TÍTULO: ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DA VACINAÇÃO CONTRA O HPV CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): FERNANDA ANTUNES BARBOSA ORIENTADOR(ES): CARLOS SOMENZI RESUMO Human papiloma vírus, HPV, é um vírus com transmissão pelo ato sexual, o vírus se propaga no DNA em ambos os sexos levando ao aparecimento de verrugas e infecções, se forem persistentes aumentam o risco da neoplasia intraepitelial e do câncer. A prevenção e o rastreamento das infecções eram realizados somente pelo citodiagnóstico, atualmente a prevenção está disponível através das vacinas, bivalente Cervarix e a quadrivalente Gardasil, sua eficácia já foi comprovada, porém existem algumas contraindicações, como a hipersensibilidade aos componentes, portanto a melhor prevenção ainda é o uso de preservativo e o diagnóstico precoce através de exames. INTRODUÇÃO A família HPV (human papiloma vírus) consiste em mais de 100 vírus de DNA, cerca de 40 tipos podem infectar o trato genital, homens são geralmente assintomáticos, e as mulheres podem desenvolver inflamações no trato reprodutivo (LIMBERGER et al., 2012). O câncer cervical é causado por um tipo de infecção de alto risco do HPV, mas não é suficiente para o desenvolvimento do câncer cervical. (DAWAR, DEEKS, DOBSON, 2007; SILVA et al., 2009). Sendo assim, a prevenção pode se dar pelas vacinas profiláticas que viabilizam ações em nível primário, já que até então, a prevenção em nível secundário, baseia-se na estimulação da resposta imunológica humoral (DAWAR, DEEKS, DOBSON, 2007; GIRALDO et al., 2008; BORSATTO, VIDAL, ROCHA, 2011). DESENVOLVIMENTO Dawar, Deeks e Dobson (2007, p.456-461) afirmam que “o vírus é dividido em 02 grupos (risco alto ou baixo) com base em seu potencial oncogênico”. Seu genoma é composto por uma dupla hélice de DNA circular com 8 mil pares de base, o genoma é pequeno e contém apenas alguns genes, todos codificados na mesma cadeia, o capsídeo é icosédrico, com um diâmetro de 50 a 60 nm e não é revestido por envelope lipídico (SILVA et al., 2009; LIMBERGER et al., 2012). Dos 40 tipos de vírus do HPV que atingem a região anogenital, aproximadamente 18 são oncogênicos: HPV 16, 18, 26, 31, 33, 35, 45, 51, 52, 53, 56, 58, 59, 63, 66, 68 e 82 (SILVA et al., 2009). A maioria das doenças HPV relacionadas são atribuídas aos HPV tipos 6, 11, 16 e 18 (GIRALDO et al., 2008). O HPV 6 e o 11 são responsáveis pela lesões de baixo grau e 90% das verrugas anogenitais, e os tipos 16 e 18 provocam 70% das NIC (neoplasias intraepiteliais cervicais) de alto grau e o câncer cervical invasivo (NADAL, MANZIONE, 2006). A infecção genital é transmitida principalmente pelo contato direto dos órgãos genitais durante a prática sexual, e não necessariamente durante a penetração (LIMBERGER et al., 2012). A infecção pelo vírus do HPV pode ser eliminada em aproximadamente dois anos, sem deixar sequelas e sem manifestação, porém, a infecção está associada principalmente ao desenvolvimento de lesões benignas e malignas do trato genital, que pode evoluir de forma autolimitada para lesões pré-cancerosas, devido à persistência da infecção (GIRALDO et al., 2008; SILVA et al., 2009; SIMÕES, 2010). Segundo Adeline Limberger et al. (2012), a ativação do sistema imunológico tem papel fundamental na defesa contra agentes infecciosos e se constitui no principal impedimento para ocorrência da infecção pelo HPV que pode através de mecanismos humorais e celulares regredirem a infecção (SILVA et al., 2009). Seu controle é baseado na análise microscópica de alterações no esfregaço cervical (exame de