Alexandre Nilo Fonseca Presidente da Associação do Comércio Electrónico e Publicidade Interativa (ACEPI). Comércio eletrónico e a globalização no séc. XXI: oportunidades e desafios para Portugal 129 O comércio eletrónico (ou negócio eletrónico) é um dos mais importantes pilares da «Economia Digital» que inclui não só a compra e venda de bens e serviços que envolvam organizações, consumidores e até o estado, mas também a prestação de serviços por via eletrónica (por exemplo, a banca eletrónica e o ensino eletrónico), a colaboração eletrónica entre parceiros de negócios e ainda as transações eletrónicas dentro das próprias organizações. Dado que a Internet não tem à partida barreiras regionais ou temporais, constitui-se como uma das principais infraestruturas para a promoção internacional de produtos e serviços, permitindo que, com um investimento mínimo, as empresas façam negócios em todo o mundo e deixem de ter de abrir lojas físicas ou de fazer qualquer outro tipo de localização nos países de destino. Daí que num momento em que vivemos uma crise económica e financeira a nível mundial, e que em Portugal se assiste ao abrandamento do consumo e ao encerramento das lojas físicas, é importante verificar que o comércio eletrónico está a crescer de forma acelerada. A criação de um programa de acreditação das lojas online portuguesas denominado «Confiança Online» – gerido pela ACEPI e que certificou já muitas das mais relevantes lojas online em Portugal – contribuiu nos últimos anos para o aumento da confiança dos consumidores nas iniciativas e transações realizadas por via eletrónica. 130 Electronic commerce (or electronic business) is one of the most important pillars of the «Digital Economy», which includes not only buying and selling goods and services involving organizations, consumers and even the State, but also the provision of services by electronic means (for example, electronic banking and electronic teaching), the electronic collaboration between business partners and the electronic transactions within the organizations themselves. Considering that the Internet does not have, in its foundations, regional or temporal barriers, it becomes one of the main infra-structures for the international promotion of goods and services, thus allowing companies to do business all around the world with a minimum investment and without having to open physical stores or any other type of localization in the destination countries. So, in a moment when we experience an economical and financial crisis at world level, and in which, in Portugal, one can see a slowdown in spending and the closure of physical stores, it is important to also see that electronic commerce is growing rapidly. The creation of a programme of accreditation for Portuguese online shops, designated as «Online Trust» – managed by the ACEPI and which has already certified many of the most relevant online shops in Portugal – has contributed, in recent years, for the increased confidence of consumers in the initiatives and transactions made by electronic means. A arena global: desafios para a Europa e para Portugal Em março de 2000, o Conselho Europeu rea­ lizado em Lisboa aprovou as linhas diretrizes que conduziram ao desenvolvimento e aplicação do que viria a ser conhecida como «Estratégia de Lisboa», em que se estabeleceu o objetivo de a União Europeia (UE) se tornar na economia de conhecimento mais competitiva e dinâmica do mundo, capaz de gerar um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos e maior coesão social. Mais de 10 anos passados, e num contexto de crise mundial, tornou-se necessário somar os progressos alcançados, corrigir os erros e adotar um rumo que tente conciliar elementos de continuidade com elementos de avanço e melhoria. Em março de 2010, a Comissão Europeia anunciou o lançamento da Estratégia Europa 2020, para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. A União Europeia e a Comissão decidiram implementar a estratégia através de sete iniciativas emblemáticas, entre as quais se destaca a «Agenda Digital para a Europa» para acelerar a implementação da Internet de alta