse modo poderiam eles sustentar-se mutuamente as mãos, e a igreja seria beneficiada; assim haveria apenas pequeno perigo de os pastores receberem erros perigosos que causariam a divisão do precioso rebanho” – MS 14, 1850; MR 763, pp. 6 e 7. b. “Que ninguém confie em si mesmo, como se Deus lhe houvesse concedido luz especial, acima de seus irmãos. … A única segurança para qualquer um de nós, está em não recebermos nenhuma nova doutrina, nenhuma nova interpretação das Escrituras, sem primeiro submetê-la aos irmãos de mais experiência. Coloquemo-la diante deles num espírito humilde e disposto a aprender, mediante oração sincera; se eles não puderem ver luz nesta exposição, devemos submeter-nos ao seu julgamento; pois ‘na multidão de conselheiros há segurança’” – 5T, pp. 291 e 293 (1885). c. “A maravilhosa verdade de Deus deve ser pesquisada por cada mente, e o resultado de muitas mentes deve ser reunido a partir de várias fontes como o depósito hereditário de Deus, e o divino poder operará de tal modo que existirá verdadeira harmonia” – RH 23 de outubro de 1894. d. “Todo obreiro deve guardar-se contra o pensamento de que é completo por si mesmo. Meu irmão, você deveria aprender que, qualquer que seja a sua posição no serviço de Deus, outras mentes, além da sua, deveriam ser postas em conexão com a obra. Você poderá desejar empreender coisas que, segundo o seu juízo deveriam ser feitas. Mas nem sempre deverá ser seguida a sua vontade. Em alguns setores outras mentes podem ser mais capazes de oferecer conselho sábio do que a sua; portanto, você deve aconselhar-se com seus irmãos. Em vossas reuniões administrativas, permita que os outros membros expressem livremente suas opiniões. Não considere seu próprio julgamento como sendo plenamente suficiente para decidir os assuntos, sem que seja ouvida qualquer outra voz” – CARTA 179, 1902. 21. Não Pretenda Obter Respostas Finais Para Qualquer Assunto Nesta Vida “A Bíblia é apenas escassamente compreendida. O estudo de toda uma vida e acompanhado de muita oração, destas revelações sagradas, deixará ainda muitos assuntos sem explicação” – CW 82. “Tanto na revelação divina quanto em a natureza, Deus outorgou aos homens mistérios a fim de dirigir a sua fé. Assim deve ser. Devemos estar sempre pesquisando, sempre inquirindo, sempre aprendendo, e ainda assim haverá um infinito diante de nós” – 8T, p. 261. “Podemos compreender tanto de Seus propósitos quanto seja para o nosso bem; além desse ponto, devemos confiar no poder da Onipotência, e no amor e sabedoria do Pai e Soberano sobre todos” – 5T, p. 699. (Veja também as pp. 675 e 701.)