papanicolau), que permite detectar precocemente as lesões precursoras ou o próprio câncer (BORSATTO, VIDAL, ROCHA, 2011). O câncer de colo do útero caracteriza-se pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, com consequente comprometimento do tecido subjacente, o estroma, e possível invasão de estruturas e órgãos próximos ou à distância (LIMBERGER et al., 2012). O DNA viral apresenta-se livre no núcleo da célula hospedeira nas lesões benignas, nas lesões pré-malignas e malignas é integrado ao genoma, que é responsável pela inibição das proteínas celulares p53 e pRb, e pelos genes E6 e E7, respectivamente induzindo ao processo de imortalização celular e oncogênese (GIRALDO et al. 2008). No Brasil, o câncer cervical é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres, com uma estimativa de 15.590 casos para 2014. Seu risco estimado é de 15,33 casos a cada 100 mil mulheres (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2014). As vacinas contra o HPV podem limitar a infecção pelo vírus, bem como, as doenças recorrentes. Atualmente estão disponíveis dois tipos: a bivalente, Cervarix, que protege contra os sorotipos virais 16 e 18 e a quadrivalente Gardasil, que oferece proteção contra os sorotipos virais 6, 11, 16 e 18 (DAWAR, DEEKS, DOBSON, 2007; GIRALDO et al., 2008; BORSATTO, VIDAL, ROCHA, 2011). A eficácia da vacina já foi comprovada, com algumas contraindicações, reação alérgica em pessoas com alergia a fungos (BORSATTO, VIDAL, ROCHA, 2011). Embora a vacina tenha surgido como um grande avanço na prevenção, ainda, o diagnóstico precoce através do exame de papanicolau, deve ser sempre considerado quando se trata de prevenção de câncer de colo uterino, com ou sem vacinação (SILVA et al.,2009). OBJETIVOS Este trabalho tem por objetivo discursar sobre a eficácia da vacina profilática contra o Papiloma Vírus Humano HPV, seus aspectos imunológicos, explanando sobre suas vantagens e desvantagens. METODOLOGIA O presente trabalho foi realizado através de pesquisa de revisão da literatura médica com abordagem descritiva, utilizando como base de dados os seguintes sites de busca eletrônicos: Pubnet, Lilacs e Scielo. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA 1. LIMBERGER, Adeline et al. Aspectos imunológicos da infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV).Semina:Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, 2012; 33(1):111-122. 2. DAWAR, Meenakshi; DEEKS, Shelley; DOBSON, Simon. Human papillomavirus vaccines launch a new era in cervical cancer prevention. CMJ, 2007; 177(5):456-461. 3. BORSATTO, Alessandra Z.; VIDAL, Maria L.B.; ROCHA, Renata C. N. P. Vacina contra HPV e a Prevenção do Câncer do Colo do Útero: Subsídios para a Prática. 4. GIRALDO, Paulo C. et al. Prevenção da Infecção por HPV e Lesões Associadas com o uso de Vacinas. DST J Brás Doenças Sex Transm 2008; 20(2):132-140, 2008. 5. NADAL SR; MANZIONE, CR. Vacinas Contra o Papiloma Vírus Humano. 2006; 26 (3): 337-340. 6. SIMÕES, Cleomenes B. Vacina contra o HPV: Uma visão crítica, Diagn Tratamento 2010;15(2):92. 7. Instituto Nacional do Câncer. Estimativas 2014: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2014. 8. SILVA, Bruna R. et al, Papilomavírus humano e neoplasia cervical. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro 2009;(5):953-964. 9. SILVA, Attayde et al. A eficácia da vacina profilática contra o HPV nas lesões HPV induzidas. Feminina 2009;37(10). 10. TEJEDA, Maria D. D et AL, Cáncer de cuello uterino. Estado actual de lãs vacuna frente AL vírus Del papiloma humano (VPH). Oncology 2007;30(2):42-59.