velocidade e para que as famílias e as empresas possam tirar partido de um mercado único digital. É ainda de destacar a intenção de desenvolver uma política industrial para a era de globalização, de forma a melhorar o ambiente empresarial, especialmente para as PME, e para apoiar o desenvolvimento de uma base industrial forte e sustentável, suscetível de enfrentar a concorrência mundial. A Estratégia 2020 é a resposta europeia para vencer uma batalha que se desenrola numa arena global onde os competidores têm de dominar as rápidas e constantes evoluções tecnológicas, acompanhar novos e inovadores modelos de negócio e satisfazer clientes cada vez mais conhecedores e exigentes. A crescente disponibilidade de recursos tecnológicos (hardware, software, redes de comunicações e até recursos humanos) ao alcance de todos não permite, por si só, alcançar o sucesso nos negócios; é acima de tudo uma condição fundamental para sobreviver no mercado. A aposta na inovação e na qualificação dos recursos humanos começa a dar frutos em países que, até há pouco tempo, pareciam ter econo- mias pouco competitivas. É nesta arena global que as empresas portuguesas terão de encontrar o seu caminho, identificando as oportunidades, os riscos e os benefícios associados à prática do negócio eletrónico. De «nova economia» para «economia digital» Agora que o séc. XXI largou amarras e avança determinado no novo milénio, vale a pena refletir sobre o que aconteceu à chamada «Nova Economia». Na viragem do século escreveu-se muito sobre este assunto, e pudemos assistir ao esgrimir de posições tão distintas e contraditórias, que iam do ceticismo mais retrógrado de certos gestores e economistas que diziam que «as compras na Internet são moda passageira», até à euforia mais ilusória de outros que defendiam que «o canal digital de vendas vai substituir todo o comércio físico». Esta dicotomia entre o mundo digital e mundo físico foi importante para que tivesse existido uma rutura com o passado – todas as revoluções começam com o extremar de posições – mas, como sempre, veio a verificar-se que a realidade não é a preto e branco: passados mais de 10 anos desde que eclodiu da designada «bolha tecnológica» (a bolsa de tecnologia dos EUA – NASDAQ – atingiu o seu pico em março de 2000 e começou uma queda vertiginosa) é hoje inquestionável o crescimento exponencial do número de pessoas que compram na Internet mas, é também inquestionável, que o comércio físico não desapareceu. Para os gestores de hoje parece ser claro que é cada vez mais importante que as organizações (sejam elas privadas ou públicas) ofereçam ao consumidor/cidadão a escolha de múltiplos canais de relacionamento, e existem cada vez mais estratégias de promoção cruzada entre o mundo digital e o mundo físico e vice-versa. Os pioneiros do final do séc. XX ajudaram a identificar as oportunidades, os fatores críticos de sucesso, os erros a evitar, mas sobretudo vieram confirmar que a «Nova Economia» não viria a ser construída apenas pelas empresas puramente digitais, mas, também, pelas empresas da «Velha Economia» que soubessem tirar partido do extraordinário canal de promoção e comercialização de bens e serviços que é a Internet. 131 132 A terminologia «Nova Economia» deixou hoje de ser utilizada, tendo sido progressivamente substituída por uma designação mais transversal e estrutural, a «Economia Digital», uma economia baseada em tecnologias, dispositivos e redes digitais, e para a qual muito tem contribuído a convergência das tecnologias de informação, das comunicações e até dos media. O «comércio eletrónico» é um dos mais importantes pilares da «Economia Digital» e para muitos designava essencialmente a venda de bens e serviços realizada por via eletrónica. Mas hoje a definição de comércio eletrónico (ou «negócio eletrónico») é bastante mais abrangente e inclui não só a compra e venda de bens e serviços que envolvam organizações, consumidores e até o estado, mas também a prestação de serviços por via eletrónica (por exemplo, a banca eletrónica e o ensino eletrónico), a colaboração eletrónica entre parceiros de negócios e ainda as transações eletrónicas dentro das próprias organizações. Esta definição foi, por exemplo, adotada pela ACEPI – Associação do Comércio Eletrónico e Publicidade Interativa, a organização que em Portugal promove a «Economia Digital». O comércio eletrónico e a globalização: oportunidades e riscos para Portugal A Internet não tem à partida barreiras regionais ou temporais. Essa característica fá-la constituir-se como uma das principais infraestruturas para a promoção internacional de produtos e serviços, permitindo que, com um investimento mínimo, as empresas façam negócios em todo o mundo e deixem de ter de abrir lojas físicas ou de fazer qualquer outro tipo de localização nos países de destino. As empresas portuguesas que, pela sua pequena dimensão, não podem aspirar a ter delegações no exterior, têm agora a possibilidade de suprir essa falta, podendo penetrar em mercados que lhes estavam na prática vedados, desde que consigam apetrechar-se ou reconverter-se de maneira a competir tirando partido do novo veículo. Esta nova possibilidade não impede que tenhamos de reconhecer que, no conjunto, a situa­ ção das empresas portuguesas é problemática. A vantagem que algumas empresas possam obter no exterior é anulada pelo facto de as empresas estrangeiras passarem a concorrer em Portugal, também pela Internet, sem investimento local e em igualdade de condições com os concorrentes portugueses. A sociedade da informação e do conhecimento é uma revolução de que nenhum país, organização ou cidadão se pode, ou deve, excluir. E estão já a acontecer mudanças importantes nas empresas e no estado que vão aumentar a eficiên­ cia e a transparência na forma de fazer negócios em Portugal. As empresas, para serem competitivas e eficientes, devem possuir uma estratégia para as novas tecnologias, nomeadamente a Internet. As empresas que se moverem de forma decisiva e inteligente para os negócios eletrónicos registarão mais-valias extremamente significativas: tornar‑se‑ão mais competitivas; promoverão a sua atividade e ganharão novos relacionamentos com clientes e fornecedores; tornar-se-ão mais eficientes e aumentarão a sua produtividade; reduzirão custos, nomeadamente administrativos, comerciais e relacionados com seus aprovisionamentos; e, por último mas não menos relevante, aumentarão as qualificações dos seus recursos humanos. O negócio eletrónico é uma parte fundamental desta revolução e o sucesso na sua adoção, nos próximos anos, ditará o destino de Portugal na competição por um lugar relevante no desenvolvimento económico e social na União Europeia e no mundo. No atual contexto económico, o crescimento sustentado das vendas online nos últimos anos é um sinal importante para as empresas portuguesas. A adesão do consumidor – e também das empresas – ao negócio eletrónico é uma realidade que deve ser aproveitada pelo tecido empresarial, por um lado, para chegar a novos mercados e, por outro, para criar novas oportunidades nos mercados existentes. O consumidor atual quer aceder aos produtos e serviços, quando e como entender. As empresas têm de se adaptar para servir o novo consumidor, disponibilizando múltiplos canais de distribuição, sejam eles físicos ou digitais. É esta alteração de paradigma que tem de ser operada no comércio português, o mais cedo possível. A variedade, comodidade e poupança de tempo proporcionadas pelo negócio eletrónico são os fatores mais valorizados pelo consumidor online. Mais de dois mil milhões de potenciais clientes… O crescimento que se tem verificado do número de pessoas a aceder à Internet (seja através do computador seja por dispositivos móveis), é uma boa notícia para as empresas que apostam ou querem apostar numa presença online. Desde 2000, o número de utilizadores da Internet aumentou cerca de cinco vezes, existindo hoje em todo o mundo mais de dois mil milhões de cidadãos a utilizar regularmente a Internet na escola, no trabalho ou em casa. A evolução para uma sociedade baseada na Internet é hoje uma realidade nas mais variadas regiões do mundo: quase 80% da população norte-americana (272 milhões de cidadãos) utiliza regularmente a Internet; na Europa, o número sobe para 476 milhões de cidadãos (mas correspondendo somente a cerca de 60% da população) e na Ásia, a Internet é utilizada por mais de 922 milhões de cidadãos (ou seja, menos de 25% da população). É seguro presumir que estes padrões de crescimento se vão manter em várias regiões e que noutras irão mesmo acelerar. Portugal é considerado uma «rising star» na Europa, apresentando uma excelente evolução em vários dos indicadores principais de benchmarking da Sociedade da Informação adotados na Agenda Digital para a Europa 2010-2020, estando no top 3 de vários rankings europeus nomeadamente ao nível do e-government, e-commerce e e-business. O estado da economia digital em Portugal Num momento em que vivemos uma crise económica e financeira a nível mundial, e que em Portugal se assiste ao abrandamento do consumo e ao encerramento das lojas físicas, é importante verificar que o comércio eletrónico está a crescer de forma acelerada: em 2010 cerca de 19% das empresas portuguesas já vendiam online (eram 9% em 2005) e cerca de 15% dos portugueses afirmavam encomendar bens e serviços através da Internet (eram 6% em 2005). E parece ser certo que vamos continuar a assistir a esta tendência de crescimento: o Barómetro Trimestral da ACEPI (Associação do Comércio Eletrónico e Publicidade Interativa) referente ao 1.º trimestre de 2011 atenta que 40% das lojas online em Portugal tiveram nesse período um crescimento acima de 20% e mais de 15% revelaram um crescimento vertiginoso acima dos 100%. Esta adesão ao Comércio Eletrónico pelos consumidores portugueses está em linha com o que está a acontecer na Europa e um pouco por todo o mundo. Este crescimento, em particular nos últimos cinco anos, deve-se ao aumento da cultura digital dos portugueses: metade dos agregados familiares portugueses tem hoje acesso à Internet em banda larga (20% em 2005). Portugal é mesmo um dos países da Europa onde se navega com maior velocidade (2.º lugar no ranking da UE27) com 73% de assinaturas de banda larga fixa superior a 10Mbit/s, quando a média europeia é de 39%. A penetração de banda larga móvel (12%) é também superior à média europeia (7,2%). Os portugueses também passam mais tempo na Internet (14 horas por semana) do que a média dos europeus (12 horas por semana). A banda larga é um fator crucial de sucesso para o comércio eletrónico, por proporcionar ao consumidor uma experiência de compra mais rápida e mais enriquecedora, pela utilização de formatos promocionais multimédia como, por exemplo, o vídeo, as animações virtuais 3D, a realidade aumentada e as fotografias de alta resolução para apresentar melhor os produtos e serviços (naquilo a que se chama «near reality experience»). A disponibilização de serviços públicos básicos totalmente online em Portugal é ímpar na Europa (1.º lugar no ranking da UE27) e tem contribuído significativamente para a familiarização dos portugueses com a Internet. Outros fatores, como a crescente adesão dos portugueses aos sistemas de homebanking, às redes sociais e aos sites de descontos e compras em grupo, são importantes para criar um clima de confiança nos meios digitais que aumentam exponencialmente com a realização regular das mais variadas atividades na Internet. 133 134 É importante referir que, em Portugal, existe uma forma de comércio eletrónico muito relevante e muito disseminada entre a população que não existe noutro país do mundo, que é o multibanco (rede das ATM). A simplicidade do interface – é possível pagar o bilhete de um comboio ou carregar um telemóvel – e a disponibilização em todo o país – Portugal tem mais de 1600 por cada milhão de habitantes, enquanto na Europa esse número é pouco superior a 850 – faz com que este seja um dos meios de comércio eletrónico mais disseminados em Portugal e que já representou mais de seis mil milhões de euros em 2009. Noutros países muitos dos serviços que são disponibilizados no multibanco português só estão disponíveis na Internet, o que talvez explique em parte porque é que na Europa cerca de 40% compram na Internet e em Portugal esse valor é de 16%, quando em termos de população online a diferença não é tão significativa (UE27=69% vs. PT=51%). Também as empresas portuguesas estão cada vez mais digitais: 94% das empresas tem ligação à Internet (100% no caso das grandes e médias empresas). À semelhança do que acontece na Europa, há mais empresas portuguesas a comprar online (22%) do que a vender (19%), mas entre as que já vendem online, o comércio eletrónico representa cerca de 12% da receita das empresas (na UE27 são 14% das receitas). Existe hoje uma oferta muito mais vasta e variada de lojas online em Portugal, em relação ao que existia há 10 anos. O Directório do Comércio Electrónico em Portugal tem hoje cerca de 1000 empresas registadas, quando em 2008, aquando da sua criação, tinha pouco mais de 200 registos. A criação de um programa de acreditação das lojas online portuguesas denominado «Confiança Online» – gerido pela ACEPI e que certificou já muitas das mais relevantes lojas online em Portugal – contribuiu nos últimos anos para o aumento da confiança dos consumidores nas iniciativas e transações realizadas por via eletrónica. A ACEPI criou ainda os Prémios Navegantes XXI, que visam reconhecer, numa ampla variedade de áreas, o que de melhor se faz em Portugal ao nível do Comércio Eletrónico e Marketing Digital. Desde 2003 que se realiza a Semana do Comércio Eletrónico (atualmente denominada «Portugal Internet Week»), uma iniciativa da ACEPI e da UMIC que, através da realização de seminários e conferências, publicação e distribuição de guias de utilização prática, promoções em lojas online e muitas outras iniciativas realizadas com as empresas, o estado e as universidades, tem contribuído para a promoção, dignificação e adoção do comércio eletrónico em Portugal. Navegantes do séc. XXI: o mundo à distância de um clique Muitos julgam que, neste ambiente competitivo à escala global, as empresas portuguesas terão grande dificuldade em sobreviver. Não tem de ser assim: a Internet oferece às empresas portuguesas um conjunto de oportunidades que minimiza o impacto negativo de estarem num país pequeno. Num ecrã de computador não há pequenas e grandes empresas. Antes da Internet, para que uma empresa pudesse chegar aos consumidores e às empresas de um outro país, seria necessário abrir uma operação nesse país com todos os custos e riscos associados ao investimento, na verdade, impossível para a maioria. Graças a mecanismos de negócio eletrónico, e com um investimento relativamente reduzido, uma empresa pode ter ao seu alcance o mercado mundial. Passa a poder localizar facilmente novos fornecedores, novos clientes e novos parceiros. Graças a uma base maior de clientes e de fornecedores, é possível vender mais e comprar mais barato. É também possível aproveitar os investimentos realizados em tecnologia e expandir a atividade da empresa a outros setores. Sendo certo que o gestor de hoje tem de possuir sólidos conhecimentos de tecnologia, não é menos verdade que é fundamental prestar atenção a aspetos como a estratégia, a implementação e a sustentabilidade do negócio. Ao contrário do que inicialmente muitos pensaram, o negócio eletrónico é cada vez menos sobre tecnologia e cada vez mais sobre negócio. Quinhentos anos depois dos descobrimentos portugueses, pode agora surgir uma nova «raça» de gestores portugueses, os navegantes do séc. XXI. E Portugal deve ambicionar, outra vez, por desempenhar um papel fundamental nesta arena global em que vivemos. Referências online • ACEPI – Associação do Comércio Electrónico e Publicidade Interactiva http://www.acepi.pt • ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações http://www.anacom.pt • Comissão Europeia – Agenda Digital 2020 http://ec.europa.eu/information_society/digital-agenda/ • Directório do Comércio Electrónico em Portugal www.acepi.pt/directorio_home.php • EUROSTAT – European Statistics. http:// epp.eurostat.ec.europa.eu • INE – Instituto Nacional de Estatística. http://www.ine.pt • Internet World Stats http://www.internetworldstats.com • Confiança Online – Programa de Certificação de Sites www.acepi.pt • UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento http://www.umic.pt 135